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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS VENDA NOVA DO IMIGRANTE


CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ALUNO AUTISTA E O


PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA

ANGELITA PIVETTA DE ALMEIDA

Venda Nova do Imigrante - ES


2021
ANGELITA PIVETTA DE ALMEIDA

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ALUNO AUTISTA E O


PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA

Texto apresentado à Coordenadoria de


Licenciatura em Letras-Português do Instituto
Federal do Espírito Santo, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Licenciado em Letras com habilitação em
Português.

Orientadora: Prof.ª MScª Selma Lúcia de Assis


Pereira.

Venda Nova do Imigrante (ES)


2021
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Venda Nova do Imigrante)

A447e Almeida, Angelita Pivetta de.


O ensino de língua portuguesa para o aluno autista e o papel do
professor como mediador : uma revisão bibliográfica / Angelita Pivetta de
Almeida. – 2021.
41 f. ; 30 cm.

Orientadora: Selma Lúcia de Assis Pereira.

Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Curso de


Licenciatura em Letras Português, Venda Nova do Imigrante, 2021.

1. Ensino - Língua portuguesa. 2. Educação especial - Autista. 3. Análise.


I. Pereira, Selma Lúcia de Assis. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III.
Título.

CDD 23 – 469.07
Elaborada por Adriana Souza Machado – CRB-6/ES – 572
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus pela presença e proteção!

Dedico este trabalho a minha amada mãe, Angela Maria, por ser minha grande
incentivadora e entusiasta na realização dos meus sonhos/ objetivos, sem o afago das
suas doces palavras, meu caminhar não seria o mesmo.

Ao meu esposo Joelson pelas esperas, zelo, companheirismo e dedicação, e por me


fazer acreditar que tudo é possível, basta perseguir os sonhos.

Ao meu amado filho Gabriel por compreender e me oferecer abraço forte, beijo doce e
sorriso de criança todos os minutos da minha vida. Amo-te, meu pequeno anjo.

Ao meu pai Pedro Pivetta (in memorian) pela herança imaterial a mim deixada em vida,
ou seja, a alegria de viver, festejar em família, e jamais esquecer nossas raízes
italianas.

Aos meus (minhas) irmãos (ãs) Oscalina, Marcela, Marcelo, Usalio e Camila pelo
incentivo, encorajamento e companhia virtual nas madrugadas de estudo, nas crises de
ansiedade e nervosismo, nos momentos de fraqueza, desânimo e choro, eles me
sustentaram e com propriedade diziam “Ita, você é guerreira, e já enfrentou inúmeros
obstáculos, não pare, avanti sorella!”.

Às cunhadas e aos cunhados, pela alegria e encorajamento no percurso da minha vida


acadêmica.

Gratidão Mestra, amiga e orientadora Selma Lúcia de Assis Pereira, um ser de luz único
de valor imensurável. Obrigada por me auxiliar na construção do meu trabalho, por
acreditar no meu potencial, e me apoiar nos momentos que eu quis desistir, porém, seu
jeito doce e meigo acalmava a alma e me conduzia na caminhada.
Às minhas colegas, Paloma, Milena, Nicole e Sabrina pelos sorrisos e suporte nas
horas de incertezas, de angústias, bem como nos momentos de diversão e lazer.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente me incentivaram a caminhar rumo à


vitória almejada, o meu muito obrigada!
Assim como um diamante precisa ser lapidado para brilhar, uma pessoa com autismo
merece e deve ser acolhida, cuidada e estimulada a se desenvolver.

Ana Beatriz Barbosa Silva.


RESUMO

O trabalho de Conclusão de Curso trata-se de uma pesquisa bibliográfica de cunho


qualitativo e descritivo com a temática pautada no Ensino de Língua Portuguesa para o
aluno autista e o papel do professor como mediador. Buscou-se identificar, elencar e
analisar os registros científicos em bancos de dados da Scielo, Capes, repositórios
institucionais, Google acadêmico, em artigos científicos, Monografias de Conclusão de
Curso, Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado, publicadas no período de 05
anos (2015 a 2020). Dessa forma, constatou-se um total de 95 trabalhos referentes à
Educação Especial e inclusiva, desses, 51 não possuíam informações diretamente
ligadas à temática abordada, motivo pelo qual nos impulsionou a deixá-los para outro
momento. Entretanto, apenas 21 trabalhos foram selecionados, pois de forma
abrangente, discorriam sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TAE) e o papel do
professor nesse processo de mediação. Pode-se concluir, diante desse levantamento
bibliográfico, que os estudos caminham a passos lentos, a que se refere à mediação do
profissional de Letras - português e o discente autista nos anos finais do ensino regular.
Contudo, observou-se que há inúmeros desafios e possibilidades para que aconteça
aprendizagem da Língua Portuguesa para o aluno com TEA.

