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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

DIRECÇÃO PEDAGÓGICA

CURSO DE DIREITO

APONTAMENTO DA DISCIPLINA DE CIÊNCIA POLÍTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL

NÍVEL : 1º ANO : IO SEMESTRE : ANO ACADÉMICO : 2020

DOCENTE : BONIFÁCIO CHIOSSA LUÍS

Importa referir que, o direito é dividido em dois grande ramos que são:

 Privado – trata das normas que regulam as relações individuais e dos


indevidos com o Estado (sem que este esteja na sua condição de poder)
 Direito publico - - corresponde as normas que regulam as actividades e
função do Estado , servidores públicos e os particulares).

O termo ciência política foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor
de História da Universidade Johns Hopkins. A ciência política é a teoria e prática da
política e a descrição e análise dos sistemas políticos e do comportamento político.
Abrange diversos campos, como a teoria e a filosofia políticas, os sistemas
políticos, ideologia, teoria dos jogos, economia política, geopolítica, geografia política,
análise de políticas públicas, política comparada, relações internacionais, análise de
relações exteriores, política e direito internacionais, estudos de administração pública e
governo, processo legislativo, direito público (como o direito constitucional) e outros.

Neste contexto, como vimos existe uma relação grande das Ciências Politicas com o
Direito Constitucional. Visto que, actualmente, consideramos que o Direito
Constitucional tem como objecto de estudo a soberania do Estado. A soberania é um
poder político de carácter ambivalente posto que internamente, ou seja, dentro do
território do Estado, constitui-se em uma vontade superior a qualquer outra vontade,

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enquanto, por outro lado, no âmbito internacional, coloca o Estado em pé de igualdade
com os demais.

Soberania é um conceito que se depreende através da reciprocidade: Estado soberano é


aquele que respeita a integridade da população, do território e do governo dos demais
Estados, desde que os demais Estados reciprocamente também respeitem a integridade
de sua população, de seu território e de seu governo. E é a Constituição que concretiza
este poder político soberano, sem o qual o Estado simplesmente não seria reconhecido
como tal. Houve um tempo em que esse poder era personificado na figura do rei, o rei
era o Estado. Todavia, um dos legados do constitucionalismo foi a despersonificação da
soberania. O rei foi substituído por um documento escrito, mais ou menos rígido: a
Constituição.

Assim como acima descrevemos, o objecto de estudo do Direito Constitucional é a


constituição política do Estado, ou seja, a sua organização jurídica fundamental.

A Constituição é, na verdade, uma lei, mas não é uma lei comum. Ela contém as
normas jurídicas supremas do país.

FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL

As fontes do Direito Constitucional podem ser divididas em fontes imediatas e fontes


mediatas.

Como fontes imediatas temos a própria Constituição política, fonte primária do


Direito Constitucional, que estabelece as diretrizes políticas e organizacionais de uma
sociedade – podendo esta ser escrita – como verbi gratia, a Constituição Moçambicana
– ou não escrita – como a Constituição inglesa, e as leis constitucionais esparsas,
escritas ou não – estas nos países que adoptam o common law.
Como fontes mediatas temos o Direito Natural, a doutrina, a jurisprudência e os
costumes e tradições do povo, da sociedade.

Nesta perspectiva, ciências politicas e direito constitucional é um ramo do direito


publico .
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Não se pode falar da ciência política sem fazer menção da política. Política
esta que tem origem Grega , onde estes dividiam em duas: Politike que é a união de
duas palavras : polis (cidade) e tikos (bem estar comum dos cidadãos.

Portanto , politiké era um termo grego que significava governo da cidade para o bem
estar comum de todos cidadãos de governar e tomar decisões . No entanto, a ciência
política é uma área de estudos que fazem parte das ciências sociais . Isto é , na ciência
política são estudados e analisados os sistemas e formas de organização social que
existe.

