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Autismo

Transtorno do
Espectro Autista (TEA)
AUTISMO - conceito
De acordo com o DSM V, que é o MANUAL
DIAGNOSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS
MENTAIS, (2013), o TEA é um transtorno do
desenvolvimento caracterizado por prejuízos precoces na
socialização e na comunicação, bem como
comportamentos e interesses restritos e estereotipados.
Esses sinais e sintomas estarão presentes em todos os
casos. Podendo também apresentar vários outros
sintomas adicionais como déficits cognitivos,
hiperatividade, agressividade e ansiedade, entre outros.
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Denominação ESPECTRO

Segundo o Instituto Federal da Paraíba, é


denominado ESPECTRO por haver uma
gama de condições que englobam desde
níveis mais leves até níveis mais
profundos de comprometimento nestas
conexões, resultando em diversos tipos
de autismos, que podem diferir bastante
de pessoa para pessoa.

Fonte: portalacesse

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CAUSAS
Suas causas são
desconhecidas.
Esta é uma das questões
que mais intrigam
cientistas por todo mundo.
Foto: congerdesign/Pixabay

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Fatores de Risco
Conforme afirma a psiquiatra Dra.Evelyn
Vinocur, alguns fatores são considerados
de risco para o desenvolvimento do
autismo:
 Sexo
 Histórico familiar
 Outros transtornos
 Idade dos pais

(Imagem ilustrativa/Pixabay)

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Fatores de Risco. Continuação
Carla Ulliane afirma que existem fatores de
risco que podem favorecer o surgimento dele,
como por exemplo:

 Fatores genéticos
 Fatores ambientais

Fonte: Ana Paula de Moura


“Os irmãos gêemos” – Dandara , 8 anos ,
dentro do espectro Autista . giz de cera ,
6
os primos gêmeos Gabriel e Miguel
Tipos de Autismo
Segundo a Redação Minuto Saudável, Outros 2 tipos também são
revisada pelo Dr.Paulo Henrique Marques anexados a esses, só que dessa
Caproni, existem três tipos diferentes de vez pelo Manual de Diagnóstico
transtornos do espectro do autismo: e Estatística de Doenças
Mentais:
 Síndrome de Rett;
1. Síndrome de Asperger
 Transtorno
2. Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento Desintegrativo da
Infância.
3. Transtorno Autista (também
chamado de autismo “clássico”)

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1. Síndrome de Asperger

A Síndrome de Asperger, assim como o


autismo, foi incorporada a um novo
termo médico e englobador, chamado de
Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA).

Assim, é considerado o autismo leve, ou


seja é a forma mais branda do espectro
autista. Ela se diferencia do autismo
clássico por não implicar qualquer atraso
de linguagem significativa ou prejuízos.
(Imagem ilustrativa/Pixabay)

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Síndrome de Asperger
Pontos Fortes e Desafios Criado por Stephen Shore

Pontos Fortes
 Atenção aos detalhes
 Muitas vezes altamente qualificados em uma determinada área
 Estudos profundos, resultando em muito conhecimento nas áreas de interesse
 Tendência para ser lógico (útil na tomada de decisões onde as emoções podem interferir)
 Menor preocupação com o que os outros possam pensar deles (pode ser um ponto forte e um desafio).
 Também são conhecidos pelo pensamento independente.
 Frequentemente resulta em conhecimentos de um panorama romântico, devido às maneiras diferentes de
olhar as coisas, ideias e conceitos.
 Normalmente fazem um processamento visual (pensando em imagens ou vídeos)
 Frequentemente muito verbal (tendência em dar descrições detalhadas; podem ser úteis para fornecer
direções para pessoas perdidas)
 Comunicação direta
 Lealdade
 Honestidade
 Escuta Imparcial 9

