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Ciências políticas:

O termo política tem origem grega e significa tudo aquilo que é público. Nos dias de hoje, a
palavra é mais usada para designar tudo o que se relaciona à governança em uma nação,
abrangendo tudo o que tem relação com o espaço público, portanto, não perdeu a sua
essência. Mas existe uma área do conhecimento específica que se dedica a esses
estudos: é a Ciência Política.

Antes de saber mais sobre essa ciência, é bom lembrar o sentido de sistema político: trata-
se da forma de governar que funciona em uma determinada nação. Por exemplo:
República e Monarquia são dois sistemas políticos distintos, ou seja, duas formas
diferentes de se governar. Dentro de cada uma delas existem mecanismos próprios e
dentro de cada sistema, existem ramificações diferentes. Enquanto o Brasil tem uma
República Presidencialista, Portugal é regido por uma República Parlamentarista.

Agora que esse pequeno esclarecimento já foi feito, entenda mais sobre a ciência que se
debruça sobre a política.

Leia Mais

 A África subsaariana
 A agricultura no Sudeste Asiático
 A agropecuária e os problemas ambientais
 A Cidade do Cabo: Economia e primeiras ocupações
 A desigualdade entre os países

O que é Ciência Política?

Como o próprio nome já nos diz, é a área do conhecimento que estuda a política em seus
mais variados âmbitos, ou seja, abrange as pesquisas e reflexões a respeito dos sistemas,
organizações e processos políticos, além das estruturas de governo. Entre os próprios
cientistas, existem duas maneiras diferentes de pensar no objeto de estudo dessa ciência.
Alguns dizem que é o Estado e outros dizem que é o poder.

Para aqueles cientistas políticos adeptos da ideia de que o objetivo é estudar o Estado, o
foco acaba sendo mais restringido, afinal, interessará apenas a política que se manifesta
nos mecanismos adotados por uma nação. No entanto, aqueles que preferem pensar que
essa ciência estuda o poder, poderão se debruçar sobre outros temas, como igrejas,
empresas, sindicatos e todos os outros ambientes onde há uma estrutura de poder a ser
analisada.

Embora seja muito atual, as raízes dessa vertente do conhecimento são bastante antigas.
Na civilização grega, o filósofo Aristóteles já começou a pensar sobre as diferentes formas
de governo e foi a partir desse momento que a política começou a ser um assunto de
interesse dos governantes e das sociedades.

Afinal, a política está intrinsecamente relacionada ao ser humano, nós somos seres
políticos, é por isso que ela precisa ser estudada profundamente.

A Ciência Política só se consolidou como tal durante o século XIX que, aliás, foi quando a
maior parte das ditas ciências humanas se estabeleceram. O termo foi cunhado por um
professor de história chamado Herbert Baxter Adamn, da Universidade Johns Hopkins,
dos Estados Unidos, no ano de 1880.

Nos dias de hoje, essa é uma ciência tanto com dimensão teórica quanto prática. Além do
que já foi citado no início desse texto, os profissionais dessa área também buscam
descrever e analisar comportamentos políticos e não apenas estruturas e processos.
Fazem parte dessa ciência: geopolítica, políticas públicas, relações internacionais,
economia política, ideologia, administração pública e outros temas, partindo sempre da
ideia de que o objetivo maior da política é promover o bem-estar social.

Campos da Ciência Política

Você já deve ter percebido que essa é uma ciência bastante complexa e não há como
delimitar de forma pontual qual é o seu objeto de estudo e a sua função, justamente devido
à sua abrangência.

No entanto, dentro dessa ciência, existem três principais formas de abordar a analisar os
seus múltiplos objetos. Vamos ver quais são!

• Política Descritiva

A Política Descritiva é também chamada de empírica, porque os pesquisadores que optam


por essa abordagem tendem a buscar análises empíricas a respeito do cenário político, ou
seja, baseadas na experimentação. A ideia é fazer uma descrição da realidade puramente
da forma como ela realmente é, independente de teorias.

• Teoria Política

Dentro dessa linha, os dados obtidos por pesquisas empíricas são utilizados, no entanto,
aplicados dentro do que já foi teorizado sobre a política. Normalmente,
os pensadores adeptos da Teoria Política acreditam que a observação pura e simples da
realidade não é o suficiente para compreendê-la de forma ampla e profunda.

• Política Comparada
Neste campo, os estudiosos buscam comparar sociedades diferentes, muitas vezes, de
períodos históricos distintos para perceber aquilo que se repete, ou seja, elementos que
fazem parte da política e que podem ser generalizado. Também faz parte o
questionamento a respeito de hipóteses formuladas levando em conta uma realidade muito
delimitada. Os cientistas acreditam que é necessário perceber essas relações intersociais
existentes para o estudo da política.