Palavras-Chave: Mediação. Transtorno do Espectro do Autismo. Ensino de Língua


Portuguesa. Professor.
ABSTRACT

This Course Conclusion Study presents a qualitative and descriptive bibliographic


research with the theme based on Portuguese Language Teaching for the autistic
student and the role of the teacher as a mediator. We sought to identify, list and analyze
the scientific records in Scielo's database, Capes, institutional repositories, Google
academic, scientific articles, Course Conclusion Monographs, Master's Dissertations
and Doctoral Thesis, published in the period of 05 years (2015 to 2020).Thus, there
were a total of 95 works related to Special and Inclusive Education, out of them 51 did
not have information directly linked to the theme addressed, which is the reason why we
were prompted to leave them for another time. However, only 21 papers were selected,
as they comprehensively discussed Autism Spectrum Disorder (ASD) and the role of the
teacher in this mediation process. It may be concluded in the light of this bibliographic
survey that studies are moving at a slow pace, with regard to the mediation of the
professional of Literature-Portuguese and the autistic student in the final years of regular
education. However, it was observed that there are countless challenges and, as well,
possibilities for the real realization of Portuguese Language Teaching for students with
ASD.

Keywords: Mediation. Autism Spectrum Disorder. Portuguese Language Teaching.


Teacher
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNCC – Base Nacional Comum Curricular


CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CID - Classificação Internacional de Doenças
CNE - Conselho Nacional de Educação
LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
OMS - Organização Mundial de Saúde
PNEE - Política Nacional de Educação Especial
TEA - Transtorno do Espectro do Autismo
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.................................................................................... 04
2- REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 09
2.1 Transtorno do espectro do autismo..................................................... 09
2.2 Professor mediador..............................................................................10
2.3 O que dizem as pesquisas sobre o tema?............................................15
3- METODOLOGIA....................................................................................18
4– DISCUSSÃO.........................................................................................20
4.1 O papel mediador do professor de Língua Portuguesa........................21
5– CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 25
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................... 28
4
1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa investigou sobre o Ensino de Língua Portuguesa para o aluno


autista e o papel do professor como mediador nesse processo. Buscou-se compreender
como acontece essa mediação do Professor de Língua Portuguesa nos anos finais do
Ensino Fundamental II quanto ao ensino-aprendizagem do educando com Transtorno
do Espectro do Autismo (TEA). Dialogando com Libâneo (1998, p.29):

O professor medeia à relação ativa do aluno com a matéria,


inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas
considerando o conhecimento, a experiência e o significado que o
aluno traz à sala de aula, seu potencial cognitivo, sua capacidade e
interesse, seu procedimento de pensar, seu modo de trabalhar.

Partindo desse pressuposto, é sabido que a Constituição de 1988 no artigo 208


garante a todos os brasileiros direitos sociais como, por exemplo: a educação, a saúde,
a moradia, a segurança entre outros, afinal são direitos adquiridos para um Estado
igualitário e democrático. Conseguintemente, dois anos após a promulgação da
Constituição Federal, na Conferência Mundial de Educação para Todos (1990)
realizada em Jontiem, na Tailândia, o Brasil assumiu o compromisso de erradicar o
analfabetismo e universalizar o ensino fundamental no país.

Diante desse compromisso firmado pelo Brasil, pontuam-se a importância da


Declaração de Salamanca de 1994, cujo documento elucida o papel da escola em
acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais,
sociais, emocionais, linguísticas ou outras, reforçar o combate às atitudes
discriminatórias, no âmbito escolar do ensino regular e, assim sendo, respeitando o
movimento de inclusão social. Todavia, esta Declaração é, para muitos, o principal
documento mundial, no que tange sobre a inclusão social em aspecto geral, ao lado da
Convenção de Direitos da Criança (1988) e da Declaração sobre Educação para Todos
(1990). Este documento é fruto de uma tendência mundial após os movimentos de
direitos humanos que surgiram nos anos 60 e 70, principalmente devido à
desinstitucionalização manicomial e respeito às diferenças. No entanto, mesmo com
5

direitos constitucionais, o tema é constantemente debatido em aspectos legais e


educacionais.

Cabe ressaltar que a Política Nacional de Educação Especial (PNEE) na


perspectiva da educação inclusiva foi aprovada, por meio de emenda constitucional, na
convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência. De acordo com a
convenção, devem ser assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os
níveis, portanto o Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o
atendimento educacional especializado possibilitando um significativo avanço na
educação especial, ou seja, (...) a educação especial é uma modalidade de ensino que
perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional
especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
(BRASIL,2008, p. 7).