 Média de inteligência acima da média


Síndrome de Asperger
Pontos Fortes e Desafios Criado por Stephen Shore

Desafios
 Compreender o panorama
 Conjunto de habilidades diferentes
 Dificuldades em desenvolver motivação para estudar áreas que não tem interesse
 Dificuldade em perceber o estado emocional dos outros
 Entender as regras não escritas da interação. social.
 Mas podem aprender estas regras através de instruções diretas e narrativas sociais como fichas de
aptidão (Gagnon, 2004)
 Dificuldade no processamento de modalidades que não são as suas favoritas, como auditiva,
propriocepção, etc.
 Dificuldade em analisar gramaticalmente e resumir informações importantes para uma conversa
 Problemas de integração sensorial, onde um comentário pode ser registrado de forma irregular,
distorcida, e com dificuldade na triagem de um ruído de fundo
 Generalização de habilidades e conceitos
 Dificuldade em expressar empatia da maneira que os outros esperam ou compreendem
 Funcionamento executivo que resultam na dificuldade de planejamento de tarefas em longo prazo 10
2.Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
Segundo RODOLFO INGAGE

Essa é uma “fase intermediária”, já que ela é um pouco


mais grave que a Síndrome de Asperger, mas não tão
forte quanto o Transtorno Autista. Nesse caso, os
sintomas são muito variáveis. Porém, de uma maneira
geral o paciente apresentará:

 Quantidade menor de comportamentos repetitivos;


 Dificuldades com a interação social;
 Competência linguística inferior à Síndrome de
Asperger, mas superior ao Transtorno Autista.

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3. Transtorno Autista
(também chamado de autismo “clássico”)

O transtorno autista abrange todas as


crianças e adultos que apresentam sintomas
mais graves do que os manifestados na
Síndrome de Asperger e no Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento. Nesse tipo de
autismo, a capacidade social, cognitiva e
linguística é bastante afetada, além de terem
comportamentos repetitivos em grande
intensidade.

Imagem de Andrea Don,Pixabay


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Síndrome de Rett

Por mais que as crianças com esse


problema possuam comportamentos muito
parecidos com os autistas, a Síndrome de
Rett não está relacionada ao espectro
autista. Especialistas dizem que a mutação
presente na síndrome acontece de forma
aleatória ao invés de ser herdada e ela
afeta, em sua maioria, crianças do sexo
feminino

Imagem de Bess Hamiti por Pixabay

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Transtorno Desintegrativo da Infância

Esse tipo de autismo é o mais grave de


todos os presentes no Espectro Autista,
porém também é o menos comum.
Cerca de 2 crianças de 100 mil são
diagnosticadas com Transtorno
Desintegrativo da Infância.

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

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Classificação: O QUE MUDOU?
Antiga Classificação do (DSM - IV)
 • - Autismo ( clássico)
 • - Asperger, (PDD-NOS)
 • -Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação.
___________________________________________
Atual = Classificação = ( DSM - V)
 • - Transtorno do espectro autista (TEA)
 • - Autismo Grave
 • - Autismo Moderado
 • - Autismo Leve

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Principais níveis do autismo
Além dos diferentes tipos de autismo, também existem variações em relação aos
níveis de gravidade. Eles são:

Nível 01 – Leve:
Comunicação Social Comportamento restrito e repetitivo

Nesse nível há dificuldades e pouco Inflexibilidade no comportamento


interesse em iniciar uma interação social interferindo no funcionamento de um ou
mais contexto. Além de apresentarem
uma dificuldade significativa em trocar
de atividade, se organizarem e
planejarem

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Principais níveis do autismo
Nível 02 – Moderado

Comunicação Social: Comportamento restrito e repetitivo:


Grande déficit nas habilidade Inflexibilidade no comportamento que
sociais e ocorrem prejuízos de também dificulta o entendimento de
interação, mesmo quando há mudanças, além de apresentarem
apoio comportamentos restritos ou
repetitivos frequentes

Imagem de Joshua Alfaro on Unsplash

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Principais níveis do autismo

Nível 03 – Grave/Severo

Comunicação Social: Comportamento restrito e


repetitivo
Deficiência grave na comunicação Mesmos níveis comportamentais
verbal e não verbal, além da das pessoas com nível 2
dificuldade de interação social

Imagem de Ksenia Makagonova, Unsplash

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Diferenças entre Síndrome de Asperger e Autismo Clássico e seus níveis

