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DECLARAÇÃO...............................................................................................................I
AGRADECIMENTOS....................................................................................................II
DEDICATÓRIA............................................................................................................III
RESUMO.......................................................................................................................IV
ABSTRACT........................................................................................................................V
CAPITULO 1.......................................................................................................................1
Introducção..........................................................................................................................1
1.1.Contextualização........................................................................................................2
1.2.Delimitação do Tema.................................................................................................2
1.2.1Delimitacao Espacial................................................................................................2
1.3. Problematização........................................................................................................2
1.4.Justificativa da pesquisa.............................................................................................3
1.5.Hipóteses....................................................................................................................4
1.6.Objectivos do Trabalho..............................................................................................5
1.6.1.Objectivo Geral...................................................................................................5
1.6.2.Objectivos Específicos........................................................................................5
CAPITULO II......................................................................................................................6
2. Revisão da Literatura.......................................................................................................6
0
2.3.4. Concepção Legalista...........................................................................................7
CAPITULO III...................................................................................................................17
3. Metodologia...................................................................................................................17
3.4.1. População.........................................................................................................18
3.4.2. Amostra............................................................................................................19
3.5.1. Questionário.....................................................................................................20
3.5.3. Entrevista..........................................................................................................20
3.6.Fiabilidade e Validade..............................................................................................21
CAPITULO IV..................................................................................................................22
1
4. Análise e Discussão dos Resultados..............................................................................22
5.1. Conclusões..............................................................................................................33
6. Referências bibliográficas..............................................................................................36
Cronologia de Actividades.................................................................................................47
2
DECLARAÇÃO
Eu, Magid Ibraimo Calu Jala declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha
autoria e nele observei os requisitos e recomendações do Instituto Superior Mutasa -
ISMU concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica. Declaro ainda
que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obter qualquer
grau académico.
_______________________________________
I
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, mando o meu agradecimento a Allah que mi deu forca, energia e
beneficio para que termina-se com este trabalho. Em seguida agradeço aos meus
progenitores que incentivaram todos os anos que estive nesta Faculdade de Ensino em
Direito. A minha esposa, filhos, que mi apoiaram de forma direita contribuindo para que
este trabalho si realiza-se. Para terminar agradeço au meu supervisor, colegas e todas as
pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva na minha vida.
II
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Allah pela vida, saúde e protecção que me tem
concedido diariamente, a minha família. Obrigado por tudo o que fizeram por mim, a
paciência, moral, carrinho, pela distância, sofrimento e pela ausência que efectuei durante
a minha caminhada académica. E que foi positiva por espera, hoje logramos a satisfação
fruto do nosso sacrifício empenho.
A dedicatória é extensa para os meus filhos, esposo, amigos e colegas de serviço pelo
todo apoio e incentivos proporcionados durante os meus estudos.
III
RESUMO
A presente pesquisa cujo tema é Direitos Humanos no contexto das Uniões Prematuras no
Ordenamento Jurídico Moçambicano: Caso de estudo Distrito Zandamela, período
compreendido entre 2022-2023, entregue ao Instituto Superior Mutasa, como requisito
para a obtenção de grau académico de Licenciatura em Direito, tem como objectivo
Analisar os Direitos Humanos no contexto das Uniões Prematuras no ordenamento
Jurídico Moçambicano.
Através do uso do método monográfico com uma abordagem qualitativa, foi possível
constatar que as leis das uniões prematuras embora tolerada das comunidades, são um
mal social que esta ser combatida através da aprovação da lei que a criminaliza. Isso
devesse ao facto de as comunidades do distrito de Zandamela não tem incorporado no seu
seio precipitações de legislativo com vista ao combate deste mal, por outro lado devido
ao facto de os líderes comunitários, nas reuniões populares limitam se ao incentivá-las
através de apelos para que a comunidade se obtenha da prática das uniões prematuras, por
outro lado por causa das ocorrências privilegia se dialogo entre a família da menor dos
pais do sedutor de modo a encontrar em consenso.
Palavras- Chaves:
IV
ABSTRACT
This research, whose theme is Human Rights in the context of Premature Unions in the
Mozambican Legal System: Case study Zandamela District, period between 2022-2023,
delivered to the Instituto Superior Mutasa, as a requirement for obtaining an academic
degree in Law, aims to analyze Human Rights in the context of Premature Unions in the
Mozambican legal system.
Through the use of the monographic method with a qualitative approach, it was possible
to verify that the laws on premature unions, although tolerated by communities, are a
social evil that must be combated through the approval of the law that criminalizes them.
This was due to the fact that the communities in the Zandamela district did not
incorporate legislative efforts to combat this evil, on the other hand due to the fact that
community leaders, at popular meetings, limited themselves to encouraging them through
appeals . so that the community can benefit from the practice of premature unions, on the
other hand, due to the occurrences, dialogue between the family of the minor of the
seducer's parents is privileged, in order to find consensus.