Portanto, as ciências politicas, incluem todo o estudo que pode ser realizado aos factos
que são ligados ao funcionamento de uma sociedade , tais como:

 Formas da organização da sociedade;


 Os diferentes sistemas de governo;
 Fenómenos sociais e;
 Comportamentos e relacionamentos políticos.

SISTEMAS DE GOVERNO

Os sistemas de Governo, são as diferentes formas de governar que existem. Isto é são
ligados ao tipo de organização política que cada Estado adopta.

Os principais sistemas são :

 Presidencialismo;
 Parlamentarismo;
 Semipresidencialismo e;
 Monarquia

Assim apalavra política tem diversos significados , mas importa citar o principal
conceito ligado ao a

Foi o político Clistenes que iniciou a organização da democracia de ateniense .


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Na democracia grega era permitido que os cidadãos, depois de completar 18
anos ,participar das assembleias de discussão nas cidades-Estados . foi através desse
modelo político da Grécia que surgiram alguns conceitos que ainda hoje fazem parte da
política.

Exemplo: A igualdade, de todos perante a lei , direitos ao voto e direito de participação


nas assembleias e nas decisões .

Aristoteles é apontado como um homem que deu grande contributo na arena política
onde muitas ideias deste podem ser encontradas no livro ʺpolíticaʺ

As formas do governo, questões sobre a justiça , sobre a formação e funcionamento do


Estado , foram estudados por ele. Foi ele que criou a classificação das formas do
governo em :

 República (Governo seria governo para todos cidadaos);


 Monarquia.

Significa Ciência Política se ocupa no estudo de fenómenos políticos isto é


estuda todo acontecimento ligado as instituições com existência e exercicio do poder
político. Estudando por exemplo : As formas de Estado/Governo e sistemas eleitorais.

Objecto de estudo das Ciências política

A posição no meio de cientistas políticos , também chamados por politólogos divergem


em torno do objecto de estudo das ciências politicas , mas visão mais abrangente é de
que o objecto de estudo das ciências politicas é o poder.

Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objecto de estudo desta
ciência, que, para alguns, é o Estado e, para outros, o poder. A primeira posição
restringe o objecto de estudo da ciência política; enquanto a segunda amplia. A posição
da maioria dos cientistas políticos (também chamados de politólogos), segundo Maurice
Duverger, é essa visão mais abrangente de que o objecto de estudo da ciência política é
o poder.

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Relativamente ao poder podemos dizer que é a possibilidade de impor ao ouros o seu
próprio respeito a própria conduta e esboçar a conduta alheia de forma eficaz , mas este
poder pode ser dividido em três partes:

 Poder estadual – é aquele que provem do Estado


 Poder Supra Estadual- Poder acima do Estado e;
 Poder infra Estadual – São poderes que se verificam numa determinada região .

Direitos políticos

 Sufrágio universal;
 Iniciativa popular da lei;
 Acção popular;
 Organização e participação de partidos políticos.

Direito constitucional – é o ramo do direito publico que estuda os princípios


indispensáveis a organização do Estado, distribuição de poderes , os órgãos públicos , os
direitos individuais e colectivos.

A Ciência Política é uma ciência específica que estuda os aspectos políticos


sócias atuais e passados, tendo para si seus próprios métodos e uma sistematização
específica que determina o método a ser estudado. Como outras ciências, aquela que
trata da política, busca obedecer uma lógica para que os trilhos de seus entendimentos
não se confundam e, dessa forma, guiem com clareza todos que necessitem de suas
atribuições para específico fim.

Esse contexto, todavia, nem sempre foi dessa forma. A Ciência Política teve
seus primeiros estudos realizados ainda na idade antiga, esteve em ideias de importantes
filósofos como Platão e Aristóteles, mas, ainda dessa maneira, feitos sem uma
consciência exacta de método para seu estudo. Assim, a Ciência Política foi trilhando
seu caminho durante a história, ganhando espontaneamente metodologias para sua
sistematização a cada autor que buscava entendimentos em explicações políticas.