QUADRO COMPARATIVO ENTRE AUTISMO CLÁSSICO


(COM SEUS NÍVEIS DE SEVERIDADE) E SÍNDROME DE ASPERGER
Fonte: Susan Ashley, por Audrey Bueno

SINTOMA AUTISMO SEVERO AUTISMO MODERADO AUTISMO LEVE ASPERGER


Procura as pessoas para obter
Indiferente, não interessado auxílio quanto às Aceita se for abordado por Procura as outras pessoas para
Socialização nas outras pessoas necessidades físicas outras pessoas interações unilaterais
Usa comportamento negativo Responde se abordado pelos Procura os outros para conversas
Comunicação para se comunicar Usa gestos para se comunicar outros unilaterais
Uso de linguagem pragmática
Nenhuma ou ecolalia – repete Ecolalia e alguma linguagem (social) pobre, uso estranho de Muito boa, repetitiva, literal,
Linguagem o que os outros dizem para se comunicar palavras e pronomes excessiva, estranha
Brincadeira com os colegas de Brincadeira paralela com Procura os outros para
mesma idade Não Não pouca interação brincadeira unilateral
Varia, de significante a Varia, de nenhuma a Varia, de nenhuma a moderada
Sensibilidade sensorial Varia, de severa a nenhuma nenhuma moderada ou leve ou leve
Brincadeira repetitiva, pouco Repetitiva, brincadeira
Brincadeira imaginativa Nenhuma Copia os outros imaginativa imaginativa limitada
Falar, questionar; pode ter alguns
Movimento corporal sem Movimento corporal repetitivo e Rituais com objetos ou movimentos corporais e alguns
Atividades repetitivas sentido, pode se auto agredir tocar objetos movimento corporal rituais
Insiste na mesmice, reação Insiste na mesmice, reação Insiste na mesmice, reação Não gosta, resiste, reage
Reação à mudança extrema severa a moderada moderada exageradamente
Varia, desajeitado, coordenação
Habilidades motoras Varia, de boa a pobre Varia, de boa a pobre Varia, de boa a pobre pobre
Contato ocular Evitativo Evitativo ou inconsistente Evitativo ou inconsistente Pobre, inconsistente
Idade comum de diagnóstico 16-30 meses 16-30 meses 16-30 meses Pré-escola
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Atraso mental
(em cerca de 75-85% dos Varia de atraso leve à
Inteligência casos) Atraso mental inteligência na média Normal a superior
Primeiros Sinais
Alterações sociais

 Resiste aos carinhos; vira-se de costas ou se afasta;


 Faz pouco ou nenhum contato com o olhar;
 Mostra pouca ou nenhuma expressão em resposta ao sorriso da mãe ou do pai;
 Pode evitar seguir o olhar ou acompanhar o dedo de um adulto que está
apontando;
 Não aponta para objetos ou eventos para mostrar ou chamar a atenção dos pais;
 Raramente traz objetos para mostrar com o intuito de compartilhar o seu
interesse;
 Raramente mostra expressões faciais apropriadas à situação vivenciada;
 Dificuldade em reconhecer o que os outros podem estar pensando ou sentindo
ao ver as suas expressões faciais; Imagem de Colin on Unsplash

 Menos propensos a demonstrar preocupação (empatia) com os outros;


 Dificuldade em estabelecer e manter amizades.
( Autismo e Realidade, Instituto PENSI)
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Primeiros Sinais
Alterações de Comunicação

 Demora para iniciar a falar. Aos 18 meses, uma criança com TEA pode não fazer tentativa
alguma para compensar o atraso da fala (com gestos ou expressões faciais) ou pode se recusar
a falar;
 Pode repetir exatamente o que os outros dizem, mas sem compreender o seu significado
(repetição ou ecolalia);
 Responde aos sons (como uma buzina de carro ou miado de um gato), mas são menos
propensos a responder quando chamado pelo nome;
 Pode referir-se a si mesmo como “você” e aos outros como “eu” (inversão pronominal);
 Raramente inicia ou mantém uma conversa;
 Menos propensos a usar brinquedos ou outros objetos para representar pessoas ou a vida real
em brincadeiras;
 Pode ter uma boa memória, especialmente com os números, músicas, jingles de TV, ou um
tópico específico.
( Autismo e Realidade, Instituto PENSI)

