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A ciência política surgiu na grécia antiga, tendo uma matriz disciplinar que a antecede, a filosofia
moral, filosofia política, política económica e história, cujo o objecto de estudo era as determinações
normativas do que deveria ser o Estado, além da dedução das suas características e funções.
O seu surgimento ocorreria de forma embrionária no sec.xix época do surgimento das ciências
humanas, como a sociologia, antropologia, a historiador entre outras.
A partir da 2ª metade do sec.xviii, a investigação dos fenómenos políticos começou a perder terreno e
a dar lugar outras ciências como a sociologia, o direito e a economia embora a ciência política não
tenha desaparecido.
A prova disso está a contribuição de três grandes pensadores nomeadamente:
Augusto Comte1 que alerta para a necessidade de analisar com objectividade os fenómenos e os factos
políticos.
Alexis de Tocqueville – chama atenção ao estudo dos sistemas políticos norte-americanos,
introduzindo na sua análise um conjunto de entrevistas permitindo-lhe uma comparação entre estas e
irradiar erros ou algumas falhas possíveis.
Karl Max - introduz uma nova abordagem dos fenómenos políticos e de poder, uma vez que faz uma
análise do ponto de vista económico e social. Concebe o fenómeno político como uma consequência
das relações de produção e o regime político como o reflexo da organização das forças produtivas.
No entanto no sec.xix a ciência política é reconhecida pelos E.U.A nas universidades como forma de
combater o caciquismo no poder local e a corrupção nos partidos políticos.
Assim após a 2ª guerra mundial, a ciência política volta a ganhar relevo e torna-se uma disciplina
autónoma nos quadros das universidades europeias. Além disso ganha força na análise de sistemas
eleitorais, e do comportamento do eleitorado.
1
É conhecido como pai da Sociologia. Mais profundidade na cadeira de sociologia do 2º ano
Ciência Política - é o estudo da política, dos sistemas políticos, das organizações e dos processos
políticos. Envolve ainda o estudo das mudanças de estruturas de governo ou qualquer sistema
equivalente de organização humana que tente assegurar a segurança, justiça e direitos civís. (Herbert
Baxter Adams, 1880)2
Para alguns cientistas políticos o objecto de estudo da ciência política é o Estado para outros é o Poder.
A primeira posição restringe o objecto de estudo da ciência política e a segunda amplia.
Segundo o Maurice Duverger, a posição da maioria dos cientistas políticos, é essa visão mais
abrangente de que o objecto de estudo da ciência política é o poder.
Tendo em conta essa análise de Duverger, chegamos a um ideia de que o objecto de estudo da ciência
política é a política, os sistemas políticos, os factos políticos, as organizações e implementações
políticas.
Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que envolvem
fontes primárias (documentos históricos, registos oficiais), fontes secundárias (artigos académicos,
pesquisas, análises estatísticas, estudos de casos e construção de modelos).
A ciência política também usa o método de investigação. Mas diante de um facto político, é
recomendável analisar usando as perspectivas seguintes:
Política descritiva ou empírica: nesta linha os pesquisadores optam por análises empíricas da
realidade política. Sendo uma ciência muito contorversa, esta opção de análise política é
fundamental na colecta de dados fiéis à realidade, distinguindo-se assim das teorias
normativas.
Teoria política: nesta abordagem os pesquisadores, partindo dos dados empíricos articulam-
nos à teoria política propriamente dita para compreender e explicar a realidade considerando
insuficiente a mera descrição da realidade tal como é.
Política comparada: é fundamental na ciência política, esta abordagem da pesquisa busca,
através de comparações entre diversas realidades sócio-históricas, elementos mais gerais da
realidade política das sociedades. Porém aqui também é necessária a mediação do dado
empírico com a teoria, mas desta vez através da comparação, tenta-se chegar a elementos
generalizáveis da realidade política e questionar hipóteses ou teorias feitas a respeito de uma
única realidade delimitada.
Relevância acadêmica
Antiguidade classica
Para Aristóteles (pai da ciência política), a política devia estudar a pólis e as suas estruturas e
instituições ou seja a sua constituição e conduta.
Aristóteles é considerado pai da ciência política porque considerou a ciência política ``maior`` ou mais
importante do seu tempo, criou ainda um método de observação que permitiu uma sistematização e
explicação dos fenómenos. Preocupa-se com um governo capaz de garantir o bem-estar geral (o bom
governo).
