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TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA

Kanner (1943)

 Psiquiatra Austríaco
 Distinguiu autismo de esquizofrenia
 Autismo Infantil Precoce
 “Inabilidade inata para estabelecer contato afetivo e interpessoal”
 Profunda dificuldade de contato com as pessoas e falta de imaginação
 Desejo obsessivo de preservar as coisas e as situações
 Ligação especial com os objetos
 Fisionomia inteligente
 Graves alterações de linguagem, desde o mutismo até uma linguagem sem função
comunicativa.
 Dificuldade de contato e de comunicação interpessoal
 Acreditava que a causa do autismo era psicoafetiva, portanto a culpa era da mãe

Hans Asperger (1944)

 Pediatra Austríaco
 Descreveu o que conhecemos hoje como Asperger
 Crianças com inteligência preservada que manifestavam características semelhantes
ao autismo em relação a dificuldade de comunicação social.

Bruno Bettleheim

 Criou uma escola para tratar essas crianças e jovens


 Tratava a mãe, já que de acordo com Kanner, eram elas que causavam

Wing (1988)

Inclui o termo “Espectro” Abrangendo o quadro de possibilidades

Atualmente: Autismo
 Em 2020, os dados eram de 1 a cada 54 pessoas tem diagnóstico de TEA.
 A cada 4 pessoas com TEA, 1 é do sexo feminino.
 Transtorno do desenvolvimento
 Causas neurobiológicas
 Definido com critérios clínicos
 As características básicas são anormalidades qualitativas e quantitativas (não basta o
número de sintomas, mas se leva em consideração a densidade de cada sintoma, e
como isso afeta sua qualidade de vida). Por isso a mudança de nome para Transtorno
do ESPECTRO do autismo.
 Necessariamente apresentarão algum nível de desenvolvimento atípico nas seguintes
áreas: INTERAÇÃO SOCIAL, COMUNICAÇÃO e COMPORTAMENTO.
 Em 2012, no Brasil, se cria uma lei, a qual considera o autismo, e traz benefícios para
essas pessoas.
 O diagnóstico vai desde pessoas que tenham todos os sintomas até pessoas que
apresentam os níveis mínimos exigidos.
 O comportamento atípico em cada sintoma, se da em áreas onde as pessoas tem um
desenvolvimento acima do padrão normal ou abaixo do padrão normal.
 Para fins de diagnóstico, utiliza do DSM-V (2013)
 Característica marcante do TEA, é sua irregularidade no desenvolvimento associada a
uma regularidade da presença de determinados déficits e excessos ao longo de sua
vida.
 No leve, os sintomas podem ser sutis (ex. estereotipia pode ser roer as unhas, mexer a
perna, etc). Existem autistas que olham nos olhos, mas tem dificuldade em manter.]
 É comum problemas gastro-intestinais, nestes casos, é válido a dieta do glúten.

O QUE CAUSA O AUTIMO

 80% causas genéticas e hereditárias


 16% causa genética, aleatória
 4% causas ambientais, uso de medicamentos na gestação (ácido gopóico)

Outras coisas que favorecem:

 Idade avançada dos pais


 Bebê extremamente prematuro e de baixo peso
 Obesidade materna na gestação
 Diabete gestacional
 Parentes próximos com autismo

ASPERGER

Na OMS – é um quadro separado do autismo

DSM-V – Se enquadra dentro do autismo

Suas características:

Linguagem preservada, fala desde pequeno

As vezes a fala é mais exata, maior repertório

Uma parte tem hiperlexia (interesse restrito e fico em letras e números. Aprende outros
idiomas sozinho, aprende a ler e a escrever sozinho, etc)

Tem prejuízo na comunicação social

Comportamento estereotipados e repetitivos, interesses fixos e restritos

Podem falar em um tom só, não reconhecer rostos e emoções

Inteligência média ou superior.

Precisam de terapia, pois percebem que têm dificuldades sociais, causando depressão e
ansiedade.

Tipos de intervenções:

ABA – Habilidades sociais

Terapia cognitiva comportamental – Psícólogo

PERANTE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:

 Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e interação


social
 Deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação
social
 Ausência de reciprocidade social
 Falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível
 Padrão restrito e repetitivo de comportamento, interesses e atividades.
 Comportamento motor verbal estereotipado
 Excessiva aderência a rotina e padrões ritualísticos
 Interesse restrito e fixo.

