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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
DISCIPLINA: INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PNE
PROFª LORETA MARIA CUNHA

5º RESUMO - PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO E TERAPIA EM DEFICIENTES


MENTAIS

5.1. DEFICIÊNCIA MENTAL

Segundo a descrição do DSM.IV, a característica essencial do Retardo Mental é quando a pessoa


tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de
limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de
habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento
interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho,
lazer, saúde e segurança”. Essa é também a definição de Deficiência Mental adotada pela AAMR
(Associação Americana de Deficiência Mental).

Segundo critérios das classificações internacionais, o início da Deficiência Mental deve ocorrer
antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração
cognitiva como é a Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo
acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência (QI ou
equivalente).

Academicamente, é possível diagnosticar o Retardo Mental em indivíduos com QIs entre 70 e 75,
porém, que exibam déficits significativos no comportamento adaptativo. Cautelosamente o
DSM.IV recomenda que o Retardo Mental não deve ser diagnosticado em um indivíduo com um
QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos no funcionamento adaptativo.

De um modo geral, entretanto, costuma-se ter como referência para avaliar o grau de deficiência,
mais os prejuízos no funcionamento adaptativo que a medida do QI.

Por funcionamento adaptativo entende-se o modo como a pessoa enfrenta efetivamente as


exigências comuns da vida e o grau em que experimenta uma independência pessoal para grupo
etário, bagagem sócio-cultural e contexto comunitário no qual se insere.

O funcionamento adaptativo da pessoa pode ser influenciado por vários fatores, incluindo
educação, treinamento, motivação, características de personalidade, oportunidades sociais e
vocacionais, necessidades práticas e condições médicas gerais.

Em termos de cuidados e condutas, os problemas na adaptação habitualmente melhoram mais com


esforços terapêuticos do que o QI cognitivo. Este tende a permanecer mais estável, independente
das atitudes terapêuticas, até o momento.

Baseado nos critérios adaptativos, mais que nos índices numéricos de QI, a classificação atual da
Deficiência Mental não mais aconselha que se considere o retardo leve, moderado, severo ou
profundo, mas sim, que seja especificado o grau de comprometimento funcional adaptativo.

O sistema qualitativo de classificação da Deficiência Mental reflete o fato de que muitos


deficientes não apresentam limitações em todas as áreas das habilidades adaptativas, portanto, nem
todos precisam de apoio nas áreas que não estão afetadas.

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As áreas de necessidades dos deficientes devem ser determinadas através de avaliações
neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas e nunca numa única abordagem de diagnóstico.

Tipos de classificação baseado na intensidade dos apoios necessários:

Intermitente: O apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza
episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio continuadamente, mas durante
momentos em determinados ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda
de uma doença. Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade.

Limitado: Apoios intensivos caracterizados por alguma duração contínua, por tempo limitado,
mas não intermitente. Nesse caso incluem-se deficientes que podem requerer um nível de apoio
mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por
tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta.

Extenso: Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diária em pelo


menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional. Nesse caso
não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em longo prazo.

Generalizado: É o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida.


Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou
os de tempo limitado.

A classificação da OMS - (Organização Mundial da Saúde) baseado na gravidade da


deficiência seria:

Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente
intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo. 

Agudo Grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de
autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito
primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam revisões constantes

Moderado: O máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré-operativo. São
pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar
certas atitudes bem elaboradas. Quando adultos podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo
que sempre estejam necessitando de supervisão.

Leve: São casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com
supervisão. São os casos mais favoráveis.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

Inúmeras causas e fatores de risco podem levar à instalação da Deficiência Mental. É importante
ressaltar, entretanto, que muitas vezes não se chega a estabelecer com clareza a causa da
Deficiência Mental.

A. Fatores de Risco e Causas Pré Natais:

São os fatores que incidirão desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser:

 Desnutrição materna;
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 Má assistência à gestante;
 Doenças infecciosas: sífilis, rubéola, toxoplasmose;
 Fatores tóxicos: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos
(medicamentos teratogênitos), poluição ambiental, tabagismo;
 Fatores genéticos: alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais), ex. : síndrome de
Down, síndrome de Matin Bell; alterações gênicas, ex.: erros inatos do metabolismo
(fenilcetonúria), síndrome de Williams, Esclerose Tuberosa, etc.

