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Neste trabalho vamos fazer a apresentação dos valores fundamentais do direito, justiça,
equidade, segurança e a certeza jurídica. Queremos dizer desde já que este trabalho é apenas uma
gota de água doce num vasto oceano deste grande fenómeno que é o direito. Começamos a falar
sobre os valores fundamentais do direito, posteriormente falamos sobre a justiça, equidade,
segurança e certeza jurídica. Esperamos que o estimado leitor possa tirar proveito deste trabalho
por nós feito desejamos- te uma boa leitura.
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OS VALORES FUNDAMENTAIS DO DIREITO
O Direito como ordem normativa reguladora da vida social, baseia-se num conjunto de valores,
que promovem a adesão prática da comunidade aos seus imperativos e atribuem validade à sua
vigência. Como valores fundamentais do Direito temos:
A JUSTIÇA
Justiça é um conceito correlativo ao Direito que se baseia na equidade. A definição clássica dada
por Ulpiano, permite-nos ver a ligação entre justiça e direito, em que define justiça como a
“vontade perpétua e constante de dar a cada um o seu direito”, para alguns autores esta noção
não é aceitável pois não se refere à justiça em si mas à vontade justa, um elemento subjectivo.
Para os gregos a justiça era a igualdade, tratar os iguais como iguais e os diferentes como
diferentes. Aristóteles define justiça como um sinónimo de equidade e permite nos dividi-la em
três modalidades que reflectem diferentes relações conforme ela se refere ao que uma sociedade
como um todo deve aos seus membros, ao que é devido pelos elementos da sociedade a eles
mesmos e ao que os membros devêm a ela: Justiça Distributiva, Justiça Comutativa e Justiça
Legal. Justiça significa respeito à igualdade de todos os cidadãos, e é um termo que vem do
latim. É o princípio básico de um que tem o objetivo de manter a ordem social através da
preservação dos direitos em sua forma legal. É um termo abstrato que designa o respeito pelo
direito de terceiros, a aplicação ou do seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A
Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou
por mediação através dos tribunais. Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com
olhos vendados, que significa que "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias
legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos.
Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais, e, segundo a doutrina da Igreja Católica,
consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido"A justiça como
fundamento do direito . O Direito deve ser sempre uma tentativa de realização de valores,
visando à consecução de fins necessários ao homem e à sociedade. Sua finalidade é implantar
uma ordem justa na vida social. Além de ser uma ciência cultural ou humana, o Direito é uma
ciência normativa. As normas jurídicas são normas éticas, pois condicionam o comportamento
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humano em função da realização de um valor. Nas normas éticas existe um dever ser. O
destinatário deve agir de determinada forma porque assim realizará um determinado valor,
escolhido previamente pelo criador da norma. Na realidade, o destinatário da norma ética poderia
agir de outra forma, que seria possível e até vantajosa em certas circunstâncias, mas surge a
norma para indicar-lhe um único caminho a seguir. O caminho portará o destinatário de realizar
um valor. Sabemos que a lei deve ser justa, assim como toda e qualquer decisão baseada nas
normas jurídicas devem ser justas. Del Vecchio escreveu que a pedra angular de todo edifício
jurídico é a noção de justo. Além disso, a noção de princípios gerais de Direito, a que devem, a
cada momento, recorrer o juiz e os demais aplicadores da lei, corresponde fundamentalmente aos
princípios de justiça. Mas, o que é justiça? Quais as suas características, sua natureza, suas
espécies, seu fundamento? A palavra justiça é equívoca. Significará às vezes a atividade dos
Tribunais, é tida como atributo divino e é freqüentemente encarada ainda hoje, como virtude
total.
EQUIDADE
Equidade é o substantivo feminino com origem no latim aequitas, que significa igualdade,
simetria,retidão, imparcialidade, conformidade.Este conceito também revela o uso da
imparcialidade para reconhecer o direito de cada um, usando a equivalência para se tornarem
iguais. A equidade adapta a regra para um determinado caso específico, a fim de deixá-la mais
justa. A Grécia foi considerada o berço da equidade, porque ela não excluía o direito escrito,
apenas o tornava mais democrático, e teve também um papel importante no direito romano.