Aristóteles na sua obra ``A política`` é idealista, concebe o estado como natural e aprova a sociedade
privada.
Para Platão na sua obra a República, é idealista, concebe o estado como convencional. Foi o primeiro
a apresentar os 3 modelos de organização da sociedade política (magistrados, guardas e operários).
Proibiu a propriedade privada, para ele quem deve governar é o filósofo rei.
Idade média
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In Emergência do Filosofar 12º ano de Escolaridade
Santo Agostinho na sua obra ``A cidade de Deus`` é teocentrista e absolutísta ele veda a possibilidade
do povo exigir os seus direitos, considera o poder como uma dádiva de Deus para os homens; separa o
Estado e a Igreja (concebe os poderes eclesiásticos e civil em termos de separação e independência
sendo perigo o não relacionamento de um e outro). Para este o fim do poder político é de garantir a
segurança, a justiça e a ordem e manter a paz.
São Tomás de Aquino, na sua obra ``suma teologia`` é teocentrista mas concebe a limitação do
poder político, onde o povo tem o direito de requerer a destituição em caso de má governação. Aceita
a divinidade do poder, mas através do povo, quanto ao Estado e a Igreja aceita uma posição
moderadora. Para este o fim do Estado é o bem comum.
Idade Moderna
Nicolau Maquiavel na sua obra ``o pricipe`` dá origem à modernidade política. A sua preocupação
era a criação de um governo eficaz que unificasse e secularizasse a Itália.
Defende um principe ou dirigente do govreno que não se preocupa com a ética e a moral, um dirigente
que não olha a sensibilidade para atingir os seus fins. Para Maquiavel a política é a arte de governar ou
seja uma técnica que permite ao dirigente alcançar os fins independentemente dos meios. Ele é da
máxima ``os fins justificam os meios``
O principe é detentor do poder ilimitado e soberano, deve hagir para manutenção do poder e para que
haja paz. não deve ser classificado de acordo com critérios éticos mas sim de acordo com os êxitos
alcançados.
Jean Bodin na sua obra ``A república`` (Seis livros sobre a república), explica e sistematiza os
fenómenos políticos. Dá grande relevância à ideia sobre o Estado. É com base nesta teoria de
soberania do Estado que Bodin cria o conceito de soberania segundo o qual, o poder não tem igual na
ordem interna e nem na ordem externa, considerando então que o Estado é soberano se este for
superior nestas duas dimensões.
Para este a sobernia vai ser analisada tendo em consideração os seus elementos, atributos e conteúdos.
O poder é ilimitado, absluto e eterno fundamentado no poder divino.
Charles de Montesquieu na sua obra ``O espírito das leis (1748)``, é um pleno iluminista, difunde
ideias políticas baseando-se na acção humana. As suas ideias são tidas com alternativas das de
Aristóteles, chamando atenção para a natureza das coisas, procurando explicar a natureza das coisas
pelas suas idiossincrasias.
Foi ele que tornou a geopolítca e a geografia política elementos importantes na ciência política, faz a
destinção entre a república, a monarquia e despotismo, afirmando que este último deveria ser
erradicado e afastado, na república o poder pertence ao povo ou a uma parte esclarecida deste, na
monarquia o poder pertence ao monarca, no depotismo o poder pertence a um indivíduo, o depósto
governa sem honra e utiliza o terror e a violência como forma de governação.
Para erradicar o depotismo, Montesquieu apresenta a teoria da separação de poderes, de forma que o
poder seja descentralizado das mãos de uma só pessoa para que não use em proveito próprio,
resolvendo assim o perigo do depotismo com a instituicionalização de separação de poderes. Separa os
poderes em três domínios:
O Legislativo, Executivo e o judicial, por isso é vulgarmente conhecido como o homem da separação
de poderes.
`` ele afirma que a liberdade não existe se o mesmo homem ou mesmo corpo de magistratura exercer
os três poderes - o Legislativo, o executivo e o judicial``
Tomas Hobes na sua obra ``Levitã`` concebe o homem em 2 estados: O natural e social. Onde no
estado natural não há leis, não há poderes é caracterizado por conflitos de todos contra todos. O
Homem é lobo doutro Homem. É absolutista concebe a ilimitação de poderes. O estado social resulta
da necessidade do Homem querer manter a Paz, então fazem um pacto onde abdica seus direitos a
favor de uma pessoa que não faz parte do contrato. Também é absolutísta.
