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pcpr2020
DELEGADO DE POLÍCIA
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OBSERVAÇÕES INICIAIS
OLÁ, AMIGO(A) DELEGADO(A), a caminhada para o desafio aos que vencerão no Paraná
começa aqui.
Chegou a hora de adentramos em uma leitura mais direcionada ao que interessa ser
revisado com maior cuidado.
Essa é a rodada 01, onde selecionamos três disciplinas importantíssimas: Direito Consti-
tucional, Direito Processual Penal e Medicina Legal (um diferencial no estudo para nossa
carreira).
Além disso, é muito importante para nossa equipe que não deixe de avaliar os materiais
e as videoaaulas, esse feedback é essencial para nosso trabalho.
Faça a sua parte e estude com dedicação! O melhor resultado vem logo mais.
(Robert Collier)
Atenciosamente,
Equipe Mege.
SUMÁRIO
PARTE I............................................................................................................................................. 6
DOUTRINA.................................................................................................................................................. 6
CONCEITO, OBJETO DE CONSTITUIÇÃO E NATUREZA........................................................................... 6
PERSPECTIVAS DO DIREITO CONSTITUCIONAL...................................................................................... 8
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................................................. 9
CONSTITUIÇÃO: SENTIDO SOCIOLÓGICO; SENTIDO POLÍTICO; SENTIDO JURÍDICO........................ 9
SENTIDOS (CONCEPÇÕES/ACEPÇÕES).................................................................................................... 9
SOCIOLÓGICO (FERDINAND LASSALLE) – “O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO”........................................ 9
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS........................................................27
APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS........................................................27
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM JOSÉ AFONSO DA SILVA..............................................................30
PODER CONSTITUINTE............................................................................................................................33
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (PCO)...........................................................................................34
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE................................................................................38
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR..............................................................................41
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR.........................................................................................48
PODER CONSTITUINTE DIFUSO..............................................................................................................49
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL.............................................................................................49
PARTE II.......................................................................................................................................... 50
DIREITO PROCESSUAL PENAL.................................................................................................................50
DOUTRINA................................................................................................................................................ 50
04
INQUÉRITO POLICIAL...............................................................................................................................50
CONCEITO................................................................................................................................................. 50
NATUREZA JURÍDICA................................................................................................................................50
FINALIDADE.............................................................................................................................................. 50
POLÍCIA JUDICIÁRIA X POLÍCIA ADMINISTRATIVA................................................................................51
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL...................................................................................52
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL........................................................................................54
NOTICIA DO CRIME (NOTITIA CRIMINIS)...............................................................................................57
FORMAS DE INSTAURAÇÃO....................................................................................................................58
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONA-
DA............................................................................................................................................... 59
INVESTIGAÇÃO CONTRA AUTORIDADE COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO..................60
DIILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS............................................................................................................61
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS REQUERIDAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO....................................67
PRAZOS..................................................................................................................................................... 67
RELATÓRIO DA AUTORIDADE POLICIAL................................................................................................68
DESTINO DO INQUÉRITO POLICIAL.......................................................................................................69
INDICIAMENTO.........................................................................................................................................70
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO INQUÉRITO POLICIAL....................................71
ARQUIVAMENTO DO INQÚERITO POLICIAL..........................................................................................72
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP)...................................................................................74
ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL..........................................................................................79
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA.....................................................................................80
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OUTROS PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS...................................................................................80
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO...............................................82
CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL PELO MP...................................................................82
JUIZ DAS GARANTIAS...............................................................................................................................83
QUESTÕES................................................................................................................................................. 88
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PARTE I
DOUTRINA
DIREITO CONSTITUCIONAL
ATENÇÃO: Uma última prova de Delegado Paraná não caiu questão sobre o tema.
Em análise aos últimos 10 anos de provas de Delegado de Polícia, o tema não foi
cobrado de forma específica. No entanto, por ser um tema introdutório ao Direito Consti-
tucional, pode ser cobrado em conjunto com qualquer outro tópico do edital.
Em análise aos 15 últimos editais e provas realizadas pela Banca NC- UFPR, este
tópico foi cobrado em conjunto com classificações das Constituições em uma prova.
06
Ademais, é uma Lei fundamental do Estado, que visa organizar os seus elementos
constitutivos, como:
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Tem por objeto a constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer
sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e limita-
ção do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais.
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a) Constituição costumeira é aquela que, mesmo existindo um texto constitucional
expresso, é derrogada pelos costumes praticados pelas instituições políticas.
RESPOSTA: B 08
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FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL
ATENÇÃO: Última prova de Delegado Paraná caiu uma questão sobre sentidos
da Constituição.
- Em análise aos 15 últimos editais e provas realizadas pela Banca NC- UFPR este
tópico não constava no edital e consequentemente não foi cobrado.
SENTIDOS (CONCEPÇÕES/ACEPÇÕES)
SOCIOLÓGICO (FERDINAND LASSALLE) – “O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO”
A constituição seria uma “mera folha de papel”, caso ela não representasse o
somatório dos fatores reais de poder presentes numa sociedade.
Real: fruto do reflexo social, bem como, corresponde à própria realidade social
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(prevalência);
Jurídica: fruto da racionalidade humana/dever-ser, destoa da realidade.
Resposta: E
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Î Organização do Estado
Î Organização dos Poderes
Î Direitos e Garantias Fundamentais
Caso a norma não aborde nenhuma dessas matérias acima mencionadas será
denominada de norma constitucional formal (leis constitucionais).
IMPORTANTE: Para este autor há divisão clara entre a constituição e a lei constitucional:
Î organização dos Estados, dos Poderes e efetiva proteção dos Direitos e Garantias
Fundamentais.
a) Sentido político
b) Sentido sociológico.
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c) Sentido jurídico.
d) Sentido culturalista.
e) Sentido simbólico
Resposta: A
ERRADO.
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A constituição não se situa no mundo do “ser” e sim do “dever ser” (o direito tem um
caráter prescritivo e não descritivo).
- Hipotética: porque não é uma norma posta, é apenas pressuposta, não é uma
norma positivada, é apenas uma pressuposição, como se a sociedade fizesse uma pres-
suposição que essa norma existe para fundamentar a constituição.
a) Hans Kelsen concebe dois planos distintos do direito: o jurídico-positivo, que são
as normas positivadas; e o lógico-jurídico, situado no plano lógico, como norma
fundamental hipotética pressuposta, criando-se uma verticalidade hierárquica de
normas.
b) Para Hans Kelsen, as normas jurídicas podem ser classificadas como normas
materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. Para o referido
autor, mesmo as leis ordinárias, caso tratem de matéria constitucional, são defi-
nidas como normas materialmente constitucionais.
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d) De acordo com o sentido sociológico de Ferdinand Lassalle, a constituição não se
confunde com as leis constitucionais. A constituição, como decisão política funda-
mental, irá cuidar apenas de determinadas matérias estruturantes do Estado, como
órgãos do Estado, e dos direitos e das garantias fundamentais, entre outros.
RESPOSTA: A
De acordo com uma das concepções sobre a Constituição, ela “consigna a norma
fundamental hipotética não positiva, pois sobre ela embasa-se o primeiro ato legis-
lativo não determinado por nenhuma norma superior de direito positivo” (BULOS,
Uadi Lammêgo, Curso de Direito Constitucional, 2015, p. 103). O trecho acima des-
tacado:
a) remete aos fatores reais de poder enunciados por Lassale em sua concepção
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sociológica.
c) tem por base a linha decisionista que funda a concepção política de Schimitt.
RESPOSTA: E
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autoridade sido entendida ao longo da modernidade justamente como um poder
que não encontrava limites no direito positivo? Uma soberania limitada parecia uma
contradição e, de fato, a exigência de poderes políticos limitados implicou redefinir
o próprio conceito de soberania, que sofreu uma deflação.
CERTA
15
ELEMENTOS
RESPOSTA: CERTO
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Elementos limitativos: manifestam-se nas normas que compõem o elenco dos
direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos poderes estatais:
Título II- Dos Direitos e Garantias Fundamentais (exceto o capítulo II – Dos Direitos
Sociais.
Art.102, I, a – ADI
16
Art. 34 a 36 – intervenção nos Estados e Municípios
(CESPE DPCRN - 2009) Acerca dos sentidos, dos elementos e das classificações
atribuídos pela doutrina às constituições, assinale a opção correta.
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c) Quanto à forma, diz-se formal a constituição cujo texto é composto por normas
materialmente constitucionais e disposições diversas que não tenham relação
direta com a organização do Estado.
RESPOSTA: A
Preâmbulos 17
ADCT
Art.5 parag.1
ATENÇÃO: Última prova de Delegado Paraná não caiu questão sobre o tema.
- Em análise aos 15 últimos editais e provas realizadas pela Banca NC- UFPR, o
tópico classificações das Constituições constava em 8 editais e caiu uma vez. Já o tópico
normas constitucionais constava em 9 editais e caiu uma vez.
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- Com relação às normas constitucionais fiquem atentos aos artigos da Constituição
Federal que se referem às normas de eficácia limitada e as normas de eficácia contida,
tendo em vista que a banca pode trocar uma pela outra.
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
QUANTO AO CONTEÚDO
Î CRFB/88: Formal.
18
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO?
e) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou
imutável), pois o seu núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.
RESPOSTA: D
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QUANTO À FORMA
Î CRFB/88: Escrita.
RESPOSTA: B
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QUANTO À ORIGEM
RESPOSTA: C
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(CEBRASPE DPC MA – 2018) De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem,
as Constituições podem ser classificadas como:
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação po-
pular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do
detentor do poder.
RESPOSTA: A 21
QUANTO À ESTABILIDADE/MUTABILIDADE/ALTERABILIDADE
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É exemplo a Constituição de 1824.
Flexível: admite alteração pelo mesmo processo legislativo de alteração das leis.
Î CRFB/88: Rígida.
QUANTO À ELABORAÇÃO
Î CRFB/88: Dogmática.
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das Constituições flexíveis não há uma hierarquia entre Constituição e legislação
infraconstitucional, ou seja, uma lei infraconstitucional posterior altera texto consti-
tucional quando for com ele incompatível (critério cronológico).
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RESPOSTA: E
QUANTO À EXTENSÃO
Î CRFB/88: Analítica.
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COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO?
RESPOSTA: C
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QUANTO À IDEOLOGIA
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e) as constituições semirrígidas são aquelas que podem ser modificadas por meio
de emendas ou de revisão constitucional.
Resposta: D
Î CRFB/88: Eclética.
Normativa (com valor jurídico): Seria aquela perfeitamente adaptada ao fato so-
cial. Além de juridicamente válida, ela estaria em total consonância com o processo polí-
tico.
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QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO
Î CRFB/88: Unitária.
QUANTO À FINALIDADE/MODELO
QUANTO AO SISTEMA
Preceitual: Prevalecem as regras, que para boa parte da doutrina nacional, pos-
suem um baixo grau de abstração e um alto grau de determinabilidade.
Î CRFB/88: Principiológica.
QUANTO À FUNÇÃO
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aprovação da Constituição Formal e de sua estruturação do poder político no interregno
constitucional, a que se acrescenta a função de supressão ou erradicação de resquícios
do antigo regime.
CONSTITUIÇÕES EXPANSIVAS
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A expansividade da CF, 1988 pode ser vista em três planos:
Aplicabilidade:
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b) Mediata: São normas não autoexecutáveis. Exigem um regramento posterior
para que possam produzir efeitos sociais. Precisa desse arcabouço posterior.
Eficácia:
b) Social: É a norma que tem ressonância na sociedade. Por isso se diz norma de
eficácia social. Há normas que estão na constituição, mas não possuem eficácia social. Ex.
art. 7º, IV – tem eficácia jurídica, mas não tem eficácia social (norma do salário mínimo).
(NC-UFPR PROCURADOR JURÍDICO – 2020) [...] não se pode deduzir que todos os
direitos fundamentais possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora
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todos eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferido pelo
legislador constituinte. (HACHEM, Daniel Wunder. Mandado de Injunção e Direitos
Fundamentais, 2012.) Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
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e) O autor se refere particularmente à distinção entre os direitos fundamentais que
estão expressos na Constituição de 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo
dos princípios por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de proteção
estabelecido em nível constitucional para esses dois grupos de direitos.
RESPOSTA: A
Outra informação importante é que apenas um dos quinze editais da banca foi feita
referência bibliográfica. No entanto, na prova (NC-UFPR ADVOGADO – 2019) não foi
cobrada nenhuma referência bibliográfica específica.
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A título de conhecimento: Daniel Wunder Hachem. Professor da Graduação, Mes-
trado e Doutorado em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e da
Universidade Federal do Paraná. Diretor Adjunto de Internacionalização da PUCPR.
Professor Visitante da Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (2018/2020). Pós-Dou-
torado pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (Bolsa CAPES Pós-Doutorado no
Exterior - PDE - 2017). Doutor e Mestre em Direito do Estado pela Universidade
Federal do Paraná. Professor do Corpo Docente Estável e do Comitê Acadêmico do
Mestrado em Direito Administrativo da Universidad Nacional del Litoral (Argentina).
Professor Visitante da Universitat Rovira i Virgili - Espanha (2016). Coordenador do
Curso de Especialização em Direito Administrativo do Instituto de Direito Romeu
Felipe Bacellar. Membro do Foro Iberoamericano de Direito Administrativo, da
Associação de Direito Público do Mercosul. Diretor de Publicações da Rede Docente
Eurolatinoamericana de Direito Administrativo. Líder do NUPED - Núcleo de Pesqui-
sas em Políticas Públicas e Desenvolvimento Humano da PUCPR. Diretor Acadêmico
do NINC - Núcleo de Investigações Constitucionais do Programa de Pós-Graduação
em Direito da Universidade Federal do Paraná (www.ninc.com.br). Editor-Chefe da
Revista de Investigações Constitucionais (Qualis A1), da Revista de Direito Econô-
mico e Socioambiental (Qualis A2) e da Revista Eurolatinoamericana de Derecho
Administrativo. Editor Acadêmico da A&C - Revista de Direito Administrativo & Cons-
titucional (Qualis A2).
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CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM JOSÉ
AFONSO DA SILVA
Î Eficácia plena (aplicabilidade imediata): desde a promulgação, está apta a
produzir todos os seus efeitos, não necessitando de regulamentação infracons-
titucional. É norma de aplicabilidade direta, imediata e de efeitos integrais, que
só poderá sofrer limitações por outra norma constitucional.
a) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito nem a coisa
julgada é de eficácia limitada e aplicabilidade direta.
b) ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal
é de eficácia plena e aplicabilidade imediata.
RESPOSTA: B
ATENÇÃO: Maria Helena Diniz utiliza a nomenclatura “norma com eficácia restringível”.