B. Fatores de Risco e Causas Periantos:

São os fatores que incidirão do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê, e
podem ser:

 má assistência ao parto e traumas de parto;


 hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente);
 prematuridade e baixo peso (PIG - Pequeno para idade Gestacional).
 icterícia grave do recém nascido - kernicterus (incompatibilidade RH/ABO)

C. Fatores de Risco e Causas Pós Natais:

Aqueles que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser:

 desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global;


 infecções: meningoencefalites, sarampo, etc. ; intoxiações exógenas (envenenamento):
remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio, etc.);
 acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc.
 infestações: neurocisticircose (larva da Taenia Solium).

O atraso no desenvolvimento dos portadores de Deficiência Mental pode se dar em nível neuro-
psicomotor, quando então a criança demora em firmar a cabeça, sentar, andar, falar. Pode ainda
dar-se em nível de aprendizado com notável dificuldade de compreensão de normas e ordens,
dificuldade no aprendizado escolar. Mas, é preciso que haja vários sinais para que se suspeite de
Deficiência Mental e, de modo geral, um único aspecto não pode ser considerado indicativo de
qualquer deficiência.

A avaliação da pessoa deve ser feita considerando-se sua totalidade. Isso significa que o assistente
social, por exemplo, através do estudo e diagnóstico familiar, da dinâmica de relações, da situação
do deficiente na família, aspectos de aceitação ou não das dificuldades da pessoa, etc. analisará os
aspectos sócio-culturais.

O médico, por sua vez, procederá ao exame físico e recorrerá a avaliações laboratoriais ou de
outras especialidades. Nesse caso, serão analisados os aspectos biológicos e psiquiátricos.
Finalmente psicólogo, através da aplicação de testes, provas e escalas avaliativas especificas,
avaliará os aspectos psicológicos e nível de Deficiência Mental.

Mesmo assim, o diagnóstico de Deficiência Mental é muitas vezes difícil. Numerosos fatores
emocionais, alterações de certas atividades nervosas superiores, alterações específicas de
linguagem ou dislexia, psicoses, baixo nível sócio econômico ou cultural, carência de estímulos e
outros elementos do entorno existencial podem estar na base da impossibilidade do ajustamento
social adaptativo adequado, sem que haja necessariamente Deficiência Mental

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5.2 SÍNDROME DE DOWN

"Síndrome" é um termo médico designado a qualquer combinação de sinais e sintomas que


indiquem a existência de uma condição, um problema, etc.

( Os dados contidos nesta apostila foram retirados do referencial teórico da


dissertação de tese da profª Loreta Maria Cunha- UERJ/DEZ/1995 )

Caracteriza-se como Síndrome de Down um aglomerado de sintomas e sinais que irão por
sua vez caracterizar um determinado quadro clínico Um de seus sintomas é a probabilidade de
deficiência mental, sendo que esta é conseqüência do excesso de material genético causado pela
anomalia cromossomial, também denominada Trissoma do Cromossoma 21. O portador deste
quadro ainda apresenta um considerado atraso no desenvolvimento global de seu organismo, tanto
físico quanto intelectual.
Esta síndrome também é conhecida por mongolismo termo em desuso em todo mundo, o que
forma uma imagem errônea dos habitantes da Mongólia que são normais.
O achado antropológico mais antigo, no que se refere à Síndrome de Down, é um crânio
saxônico do século VII. Existe também outros relatos, mas sem registro científico, de crianças e
adultos com traços faciais típicos desta síndrome, há cerca de três mil anos, em forma de desenhos e
esculturas na civilização do México.
Embora existam muitos registros de importância histórica, não existe documentação ou
relato científico sobre esta síndrome até o século XIX. O que se tem são as poucas publicações
médicas da época sobre problemas de Deficiência Mental.
O estudo sistemático da Síndrome de Down começa no século XIX. Antes desta época, os
deficientes mentais eram vistos como um único grupo homogêneo. Por este motivo eram tratados e
medicados, sem levar em consideração as causas da deficiência. Tais causas numerosas, podendo
ocorrer durante a gestação, no momento do parto e depois do nascimento.
Segundo Turpin e Lejeune (1965), um primeiro conjunto de características anormais que
compõem a Síndrome de Down foi descrito por Esquerol em 1838, num trabalho realizado
objetivando relacionar todas as formas de anormalidades mentais conhecidas.
Seguin (1846) também acrescentou outros dados a esta primeira descrição. Mas foi o
cientista inglês John Langdon quem observou que algumas crianças, mesmo filhas de pais europeus,
eram parecidas entre si e possuíam alguns traços, que lembravam a população da raça mongólica
com a inclinação das pálpebras. Langdon Down foi o primeiro a reconhecer e registrar este fato.
Além disto, este estudioso declarou que este quadro não era uma doença descrevendo-o física e
clinicamente. Tal descrição é aceita até os dias atuais.