John Locke na sua obra ``Dois tratados sobre o governo (1690)`` concebe o homem em 2 estados: O
natural e social. No estado natural o Homem é tendecialmente pacífico, há direitos limitados porque
existe a a lei da natureza, mas devido a igualidade de liberdades, a lei do mais forte impede os direitos
individuais; cada um é juizo da sua própria causa, o mais forte domina o mais fraco, faz-se um
contrato social, onde o povo abdica uma parte dos seus direitos para uma pessoa que faça parte do
pacto. Aqui o povo tem o direito de exigir os seus direitos e concebe-se também o princípio de
separação de poderes adoptado por Montesquieu.
Jean Jackes Rousseau na sua obra ``O contrato social`` concebe o Homem em dois momento: o
momento de inocênciaL (estado natural) e o contrato social (estado social). No estado natural o
Homem é bom e sã, mas a sociedade é que vai o corromper passando a ser egoísta. No contrato social
o povo escolhe uma pessoa que vela sobre os seus direitos e limita o egoísmo. Para Rousseau a
soberania significa ``o poder emana do povo`` ou seja ``o poder vem do povo para povo``.
Política – é a actividade humana que tem por objectivo a conquista, a manutenção e o exercício do
poder no âmbito do Estado.
Política – é todo facto social relacionado com o acesso, a titularidade e o exercício do poder.
Política – é um conjunto de actividades ou acções levado a cabo por um grupo de indivíduos ou
governantes dotados de um poder coercivo, na perspectiva de atingir os objectivos da colectividade. É
uma actividade competitiva com vista a participação e permanência no exercício do poder político.
Poder – é a fuculdade que um ou mais individuos, entidades, instituições têm de impor autoridade
perante outrem, obrigando este a aceitar uma determinada postura ou comportamento. Nesse caso o
outrem é sujeito à normas e obrigações àquele que detem o poder. Por exemplo num estado tirano.
Poder político - é o conjunto de injunção, dotado de coercibilidade material ou seja de natureza
vinculativa.
O poder politico segundo Marcelo Rebelo de Sousa, é a faculdade exercida por um povo, de impor
autoridade própria, instituir órgãos que exerçam com relativa autonomia a jurisdição sobre um
território, criando e executando nele normas jurídicas usando para o efeito os necessários meios de
coação.
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Edgar Cantauile citando Marcelo Rebelo de Sousa
Facto político – é todo acontecimento com relevância política, que ocorre dia-a-dia na sociedade ou
no mundo político. Ex: a necessidade da revisão do pacote eleitoral em Moçambique; a realização das
eleições gerais ou autárquicas.
Fenómeno político – segundo Emile Durkhein é um facto social por excelência, ou seja é todo quanto
acontece numa sociedade política. Ex: a segunda volta das eleições autárquicas tidas no Município de
Nacala-porto em Nampula; a reeleição de Armando Guebuza para o cargo de Presidente da República
de Moçambique no ano 2009.
É legítimo o poder político mediante a forma como os governantes ascedem ao poder político e a
forma como se comportam no seu exercício, tendo como referência da actuação, um conjuto de
valores.
É legítimo o poder político, quando o exercício desse poder é apoiado pela maioria dos membros da
sociedade política em que esse poder é exercido. Isto equivale dizer que a legitimidade do poder
político pressupõe o reconhecimento e ela pode ser de título ou de exercício.
Estado – é uma instituição que se situa acima da comunidade, dotado de meios capazes de fazer
cumprir a lei, possibilitando ao mesmo tempo a realização do bem-estar social, através de prestação de
serviços com interesse para a colectividade. Em síntese, o Estado é uma sociedade politica e
juridicamente organizada e estruturada5
Entende-se como Estado uma colectividade ou seja um povo fixo num determinado território que nele
institui por autoridade própria um poder político. Esta caracteristica deve ser acompanhada por um
aspecto importantíssimo que se chama de soberania6.
5
Dias Almerindo at all, Introdução ao Direito, 12º ano, Texto Editora Lda – Lisboa, 1998
6
In Lições de Prof. Doutor António Caetano Lourenço, docente de Direito na ACIPOL
Como nos ensina o Prof. Doutor António Caetano Lourenço, a sociabilidade é a caracteristica
essencial do homem, a sua razão corresponde às tendências mais profundas, já que, por instinto e por
necessidade, sempre procurou, em comunidade assegurar a sua subsistência e a da sua própria espécie
bem como a realização dos seus fins. É assim que segundo Aristóteles, o Homem é um animal social.