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Primeiros Sinais
Alterações Comportamentais
(Estereotipados, repetitivos e padrões restritos)
 Pode balançar o tronco, fazer rotação, girar os dedos, ou bater as mãos (comportamento
estereotipado);
 Gosta de rotinas, ordem e rituais;
 Pode ser obcecado com algumas atividades, fazendo-as repetidamente durante o dia;
 O mais provável é que brinque com partes de brinquedos em vez de usar o brinquedo todo (por
exemplo, rodas de um carrinho);
 Pode ter habilidades dissidentes, como a capacidade de ler em uma idade precoce, mas muitas
vezes sem entender o que isso significa;
 Não chora quando sente dor ou parece não ter qualquer medo;
 Pode ser muito sensível ou insensível a estímulos sensoriais: cheiros, sons, luzes, texturas e toque;
 Pode fazer uso incomum da visão, como por exemplo, olhar para os objetos a partir de ângulos
incomuns;
 Pode ter interesses incomuns ou intensos, mas restritos.
( Autismo e Realidade, Instituto PENSI)

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Sintomas do Autismo
Segundo a Dra Ângela Cassol

Existem vários sinais que caracterizam o indivíduo autista. Pessoas com


autismo apresentam pelo menos metade dos seguintes sintomas:

 Dificuldade de relacionamento  Recusa de demonstrações de carinho


interpessoal; (colo, abraços);
 Pouco ou nenhum contato visual com  Não respondem pelo nome;
outras pessoas;  Dificuldade de expressar necessidades;
 Riso inadequado;  Dificuldade de aprendizado;
 Busca pelo isolamento social (preferência  Repetição desnecessária de assuntos;
pela solidão);
 Dificuldade de mudança na rotina;
 Fixação visual em objetos;
 Não tem consciência de situações de
 Aparente insensibilidade à dor;
perigo;
 Rotação repetitiva de objetos;  Adoção de poses bizarras;
 Hiper ou inatividade;  Acessos de raiva;
 Ecolalia (repetição de palavras ou frases);  Desorganização sensorial.
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Sintomas do Autismo
Comunicação
 Não poder iniciar ou manter uma conversa social
 Comunicar-se com gestos em vez de palavras
 Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
 Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas
estão olhando
 Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você
quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água")
 Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos
(acontece nos primeiros 14 meses de vida)
 Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
 Usar rimas sem sentido
Imagem de Simon Launay on Unsplash
(Psiquiatra Evelyn Vinocur)
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Sintomas do Autismo
Interação social

 Não faz amigos


 Não participa de jogos interativos
 É retraído
 Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
 Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
 Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
 Mostra falta de empatia
(Psiquiatra Evelyn Vinocur)

Imagem de Daiga Ellaby on Unsplash

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Sintomas do Autismo
Resposta a informações sensoriais

 Não se assusta com sons altos


 Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou
diminuídos
 Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com
as mãos
 Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou
opressivo
 Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
 Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor
(Psiquiatra Evelyn Vinocur)
Photo by Marjorie Bertrand on Unsplash

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Sintomas do Autismo
brincadeiras

 Não imita as ações dos outros


 Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
 Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação

(Psiquiatra Evelyn Vinocur)

Imagem de Aa Dil on Unsplash

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Sintomas do Autismo
Comportamentos
 Acessos de raiva intensos
 Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
 Baixa capacidade de atenção
 Poucos interesses
 É hiperativo ou muito passivo
 Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
 Necessidade intensa de repetição
 Faz movimentos corporais repetitivos
(Psiquiatra Evelyn Vinocur)