É pertinente apresentar quão fundamental é a participação de todos no processo


por uma educação inclusiva, pois não significa que ao ser matriculado nas escolas
regulares o aluno autista esteja incluído, e fazer valer o conceito do que seja realmente
uma educação inclusiva nos desafia. Mediante tal colocação ratificamos que:

(...) a educação inclusiva constitui um paradigma educacional


fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga
igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança
em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da
escola. (BRASIL, 2008, p.01).

Mediante as definições citadas, é de suma importância elucidar que a Educação


Especial é voltada para atendimento especializado que deram origem às instituições
especializadas com atendimento clínico-terapêuticos, por meio de diagnósticos que
embasam as práticas escolares para os alunos com deficiência, pode-se citar por
exemplo: o instituto Pestatlozzi (1926) que atende pessoas com deficiência mental, e
por outro lado temos a Educação Inclusiva que abarca o direito de igualdade de
condições para o aluno autista ter acesso e frequentar a escola de ensino regular, ou
6

seja, é um direito e também um dever de todos contribuírem para a efetivação da


inclusão nos espaços escolares. Dessa forma, convêm enfatizar que o Decreto
n.6.094/2007 estabelece nas diretrizes do “Compromisso Todos pela Educação” que
ocorra de fato o acesso e a permanência no ensino regular; o atendimento dos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação, e que se fortaleça seu ingresso nas escolas públicas.

Reiteramos que a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com


Transtorno do espectro autista foi criada pela Lei n o 12.764/2012, para promover o
acesso dos alunos com TEA e vedar a recusa dos gestores escolares, mediante pedido
de matrícula de pessoas com qualquer tipo de deficiência. De acordo com estudos de
Fortes (2005), é através de instituições de ensino regular que as atitudes
discriminatórias se devem combater, propiciando condições para o desenvolvimento de
comunidades integradas, que é a base da construção da sociedade inclusiva e,
consequentemente, obtenção de uma real educação para todos.

Pensando no combate a essas discriminações que a Política Nacional de


Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada pelo Ministério da
Educação em 2008, afirma que:

O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e


pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como
valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao
contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e
fora da escola (BRASIL, 2008, p. 5).

Dessa maneira fica a pergunta: Como acontece a mediação do Professor de


Língua Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental quanto ao ensino-
aprendizagem do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na escola
regular? Uma questão a ser investigada para melhor compreensão do tema.
7

Ratificamos que não se cogitou de forma alguma julgar o professor no seu fazer
docente; a relação professor-aluno; as ferramentas didáticas utilizadas e/ ou disponíveis
em sala de aula de ensino regular, ou seja, almejou-se a mediação do Professor de
Língua Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental quanto ao ensino-
aprendizagem do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na escola
regular. Percurso esse repleto de desafios, percalços e com infinitas possibilidades de
alcançar o que se almeja – o ensino desse alunado em específico. O objetivo é buscar
na literatura conteúdos que tratam do processo de mediação do Professor de Língua
Portuguesa, nos anos finais do Ensino Fundamental, em relação ao trabalho com o
aluno autista para identificar o processo de aprendizagem dos alunos, além de mostrar
como feita essa mediação para a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA) no ensino regular.

Desse modo, a metodologia pautou-se em uma revisão bibliográfica de cunho


descritivo e qualitativo, na qual se realizou um levantamento bibliográfico nos bancos de
dados institucionais no período de 05 anos (2015 a 2020) em nível de graduação,
mestrado, doutorado, entre outros estudos publicados, que abordavam sobre a
mediação nas aulas de Língua Portuguesa para os alunos autistas, bem como o
ensino-aprendizagem, o conceito de TEA e a Constituição Brasileira de 1988.

É necessário que a mediação do Professor de Língua Portuguesa tenha por


finalidade contribuir para que aconteça de fato a interação desse alunado, ou seja, para
o real desenvolvimento das habilidades dos alunos com TEA. Mediante a atual
realidade escolar, é notório refletir sobre o que salienta o estudioso Vygotsky (2006,
p.113) em relação ao comprometimento dos profissionais do meio educacional “(...) o
que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos, poderá fazer amanhã por si só.
(...)”. Por isso, um profissional comprometido como uma educação inclusiva poderá
obter resultados extraordinários no percurso de mediar o ensino do aluno autista e,
conseguintemente, alcançar os objetivos almejados nessa jornada de interação aluno-
professor, pois a relação de afetividade e confiança entre ambos enriquece e contribui
para o sucesso desse processo inclusão.
8

Compreendemos que se deve a priori conceituar o que é o autismo, conhecido


como Transtorno do Espectro Autista (TEA) que se encontra contido na Classificação
Internacional de Doenças (CID 10 – F84), classificação segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), por se tratar de um tema de saúde mental, que apresenta alterações
cerebrais na pessoa que a possui, podendo afetar a aprendizagem, com isso esse
transtorno pode ocorrer tanto isoladamente, como também associado a outros
transtornos ou comorbidades.

