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Transtorno do desenvolvimento - Deficiência intelectual

- Desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente


- Elementos da cognição, motricidade, linguagem e sociabilidade que deveriam
aparecer em certos marcos/janelas de desenvolvimento não aparecem
- Prevalência sexo masculino e baíses de baixa e média renda
- Etiologia: qualidade do cuidado pré-natal, perinatal, neonatal e pós-natal
desnutrição, privação emocional e social, mas de qualquer maneira sem
origem definitiva/multifatorial
- Possibilidade de independência para indivíduos com DI leve, moderada e
grave
- Principal manifestação: intelecto e habilidades sociais
- Diagnóstico por testes de QI
- Subtipos:
1. Profundo: QI inferior a 20, ausência de linguagem e da capacidade de
cuidar de si, limitada expressão de sentimentos. Convulsão, def. física,
expectativa de vida reduzida. 1% a 2& dos casos
2. Grave: QI entre 20 e 34,3% a 4% dos casos, marcos do
desenvolvimento atrasados nos primeiros anos, vocabulário limitado,
dificuldade de pronunciar palavras, podem se virar sozinhos, mas
precisam de ajuda.
3. Moderado: QI entre 35 e 39, 12% dos casos, lentos em atingir os
marcos intelectuais do desenvolvimento intelectual, conseguem de se
comunicar apesar do prejuízo da capacidade de aprender e pensar
logicamente, conseguem cuidar de si com algum apoio, c supervisão
conseguem realizar trabalhos não qualificados ou semiqualificados.
4. Leve: QI entre 50 e 69, 80% dos casos, desenvolvimento mais lento no
início da vida, marcos de desenvolvimento atrasado, possuem
capacidade de comunicação e habilidades básicas, prejuízo c
abstração, análise e sintetização de informações, podem aprender a ler
e saber informática, realizar trabalho doméstico, cuidar de si, fazer
trabalho não qualificado e semiqualificado, geralmente c apoio.
- Quadro clínico:
● Fala: atraso no desenvolvimento da linguagem e dificuldades para falar
e se expressar.
● Percepção: lentas em reagir e perceber estímulos ambientais. Eles têm
dificuldades de distinguir pequenas diferenças nas formas, tamanhos e
cores.
● Cognição: capacidade de analisar, raciocinar, compreender e calcular,
e para o pensamento abstrato é muitas vezes prejudicada em maior ou
menor grau de acordo com a gravidade.
● Concentração e memória: A capacidade de concentração é baixa e
estreita. De um modo geral, a memória é fraca e eles são lentos em
lembrar, embora haja exceções. Eles têm dificuldades para recordar e
suas memórias são muitas vezes imprecisas.
● Emoção: ingenuidade, imaturidade, comportamento impulsivo, timidez,
arredio, retraído
● Movimentos e comportamento: falta de coordenação, movimentação
excessiva ou ser desajeitados, movimentos sem sentido ou
estereotipados (mais em DI grave), comportamentos destrutivos,
agressivos ou violentos. Comportamentos autodestrutivos podem ser
encontrados em DI moderado e grave.
- Problemas de saúde associados com DI:
● Epilepsia
● Problemas de comportamento: inquietude, falta de concentração,
impulsividade, birras, irritabilidade e choro são comuns. Outros
comportamentos perturbadores, como agressão, comportamento
autodestrutivo (como bater a cabeça) e balanço repetitivo também
podem ser vistos.
● Prejuízo sensorial: visuais e auditivos
- Condições comuns associados a DI:
● Síndrome de Down - Deficiência intelectual, geralmente leve; eles
possuem boas habilidades sociais
● Síndrome do X frágil - 96% dos meninos com a síndrome DI e 64% das
meninas com a síndrome tem DI
● Fenilcetonúria
● Hipotireoidismo congênito - DI se não tratado
● Síndrome de Prader-Willi
● Síndrome de Angelman - atraso intelectual e desenvolvimental, grave
comprometimento da fala. tratamento sintomático
● Galactosemia - DI se não for tratada rapidamente
● Síndrome alcoólica fetal - anormalidade no sistema nervoso central >
deficiências cognitivas
- Diagnosticando deficiência intelectual: DSM e CID - três critérios básicos
● QI 70 ou inferior (quantificação mandatória em casos de suspeita de
DI) - Escala de Inteligência Wechsler para Crianças e Escala de
Inteligência Stanford-Binet
● Ter comprometimento em pelo menos duas dessas áreas:
comunicação, autocuidado, vida doméstica, habilidades
sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autodireção,
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança
● Apresentação das características antes dos 18 anos (lembrando que