Imagem de Ksenia Makagonova, Unsplash


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Diagnóstico de Autismo
O diagnóstico do TEA é clínico e baseia-se na presença de determinados
padrões de comportamento. De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) para o diagnóstico do TEA o paciente deve
preencher os seguintes critérios:
 A) Inabilidade persistente na comunicação social e na interação social nos
mais variados contextos, não justificados por atraso geral no
desenvolvimento;
 B) Padrões restritos, repetitivos de comportamento, de interesses ou
atividades;
 C) Tais sintomas devem estar presentes em fase precoce da infância (mas
podem aparecer aos poucos, em ordem ou sequência incompleta,
progressivamente levando a problemas nas demandas sociais);
(Neurologista Dr. Clay Brites)

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Tratamentos do Autismo
Segundo a Pediatra Drª. Beatriz Beltrame O tratamento do autismo, apesar de não
curar esta síndrome, é capaz de melhorar a comunicação, a concentração e diminuir os
movimentos repetitivos, melhorando assim a qualidade de vida do próprio autista e
também da sua família.
Assim, algumas estratégias importantes para o tratamento do autismo, seja em casos
leves ou graves, incluem:
 1. Remédios
 2. Alimentação
 3. Fonoaudiologia
 4. Musicoterapia
 5. Psicoterapia
 6. Psicomotricidade
 7. Equoterapia

Imagem de Anna Kolosyuk on Unsplash


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Interação Social
No Autismo, a interação social está prejudicada e deficitária por vários motivos:
problemas sensoriais, atraso de linguagem, dificuldades para usar formas de
comunicação e de perceber sentimentos, gestos e faces humanas. Portanto,
estimular e intervir precocemente nestes atrasos é prioritário e, especialmente,
deve ser empreendido antes dos 3 anos.

Esta criança deve ser sempre colocada em atividades sociais, saindo de casa e
indo para ambientes onde tem outras crianças. Sua escolarização pode ajudar
muito para auxiliar neste processo, pois espontaneamente oferecerá atividades
lúdicas, momentos de recreação, compartilhamento de tarefas, alimentação
variada e direcionamento para regras e rotinas.

(Dr Clay Brites) Imagem de Patrick Echers on Unsplash

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Interação Social

Conforme a psicóloga Ana Maria Serrajordia, mãe de uma criança


autista e umas das fundadoras da AMA (Associação de Amigos do
Autista), a integração social é uma das principais dificuldades das
crianças autistas. Normalmente, elas não dividem experiências e
descobertas da infância, nem mesmo com os pais. Complicações na
fala remetem a outro sintoma do distúrbio. A criança demora a falar
ou apresenta fala em eco (repetindo tudo o que ouve).

Às vezes, a linguagem é bastante correta, mas elas não usam a fala


para conversar, e sim para fazer longas exposições sobre temas da
sua preferência.

Imagem de Kelly-Ann Tan on Unsplash

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Interação Social
Uma das maneiras mais eficientes e utilizadas pelos profissionais tem
sido os métodos incluídos na Análise do Comportamento Aplicada
(ABA). A ABA é uma ciência do comportamento humano socialmente
relevante. Nos dias atuais, a ABA se configura como uma abordagem
extremamente eficaz para crianças com atraso no desenvolvimento,
como percebidos no autismo. ( NeuroSaber)
Segundo o Instituto Indianópolis, Existem diferentes tipos de
ABA. Seguem alguns exemplos:
 Discreto Treinamento Trial (DTT)

 Intervenção Precoce Comportamental Intensiva (EIBI)

 Treinamento de Resposta Pivotal (PRT)


Fonte: Instituto Indianópolis
 Intervenção Comportamento Verbal (VBI)
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Interação Social
Segundo o Diário da Inclusão Social, a interação do
autista é possível sim; através de muitos estímulos,
paciência, dedicação e carinho. Confiram algumas dicas
para auxiliá-los nesse processo:

1- A escola é fundamental
2- Procure a ajuda de profissionais
3- Comunique-se com fotos e aplicativos
4- Regras de linguagem social
5-Ajude-o a fazer amigos

Imagem de Limor Zellermayer on Unsplash


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Integração Sensorial
Integração Sensorial é a habilidade em organizar, interpretar
sensações e responder apropriadamente ao ambiente, auxiliando nas
atividades do dia-a-dia (Ayres, 2005)

As alterações sensoriais das crianças com TEA também podem


afetar seu comportamento em atividades diárias familiares, inclusive
comer, dormir e rotinas de dormir; e fora de casa essas alterações
podem criar problemas, por exemplo, ao viajar e participar de
eventos na comunidade. Consequentemente, as intervenções do
autismo também devem incluir estratégias específicas de manejo de
comportamentos sensoriais para melhorar as atividades diárias
familiares e a participação em eventos na comunidade. (Posar;
Visconti, 2018).

