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RESUMO
A Constituição Federal brasileira promulgada em 1988 elencou o princípio da dignidade
da pessoa humana como um valor supremo e universal, servindo de referência para os
demais princípios. Isto ocorreu num fenômeno chamado constitucionalização do Direito,
onde a Constituição passa a receber fundamental destaque na ordem jurídica,
juntamente com seus direitos fundamentais. Nesta toada, o princípio da solidariedade
recebe o status de princípio fundamental neste processo de constitucionalização,
passando a atuar como um elemento ético de vigilância da comunidade. A questão que
se põe é: pode este princípio fomentar o desenvolvimento da dignidade humana?
Acredita-se que sim, pois o comportamento solidarista desempenha papel fundamental
1
Artigo apresentado como trabalho final da disciplina de CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO
PRIVADO, ministrada pelo Prof. Dr. JORGE RENATO DOS REIS.
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Wagner de Souza Berton é Mestrando do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC e Mestrando em Direitos Humanos na
Universidade do Minho em Portugal, sob regime de dupla titulação, possui Graduação em Direito
pela Faculdade Meridional - IMED, com ênfase em Direito Empresarial. Integrante do Projeto de
Pesquisa: Os desafios para a concretização de uma educação voltada aos direitos humanos:
Considerações, obstáculos, propostas; do Programa de Pós-graduação em Direito - Mestrado e
Doutorado da Unisc, coordenado pelo professor Pós-Doutor Clovis Gorczevski. Atualmente é
servidor público militar e professor. Endereço eletrônico: wsberton@hotmail.com.
em tempos de individualismo exacerbado, colaborando não só para a realização da
dignidade humana, mas também para a realização da Democracia.
Palavras-Chave: Constituição Federal, solidariedade, dignidade humana.
RESUMEN
La Constitución Federal de Brasil, promulgada en 1988 ha incluido el principio de la
dignidad humana como valor supremo y universal que sirve de referencia para los demás
principios. Este fue un fenómeno llamado constitucionalización del derecho, cuando la
Constitución recibirá la clave resaltada en el sistema legal, junto con sus derechos
fundamentales. En esta melodía, el principio de solidaridad recibir el rango de principio
fundamental en este proceso constitucional y ahora opera como un elemento ético de
supervisión de la comunidad. La pregunta que surge es: ¿puede este principio fomentar
el desarrollo de la dignidad humana? Se cree que sí, por simpatizar comportamiento
juega un papel clave en tiempos de individualismo exacerbado, contribuyendo no sólo a
la realización de la dignidad humana, sino también para la realización de la democracia.
Palabras clave: Constitución Federal, la solidaridad, la dignidad humana.
Estes elementos refletem no próprio indivíduo, que passa a ser visto como
um ser de direito a cumprir sua função social. Suas ações devem ser dirigidas a
um dever social, qual seja, a solidariedade social, já que seu próprio
desenvolvimento enquanto um ser, está vinculado ao funcionamento do sistema
social de solidariedade.
Segundo Mac Lean, não existe controle por parte do racional em relação
à emoção, mas hierarquias em constante alternação, onde em determinados
momentos, os desejos humanos mais asquerosos poderão dominar a inteligência
para a persecução de um fim específico.
Acredita-se que deva ser permanente tal controle por parte do próprio
individuo, mas especialmente por parte da sociedade, uma vez que o homem está
sujeito a render-se a seus instintos primitivos de possuir uma vida fácil e, com
isso, não se conteria em ter comportamentos não-solidários.
Nesta mesma senda discorre Rogério Gesta Leal acerca do caráter moral
do Humanismo, aduzindo que este independe da vontade do Direito ou do
Estado, pois atrela-se ao caráter ético, axiológico e à natureza humana (LEAL,
2003).
A teoria Humanista talvez congregue, então, a solidariedade e a dignidade
humana, já que ambas possuem o condão de aproximar realidades distintas, pois
“o que a solidariedade coloca em discussão é exatamente o confim da solidão do
ser indivíduo, reduz-lhe a imperatividade e, portanto, favorece aproximações
solidárias” (SCHELEDER; TAGLIARI, 2008, p. 6).
5. Conclusão
A partir do acima exposto, ainda que de forma breve, observa-se a
constitucionalização do direito, onde as normas constitucionais não podem ser
desprezadas pela normativa infraconstitucional, bem como, que ao Estado cabe
não apenas a abstenção da violação dos direitos fundamentais, mas, também, a
proteção destes mesmos direitos.
6. Referências bibliográficas
ÄVILA, Fernando Bastos de. Neocapitalismo, socialismo, solidarismo. Rio de
Janeiro: Agir, 1963.
PEREIRA, Rodrigo da Cunha (coord.). Afeto, Ética, Família e o Novo Código Civil.
Belo Horizonte: IBDFAM/Del Rey, 2004.
Agradeço a compreensão.
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Wagner Berton