DI é um transtorno do neurodesenvolvimento)
● Outros itens: 1. É importante que na avaliação haja um
questionamento sobre o histórico médico dos pais e familiares, além
das questões natais, as genéticas, infecções, exposição a toxinas e
lesões, durante a gravidez, prematuridade e transtornos metabólicos.
Atenção ao desenvolvimento: linguagem, motricidade, socialização,
cálculo, compreensão. Ambiente: educação, recursos, ambiente
familiar. Análise física de sintomas que podem ser de outras doenças
relacionadas à comorbidade de DI. 2. Avaliação de comportamento
adaptativo (comparação de habilidades funcionais de uma criança com
outras crianças da mesma idade e educação): Escalas de
Comportamento Adaptativo de Vineland e Sistema de Avaliação de
Comportamento Adaptativo II + julgamento clínico. 3. Investigações
laboratoriais
- Diagnóstico diferencial: nem toda criança com atraso no desenvolvimento
possui deficiência intelectual - pode ser não comparecimento a escola,
depressão, dificuldades comuns na idade escolar, privação de socialização,
sub estímulo
- Manejo: detecção e intervenção ou tratamento precoce são os melhores
aliados. o foco do tratamento é na minimização dos sintomas, promoção de
segurança, independência, melhora na qualidade de vida, socialização
● Tratamento etiológico quando detectado em recém-nascidos
● Comorbidades: jovens deficientes intelectualmente têm maiores taxas
de transtorno psiquiátrico. Uma doença psiquiátrica comórbida (muitas
vezes referida como “duplo diagnóstico”) ocorre em cerca de metade
dos indivíduos com DI, os mais frequente sendo TDAH, depressão,
autismo e problemas de conduta, mas a esquizofrenia e o transtorno
bipolar também ocorrem, pelo menos, tão frequentemente quanto na
população sem DI. O reconhecimento pode ser difícil em jovens com
DI moderada e severa, que tendem a se apresentar mais
desorganizadamente, imprevisíveis e com sintomas difíceis de
entender, agravados pela incapacidade de descrever suas
experiências: nesse caso, depressão > comportamento retraído,
irritabilidade, agressão; episódios maníacos > fuga, irritação,
desinibição; esquizofrenia > agressão sem motivação clara,
comportamentos que sugerem alucinação ou desconfiança. Os
questionários Developmental Behaviour Checklist e Aberrant Behavior
Checklist podem ajudar na avaliação de problemas psiquiátricos
comórbidos. Podem causar comportamento desafiador
● Além dessas comorbidades acima citadas o ambiente também pode
causar comportamento desafiador: bullying, falta de estimulação,
conflitos familiares, mudança, morte, separação, problemas de
comunicação, puberdade.
● Manejo de comportamentos desafiadores: verificar se há causa tratável
e analisar o comportamento: descrição do comportamento desafiador >
quando, tempo, o que, contexto, possíveis gatilhos, resposta das
pessoas que reforçam o comportamento, quais as necessidades
atendidas por aquele comportamento desafiador
- A intervenção: medicação de forma otimizada com o restante
do tratamento, doses menores do que as prescritas para
pessoas sem DI; educação direcionada; inclusão > educação
em escola comum para casos leves e talvez moderados e/ou
aulas especiais em escolas comuns para casos graves;
fisioterapia e terapia ocupacional para fortalecimento do
tônus, melhora na coordenação, desenvolvimento lento de
habilidades motoras; fonoaudiologia para melhora da fala e
linguagem; promoção de apoio familiar
- Prevenção: nível primário: reduzir ou eliminar o risco de
desenvolver - aconselhamento genético, pré-natal - detecção de
anomalias durante ultrassom e evitação da gravidez antes dos
21 e depois dos 35, perinatal - sal iodado na alimentação, evitar
exposição a produtos químicos e substâncias nocivas (álcool,
nicotina, cocaína), triagem neonatal e início rápido do tratamento
pós-natal - imunização com vacinas, tratamento imediato para
diarreia severa e infecções cerebrais durante a infância,
ambiente seguro, atencioso, enriquecedor, estimulante. nível
secundário: diagnóstico e tratamento precoce monitorar
crianças que nasceram prematuramente, com menos de 2kg,
asfixiadas durante o parto, doença grave no período neonatal,
estimulação apropriada quando se suspeita. nível terciário:
eliminação a deficiência. crescer em família e comunidade
social/médica/psicológica
- Prognóstico: leve e moderada - viver de forma independente e
contribuir para a comunidade e grave não

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