Keywords:
V
CAPITULO 1
Introducção
A união prematura é um problema social que tem deixado impactos negativos desde a
gravidez precoce, fístula obstétrica, abandono escolar por parte da rapariga e aumento da
pobreza nas comunidades. Desta forma, visando contribuir para prevenção e combate a
este fenómeno, a sociedade é chamada a tratar à união prematura como um problema
social que afecta a saúde e o desenvolvimento das crianças, em destaque para as
raparigas, bem como a própria sociedade em geral, de forma directa ou indirectamente.
Isto é, os diferentes actores, principalmente o sistema jurídico nacional, devem tratar e
divulgar acções que para além de falarem sobre as uniões forçadas de forma a sensibilizar
a comunidade, procure educá-la e chamar atenção para prevenção e combate deste
problema social.
A nível individual, a união prematura é uma violação do gozo dos direitos humanos, em
particular da rapariga. As consequências que advêm após o casamento podem ser, o
abandono da escola e a separação da criança do seu meio familiar. Estes dois factores
podem ser determinantes para o fracasso no futuro, seja a falta de um emprego digno,
assim como a falta de cuidados por parte da família de origem Varela (2004).
1
1.1.Contextualização
1.2.Delimitação do Tema
1.2.1Delimitacao Espacial
Em termos temporais a pesquisa vai olhar para os instrumentos normativos que foram
sendo criados, aprovados, ratificados e implementados nos últimos 04 anos, isto é de
entre 2019 a 2023.
Para esta pesquisa, foi seleccionada uma parte da amostra da população constituído por
(10) dez elementos, dos quais (2) dois líderes comunitários, (05) cinco mães e (3) três ex-
adolescentes seleccionados com base intencional no Distrito de Zandamela.
1.3. Problematização
Até que ponto a lei das uniões prematuras garante a protecção dos direitos
humanos no ordenamento jurídico moçambicano?
1.4.Justificativa da pesquisa
O sistema jurídico nacional ocupa um papel de destaque, porque desperta o senso crítico
nas pessoas e sugere justiça e boa governação em todas as esferas e níveis da sociedade.
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Espera-se que esta seja, uma oportunidade para incentivar e encorajar a sociedade no
geral, o governo, a sociedade civil e a todos aqueles que exercem ou anseiam exercer a
profissão de jurista, a considerarem a questão das uniões prematuras como violação dos
direitos humanos da criança e da rapariga, em particular.
A nível social e económico - Esta pesquisa pode ser aproveitada pela instituição de
análise e outras organizações dos direitos humanos, instituições públicas e privadas para
compreender os pontos críticos das suas actuações e buscar melhores mecanismos de
resolução dos problemas olhando para a motivação como catalisador do sucesso
organizacional.
1.5.Hipóteses
H1: Com o cumprimento da lei das uniões prematuras e cientes nos deveres colectivos da
protecção dos Direitos Humanos, pode impulsionar na redução de uniões prematuras no
pais.
4
1.6.Objectivos do Trabalho
1.6.1.Objectivo Geral
1.6.2.Objectivos Específicos
5
CAPITULO II
2. Revisão da Literatura
Este capítulo dedica-se a prover um panorama das normas de direitos humanos no seu
âmbito nacional e internacional. Incluem-se breves descrições sobre a natureza, o
conceito, as gerações, assim como um resumo do seu antecedente histórico.
Esta concepção trata os direitos humanos como direitos morais, à vista disso entendem
que toda norma jurídica pressupõe uma série de valores. Segundo Nuno um dos
defensores da teoria dos direitos morais, entende que os direitos humanos são a parte
mais substancial dos direitos morais oriundos dos princípios da inviolabilidade, da
autonomia e da dignidade da pessoa humana.
Esta concepção entende que os direitos humanos são princípios externos ao ordenamento
jurídico. Não faltando quem assegure que os direitos humanos formam parte de um
ordenamento jurídico, como princípios não formulados em normas positivas expressas.
Se trata de uma teoria muito próxima a teoria dos direitos morais, que entendem os
direitos humanos como valores morais, sendo que esta entende como princípios. Para
Morán 2004“indaga ser óbvio que os direitos fundamentais incorporados nos preâmbulos
são considerados como princípios superiores do ordenamento jurídico”.
6
2.3.2.Gerações de Direitos Humanos
São vistos como direitos inerentes ao indivíduo e tidos como direitos naturais, uma vez
que precedem o contrato social. Por isso, são direitos individuais: (I) quanto ao modo de
exercício é individualmente que se afirma, por exemplo, a liberdade de opinião; (II)
quanto ao sujeito passivo do direito pois o titular do direito individual pode afirmá-lo em
relação a todos os demais indivíduos, já que esses direitos têm como limite o
reconhecimento do direito de outro. Filosoficamente, pode-se creditar o surgimento e o
resguardo dessa geração direitos à moral individualista e secular, que colocava o
indivíduo como centro do poder e rechaçava, de outra parte, a promiscuidade entre poder
político e religioso, assinalando a secularização do poder do Estado.
