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TEA: TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA
AUTOS – SI MESMO
ISMOS – DISPOSIÇÃO/ORIENTAÇÃO
Introdução
• O que é autismo?
• Causas e mitos sobre o
autismo
• Identificação e diagnóstico
• Tratamento
• Tecnologia que auxilia o
tratamento
O que é autismo?

Transtorno do neurodesenvolvimento que influencia no comportamento do indivíduo. Por haver


nuances no espectro, os sintomas variam entre cada pessoa autista, mas há alguns fatores em
comum que ajudam a identificá-lo.

Apresenta três características fundamentais que podem se manifestar isoladamente ou


em conjunto. São elas:

● Dificuldade de comunicação;
● Dificuldade de socialização;
● Padrão de comportamento restritivo e repetitivo (estereotipias).

As pessoas com autismo não apresentam um aspecto físico diferente; as alterações são
percebidas
apenas por meio de
comportamentos .
CO REP
O que é autismo?

MP ET
OR ITI
EM
•Leo Kanner (1943): Síndrome
Comportamental que se manifesta nos

TA VO
primeiros anos de vida.

AG

ME S
•Conceito ampliado, admitindo-se
diversos graus do autismo.

GU

NT
•Conjunto de sintomas e dificuldades,
manifestandos e comprometimento do

L IN

OS
relacionamento social, por
comportamento repetitivo, por
dificuldades de linguagem, além da
persistência em determinadas rotinas não
funcionais (STELZER, 2010).

SOCIALIZAÇÃO
Sabe-se que 1 para 59 crianças
americanas têm diagnóstico de
TEA.
No Brasil, não existem dados semelhantes, mas,
usando a estimativa da Organização Mundial da
Saúde (OMS) de que 1% da população mundial tem
autismo, dessa forma, podemos estimar que existam
mais de 2 milhões de autistas no país, ou melhor,
mais de 2 milhões de famílias que são impactadas pelo
autismo no Brasil.

Graciela Pignata ri
Doutora em biologia molecular e diretora executiva da Tismoo, startup que usa
sequenciamento genético para entender e tratar o transtorno no país.
Identificando o
autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é


frequentemente identificado pelos pais,
professores e médicos até o terceiro ano de vida da
criança, período em que os primeiros sinais do
autismo costumam aparecer.

As principais características que indicam a


possibilidade de a criança ser autista são
dificuldade de comunicação, dificuldade de
socialização, comprometimento cognitivo, padrões
de comportamento restritivos e repetitivos (este
reotipias).
Sinais do autismo
No dia a dia da criança é possível perceber ações que apontam
para esses desvios comportamentais. Alguns exemplos são:

→ Atraso no aparecimento da fala → Isolamento social


→ Dificuldade de estabelecer contato visual e → Comportamentos repetitivos (estereotipias)
físico
→ Rotinas e rituais elaborados e inflexíveis
→ Hipersensibilidade, medo ou irritabilidade
→ Fixações e fascinações direcionadas e
a certos sons e texturas intensas
→ Dificuldade ou desinteresse em brincar → Poucas expressões faciais e gestos
com outras crianças → Ansiedade excessiva

Observação: A criança não precisa ter todos os sinais para ser diagnosticada com autismo
(TEA). Devido à amplitude do espectro, nem todas as pessoas vão apresentar as mesmas
características.
Outros distúrbios e a definição de TEA
segundo o DSM-5
2013: mudanças nos conceitos sobre autismo.
1952: Associação Americana de Psiquiatria (APA) publica Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM). Tornou-se uma referência na classificação de diagnósticos de
transtornos mentais.

A 5ª e última edição do Manual, o DSM-5 (2013): os transtornos do neurodesenvolvimento em


um único diagnóstico, chamado de “Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. Portanto, por
apresentarem características comportamentais parecidas, as condições que eram
anteriormente vistas de forma independente passaram a fazer parte do mesmo espectro.

O DSM-5 estabeleceu três níveis de gravidade do TEA: nível 1, 2 e 3. Segundo Joice Andrade,
neuropsicóloga e integrante da equipe do Jade Autism, “justamente por se tratar de um
espectro, o transtorno passou a ter níveis de classificação”.
Hans Asperger, médico que deu nome à síndrome, cooperou com
nazistas

Segundo estudos, o pediatra austríaco que nomeou a síndrome que faz parte do espectro autista,
foi membro de várias organizações vinculadas aos nazistas.