Segundo o pesquisador Saviani (1991), a educação é concebida como "produção


do saber", pois o homem é capaz de elaborar ideias, possíveis atitudes e uma
diversidade de conceitos, ou seja, todos possuem competências para aprender, nesse
percurso de mediação e, interação aluno-professor, bem como aluno-aluno. Diante
dessa afirmação, é pertinente elucidar quão relevante é essa pesquisa, mediante as
plausíveis colocações desse renomado pesquisador, além disso, a partir dos dados
coletados e descritos é possível nortear o caminhar dos graduandos de Letras,
profissionais da Educação ou a quem interessar trilhar pelos labirintos de mediar o
Ensino de Língua Portuguesa para os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA) nas escolas de ensino regular nos anos finais do ensino fundamental II, com a
convicção de que é possível sim aprender um com o outro, nesse mundo mágico do
saber.

Partindo desse contexto, para melhor compreensão do assunto abordado, essa


pesquisa veio com o propósito de aprofundar conhecimentos sobre o assunto em
pesquisa como forma de orientação.
9

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A inclusão educacional é, certamente, um caminho que devemos trilhar, sempre


levando em consideração a necessidade do outro, para que não haja o preconceito, a
injustiça diante da deficiência, exigindo da sociedade uma atenção especial em relação
ao assunto. Segundo Cavalcante (2005, p.24) a inclusão educacional é “(...) para todas
as pessoas, sem exceção, (...) da pré-escola até o quarto grau.” Ainda pontua que “É
para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para
os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por
qualquer outro motivo” (CAVALCANTE, 2005, p. 24).

A responsabilidade da inclusão de um estudante com necessidades especiais é


de toda a comunidade escolar. O estudante com necessidades especiais revela o que
de novo precisamos saber, quais valores estão faltando no ambiente em que vivemos.
Ao abordar o tema da inclusão e integração escolar, temos que concordar que a
inclusão e integração são processos essenciais à vida humana ou à vida em sociedade.

Essa política educacional visa à inserção não apenas dos deficientes, mas de
todos os alunos nas escolas regulares, de forma mais completa e sistemática. Todos os
alunos devem ser inseridos na vida social e educativa. O conceito que se tem de
inclusão nos revela que todos têm direito à educação. Confirma-se isso nos seguintes
termos:

as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas


condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que
vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades;
crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros
grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados (BRASIL, 1997, p.17-18).

2.1 Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento


caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na
10

comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e


estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
O autismo não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que haja
predisposição genética para ele.

Dessa forma, esse distúrbio é uma característica de algumas crianças que


precisa ser levado em consideração no momento de planejamento de atividades para
que a criança se sinta acolhida e, assim, tenha em desenvolvimento escolar um
resultado satisfatório, dentro do esperado para ele.

Embora a inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais precisa


ser realizada, as dificuldades encontradas pelos educadores acabam por desfavorecer
os processos de inclusão, ficando claro que um dos primeiros passos do processo é a
conscientização da comunidade escolar para a aceitação da diversidade e, com isto,
produzir reflexos em sua prática pedagógica para tal diversidade.

2.2 Professor mediador

Quando paramos para refletir sobre o aluno com necessidade educacional


pensamos também na relação entre ele, o educador e as práticas pedagógicas
adotadas atualmente. Nesse sentido, temos que analisar a experiência e formação
profissional como um quesito de grande e fundamental importância no trato com esse
aluno. A formação de educadores constitui-se num desafio frente ao sistema recheado
de mudanças que atendem ao mundo capitalista e à política governamental. Neste
contexto, o profissional da educação apropria-se do conhecimento enquanto valor ativo
para sua prática.

O contexto revelado pela inclusão dos estudantes com Necessidades


Educativas Especiais na escola de ensino regular nos anos finais requer do profissional
envolvido nesta modalidade de ensino a aquisição de conhecimentos para o exercício
da profissão, tendo como base a formação acadêmica, pois só com esta preparação é
que o mesmo sentir-se-á seguro para trabalhar no ensino regular com a inclusão de
11

alunos especiais. A prática adotada pelos educadores frente aos alunos com
necessidades educacionais leva-nos a crer que poucos são os que têm acesso ao
ambiente escolar e à socialização.