A concepção legalista afirma que não existe direitos fundamentais se estes não estiverem
reconhecidos no ordenamento jurídico estatal. De facto, há quem entenda que os direitos
humanos carecem de uma entidade jurídica de verdadeiros direitos humanos antes de sua
incorporação à lei positiva, pois não existem direitos humanos que não estejam
positivados pela legislação estatal, é uma atitude legalista pelo Estado.
7
No pensamento de Peces-Barba (1980), tentando explicar a concepção legalista dos
direitos humanos, faz a distinção destes com os direitos fundamentais. Vejamos a seguir
esta análise comparativa onde, para este doutrinador, os direitos fundamentais se
completam com sua recepção no Direito Positivo, pois, em sua opinião, um direito
fundamental não alcança sua plenitude se não for reconhecido no direito positivo.
8
Dentre os direitos fundamentais da terceira dimensão consensualmente mais citados,
cumpre referir os direitos à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento, ao
meio ambiente e qualidade de vida, bem como o direito à conservação e utilização do
património histórico e cultural e o direito de comunicação.
Finalmente, os direitos humanos da quinta geração, como os de quarta, também não são
pacificamente reconhecidos pela doutrina, como o são os das três primeiras. No entanto,
os direitos que por essa geração são reconhecidos, quais sejam, a honra, a imagem, enfim,
os “direitos virtuais” que ressaltam o princípio da dignidade da pessoa humana, decorrem
de uma era deveras nova e contemporânea, advinda com o exacerbado desenvolvimento
da Internet nos anos 90. Tais valores, portanto, são defendidos e protegidos por essa
geração de direitos, com a particularidade de protegê-los frente ao uso massivo dos meios
de comunicação electrónica, merecendo, assim, protecção não só as pessoas naturais, mas
também as pessoas jurídicas.
O ser humano é livre, logo o Estado deve abster-se de privar a liberdade; o ser humano
tem direito a expressar-se livremente, logo o Estado deve abster-se de censurá-lo.
9
A sistematização desses direitos negativos em uma determinada ordem constitucional ou
em um tratado ou em uma proclamação internacional constitui aquilo que a doutrina
convenciona. Conceituar então, a natureza jurídica dos direitos humanos se torna
abrangente pela diversidade de posicionamentos encontrados na doutrina. Onde para
alguns, os direitos humanos são simplesmente direitos subjectivos; onde para outros são
direitos subjectivos, emanados directamente das normas positivas e somente adquirem
valor jurídico ao serem reconhecidas pelo Estado. Segundo Morán (2004).
Outros ainda, que consideram os direitos humanos como valores; ou ainda como
princípios gerais de direito; enquanto para outros são faculdades de poderes nascidos
de normas objectivas previamente existentes nos ordenamentos estatais, que lhes são
impostas obrigando o seu reconhecimento, com sentido de direito natural clássico ou
simplesmente como direito objectivo numa concepção mais actual.
Concepção Jusnaturalista
“Direitos do homem são direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos
(dimensão jusnaturalista-universalista), ou seja, os direitos do homem arrancariam da
própria natureza humana e daí o seu carácter inviolável, intemporal e universal.“
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entre grupos sociais. O casamento tinha como principal papel atribuir uma estabilidade
social e as suas funções versavam sobre a reprodução humana e a criação dos filhos.
No século XI o casamento ainda significava uma aliança entre as famílias, por isso que o
casamento era arranjado pelas famílias dos noivos, a partir do século XII o consentimento
ou manifestação voluntária da vontade de unir-se passou a ser parte da condição para o
casamento. Na Europa medieval, durante muito tempo o casamento foi uma forma de
manter alianças político militares, entre a realeza e demais membros da nobreza, por
forma a assegurar a estabilidade económica da região.
Moçambique é um dos países que tem estado a dar passos significativos na prevenção e
combate as Uniões Prematuras. O compromisso pela erradicação deste mal que afecta
48% de raparigas em Moçambique tem sido expresso e assumido pelo Presidente da
República, Filipe Jacinto Nyusi, pela Primeira-dama da República de Moçambique,
Isaura Nyusi, pela Presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança
Bias e pela Ministra de Género Criança e Acção Social, Cidália Chaúque Oliveira. Por
parte da Sociedade Civil esta preocupação foi expressa pela Coligação para Eliminação
dos Casamentos Prematuros em Moçambique (CECAP) pelos Parceiros de Cooperação e
por Individualidades tais como Graça Machel Trust (Presidente da FDC).
