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Reações Nacionalistas (escola alemã)

As reações contra o liberalismo iniciaram-se com os economistas alemães (princípios do século XIX).
Rapidamente se chegou à conclusão generalizada, dos Estados Alemães, de que o liberalismo económico,
ao menos tal como fora concebido por Smith, servia sobretudo, os interesses da Grã-Bretanha. O
cosmopolitismo económico de Adam Smith, condenou os Estados Alemães a uma vida económica muito
limitada, assente na agricultura, sem que as respetivas indústrias, ainda pouco desenvolvidas, foram
concedidos incentivos adequados.

A escola alemã rejeitou a conceção individualista da propriedade privada extraída do Direito


Romano, pois é contrária ás tradições germânicas, segundo as quais os direitos individuais se subordinam
ao interesse comum. A propriedade da terra só poderia entender-se no interesse de toda a comunidade. Os
interesses e os direitos individuais subordinam-se ao interesse comum. A riqueza não residia nos bens
materiais, mas nas forças suscetíveis de assegurar essa produção. Os valores imateriais também se
incluíram na riqueza. Adam Muller enunciou 4 fatores de produção: terra, trabalho, capital material e
capital espiritual (valores imateriais). A liberdade do comércio entre os países, foi rejeitada por ser
incompatível com a defesa dos interesses da economia nacional.

A escola alemã, apresenta-se, efetivamente, como a primeira escola de economia nacional, oposta
aos princípios cosmopolitas do liberalismo.

Teoria das forças produtivas de List (protecionista):

Friedrich List, insistiu na afirmação, já produzida pelos alemães, que o liberalismo económico só
trazia vantagens exclusivas para a Inglaterra. As estruturas económicas contrárias, ficariam
condenadas/estagnadas na época porque não tinham um grau de desenvolvimento que lhes permitisse
concorrer com a indústria inglesa e com a indústria de outros países. List, entendeu que a defesa de uma
economia nacional reclamava uma revisão de todo o sistema. E por isso, opôs-se á teoria do valor de troca
de Adam Smith com a sua teoria das forças produtivas.

List definiu uma teoria, em que os fatores suscetíveis de assegurar a continuidade do ritmo de
produção a continuidade do ritmo de produção. Esses fatores não respeitariam apenas aos bens materiais,
quer bens diretos e indiretos, mas também a instituições políticas, jurídicas pois List achou inaceitável o
pensamento de Adam Smith que, cingida aos bens materiais, considerou improdutivos os cientistas, os
professores, os médicos, os juízes, os funcionários, etc. Embora esses não produzam bens materiais que
concorrem para o desenvolvimento das forças produtivas da Nação porque é fundamental o contributo
deles. Para List, as artes, a religião, a legislação do Estado e a própria segurança, como também a ordem
pública, constituem forças produtivas das quais dependerá todo o desenvolvimento económico que nele.

As indústrias alemãs, teriam de ser protegidas por fortes barreiras aduaneiras, até alcançarem o
nível suficiente para fazer face à concorrência de outros terceiros estados como por exemplo à
concorrência da Grã-Bretanha.

List não rejeitou em absoluto o livre cambismo, mas viu nele uma meta a atingir pelas nações depois de
altamente industrializadas, mas a sua teoria é fundamentalmente de economia nacional na área política
económica em países em que a industrialização está em vias de desenvolver-se. Para List, o livre cambismo
assentava no pressuposto de uma paz perpétua e visa sempre aperfeiçoar as indústrias dos países mais
ricos. Estas teorias foram aproveitadas em alguns países como inclusive os Estados Unidos da América.
O intervencionismo de Sismondi e a legislação laboral (corrente sentimental)

O intervencionismo caracteriza-se por admitir, e preconizar, a intervenção do Estado, na vida económica,


sem pretender, nem a curto nem a longo prazo, modificar o regime de propriedade privada.

Esta corrente sentimental reagiu contra o liberalismo da contradição visível entre a ordem natural
de economia fonte de progresso e de bem-estar de acordo com os liberais e a miséria das classes
trabalhadoras no início do século 19, consequência dos salários baixos das classes trabalhadoras,
trabalhavam em condições desumanas, 16horas por dia, 6 dias por semana e a utilização indiscriminada de
crianças em todo o tipo de trabalho desde a agricultura até à indústria. Sismondi critica este alheamento do
Estado face a estes problemas exigindo para tal a intervenção do Estado na economia.

São 4 aspetos/princípios que caracterizam o seu pensamento:

1. Defesa da intervenção do Estado no campo laboral


Começou por reclamar do Estado a proibição do trabalho infantil e das mulheres, assim como a
realização de certos trabalhos ao domingo. Pretendia também Sismondi que os poderes públicos
garantissem os operários contra os riscos de doença, invalidez e de desemprego.

2. Sismondi defendeu o intervencionismo do Estado na economia sem pôr em causa a propriedade


privada ou regime da economia de mercado. O que desde logo o distingue dos socialistas.
Defendeu o modelo de pequena propriedade com a união do trabalhador e propriedade. Ou seja,
proprietário e trabalhador são a mesma pessoa.

3. A política da distribuição da riqueza tinha em vista a correção das desigualdades sociais.


Sismondi critica os liberais por terem centrado as suas atenções na produção de riqueza em
detrimento da sua distribuição. O Estado devia intervir para tornar mais justa esta mesma
distribuição garantindo rendimentos aos que não os tinham, aos desempregados, aos doentes e
às pessoas de idade mais avançada. O primeiro regime de segurança social só viria aparecer na
Alemanha em 1871 com Vismark.

4. Limitação do uso das máquinas. Sismondi considerou que as crises de sobprodução


(superprodução) eram geradas por 2 fatores: Pelo progresso contínuo da industrialização levando
a um aumento da produção das empresas e naturalmente que as massas trabalhadoras não
tinham poder de compra para comprarem os bens produzidos daí a existência da superprodução.

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