Existe hoje o que chamamos de pedagogia da exclusão, que nega as


necessidades apresentadas por esses alunos especiais e com dificuldades de
aprendizagem, tornando-os cada vez mais sem motivação em estarem no ambiente
escolar e buscar conhecimento de forma prazerosa. Caso o profissional que o
acompanhe esteja sem formação adequada para acompanhar esse aluno, o mesmo
ficará a mercê de que alguém o compreenda e tente ajudá-lo. Daí a necessidade de um
profissional realmente capacitado para acompanhamento do aluno para que este venha
a desempenhar realmente sua função de cidadão, usufruindo de seus direitos e
deveres plenamente.

Observa-se que o processo de inclusão educacional permite-nos definir novos


significados em relação às pessoas com deficiência em espaços sociais, por serem
vistos como pessoas impossibilitadas de acesso ao conhecimento historicamente
produzido no contexto da educação geral. Neste sentido, Ferreira e Guimarães (2003)
afirmam que:
Presencia-se a emergência de uma postura científica não mais limitada a
situações simplificadoras, idealizadas, mas que coloca o individuo diante da
complexidade do mundo real, o advento de uma ciência que permita a
criatividade humana manifestar-se como expressão singular de um traço
fundamental de todos os níveis da natureza (FERREIRA E GUIMARÃES (2003,
p. 121).

A construção do conhecimento, portanto, não está apenas nas mãos daqueles


que repassam o conteúdo, precisamos de pessoas preparadas para ensinar, mas
acima de tudo aprender. Para Bakthin:

Não existe a primeira nem a última palavra, e não há limites para o


contexto dialógico (este se estende ao passado sem limites e ao
futuro sem limites). Nem os sentidos do passado, isto é, nascido no
diálogo de séculos passados, podem jamais ser estáveis
(concluídos, acabados de uma vez por todas): eles irão sempre
mudar (renovando-se) no processo de desenvolvimento
subsequente, diálogo futuro (BAKHTIN, 2011c [1974], p. 410).
12

De acordo com esse estudioso, podemos perceber que o foco é dado ao caráter
dialógico da linguagem como forma de aprimorar a interação verbal. É através dela que
o indivíduo estabelece as relações sociais e, assim, constitui e adquire a própria
linguagem. O autor reafirma essa ideia quando diz:

A atividade mental do sujeito constitui, da mesma forma que a


expressão exterior, um território social. Em consequência, todo o
itinerário que leva da atividade mental (o “conteúdo a exprimir”) à
sua objetivação externa (a “enunciação”) situa-se completamente
em território social (BAKHTIN, 2006 (1929), p. 120).

E assim a linguagem do indivíduo se constitui, através da interação com seus


interlocutores. O professor nessa interação é fundamental como estimulador da
aprendizagem e linguagem do estudante.

Para Vygotsky, o professor é figura essencial do saber por representar um elo


intermediário entre o aluno e o conhecimento disponível no ambiente. Sendo assim
também, de acordo com seus estudos, mais uma vez temos a figura do professor como
interação fundamental da aprendizagem. É de fundamental importância sua relação
com a criança para que ela se aproprie de conhecimentos durante sua vida escolar.

Antes de se falar do professor de educação inclusiva precisamos ter em mente


que não há um aluno-padrão, como frequentemente a formação de professores faz
crer, assim é necessário estar disposto o suficiente para aceitar e compreender os
obstáculos a serem enfrentados ao longo da carreira de educador. Sobretudo se
considerarmos esses novos ambientes de aprendizagem, através dos mais diversos
recursos tecnológicos, a fim de atender as mais diversas formas de aprendizagem
humana, corroborando assim para estreitar-se às diversidades. O currículo então deve
ser preparado de forma distinta para cada instituição educacional, sendo baseado de
acordo com as necessidades.

A situação atual da formação de professores aponta para a necessidade de que


ela se insira no movimento de profissionalização fundamentado na concepção de
13

competência profissional, exigindo metodologias pautadas na articulação teoria-prática,


na resolução de situações-problemas e na reflexão sobre a própria atuação profissional.

A formação do educador deve incluir conteúdos que desenvolvam competências


de um profissional intelectual para atuar em situações singulares. Ser formador é
oferecer a teoria e as condições para aprimorar a prática. É reunir opiniões e
concepções da equipe em torno de um projeto pedagógico.

No artigo 59º, inciso III da LDB, nomeia professores com especialização


adequada em nível médio ou superior para o atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para integração desses educandos nas
classes comuns.