As Leis das Uniões Prematuras no ordenamento jurídico moçambicano são como uma
das expressões pouco percebida de abuso sexual e da violação dos direitos sexuais e
reprodutivos da rapariga contudo, percorrendo os dispositivos legais (Lei da Família) lei
no 22/2019 de 11 de Dezembro, podemos constatar uma almofada que acomoda essa
prática, ao conceber no artigo 77º da aso a esta prática ao consentir que pessoas com
11
menos de 18 anos e maiores de 16 possam contrair casamento, bastante que haja
consentimento dos pais ou sejam emancipados.
Sob o ponto de vista académico, é importante fazer o estudo sobre este tema, pois
apresenta um pouco ou quase inexplorada no contexto das discussões sociológicas e de
desenvolvimento sobre casamentos prematuros em Moçambique, que é a abordagem
jurídica que analisa as Implicações da Violação dos Direitos Fundamentais dos Menores.
Nesse sentido, a partir do que está exposto e analisado, lança-se importantes contributos
para as autoridades de administração da justiça, lançam-se novos horizontes de pesquisa
que, posteriormente ajudarão a compreender as subjectividades dos menores em situação
forçada de casamento. As Uniões Prematuras em Moçambique, tal como em outros países
da região austral de África, é uma das principais formas de abuso e violação dos direitos
da rapariga.
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Considera-se assim, que as uniões de carácter matrimonial envolvendo menores de idade,
sendo promovidas por adultos não têm enquadramento no ordenamento jurídico
moçambicano (Ex: Código Civil, Lei da Família), é pois, neste âmbito que torna-se
importante ter em consideração que neste artigo o casamento prematuro resume-se a
relações de carácter matrimonial envolvendo indivíduo adulto de sexo masculino e menor
de sexo feminino.
A magnitude dos efeitos das uniões prematuras não são conhecidas no país, porém,
reconhece-se que o seu impacto está directamente relacionado com aumento:
União Prematura é a ligação entre pessoas que, em que pelo menos uma seja criança,
formada com o propósito imediato ou futuro de constituir família. O casamento, noivado,
a união de facto ou qualquer relação que seja equiparável à relação de conjugalidade,
independentemente da sua designação regional ou local, envolvendo criança, são havidos
como união prematura nos termos da presente Lei (Artigo 2). E de acordo com o Artigo
77, que fala da autorização e incentivo para a união, o Legislador diz nº 1 que: “O pai,
mãe, tutor, padrasto, madrasta, qualquer outro parente na linha recta e qualquer parente
até ao terceiro grau na linha colateral. O encarregado de guarda da criança ou da sua
educação, ou a pessoa que, de boa-fé, tiver a criança na sua dependência ou sobre ela
exercer poder equiparável ao parental ou de guarda, que autorizar ou obtiver autorização
para união de criança, instigar, aliciar ou não obstar a união, será punido com pena de
prisão de (2) dois a (8) oito anos e multa até dois anos, se pena mais grave não couber.”
13
2.8. Causas das Uniões Prematuras
Que factores contribuem para a preocupante situação das elevadas taxas de uniões
prematuras em Moçambique? Vários estudos e análises (por exemplo, UNICEF, FNUAP
e CECAP 2015; UNICEF 2015; Francisco 2014; Osório e Macuácua 2013).
Com base na vasta literatura disponível, podemos afirmar que a predominância da cultura
patriarcal é a base sobre a qual assentam diversos factores que propiciam a manutenção e
reprodução das uniões prematuras. Essa cultura patriarcal funciona como fermento para a
prática de ritos de iniciação com uma orientação contrária à dignidade da pessoa humana
prevista na Declaração Universal dos Direitos Humanos, contra a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e contra a
Constituição da República de Moçambique, que estabelece o princípio da igualdade entre
homens e mulheres.
A estrutura conceptual dos programas educativos tem sido, por isso, concebida para
defender o status quo da rapariga que “existe para servir e obedecer ao rapaz”.
Reconhecendo esse facto, o Governo de Moçambique destaca como acção necessária
para a redução das uniões prematuras “o empoderamento das raparigas com informação,
habilidades e redes de apoio para aumentar os conhecimentos sobre si próprios, o mundo
que as rodeia e que sejam capazes de tomar decisões sobre as suas vidas” Osório (2013).
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Apesar de ser dinâmica, a cultura leva muito tempo a mudar e a sua mudança acontece
sempre sob influência de outros factores contextuais, tais como: a elevação dos níveis de
escolaridade, o aumento do poder de compra enquanto consequência do desenvolvimento
económico, o aumento da disponibilidade tecnológica, a massificação de informação
(media tradicionais e redes sociais) e maior integração intercultural. Assim, nem o
Governo e nem as Organizações da Sociedade Civil (OSC), muito menos os parceiros de
cooperação devem entrar em pânico com a lentidão da mudança cultural, pois ela não só
leva tempo a acontecer como acontece em resultado da mudança dos factores
mencionados acima.