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Somente no final do século XIX, outros médicos europeus diagnosticaram em seus pacientes
a situação descrita pelo colega inglês, acrescentando novos dados, como a grande incidência de
problemas cardíacos, além da ligeira curvatura do dedo mínimo.
Através deste fato, Jonh L. Down considerando a aparência oriental e a deficiência mental,
concluiu que os sujeitos por ele estudados estavam regredindo de alguma forma a um típico racial
mais primitivo. Isto foi por ele caracterizado como um retrocesso no caminho normal da evolução
dos seres vivos, dando-lhe, então, o nome de mongolians idiots. Esta denominação
lingüisticamente, sofreu mudanças e chegou ao Brasil como idiotas mongolóides.
Já no século XX, com inúmeros avanços nos estudos de cromossomas, o cientista francês
Jerome Lejeune descobriu, em 1959, a verdadeira causa da Síndrome de Down. Através de estudos
realizados nos cromossomas destes sujeitos, conseguiu identificar 47 em cada célula, ao invés de 46
cromossomas, agrupados em 23 pares. Anos depois, Lejeune, constatou que este cromossomo extra
encontrava-se no par 21, tratando-se de um acidente genético que pode acontecer em qualquer casal,
em qualquer idade.
Cabe ressaltar que a evidência de casos de Síndrome de Down, antes do Século VII e após
este, foi pouco comentada cientificamente isto é, deve ao fato de que a estimativa de vida desses
sujeitos não chegava aos 35 anos de idade, do que se pode deduzir que crianças, ao nascerem com
esta síndrome, vinham a morrer na primeira infância.
Em relação ao aspecto etiológico, desde 1956 com técnicas laboratorias mais avançada e
precisas, pode-se constatar que, na verdade, nada de errado ocorria durante a gestação, como se
acreditava. Nenhum tipo de remédio, atividade ou experiência emocional poderia causar Síndrome
de Down.
Diversos estudos foram realizados e se confirmaram existência real, em todos indivíduos
pesquisados, de 47 cromossomas, um par de cromossomial a mais que o normal, e que isto
acontecia no 21. Apesar de se ter evidenciado a trissomia em alguns casos, foi observada o
acoplamento do cromossoma 21 ao 14. Neste caso, os indivíduos portadores desta síndrome foram
caracterizados como terceira e menos comum alteração cromossômica.
É de vital importância evidenciar que qualquer que seja o tipo de trissomia do 21, por
translocação ou por mosaicismo, será sempre o par cromossomial 21 responsável pelas
características físicas e funções intelectivas da Síndrome de Down.
Os aspectos físicos e comportamentais dos indivíduos portadores da síndrome são comuns
entre si. Na sua maioria iniciam-se no desenvolvimento dos tecidos e órgãos, ainda na vida intra-
ulterina.
Os portadores dessa síndrome apresentam flacidez e hipotonia, principalmente nas
articulações, que com o decorrer dos anos, tende a desaparecer. O formato de suas cabeças é