Equidade no Direito
Equidade é uma forma justa da aplicação do Direito, porque é adaptada a regra, a uma situação
existente, onde são observados os critérios de igualdade e de justiça. A equidade não somente
interpreta a lei, como evita que a aplicação da lei possa, em alguns casos, prejudicar alguns
indivíduos, já que toda a interpretação da justiça deve tender para o justo, para a medida do
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possível, suplementando a lei preenchendo os vazios encontrados na mesma. O uso da equidade
tem de ser disposta conforme o conteúdo expresso da norma, levando em conta a moral social
vigente, o regime político do Estado e os princípios gerais do Direito. A equidade em síntese,
completa o que a justiça não alcança, fazendo com que a aplicação das leis não se tornem muito
rígidas onde poderia prejudicar alguns casos específicos onde a lei não alcança.
SEGURANÇA JURÍDICA
Segurança Jurídica é o outro valor do Direito que embora tendo menor projecção tem igual
importância, está directamente relacionada com a necessidade prática, a utilidade e a urgência da
vida, fazendo-se representar em três dimensões distintas: Paz Social está relacionada com a
função pacificadora do Direito que se estende às relações internacionais, no sentido de cada
Estado não interferir nos assuntos internos dos outros e respeitar o princípio da independência
nacional, autodeterminação dos povos. A segurança jurídica, princípio consagrado no
ordenamento jurídico brasileiro, com seu enunciado estabelecido no art. 5º, XXXVI da
Constituição da República de 1988, representa uma das mais respeitáveis garantias que o
ordenamento jurídico oferece aos cidadãos, uma vez que o Estado, segundo a teoria
contratualista, representou o pacto dos cidadãos que trocaram parte de sua liberdade pela
segurança a ser provida pelo Estado, o que implica dizer que o princípio em comento é a mais
básica das obrigações do ente coletivo. Para tanto, os atos administrativos devem estar pautados
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nos princípios expressos no art. 37 da Constituição, que prescreve que a Administração Pública
Direta e Indireta deverá observar o princípio da legalidade, devendo fazer somente o que a lei
permitir. Isso se deve porque a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei, ou seja,
é a submissão do Estado à lei, sendo que suas atividades serão desenvolvidas em conformidade
dos preceitos legais preestabelecidos, além de observar os princípios da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade e da eficiência. De tal maneira, propõe-se com esta pesquisa uma
análise dos princípios da legalidade administrativa no contexto do Estado Democrático de
Direito, como mecanismo voltado à segurança jurídica, observando ambos os princípios na
Constituição da República.
CERTEZA JURÍDICA
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CONCLUSÃO
Podemos concluir que o Direito deve visar sempre a tentativa de realização dos valores humanos,
principalmente a justiça, para que possa haver equilíbrio e igualdade sociais. A finalidade do
Direito é implantar a ordem justa na vida social. A justiça é a condição fundamental de todos os
valores, e segundo Miguel Real é a condição transcendental de sua possibilidade como
atualização histórica. Ela vale para que todos os valores valham. A justiça, que compendia todos
os valores, é a ratio juris, ou seja, a razão de ser ou fundamento da norma, ante a impossibilidade
de se conceber uma norma jurídica desvinculada dos fins que legitimam sua vigência e eficácia.
A justiça deve respaldar o exercício do poder que elabora a norma, legitimando-o; isto é assim
porque a norma jurídica traduz interesses e ideologias do órgão legiferante. A justiça exige que
todos os esforços legais se dirijam no sentido de atingir a mais perfeita harmonia na vida social,
possível nas condições de tempo e lugar. O justo objetivo, e não a vontade individual, é que
constitui o objeto do Direito, que é o bem devido a outrem segundo certa igualdade, numa
equivalência de quantidade.