Ao final da idade medieval, houve, enfim, um primeiro reconhecimento da


Política como objeto de estudo específico, que dessa forma, deveria ser enquadrado em

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um método de estudo. Algumas características desse método já haviam sido despertadas
em fundamentos anteriores, tais como a oservação e a separação entre política e moral.
Assim, aos poucos, a política foi tomando um caráter científico e ganhando cada vez
mais especificidade com estudiosos tais como Mostesquieu, Jean Bodin e Auguste
Comte. Esses autores contribuiram de forma significatica para tranformar este campo de
estudo até tal se tornar o que é de fato Ciência Política hoje. Assim , O conceito de
Ciência Política é, como tantos outros conceitos, motivo de divergência. Cada autor
define sua própria concepção acerca do objeto de estudo. É possível destacar, ainda
assim, a definições de Ciência Política como Ciência do Poder, por tal conceito ser
bastante recorrente. Há tantos outros que já concebem ela como Ciência do Estado. De
fato, não cabe propor a mais apropriada definição mas pode-se, a partir daí, inferir a
importância que tanto o estado quanto o poder têm para o desenvolver do análise da
Ciência Política.

Dentre tudo, percebe-se que o poder está diretamente relacionado à política. De


tal modo que cabe analisar alguns elementos que caracterizam o conceito, para adentrar
nos pontos de tangencia entre política e poder.

Há aqueles que defendam a teoria do poder está, essencialmente, ligada a


concepção entre governantes e governados, sendo os governantes detentores desse. É
necessário perceber, contudo, que essa definição é dotada de muitas lacunas já que o
próprio sentido de quem é governante e quem é governado varia de situação para
situação. Numa democracia o povo é o fator que decide aqueles que governam, dando-
lhes, pela lógica da teoria citada, poder. A atribuição concedida pelo povo, contudo, não
concede aos governantes liberdade de efectuar seus desejos pois aqueles que governam,
por sua vez, estão submetidos às regras da constituição.

Friedrich Nietzsche, alemão contemporâneo de grande influência nas


doutrinas filosóficas atuais é um dos muitos pensadores que fazem juízo sobre o homem
com o poder, tal relevância tem esse assunto na teoria da política estudada actualmente:

“O homem busca o prazer nem evita o desagradável: afirmando isto estou


contradizendo um conhecido estereótipo. Prazer e dor são mera sequela, o que o homem
quer, o que cada parte mínima de um organismo quer, é um maior poder.”

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Não se deve, contudo, afirmar com precisão aquilo que transforma algo em
elemento detentor do poder. Tomando como parâmetro as sociedades humanas, o
carácter subjectivo da personalidade de cada indivíduo particular vai definir aquilo que,
de fato, irá justificar a identidade. Dentre essas subjectividades podem ser incluídas,
como exemplo, convicções ideológicas ou religiosas comuns, credo em capacidade de
agir, ou até mesmo fascínio por alguma característica física.

O direito constitucional versa sobre o estudo dos princípios e regras que regulam
a organização e funcionamento do Estado e os limites à actuação política e às
acções dos cidadãos impostos pelos direitos fundamentais consagrados na
Constituição de um Estado.

Esta lei suprema, fundamento de todos os actos normativos, é o objecto principal do


direito constitucional e por conseguinte, se justifica ser esta disciplina a base de
qualquer curso jurídico. A Ciência Política incide sobre o estudo do pensamento político
e das políticas, nomeadamente das acções do poder político, dos partidos políticos, do
sistema eleitoral e das formas e sistemas de governo. Assim, é uma disciplina
complementar ao direito constitucional para um entendimento mais profundo do Estado
contemporâneo e da sua evolução.

Formas de governo

São muitas as classificações acerca de formas e sistemas de governo.


Bobbio diz que formas de governo são duas: parlamentar e presidencial; já autores
como Dallari preferem reservar a acepção “formas de governo” para a dicotomia
monarquia e república, deixando a nomenclatura de “sistemas de governo” para
classificar as relações entre o Legislativo e o Executivo, isto é, parlamentarismo e
presidencialismo. Entendemos, para os limites deste trabalho, que o vocábulo “forma”
deve ser reservado para a classificação do tipo de strutura da organização política de um
país. Desse modo, duas são as formas de governo contemporâneas: república e
monarquia.