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COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO?
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RESPOSTA: E
a) de eficácia limitada.
b) diferida ou programática.
c) de eficácia exaurida.
d) de eficácia plena.
e) de eficácia contida.
RESPOSTA: E
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(DPF CESPE – 2018) A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitu-
cionalidade, julgue o item que se segue.
(DPC MG 2006) O artigo 7º, XXVII, da Constituição Federal, que assegura aos traba- 32
lhadores urbanos e rurais, textualmente, “a proteção em face da automação, na
forma da lei”, é norma de eficácia:
a) Contida, cujo saneamento da omissão pode ser tentado por meio de mandado de
injunção e de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
b) Contida, cujo saneamento da omissão pode ser tentado somente pelo trabalhador,
por meio de mandado de injunção, por ser direito a ele conferido.
c) Limitada, cujo saneamento da omissão pode ser tentado somente pelo trabalhador,
por meio de mandado de injunção, por ser direito a ele conferido.
d) Limitada, cujo saneamento da omissão pode ser tentado por meio de mandado
de injunção e de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
RESPOSTA: D
ATENÇÃO: Maria Helena Diniz utiliza a nomenclatura “norma com eficácia relativa
complementável”.
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As normas de eficácia limitada se dividem em dois grupos:
ATENÇÃO: Última prova de Delegado Paraná caiu uma questão sobre o tema.
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- Em análise aos 15 últimos editais e provas realizadas pela Banca NC- UFPR, o tópi-
co Poder Constituinte constava em 6 editais e caiu uma vez.
Não importa a rotulação que é dada ao ato constituinte, o que importará é sua
natureza. Se este ato rompe com a ordem jurídica anterior intencionalmente, de forma a
invalidar a ordem preexistente, há um novo Estado.
(DPC MG - 2008) Com base na teoria geral do Poder Constituinte, podemos enten-
der como poder institucionalizado:
a) todo poder imposto a um grupo de indivíduos sem que se possa distinguir efeti-
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vamente quem o exerce.
c) todo poder que consiste em uma operação jurídica que nasce de determinado
fato ou fenômeno social.
d) todo poder que emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
RESPOSTA: C
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b) Um dos exemplos à limitação circunstancial do poder de reforma na CRFB/88
diz respeito às pessoas que poderão propor emendas à Constituição (artigo 60,
CRFB/88).
RESPOSTA: C
b) Originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, provocando uma rup-
tura com a ordem jurídica anterior.
REPOSTA: B
Î Inicial – Não há nenhum outro poder antes ou acima dele. É um poder inicial,
pois inaugura a ordem jurídica e institui o Estado.
Î Poder juridicamente ilimitado - Não sofre limitação imposta por outra ordem
jurídica, ainda que lhe seja anterior.
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Î Poder Autônomo – Cabe apenas a ele (PCO) escolher a ideia de direito que vai
prevalecer dentro de um determinado Estado.
a) pertencer a uma dada ordem jurídica e ser regido pelo direito por ela positivado.
b) esgotar-se com a edição da Constituição, não subsistindo para além dessa ordem.
d) ter eficácia atual por constituir força histórica apta a realizar os fins a que se propõe.
RESPOSTA: D
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(NC-UFPR PROCURADOR – 2019) Desde a sua promulgação, a Constituição da Repú-
blica de 1988 sofreu uma série de alterações, e o tema da reforma não sai de pauta
dos governos que lhe sucederam. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
RESPOSTA: D 37
Î Material: Diz respeito ao conteúdo, escolhe a ideia de direito que irá prevalecer
nessa nova constituição, os valores a serem consagrados nessa nova constituição.
Povo.
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Formas de expressão do Poder Constituinte Originário:
Art. 25, CF - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que ado-
tarem, observados os princípios desta Constituição.
Art. 11, ADCT - Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará
a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição
Federal, obedecidos os princípios desta.
Dentro dessa ideia de princípio da simetria, o STF costuma dizer que algumas nor-
mas constitucionais são normas de observância obrigatória pelos Estados-membros.
Î Expressas:
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Ex. art.27, §1º, CF - § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às
Forças Armadas.
Ex. Art. 75, CF - As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Implícitas: essas normas geram polêmica, pois sua definição dependem da juris-
prudência do STF, já que não há qualquer norma constitucional que as estabeleça como 39
de reprodução obrigatória. Pelo menos a princípio, não há nenhum critério objetivo para
se aferir quais normas são de observância obrigatória.
Normas que estabelecem competências para os poderes. Ex. ADI 1.901. Se, por
exemplo, na CF uma competência é atribuída ao Chefe do Executivo, ou ao judiciário, ou
ao legislativo, não podem essas mesmas competências serem atribuídas, na esfera esta-
dual ou municipal, a uma autoridade diferente.
Ex. Na ADI 486, uma Constituição Estadual trouxe uma previsão de que as emendas
à constituição estadual deveriam ser aprovadas por 4/5 dos membros da Assembleia
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legislativa. Na esfera federal, a CF exige 3/5 dos membros da Câmara e do Senado. O STF
declarou inconstitucional esse dispositivo, entendendo muito elevado em relação à CF.
Requisitos para a criação de CPI. O art.58, §3º, CF, estabelece os requisitos para a
criação de CPIs e é de observância obrigatória pelas constituições estaduais.
RESPOSTA: B
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PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
Trata-se do poder que vai fazer a reforma da constituição, consagrado no art. 60.
Reforma é a via ordinária de alteração da constituição. São quatro os tipos de limitações
que podem ser impostas ao poder reformador:
Obs: Na constituição atual, havia uma limitação temporal para o Poder Revisor, no
art.3º, da ADCT, em que se vedava a revisão constitucional antes de 5 anos de sua existência.
Art. 60, §1º, CF - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
41
RESPOSTA: D
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(UEG DPC GO – 2018) É constitucionalmente possível, apesar das limitações constitu-
cionais ao poder constituinte derivado, segundo a doutrina nacional predominante,
RESPOSTA: E
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Limitações Formais ou Procedimentais – Há quem chame estas de limitações
implícitas. Estão relacionadas ao procedimento a ser utilizado para a alteração da cons-
tituição.
II - do Presidente da República;
Geralmente, a votação começa na Câmara e depois vai para o Senado. A PEC deve
ser aprovada em 2 turnos de votação, com quórum de 3/5 (ou seja, 60%). Uma casa terá
a iniciativa e a outra será a revisora.
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COMO O ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO?
RESPOSTA: E
43
Art. 60, §2º, CF - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros.
A PEC não tem sanção nem veto. A Emenda Constitucional é promulgada pelas mesas
da Câmara E do Senado, conjuntamente.
Uma última limitação à PEC é aquela prevista no art. 60, §5º, da CF:
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A sessão legislativa começa em 2 de fevereiro e vai até 17 de julho. Depois, reco-
meça em 1º de agosto e vai até 22 de dezembro. Cada sessão legislativa anual possui 2
períodos legislativos (semestrais).
Se uma PEC é rejeitada ou havida por prejudicada em uma sessão legislativa, ela só
poderá ser apresentada novamente na sessão legislativa seguinte (ano seguinte).
- Preservar a identidade material da CF. (CF/69, apesar de ter sido feita por emen-
das, é considerada uma nova CF, pois alterou a identidade da CF/67);
IMPORTANTE: Com relação às cláusulas pétreas, a CF dispõe que “Não será objeto
de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir”.
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Não significa que não possam ser alteradas, desde que estas não sejam tendentes
a abolir seu núcleo essencial. Então a clausula pétrea pode ser alterada por exemplo com
acréscimos.
Ex. A EC 45/04 extinguiu os Tribunais de Alçada e isso não foi considerado violação
à separação de poderes.
Art. 60, §4º, CF - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
O voto deve ser direto, secreto, universal e periódico. A obrigatoriedade do voto não
é cláusula pétrea. 45
Voto obrigatório não é cláusula pétrea, apenas o voto direito, secreto, universal e
periódico.
Ou seja, não são todos Direitos fundamentais que são protegidos pelas cláusulas
pétreas, apenas os individuais, entretanto, estes não estão alocados somente no art. 5º.
Vejamos alguns:
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Princípio da Anterioridade Eleitoral – a lei que modifica o processo eleitoral em
um prazo de um ano até as eleições, deve esperar as próximas eleições (art. 16). STF: É
pétrea por ser uma garantia individual do cidadão eleitor, não por ser um direito político
(que também é um Direito Fundamental).
3ª corrente: Carlos Velloso, por exemplo, todos DF são considerados cláusulas pétreas.
Este entendimento é incompatível com a “tese da dupla revisão”, segundo a qual seria
possível afastar uma limitação e, em seguida, alterar o conteúdo originariamente protegido.
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processo de tramitação e votação das propostas de emenda não podem ser supri-
midas, embora inexista disposição expressa a esse respeito.
RESPOSTA: A
(FGV DPC MA - 2012) Com relação aos limites ao exercício do Poder Constituinte, 47
assinale a única afirmativa correta.
RESPOSTA: C
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PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR
O art.3 ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após 5 anos,
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros
do Congresso Nacional, em sessão unicameral. A revisão só poderia ser feita uma única vez.
(FUNDATEC DPC RS 2018) O poder constituinte pode ser conceituado como o poder
de elaborar ou atualizar uma Constituição. A titularidade desse poder pertence ao
povo, como aponta a doutrina moderna. Sobre as proposições em relação ao tema,
assinale a alternativa INCORRETA.
RESPOSTA: D
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PODER CONSTITUINTE DIFUSO
Pode ser caracterizado como um poder de fato e se manifesta através das mutações
constitucionais. Trata-se de processo informal e espontâneo de mudança da Constituição.
A mutação e a nova interpretação não poderão macular os princípios estruturantes da
Constituição.
a) repristinação constitucional.
d) interpretação literal.
e) interpretação teleológica.
RESPOSTA: B
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PARTE II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
DOUTRINA
INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO
De acordo com as lições trazidas por Guilherme de Souza Nucci, o inquérito policial é
um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela
polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de uma
infração penal e sua autoria.
NATUREZA JURÍDICA
FINALIDADE
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urgentes, que podem desaparecer após o cometimento do crime. Não se pode olvidar,
ainda, servir o inquérito à composição das indispensáveis provas pré-constituídas que
servem de base à vítima, em determinados casos, para a propositura da ação penal
privada (Guilherme de Souza Nucci, 2016).
Nesse sentido é que se pode afirmar que o IP tem uma função preservadora, de
bloqueio da instauração do processo penal eventualmente temerário, resguardando,
assim, direitos fundamentais do investigado. 51
Nos dizeres de Aury Lopes Junior, “a instrução preliminar pode ser vislumbrada como
a ponte que liga a notitia criminis ao processo penal”.
O art. 4º do Código de Processo Penal preceitua que a polícia judiciária será exercida
pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria.
O art. 4º, parágrafo único, do CPP prevê que a competência definida neste artigo não
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
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POLÍCIA JUDICIÁRIA POLÍCIA ADMINISTRATIVA
a) Provas cautelares: provas que devem ser produzidas com urgência em razão
do risco de perda do objeto da prova pelo decurso do tempo, com contraditório
postergado/diferido. Cita-se como exemplo a interceptação das comunicações
telefônicas e a busca e apreensão domiciliar.
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b) Provas não repetíveis: esta, por outro lado, se trata de uma prova cuja fonte
perece após ser produzida, o que inviabiliza, portanto, a sua repetição. Como regra,
prescinde de autorização judicial e há contraditório postergado/diferido. Cita-se como
exemplo o exame de corpo de delito, quando houver vestígios (crime não transeunte).
53
Para visualizar melhor:
SEM reserva de
Com autorização judicial jurisdição (Delegado Diante do Juiz
pode determinar)
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CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Inicialmente, vale ressaltar que o tema “características” costuma ser um dos mais
cobrados em provas de Delegado de Polícia dentro dos tópicos de inquérito policial.
A fim de melhor viabilizar a memorização das 10 (dez) características, caso não tenha
outro método melhor, usa-se a frase “SINA É DOIDO”, com cada letra correspondendo a
uma característica (Sigiloso, Inquisitivo, Nulidades (inexistência), Autoritariedade, Escrito,
Discricionário, Oficialidade, Indisponibilidade, Dispensabilidade, Oficiosidade. Vamos a
cada uma delas.
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contraditório ou ampla defesa, mesmo com a promulgação da lei 13.245/16, que instituiu
como direito do advogado assistir o investigado no curso da investigação criminal em
sede de inquérito policial ou de outro procedimento.
5. Escrito ou Formal: a teor do art. 9º do CPP, os atos praticados devem ser escritos
e os atos orais reduzidos a termo. Doutrina minoritária entende que o dispositivo em
comento restou mitigado com o advento da Lei nº 11.719/08, quanto às alterações do
art. 405, §§1º e 2º, do CPP, que, por exemplo, permitem o registro de um depoimento por
meio digital já na fase judicial.
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Os artigos 6º e 7º trazem um rol exemplificativo de diligências a serem realizadas
pela autoridade policial e o art. 14 prevê expressamente a discricionariedade. Deve-se
observar, contudo, as normas constitucionais e infraconstitucionais para evitar que a
discricionariedade se transforme em arbitrariedade (v.g, medidas resguardadas à reserva
de jurisdição, tal qual a interceptação telefônica, e as determinadas por lei, como o exame
de corpo de delito).
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10. Oficiosidade: Ao tomar conhecimento da notícia do crime (notitia criminis) de
ação penal pública incondicionada, por qualquer meio, a autoridade policial é obrigada
a agir de ofício (ex officio), independentemente de provocação, a fim de elucidar a
materialidade, a autoria e as circunstâncias da infração penal.
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FORMAS DE INSTAURAÇÃO
Apesar de o tema “ação penal” ser ponto de estudo futuro, é de relevância inicial
relacionar os tipos de ação com as formas de instauração do Inquérito. Maiores detalhes
sobre o tema serão vistos em momento oportuno.
Alinhadas essas premissas básicas quanto à ação penal, que serão aprofundadas
em tema específico, passa-se à análise das formas de instauração de acordo com o tipo
de ação penal. 58
9.1. INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL
PÚBLICA INCONDICIONADA
a) Ex ofício (art. 5º, I, CPP): hipótese em que a autoridade policial, por meio de
portaria, determina a instauração do inquérito policial independente de representação
ou requerimento.
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c) Requerimento do ofendido ou do seu representante legal (art. 5º, II, CPP): do
requerimento do ofendido ou de seu representante legal para a instauração de inquérito
policial, contendo o máximo de informações (art. 5º, § 1º, CPP), o delegado fará juízo de
tipicidade e poderá deferir ou indeferi-lo. Na hipótese de indeferimento, é cabível recurso
administrativo ao Chefe de Polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP.
