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História

A economia segundo as ideias iluministas:


o Liberalismo

1o bimestre – Aula 5
Ensino Fundamental: Anos Finais
● O pensamento de Adam ● Identificar os ideais do
Smith; Liberalismo econômico,
● O Liberalismo econômico. defendidos por Adam Smith,
e suas permanências na
contemporaneidade.
Leia atentamente o trecho da nossa Constituição:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: […]

XXII – é garantido o direito de propriedade


Todas as mãos

A partir da leitura, levante a mão quem quiser responder:


a) Qual é o seu entendimento a respeito do direito à propriedade?
b) De acordo com a nossa realidade atual, você considera que todos os
brasileiros consigam ter acesso ao direito à propriedade? Justifique.
c) Você já leu ou estudou algo nos anos anteriores sobre o direito à
propriedade? Comente.
O pensamento de Adam Smith (1723-1790)

Adam Smith (1723-1790) foi um filósofo e


economista escocês, considerado um dos
pensadores mais influentes no desenvolvimento
do Liberalismo econômico e da teoria econômica
clássica. Sua obra de maior destaque é A riqueza
das nações, publicada em 1776.

Dentre os ideais defendidos por Smith,


destacaram-se:
1. “A mão invisível”: se a economia fosse livre, sem intervenção alguma de órgãos
externos ou do governo, ela iria regular-se automaticamente, como se existisse
uma mão invisível por trás de tudo, fazendo com que os preços dos produtos
fossem ditados naturalmente pela economia, conforme a sua necessidade;
2. Divisão de trabalho: a divisão de trabalho e a especialização são fundamentais
para aumentar a produtividade. Os trabalhadores devem se especializar em
tarefas específicas, a fim de obter maior eficiência e aumento da produção;
3. Livre mercado: a economia deve ser determinada pelas forças da oferta e da
procura, sem intervenção do Estado.
Analise o trecho da obra “A riqueza das nações”, de
Adam Smith:
“Todavia, na maior parte das ocasiões, esta frugalidade e adequado emprego de
capitais são, ao que a experiência mostra, suficientes para compensar não só a
prodigalidade e mau emprego de capitais privados, mas também a extravagância
pública dos governos. O esforço uniforme, constante e ininterrupto de todos os
homens para melhorar a sua situação, princípio de que deriva originariamente a
opulência pública e nacional, tal como a privada, é muitas vezes suficientemente
poderoso para manter o progresso natural das coisas no sentido da sua melhoria,
a despeito tanto da extravagância do governo como dos erros da administração.”
SMITH, Adam. A riqueza das nações. Lisboa : Ed. Fundação
Calouste Gulbenkian, 1981 e 1983. 2 vols.
Todo mundo
escreve

Após ter analisado o trecho, e com base no que estudamos até o


momento, escreva uma resposta para o questionamento a seguir:
a) Quais elementos do pensamento de Adam Smith estão presentes no
trecho analisado? Explique.
Correção