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achatado anterior e posteriormente. O nariz é curto, as orelhas geralmente pequenas, com a hélice
dobrada como o lóbulo pequeno ou ausente. A boca mantém-se freqüentemente aberta, com
protusão da língua pela hipotonia, podendo ser a sua superfície do tipo fissurada ou geográfica.
Quanto à dentição, a erupção do primeiro dente ocorre por volta do primeiro ano de idade,
na maioria dos casos. Os dentes apresentam microdôntia e, geralmente, o alinhamento é anormal.
Pode, em certos casos, haver anadontia congênita de vários dentes permanentes, ou aplasia, ou
amelogênese imperfeita do esmalte.
Os pés e mãos são curtos e largos, com anormalidades na impressões palmares. Suas pernas
são curtas em relação ao tronco. Algumas pesquisas mostram que 40% das crianças são cardiopatas,
no momento do nascimento ou imediatamente após. Antigamente a metade delas, devido à
cardiopatia, tinha morte precoce.
O abdômen é proeminente e freqüentemente ocorre associação de diátese do reto e hérnia
umbilical. O pescoço geralmente é curto e largo, podendo haver excesso de pele nos aspectos
laterais e posteriores do mesmo.
Quanto à pele, no recém nascido, ela se mostra com acrocianose ou cútis marmorata, que
posteriormente parecerá pálida. Nos indivíduos mais velhos, a pele é áspera, seca e enrugada
prematuramente.
A trissomia do 21 afeta o cérebro em seu desenvolvimento e funcionamento, e em
conseqüência, todos os indivíduos portadores de síndrome possuem deficiência no desenvolvimento
mental.
No que se refere ao desenvolvimento sexual, o mesmo pode se realizar mais tardiamente ou
de forma incompleta. Os indivíduos do sexo masculino apresentam como características a baixa
produção de hormônios sexuais e diminuição neste órgãos. Quanto às mulheres, possuem distúrbios
no desenvolvimento das mamas. A menarca ocorre dentro do período considerado padrão e segue
normalmente, entretanto, a menopausa é precoce.

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LEVANTAMENTO DE CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO
PORTADOR DE RETARDO MENTAL PARA UM PROGRAMA DE
ESTIMULAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
FGa LORETA MARIA CUNHA

1. Deficiência mental - problemas cognitivos , portanto necessitam de estimulação


em funções intelectivas , nas áreas respectivas:

 Memória – Auditiva ( Sequencial, Análise e Síntese )


- Visual
- Tátil - cinestésica

 Atenção – Auditiva
Visual
 Associação de Idéias
 Compreensão e Raciocinio
 Organização de Pensamento
 Organização espaço-temporal
 Análise e Síntese
 Pensamento e Seqüência Lógica

2. Atraso no Desenvolvimento Global:

 Intelectivo - Cognitivo
 Físico – Motor - Conhecimento da partes do corpo – localização do
Corpo no Espaço Direcionalidade (Espaço externo – orientação
espacial ) Lateralidade ( espaço interno – predomínio de um lado do
corpo sobre o outro )
– Corpo Estático ( Controle Postural , Equilíbrio Estático e dinâmico,
Coordenação
- Esquema Corporal, estabelecimento através do recebimento de
estímulos:

 proprioceptivos, sensações sinestésicas que nascem do próprio corpo


– origem interna
 extereoceptivos ( experiências vivenciadas pelo corpo – Sensitivas e
Sensoriais
 interoceptivos.( sensações vindas das vísceras ( fome, sede, etc )

- Imagem Corporal
- Corpo Dinâmico Corpo em movimento
( engatinhar,andar,pular, saltear, subir, descer, correr )
- Corpo Estático ( Postura )

 Corpo Perceptivo

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Áreas Perceptivas Visuais
- Relação do Corpo no Espaço
- Posição do Corpo
- Constância de Percepção
- Coordenação Visomotora
- Figura – Fundo

Olfativas – estimular com substâncias aromáticas em


cada narina
Separadamente -

Gustativas – paladar - estimular com substâncias

Sensoriais ( Auditivas e Visuais )


Auditivas ( Treinamento Auditivo )

3. Flacidez e Hipotonia – Geral

Órgãos Periféricos da fala


- Exercícios Articulatórios: Lábios
Língua
Palato Mole
Mandíbula
- Músculos Faciais

OBS: A Hipotonia e flacidez podem levar a quadro clínico de Deglutição Atípica ( avaliar )

4. Boca frequentemente aberta – hipotonia labial ( vedamento labial )


Projeção lingual
Síndrome do Respirador Bucal ( verificar )

5. Alinhamento anormal dos dentes – ( encaminhar ao Ortodontista )

6. Cardiopatias – presença de sopro - ( solicitar laudo do cardiologista )

7. Presença de Dislalia ( exame fonético x fonológico )

8. Atraso de Linguagem - Estimulação da linguagem – aumento de vocabulário


Estimulação da capacidade de reconhecer, imitar e nomear.
Trabalhar Linguagem Interior, integrativa e expressiva