República

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Desde Maquiavel, sabe-se que o governo republicano é aquele que o povo, como um
todo, ou somente uma parcela dele, possui o poder soberano, sendo que, como
contraponto, a monarquia é aquele em que só um governa, mas de acordo com leis fixas
e estabelecidas. Ou seja, em Maquiavel, a República aparece como oposição à
Monarquia.
As ideias republicanas aparecem como oposição ao absolutismo e, ao mesmo tempo,
pela afirmação do conceito de soberania popular. Jefferson chegou a dizer que as
sociedades sem governo são melhores que as monarquias.

A República surge como aspiração democrática de governo, através das reivindicações


populares. Buscava-se, além da participação popular, a limitação do poder. Além disso,
a possibilidade de substituição dos governantes era um importante apelo em favor da
forma de governo republicana. Em síntese, as características fundamentais da República
são as seguintes:

- Temporariedade, porque o Chefe de governo e/ou do Estado recebe um mandato fixo,


com proibição de reeleições sucessivas em parcela expressiva das repúblicas;
- Eletividade, porque na República o governante é eleito pelo povo;
- Responsabilidade, porque o Chefe do governo e/ou do Estado é politicamente
responsável, devendo prestar contas (accountability) de sua orientação política na
condução dos destinos do país.
Todos os países do continente americano, com exceção do Canadá – que é membro da

Monarquia

Quase todos os Estados do mundo adoptaram, no seu nascedouro, a forma de governo


monárquica. Enfraquecida em face da fragmentação própria da forma estatal medieval,
a monarquia (absolutista) ressurge com todo vigor. Em face dos conflitos sociais e a
emergência de um novo modo de produção (capitalismo) e, portanto, da classe
burguesa, essa mesma monarquia absolutista começa a ceder terreno para uma forma
mitigada: trata-se das monarquias constitucionais, através da qual o rei continua
governando, mas está sujeito às limitações jurídicas estabelecidas na Lei (Constituição),
como, aliás, vaticinara Maquiavel. Características da monarquia:

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- Vitaliciedade, porque o monarca não tem mandato; governa enquanto viver ou tiver
condições de governar;
- Hereditariedade, porque a escolha se faz pela linha de sucessão;
- Irresponsabilidade, porque o monarca não tem responsabilidade política (questão que
de há muito sofre mitigação).
Muitos países europeus adoptam a monarquia como forma de governo, como, por
exemplo, Inglaterra, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda,
Luxemburgo e, mais recentemente, Espanha, que restaurou a monarquia após a morte de
Franco. Desnecessário referir que as monarquias ocidentais são todas monarquias
constitucionais, que adotam o sistema de governo parlamentar.

O Rei é tão somente o Chefe de Estado, sendo o governo exercido por um Gabinete ou
por um Presidente do Governo, como é o caso da Espanha. Não vamos analisar, aqui, as
monarquias absolutistas que ainda existem em muitos países da África e da Ásia.

Características formais da Constituição

Constituição unitextual – tudo o que é constitucional em termos formais está na


Constituição, contido basicamente num único instrumento.
Constituição rígida – As normas constitucionais, possuem uma capacidade de
resistência à derrogação, superior à de qualquer lei ordinária
Constituição programática – porque contém numerosas normas-tarefa e normas,
definidoras de programas de acção e de linhas de orientação, dirigidas ao estado.
Constituição compromissória – numa sociedade plural e complexa, a constituição é
sempre um produto do “pacto” entre as forças políticas e sociais, para chegar no
procedimento constituinte, a um compromisso constitucional.

Titular do poder constituinte na Constituição da República é:

O povo é Titular do poder constituinte na Constituição da República. Portanto, este


poder constituinte divide-se em duas:

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 O poder constituinte originário consiste- No poder de dotar o Estado de uma
Constituição escrita.
 O poder constituinte derivado consiste-modificar uma constituição.