Na verdade, só através da interação com os outros homens, da conjugação dos seus esforços baseada
na solidariedade e na divisão do trabalho, o homem atingirá a sua plena realização. O homem é
portanto, um animal gregário.
Neste sentido a liberdade do homem vai tendo tendências em poder optar entre duas ou mais atitudes
para atingir um fim de forma mais aperfeiçoada. E, por causa do igoísmo, individualismo que o
homem vai adiquirindo na sociedade segundo Rousseau, há toda necessidade de criar uma instituição
capaz de regular a convivência dos homens na sociedade. o Estado.
Quando nos referimos dos objectos do Estados estamos aqui a procurar saber das finalidades e das
razões da existência do Estado. Nesta sentido e segundo as lições do Prof. Doutor Lourenço Caetano,
dos fins do Estado destacam-se três principais designadamente a Segurança, a Justiça e o bem-estar
económico e social.
Segurança:
O termo ``segurança`` deriva da expressão segurar e exprime a acção e efeito de tornar seguro, ou de
assegurar e garantir alguma coisa. Indica o sentido de tornar a coisa livre de perigos, de incertezas e de
riscos ou seja estar afastado de danos e prejuizos.
Todos os seres humanos necessitam da segurança e têm o direito de protecção de todas as espécies de
medo, pelo que a segurança é a condição da liberdade e da democracia. A cidadania constitui, pois a
base da segurança.
Assim, o Estado deve garantir a seugurança interna, ou ordem interna e a segurança externa ou defesa
da colectividade perante o exterior, a segurança individual proporcionada pela definação, através de
normas jurídicas executadas pelos órgãos do Estado.
No que diz respeito a segurança o individual, o Estado deve garantir que o indivíduo se sinta seguro
esteja ciente de que está a ser protegido nos seus direitos e defendido dos actos que o perturbem.
No entanto, entedemos que, garantir a segurança de pessoas e dos seus bens é o primeiro fim do
Estado.
Justiça:
É sim uma missão do Estado, pois através dela o Estado assegura as relações entre os homens,
substituindo nessas relações o árbitrio da violência individual por um conjunto de regras capazes de
satisfazer o instinto natural da justiça, que muitas vezes recai na aplicação da justiça pelas próprias
mão. Por outro lado a justiça vai significar uma acção educadora para aqueles pervecadores da ordem
social, dado que estes serão reprimidos justamente.
Neste termos podemos distinguir dois tipos de justiça: a justiça comutativa que parte da ideia
abstracta de forma que em paridade de circunstâncias exige igualidade de tratamento equivalência de
prestações ou contra-prestações; Justiça distribuitiva que parte de uma ideia de igualidade material,
que implica que se forem desiguais as circunstâncias ou a situação em que cada um se encontre a
igualidade terá de ser resposta pelo recurso à proporcionalidade ou à critérios de equitatividade,
porque não se pode tratar como igual o que é desigual isso é injustiça.
É da inteira responabilidade do Estado a promoção das condições de vida que permitam a satisfação
normal das necessidades masteriais de diversos estratos sociais, através dos serviços considerados
essenciais tais como a Educação, a Saúde, a Segurança social, etc. E a satisfação dessas necessidades,
por regra é feita através dos chamados serviços públicos.
Já nos referimos anteriormente do conceito do Estado pese embora não seja único.
Há um entendimento de que a Nação seja um conjunto de indivíduos que constituem ou por
constiotuirem uma sociedade política autónoma(Estado) ou pelo menos ligados por uma comunhão de
culto e de religião.
Por outras palavra a nação pode ser entendida como um conjuto de indivíduos pela consciência
nacional, uma comunidade estavel, com aspirações materiais e espirituais comuns, que se funda numa
história e cultura comuns e que tem por base um território. A nação é pois, o agregado de individuos
constituídos por vontade própria e geralmente com vocação ou aspiração a comunidade política.
A diferença distintiva que existem entre o Estado e a Nação está nos elementos que constitui cada uma
das partes.