9. Má concentração – Atenção - Figura – fundo

10. Dificuldades na estruturação de habilidades sensoriais ( auditiva e visual ), Motoras e


perceptivas

11. Problemas de Adaptação e Sociabilidade

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PROGRAMA TERAPÊUTICO PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA MENTAL

(FGa Loreta Maria Cunha)

I. Terapia Psicomotora

Objetivo : Desenvolver o adequado conhecimento do corpo nos seus três elementos : Esquema
Corporal, Imagem Corporal e Percepção Corporal

 Exercícios para o Esquema Corporal

Objetivo: Possibilitar a criança experiências de cada parte do seu corpo; em movimento ou em


posição estática, em relação consigo própria, com os outros e em relação com o meio.

 Exercícios de Imagem Corporal

Objetivo : Possibilitar experiências subjetivas do próprio corpo, ou seja, o sentimento dele.

Técnica :

a) Consciência e educação da respiração

b) Conhecimento das partes do corpo

 Conhecimento e consciência da cabeça


 Conhecimento e consciência do rosto
 Conhecimento e consciência do pescoço
 Conhecimento e consciência do tronco
 Conhecimento e consciência dos membros inferiores
 Conhecimento e consciência dos membros superiores

c) Estruturação do Esquema Corporal

d) O Corpo em Movimento

e) Noção, automatização e dissociação de direita e esquerda

f) Improvisação do gesto

EXERCÍCIOS A SEREM REALIZADOS :

1. CONHECIMENTO DAS PARTES DO CORPO

TREINAMENTO:

 Deitar a criança no chão, bem esticada, calma e relaxada. Solicitar que toque e depois mova
partes do corpo. Repetir o exercício em diferentes posições : sentada, ajoelhada e de pé .

A Habilidade de movimentar-se e o conhecimento do corpo e de suas partes é facilitada por


acompanhamento musical.
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 Deitar a criança sobre uma folha de papel e fazer o contorno de seu corpo com giz. Levá-la a
observar o desenho feito apontando e nomeando as diferentes partes do seu corpo desenhado.

2. LOCALIZAÇÃO DAS PARTES DO CORPO

TREINAMENTO :

 Pedir a criança que localize e nomeie partes do seu corpo, depois em outra pessoa ou num
boneco articulado, após tê-las mostrado no seu. Em seguida, pedir que diga a função de cada
parte.

 Trabalhar os vários segmentos do corpo, aos poucos. Começar com a cabeça, passar para o
pescoço, depois para o tronco, depois para os membros inferiores e, finalmente, para os
membros superiores.

OBS: Por apresentar distúrbios da fala, deve-se insistir na exploração sistemática das partes da
boca, nariz, garganta, diafragma. E de todos órgãos ligados a articulação e fonação.

 Deve-se explorar através do tato, a localização, sentir os movimentos dos lábios e da língua.
Deve-se também estimular a consciência do tônus muscular.

3. CONHECIMENTO DOS DEDOS DA MÃO

TREINAMENTO :

 Levar a criança a :

- opor o polegar a todos os dedos


- tocar, com o polegar, um a um, os dedos da mão, começando pelo mínimo e depois em sentido
inverso; repetir o exercício com a outra mão.

4. MOVIMENTOS DE DIREÇÃO DO CORPO


TREINAMENTO:

 Colocar a criança em frente ao quadro de giz e pedir que desenhe uma linha para cima e para
baixo....
 Pedir que movimente uma folha de papel, vagarosamente, em diversas direções, enquanto
verbaliza sua ação : “para cima “, “para baixo “....
 Levar a criança a colocar um bastão na frente, na posição vertical, horizontal ou
obliquamente em relação a si mesma.
 Colocar o bastão alto, embaixo, ao lado, sempre em relação ao seu próprio corpo.

5. DESENHO DA FIGURA HUMANA

TREINAMENTO :

 Desenhar a figura humana no quadro de giz, por partes, as quais deverão ser indicadas
previamente, de modo concreto, pelo paciente, no seu próprio corpo.

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Ex: a criança segura seu próprio nariz e a fono desenha-o em seguida.

6. COMPLEMENTO DA FIGURA HUMANA

TREINAMENTO:

 Dar peças à criança, representando partes do corpo para que ela as arrume , caso tenha
dificuldade apresentar um modelo.