15
O conteúdo dos ritos de iniciação assenta na promoção de um quadro cognitivo cultural
de “formatação da mentalidade” das crianças para serem seguidoras cegas da cultura
patriarcal. A este propósito, a pesquisadora Conceição Osório relata que, quando estudou
os ritos de iniciação, notou que:
É assim que os ritos de iniciação são percebidos como uma das fontes que impulsionam
as uniões prematuras, resultando depois em gravidez precoce e na geração de mães e
crianças subnutridas que, de seguida, têm de enfrentar todas as consequências das
dificuldades da saúde materno-infantil. No entanto, não se critica a existência dos ritos de
iniciação em si, mas somente uma parte dos seus conteúdos e a metodologia neles usados.
Portanto, os ritos de iniciação com todos os defeitos que lhe são apontados ao longo deste
estudo, constituem uma manifestação cultural profunda, secular e que, como qualquer
manifestação cultural, contém defeitos que devem ser corrigidos.
16
CAPITULO III
3. Metodologia
O presente estudo de pesquisa foi qualitativa. Uma pesquisa qualitativa “é uma pesquisa
descritiva em que o investigador se interessa mais pelo processo do que pelos resultados,
examina os dados de maneira indutiva e privilegia o significado “Boaventura (2007:56).
Neste tipo de pesquisa, a preocupação não é apenas com a quantificação de dados, mas
procurar descrever a interacção, as relações que se verificam entre variáveis, neste caso a
motivação e a retenção.
Nesta ordem de ideia, o presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa
qualitativa e quantitativa, considerando que esta abordagem proporcionou resultados
significativos, no sentido de potenciar ao pesquisador uma visão mais ampla do
quotidiano, além de produzir conhecimentos e contribuir para a transformação da
realidade em estudo.
17
O processo de investigar segundo Marconi e Lakatos (2003), oferece as seguintes etapas:
3.4.1. População
18
indicados; a delimitação do universo, consiste em explicar que as pessoas ou coisas,
fenómenos etc. foram pesquisados, enumerando-se as suas características comuns.
3.4.2. Amostra
Assim, nesta pesquisa, seleccionou-se uma parte dos elementos da população alvo,
constituída por (10) elementos dos quais, (02) Líderes comunitários, (05) mães que
acolheram casos de união prematura e (03) ex-adolescentes que casaram prematuramente,
os quais relacionam-se intencionalmente com o objecto da pesquisa, seleccionados com
base em amostragem intencional ou por propósito. Não foi possível a aplicação do
questionário devido à natureza do problema pois muitas famílias naquele Distrito de
Zandamela, ao tomar conhecimento do carácter criminal das uniões prematuras, preferem
não tomar partido sobre o assunto, daí que optou-se pelo uso da revisão bibliográfica
como mecanismo de colecta de dados e informação.
19
vontade. No que diz respeito a análise documental, a mesma baseou-se essencialmente na
leitura da lei da família e artigos científicos relacionados com a temática em estudo. Por
sua vez o inquérito será utilizado com a finalidade de recolher a opinião e preocupação
das raparigas que compõem o objecto de estudo no caso do Distrito da Zandamela.
3.5.1. Questionário
Segundo Gil (1989), refere que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida desde o material
previamente elaborado, constituído geralmente de livros e artigos científicos. Ainda para
este autor, afirma que a pesquisa bibliográfica se utiliza essencialmente das contribuições
de vários autores sobre determinada questão.
3.5.3. Entrevista
20
Lakatos e Marconi (1996, p. 1959), na sua abordagem adverte-nos que a entrevista é um
encontro estabelecido entre dois ou mais indivíduos, cujo objectivo é estabelecer uma
conversa interagindo de forma a obter informações que visam dar resposta as questões
colocadas aos entrevistados.
3.6.Fiabilidade e Validade
Seja qual for o procedimento de recolha de dados que adoptar, devera sempre examina-lo
criticamente e ver até que ponto ele será fiável e valido. A fiabilidade de um teste ou de
outro processo de recolha de dados consiste na sua capacidade de fornecer resultados
semelhantes sob condições constantes em qualquer ocasião. Ao escrever sobre este tema,
levanta a seguinte questão:
21
CAPITULO IV
Mas, no fim, o problema da pobreza não fica resolvido com essa união prematura Varela.
A pobreza multidimensional é medida combinando diferentes componentes do bem-estar
da população (metodologia de Alkire-Foster) em contraposição com outras medições da
pobreza do rendimento ou do consumo. Na medição da pobreza multidimensional,
considera-se o acesso a um conjunto de seis elementos mais estáveis:
22
Pelo menos um membro do agregado familiar ter finalizado a escola primária
completa;
Ter acesso à fonte de água segura; Ter acesso a saneamento melhorado;
Ter acesso à energia;
A casa possuir cobertura com materiais convencionais;
Posse de bens duráveis.