Para a educação especial, a reforma em andamento prevê, na Resolução CNE


n. 02/2001, que os professores que trabalham com alunos "que apresentam
necessidades educacionais especiais" podem seguir dois modelos distintos, esses
modelos de professores são definidos nos parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 18 (Brasil,
2001). No parágrafo 1º§

1º São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns


com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, aqueles que
comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos
conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de
competências e valores para:
I – perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar a
educação inclusiva;
II– flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de
modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem;
III – avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento
de necessidades educacionais especiais;
IV – atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação
especial.
14

Já os professores especializados são os responsáveis pela organização das


ações pedagógicas a serem desenvolvidas pelos "professores capacitados". Estes
devem ter sua formação em nível superior ou em nível de especialização, como
explicitado nos parágrafos segundo e terceiro do artigo 18 da LDBEN (BRASIL, 1996):

§ 2º São considerados professores especializados em educação especial


aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades
educacionais especiais para definir, programar, liderar e apoiar a
implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular,
procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequadas aos
atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o
professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a
inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.

§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar:

I - formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de


suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura
para a educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;
II – complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da
educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de
conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino
médio.

Dentre outras atividades que beneficiariam esses educandos, algumas


atitudes do profissional que acompanha o aluno com necessidade educacional seriam:
 Realizar atendimento educacional especializado em turno inverso ao do ensino
regular, por meio de um plano de trabalho organizado de acordo com a
necessidade apresentada pelo aluno, podendo esse atendimento ocorrer na sala
de recursos localizada na escola onde o aluno estiver matriculado ou em escola
da região;
 Atuar colaborativamente com o pedagogo e professor da classe comum, nas
avaliações pedagógicas e encaminhamentos, nas adequações curriculares,
elaborando estratégias necessárias para a construção do conhecimento, como
também participando do processo avaliativo;
 Participar de planejamentos, Conselhos de Classe e de outras atividades
realizadas nas escolas regulares;
 Apoiar a família quanto às ações que favoreçam o desenvolvimento integral dos
educandos.
15

Segundo Libâneo (1994, p.88):


O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensino-
aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de
conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação
cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo. Desse modo,
percebemos uma inter-relação entre dois momentos do processo
de ensino – transmissão e assimilação ativa – que supõe o
confronto entre os conteúdos sistematizados, trazidos pelo
professor, e a experiência sociocultural do aluno e por suas forças
cognoscitivas, enfrentando as situações escolares de
aprendizagem por meio da orientação do professor.

Assim, o professor que está engajado em uma prática transformadora possui


algumas características que lhe diferencia: estar sempre orientado para a pesquisa
produzindo também alunos pesquisadores; estar contextualizado e consciente de sua
função de educador; encara o conhecimento como algo que se produz na interação
professor-aluno; é capaz de improvisar; cultiva a participação dos alunos e incentiva-os;
reflete e proporciona aos alunos capacidade de reflexão sobre a realidade; garante a
participação dos alunos de maneira democrática; é capaz de conviver com as
diversidades e diferenças; compromete-se com a ação levando o aluno à transformação
da realidade em que vive; é capaz de pensar no emocional de seus alunos e de si
próprio.

Portanto, se o profissional da educação não estiver bem preparado para estar


em sala de aula, o aluno pode sentir-se enganado e não ter vontade de frequentar um
ambiente que não lhe proporcione segurança e conhecimento de forma lúdica, levando-
o a se afastar do caminho que deveria percorrer para se tornar um cidadão crítico no
futuro.

2.3 O que dizem as pesquisas sobre o tema?

O artigo intitulado “Inclusão escolar e autismo: uma análise da percepção


docente e práticas pedagógicas” de autoria dos (as) universitários (as): Carlo Schmidt;
Débora Regina de P. Nunes; Débora Maria Pereira; Vivian Fátima Oliveira; Adriano
Henrique Nuernberg e Cristiane Kubaski (2016) aborda o assunto acima mencionado,
partindo da premissa de uma pesquisa qualitativa em teses e dissertações, nos anos de
16

2013 a 2015 com 38 professores, com o intuito de elencar quais as práticas


pedagógicas utilizadas pelos docentes, ao lecionarem para alunos autistas, em sala de
aula de ensino regular e a percepção sobre a inclusão escolar e o autismo. O resultado
obtido foi à confirmação de que os professores não se sentem preparados para lidar
com esse alunado específico e desconhecem, muitas vezes, sobre o TEA. Ademais,
ressalta-se a relevante tarefa de qualificar de forma específica e contínua os docentes
das escolas regulares.