7. COMPOSIÇÃO DO ROSTO

TREINAMENTO :

 Colocar a criança em frente ao espelho e pedir que :

- toque as diferentes partes do seu rosto, nomeando-as


- pedir para fazer com o dedo, o contorno do rosto, da boca, dos olhos, etc.
- dar a criança formas de madeira, espuma ou cartão para que ela acompanhe um rosto sobre uma
forma oval. Ajudá-la no início, fazendo com que ela segure as aprtes de seu rosto à medida que
arruma as formas correspondentes, é aconselhável apresentar um modelo.

8. RELAÇÃO DO CORPO COM OUTROS OBJETOS

TREINAMENTO:

 Colocar a criança em cima de uma cadeira, debaixo da mesa, entrar e sair de um caixote,
seguindo as ordens : dentro e fora.
 Colocar a criança dentro de um círculo traçado no chão, colocar – se fora e dentro desse
círculo.

9. REPETIÇÃO DE VÁRIAS POSIÇÕES DO CORPO

TREINAMENTO :

 Mandar a criança executar, com seu corpo, movimentos simples, como levantar a mão; fazê-
la reproduzir o movimento num boneco articulado.
 Fazer movimentos para serem imitados pelo paciente, colocado à sua frente
 Mostrar figuras de pessoas em posições simples para serem repetidas pela criança
 Pedir que procure, entre várias gravuras. A que representa a posição que vc está.

Obs: O conhecimento inadequado do corpo nos elementos : Imagem, Conceito e


Esquema Corporal levam a:

* grande dificuldade para coordenar olho-mão.


* para perceber posição no espaço
* para relações espaciais

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II. ESTIMULAÇÃO PERCEPTIVA

Objetivo : Possibilitar vivenciar estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos, gustativos,através do


cotidiano favorecendo a reação ao estímulo oferecido

II.1 Estimulação Sensorial

a) Visão

 Pedir para observar lugares claros e escuros


 Ascender e pagar luzes
 Seguir focos de luzes
 Acompanhar focos de luz de lanterna a 30 cm de distância explorando: para cima, para baixo,
para o lado direito, para o lado esquerdo, perto, longe, a cada espaço voltar para o centro
 Explorar brinquedos, formas, cores, tamanhos variados
 Etc

b) Audição

 Observar o silêncio, o ruído


 Sentir vibração de caixa acústica
 Sentir som alto, baixo e ausência de som
 Bater palmas
 Ouvir músicas
 Manusear objetos que produzam sons diferentes
 Manusear instrumentos sonoros
 Etc

c) Tato

 Estimular texturas diversas


 Áspero e liso ( veludo e lixa )
 Quente, morno, frio, gelado
 Macio e duro
 etc

II.2 Percepção Visual

a) Relações Espaciais
 prejuízo na competência para a matemática

b) Posição Espacial

Objetivo : Possibilitar a melhorar as dificuldades

c) Figura-Fundo

 Característica de desatenta
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d) Constância de Percepção

* dificuldade na identificação de formas geométricas , levando mais tarde a


problemas para reconhecer palavras aprendidas em contextos desconhecidos..

e) Coordenação Visual-Motora
II.2 Percepção Auditiva

 Treinamento auditivo nas oito habilidades

II.3 Percepção Olfativa

 vivenciar cheiros agradáveis e desagradáveis ( cebola, alho, perfume, café, sabonete, chocolate,
ervas queimadas, incensos, etc )

II.4 Percepção Gustativa

 Vivenciar sabores ( sal, mel, limão, café, etc )

III . Estimulação Das Funções Intelectivas

3.1 Memória

a) Visual

b) Auditiva

c) Tátil cinestésica

3.2 Atenção

a) Auditiva

b) Visual

3.3 Organização de Pensamento

3.4 Associação de Idéias

3.5 Compreensão e Raciocínio

3.6 Organização Espaço-Temporal

3.7 Análise e Síntese

3.8 Pensamento e Seqüência Lógica

IV Desenvolvimento da Linguagem

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Objetivo: Estimular órgãos fono-articulatórios, respiração, sons e palavras através de exercícios
oferecidos de forma lúdica e direcionada visando a preparação inicial da fala, estimulando a
compreensão de ordens cotidianas, identificação de objetos , e de elementos do meio-ambiente,
inicialmente do concreto e depois em figuras.