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INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA
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tigatório criminal contra agente com foro por prerrogativa de função,
dada a inexistência de norma constitucional ou infraconstitucional nesse
sentido, conclusão que revela a observância ao sistema acusatório adota-
do pelo Brasil, que prima pela distribuição das funções de acusar, defender
e julgar a órgãos distintos. 3. O Superior Tribunal de Justiça assentou o
entendimento de que o mero indiciamento em inquérito policial, desde que
não seja abusivo e ocorra antes do recebimento da exordial acusatória,
não constitui manifesto constrangimento ilegal a ser sanável na via estreita
do writ. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. AgRg no HABEAS
CORPUS Nº 404.228 - RJ (2017/0145256-0)
61
DIILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
ATENÇÃO! A Lei nº 5.970/73, em seu art. 1º, excepciona a regra permitindo a remoção
de pessoas no caso de acidente de trânsito que tenham sofrido lesão, estiverem no
leito da via e prejudicarem o tráfego.
II) Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais. Tal diligência, assim como a busca precedente (pessoal ou domiciliar),
se encontra disciplinada nos arts. 240 e ss. do CPP e prescinde de instauração prévia
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de inquérito policial, conforme entendimento sufragado pelo c. STJ. Ressalte-se que
determinados objetos apreendidos devem ser encaminhados para exame pericial (arts.
158 a 184 do CPP).
III) Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias. O presente inciso é a consolidação da característica da discricionariedade
na atuação da autoridade policial na condução do inquérito policial, que deverá colher
todos os elementos possíveis.
ATENÇÃO! A Lei Maria da Pena (arts. 11 a 12-A da Lei nº 11.340/06) prevê providências
e procedimentos específicos que devem ser adotados pela autoridade policial além
das diligências preliminares em comento previstas no CPP.
O termo deve ser assinado por duas testemunhas, todavia, a falta delas incorre em
mera irregularidade.
ATENÇÃO! O art. 7º, XXI, do Estatuto da OAB foi acrescentado como uma prerrogativa
do advogado (já consagrado na CF/88) de assistir a seus clientes durante a apuração
de infrações, consignando como consequência da não observância a nulidade
absoluta do ato e dos dele derivados. A doutrina majoritária explicita que o advogado
pode apresentar RAZÕES e QUESITOS.
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VI) Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: àquele se
aplicam os ditames dos arts. 226 a 228 do CPP, enquanto que, nestas, os dos arts. 229
e 230 do CPP. Admite-se, por analogia (verdade real), o reconhecimento fotográfico,
aplicando-se-lhe as regras do reconhecimento de pessoas.
ATENÇÃO! O termo “outras perícias” abrange diversos outros exames periciais que
podem ser determinados de ofício pela autoridade policial, EXCETO o exame de
63
insanidade mental, que exige prévia autorização judicial (cláusula de reserva de
jurisdição).
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imprescindíveis para a aplicação de determinadas benesses, ou não (excludentes,
qualificadoras do crime, causas de isenção de pena, agravantes, atenuantes, etc).
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a) Obtenção de dados cadastrais (art. 13-A, CPP):
Segundo Eugênio Pacelli de Oliveira, mesmo que se possa considerar que os dados
prestados ofendem, em certa intensidade, a intimidade dos sujeitos em questão, há de se levar
em conta que estamos falando de crimes gravíssimos (equiparados aos hediondos, nos termos
e condições do art. 12 desta Lei – para fins de livramento condicional), ligados à privação de
liberdade das vítimas. Uma ponderação rasa já aponta a prevalência do interesse investigativo
sobre eventual direito a privacidade.
b) Obtenção de informações das Estações Rádio Base – ERB’s (art. 13-B, do CPP):
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§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da
estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será
necessária a apresentação de ordem judicial.
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DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS REQUERIDAS
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
O art. 47 do CPP, por sua vez, dispõe acerca da requisição de informações e/ou
documentos diretamente (sem a devolução do inquérito à Delegacia de Polícia) pelo
Ministério Público à autoridade correspondente.
PRAZOS
O prazo de conclusão do inquérito policial, de acordo com o art. 10, “caput” do CPP, é
de 10 (dez) dias se o indiciado estiver preso (prisão em flagrante ou preventiva), contado
do dia da execução da ordem de prisão; e de 30 (trinta) dias, se estiver solto (com ou
sem fiança). Nessa hipótese, admite-se a prorrogação por prazo fixado pelo juiz, no
caso de fato de difícil elucidação (art. 10, § 3º, CPP).
Ocorre que a lei anticrime (Lei 13.869/19) passa a prever expressamente que,
estando o investigado preso, o prazo da duração do inquérito poderá ser prorrogado
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uma vez pelo prazo de 15 dias, conforme indica o §2º do art. 3º-B do CPP. O mesmo
dispositivo deixa claro que, após essa única prorrogação permitida (15 dias), se a
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
PRESO SOLTO
Regra Geral (art. 10, CPP) 10 + 15 30 dias, prorrogáveis
Justiça Federal 15 + 15 30 dias, prorrogáveis
Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90
Crimes contra a economia popular 10 10
Crime Militar 20 40 + 20
Crime hediondo ou equiparado Prisão temporária:30 + 30 ------ \\ -----
Note-se que a Lei dos Crimes Hediondos prevê o prazo de 30 dias para a prisão
temporária, prorrogáveis por igual período (art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/90). Diante disso,
Norberto Avena e Guilherme de Souza Nucci defendem que o prazo para a conclusão
inquérito, estando o indiciado preso temporariamente em razão de crime hediondo
ou equiparado, segue o da prisão temporária.
A doutrina majoritária entende que o Delegado de Polícia não pode declinar qualquer
juízo de valor sobre os fatos, haja vista que o relatório se trata de peça descritiva do que
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fora realizado nos autos do inquérito policial, tais como as diligências executadas e as
não executadas, apresentando as razões de tempo ou de inviabilidade da não realização
delas, inclusive podendo indicar testemunhas não inquiridas e o local onde possam ser
encontradas, conforme dispõe o art. 10, § 2º, do CPP.
Vale ressaltar que o relatório não vincula o titular da ação penal (MP) que
formula sua própria opinio delicti, tampouco o órgão julgador.
Por fim, nada obsta que o relatório seja acompanhado de alguma representação
na mesma peça, por exemplo, “RELATÓRIO FINAL C/C REPRESENTAÇÃO POR PRISÃO
PREVENTIVA”.
69
DESTINO DO INQUÉRITO POLICIAL
Nos termos do art. 10, § 1º, do CPP, os autos do inquérito policial concluído e relatado
devem ser encaminhados – juntamente com os instrumentos do crime e objetos que
interessem à prova (art. 11, CPP), tais como documentos, armas, computadores, celulares
– ao juízo competente, onde as partes poderão pugnar pela contraprova.
Há discussão na doutrina acerca do destino do inquérito policial (art. 10, CPP), sob
o argumento de que o Ministério Público, titular da ação penal, deveria ser o destinatário
direto e imediato, independente do Poder Judiciário. Há julgados do STF acerca do tema
quando disciplinado em lei estadual, tratando-se de lei inconstitucional, in verbis: é
inconstitucional lei estadual que preveja a tramitação direta do inquérito policial entre a
polícia e o Ministério Público. É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de
o MP requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 30 dias,
tratando-se de indiciado solto. STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim
Barbosa, j. em 3/4/2014 (Info 741).”
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A Resolução nº 063/2009 do Conselho da Justiça Federal regulamentou a tramitação
direta do inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, desde
que efetuado tão-somente o registro dos autos na Justiça Federal por ocasião da primeira
remessa, independente se o Delegado de Polícia Federal requer a dilação do prazo para as
investigações ou apresenta o relatório final, sendo que, naquele caso, o próprio membro
do Ministério Público Federal autoriza a dilação do prazo e restitui os autos à Delegacia
de Polícia Federal.
INDICIAMENTO
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APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
NO INQUÉRITO POLICIAL
É possível perceber que parte dos doutrinadores se coloca a favor de tal possibilidade.
Outros se colocam contrariamente, afirmando que somente o “dominus litis” e o juiz po- 71
deriam verificar a ocorrência do princípio da insignificância. Outra parcela da doutrina
(não tão pequena) nem mesmo enfrenta o tema.
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No mesmo sentido vem o enunciado nº 08 do II Encontro Nacional dos Delegados
sobre Aperfeiçoamento da Democracia e Direitos Humanos (2015): “O Delegado de Polícia
pode aplicar o princípio da insignificância e deixar de lavrar auto de prisão ou apreensão em
flagrante, sem prejuízo da instauração de investigação policial e do controle interno e externo”.
Em posição totalmente oposta, Nestor Távora (2017) aduz que a posição francamente
majoritária tem se inclinado pela impossibilidade do delegado de polícia invocar o
princípio da insignificância para deixar de atuar, pois estaria movido pelo princípio da
obrigatoriedade. No mesmo sentido parece caminhar Renato Brasileiro, que só fala na
aplicação da insignificância ao final do inquérito policial, explicando que o reconhecimento
do princípio pode ser um fundamento para que o membro do Ministério Público faça o
pedido de arquivamento do IP.
Pensamos que o tema é muito controvertido para ser cobrado em uma prova
objetiva. Por outro lado, não podemos esquecer que as provas de concurso costumam
abraçar a tese institucional do cargo para qual está selecionando candidatos. Com
isso, apesar de achar difícil que o tema seja cobrado em “alternativas” (prova fechada),
pensamos que seria mais seguro o candidato, em um concurso para carreiras policiais,
assinalar que pode o Delegado de Polícia reconhecer e aplicar o princípio da insignificância,
apresentando os motivos acima expostos. 72
Porém, antes de enfrentar o assunto, não custa lembrar que o referido dispositivo
está suspenso por decisão cautelar em sede de ADI proferida pelo Ministro Luiz Fux em
22/01/2020. Como já dito, a ADI não foi definitivamente julgada, e, com isso, existe uma
chance de a nova redação vir em sua prova.
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REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL
Segundo a nova redação, o arquivamento do IP não será mais realizado pelo juiz.
A regra, agora, é que o Promotor de Justiça ordenará o arquivamento e encaminhará para
instância de revisão integrante da estrutura do próprio Ministério público.
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O pressuposto para o desarquivamento é a noticia de provas novas. Isso é muito
importante, pois em tese, não é necessário nesse momento que já existam provas novas,
mas apenas a noticia de tais provas:
Lembrando que a súmula acima é anterior à Lei Anticrime, e, por isso, fala que o
arquivamento do IP se dá por despacho do juiz.
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Salienta-se que o instituto já estava tratado na Resolução 181/17 do CNMP, mas o
pacote anticrime 13.964/19 foi a primeira lei em sentido estrito a tratar do tema. Inclusive,
tal alteração joga por terra um dos maiores argumentos até então usados contra o uso do
ANPP no processo penal, qual seja, sua falta de previsão legal.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o ANPP é mais um mecanismo de justiça penal
consensual que se soma a institutos já conhecidos como transação penal, suspensão
condicional do processo, suspensão condicional da pena, colaboração premiada, entre
outros. Segundo a doutrina, o instituto mitiga nitidamente o princípio da obrigatoriedade
da ação penal, que de fato precisa ser reinterpretado a partir de agora.
Para ajudar na compreensão e na fixação da letra seca do novo art. 28-A (que
provavelmente será o principal alvo de provas), iremos fazer uma forma de “lei comentada”,
transcrevendo cada partícula do dispositivo e em seguida fazendo os comentários que
eventualmente se façam necessários. 75
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal
e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e
com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acor-
do de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alter-
nativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Verificada a presença de todos os requisitos, e que se trata de caso em que seja
possível o ANPP, passa-se aos incisos do caput, que, por sua vez, apresentam as condições
a serem ajustadas entre o MP e o acusado:
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Públi-
76
co, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Observe que o final do “caput” diz que as condições podem ser fixadas “cumulativa e
alternativamente”. Acreditamos que seja uma impropriedade linguística, pois a partícula
“e” dá a entender que em todos os casos a fixação seria cumulativa e alternativa. Ora, por
questões de lógica, ou se aplica apenas uma das condições (alternativamente) OU mais
de uma, caso em que teremos aplicação cumulativa. Melhor seria que o legislador tivesse
usado a partícula “OU” no lugar de “e”, como já era feito na Resolução 181/17.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste
artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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se a reprimenda do crime se enquadra ou não no quantum do caput, qual seja, pena
mínima não superior há 4 anos.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional
do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Perceba que quem firma o acordo é o promotor junto com o investigado e a defesa.
O juiz apenas homologa, em audiência.
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§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os
autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Assim, podemos perceber que o acordo segue um rito extrajudicial até a sua
celebração. Após formalizado ao ajuste, todo o trâmite segue o rito judicial, desde sua
homologação, como mesmo após, onde o membro do MP irá receber os autos e executar
as condições perante o juiz da execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos
legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Os § 12 e 13 apresentam as consequências do cumprimento do acordo.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na
forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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c) em razão da pessoa (ratione personae): leva-se em consideração alguma
circunstância da vítima com a especialização da autoridade policial e de seus agentes
para lidar com tais vítimas. Por exemplo, mulher (Delegacia de Atendimento à Mulher),
criança (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Regrado pela lei 9.099/95, o TCO é um procedimento mais simples que o inquérito
policial destinado à apuração das infrações de menor potencial ofensivo (Art. 61 da lei
9.099/95), com o resumo das declarações das pessoas envolvidas e das testemunhas,
determinando-se a realização das perícias necessárias, inclusive o exame de corpo de
delito, quando deixam vestígios.
a) Inquérito Policial Militar: presidido pela polícia judiciária militar, nos termos do
art. 8º do CPPM;
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b) Inquérito para investigar crime praticado por juiz ou promotor: presidido
pelo respectivo órgão de cúpula, nos termos da LOMAN e da LOMP;
Segundo Eugênio Pacelli de Oliveira, embora a Constituição Federal (art. 144) e a Lei
nº 12.850/13 assegurem caber às polícias judiciárias a investigação das infrações penais (art.
144), é bem de ver que outras autoridades administrativas terminam por investigar fatos
que também constituem crimes, desde que orientadas pelas finalidades e atribuições
a elas deferidas em Lei. Assim, a Receita Federal investiga infrações fiscais/tributárias;
eventualmente, o material então produzido poderá subsidiar ação penal, dado que a
ilicitude tributária poderá se compatibilizar com a ilicitude penal.
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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Por muito tempo pairou certa dúvida sobre os poderes de investigação próprios do
Ministério Público. O tema se resolveu ainda no ano de 2015, quando o STF, em matéria
de repercussão geral, decidiu que o MP pode sim investigar (STF Plenário. RE 593727/MG
de 14/05/2015).