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Integração Sensorial
Trabalhar a Integração Sensorial promove:

 o Organização de conduta à criança;


 o Fornece condições para que a criança explore o ambiente.
 o Aumento da habilidade em manter a atenção;
 o Melhora na coordenação e planejamento dos movimentos
para que a criança obtenha sucesso nas atividades que lhe
interessam;
 o Melhora na autoestima e confiabilidade em si e em suas
habilidades;
 o Melhora nos aspectos sociais e ambientais a partir da
participação nestes contextos.
(Instituto Indianópolis)

Imagem de Markus Spiske on Unsplash

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Integração Sensorial - Terapia
A Terapia de Integração Sensorial pode fazer uma grande
diferença porque ajuda as pessoas a gerir as suas sensibilidades
e desejos. A Associação Americana de Terapia
Ocupacional descreve vários tipos de reabilitação que podem
ajudar nos desafios sensoriais e de performance que podem ser
complementados com:

 Intervenção corretiva
 Acomodações e adaptações
 Programas de Dieta Sensorial
 Mudanças ambientais
 Educação de indivíduos

Imagem de Markus Spiske on Unsplash

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O PSICOPEDAGOGO FRENTE AO AUTISMO

De acordo com a neuropedagoga Rosangela Paris, o psicopedagogo


é um profissional indispensável, altamente relevante na atuação da
vida da criança com TEA. Se pensarmos sem a participação desse
profissional, provavelmente estaremos bloqueando a possibilidade
de essas crianças terem assegurado um processo de aprendizagem
mais significativo e lúdico, sua socialização mais fidedigna, seu
desempenho cognitivo reabilitado e a descoberta de seus estímulos
assegurada com resultados extraordinários; ou seja, perde-se a
qualidade do atendimento multidisciplinar e a oportunidade de
otimizar todo processo da aprendizagem e do desenvolvimento
desse indivíduo.

Imagem de Markus Spiske on Unsplash

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O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO
E O AUTISMO

O papel do psicopedagogo diante do diagnóstico de autismo é de


tentar preparar ou remediar a falta de conhecimento familiar e
educacional e contribuir na aquisição da aprendizagem, no
desenvolvimento da autoestima e na formação da personalidade
humana. Ajudando a criança autista a se sentir pertencente e inserida
no contexto escolar, integrada na família e na sociedade; o
psicopedagogo, por sua vez, sentirá que seu trabalho de intervenção
será mais produtivo causando assim o seu próprio bem estar.
(Rosangela Paris)

Imagem de Markus Spiske on Unsplash


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O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO
E O AUTISMO
Qual Método de abordagem
utilizar?
 Teach?
 ABA?
 PECS?
 Son Rise?
 Floortime?
Imagem de JESHOOTS.COM on Unsplash

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Método Teacch

O método TEACCH utiliza uma avaliação denominada


PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar a
criança e determinar seus pontos fortes e de maior
interesse, e suas dificuldades, e, a partir desses pontos,
montar um programa individualizado.
( Leandro Rodrigues)

41
MÉTODO ABA
Os objetivos da intervenção são:

 1. Trabalhar os déficits, identificando os comportamentos que a criança tem


dificuldades ou até inabilidades e que prejudicam sua vida e suas aprendizagens.

 2. Diminuir a frequência e intensidade de comportamentos de birra ou


indesejáveis, como, por exemplo: agressividade, estereotipias e outros que
dificultam o convívio social e aprendizagem deste indivíduo.

 3. Promover o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas,


adaptativas, cognitivas, acadêmicas etc.

