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Alfred Marshal2 define Economia política ou mais tarde Economia como sendo
um estudo da humanidade nos negócios comuns da vida; examina a parte da acção
individual e social que está mais intimamente ligada à conquista e ao uso dos requisitos
materiais do bem-estar. Assim, é por um lado um estudo da riqueza; e, por outro lado, e
mais importante, parte do estudo do homem.
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Docente: Ana Teresa Viegas Milheiro
Disciplina: Economia Política, 2021
O liberalismo económico tem em Adam Smith sua principal figura3. Para ele, o
Estado não deveria intervir na economia, defende a livre concorrência, o livre
3 Para compreender a economia ou ciência económica moderna, que tem como objecto de análise fenómenos como a
acumulação de riqueza, a divisão do trabalho, o valor sobre bens e produtos, a moeda e os juros, etc., é indispensável saber
quem foram alguns autores como Adam Smith (1723-1790) e as contribuições que ele legou para esse tema.
O escocês Adam Smith se debruçou sobre diversos temas da ciência económica no século XVIII, e construiu modelos de
explicação que se tornaram clássicos entre os britânicos e exerceu influência sobre a quase totalidade de economistas e
teóricos sociais do século XIX, tais como David Ricardo, John Stuart Mill, Karl Marx e Carl Menger.
A sua primeira obra de destaque, cujo título era The Theory of Moral Sentiments [Teoria dos sentimentos morais], de 1759,
não tratava diretamente do mercado e dos fenómenos económicos, mas fazia uma profunda análise sobre o modo como as
nossas “paixões” (ódio, vaidade, inveja, benevolência, bondade, solidariedade etc.) constroem a auto imagem que queremos
que os outros tenham de nós mesmos. Essa necessidade da aprovação do outro depende de como conseguimos administrar
essas “paixões”, principalmente as negativas. Paixões negativas, como o ódio, fecham-nos para o convívio social. Essas
investigações foram fundamentais para a teoria que Smith desenvolveu sobre o trabalho e sobretudo o trabalho que é feito
dentro da esfera da economia de mercado, após a revolução industrial, funcionaria como uma forma de ajustamento dessas
“paixões”. O trabalho exercido no âmbito do livre mercado, segundo Smith, harmoniza os interesses dos indivíduos, sejam
esses indivíduos bondosos e benevolentes, sejam egoístas e destemperados. A sua obra principal, An Inquiry into the Nature
and Causes of the Wealth Of Nations (Uma investigação sobre a natureza e as causas da Riqueza das Naç ões), de 1776,
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Disciplina: Economia Política, 2021
Adam Smith defendia que era necessário acabar com o mercantilismo4, os altos
impostos e o proteccionismo com o fim de estimular o comércio internacional.
Segundo os liberalistas, os agentes económicos são movidos por impulsos e
ambição próprios, o que impulsionaria o crescimento e desenvolvimento económico,
favorecendo toda a sociedade, promovendo uma evolução generalizada.
Resumidamente, o liberalismo económico cria a pura concorrência, a lei da oferta e
da procura e os mecanismos de auto-regulação naturais do mercado (ex. os mais
criativos e com preços mais baixos são os que mais vendem).
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Disciplina: Economia Política, 2021
Mas o que significa dizer que o Estado não deve intervir na economia? Muitas
pessoas não compreendem a ideia de “Estado mínimo”, afinal, independentemente
do regime político adoptado, os governos tendem a controlar os rumos da
economia, seja para aumentar ou diminuir as taxas de juros ou os valores
salariais, por exemplo. Mas nesse caso, a mínima intervenção pública no mercado
significa a retirada do Estado em acções de empresas e a extinção ou a menor
existência possível de instituições públicas. Diante disso, a principal face do
neoliberalismo são as privatizações, que representam a venda ou transferência das
instituições públicas para a iniciativa privada.
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5 A economia planificada na URSS se baseou nas teorias do marxismo, que na sua forma pura, defende que deve haver uma
revolução pela qual a classe operária toma para si os meios de produção e o governo, suprimindo a burguesia e os seus
meios de hegemonia e manutenção do poder, que constituem os conjuntos chamados infraestrutura e superestrutura.
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As escolhas de que trata a Economia são aquelas que são ditadas pela escassez
de bens e recursos disponíveis para que a satisfação das necessidades possa ser
alcançada. Por isso o objectivo essencial da ciência económica é o de encontrar
soluções que permitam minimizar (ou equilibrar) essa escassez.
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7 Veja-se e.g Thorstein Veblen (1857–1929) escreveu o seu primeiro e mais influente
livro, A Teoria da Classe Ociosa (1899). Nele, Veblen analisa a motivação para o
consumismo conspícuo, vigente no capitalismo, como um forma de demonstrar sucesso -
um comportamento adoptado não só por uma classe endinheirada e predatória mas
também imitado pelas classes mais baixas. A ociosidade conspícua foi outro foco da
crítica de Veblen. O conceito de consumo conspícuo estava em contradição directa com a
visão neoclássica de que o capitalismo era eficiente. Em A Teoria do Negócio Empresarial
(1904), Veblen apontou o conflito entre a motivação da indústria (produzir mercadorias
úteis) e a motivação empresarial (usar ou subutilizar a infraestrutura industrial para gerar
lucros), argumentando que a primeira é normalmente prejudicada porque as empresas
perseguem a segunda. A produção e os avanços tecnológicos são prejudicados pelas
práticas empresariais e pela criação de monopólios. As empresas protegem os seus
investimentos e se utilizam excessivamente do crédito, o que leva a depressões e crescentes
gastos militares e de guerra, graças ao controle empresarial do poder político. Todavia,
esses dois livros, o primeiro centrado na crítica ao consumismo, e o segundo na crítica à
especulação, não defendiam mudanças.
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Cmg-Custo Marginal
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5. Como confiar?
8 António L. De Sousa Franco, Noções de Direito da Economia, vol.I, Lisboa, 1983, pg.21.
9 A Declaração dos direitos do povo trabalhador e explorado da República Soviética Russa, de 17
de Janeiro de 1918 foi o primeiro texto constitucional gerado por uma experiência social com uma
versão extrema do programa de transformação social típico do marxismo-leninismo. As diversas
constituições dos estados socialistas optaram por um modelo de gestão administrativa
centralizada como no caso da soviético ou por um modelo mais descentralizado como no caso
jugoslavo.
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