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Isso esta regulamentado pelo art. 9 da LC 75/90 e pela resolução n. 20 do CNMP.
Espécies de controle:
A Lei 13.964/19 (Lei anticrime) instituiu a figura do Juiz das Garantias, que é o
responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 83
Judiciário.
De forma geral, pode-se afirmar que o juiz das garantias é o magistrado que “cuidará”
das investigações, atuando desde seu início até o recebimento da denúncia. Após esse
momento, o “juiz do processo” irá assumir. A intenção principal de tal alteração legislativa
é manter a imparcialidade do juiz do processo, que, a partir desse momento passa a não
ter qualquer contato com a investigação preliminar.
Apesar do tema ter sido tratado pela Lei anticrime (13.964/19), estando
minuciosamente descrito entre os artigos 3-A e 3-F do CPP, é muito importante notar
que atualmente a eficácia de tais dispositivos está suspensa por decisão cautelar
proferida pelo ministro Luiz Fux no dia 22/01/2020, no seio das ADI’s 6.298, 6.299,
6.300 e 6.305.
Embora pouco provável, é SIM possível que os dispositivos de lei suspensos pela
decisão do Ministro Luiz Fux sejam cobrados em provas de concurso. Isso porque a
decisão apenas SUSPENDEU A EFICÁCIA de tais normativos, mas ainda não os declarou
inconstitucionais.
Logo, é aconselhável que nossos alunos façam uma leitura do texto seco dos
artigos 3-A a 3-F do CPP, de forma a não deixar qualquer aresta na preparação. Não há
necessidade, por outro lado, de maiores comentários teóricos sobre o tema.
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Abaixo, no intuito de facilitar seu estudo, segue o texto dos artigos 3-B a 3-F:
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IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não
houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução
penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a
investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz,
os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de
atender às disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
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QUESTÕES A) INCORRETA. Contraria o texto do art. 4º
do CPP, segundo qual “a polícia judiciária
será exercida pelas autoridades policiais no
1. (2013 – UEL – PCPR) Com relação ao
território de suas respectivas circunscrições
inquérito policial, segundo o Código de
e terá por fim a apuração das infrações
Processo Penal, assinale a alternativa
penais e da sua autoria”.
correta.
Comentários:
2. (DPCSP – 2018) A respeito do inquérito
policial, assinale a alternativa correta.
Questão apresenta pontos básicos relativos
a temas como “Lei processual” e “Inquérito
A) Para saber qual é a autoridade
Policial”. Novamente, todos os itens com
policial competente para um certo
base na letra fria do CPP.
inquérito policial, utiliza-se o critério ratione
loci ou ratione materiae.
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B) A autoridade policial poderá arquivar Não se pode, no entanto, deixar de
autos de inquérito policial se convencida da observar que a expressão “atribuição”
inexistência da materialidade delitiva. seria mais adequada para se referir às
responsabilidades da autoridade policial,
C) Logo que tiver conhecimento da prática pois, como se sabe, “competência” – pelo
da infração penal, autoridade policial menos do ponto de vista técnico – significa
poderá apreender os objetos que tiverem “medida de jurisdição”, sendo exclusiva de
relação com o fato, após liberados pelos autoridades jurisdicionais. Tudo bem que
peritos criminais. não foi o bastante para tornar a alternativa
incorreta, mas com certeza o concursando
D) Como peça obrigatória para o deve-se atentar para a referida diferença.
oferecimento da denúncia, os autos de
inquérito policial acompanharão a denúncia A alternativa “B” não poderia ser a resposta,
ou queixa. pois, segundo famigerado artigo 17 do CPP,
“a autoridade policial não poderá mandar
E) O inquérito policial é um procedimento arquivar autos de inquérito”.
administrativo, de natureza acusatória,
escrito e sigiloso. A alternativa C também está incorreta, e
a fundamentação se liga à expressão final
do caput do art. 6 do CPP, que foi alterada
Comentários:
pela questão. Segundo referido dispositivo, 89
“logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá”
A presente questão aborda alguns dos
(e não apenas “poderá”) apreender os
conceitos básicos no que se refere à
objetos que tiverem relação com o fato,
investigação policial. Vejamos ponto a
após liberados pelos peritos criminais.
ponto.
A incorreção da letra “D”, por sua vez,
A alternativa “A” foi dada como correta,
se deve ao fato de ter relacionado o
sendo o gabarito final. Segundo a doutrina,
Inquérito como uma peça obrigatória para
são critérios usados para se identificar a
o oferecimento da ação penal, quando, na
autoridade policial com atribuição para um
verdade, explana o art. 12 do CPP que “O
certo inquérito:
inquérito policial acompanhará a denúncia
ou queixa, sempre que servir de base a uma
- Ratione materiae: leva em consideração a
ou outra”. Pela própria leitura do dispositivo,
natureza da infração penal.
e complementando com os ensinamentos
- Ratione loci: Leva em consideração o local doutrinários, é possível afirmar, a contrario
da infração; senso, que se o inquérito não servir de base
para a denuncia ou queixa, poderá ser
- Ratione personae: leva em consideração dispensado.
a condição pessoal dos sujeitos (ex.: idoso;
mulher; criança). A alternativa “E” traz incorreção ao tratar
o inquérito como um procedimento
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acusatório, quando, em verdade, tem Está correto o que se afirma apenas em:
natureza inquisitiva.
a) II e IV.
RESPOSTA: A
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
3. (2016 – FUNCAB – PCPA – Delegado
de Polícia Civil) Sobre as funções do d) I e IV.
inquérito policial, leia as afirmativas.
e) III e V.
I. A função precípua da atividade de polícia
judiciária é a defesa social, a preservação
da ordem pública e o combate implacável à
criminalidade. ITEM I INCORRETO: a preservação da
ordem pública é função típica e precípua
II. A instrução preliminar, que se das polícias militares, nos termos do art.
consubstancia do inquérito policial, é 144, § 5º, da CF/88. Não obstante, também
uma “instituição indispensável à justiça é exercida pelas polícias civis como função
penal”. Seu primeiro benefício é ‘proteger atípica.
o inculpado”.
ITEM II CORRETO: Item escorreito, tendo 90
III. O processo é público e o inquérito em vista que hodiernamente a instrução
é sigiloso. A principal função do sigilo é preliminar é consubstanciada no inquérito
evitar a escandalosa publicidade sem que policial, embora raramente hajam outros
se tenha formado uma justa causa para o modos investigatórios, e visa tratar o
julgamento público no âmbito do processo. investigado não como mero objeto de
O sigilo, assim, antes da função utilitarista, prova, mas como sujeito de direitos,
possui função garantista. servindo para colher elementos quanto ao
fato delitivo, independente se tendentes à
IV. Por motivos de defesa social e ordem futura condenação ou à própria absolvição
pública, é possível apresentar o preso (Processo Penal Justo). Vale ressaltar que o
em flagrante às emissoras de televisão, trecho do item foi extraído do livro Princípios
assegurando a estas o direito à informação fundamentais do processo penal, de autoria
tutelado constitucionalmente. de Joaquim Canuto Mendes de Almeida.
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ITEM IV INCORRETO: O direito à informação c) conforme disposição expressa no
das emissoras não se sobrepõem à Código de Processo Penal vigente, o
presunção de não culpabilidade do autuado, Delegado de Polícia não é obrigado
além do sigilo inerente ao inquérito policial a determinar a realização de perícia
(visão garantista). requerida pelo investigado, ofendido
ou seu representante legal, quando não
ITEM V CORRETO: Item escorreito, mais for necessária ao esclarecimento da
uma vez extraído da obra do autor Joaquim verdade, ainda que se trate de exame
Canuto Mendes de Almeida: A instrução de corpo de delito, pois a investigação é
preliminar é uma ‘instituição indispensável conduzida de forma discricionária.
à justiça penal’. Seu primeiro benefício é
‘proteger o inculpado’. Dá à defesa a faculdade d) o inquérito policial é um procedimento
de dissipar as suspeitas, de combater os discricionário, portanto, cabe
indícios, de explicar os fatos e de destruir a ao Delegado de Polícia conduzir
prevenção no nascedouro; propicia-lhe meios as diligências de acordo com as
de desvendar prontamente a mentira e de especificidades do caso concreto,
evitar o constrangimento da investigação e a não estando obrigado a seguir uma
escandalosa publicidade do julgamento. sequência predeterminada de atos.
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instaurar inquérito policial, contudo, não há das premissas acima expostas, assinale a
disposição expressa no Código de Processo opção correta.
Penal que determine a elaboração de
relatório acerca da forma como tomou a) Cabe ao delegado de polícia arquivar o
conhecimento do crime. inquérito policial.
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Delegado de Polícia (Lei nº 12.830/13), 6. (2016 – FUNCAB – PCPA – Delegado de
conforme artigo 2º, §§ 5º e 6º. Polícia Civil) Sobre inquérito, assinale a
opção correta.
ALTERNATIVA C ERRADA: De acordo com
o art. 5º, II, do CPP, o Ministério Público a) Por ser o inquérito sigiloso, quando
pode requisitar a instauração de inquérito por imperiosa razão de ordem pública
policial. Todavia, conforme o próprio item for, fundamentadamente, decretado o
anterior, o indiciamento é ato PRIVATIVO segredo, o advogado não terá acesso às
do Delegado de Polícia, prerrogativa diligências documentadas nos autos do
prevista no aludido Estatuto, sendo ilegal inquérito.
requisição de indiciamento por autoridade
não policial. b) O inquérito é um procedimento
administrativo, que embora admita
ALTERNATIVA D ERRADA: Há dois erros na o exercício de alguns direitos de
questão. Primeiro, o Ministério Público não defesa e de informação ao indiciado,
pode avocar autos de inquérito policial. tem natureza acusatória, é sigiloso
Segundo, a avocação de inquérito policial e desprovido de ampla defesa e
é ato vinculado, e não discricionário contraditório.
(conveniência e oportunidade - lições de
direito administrativo), nos termos do art. 2º, c) A Constituição de 1988 institui o
§ 4º, da Lei nº 12.830/13: O inquérito policial sistema acusatório, impondo a 93
ou outro procedimento previsto em lei em curso separação das funções de investigar,
somente poderá ser avocado ou redistribuído acusar, defender e julgar. Porém,
por superior hierárquico, mediante despacho isso não faz da polícia judiciária uma
fundamentado, por motivo de interesse função essencial à justiça por não ser
público ou nas hipóteses de inobservância da essência e estrutura do sistema
dos procedimentos previstos em regulamento acusatório.
da corporação que prejudique a eficácia da
investigação. d) O indiciamento é ato privativo da
autoridade policial, ou seja, delegado
ALTERNATIVA E ERRADA: A questão de polícia, não cabendo ao Ministério
está errada quanto à busca domiciliar Público, mesmo nos casos de
independente de autorização judicial, haja requisição de sua instauração por parte
vista que a medida se insere na cláusula de do Parquet, definir o indiciamento.
reserva de jurisdição (art. 5º, XI, CF/88), cuja
inviolabilidade, contudo, é respeitada se e) Nos casos de indiciado solto, o inquérito
houver autorização do morador. Quanto às policial, nos termos do código de
demais medidas, observando tal cláusula, processo penal, deverá ser encerrado
podem ser perfeitamente adotadas, nos em 90 dias.Parte inferior do formulário
termos do art. 2º, § 2º, da Lei nº 12.830/13.
ALTERNATIVA A ERRADA: o sigilo às
RESPOSTA: B diligências documentadas não abrangem o
juiz, o MP e o advogado. Quanto à questão
em comento, trata-se de prerrogativa do
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advogado assegurada tanto no art. 7º, XIV, b) O acesso aos autos do inquérito policial
do EOAB quanto na Súmula Vinculante nº por advogado do indiciado se estende,
14. sem restrição, a todos os documentos
da investigação.
ALTERNATIVA B ERRADA: Uma palavra
tornou a questão errada: “acusatório”. O c) Em consonância com o dispositivo
inquérito policial é inquisitivo. constitucional que trata da vedação ao
anonimato, é vedada a instauração de
ALTERNATIVA C ERRADA: Apesar da Carta inquérito policial com base unicamente
Magna ter instituído o sistema acusatório e em denúncia anônima, salvo quando
a polícia judiciária não compor a estrutura constituírem, elas próprias, o corpo de
correspondente, exerce primordialmente a delito.
função de investigar, essencial e exclusiva
do Estado, notadamente à Justiça, nos d) O arquivamento de inquérito policial
termos do art. 2º da Lei 12.830/13. mediante promoção do MP por ausência
de provas impede a reabertura das
ALTERNATIVA D CORRETA: Está de acordo investigações: a decisão que homologa
com a lei (art. 2º, § 6º, da Lei nº 12.830/13) o arquivamento faz coisa julgada
e o entendimento sufragado pela Corte material.
Suprema (Informativo nº 717).
RESPOSTA: D
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no procedimento investigatório, e não a a nulidade do processo penal dele
todos os documentos da investigação, decorrente.
consoante Súmula Vinculante nº 14.
c) A representação do ofendido é
ALTERNATIVA C CORRETA: Questão irretratável depois de recebida a
escorreita, de modo que a notitia denúncia.
criminis inqualificada serve para o início
da investigação, não de base para a d) Da decisão que indefere o requerimento
instauração de inquérito policial, por si só, de abertura de inquérito policial
salvo quando ela própria constituir corpo formulado pelo ofendido cabe recurso
de delito, por exemplo, uma carta apócrifa ao Ministério Público.
contendo o crime de injúria (STF, HC 95244/
PE). e) Se o investigado estiver preso em
flagrante, o extrapolamento do
ALTERNATIVA D ERRADA: O entendimento prazo de conclusão gera nulidade da
prevalecente é o de que arquivamento investigação.
do inquérito policial por insuficiência de
provas gera mera coisa julgada formal,
portanto, passível de desarquivamento (v.
ALTERNATIVA A CORRETA: Como dito
art. 18 do CPP e Súmula nº 524/STF).
no presente material, para analisar as
hipóteses de instauração de inquérito
95
ALTERNATIVA E ERRADA: O prazo para a
conclusão do inquérito policial, estando o policial deve-se entender as características
réu preso por crime de tráfico de drogas, e tipos das ações penais, que são utilizadas
é de 30 (trinta) dias. Seria de 90 (noventa) como referência para a instauração. Dessa
dias se estivesse solto (art. 51 da Lei nº forma, nos termos do art. 24, parte final,
11.343/06). do CPP, a representação pode ser ofertada
pelo ofendido ou de quem tiver qualidade
Resposta: CParte inferior do formulárioParte para representá-lo, como o procurador.
inferior do formulário
ALTERNATIVA B ERRADA: a irregularidade
no IP não gera nulidade no processo penal,
conforme entendimento jurisprudencial
8. (2018 – UEG – PCGO – Delegado de pacífico.