O doutor Asperger (1906-1980) "legitimou publicamente as políticas de higiene racial, incluindo as


esterilizações forçadas, e cooperou ativamente, em várias oportunidades, com o programa nazista de
eutanásia de crianças.”
Níveis de gravidade do
autismo
Antes da publicação do DSM-5, o nível 1 era conhecido
popularmente como “autismo leve” ou “de alto funcionamento”:
apresentam menos prejuízos se comparados aos outros níveis
Nível e normalmente demoram mais tempo para serem
1 diagnosticadas.

Os sintomas incluem desinteresse ou dificuldade em


iniciar
interações sociais, respostas atípicas para abertura social, falência
na
conversação e tentativas de fazer amigos de forma estranha e
mal
sucedida. Além disso, também podem apresentar dificuldade
para
Mtrocar
esmode atividades,
com sintomasproblemas comeorganização
mais leves e
com independência
planejamento.
para realizar muitas tarefas, o tratamento e apoio
terapêutico é indispensável.
Níveis de gravidade do
autismo
Pessoas diagnosticadas com Nível 2 têm prejuízos mais
aparentes. Mas, apesar de necessitarem de suporte
Nível 2 substancial, muitos ainda conseguem ter alguma
independência.

Seus desafios podem incluir um maior déficit na comunicação


verbal e não verbal, aflição para mudar o foco ou a ação,
comportamentos repetitivos, sensibilidade à luz e aos sons.
Em
alguns casos, o funcionamento mental pode ser abaixo da média.
Níveis de gravidade do
autismo

Nível 3 Pessoas diagnosticadas com o nível mais crítico do espectro


apresentam graves prejuízos no funcionamento. Por isso,
podem necessitar de muito suporte, até mesmo para realizar
as tarefas de autocuidado do dia a dia, como a higiene pessoal.

A abertura social dessas pessoas é muito limitada, com respostas


mínimas
à interação e pouquíssima sensibilidade a determinados
estímulos
sensoriais. A dificuldade para lidar com mudanças fica ainda mais
extrema,
Além disso, apresentam comportamentos repetitivos ainda
fazendo com que a alteração de ação ou de foco gere ainda mais
mais significativos, grande prejuízo intelectual e de
aflição.
linguagem, podendo até mesmo não se comunicar
verbalmente.
Causas do
autismo

Transtorno multifatorial: envolve fatores genéticos


e ambientais que podem se inter-relacionar de
diferentes formas.

Um estudo publicado em 2019 pelo JAMA Psychiatry


afirmou que o risco do autismo é majoritariamente
genético, em torno de 97%, com herdabilidade de
81%. Isso confere apenas 1% a 3% aos fatores
ambientais. A pesquisa foi realizada com 2 milhões
de indivíduos em cinco países diferentes.

OMS: 2 milhões de casos de TEA no Brasil e 70 milhões no


mundo;
Sobre os fato res genéticos
Embora a genética seja um elemento importante no desenvolvimento do
autismo, ainda existe uma dificuldade na identificação dos genes
associados ao transtorno. Outros estudos já mostraram que o autismo não
é resultado de alterações em um único gene. Isso porque modificações em
cerca de 800 genes já foram associadas ao transtorno. Ex.: FMR1; CDH10;
7D5; SNC2A, R451C, etc.

Sobre os fa tores ambienta is


Em relação aos fatores ambientais, o estudo publicado pelo JAMA
Psychiatry também mostra que a exposição de agentes intrauterinos
durante a gestação, como drogas, infecções e traumas, podem ter a ver
com o desenvolvimento do autismo.

A identificação das causas ambientais é um campo que ainda necessita de mais


estudos.
FATORES DE RISCO:
- Gênero: 8 meninos para 1
menina;
- Genética: 20% dos autistas
possuem outras condições
genéticas (Down, X frágil,
esclerose múltipla, etc);
- Pais mais velhos;
- Parentes autistas;
sobre o
MITOS autismo