Considera-se pobre o agregado familiar privado de, pelo menos, 4 dos 6 indicadores
apresentados.
As províncias com os mais altos índices de pobreza (Zambézia, Tete, Cabo Delgado,
Nampula, Niassa e Manica) são, coincidentemente, aquelas onde se praticam ritos de
iniciação e, ao mesmo tempo, são as províncias com as mais altas taxas de uniões
prematuras e gravidez precoce.
Para Bagnol et al (2015), nas situações em que os esposos abandonam suas esposas
(menores), elas ficam com os bebés que resultam desse casamento, sob os cuidados de
avós, facto que implica grande insegurança, tanto para a mãe adolescente quanto para o
bebé, especialmente quando a família tem poucos recursos financeiros e é incapaz de
23
sustentá-los. Como refere o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2015),
no seu estudo “Casamento Prematuro e Gravidez na Adolescência em Moçambique:
Segundo a citação do PSAF (2014), com as outras pesquisas concluio que a pobreza é
uma das principais razões das uniões prematuras:
Aprovação/desistência/repetência).
24
Tabela 1: Desempenho escolar: aprovação/desistência/repetência
M/F 80,1 80,5 81,5 82,8 83,1 64,1 63,3 63,4 67,4 67,4
Taxa de M/F 8,4 8,0 7,8 7.1 7.1 8.4 10,6 84,4 8,3 7,8
Desistênc
ia
M/F 9,0 8,5 8,2 7,4 7,4 8,2 10,3 8,5 7,8 6,9
Taxa de 7,1 Sem 7,2 6,0 13,3 13,8 13,6 14,7 12,7 12,9 13,4
repetênci info
a
M/F Sem 7,5 6,9 6,4 13,0 13,8 13,6 14,5 12,5
info.
26
Barros e Taju: Sustentam que:
Por isso, a partir da compreensão das lógicas que determinam o lugar onde a criança
ocupa na estrutura familiar e o seu espaço de actuação torna-se, a nosso ver, fácil
compreender os factores que tornam as leis das uniões prematuras um fenómeno que
ocorre em regiões específicas do país com impacto severo na qualidade de vida da
população feminina das zonas rurais.
Os autores consultados que abordam a infância como uma das áreas de estudos sociais
não consideram existir uma infância/criança universal. Por isso, tendo consciência da
não existência de um conceito Universal de criança/infância.
Estes autores afirmam que, os papéis e espaços sociais de actuação das crianças são
determinados em função das referências culturais do grupo no qual estas se encontram
inseridas. Esse posicionamento remete-nos à discussão sobre a capacidade que as
crianças têm para negociar seus interesses nos espaços que lhes são socialmente
prescritos.
O ponto de pesquisa para a delimitação da noção da lei das uniões prematuras passa
pela harmonização do conceito criança. Sendo uma categoria social importante no
processo de produção e reprodução de valores, normas e práticas culturais, a criança,
conceitualmente apreendida e compreendida é vivenciada de maneira diversificada em
função das representações e lógicas de vida dos grupos nos quais ela se encontra
inserida.
27
Sendo que a lei das uniões prematuras constituem um fenómeno caracterizado pelo
casamento tradicional entre indivíduos adultos do sexo masculino e raparigas na
adolescência e pré- adolescência, que vivem em contextos socioculturais específicos.
28
Segundo Arnaldo (2007).
Por outro lado, sendo as leis das uniões prematuras o marco de ingresso na vida adulta
que legitima os laços de pertença ao grupo familiar e comunidade, torna-se possível
apoiarmo-nos nos autores dos estudos feministas para afirmar que o casamento
prematuro constitui fenómeno que se desenvolve directamente ligado ao processo de
construção da identidade feminina que salienta a subalternização da mulher. Isto pelo
facto de esta ser mulher, e da rapariga pelo facto de ser
“criança”.
29
estabelecidas na sociedade”. Neste âmbito, considera-se que as raparigas dispõem de
espaço e instrumentos limitados e aceites para se protegerem das uniões prematuras.
A Curto Prazo: Advogar por uma reforma legal. A idade legal para o casamento é 18
anos segundo a Lei da Família (Lei 10/2004) e a Lei de Promoção e Protecção dos
Direitos da Criança (Lei 7/2008).
No entanto, existe uma lacuna nesta legislação, permitindo o casamento aos 16 anos
com o consentimento dos pais (ironicamente com nenhuma menção do consentimento
da criança). Uma vez que a maioria destas uniões prematuras resulta de acordos
familiares, a actual legislação acaba conferindo cobertura legal ao casamento de
crianças que tenham a idade de 16 anos (UNICEF 2015).
30
Por esta razão, a CECAP, em colaboração com a 3.ª Comissão da Assembleia da
República, elaborou uma proposta de Lei de Prevenção e Combate às Uniões
Prematuras.