Polícia) Sobre o inquérito policial,
segundo o Código de Processo Penal, ALTERNATIVA C ERRADA: a representação
tem-se o seguinte: do ofendido já se torna irretratável no
oferecimento da denúncia (OFendido/
a) A representação, no caso de ação OFerecimento), e não depois de recebida
penal pública condicionada, pode ser (art. 25, CPP)
apresentada por procurador.
ALTERNATIVA D ERRADA: é cabível o
b) Em regra, irregularidade em ato recurso, não ao Ministério Público, mas ao
praticado no inquérito policial gera Chefe de Polícia (art. 5º, § 2º, CPP).
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ALTERNATIVA E ERRADA: Conforme ALTERNATIVA A CORRETA: os critérios
entendimento jurisprudencial informado básicos são o ratione loci (em razão do lugar
no presente material, o extrapolamento da infração penal) e o ratione materiae (em
do prazo de conclusão não tem o condão razão da infração penal – PF ou PC). Parte
de gerar nulidade na investigação. Quando da doutrina acrescenta, ainda, o critério
muito, caso evidenciado o abuso e o ratione personae.
atraso seja desproporcional, acarreta o
relaxamento da prisão. ALTERNATIVA B ERRADA: a autoridade
policial NÃO poderá mandar arquivar autos
RESPOSTA: A de inquérito policial (art. 17, CPP)
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c) Não poderá o delegado de polícia a) A autoridade fará minucioso relatório
retratar sua posição e “desindiciar” o do que tiver sido apurado e enviará os
investigado. autos ao juiz competente.
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em vista que a reprodução simulada dos b) em razão do arquivamento, a ação penal
fatos somente proceder-se-á quando não só poderá ser proposta como ação
contrariar a moralidade ou a ordem pública penal privada subsidiária da pública.
(art. 7º, CPP)
c) o arquivamento do inquérito policial
ALTERNATIVA C ERRADA: as peças deverão gerou a perempção, que provoca a
ser rubricadas pela autoridade (art. 9º, inadmissibilidade da ação penal devido
CPP). à extinção da punibilidade provocada.
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ALTERNATIVA D ERRADA: como dito, não
faz coisa julgada material e admite-se a
propositura da ação penal se houver novas
provas.
RESPOSTA: A
99
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PARTE III
MEDICINA LEGAL
Outras definições:
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Podemos dividir a medicina legal em “Geral”, que estuda os deveres (deontologia
médica) e os direitos (diceologia médica), e “especial”, que estuda as diferentes áreas da
medicina legal. São elas: antropologia, traumatologia, tanatologia, sexologia, psiquiatria,
psicologia, toxicologia, infortunística.
PERÍCIA E PERITOS
Existem dois tipos diferentes de perícia, são elas: administrativas e judicial. As perícias
administrativas podem ser de origem estatuárias, secundárias, entre outros. As perícias
judiciais são um ramo auxiliar do direito que ajuda a desvendar como ocorreram os fatos
e ajudam a encontrar o verdadeiro culpado. Perícias judiciais podem ser de origem civil,
trabalhista, criminal. O perito é aquele que está judicialmente condicionado a proceder um
exame para desvendar os fatos ocorridos aos interessados (CARVALHO et.al.).
Nas ossadas e esqueletos: São feitos exames antropológicos para dar diagnóstico
de identificação, sexo, raça, cor ou idade.
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São conceitos diferentes entre o Corpo de Delito e o Exames do Corpo de Delito. O
corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. Corpo
de delito é a materialidade do crime. Já o Exame de Corpo de Delito, é o exame realizado
nos vestígios materiais deixados pela infração penal.
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o dispos-
to no Art. 167;
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapareci-
do os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
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DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
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ocorrendo com o indivíduo. A única diferença entre auto e laudo é a forma
de produção, sendo que este é redigido pelo próprio examinador, todavia,
quando ele dita seu exame a um auxiliar que irá redigir por ele estaremos
diante de um auto. Quando elaborado por perito ad hoc exige deste o
compromisso legal de fielmente cumprir seu mister, quando elaborado por
perito oficial não precisa compromisso legal.
IV. Parecer - Os pareceres diferenciam-se dos relatórios no ponto
em que aquele é embasado em literatura, busca saber o que a literatura
mundial sobre o assunto informa, buscando assim, fundamentar seu
raciocínio e suas teses em uma informação da literatura. O relatório exige,
ainda, a presença da pessoa, ou seja, é preciso que esteja examinando
alguém e o auto decorra desse exame. No parecer não há necessidade
de exame direto, o que permite que seja feito em cima de documentos.
São, portanto, as opiniões estribadas na literatura. O parecer é a discussão
médico-legal de determinado caso em andamento, embasado em literatura,
não havendo sempre a necessidade de entrevista direta com o periciado.
O relatório pode ser requisitado pelos Delegados, pelos membros do MP, por Juízes
de Direito ou por presidentes de inquérito policial militar. Note que o Conselho Tutelar
tinha legitimidade para requisitar perícia, porém, não tem mais. Ressalta-se, ainda, que a
requisição não se confunde com solicitação, uma vez que esta pode ser feita por qualquer
pessoa interessada em um resultado, no entanto, solicita através de autoridades com- 104
petentes para lavrar uma requisição. Ressalta-se também que os oficiais da PM não são
legitimados para requisitar perícia, a não ser que estejam presidindo o Inquérito Policial
Militar, só neste caso terão a legitimidade referida.
Como documento mais importante da perícia, o relatório (tanto laudo como o auto)
se divide em partes, que são as seguintes:
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incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias? Houve incapacidade
permanente, enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro,
deformidade, aborto? Os quesitos servem, portanto, para questionar se houve
a lesão, caracterizar qual foi o elemento que produziu a lesão e colocar formas
agravantes. Depois de tudo isso é realizada a classificação da lesão, conforme seja,
em leve, grave ou gravíssima. Os quesitos oficiais são previstos em normativas
internas. Por sua vez, os quesitos acessórios ou especiais são quesitos formulados
por quem preside o inquérito, o que exige bastante habilidade para sua elaboração.
3. Histórico - Deve ser o mais curto e completo possível. Não se deve omitir nenhuma
informação importante, mas também não se pode invadir a intimidade da pessoa
com informações irrelevantes.
4. Descrição (exame) - É feita a efetiva descrição da lesão que está sendo vista.
A justiça espera do perito que ele faça, primordialmente, o visum et repertum,
expressão antiga que significa ver bem (examinar minuciosamente) e referir
(descrever, documentar) exatamente o que viu. Isso faz parte da descrição e para
França é a parte mais importante do relatório é a descrição.
5. Discussão - Esse elemento pode existir ou não. Quando o relatório é autoexplicativo
não precisa discutir. Porém, às vezes, ele não o é, o que torna necessário realizar
uma discussão.
6. Conclusão - A conclusão é seca.
105
7. Resposta aos quesitos - Em relação aos quesitos é importante esclarecer que
cada crime tem seu quesito, o qual pode ser oficial ou acessório, como visto. Note
que em psiquiatria ou psicologia forense ou exames em área cível não existem
quesitos oficiais. Nesses casos não há quesitos padronizados, o que os difere dos
casos criminais, os quais possuem quesitos padronizados.
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Portanto, o pressuposto para a realização de um exame de corpo de delito é a
ocorrência de um fato supostamente criminoso. Supostamente porque podem existir
situações de dispensabilidade, como no caso de um indivíduo que morre por enfarte em
casa, caso em que não será passível de necropsia. No entanto, se houver suspeita de
infração penal haverá necessidade do exame de corpo de delito, como ocorre no caso
do indivíduo que morre por infarto na fila de atendimento do posto de saúde, aqui,
apesar de ser um infarto, pode haver infração, a exemplo da omissão de socorro, e
tem vestígio, o corpo.
Para os cadáveres serem examinados no IML é necessário um motivo, que pode de-
correr de três razões, que são a morte violenta, morte suspeita ou morte não identificada.
Esses três tipos de cadáveres devem ir para o IML. A morte violenta é a morte por causas
externas, não abrange, portanto, as doenças naturais. São causas externas, por exemplo,
homicídio, enforcamento, afogamento, suicídio etc. Por sua vez, as causas suspeitas são
as que levam a dúvidas, veja o caso de um indivíduo de 80 anos que morreu sozinho em
casa, esse acontecimento é normal, no entanto, não é normal que uma pessoa de 20
anos, com saúde hígida, morra sozinho em casa, tem-se então uma morte suspeita. Em
relação aos não identificados a necessidade surge justamente de sua não identificação,
sendo necessário, portanto, identificá-lo para saber quem morreu.
Ninguém pode dispensar o exame de corpo de delito, desde que haja vestígio.
Quando não há vestígio deve haver outros meios de prova para suprir a ausência do ves- 106
tígio, a exemplo da prova testemunhal.
O exame de corpo de delito direto é aquele feito diretamente na vítima, por sua vez,
o indireto é feito através de documentos, depoimentos, ambos, porém, são realizados
pelo médico-legista. Quando a única maneira de se comprovar a materialidade de um de-
lito é através do corpo de delito indireto, este deverá ser realizado. O relatório hospitalar,
por exemplo, é um documento indireto, da qual decorre a perícia indireta.
O artigo 159 do CPP foi modificado pela Lei n. 11690/08, e a partir de então o exa-
me de corpo de delito passou a ser realizado por um perito oficial e não mais por dois,
como era antes da modificação. Note que se for perito oficial o exame de corpo de delito
poderá ser realizado por um só perito, conforme caput do artigo citado, porém, se não
houver perito oficial, e surgir a necessidade de realização do exame por perito ad hoc,
serão necessários dois, conforme se extrai do §1º do referido artigo.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
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desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
160 - Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Pela leitura do artigo 161 do CPP o exame de corpo de delito será feito em qualquer
dia e hora, portanto, não há problema em se realizar uma necropsia à noite, por exemplo.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Em reforço ao que foi disposto no artigo 161 é o artigo 162, que dispõe que a autop-
sia será feita pelo menos 6 horas depois da morte, salvo quando pelos sinais de morte, os
peritos julgarem que possa ser feita antes, logo, será feita em qualquer dia e hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do 107
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para
a verificação de alguma circunstância relevante.
No caso de existir dúvidas sobre a identidade do cadáver (art. 166), não só o exumado,
mas qualquer cadáver, nós temos três caminhos periciais, outro caminho é a família, se
esta reconhecer o corpo a autoridade lavra o auto de reconhecimento e resolve a dúvida.
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Art. 166 - Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á
ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere
ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade,
no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Reparem que não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por terem
108
desaparecidos os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta, conforme se
extrai da inteligência do artigo 167 do CPP. Ressaltamos que a prova testemunhal não
supre o exame de corpo de delito, a não ser em uma situação específica de desapareci-
mento dos vestígios.
O artigo 168 do CPP traz a hipótese de o primeiro exame pericial não ter sido com-
pleto, determinando que seja procedido a um exame complementar, a pedido ou de ofí-
cio, como no caso do sujeito toma um soco no olho, a primeira perícia concluiu que exis-
te uma equimose periorbitária no olho esquerdo, porém, o sujeito que toma volta dias
depois e diz que está com dificuldades para enxergar, será então necessário um exame
complementar, tendo em vista que não se sabe se essa dificuldade vai perdurar por mais
de 30 dias, por exemplo, assim, a autoridade manda o indivíduo voltar depois de trinta
dias após o fato e, se persistir a lesão, estará configurado o delito de lesão corporal grave,
por impedimento das ocupações habituais por mais de 30 dias.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incom-
pleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
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§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do
Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
O local do crime deve ser preservado, conforme se extrai do art. 6º c/c 169 do CPP.
A preservação do local do crime é feita no intuito de não tornar o lugar inidôneo para
perícia. Essa dinâmica é chamada cadeia de custódia, a qual abrange o conjunto de pro-
cedimentos adotados pelos peritos para proteger a cena do crime e os vestígios colhidos,
em consequência a própria perícia.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até
a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou
esquemas elucidativos.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.
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predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual
se originou;
IV. resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes
e pelo órgão do Ministério Público.
110
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QUESTÕES por perito oficial, portador de diploma de
curso superior.
GABARITO: B
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão
o compromisso de bem e fielmente
COMENTÁRIO: Entende-se por perícia con-
desempenhar o encargo. (Redação dada
traditória aquela em que diferentes peritos
pela Lei nº 11.690, de 2008)
chegam a conclusões diversas a respeito da
mesma matéria médica. Em outros termos,
fato único gera conclusões diferentes e até
opostas. 3. (CEPERJ - 2009 - PC-RJ - Delegado de Po-
lícia) - Sobre o exame de corpo de delito
111
e outras perícias, é correto afirmar que:
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prazo fixado pelo juiz, mas não será E - Correta definição de parecer.
admitida sua inquirição em audiência
do mesmo modo que os peritos.
5. (FUNIVERSA - 2015 - POLÍCIA CIENTÍFICA
GABARITO: D - GO - Perito Criminal) Com base nos con-
ceitos de perícia e de perito, bem como
COMENTÁRIO: o Ministério Público, o as- na normatização estabelecida no CPP, as-
sistente de acusação, o ofendido, o quere- sinale a alternativa correta.
lante e o acusado terão permissão para for-
mular quesitos e indicar assistente técnico. a) Falsa perícia pode ser definida como
(art. 159, §3º, CPP) a afirmação contra a verdade, como a
negação da verdade e como o silêncio
acerca da verdade, só podendo ocorrer
nos casos em que atuam peritos oficiais.
4. (FUNCAB - 2013 - POLITEC-MT - Perito b) O juiz pode rejeitar partes de um laudo,
Médico Legista – Psiquiátrica) Sobre o mas não o laudo todo.
Parecer médico-legal, marque a asserti- c) Para a realização do exame de corpo
va correta: de delito e de outras perícias, a regra
absoluta é o perito oficial, não cabendo
a) É um documento que exprime dúvidas alternativas.
sobre um relatório médico-legal e que d) A iniciativa da perícia cabe à autoridade
pode ser solicitado pela autoridade ou
mesmo por outro perito.
policial ou à autoridade judiciária e às
partes, estando todas elas aptas para
112
b) É um documento gerado por indicar os peritos.
divergências em uma consulta médico- e) Corpo de delito é o conjunto de vestígios
legal, cabendo ao perito relator a sua materiais (elementos sensíveis)
execução. deixados pela infração penal, ou seja,
c) Compõe-se de cinco partes: preâmbulo, representa a materialidade do crime.
exposição, descrição, discussão e
conclusão. GABARITO: E
d) É o documento que atesta a veracidade
de uma perícia forense COMENTÁRIO:
e) É feito por um professor renomado na
matéria ou por um grupo de peritos de A- ERRADA - Art. 342, CP. Fazer afirma-
uma instituição oficial. ção falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, perito, contador,
GABARITO: E tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito
COMENTÁRIO: policial, ou em juízo arbitral:
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falta de perito oficial, o exame será cia dos sinais de morte, julgarem que possa
realizado por 2 (duas) pessoas idô- ser feita antes daquele prazo, o que decla-
neas, portadoras de diploma de curso rarão no auto.
superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem ha- Parágrafo único. Nos casos de morte
bilitação técnica relacionada com a violenta, bastará o simples exame externo
natureza do exame do cadáver, quando não houver infração
penal que apurar, ou quando as lesões
D- ERRADA - As partes não indicam externas permitirem precisar a causa da
peritos, mas sim assistentes técnicos. morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma cir-
E – CORRETA - Corpo de delito é, para cunstância relevante.
a Medicina legal e o Direito, o conjun-
to dos vestígios materiais resultantes
da prática criminosa.
