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Oligofrenia

Na maioria dos casos de retardos mentais a etiologia é incerta.


No entanto, num pequeno número de casos, o retardo mental tem uma causa conhecida:
• Factores Genéticos
• Causas patogénicas Pré-Natais
• Causas relacionadas com o Parto
• Causas provenientes do meio Neonatal

Classificação
As oligofrenias são enfermidades que se caracterizam por uma deficiência global de
toda actividade psíquica, no entanto, podem ser classificadas segundo as aptidões
sociais e comunicativas da criança e com o seu desenvolvimento motor:

Retardado Mental Leve


Pode não ser diagnosticado até as crianças afectadas iniciarem a vida escolar, já que as
suas aptidões sociais e comunicativas podem ser adequadas nos anos pré-escolares.
À medida que ganham idade os déficits cognitivos, como a fraca capacidade para fazer
abstracções e pensamento egocêntrico, podem diferenciá-las de outras crianças da sua
idade.
Num ambiente de suporte, na maioria dos casos, as pessoas com retardo mental leve
podem atingir algum grau de sucesso social e ocupacional.

Retardado Mental Moderado


O retardo mental moderado tende a ser diagnosticado mais precocemente que o retardo
mental leve, porque as aptidões comunicativas se desenvolvem mais lentamente e o seu
isolamento social pode-se iniciar nos primeiros anos de vida.
Estas crianças têm consciência dos seus déficits e frequentemente, sentem-se afastadas
dos seus pares e frustradas pelas suas limitações.
Os retardados mentais moderados necessitam de um nível relativamente alto de
supervisão, mas podem tornar-se competentes em tarefas ocupacionais em ambientes de
suporte.
Retardado Mental Severo
Geralmente evidencia-se na idade da pré-escola, já que a linguagem da criança afectada
é mínima e o seu desenvolvimento motor é fraco.
Nos anos escolares pode ocorrer algum desenvolvimento da linguagem e se, no período
da adolescência a linguagem for fraca, ocorre a evolução de formas não verbais de
comunicação.
Os enfoques comportamentais podem ajudar a promover algum grau de cuidados
pessoais, embora os indivíduos com retardo mental severo geralmente necessitem de
supervisão intensa.

Retardo Mental Profundo


Exigem supervisão constante e têm aptidões comunicativas e motoras severamente
limitadas.
Na idade adulta, algum desenvolvimento da linguagem pode estar presente e podem ser
adquiridas habilidades simples de auto-ajuda.
Mesmo na idade adulta, necessitam de cuidados de enfermagem.

Diagnostico Diferencial
Está definido que o retardo mental tem início antes dos 18 anos.
Para facilitar o diagnóstico, o clínico deve dar prioridade à superação da falta de
conexão emocional da criança, independentemente do nível de retardo e de onde deriva.
As crianças com menos de 18 anos que reúnem os critérios diagnósticos de demência e
manifestam um Q.I. inferior a 70 recebem os diagnósticos de demência e retardo
mental.
Os indivíduos cujos Q.I.s caem para menos de 70 após os primeiros anos e que têm
novos inícios de transtornos cognitivos não recebem o diagnostico de retardo mental,
mas apenas o diagnostico de demência.

Tratamento
O temperamento e as reacções variam tanto nestes pacientes quanto entre as pessoas
normais, de maneira que se deve conhecê-los bem, a fim de saber como tratá-los.
Os tratamentos incluem psicoterapia e medicamentos para levar em conta o nível mental
do paciente.
Terapias Comportamentais
• Deve ser usada em pessoas com retardos leves ou moderados.
• Baseia-se em ajudar o paciente, identificando as suas áreas fortes, estabelecer
objectivos realistas e planeá-los de modo a concretiza-los.
• Deve igualmente ajudar a encontrar outras maneiras de expressar sentimentos de
raiva e separar-se duma família super-protectora.
Tratamento Farmacológico
• As pessoas retardadas podem ser sensíveis aos fármacos e os estimulantes podem
funcionar melhor em doentes mais jovens.
• Muitos fármacos são prescritos primariamente para o controlo comportamental em
vez de serem prescritos para o tratamento de alguma doença psiquiátrica específica.
• O tratamento farmacológico deve mostrar eficácia para o diagnóstico do doente e
primeiramente devem ser identificados os sintomas-alvo, os efeitos colaterais devem
ser investigados e a fármacoterapia deve ser evitada.

Prevenção
O retardo mental está associado a múltiplos factores psicológicos e sociais, bem como,
diversos grupos heterogéneos de transtornos.
A prevenção é a única medida útil contra os estados de retardo mental.
Prevenção Primária
• Refere-se a atitudes e esforços para eliminar ou diminuir os factores e condições que
contribuem para o desenvolvimento de perturbações relacionadas com o retardo
mental.
• O aconselhamento familiar e genético ajuda a diminuir a incidência de retardo
mental, numa família com história de transtornos genéticos associados ao retardo
mental.
Prevenção Secundária e Terciária
• Quando é identificada uma perturbação ou condição relacionada com retardo
mental, esta deve ser tratada no sentido de abreviar o curso da doença (prevenção
secundária) e minorar as sequelas ou compromissos consequentes (prevenção
terciária).
• Crianças afectadas por retardo mental, com frequência, possuem dificuldades
emocionais e comportamentais que necessitam de tratamento do foro psiquiátrico.
• No que se refere à educação para a criança, devem ser desenvolvidos programas
amplos que incluam o treino de aptidões adaptativas, de habilidades sociais e
ocupacionais.
• Deve ser dada especial atenção à comunicação e à melhoria da qualidade de vida.
• Um método muito utilizado ultimamente é a terapia de grupo, que apresenta
resultados positivos, visto que, as crianças podem aprender a praticar situações
hipotéticas da vida real e receber feed-back para a incentivar.
Intervenções de enfermagem no meio familiar
Podem observar-se várias respostas parentais como negação, raiva, tristeza ou aceitação.
O espectro da adaptação parental pode variar desde muito eficaz até a super-protecção,
ou ocasionalmente, abuso e negligência.
O enfermeiro que actua junto da família pode ajudá-la a investigar e avaliar diferentes
programas, além de auxiliá-la no seu ajustamento à decisão de colocar o seu filho e/ou
familiar num deles.
Uma das áreas mais importantes para o enfermeiro é a reeducação para a saúde dirigida
à família com doentes oligofrénicos, envolvendo formas de melhorar a competência e
auto-estima e mantendo, ao mesmo tempo, expectativas realistas para o doente.
Uma das dificuldades com que a família se depara, é encontrar o equilíbrio e apoio à
independência e o oferecer de um ambiente incentivador e estimulante para a criança
mentalmente retardada.
Os pais podem beneficiar de aconselhamento contínuo ou terapia familiar.
Pode utilizar-se a actuação familiar para auxiliar a família no processo de adaptação
com a finalidade de melhorar a comunicação em geral e as relações interpessoais entre
os membros da família.
O enfermeiro deve estar preparado para fornecer à família, todas as informações básicas
e actualizadas, envolvendo causas, tratamento e outras áreas pertinentes, tais como
treinamento especial e correcção de defeitos sensoriais.

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