O Estado tem como elementos o Território, o Povo e o Poder Político ao passo que a nação embora
seja dificil determinar os elementos constitutivos, podemos destacar elementos como a etnia, a
tradição, história, a adopção, a cultura, o idioma0 e a religião. Estes elementos da nação vão
perdendo relevo dado que devido os novos fenómenos da globalização como o intercâmbio cultural,
facilidade de emigração e migração, vão proporcinando uma frequente mistura de raças etnias e
culturas.
Assim, a Nação é uma sociedade ético-social, consciente de que constitui um grupo de modos
típicos e de sentimentos, com unidade e individualidades próprias e ainda vontade de continuar
como tal.
Relação Estado-Nação
Embora a Nação se identifica com o Estado, nem sempre há coincidência entre a Nação e Estado,
havendo casos de Nações que não são Estados, como é o caso da Rússia que tem várias nações, a
URSS, a ex-Juguslávia. Mas, aqueles casos em que a nação se ergue como um tipo ideal de
unidade política com participação de todos os governantes na vida do Estado, coincidindo com
objectivo político e uma comunidade cultural e com a total independência da Naçào em relação
ao exterior, ai, temos Estado ou seja Estado-Nação.
Na verdade a relação que existe entre Estado e Nação é de dependência e complementaridade na
medida em que o Estado não se compõe sem que haja a Nação e os interesses da Nação não podem ser
almejados com sucessos sem que haja uma instituição capaz de o fazer nesse caso o Estado.
Elementos do Estado7
1. Território
Este é o primeiro elemento, que é o pressuposto da existência do Estado, pois seria inconcebível a
existência de um Estado conteporâneo sem o elemento território.
O território do Estado compreende o solo e o subsolo (território terrestre), o espaço aéreo nacional
(território aéreo) e o mar territorial (território marítimo) no caso de um Estado ribeirinho.
A função do território é tripla:
1- constitui condição da independência;
2- circunscreve-se no âmbito do poder soberano;
3- representa o meio de actuação jurídico-política do Estado
2. O povo
3. O Poder político
É o elemento não menos importante no Estado, este, segundo Marcelo Rebelo, é a faculdade exercida
por um povo, de impor autoridade própria, instituir órgãos que exerçam com relativa autonomia a
7
In Lições de António Caetano Lourenço, PhD
jurisdição sobre um território, criando e executando nele normas jurídicas usando para o efeito os
necessários meios de coação.
Porém estes elementos que pressupõe a existência de um Estado, devem ser acompanhados por um
elemento fundamental que se chama de soberania, o que significa que teoricamente são 3 elementos,
mas que na prática devem ser 4 elementos se assumirmos que a soberania é um elemento
importatíssimo na implantação do Estado moderno.
`` o poder político actua dentro das normas jurídicas, que são as leis do Estado que estabelecem
condições para que sejam considerados cidadãos do Estado estatuto de que gozam. Aqui o elemento
jurídico é essencial na existência do Estado. O poder político apesar de gozar de uma autoridade, tem o
dever de obediência consagrado nas normas de Direito. Assim o poder dos governantes deve estar
estabelecido e fundado em normas jurídicas``8.
Funções do Estado
Víde o quadro.
8
Silvino Francisco Govene
b) Função executiva – respeita da aplicação da lei, neste caso cabe ao Estado desenvolver tarefas
necessárias à aplicação da lei. O governo é o responsável por esta função.
c) Função judicial – compete ao Estado solucionar os conflitos de interesses que possam surgir
entre os particulares, e entre os particulares e o próprio Estado. Esta função deve ser realizada
com imparcialidade e independência. A função judicial deve ser desempenhada por cidadãos –
juízes, cujo estatuto garante a independência e a imparcialidade no julgamento. Esta função de
administrar a justiça compete aos órgãos de soberania independentes dos restantes órgãos – os
tribunais.
a) função política – cabe ao Estado conduzir a função política. Esta exerce-se em dois
momentos: na altura de tomada de decisões e escolha de opções políticas sejam elas de âmbito
económico, cultural, social, militar, ideológica, etc e quando se regulamentam e atribuem as
competências aos órgãos de soberania que constituem o quadro legal que condiciona aquelas
decisções.
b) Função técnica – o Estado tem de prosseguir actividades das quais resultem na produção de
bens e a prestação de serviços necessários à satisfação das necessidades materiais e culturais
colectivas. É através da função técnica que se concretiza a função política. Por ex: é no
exercício da função política que se define a política nacional de educação. Todavia, para que os
objectivos educacionais propostos sejam atingidos, há que realizar outras tarefas que se
integram na função técnica como: construção e manutenção das escolas, recrutamento de
funcionários, colocação de professores, a definição de curriculas académico, elaboração de
programas, etc.