7. (FUNIVERSA - 2015 - POLÍCIA CIENTÍFI-
CA - GO - Médico Legista) - A narração es-
crita de todas as circunstâncias de uma
6. (FUNIVERSA - 2015 - POLÍCIA CIENTÍFI- perícia médica, determinada por uma au-
CA - GO - Médico Legista) Considerando toridade policial ou judiciária a um pro-
os conceitos de perícia e de perito, bem fissional previamente nomeado e com-
como a normatização estabelecida no
CPP, assinale a alternativa correta.
prometido na forma da lei, denomina-se
113
a) auto pericial.
a) A detecção de vestígios do crime nas b) relatório médico-legal.
coisas não é exame de corpo de delito. c) parecer médico-legal.
b) O exame de corpo de delito só poderá d) notificação pericial.
ser feito por via direta. e) consulta médico-legal.
c) A autópsia será feita pelo menos 6 horas
depois do óbito, salvo se os peritos, pela GABARITO: B
evidência dos sinais de morte, julgarem
que possa ser feita antes daquele prazo, COMENTÁRIO: Quando se fala de NARRA-
o que declararão no auto. ÇÃO ESCRITA, só podemos falar de laudo,
d) O exame de corpo de delito, em que é um tipo de relatório médico-legal,
questões médico-legais, só poderá ser portanto a alternativa menos errada seria
feito nas dependências dos Institutos a letra B: RELATÓRIO, temos: fatos ditados
de Medicina Legal ou dos hospitais por um perito a um escrivão- auto; fatos es-
públicos durante o correr do dia solar. critos por um perito- laudo. Jamais poderia
e) Exame de corpo de delito é a procura ser a letra A, pois seria uma narração DITA-
de vestígios do crime no corpo humano. DA e não escrita.
GABARITO: C
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8. (FUNIVERSA - 2015 - POLÍCIA CIENTÍFI- relatar as lesões e sinais do indivíduo,
CA - GO - Médico Legista) - Com relação e se envolver cadáver tem que constar
ao laudo médico-legal, assinale a alter- os sinais da morte, identidade, exame
nativa correta. interno e externo;
• Discussão – que é o diagnóstico onde o
a) É um documento privativo dos peritos perito externará sua opinião, relatório
oficiais, devendo, necessariamente, ser dos critérios utilizados;
assinado por um perito relator e por um • Conclusão – que é o resumo do ponto
perito revisor, sob pena de nulidade. de vista do perito, baseando-se nos
b) Tem por função principal o elementos objetivos e comprovadores
esclarecimento de dúvidas das de forma segura;
autoridades policial ou judiciária em • Respostas aos quesitos – eventualmente
relação a uma perícia prévia ou mesmo oferecidos pelas partes ou juízo. Os
à apreciação técnica de fatos novos ao quesitos serão transcritos e receberão
processo em curso, caracterizando- pronta e sucinta resposta. Devemos
se pela presença de quesitos encontrar nesta parte do laudo uma
complementares. verdadeira síntese de tudo que ficou
c) Quando é ditado a um escrivão durante registrado, analisado e concluído no
a realização da perícia, denomina-se texto precedente.
auto.
d) Quesitos são perguntas que têm por
finalidade a caracterização de fatos
9. (Escrivão – PCPA – 2016) - Dentre as al-
114
relevantes ao processo em curso,
guardando relação direta com os tipos ternativas a seguir, assinale a que repre-
específicos de perícias e, desse modo, senta, de acordo com a literatura sobre o
não podendo ser padronizados, não tema, uma espécie de documento médi-
sendo, assim, parte integrante do laudo. co-legal.
e) São partes integrantes: preâmbulo,
quesitos, histórico, descrição, discussão, a) Denúncia
conclusão e resposta aos quesitos. b) Atestado
c) Petição
GABARITO: E d) Agravo
e) Sentença
COMENTÁRIO: São suas partes de um Lau-
do, que é um relatório: GABARITO: B
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10. (IBFC - 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR questões de paternidade, nulibilidade
- Médico Legista Área B) - A Medicina Le- de casamento, testamento, início da
gal é uma ciência de grandes proporções personalidade e direito do nascituro.
e muita diversificação. A respeito do Com o Direito Administrativo, quando
conceito de Medicina Legal, analise as avalia as condições dos funcionários
afirmativas. públicos, no ingresso, nos afastamen-
tos e aposentadorias. (Genival V. de
I. A Medicina Legal é a ciência a França).
serviço das ciências jurídicas e
sociais. III e IV – Verdadeiro – outras defini-
II. Embora se relacione estreitamente ções de Medicina Legal.
com o Direito Processual Penal,
a Medicina Legal não apresenta
relação com o Direito Processual
Civil. 11. (FCC - 2017 - PC-AP - Delegado de
III. Uma das definições de Medicina Polícia) O exame de corpo de delito é
Legal é que esta é a arte de pôr os dispensável nos crimes que deixam
conhecimentos médicos a serviço vestígios.
da administração da Justiça.
IV. A Medicina Legal tem recebido a) deve ser feito imediatamente para que
diversas denominações, como: não se percam os vestígios do crime,
Medicina Judiciária, Medicina o que veda a indicação de assistente
técnico pelas partes.
115
Política e Medicina Forense.
b) deve ser feito, em regra, pelo menos 2
Estão corretas as afirmativas: horas após o óbito.
c) realiza-se sobre vestígios do corpo
a) I, II e III, apenas humano, havendo regime diverso
b) I, III e IV, apenas para o exame sobre objetos e sobre
c) II, III e IV, apenas reconhecimento de escritos.
d) I, II e IV, apenas d) pode ser rejeitado pelo juiz, no todo ou
e) III e IV, apenas em parte.
GABARITO: B GABARITO: E
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ficientes para o alcance da dinâmica dos sentava temperatura de 27 ºC, além de
fatos, das motivações de um crime por- rigidez completa de tronco e membros.
ventura cometido e, preferencialmente, Constataram-se escoriações na face,
para o apontamento da autoria do mes- fraturas dos elementos dentários ante-
mo. Nesse sentido, tem-se o seguinte: riores, manchas roxas na região cervical
anterior e duas lesões profundas na re-
a) a prova testemunhal substitui o exame gião torácica anterior, abaixo da mama
de corpo de delito mesmo quando esquerda, medindo a maior delas 4 cm
vestígios forem encontrados. × 1 cm. Havia tênue mancha de tonali-
b) a análise dos vestígios é dispensável dade avermelhada na face posterior do
quando o culpado confessar o crime ou corpo, que só não se evidenciava nas
for pego em flagrante. partes que estavam em contato com o
c) vestígios são provas do cometimento solo. Nas adjacências das lesões toráci-
de um crime, sobretudo se são cas e no solo próximo ao corpo, havia pe-
encontrados no local dos fatos. quena quantidade de sangue coagulado.
d) o corpo da vítima é parte do corpo de No mesmo terreno onde estava o corpo,
delito e os vestígios nele encontrados. foi encontrada uma faca de gume liso
e) corpo de delito é o conjunto de vestígios único. A lâmina, que estava suja de san-
encontrados no local dos fatos ou a gue, tinha formato triangular e media
estes relacionados. 20 cm de comprimento e 4 cm de largura
em sua base. Exames laboratoriais rea-
GABARITO: E lizados posteriormente atestaram que o 116
sangue presente na faca pertencia à víti-
COMENTÁRIO: dentro dos crimes mate- ma. Após a lavagem do corpo, foi possí-
riais, classificam-se entre aqueles que, na vel detectar lesões torácicas, de acordo
linguagem do código de processo penal, com as imagens mostradas na figura a
aqueles que deixam vestígios, nos quais, seguir.
por segurança, o referido diploma legal exi-
ge que sua materialidade seja comprovada Considerando a situação hipotética
por meio do auto de exame de corpo delito. apresentada no texto 1A9AAA e a figura
que a ele se segue, assinale a opção cor-
reta.
13. (Prova CESPE - 2018 - PC-MA - Delega- a) Se não houvesse um perito médico-
do de Polícia Civil) - Texto 1A9AAA: Em legista oficial na localidade, mas
determinada cidade interiorana, por vol- houvesse um médico e um dentista
ta das dezesseis horas de um dia ensola- lotados no posto de saúde local, o
rado, o corpo de uma mulher jovem foi delegado de polícia poderia nomeá-los
encontrado por populares, em área des- para que eles realizassem o exame de
coberta de um terreno baldio. O delega- corpo de delito.
do de plantão foi comunicado do fato e, b) O exame de corpo de delito deverá ser
ao dirigir-se ao local, a autoridade poli- iniciado somente no período diurno.
cial verificou que o corpo se encontrava c) Será necessário aguardar ao menos
em decúbito dorsal e despido. A perícia seis horas após a localização do cadáver
de local, tendo realizado exame perine- para se proceder à autópsia.
croscópico, verificou que o corpo apre- d) O exame interno do cadáver poderá
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ser dispensado, uma vez que as lesões equipe pericial do instituto médico-legal
externas são suficientes para se para realização de perícia conjunta.
estabelecer com precisão a causa da c) informar à autoridade policial sobre
morte. a alteração do local de morte, emitir o
e) Após realizar o exame cadavérico, o laudo de impedimento e determinar a
perito médico-legista deverá redigir o remoção imediata do cadáver para o
parecer médico-legal, no qual deverá instituto médico-legal.
descrever minuciosamente o que d) realizar o exame externo do cadáver, de
observou e responder aos quesitos tudo que é encontrado em torno dele
formulados. ou que possa ter relação com o fato em
questão, e registrar no laudo a alteração
GABARITO: A notada no local de morte.
e) realizar o registro fotográfico do local,
COMENTÁRIO: Art. 159. O exame de corpo investigar as circunstâncias da morte,
de delito e outras perícias serão realizados não realizar o exame pericial do cadáver,
por perito oficial, portador de diploma de coletar o provável instrumento utilizado
curso superior. e descrever no laudo a alteração do
local de morte
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame
será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, GABARITO: D
portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica
COEMNTÁRIO:
117
relacionada com a natureza do exame. A – Atribuição da autoridade policial
que preside o inquérito policial;
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a) É fundamentalmente uma forma de cada” (Hélio Gomes). Portanto a alternativa
apoiar as investigações das polícias D está correta, vamos discutir as outras al-
técnicas, sempre que haja evento a ser ternativas:
investigado que resultou em dano físico
e/ou mental. a. Note que a definição de medicina legal é
b) É um conjunto de noções sobre como mais ampla do que somente restringido
ocorrem as lesões corporais, as a investigação de crime, temos também,
consequências delas decorrentes, as por exemplo, auxilio a elaboração de
alterações relacionadas com a morte leis, portanto tem outras finalidades.
e os fenômenos cadavéricos, além da a. Medicina Legal é uma ciência, e não um
formulação de conceitos diferenciais em conjunto de noções.
embriaguez e uso de drogas, as asfixias b. Medicina legal é uma especialidade
mecânicas e suas características, os médica, em que alguns casos podem
crimes sexuais e sua análise pericial, ser exercidos por outros profissionais
entre outros. que não sejam médicos legistas
c) É uma atribuição designada ao médico (conforme § 1o artigo 159 CPP): “§
legista, podendo ser exercida por 1o Na falta de perito oficial, o exame
profissional civil ou militar, desde que será realizado por 2 (duas) pessoas
investido por instituição que assegure idôneas, portadoras de diploma de
a competência legal e administrativa do curso superior preferencialmente na
ato profissional. área específica, dentre as que tiverem
d) É um conhecimento médico e paramédico habilitação técnica relacionada com a 118
que, no âmbito do direito, concorre para natureza do exame. (Redação dada pela
a elaboração, interpretação e execução Lei nº 11.690, de 2008)”.
de leis existentes. Por meio de pesquisa c. Certa.
científica realiza seu aperfeiçoamento, d. Não pode relacionar a medicina Legal
estando a medicina a serviço das à obrigação de fazer laudos, apenas
ciências jurídicas e sociais. auxilia na elaboração, interpretação e
e) É a aplicação de conhecimento médico executarão dos dispositivos legais.
e biológico na execução de leis segundo
a previsão legal, com obrigação de fazer
relatórios cooperando na elaboração,
auxiliando na interpretação, e
colaborando na execução das leis de
forma a ser uma medicina aplicada.
GABARITO: D
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IDENTIDADE, RECONHECIMENTO E IDENTIFICAÇÃO
O reconhecimento, por sua vez, é subjetivo, pois são feitos estímulos para que
alguém realce de sua memória informações que podem colaborar com a identificação
pretendida, depende da pessoa que será convidada a reconhecer, pois, utilizará de suas
lembranças, já tendo visto primeiro, para depois reconhecer. Só se reconhece alguém
que já é conhecido. O reconhecimento não é válido como identificação forense positiva
(como método técnico-científico).
A identidade é uma qualidade de ser uma coisa ou aquela pessoa e nenhuma outra,
ou seja, atividade que visa individualizar alguém perante outras. Existem dois aspectos
distintos: o subjetivo, que é a consciência do indivíduo de ser ele mesmo durante toda
a sua existência, podendo esta ser prejudicada nos esquizofrênicos, e o objetivo, que se 119
traduz pela sua presença física no meio ambiente, estabelecido pelas características pe-
culiares que lhe dão a individualidade.
Note que, embora entre gêmeos univitelinos o reconhecimento seja muito difícil,
por utilizar critérios externos e subjetivos de alcance, a identificação é bastante simples,
em decorrência do seu caráter objetivo e intrínseco, utilizando-se das impressões digitais
ou amostras de DNA para a identificação próprios e individuais. A lei 12037/09 regula a
identificação criminal.
Recapitulando:
Identificação é o meio pelo qual se pode afirmar que determinada coisa ou pessoa
é realmente aquela que se indica, individualizando esses organismos na sociedade. Utili-
za-se métodos para se obter a identidade daquilo que está querendo saber o que é.