A vacinação causa Pessoas com T E A Toda pessoa com aut ismo


autismo não olham nos t êm inteligência acima da
olhos média
Estudos científicos Embora o desconforto em Alguns autistas têm sim uma
comprovam que vacinas manter o contato visual seja inteligência acima da média, mas isso
NÃO causam autismo. Por algo recorrente entre também não é uma regra. Inclusive, há
isso, não deixe de vacinar pessoas no espectro, não é dados de pesquisas realizadas pelo
o seu filho(a). uma regra. Cada autista tem CDC (Centro de Controle de Doenças
características únicas, dos Estados Unidos) indicando que
podendo apresentar ou não 38% das pessoas com autismo têm
esse sintoma. deficiência intelectual.
sobre o
MITOS autismo
Glúten, caseína,
O aut ismo
toxinas,
O autismo afeta apenas t em cura
poluentes...
pessoas do sexo masculino
O autismo não é uma
doença, por isso, não Compostos químicos,
O número de meninos diagnosticados com autismo é cerca de
tem cura! M as há desnutrição, alimentação,
4 vezes maior que o de meninas. M as é importante considerar
diversos tratamentos vitaminas, ácido fólico,
que a maioria das metodologias de diagnósticos do TEA usam
que podem auxiliar no estresse, amamentação e
como referência dados de pessoas do sexo masculino. Por isso, a
falta de informações sobre as particularidades e sintomas mais desenvolvimento de depressão pós-parto NÃO
comuns em pessoas do sexo feminino podem ocasionar novas habilidades e causam autismo!
resultados tendenciosos. melhorar os sintomas
Isso faz com que muitas meninas e mulheres do espectro, do autismo.
principalmente com autismo nível 1, sejam negligenciadas,
sofram com atrasos na identificação desse transtorno ou, até
mesmo, passem toda a vida sem receber o diagnóstico correto.
Diagnóstico
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que exige diagnóstico precoce. Quanto
antes o autismo for detectado, mais fácil conter os efeitos, o que garante um bem-estar maior
para a pessoa no espectro.

Após observar desvios no comportamento da criança, os pais devem encaminhá-la para


especialistas. Entre eles pediatras, neurologistas e psiquiatras infantis. Estes profissionais atuarão
para confirmar o diagnóstico e irão orientar os pais em relação aos próximos passos.

O diagnóstico do autismo é um processo singular de cada paciente. Ainda que existam padrões
de sintomas e comportamentos, é importante lembrar que o profissional adequado e a
documentação correta ajudam muito. Isso se dá justamente pela ampla gama de sinais de TEA e
a importância de identificar padrões.

Para o diagnóstico, muitos profissionais realizam uma entrevista com os pais para entender o
comportamento da criança. Também é comum recorrerem a fotos, vídeos e depoimentos dos
professores e educadores. Devido à possibilidade de ser uma condição genética, alguns
profissionais também buscam investigar outros casos de autismo na família da criança.

Com a identificação desses sinais, seguidos por um diagnóstico clínico, é possível encaminhar a
pessoa para os tratamentos adequados.
Características
Clínica: CID e DSM
Comprometimento de três áreas
principais:
- Alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas;
- modalidades de comunicação;
- interesses e atividades restritos,
estereotipados e repetitivos;
T ratamento
O autismo não é uma doença, mas uma
condição neurológica. Por isso, não tem
cura!
INTERVENÇÃO MULTIDISCIPLINAR: fonoaudiólogos,
terapeutas ocupacionais, psicoterapeutas e
nutricionistas (em casos de seletividade alimentar).

Tratamentos e medicamentos prescritos: ajudam a


diminuir os prejuízos causados pelo transtorno,
possibilitando uma melhor interação, comunicação
e o desenvolvimento de habilidades para realizar as
atividades do dia a dia, adquirindo a autonomia
necessária para a vida adulta.
Trabalho com diversas abordagens profissionais:

→ ABA (Applied Behavior Analysis): analisa as


T ratamento
respostas da criança à diferentes situações;
trabalha com intervenções personalizadas para
para o autismo
que o paciente saiba como reagir diante do
mesmo cenário fora do ambiente terapêutico.

- É um termo “guarda-chuva”: abordagem científica


que pode ser usada para tratar muitas questões
diferentes e cobrir muitos tipos diferentes de
intervenções.

- Divide sequências complicadas de aprendizado em


passos muito pequenos ou “discretos” (separados)
ensinados um de cada vez durante uma série de
“tentativas” (trials), junto com o reforçamento
positivo (prêmios) e o grau de “ajuda” (prompting)
que for necessário para que o objetivo seja
alcançado
T ratamento
para o autismo
→ TEACHH (Tratamento e Educação para Autistas e
Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação):
auxilia o autista a compreender o ambiente ao seu redor e o
que se espera dele (como na escola e no trabalho, por
exemplo). O objetivo dessa abordagem é proporcionar
independência, principalmente em relação às atividades.

→ Ênfase é colocada na ajuda a pessoas com autismo e nas suas


famílias, de forma a atenuar os comportamentos mais usuais
desta patologia.