Essas três vertentes podem ser complementares em alguns casos, ou seja, uma análise
sobre algum tema pode passar por essas três áreas para ser mais completa. Todas são
importantes e representam pontos de vista diferentes.

Qual é o campo de trabalho para os cientistas políticos? Eles podem atuar assessorando
políticos ou até se candidatarem para ocupar cargos públicos. Também é comum
cientistas políticos que atuem como professores universitários.
Economia Política:
A Economia Política é tradicionalmente conhecida como uma ciência que se
dedica ao estudo de todo o processo econômico e de sua relação com a
dinâmica da sociedade.

A Economia Política foi uma ciência que se constituiu entre os


séculos XVIII e XIX e que teve por objeto de estudo todo
o processo econômico ou, em outros termos, o processo de geração
de riqueza. Esse processo implica a produção, a distribuição e
o consumo de bens materiais que atendem às diversas demandas do
ser humano. Esse estudo, para a Economia Política, não se dissociava
do estudo das formas de organização social e política, de modo que
essa ciência interessava diretamente os estadistas e governantes.
 Origem do termo “Economia Política”
O primeiro a utilizar o termo “Economia Política” foi o
francês Antoine Montchrétien, em sua obra Traité de l'Economie
Politique (Tratado de Economia Política), publicada em 1615.
Montchrétien estava intelectualmente associado aos teóricos
do Absolutismo, como o também francês Jean Bodin, e caracterizou-
se por destacar a importância da inter-relação entre política e
economia. Desde então, as reflexões sobre Economia Política
passaram a ser desenvolvidas por pensadores de várias nações
europeias, mas foram os franceses e, principalmente, os britânicos que
se destacaram nesse campo.
 Definições de Economia Política
Entre os franceses que contribuíram para os fundamentos da
Economia Política, estão FrançoisQuesnay, autor das
obras Tableau Économique e Maximes géneráles du
gouvernement économique, e Anne Robert Jacques Turgot, autor
de Réflexions sur la formation et la distribuion des richesses. Entre os
britânicos, destacam-
se: Thomas Malthus, Adam Smith, David Ricardo e, mais
tardiamente, John Stuart Mill, nomes que compõem também o
chamado liberalismoclássico.
Adam Smith é considerado o grande sistematizador dos problemas de
Economia Política, tanto que suas reflexões foram e ainda são
retomadas por economistas e sociólogos que pretendem entender as
inter-relações entre organização social e atividade econômica. A
definição que Smith dá à Economia Política consta no Livro IV de sua
principal obra, A Riqueza das Nações, de 1776. Vejamos:
A Economia Política, considerada como um setor da ciência própria de um estadista

ou de um legislador, propõe-se a dois objetivos distintos: primeiro, prover uma renda

ou manutenção farta para a população ou, mais adequadamente, dar-lhe a

possibilidade de conseguir ela mesma tal renda ou manutenção; segundo, prover o

Estado ou a comunidade de uma renda suficiente para os serviços públicos. Portanto, a

Economia Política visa a enriquecer tanto o povo quando o soberano. [1]

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Percebemos que Smith destaca o caráter pragmático da Economia
Política, uma ciência que oferece tanto à sociedade quanto aos chefes
políticos as diretrizes para a produção de riqueza, isto é, para o
alcance da prosperidade a partir de princípios como o livre-comércio,
a propriedade privada e a divisão do trabalho. Esse tema da riqueza é
o ponto central da Economia Política, pois está no cerne da
chamada Economia de Mercado, a base do sistema capitalista. Se
lermos a definição de John Stuart Mill, em sua
obra Princípios de Economia Política, de 1848, perceberemos que ele
reitera essa questão da preocupação com a riqueza:
[…] Os autores de Economia Política professam ensinar ou investigar a natureza da

riqueza, bem como as leis de sua produção e distribuição, incluindo, diretamente ou de

maneira remota, a operação de todas as causas que fazem com que prospere ou decline

a condição da humanidade, ou de qualquer sociedade de seres humanos, com respeito

a esse objeto universal do desejo humano. Não que algum tratado de Economia

Política possa discutir ou mesmo enumerar todas as essas causas; todavia, empreende

segundo quais elas operam. [2]

Esse universalismo característico da Economia Política destacado por


Mill foi, com o tempo, desmanchado por conta do nascimento de
disciplinas especializadas, como a Sociologia e a
moderna Ciência Econômica.
Cabe ressaltar que foi a Economia Política que começou a construir os
fundamentos para se equacionar problemas como a questão
do preço de mercadorias (desde uma joia ou um alimento até um
navio ou um avião) e o tipo de trabalho nela empregado. Foi também
essa ciência que deu os instrumentos iniciais para o cálculo político e
o cálculo econômico, o que hoje é chamado de política econômica:
taxa de juros, equilíbrio entre importação e exportação, inflação,
política monetária etc.

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