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Reconhecimento: para o reconhecimento é necessário um registro, ou seja, para
reconhecer é necessário já ter conhecido.
MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO
FUNDAMENTO CARACTERÍSTICA
UNICIDADE não pode ser repetido em outro indivíduo; ser único;
Biológico
Para Hygino (2014), o conjunto de elementos sinal éticos (sinais e dados peculiares
ao indivíduo), para ser considerado bom, deve preencher quatro requisitos técnicos, a
saber: unicidade, imutabilidade, praticabilidade e classificabilidade.
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Os tipos de identificação podem ser classificados em primários e secundários. Os
primários, mais confiáveis, são as análises odontológicas comparativas, as impressões
digitais e os perfis de ácido desoxirribonucléico (DNA). Entre os meios secundários se in-
cluem as diversas possibilidades de reconhecimento, tais como descrição pessoal, dados
médicos, as evidências e as roupas encontradas no corpo.
121
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL
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ESPÉCIE
Ossos
Alguns aspectos nos permitem saber se um osso é humano ou não, para tanto, devem
ser analisados o tamanho (segundo Hygino, é a primeira característica a ser analisada), peso
e forma dos ossos. Aplicando-se essa sistemática à análise do crânio e dos outros ossos.
122
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Palermo cita que esses canais nos humanos são em menor número, elípticos e mais
largos, enquanto nos animais são mais estreitos, circulares e numerosos.
Sangue:
É possível realizar uma identificação pelas manchas de sangue, as quais podem ser
encontradas no local do crime, razão pela qual são recolhidas para serem identificadas,
primeiro para ver se é sangue, depois se é animal ou humano.
Palermo cita Roberto Blanco que afirma que o luminol é o teste de elite, quando se
fala em prova de orientação, que determina a natureza da substancia. Esse teste converte
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a alfa-amino-ftalidrazina em alfa-amino-ftalato na presença do peroxido de hidrogênio.
Pode ocorrer erros em casos em que tenha desinfetantes ou outras substancias oxidantes.
Outros testes de orientação são (Palermo): Adler, Van Deen, Kastle Meyer e Arman-
do Ferreira. A TÉCNICA DE ADDLER (solução saturada de benzidina em álcool a 96° ou em
ácido acético, torna-se azul-esverdeado a azul intenso em casos positivos).
Pelo:
Palermo cita que o pelos humanos têm um córtex espesso e pigmento fino, mas
que aumenta após a puberdade. A partir desses elementos é possível fazer a reação an-
tígeno e anticorpo, estudar os cromossomos.
RAÇA:
Existem três tipos de raças, quanto a cor de pele (classificação de Oswaldo Arbenz,
divididas em melanodermos, cuja expressão decorre de melanina, que é um pigmento
que dá a cor escura a pele, é a raça negra; os leucodermos (leuco é incolor) possuem me-
nos melanina, o que faz com que a pele seja branca; os faiodermos (mulatos/mornos) e
por último os asiáticos que são xantodermos, com pele amarela.
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França (2107), cita 5 tipos étnicos fundamentais: caucásico (pele branca ou triguei-
ra); mongólico (pele amarela); negroide (pele negra); indiano (não se afigura como um
tipo racial definido) e australoide (estatura alta; pele trigueira).
Para estabelecer a raça é necessário analisar o índice do crânio. Nesta análise te-
mos, igualmente, três espécies, sendo os braquicéfalos (platirrinos), os mesocéfalos (me-
sorrinos) e, por fim, os dolicocéfalos (catarrinos ou leptorrinos).
125
Figura 5 - Análise antropométrica do crânio.
Existem crânios mais longos e outros mais curtos, de forma que Braquicéfalos são
os mais curtos, já os dolicocéfalos são os mais longos. Quando o crânio é longo ele, na-
turalmente, é mais estreito. Em contrapartida, quando o crânio é curto ele é mais largo.
Os braquicéfalos, por possuírem crânio curto e largo, têm um nariz achatado, daí a
classificação platirrinos (plati-achatado; rinos-nariz). Os Dolicocéfalos têm o crânio longo
e estreito, o que resulta em um nariz fino, denominado leptorrino ou catarrino (lepto-fi-
no; rinos-nariz; catarrino é o nariz fino e para baixo). Os mesorrinos estão em um nível
intermediário, representando os mesocéfalos.
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É importante ressaltar, porém, que o braquicéfalo e o dolicocéfalo podem se referir
a uma pessoa de pele branca ou negra. Os mesocéfalos ou mesorrinos não geram
discussão são, pacificamente, os asiáticos, pele amarela.
Para diferenciar, então, deve ser analisado principalmente o nariz, não é correto
126
estabelecer a definição considerando característica de braquicéfalo ou dolicocéfalo.
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Outros ângulos estão relacionados com a face e recebem nomes diferentes, conforme
o local de análise, sendo na espinha nasal anterior (Jacquart); no próstio (Cloquet); no
bordo incisal dos incisivos centrais superiores (Cuvier).
127
O osso maxilar tem sua origem na expressão “gnatha”. A pessoa agnata não tem
maxilar. O macrognata tem o maxilar grande. O prognata tem a mandíbula projetada
para frente. Estatisticamente os prognatas são da raça negra. Normalmente os ortogna-
tas, com maxilar pra dentro, são da raça branca. Os mesognatas são os amarelos.
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128
SEXO:
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129
Figura 11 - Dois mais principais e mais efetivos métodos de determinação de sexo (crânio e pelve) -
Carvalho e Simon (1999).
Outro ponto a ser observado é a robustez, como aqueles que aparecem no crânio e
na inserção musculares de ossos masculinos.
Crânio:
As características do crânio não é tão precisa como aquela baseada na pelve, mas
deve ser usada na ausência de dados pélvicos para estimativa do sexo (Hygino, 2014).
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Tabela 4 - Aspectos relacionados ao sexo no crânio:
130
Os ossos do crânio masculino são mais ásperos e duros do que o feminino. Lembre-
-se que a delicadeza leva ao feminino.
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Pelve:
131
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Tabela 5 - Determinação do sexo por meio das características morfoscópicas da pélvis (Ramírez).
132
Note que todas as análises ósseas indicam probabilidade, a qual aumenta conforme
for a estrutura óssea observada, no entanto, não dá certeza.
Estatura:
Caso tenha apenas as medidas dos ossos longos, será utilizada então a Tábua os-
teométrica de Broca ou tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e Gleser, de Mendonça ou de
Lacassagne e Martin para estimativa da estatura.
IDADE
De forma geral, a estimativa de idade nos fetos é feita pelo aspecto morfológico,
(sua estatura e pelos raios X). Já nas crianças nascidas a termo, observa-se o ponto de
ossificação de Blecard, na extremidade distal do fêmur.
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França (2017) elenca alguns elementos na estimativa de idade, descritos na tabela abaixo:
Elementos Características
Aparência Fácil distinguir um recém-nascido de um jovem ou de um ancião.
Pele formação das rugas
Pelos pelos pubianos, calvice
Globo ocular arco senil - 20% dos quadragenários e em 100% nos octogenários
Dentes a partir dos 5 meses de vida
Rx de ossos pontos de ossificação das epífises e diáfises
Suturas do crânio desaparecem na vida adulta
Ângulo mandibular 150° no feto, 135° no recém-nascido; 130° de 0 a 10 anos; 125° de
10 a 20 anos; 123° de 20 a 30 anos; 125° de 30 a 50 anos; 130° acima
dos 70 anos.
Métodos antigos
Como exemplo dos processos antigos temos o ferrete, assinalamento sucinto (ano-
tação da estatura, da raça, da compleição física, idade, cor dos olhos e dos cabelos e al-
gumas alterações mais apelativas da atenção), fotografia simples e retrato falado dentre
outros.
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Figura 14 - Identificação primitiva com “ferrete”.
Figura 15 - Bertilhonagem.
PAPILOSCOPIA
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Existem quatro principais características que levaram a identificação digital ser o
método mais utilizado, a começar pela perenidade ou imutabilidade, o que permite que
uma vez identificada, a pessoa nunca mais será desconhecida. Outro é a exclusividade ou
unicidade, uma vez nenhuma pessoa tem uma digital igual à da outra. Além da praticida-
de e classificabilidade, o que permite que sejam extraídas por exames rápidos e simples,
utilizando critérios técnicos de classificação individual.
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As impressões digitais foram estudadas por Juan Vucetich, o qual descreveu a exis-
tência de quatro desenhos fundamentais, sendo o verticilo (representado por 4 ou V), a
presilha externa (3 ou E), a presilha interna (2 ou I) e, por fim, o arco (1 ou A). Utilizando
letra para o polegar e algarismo numérico para os demais dedos.
CODIFICAÇÃO
TIPO FUNDAMENTAL
POLEGAR DEMAIS DEDOS
Verticilo V 4 136
Presilha externa E 3
Presilha interna I 2
Arco A 1
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A ficha decadactilar é a ficha utilizada para a identificação civil e criminal pela im-
pressão digital. A fórmula datiloscópica é formada por uma fração cujo numerador é a
mão direita, chamada de série; o denominador é a mão esquerda, chamada de seção.
É possível que duas pessoas tenham a mesma forma papiloscópica, assim como é
possível que tenham os mesmos pontos característicos. O que é impossível é que estejam
todos os pontos na mesma posição, na mesma sequência.
São três principais espécies de digitais, começando pelas as visíveis, que podem ser
vistas a olho nu, as latentes, que só são perceptíveis através dos reveladores, ou ainda,
moldadas, as quais ficam impressas em alguma superfície mole.
Particularidades:
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O Estatuto da Criança e do Adolescente exige que a criança seja identificada pela
podoscopia e a mãe pela datiloscopia, sob pena de responder criminalmente. Daí surge a
importância de sabermos que desde o 6º mês de vida intrauterina as impressões digitais
do indivíduo já estão formadas, após o que elas não mudam mais, ainda que em estado
de putrefação. Isso porque enquanto a epiderme estiver hígida, exercendo suas funções,
elas serão perenes, ou seja, imutáveis.
Note que existem doenças que apagam completamente as digitais, porém, após a
cura e o ressurgimento das digitais, elas estarão exatamente como eram antes.
POROSCOPIA:
Como vimos acima, podemos usar não só a papiloscopia, mas também a Porosco-
pia, que é o exame que realiza a identificação através das marcas deixadas pelos poros
da pele, presentes nas papilas digitais. São áreas puntiformes brancas dispostas ao longo
das linhas impressas. Assim, através da imagem negativa dos poros é possível identificar.
São negativas onde a tinta não entrou.
138
GENÉTICA
O exame genético para fins de identificação, segundo Hygino, está indicado princi-
palmente nos casos quando os despojos humanos se apresentam muito deteriorados,
carbonizados, esquartejados ou reduzidos a pequenos fragmentos ósseos, situações nas
quais os parâmetros antropométricos não podem ser aplicados de modo confiável.
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• Identificação de peças ósseas e órgãos humanos
• Investigação de paternidade
• Produção de perfis de material genético recuperado a partir de evidências de
natureza biológica presentes em suportes diversos encontrados em locais de
crimes (manchas de sangue, manchas de esperma, manchas de saliva, pêlos
e outros)
Nos casos de abuso sexual um agressor pode ser identificado pela detecção do seu
haplótipo numa amostra recolhida no local do crime. Existe mistura de material celular
da vítima e do suspeito, em quantidades desproporcionais, na grande maioria dos casos
com quantidade de material celular feminino consideravelmente superior à do suspeito.
Nestas circunstâncias o estudo dos marcadores específicos do cromossoma Y, permite
a possibilidade de identificar o agressor, inclusive com a presença de mais do que um
contribuinte do sexo masculino. Estes casos podem ser de difícil avaliação, na medida em
que a obtenção de um perfil masculino do cromossoma Y na amostra, significa que foi
identificada uma linhagem paterna e não um indivíduo específico, portanto pode ser o
irmão, pai do agressor, lembre-se, identifica tão somente uma linhagem paterna.
Sexual: 1 par
Autossômicos: 22 pares
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Existem duas metodologias para análise do DNA. Uma baseia-se no estabelecimen-
to dos padrões genéticos após a obtenção de fragmentos de restrição de DNA dos indiví-
duos (polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição ou restriction jragment
lenght polimorphism - RFLP).
Segundo Hygino, O princípio básico para estabelecer uma identificação pela análise
de DNA, consiste no exame de uma quantidade suficiente de polimorfismos de um deter-
minado sujeito esteja presente, com isso, a probabilidade de que qualquer outra pessoa
na população tenha os mesmos alelos em cada locus cromossoma será ínfima.
140
O exame de DNA permite um cálculo estatístico de probabilidade, portanto sempre
possibilitando uma margem de erro ínfima, estatisticamente insignificante.
Sobre bancos de perfil genéticos, eles são constituídos, com a finalidade de arma-
zenar os dados de perfis genéticos de modo que possam ser confrontados em processos
de ações criminais, ou até mesmo com outras finalidades.
Hygino destaca que atualmente o exame de DNA constitui o melhor método para a
identificação de um indivíduo, mas para que ela seja eficaz, é necessário que o universo
de possíveis vítimas seja reduzido ao máximo.
IDENTIFICAÇÃO ODONTOLEGAL
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próteses, implantes, são analisadas. Uma vez que essas intervenções são feitas sob me-
dida para cada indivíduo, elas são consideradas no momento da exclusão e confirmação
de identidade de vítimas.
141
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QUESTÕES surge vinculada aos estudos fisio-bioló-
gicos do século XVIII e XIX, visando com-
preender o processo de evolução pelo
1. (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Cri-
qual se originaram os humanos moder-
minal – Odontologia) - A estimativa do
nos, com ênfase nos aspectos biológicos
sexo tem seu valor na esfera da odonto-
e físicos referentes a este processo. Sua
logia legal, em especial nos casos em que
metodologia se centraliza na compara-
se encontra apenas o crânio separado do
ção fóssil-residual além do estudo com-
esqueleto. Confrontando-se os aspectos
parativo de diferentes “tipos humanos”.
cranianos presentes no sexo masculino
Podemos dizer da antropologia:
e no feminino, qual das seguintes carac-
terísticas é mais compatível e provável
a) Antropologia forense é ramo da medici-
de ser encontrada em crânios de mulhe-
na legal que tem como principal objeto
res?
a identidade e identificação do ser hu-
mano.
a) glabela mais pronunciada
b) O uso da antropologia geral, não é acei-
b) fronte mais inclinada para trás
ta como prova na esfera penal.
c) côndilos occipitais mais curtos e mais
c) A antropologia identifica restos huma-
largos
nos, desde que não estejam esqueleti-
d) apófise estiloide mais longa e de maior
zados.
grossura
e) maior aspereza e irregularidade do bor-
d) A antropologia e sua grande relação 142
com a biologia e a osteologia, possibi-
do inferior do osso malar
lita somente a identificação de animais
esqueletizados.