O trabalho cuja temática é “Linguagem, Neurociência e Cognição: ampliando os


fundamentos para o planejamento de aulas de Língua portuguesa” (2018), de autoria de
Lennie Aryete Dias Pereira, trata-se da importância da formação docente nessas três
grandes áreas do conhecimento: a linguagem, a neurociência e a cognição, a fim de
corroborar para as práticas de ensino-aprendizagem de forma eficaz, a partir do
conhecimento do funcionamento cerebral e sua relação com o ensino eficiente.

Dessa forma, o objetivo desse estudo é mostrar o quão importante é o


planejamento das aulas, tendo embasamento teórico para compreender o
funcionamento cerebral, e como ocorre o aprendizado dos estudantes. Ao finalizar o
estudo pode-se dizer que é necessária uma abordagem mais intensa e direcionada, ao
conhecimento interdisciplinar, para se obter êxito no aprender escolar.

A pesquisa “Leitura mediada: análise de uma experiência de interação entre uma


professora em formação inicial em Letras e um estudante com TEA” das pesquisadoras
Lorena Lopes Goulart; Carla Regina Rachid e Otavio Murad (2018) explanam sobre a
Experiência de Atividade Mediada (EAM) com aporte teórico nos documentos oficiais
sobre a escolarização de autistas e na teoria de Reuven Feuerstein. Tendo como base
metodológica a pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, com encontros semanais
entre a professora pesquisadora e o aluno em uma escola pública de Uberaba.

O estudo possibilitou a identificação dos tipos de mediações utilizados pela


professora nas atividades de leitura, compreensão e interpretação de textos do aluno
pesquisado e, posteriormente, essas atividades poderão ser levadas à sala de aula,
17

durante atividades de leitura com um público maior, para o desenvolvimento da


comunicação e interação social de todos.

O artigo científico “O processo de ensino e aprendizagem dos alunos com TEA


nas escolas regulares: uma revisão de teses e dissertações”, de Márcia Gorett Ribeiro
Grossi; Vitor Gabriel Ribeiro Grossi e Breno Henrique Ribeiro Grossi (2019) apresenta
uma revisão das dissertações de Mestrado e teses de Doutorado do portal do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) na qual analisaram como
ocorre o processo de ensino - aprendizagem de alunos autistas nas escolas de ensino
regular. O corpus do estudo foi composto de 772 pesquisas, porém, apenas 144 foram
analisadas de forma detalhada, pois as demais não tinham o foco direcionado ao tema
pesquisado.

Conclui-se com essa pesquisa documental que, apesar dos direitos adquiridos
pelos alunos com TEA de serem matriculados em escolas de ensino regular, a inclusão
real deste alunado está longe de ser uma educação real inclusiva. Há muito a ser
realizado, no que se refere ao ensino- aprendizagem do aluno autista e,
conseguintemente, deve-se investir na formação continuada dos professores, bem
como buscar melhorar as estruturas físicas das escolas, as tecnologias assistidas, os
métodos de intervenção e inclusão dos currículos funcionais.
18

3. METODOLOGIA

Todo aporte teórico desta pesquisa foi de natureza bibliográfica e qualitativa por
meio de busca em sites eletrônicos de Universidades e Institutos Federais,
Universidades Estaduais, em livros de autores, em bancos de dados da Scielo, Capes,
repositórios, Google acadêmico, em artigos científicos, monografias de conclusão de
curso, dissertações e teses, publicados no período de 2015 a 2020.

A revisão teórica fundamenta-se no objetivo de compreender a mediação do


professor de Língua Portuguesa no ensino-aprendizagem do aluno autista em sala de
aula regular. A busca deu-se por palavras-chave: língua portuguesa, autismo e
mediação. Foram encontrados 21 (vinte e um) trabalhos que se aproximaram da
temática e, depois realizamos uma descrição das práticas de aprendizagem realizadas
nestas pesquisas.

A pesquisa foi pautada em uma revisão bibliográfica de cunho qualitativo e para


ratificar o conceito de pesquisa qualitativa Minayo (2015, p.21) afirma que a:

(...) pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa,


nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria
ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o inverso dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse
conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade
social, por isso ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre
o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e
partilhada com seus semelhantes.

Para o estudioso, a pesquisa examina o que é real e que pode ser vivido pelos
indivíduos e caracterizam as atitudes, mediante considerações que possam abarcar o
papel do professor de Língua Portuguesa como mediador e do aluno Autista, elementos
esses que serão o foco desse recorte bibliográfico.
19

A definição acerca da pesquisa bibliográfica, Gil (2010, p.50) afirma que esta

(...) é desenvolvida a partir de material elaborado, constituído principalmente de


livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios
pode ser definida como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de
pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo.