a) Quais elementos do pensamento de Adam Smith estão presentes no


fragmento analisado? Explique.
Resposta: No trecho analisado, podem-se identificar dois destaques
do pensamento de Adam Smith: “a mão invisível” e o livre mercado.
Ao criticar os gastos do governo, apontando que isso seria uma
“extravagância” e prejudicial ao “progresso natural das coisas”,
evidencia-se a tese de Smith de que a economia deve ser livre, se
autorregular, sendo determinada pelas forças da oferta e da
procura, sem intervenção do Estado.
Liberalismo econômico e a sua influência na
contemporaneidade
A liberdade é um dos pilares do pensamento iluminista, e ela está
presente em propostas nos campos da política, da cultura e da economia.
No que se refere a este último, observamos que o filósofo e economista
Adam Smith apontou que a economia de um país seria fortalecida se o
Estado não interviesse em sua condução. A partir das ideias de Smith, o
Liberalismo se propagou pelo mundo, influenciando revoltas, revoluções,
processos de independência. Além dos destaques já elencados, o
Liberalismo ainda aponta que:
● A propriedade privada deve ser um direito fundamental, pois a posse privada
de recursos incentiva a responsabilidade, a eficiência e a utilização produtiva
desses recursos;
● Os indivíduos têm o direito de buscar seus interesses pessoais e tomar
decisões, sem interferência excessiva do governo;
● O poder deve ser descentralizado, seja na forma de descentralização
governamental ou na promoção da autonomia individual e local;
● A competição é um motor essencial para a inovação e para o progresso
econômico. Nesse sentido, em um ambiente de mercado competitivo, as
empresas são incentivadas a melhorar a qualidade de seus produtos, e a
reduzir os preços para atrair clientes;
● O comércio deve ser livre e globalizado, pois a abertura das fronteiras
para o comércio internacional beneficia as economias, permitindo uma
alocação mais eficiente de recursos, e proporcionando maior
diversidade de bens e de serviços.
É importante ressaltar que, embora o Iluminismo tenha fornecido as bases
filosóficas para muitas das ideias liberais, nem todos os iluministas eram
completamente liberais. Algumas correntes de pensamento iluminista
favoreciam um papel mais ativo do Estado na promoção do bem-estar
social, enquanto o liberalismo, em sua forma mais pura, conforme vimos,
tende a defender um papel governamental mais limitado. Embora, nesse
sentido, o Liberalismo econômico tenha sido uma força dominante em
muitas políticas econômicas ao longo da história, as abordagens
específicas variavam. Além disso, críticos apontam que os ideais do
Liberalismo econômico podem ser utilizados para justificar
desigualdades socioeconômicas e injustiças; e, portanto, argumentam a
favor de certas formas de intervenção governamental para corrigir essas
questões.
Para verificar se você compreendeu o que aprendemos na aula de
hoje, una-se a um grupo, e analise o trecho abaixo:
[...] Não constitui uma dedução correta dos princípios da Economia que
o autointeresse esclarecido sempre atua a favor do interesse público. Nem
é verdade que o autointeresse seja geralmente esclarecido;
mais frequentemente, os indivíduos que agem separadamente na promoção
de seus próprios objetivos são excessivamente ignorantes ou fracos até
para atingi-los. A experiência não mostra que os indivíduos, quando
integram um grupo social, são sempre menos esclarecidos do que quando
agem separadamente [...]
KEYNES, J. M. Keynes: economia. São Paulo: Ática, 1978.
O trecho que você analisou é uma crítica de John Maynard Keynes
(1883-1946) ao Liberalismo. A crítica apontada se refere à ideia de que o
Liberalismo enfatiza muito o individualismo, o que pode levar a uma falta
de responsabilidade social e de preocupação com o bem-estar coletivo.
A ênfase na liberdade individual pode resultar na negligência das
questões sociais.
Diante da crítica apresentada, retome as ideias liberalistas apresentadas
na aula, apontando se concorda com a posição de Keynes, que é
contrária ao Liberalismo. Ao final, os grupos poderão apresentar os
resultados da discussão para turma.
● Identificamos que, a partir dos ideais iluministas,
surgiu, no campo econômico, o Liberalismo. Este
teve como seu principal difusor o filósofo e
economista Adam Smith;
● Vimos que os ideais liberalistas influenciaram a
criação das leis, garantindo direitos como o da
propriedade e da liberdade individual, previstos
em nossa Constituição;
● Compreendemos que as ideias liberalistas não
foram aceitas com unanimidade, havendo
críticas a esses ideais.
Referências

KEYNES, J. M. Keynes: economia. São Paulo: Ática, 1978.


LEMOV, D. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso,
2018.
Montian, André Gal. O Liberalismo econômico e a pobreza: raízes teóricas, estratégias de redução e
limitações (Artigo). Disponível em: 81.pdf (sep.org.br). Acesso em: 30 nov. 2023.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas Educação Infantil e Ensino
Fundamental. São Paulo, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Coordenadoria Pedagógica –
COPED. São Paulo, 2023.
SMITH, Adam. A riqueza das nações. Lisboa : Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1981 e 1983. 2 vols.
Referências

Lista de imagens e vídeos

Slides 3 e 4 - Wikimedia Commons. Disponível


em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CF_1988_Brasil_MEC.jpg . Acesso em: 21 nov. 2023.

Slide 5 - Wikimedia Commons. Disponível


em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Adam_Smith..jpg. Acesso em: 29 nov. 2023.

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