GABARITO: C
GABARITO: A
COMENTÁRIO: Características masculinas:
fronte mais inclinada para trás, glabela e
COMENTÁRIO: a Antropologia Forense
arcos superciliares salientes, crânio mais
Estuda a identidade e a identificação do
pesado, côndilos occipitais longos e del-
homem. A identificação médico-legal é de-
gados, rebordos supraorbitários rombos,
terminada através de métodos, processos
linhas nucais rugosas, mento quadrado,
e técnicas de estudo dos seguintes carac-
dentre outras. Femininas: fronte mais ver-
teres: idade, sexo, raça, altura, peso, sinais
tical, glabela não saliente e continuação do
individuais, sinais profissionais, dentes, ta-
perfil frontonasal, crânio mais leve, côndilos
tuagens, já a identificação judiciária é atra-
occipitais curtos e largos, rebordos supraor-
vés da antropometria, datiloscopia, dentre
bitárias cortantes, linhas nucais discretas/
outras.
planas, mento pontiagudo. Parte superior
do formulário.
Os meios de identificação podem ser clas-
sificados em primários e secundários. Os
primários mais confiáveis são as análises
odontológicas comparativas, as impressões
2. (EXATUS - 2012 - DETRAN-RJ - Analista de
digitais e os perfis de ácido desoxirribonu-
Identificação Civil) - A antropologia Física
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cléico (DNA). Entre os meios secundários se por meio de gerações distantes na linha
incluem as diversas possibilidades de reco- materna.
nhecimento, tais como descrição pessoal, e) A Reação em Cadeia da Polimerase
dados médicos, as evidências e as roupas (PCR) é uma técnica comumente utiliza-
encontradas no corpo. da para se determinar o perfil de DNA
em uma amostra. Sensível e moderna é
capaz de gerar com eficácia um grande
número de cópias de um determinado
3. (FUNIVERSA - 2015 - POLÍCIA CIENTÍ- segmento de DNA a partir de pequena
FICA - GO - Médico Legista) - O processo quantidade de material genético.
de identificação por DNA (ácido desoxir-
ribonucleico) tem por lastro a assertiva GABARITO: E
de que cada indivíduo é geneticamente
único (à exceção dos gêmeos idênticos), COMENTÁRIO:
o que torna praticamente obsoletas ou-
tras técnicas antecedentes. Quanto a a. ERRADA - é possível extrair DNA
esse processo de identificação, assinale de ossos e unhas.
a alternativa correta. b. ERRADA - o que identifica é o
polimorfismo presente no DNA.
a) Apresenta como limitação a impossibi- c. ERRADA - o DNA mitocondrial
lidade de ser realizado em fragmentos pode ser usado na érea forense 143
ósseos e unhas. e está presente no cabelo sem
b) A molécula de DNA mostra-se ideal para bulbo e também em células
o processo de identificação em função anucleadas (hemácias).
da ausência de polimorfismos, facilitan- d. ERRADA - misturou as defini-
do assim a análise do comprimento dos ções (DNA nuclear X DNA mit.).
fragmentos resultantes da ação das en- e. CORRETA - é importante o con-
zimas de restrição. ceito de PCR.
c) O DNA mitocondrial, diferentemente do
DNA nuclear, não é útil para a tentati-
va de identificação de restos humanos,
uma vez que se faz escassamente pre- 4. (FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Crimi-
sente em pelos sem bulbo piloso (has- nal) - De acordo com o sistema dactilos-
tes pilosas) e sangue. cópico de Vucetich, assinale a assertiva
d) A molécula de DNA apresenta três com- correta.
ponentes fundamentais: a desoxirribo-
se, um grupo fosfato e quatro tipos de a) No arco, situa-se apenas o sistema de
bases nitrogenadas (adenina, citosina, linhas marginais e basais, não encon-
guanina e timina), dispostos em um mo- trando o sistema central, tampouco ha-
delo estrutural de dupla hélice circular, vendo formato de delta.
no DNA nuclear, que permite uma aná- b) No sistema de identificação de Vuceti-
lise exclusivamente da herança mater- ch, utilizam-se apenas as impressões
na, permitindo inclusive a identificação dos cinco dedos da mão direita do indi-
víduo para a sua classificação.
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c) Presilha externa ocorre quando as li- • Arco: geralmente adéltico, formado
nhas se encaminham da esquerda para por linhas que atravessam o campo
o centro e voltam para a esquerda, re- digital, apresentando em sua tra-
sultando a presença de um delta à di- jetória formas mais ou menos pa-
reita. ralelas e abauladas ou alterações
d) Presilha interna ocorre quando as li- características. É representado pela
nhas se dividem da direita para o centro letra A para os polegares e número
e voltam para a direita, formando ape- 1 para os demais dedos.
nas um delta à esquerda.
e) O arco é a parte central do polegar que
forma um turbilhão em que se encon-
tram as linhas do sistema basal e mar- 5. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE
ginal, formando dois triângulos. - Médico Legista) - A respeito de identida-
de e de identificação humana para fins
GABARITO: A de exame pericial médico-legal, assinale
a opção correta.
COMENTÁRIO: As impressões obtidas são
colocadas na fórmula datiloscópica, na qual a) Mutilações, manchas, cicatrizes, estigmas
são representadas por uma fração, onde a profissionais, deformidades e patolo-
mão direito está no numerados e a mão es- gias diversas não são utilizadas como
querda no denominador, conforme abaixo: meios de identificação pela antropolo- 144
gia forense, por desobediência ao prin-
• Verticilo: representado por V nos cípio ético.
polegares (notação literal) e por 4 b) A antropologia social tem como objeti-
nos outros dedos (notação numéri- vo estabelecer as características físicas
ca). Apresenta dois deltas e um nú- pessoais, incluindo alterações associa-
cleo central. das às anomalias, patologias, hábitos e
• Presilha externa: um delta à esquer- atividades.
da do observador, apresentando c) No estudo da identidade humana, o as-
linhas que, partido da direita, cur- pecto objetivo é a consciência do indiví-
vam-se e voltam ou tendem a vol- duo de ser ele mesmo, ao passo que o
tar ao lado de origem, formando aspecto subjetivo se refere à existência
laçadas. É representado pela letra física estabelecida pelas características
E para os polegares e o número 3 peculiares que dão a individualidade.
para os demais dedos. d) A antropologia forense tem como obje-
• Presilha interna: um delta à direita tivo reduzir o universo de possíveis víti-
do observador, apresentando linhas mas, para otimizar os custos e agilizar
que, partindo da esquerda, curvam- os procedimentos legais.
-se e voltam ou tendem a voltar ao e) Entre os requisitos necessários aos mé-
lado de origem, formando laçadas. todos de identificação, incluem-se a
É representado pela letra I para os unicidade, a sinalética, a classificabilida-
polegares e o número 2 para os de- de e a imutabilidade.
mais dedos.
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GABARITO: E a) apenas gêmeos univitelinos apre-
sentam idênticas impressões digi-
COMENTÁRIO: os fundamentos biológicos tais.
ou técnicos que qualificam e que preen- b) o reconhecimento dos parentescos
chem as condições para um método de e das linhagens familiares é realiza-
identificação ser considerado aceitável são: do por meio de imagens datiloscó-
picas.
• UNICIDADE. Também chamado de c) o sistema dactiloscópico, quando
individualidade, ou seja, que deter- procedido na forma decadactilar,
minados elementos sejam específi- especialmente para fins de inves-
cos daquele indivíduo e diferenças tigação criminal, apresenta maior
dos demais. precisão.
• IMUTABILIDADE. São as característi- d) exclui-se o requisito da classificabi-
cas que não mudam e não alteram lidade, pois é impossível classificar,
ao longo do tempo. de forma organizada, tantas varie-
• PERENIDADE. Consiste na capacida- dades de desenhos e recuperar um
de de certos elementos resistirem à número expressivo de amostras.
ação do tempo, e que permanecem e) as impressões digitais, por serem
durante toda a vida, e até após a resultantes de fenômenos biológi-
morte, como por exemplo o esque- cos, são consideradas mutáveis ao
leto. longo da vida. 145
• PRATICABILIDADE. Um processo
que não seja complexo, tanto na ob- GABARITO: C
tenção como no registro dos carac-
teres. COMENTÁRIO:
• CLASSIFICABILIDADE. Este requisito
é muito importante, pois é neces- a. ERRADA - Uma das poucas diferen-
sária certa metodologia no arquiva- ças entre gêmeos univitelinos são
mento, assim como rapidez e facili- as impressões digitais, até o DNA é
dade na busca dos registros. o mesmo.
b. ERRADA - Linhagem familiar não
Lembrando: para Hygino (2014), o conjun- é traçada a partir da papiloscopia,
to de elementos sinal éticos (sinais e dados isso é para o DNA.
peculiares ao indivíduo), para ser conside- c. ERRADA - Uma das principais carac-
rado bom, deve preencher quatro requisi- terísticas das impressões digitais é
tos técnicos, a saber: unicidade, imutabili- a classificabilidade (seguindo uma
dade, praticabilidade e classificabilidade. metodologia de arquivamento, há
facilidade e rapidez na busca de re-
gistros), ao lado da perenidade (re-
sistem à ação do tempo), unicidade
6. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE (específico de cada indivíduo), pra-
- Médico Legista) - No método papiloscó- ticabilidade (não é um processo de
pico de identificação: identificação complexo e demora-
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do), imutabilidade (são característi- 8. (FUNCAB - 2016 - PC-PA – Papiloscopis-
cas que não mudam com o passar ta) - Ao analisar a fórmula dactiloscópica
dos anos e o envelhecimento). de Vucetich, abaixo descrita, é correto
d. ERRADA - Na realidade as impres- afirmar que a impressão digital do dedo:
sões digitais têm a característica da
imutabilidade, são características F.D = E 4 3 3 3/ V 4 4 4 0
que não mudam com o passar dos
anos e o envelhecimento. a) anular da mão esquerda apresenta
o desenho do arco.
b) indicador da mão direita apresenta
o desenho da presilha interna.
7. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE c) polegar da mão direita apresenta o
- Perito Criminal – Odontologia) - Estão desenho da presilha externa.
entre os métodos primários de identifi- d) mínimo da mão esquerda apresenta
cação humana: uma cicatriz deformante.
e) polegar da mão esquerda apresenta
a) o reconhecimento visual e a identifica- o desenho do arco.
ção de marcas ou tatuagens.
b) a identificação pela arcada dentária e a GABARITO: C
papiloscopia.
c) a genética forense e a reconstrução fa- COMENTÁRIO:
146
cial tridimensional.
d) a identificação visual e a impressão di- V E I A
gital.
e) a datiloscopia e a antropologia forense. 4 3 2 1
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9. (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de × 1 cm. Havia tênue mancha de tonali-
Polícia Civil) No que se refere ao tema dade avermelhada na face posterior do
“identificação”, os ângulos de Jacquart, corpo, que só não se evidenciava nas
Cloquet e Curvier são verificados: partes que estavam em contato com o
solo. Nas adjacências das lesões toráci-
a) no tórax. cas e no solo próximo ao corpo, havia pe-
b) nas pernas. quena quantidade de sangue coagulado.
c) nos braços. No mesmo terreno onde estava o corpo,
d) na bacia. foi encontrada uma faca de gume liso
e) no crânio. único. A lâmina, que estava suja de san-
gue, tinha formato triangular e media
GABARITO: E 20 cm de comprimento e 4 cm de largura
em sua base. Exames laboratoriais rea-
COMENTÁRIO: na craniometria, os ângu-
lizados posteriormente atestaram que o
los recebem diferentes nomes, conforme
sangue presente na faca pertencia à víti-
o local de análise, sendo na espinha nasal
ma. Após a lavagem do corpo, foi possí-
anterior (Jacquart); no próstrio (Cloquet);
vel detectar lesões torácicas, de acordo
no bordo incisal dos incisivos centrais su-
com as imagens mostradas na figura a
periores (Cuvier).
seguir.
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c) Se o referido homem tiver um irmão gê- ficativo no processo de identificação de
meo univitelínico, as impressões digitais pessoas.
serão insuficientes para diferenciá-los. d) Ilhotas, forquilhas e bifurcações são
d) A impressão digital encontrada na faca espécies de pontos característicos exis-
deverá ser comparada com registros tentes nos desenhos digitais, sendo que
recentes do homem em questão, uma a presença de ao menos quatro destes
vez que as linhas dactiloscópicas variam pontos, sem nenhum ponto de diver-
com o tempo. gência, indica confronto positivo para a
e) O fato de ser comum encontrar indi- identificação do suspeito.
víduos diferentes que possuam im- e) A datiloscopia se constitui um excelen-
pressões digitais idênticas justifica a te método de identificação e tem como
impossibilidade de se estabelecer com principais características a unicidade, a
segurança a autoria no caso em apreço. mutabilidade, a praticidade e a classifi-
cabilidade.
GABARITO: B
GABARITO: B
COMENTÁRIO: podemos afirmar o que
identifica e individualiza uma pessoa é a COMENTARIO:
posição dos pontos característicos. No Bra-
sil são necessários, pelo menos, 12 pontos a. ERRADO, como afirmado, a fotografia
característicos para garantir a individua- falha quanto ao requisito da imutabi- 148
lização de uma pessoa, separando-a das lidade, pois as características pessoais
demais. Lembrando que não basta ter 12 do agente se modificam com o tempo,
pontos, mas os 12 na mesma posição. Isso de forma intencional ou não.
pode acontecer em um único dedo. b. A rugopalatoscopia analisa as cristas si-
nuosas existentes do palato duro. COR-
RETO.
c. ERRADO, tatuagens tendem a ser fato-
11. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - De- res individualizantes que auxiliam no
legado de Polícia) - A respeito da identi- estabelecimento da identificação.
ficação criminal, assinale a alternativa d. ERRADO - no Brasil são necessários,
correta: pelo menos, 12 pontos característicos
para garantir a individualização de uma
a) A fotografia sinalética constitui um mé- pessoa, separando-a das demais. Lem-
todo bastante eficaz de identificação brando que não basta ter 12 pontos,
e, por sua precisão, pode ser utilizada mas na mesma posição.
como método isolado de identificação e. ERRADO - seria IMUTABILIDADE – as im-
de pessoas. pressões digitais guardam o mesmo de-
b) A rugopalatoscopia é um método de senho desde o sexto mês de vida intra-
identificação que leva em consideração -uterina até alguns dias após a morte.
as cristas sinuosas existentes do palato
duro.
c) As tatuagens não possuem valor signi-
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