 4. Promover comportamentos socialmente desejáveis

(Ribeiro, S.2010)

42
MÉTODO PECS

PECS é um sistema de intervenção aumentativa/alternativa


de comunicação exclusivo e pode ajudar as crianças com
TEA a aprender uma comunicação funcional.
O PECS propicia essencialmente a comunicação expressiva
isto é, dá às pessoas que apresentam dificuldades de
comunicação uma forma funcional de expressar suas
necessidades, escolhas e vontades. As pessoas aprendem a
usar figuras para se comunicar expressivamente
(Lu Belin)

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MÉTODO SON RISE

O Programa Son-Rise é centrado na criança (ou no adulto) com autismo. Isto


significa que o tratamento tem início na busca de uma profunda compreensão e
genuína apreciação da criança, de como ela se comporta, interage e se comunica,
assim como de seus interesses.

O Programa Son-Rise descreve isto como o “ir até o mundo da criança”, buscando
fazer a ponte entre o mundo convencional e o mundo desta criança em especial.

(Mariana Tolezani)

44
MÉTODO FLOORTIME

A meta no Floortime é desenvolver a criança dentro dos 6 marcos básicos para a


plenitude do desenvolvimento emocional e intelectual do indivíduo.

No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se


interesse e segue aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa
ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como
mover a criança para atividades de interação mais complexa, um processo
conhecido como " abrindo e fechando círculos de comunicação".

( Instituto Autismo & Vida)

45
Intervenções Psicopedagógicas
 Pintura com os dedos  Vídeos PlayKids
 Quadro de rotinas com  Jogos Eletrônicos
desenhos (site Largata Vira Pupa)
 Recursos visuais para tarefas
 Rotulando coisas
 Recursos visuais para  Teatro de fantoche
comportamentos esperados  Traçando novas pegadas
 Recursos sensoriais  Tocando instrumentos
 "Timer": ensinando a  Brincadeira do alfabeto
passagem do tempo 

Formas geométricas colorida
Ensinar o mês e o dia
(pares)
 Ensinar a escrever o nome
(Dr Clay Brites
 Ensinar tamanhos
 Atividades de coordenação
motora
 Imagem de Philip Veater on Unsplash
O quadro de recompensas
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O ALUNO AUTISTA

“Nenhuma criança é igual à outra. Por que os autistas seriam?”, resume a professora
Rossana Ramos, da Universidade de Pernambuco (UPE), sobre os desafios que
ainda permeiam a educação inclusiva no Brasil e que, tantas vezes, se colocam como
empecilhos para que alunos com autismo ingressem e permaneçam no sistema
regular de ensino.

O trabalho como educador e de pessoas com autismo é fundamentalmente o de ver o


mundo através de seus olhos, e usar esta perspectiva para ensiná-los a funcionar
inseridos em nossa cultura de forma o mais independente possível.

47
ESTRATÉGIAS PARA MANTER A ATENÇÃO DO ALUNO
AUTISTA EM SALA DE AULA

 Utilizar linguagem objetiva


 Utilizar abordagens sensoriais
 Adaptar currículo, provas e avaliações
 Privilegiar as habilidades
 Propor atividades baseadas no interesse do aluno
 Utilizar jogos
 Evitar atividades muito longas
 Propor atividades que estimulem o pensamento lógico
 Propor pequenas tarefas, mesmo que sejam diversas
 Explorar o cotidiano
 Privilegiar vínculos afetivos e incentivar sempre
(Clay Brites)

Imagem de David Ballew on Unsplash

48
Referências Bibliográficas
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Texas.

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Memnon, 1995.

Ashley, S. – The Asperger’s Answer Book: The Top 275 Questions Parents Ask, 2006. – p. 18-19 – Tradução: Audrey Bueno

Associação Americana de Psiquiatria, APA. DSM V – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed.rev. – Porto Alegre: Artmed, 2014.

AYRES, A. J. Sensory Integration and Learning Disorders. Los Angeles, Ca: Western Psychological Services; 1972. ________. Sensory Integration and the Child: understanding hidden
sensory challenges. 5 ed. Los Angeles: Western Psychological Services, 2005.

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Obrigada!

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