- Elaboração de um programa de intervenção personalizado e


aposta nas competências emergentes;

- Processamento visual; Memorização de rotinas funcionais;


Interesses especiais.
T ratamento
para o autismo
→ PECS (Sistema de
Comunicação por Troca de
Figuras): auxilia principalmente
os pacientes com fala
inexistente ou limitada. Figuras
são utilizadas como forma
principal de diálogo e
substituem a comunicação
verbal sem que a criança fique
desamparada.
• Stimmmig ou Stim

“Stimmings ou stim são movimentos corporais


repetitivos que autoestimulam um ou mais sentidos,
de maneira regulada.” Para a comunidade autista, a
palavra reflete o termo “movimentos
autoestimulatórios”. E não “estereotipia” ou
“movimento estereotipado”, como stimming é
conhecido na psiquiatria.
Medicamentos
para crianças autistas

Uma pergunta muito comum que recebemos é: existe um


medicamento capaz de
curar o aut ismo? A resposta é NÃ O!

O autismo não tem cura. Contudo, os medicamentos podem diminuir alguns


sintomas, como a irritabilidade, e melhorar o bem-estar da criança.

Entretanto, isso só deve ser feito por meio da indicação e acompanhamento de um


profissional de saúde. Normalmente, este trabalho fica sob a responsabilidade dos
neuropediatras. São eles que devem avaliar os sintomas e prescrever o medicamento
adequado.

Em seguida, os pais de uma criança autista devem estar cientes que o tratamento
medicamentoso não deve ser feito isoladamente. A criança também deve ser
acompanhada por outros profissionais (como fisioterapeutas, psicólogos e pediatras).

Leia mais sobre medicamentos para crianças autistas.


Medicamentos
para crianças autistas
A olanzapina é um remédio antipsicótico utilizado para melhorar os sintomas
de doentes com doenças mentais, como esquizofrenia ou transtorno bipolar. A
olanzapina pode ser comprada nas farmácias convencionais com receita
médica e com o nome comercial de Zyprexa sob a forma de comprimidos de
2,5, 5 e 10 mg.

Quando o autista – em especial, crianças e adolescentes – apresenta


comportamentos agressivos, o medicamento mais indicado é a risperidona.
Tecnologia que
auxilia o
tratamento
Estudos mostram que o uso da tecnologia na
administração da terapia para autismo é muito
eficaz.

Ela ajuda a diminuir a distância entre as horas de terapia


recomendada e a quantidade que crianças com TEA
costumam receber.

Essas indicações, somadas às evidências que demonstram


que crianças autistas têm uma tendência a tablets, celulares
e videogames.
A tecnologia é algo que abre portas no desenvolvimento
de uma criança. Entretanto, ela não é o principal
elemento. É preciso que as habilidades sejam ensinadas
à medida que os jogos vão sendo jogados. Essas
brincadeiras online não devem ser uma fuga ou uma
forma de entreter a criança enquanto os pais fazem outra
coisa. Elas devem, na verdade, ser usadas em conjunto,
para estimular a interação. Há jogos para
desenvolvimento de atenção, de coordenação motora, de
raciocínio lógico e de alfabetização.
Há também jogos em que os participantes precisam
interagir entre si para definir estratégias, por exemplo.
Cada jogo vai trabalhar uma determinada habilidade. A
escolha, portanto, deve ser orientada pelo terapeuta e
pelos pais dessa criança.

Beatr iz Zeppelini Nasser


Pedagoga, psicomotricista, especialista em Análise do Comportamento Aplicada
ao Autismo, especialista em Educação Especial e mestranda em Análise do
Comportamento Aplicada
Conheça o Jade
Autism
• Tudo isso incentivou a criação do Jade Autism!

• O Jade Autism é um software terapêutico utilizado para o estímulo e acompanhamento


de pacientes autistas e com outras comorbidades cognitivas. As soluções gamificadas
estimulam a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo dos jogadores de acordo com
técnicas baseadas em evidências científicas. As atividades incentivam a resolução de
problemas, a utilização de pensamentos estratégicos e a tomada de decisão, tudo isso de
forma divertida!

• O APP conta com mais de 100.000 usuários com TEA em 179 países pelo mundo.
Algumas instituições no Brasil como a APAE, Unimed, entre outras, também utilizam a
ferramenta.

• O Jade é um excelente suporte ao tratamento de pessoas no espectro por fornecer


relatórios e gráficos de prognóstico, possibilitando que os especialistas tenham mais
praticidade, agilidade e assertividade no momento de analisar as respostas e o
desenvolvimento de seus aprendizes.

• Saiba mais e baixe o APP do jade Autism.


MUITO OBRIGADO!

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