Além de advogar por uma lei específica contra as uniões prematuras, seria interessante
divulgar e monitorar outras leis e programas ligados à protecção dos direitos sexuais e
reprodutivos de jovens e adolescentes.
31
Promover o empoderamento económico da mulher. As raparigas e suas famílias
precisam de melhorar as suas perspectivas económicas. Somente quando as famílias e
as raparigas poderem colher os benefícios económicos do investimento na sua
educação, através de um maior poder aquisitivo na vida adulta, é que as famílias e as
próprias raparigas poderão visualizar o investimento na educação como um incentivo
muito forte para atrasar a idade de casamento. As transferências monetárias também
podem jogar um papel importante na redução das pressões económicas dos agregados
familiares que influenciam a ocorrência dos casamentos prematuros (UNICEF 2015).
O casamento é uma instituição moldada pelas atitudes sociais e, por isso, provocar
mudanças para que o casamento ocorra mais tarde através de intervenções com foco
em famílias individuais, não é susceptível de provocar alterações de atitudes e
comportamentos ao nível mais amplo da comunidade.
32
CAPÍTULO V 5. Conclusões, Recomendações e Limitações
5.1. Conclusões
De um modo geral a situação das uniões prematuras tem de ser tratada como uma
emergência nacional, um desastre socioeconómico que assola o país com consequências
graves, hoje e pior amanhã. Conhecida a cadeia dos efeitos negativos que resultam das
uniões prematuras, nomeadamente, a gravidez precoce, as fístulas obstétricas, o abandono
escolar pelas raparigas e a desnutrição crónica, é inaceitável o país continuar a fracassar
no combate a este flagelo.
Por que é que o poder político não assume tal gravidade do problema? Por falta de
vontade política, informaram várias pessoas consultadas no decurso deste estudo. Ora,
como é que se cria vontade política? Só pela via da pressão social.
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Contudo, os objectivos pelos quais se norteou a presente pesquisa pressupõem-se que
tenham sido alcançados, as hipóteses foram confirmadas para o pleno entendimento de
que uniões prematuras são criminalizáveis.
O trabalho com os líderes tradicionais, igrejas e mesquitas, assim como com as raparigas
que se encontram no comando dos ritos de iniciação, é crucial para transmitir os
benefícios de se retardar o casamento. Sendo que a lei das uniões prematuras constituem
um fenómeno caracterizado pelo casamento tradicional entre indivíduos adultos do sexo
masculino e raparigas na adolescência e préadolescência, que vivem em contextos
socioculturais específicos.
O ponto de pesquisa para a delimitação da noção da lei das uniões prematuras passa pela
harmonização do conceito criança. Sendo uma categoria social importante no processo de
produção e reprodução de valores, normas e práticas culturais, a criança, conceitualmente
apreendida e compreendida é vivenciada de maneira diversificada em função das
representações e lógicas de vida dos grupos nos quais ela se encontra inserida.
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5.2. Recomendações da Pesquisa
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Escassez de fontes primária e secundárias como, Livros que versam sobre a
questão de uniões prematuras devido ao próprio conceito que se confunde com
casamento prematuro.
Recusa das comunidades em fornecer elementos substantivos que possam
contribuir para a compreensão da magnitude da situação sobre lei das uniões
prematuras e do papel que cada um tem no seu combate.
Limitação da abordagem jurídico e criminal das uniões prematuras.
Não foi possível mapear as menores que se encontram na situação de união
prematuras, de modo a colher o entendimento destas no que diz respeito à
natureza criminal dos seus actos de acordo com a lei vigente em Moçambique.
6. Referências bibliográficas
36
FÓRUM MULHER. Violência Sexual: Basta de silêncio! Edição gráfica: A2Desing, lda.
COELHO, F. P. e OLIVERA, G. de, Curso de Direito da Família: Introdução Direito
Matrimonial, 2003p. 173.
Fernandes, cleoni. A procura da senha da vida de senha a aula dialógica? in: viega, Ilma.
passos alencastro ( org), aulas : génese dimensões, princípios e práticas. Campinas
papiros, 1999
FÓRUM MULHER. Violência Sexual: Basta de silêncio! Edição gráfica: A2 Desing, lda.
GIL, António Carlos (1999), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo. Editora
Atlas
GIL, António Carlos (1999). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4ª Edição. São
Paulo.
37
MARCONI, M.A & LAKATOS, E.M. (1996). Metodologia Científica. 2ª Edição, Editora
Atlas MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria (2009), Metodologia
Científica. 5ª Edição. São Paulo. Editora Atlas.
Disponível em http://www.wlsa.org.mz/wpcontent/uploads/2014/11/Ritos2013.pdf.