Tipos e Formas de Estado

Os Estados Moderno e Contemporâneo têm assumido, basicamente, duas formas: a


forma federada e unitária.
A forma federada é caracterizada -quando se conjugam vários centros de poder
autónomo, ao passo que a forma unitária é caracterizada por um poder central que
conjuga o poder político.
Podemos, então, distinguir o Estado Unitário do Estado Federal, uma vez que naquele
ocorre uma descentralização administrativa, com dependência frente ao Estado Unitário,
Ainda, no Estado Federal há dualidade de poderes políticos, sistemas jurídicos, etc.,
bem como sua configuração se dá via estrutura constitucional, ao passo que no Estado
Unitário, quando há, ocorre por meio de legislação inferior (ordinária).

Fins e funções do Estado

Segundo o artigo 11 da CRM , o Estado tem com objectivo ou fins fundamentais :


 Defesa da independência e da soberania;
 Consolidação da unidade nacional ;
 Edificação de uma sociedade de justiça social e a criação do bem estar material ,
espiritual e de qualidade de vida dos cidadãos;
 A promoção do desenvolvimento equilibrado, económico, social, e regional do
pais.

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Órgãos e poderes do Estado

Os Órgãos de Soberania são :


- O Presidente da República;
-O Primeiro ministro
- A Assembleia da República;
- O Governo;
- Os Tribunais;
- O Conselho Constitucional

Poderes responsáveis pela implantação do Estado

Montesquieu teorizou a separação de poderes em três Poderes que são responsáveis


pela implantação do Estado em si, uma vez que eles receberam finalidades específicas,
que contribuíram para a formação de uma força colectiva organizada, pois estavam
designados a atender os anseios da sociedade.
Tais órgãos fazem parte da função social jurídica do Estado, mas não pode esquecer-se
das não jurídicas, essas são separadas em técnicas e políticas, a primeira está
relacionada com a prestação de serviços e a produção de bens, a segunda diz respeito ao
interesse geral e a conservação da sociedade política, consolidando os três poderes
atuais: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Poder legislativo: o poder legislativo parte para as eleições dos deputados, são
realizadas livremente, uniformemente, pelo voto secreto em uma única etapa, e sob a
supervisão e fiscalização dos órgãos judiciais em conformidade com os princípios do
sufrágio universal, estes procedimentos eleitorais são especificados por lei.
Os deputados começam a exercer as suas funções após fazer um juramento definido na
constituição, representam toda nação e têm imunidade legal, a Assembleia decide sobre
casos de levantamento da imunidade parlamentar bem como sobre a demissão dos
deputados.

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Porém os mesmos podem recorrer ao Tribunal Constitucional para anular tais
deliberações. A Assembleia exerce as suas funções através das comissões que são
formadas para elaborar questões de diferentes áreas, estas realizam análises necessárias,
e a última decisão pertence à Assembleia Geral.
Poder Executivo: Composto pelo Presidente da República e Conselho de Ministros, s
entidades de ensino superior, entidades profissionais públicas, Corporação de Rádio
Televisão do Estado, Associação Superior de Cultura, Idioma e História bem como a
Presidência de Assuntos Religiosos são controlados pelo poder executivo.
Poder Judicial: O poder judicial é exercido pelos tribunais independentes em nome da
nação, a supremacia do direito, independência dos tribunais e juízes é essencial, as
audiências são abertas ao público, excepto para casos excepcionais, a responsabilidade
penal é pessoal, e ninguém pode ser culpado até que se prove a acusação em um
tribunal, todos têm o direito de litígio, quer como autor ou como réu nos tribunais
através de meios de procedimentos legais assim como também tem direito a um
julgamento justo.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS CONSTITUCIONAIS

Quanto ao conteúdo: material e formal


Constituição material é o conjunto de regras constitucionais esparsas, codificadas ou
não em um único documento.
Já a Constituição, no seu conceito formal, consubstancia-se em um conteúdo normativo
expresso, estabelecido pelo poder constituinte originário em um documento solene que
contém um conjunto de regras jurídicas estruturais e organizadoras dos órgãos supremos
do Estado.