OS NÍVEIS – RESUMO

Os níveis são selecionados de acordo com os sintomas, que interferem na qualidade de


vida do indivíduo e com que intensidade isso ocorre.

 NÍVEL I – Exigindo apoio

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Prejuízos notáveis na interação social, tentativa de fazer amizade são estranhas e


malsucedidas, pouco interesse em relações pessoais.

COMPORTAMENTOS RESTRITOS E REPETITIVOS

Inflexibilidade de comportamento, dificuldade em trocar de atividade, problemas para


organização e planejamento.

 NÍVEL II – Exigindo apoio substancial

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Déficit grave na comunicação verbal e não verbal

COMPORTAMENTOS RESTRITOS E REPETITIVOS

Sofrimento de mudar o foco ou as ações, comportamento restritos e repetitivos que


são aparentes ao observador casual.
 NÍVEL III - Exigindo apoio muito substancial

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Déficit grave nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal causam
prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais
e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros.

COMPORTAMENTOS RESTRITOS E REPETITIVOS

Inflexibilidade de comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outro


comportamento que interferem acentuadamente em todas as esferas. Grande
sofrimento para mudar os focos e ações.

DIAGNÓSTICO

Atualmente existem dois: Classificação internacional de doenças (OMS) e DSM-V. No Brasil se


usa o CID.

Diagnóstico DSM-V (2013) - RESUMO

É dividido em 5 critérios

 Critério A: Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em


múltiplos contextos. Sempre se refere do que falta, que o indivíduo faz, mas não
deveria fazer.
 Critério B: Padrões restritivos e repetitivos do comportamento, interesses e atividades.
Faz em excesso.
 Critério C: Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do
desenvolvimento. O autista nasce autista, por isso o seu histórico de desenvolvimento
é válido para o diagnóstico.
 Critério D: Os sintomas causam prejuízos clinicamente significativo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente.
 Critério E: Essas complicações não são mais bem explicadas por deficiência intelectual
ou atraso global do desenvolvimento.

Ao fazer o diagnóstico, ter atenção no que a criança gosta muito e não confundir com hiper
foco

Para descobrir a alteração social, pedir avaliação com TO, especialista em integração sensorial
ou psicólogo.

IDENTIFICAÇÃO CLÍNICA DO TEA – RESUMO (Whitman 2015)

Existem 9 domínios muito ligados ao TEA, que podem ajudar na identificação clínica.

 Sensorial – Hipersensibilidade ou hipossensibilidade


 Motor – Atrasos no desenvolvimento motor
 Estimulação, ativação, emoção – Hiperestimulação, hipoestimulação, temperamento
lento e difícil, alta reatividade emocional, fraca regulação emocional, ansiedade,
depressão.
 Cognição – Dificuldade de atenção, pensamento concreto, ausência do faz-de-conta,
baixo QI, deficiência intelectual.
 Interação Social – Fraco contato visual, não consegue imitar, tendência a isolar, afeto
social inapropriado, falta de empatia, amizades superficiais.
 Linguagem e comunicação – falta de gestos sociais, ecolalia, deficiência na linguagem
receptiva e expressiva, inversão de pronomes, fraca compreensão de leitura, fala
coloquial.
 Autorregulação – Estereotipias, interesses obsessivos e limitados, comportamentos
compulsivos e ritualísticos.
 Problemas comportamentais – desobediência, agressividade, autoagressividade,
problemas com o sono e com a alimentação.
 Características físicas – Aparência “normal”, circunferência craniana grande e
convulsões.
TRATAMENTOS - Medicamentosos

Respiridona – Diminui sintomas, controle de impulsividade, controle de agressividade, diminui


sintomas de nervosismo.

Neurolépticos

Vitamina B6

Fenfluramina

Carlamazepina

Ácido valpróico e lítio

ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

TO – AVD’S, parte motora e processamento sensorial

Fono – Modalidades da linguagem

Neuropediatria ou Psiquiatra infantil – Exames laboratoriais e parte medicamentosa

Psicólogo – Vai unir as áreas e trabalhar no desenvolvimento deste sujeito

O que desenvolver:

 Trabalhar para diminuir estereotipias que prejudicam a qualidade de vida


 Trabalhar o faz de conta e o simbólico
 Ficar atento com depressão

LEITURA INDICADA

Outra sintonia: História do Autismo

Transtorno do Espectro do Autismo – José Salomão

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