TAVARES, André Ramos, Curso de direito constitucional, 4.ª Edição, São Paulo:
Saraiva, 2006. UNICEF e FNUAP. 2016. Comunicado de imprensa da UNICEF e
UNFPA contra os casamentos prematuros. Nova Iorque, 8 de Março de 2016. Disponível
em http://www.wlsa.org.mz/comunicado-de-imprensa-da-unicef-e-unfpa-contra-
oscasamentos- prematuros/.UNICEF 2015. Casamento Prematuro e Gravidez na
38
Adolescência em Moçambique: Resumo de Analises. Disponível em
http://www.unicef.org.mz/wpcontent/uploads/2015/07/PO_Moz_Child_Marriage_Low_R
es.pdf.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. Vol.6. 10aedição. São Paulo: Atlas.2010
Legislação Nacional
BR (2004), Lei da Família, Lei no 10/ 2004 de 25 de Agosto.
BR (2009), Lei sobre a Violência Doméstica Praticada Contra a Mulher, Lei no 29/ 2009
de 29 de Setembro.
Código Penal.
39
República de Moçambique (2009) Constituição da República de Moçambique. Escolar
Editora, Editores e Livreiros, Lda. Maputo.
ANEXOS
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TRABALHO DO CAMPO
Até que ponto a lei das uniões prematuras garante a protecção dos direitos humanos
penalizando os seus actores, cúmplice no ordenamento jurídico moçambicano: Caso
Distrito de Zandamela (2022-2023).
Posição que ocupa na tua unidade ou bairro: (Assinalar com X apenas uma alternativa)
2.1.Cidadão comum------------ (sem cargo de chefia) ------------------:
Parte II
Responde as questões que se seguem, nos espaços reservados para o efeito. Em alguns
casos assinale a opção ou opções que julgar correctas:
Usando palavras tuas, o que entendes por Lei das Uniões Prematuras?
R:
………………………………………………………………………………………………
………………
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Será que há Lei das Uniões Prematuras no Distrito da Manhiça? Assinale com X apenas
uma alternativa: Sim-
----- Não-----
a) No caso de sim, qual é o papel desenvolvido pela comunidade para a redução deste mal
no Distrito de Zandamela?
………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………
…………………………………………
Como é que tem sido tratado os casos de Uniões Prematuras no Distrito de Zandamela?
………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………
………………………...
Pela tua ideia, os casos de Uniões prematuras tem aumentado, diminuindo ou nada muda
nos últimos dias?
Sim Não
………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………..
……………………………………………………........
Quais são as dificuldades que se tem passado no teu bairro ou unidade para tratar ou
mitigar casos das Leis de Uniões Prematuras?
………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………
………………………..
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Como tem sido a convivência entre as pessoas vítimas de Uniões prematuras, e os
violentadores?
………………………………………………………………………………………………
……………………………………………..
…………………………………………………………………………
TRABALHO DO CAMPO
Até que ponto a lei das uniões prematuras garante a protecção dos direitos
humanos penalizando os seus actores, cúmplice no ordenamento jurídico
moçambicano: Caso Distrito da Manhiça (2020-2021).
PRIMEIRO INQUERIDO
2. Usando palavras tuas, o que entendes por Lei das Uniões Prematuras?
3. Será que há uniões Prematuras no Distrito da Manhiça? Assinale com X apenas uma
alternativa:
Sim------ Não-----
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Este respondeu sim,
4. No caso de sim, qual é o papel desenvolvido pela comunidade para a redução deste
mal no Posto Administrativo de Calanga?
Respondeu que depende da entrega das famílias vitimas se aproximarem a nós como
estrutura sempre apelamos que entre eles haja entendimento e quando houver ou
persistir desentendimento, apelamos a família da menina para ir queixar a policia.
Respondeu que são as raparigas, são casos raros em que atendemos um menino menor
de idade a unir-se com uma mulher maior de idade, nunca tivemos esses casos.
9. Quais são as dificuldades que se tem passado no teu bairro ou unidade para tratar ou
mitigar casos das Leis das Uniões Prematuras?
Respondeu que há muito desprezo por parte das raparigas assim como os rapazes
quando nós como estrutura falamos com eles não entendem nada só quando fala-se da
Policia é quando ouvem um pouco e para os pais ou progenitores dos ambos também há
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problemas por que caso houver uma união prematura onde houve consentimento entre
os pais e o casal de menores, ai a estrutura não tem como intervir porque esses casos
não são denunciados e quando nòs intervimos dizem que somos odiosos não esperamos
sermos chamados porquê?
10. Como tem sido a convivência entre as pessoas vítimas de Uniões Prematuras, e os
violentadores?
Respondeu que caso houver entendimento no tratamento de casos a convivência tem
sido boa e caso a contrario não.
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Figura 2. Reunião com as famílias que instam as uniões prematuras.
Figura 3. Comunidade reunida com objectivo de falar das desvantagens das uniões
prematuras as raparigas.
Cronologia de Actividades
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