. Funções técnicas
Formas de Estado
Formas de Estado refere-se as relações que se mantêm com as colectividades territóriais.
Assim as formas de Estado podem ser unitárias e federais.
Estados unitários – são estados simples, em que há um só poder político para todo
território. Toda vida este poder do Estado pode estar centralizado e concentrado nos órgãos
centrais (Estados unitários centralizados), ou pode ser repartido pelos órgãos das
colectividades territórias, a que são atribuidos poderes e competências relativamente
autónomos (Estados unitários descentralizados).
Normalmente a selecção dos gvernantes é feita por via pacífica, por isso deviam se excluir
do conceito de selecção as nomeação dos governantes em consequência de aquisição
violenta de poder político: revolta, rebelião, insurreição, pronunciamento, golpe de Estado
ou revolução.
Os processos que permitem seleccionar as pessoas para serem titulares legítimos dos órgãs
do aparelho do Estado com a estabilidade na constitução são: a herança, a inerência, a
cooptação, a nomeação e a eleição.
a) a herança – consiste na transmição hereditária das funções inerentes a cargos públicos.
Isto verifica-se normalmente nas monarquias em relação aos titulares da coroa e nas
aristocracias em relação aos titulares de outras instituições políticas (órgãos legislativos
por exemplo). A hereditariedade obedece à ordem legal de sucessão numa mesma
familia excluindo os incapazes e os indígnos. Em suma há uma restrição das funções
governativas a uma famila.
b) Cooptção – é uma escolha do titular de um órgão por outros titulares do mesmo órgão.
Ela pode ser sucessiva ou simultânea; é sucessiva quando o titular do órgão escolhe o
seu sucessor e é simultânea quando num órgão colegial os titulares em exercício tem o
direito de escolher as pessoas que hão-de ser providas nas vagas que forem ocorrendo
nele, ou quando os titulares seleccionados por outro processo (eleição ou nomeação)
devem completar o colégio pela escolha dos restantes.
c) Nomeação – é a designação do titular de um órgão pelo titular de um órgão diferente.
Trata-se de uma forma de escolha usada sobretudo para aqueles governantes que devem
actuarem como auxiliares ou delegados de outros.
d) Inerência – é a situação em que o desempenho de funções num órgão implica o
desempenho de funções num órgão distinto, o que significa que o indivíduo tem a
qualidade de governante enquanto desempenhar o cargo a que ele ande inerente e perde
tal qualidade logo que deixe de desempenhar esse cargo. Por ex: o Presidente da
República de Moçambique é simultaneamente o Chefe das Forças de Defesa e
Segurança.
e) Eleições – consiste na escolha de governantes feita através dos votos de uma
pluralidade de pessoas. Cada pessoa chama-se eleitor e o seu conjunto chama-se
colégio eleitoral.
São aquelas formas em que o acesso dos titulares aos cargos é feita com violação da ordem vigente ou
seja das regras previstas constituicionalmente que podem ser:
Golpe do Estado – refere-se ao procedimento de certos governantes que recorrem a força para alterar
a legalidade existente e mudar os titulares dos órgãos supremos do Estado.
Insurreição (revolta, rebelião ou pronunciamento) – refere-se a manifestação das forças armadas,
apoiadas ou não em outras forças sociais, contra o governo constituido, a fim de lhe imporem certa
orientação ou mudarem os governantes.
Revolução – é a manifestação violenta de forças sociais estranhas à organização do aparelho do
Estado, apoiadas ou não pelas forças armadas, com vista a mudar bruscamente o regime político, a
ideologia dominante, as leis e instituições fundamentais e os titulares dos órgãos de soberania.
Sistemas de Governo – refere-se as relações que se estabelecem entre os órgãos de poder político.
Assim destacam-se quatro sistemas de governo que passamos a citar detalhadamente:
BASTOS, Fernando Lourenço (1990), Ciência Política, Guia de Estudo, Maputo, Livraria
universitária.
FERNANDES, António José (1995), Introdução à Ciência Política, teorias, métodos e temáticas, Porto
Editora.
MIRANDA, Jorge, Ciência Política, Formas de Governo, Lisboa.
Bibliografia auxiliar:
Constituição da República de Moçambiqu – 1990 e 2004