A diferença entre sentido material e sentido formal da Constituição é que nesta


temos a existência estatal reduzida à sua expressão jurídica formalizada através da
codificação solene das normas constitucionais.

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Quanto à forma: escrita e não escrita
Constituição escrita é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único
documento para fixar-se a organização fundamental.

Caracteriza-se por ser a lei fundamental de um povo, colocada no ápice da pirâmide das
normas legais, dotada de coercibilidade.

Princípios fundamentais do Estado de Direito Moçambicano

A luz da Constituição da República, os princípios fundamentais do Estado de Direito


Moçambicano são :
 Princípio da dignidade da pessoa humana ;
 Principio da juridicidade e da constitucionalidade;
 Principio da separação de poderes ;
 Principio da segurança jurídica e da protecção da confiança ;
 Principio da igualdade e ;
 Principio da proporcionalidade ;

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Características do direito constitucional

R:varias são as características do direito constitucional , mas destas importa elencar as


seguintes:
 Supremacia
 Transversalidade
 Politicidade
 Estadualidade
 Legalismo
 Fragmentarismo
 Juventude e
 Abertura.

Princípios estruturantes do Estado Moçambicano

São Princípios Estruturantes do Estado de Direito Moçambicano:


 Princípio da dignidade da pessoa humana
 Principio da juridicidade e da constitucionalidade
 Principio da separação de poderes
 Principio da segurança jurídica e da protecção da confiança
 Principio da igualdade e
 Principio da proporcionalidade

Diferença existente entre Povo e de Nação

Juridicamente o conceito de povo prende-se com o conjunto de indivíduos que se


encontram ligados pelo vínculo jurídico de cidadania que mantêm com o Estado,
enquanto a nação representa o conjunto de indivíduos que se encontram ligados por
laços culturais e históricos que deixam impressos nos indivíduos sentimentos de
pertença e integração face a determinada nação, verificando-se uma complementaridade
e paridade de valores que se intersectam.

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Conceito de o sufrágio universal

O sufrágio universal é a essência do direito político, expressando-se pela capacidade de


eleger e de ser eleito. Assim, o direito de sufrágio apresenta-se em seus dois aspectos:
• Capacidade eleitoral activa (direito de votar - alistabilidade)
• Capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado - elegibilidade).
É importante ressaltar que os direitos políticos compreendem o direito de sufrágio,
como seu núcleo, e este, por sua vez, compreende o direito de voto

Métodos de Estudo da Ciência Política

Segundo o Professor Adriano Moreira São métodos básicos de investigação em análise


em Ciências Politicas as seguintes:

1. A perspectiva de tendências individuais;


2. Perspectiva racionalista (Teoria do processo de formação das decisões e teoria
dos jogos );
3. Perspectiva funcionalista;
4. Perspectiva sistemática;

A individualista- Funda-se quando acção política dos homens são individualmente


considerados .isto é , a sua atenção esta centrada no homem e não nos objectivos do
grupo. E não se preocupa com a escolha consciente dos obejectivos .

Racionalista –Preocupa-se com a analise do grupo e preocupa-se também com a


definição dos motivos ou dos factores que entram na produção da escolha do
comportamento político. Isto é uma perspectiva que para além de considerar a
personalidade básica dos indivíduos ou grupos procura analisar os objectivos
conscientemente .
Funcionalista –Segundo esta perspectiva , a acção política é sempre condicionada não
apenas pela personalidade básica do agente, mas também pelo conjunto de funções
independentes e conflituantes em que ele se situa.
Sistemática – No fundo esta constitui uma tentativa de síntese de todas as outras
perspectivas.