Oportunizar situações que favoreçam a espontaniedade na comunicação oral

4.1 Exercícios Articulatórios

a) exercícios específicos de lábios, língua, mandíbula e palato


b) massagem nos órgãos articulatórios
c) sugar com canudos ( simples, de 3, 6 e 9 voltas – canudos pró-fono ) , substâncias líquidas
( graduando a consistência )
d) mastigação com mordedor e/ou garrote
e) usar caderno de onopatopéia para forçar a articulação
f) outras técnicas

4.2 Exercícios Respiratórios

a) Exercícios de sopro ( brinquedos de sopro )


b) Língua de sogra ( controle de saída do sopro )
c) Outros

4.3 Exercícios de Estimulação Fonética

a) fazer movimentos com a mão, braço e pernas da criança e ao mesmo tempo vocalizar / a / , /
ô / , / pa / , / lala / , etc, procurando associar ao movimento a vocalização, mudando sempre o
ritmo como : rápido e lento, forte – fraco
b) estimular movimentos ativos de bater, balançar, tocar , saltar objetos, vocalizando fonemas.

 Boneca – nan, nenê


 Avião – vum – vum
 Martelo – pa pa pa pa
 Violão – la – la – la
 Tambor – bam – bam – bam
 Etc
 Utilizar para vocalização o caderno de onomatopéia
 Proporcionar situações em que a criança brinque com a voz sem interferência de outras pessoas
 Outros

4.4 Exercícios para enriquecimento do vocabulário e Organização do Pensamento

a) Estimular onomatopéias ( pedir que imite )


b) Participar de situações para interiorizar elementos da natureza, objetos e pessoas do meio
ambiente mais rotineiros em passeios, festas, visitas .
c) Idealizar caderno de temas

 A família ( pedir retrato da família para montar o caderno )


 A casa ( parede, porta, janela, etc ) e partes da casa
 Pessoas e objetos de valor sentimental
 Partes do corpo

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 Animais
 alimentos ( separar por tipos – frutas, verduras, etc )
d) criar situações em que a criança sinta necessidade de comunicar seus desejos e necessidades
( pedir, mostrar, mostrar, etc )
e) trabalhar ações cotidianas ( verbos – abrir, fechar, lavar, cozinhar, jantar, almoçar, lanchar,
assistir televisão, comer, dormir, etc )
f) estimular os termos : acabou, caiu , sumiu, etc
g) obeservar figuras de ações para identificação ou imitação
h) outros

4.5 Estimulação da Linguagem Oral

a) conversar sobre objetos e figuras conhecidas dando respostas faciais ( utilizar gestos de
satisfação ou desagrado )
b) ouvir histórias curtas com ilustrações de fatos em sequência
c) assistir teatrinhos e fazer dramatizações
d) estimular com fantoches – fazendo manipulações – criar histórias com representações
e) conversar ao telefone
f) repetir palavras familiares
g) falar ao microfone
h) manusear álbuns, identificando e nomeiando
i) etc.

V. Estimular atividades de vida diária

Objetivo: Dar maior independência e criar hábitos de higiene

5.1 Higiene Pessoal ( dar sempre pistas verbais )

 abrir a torneira
 pegar e passar sabonete nas mãos
 lavar mãos e rosto
 fechar a torneira
 escovar os dentes ( usar espelho )
 enxugar as mãos e o rosto
 enxugar e pendurar a toalha
 pentear-se

5.2 Despir e Vestir

 sapatos ( sem cadarços para começar )


 meias
 desabotoar blusas e abotoar
 retirar calças de elástico e colocar ( retirá-las a partir das pernas, estando naposição sentado )

5.3 Autocuidado

 rotinas de casa, da escola


 hábitos de banheiro

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5.4 Alimentação

 postura correta sentado à mesa


 manuseio correto da colher, do copo, dos talheres
 mastigar de boca fechada
 etc

VI. Integração Social

 Criar vínculos afetivos, aceitando regras impostas pelos ambientes


 Possibilitar uma adaptação adequada.

VII . Socialização

 Exploração de ambientes novos


 Participação em grupos
 Participar de danças, canto, brincadeiras de roda, e outras
 Passeios
 Obedecer ordens de rotina
 Cumprimentos
 Aprender a esperar a vez
 Etc...

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