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Teoria Geral do Estado

Estado (do latim status,us: modo de estar, situação, condição), segundo o Dicionário
Houaiss é datada do século XIII e designa "conjunto das instituições (governo, forças
armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação"; "país
soberano, com estrutura própria e politicamente organizado".

Nesta perspectiva o Estado é uma pessoa colectiva composto por três elementos: o
povo, o território e o poder político.

O povo é o conjunto de indivíduos que se mantêm ligados graças ao vínculo jurídico de


cidadania que mantêm com o Estado.

O território consiste na delimitação espacial do poder político, isto é, delimita a porção


territorial onde são válidas as normas jurídicas produzidas pelos órgãos do poder
político competentes. As fronteiras do Estado são pois a delimitação territorial para o
exercício da plena soberania estadual. O território do Estado pode integrar o território
terrestre, aéreo e marítimo. Vide artigo 6 da CRM.

O território terrestre constitui o conjunto do solo e subsolo que está geograficamente


delimitado. O território aéreo corresponde ao espaço aéreo compreendido pelas linhas
verticais traçadas a partir das fronteiras terrestres e em certos casos a porção aérea supra
jacente à zona de mar territorial. Por último pode verificar-se a existência de território
marítimo, que corresponde à porção aquática, de solo e subsolo onde o Estado exerce a
sua soberania. A primeira zona a considerar é a zona das águas interiores que está
sujeita a soberania do Estado Ribeirinho, fazendo parte do seu território (ex. portos,
enseadas, baías). Posteriormente surge a zona do mar territorial que tem uma extensão
de 12 milhas a contar da linha das maré baixa. Também esta zona pode ser considerada
como território estadual na medida em que o Estado lá exerce plena soberania.
Deve no entanto estar salvaguardado o direito de passagem inofensiva segundo o qual
todos os navios podem atravessar a zona do mar territorial quer seja para aceder ás
águas interiores, quer seja simplesmente para cumprirem a sua rota, cabendo ao Estado
assegurar que isso não perturbe a paz, boa ordem e segurança. Posteriormente surge a
zona contígua, que se estende até às 24 milhas e que se encontra somente sob
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fiscalização de emigração e de matéria sanitária por parte do Estado. Existe ainda a
Zona Económica Exclusiva que constitui uma extensão de 200 milhas não sujeitas à
plena jurisdição do Estado estando somente ligada a este pela primazia na exploração de
recursos, investigação científica etc. por último verifica- se a existência de zona de
plataforma continental, que faz parte do território, estando por isso sob pela jurisdição
estadual, e estendendo-se até uma profundidade de 200 milhas, adquirindo importante
papel de estratégia militar e de exploração de recursos.

Como acima descrevemos o estado é o resultado da junção de três elementos: o povo,


o território e o poder político.

Nesta medida o Estado traduz uma organização que pretende encaminhar a sociedade de
acordo com os valores e as vontades da maioria dos cidadãos. É pois o resultado de um
busca colectiva de cidadãos que habitam em determinados território tendo em vista a
resolução e objectivação dos seus problemas e aspirações; conferindo-lhe autoridade
para através das suas funções sucumbir aos seus fins nomeadamente através da
elaboração de leis (cujo cumprimento é imposto pelos seus variados órgãos), impondo
determinados comportamentos sociais.

Procedimento legislativo na CRM,

Art.178,179,180,181,182 e 183.

Procedimento legislativo é um conjunto de actos seguidos que tem que ser praticados
por uma ordem.

Assim passa das fases seguintes:

 Iniciativa;
 Apreciação ;
 Debate e;
 Votação

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Tipos de iniciativa

Quanto aos tipos de iniciativa temos :

 Iniciativa originaria- Quando é apresentada pela primeira vez no plenário , ou


seja, uma iniciativa nova.
 Iniciativa superveniente ou derivado – Quando incide sobre um projecto já
existente , isto é dentro do mesmo procedimento legislativo.
 Inicia Popular- Quando esta provem do povo ou seja , o povo é um ente que
apresenta o projecto.

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