Gil (2010) pontua a importância em realizar uma pesquisa bibliográfica em livros


e artigos científicos que embasam o estudo abordado, assim como analisar de forma
concisa todo material disponível, com o intuito de compreender as inquietações da
pesquisadora sobre a mediação do professor de Língua Portuguesa e o aluno com
TEA.

Segundo Gil (2017 p. 50) a pesquisa bibliográfica é “elaborada com base em


material já publicado. [...] a principal vantagem da pesquisa bibliográfica é o fato de
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do
que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Vale destacar, o conceito de pesquisa
bibliográfica apresentada por Gil (2017), na qual apresenta a relevante contribuição de
se realizar esse tipo de estudo.

Dessa forma, considerando tais reflexões, trouxemos para dialogar sobre


pesquisa bibliográfica Marconi e Lakatos (2010, p.112) que afirmam [...] “a pesquisa
bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas
propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras”. Assim, diante das pesquisas e bibliografias consultadas,
relata-se a seguir informações a respeito da temática abordada para explicitar sua
relevância.
20

4 DISCUSSÃO

A formação de educadores constitui-se em um desafio frente ao sistema complexo que


atendem ao mundo capitalista e à política governamental. Neste contexto, o profissional
da educação apropria-se do conhecimento enquanto valor ativo para sua prática. De
acordo com a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista: “A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa
com deficiência, para todos os efeitos legais” (BRASIL, 2012), o que remete ao Estatuto
do Deficiente no qual o Direito à Educação está assim descrito:

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados


sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de
toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, 2015).

É o que muito se tem discutido em relação a atenção dada às crianças que são
diagnosticadas com alguma deficiência. É preciso que haja uma participação efetiva da
escola, enquanto instituição e também dos educadores para que a criança se sinta
parte do espaço em que ela está inserida, de forma que obtenha prazer em estar ali.

Nesses textos estudados ressalta-se, de acordo com Oliveira e Costa:

É importante salientar que, para se educar um autista, é preciso também


promover sua integração social (tarefa árdua, todavia possível). Neste ponto, a
escola é, sem dúvida, o primeiro passo para que aconteça esta integração,
sendo possível, por meio dela, a aquisição de conceitos importantes para o
curso da vida. É a escola que deve conduzir o desenvolvimento intelectual e
também afetivo dessas crianças autistas por meio de interação entre os
ambientes de que ela faz parte, fazendo-as conhecer a realidade existente na
sociedade e proporcionando um saber da humanidade e das relações que a
cercam, sendo a família chave fundamental para esse desenvolvimento
(OLIVEIRA, COSTA, p. 51, 2018).

Percebe-se também que a educação inclusiva constitui um paradigma


educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade
e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade
formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e
fora da escola.
21

Segundo as pesquisas demonstraram que o atendimento educacional


especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e
de acessibilidade que eliminem as barreiras para plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas. Sendo assim, precisa-se buscar cada vez
mais aperfeiçoamento nessa área para que possamos de fato atender aos educandos
que necessitam desse atendimento e que esse atendimento possibilite sua formação
com vista à autonomia e independência na escola e também fora dela.

4.1 O papel mediador do professor de língua portuguesa

Sabe-se o quão é importante a mediação do professor no processo de ensino-


aprendizagem, em se tratando de um aluno com deficiência o desafio é maior, uma vez
que em sua maioria a formação inicial não contemplava disciplinas curriculares para
respaldar o fazer docente.

Considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no tópico de


Linguagens e suas Tecnologias, encontramos:

As atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por


diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas
práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-
se como sujeitos sociais. Nessas interações, estão imbricados conhecimentos,
atitudes e valores culturais, morais e éticos (BRASIL, 2019, p.63).

Ao compreendermos a língua como uma prática social, mediada por diferentes


linguagens, faz-se necessário compreender como se comunicar com um aluno com
TEA. O professor em seu fazer pedagógico necessita de apoio da escola e da família
para poder perceber e refletir qual melhor estratégia metodológica a ser adotada para o
avanço na aprendizagem do aluno.
22

O envolvimento da equipe pedagógica da escola e da família tornam-se


relevantes para a adaptação curricular em prol do progresso do aluno com TEA. A
comunicação verbal passa a ter um papel fundamental para que haja a troca de
conhecimento. Camargo e Bosa (2009) trazem em seus estudos um olhar para a
inclusão escolar de pessoas com autismo:

As teorias do desenvolvimento social (etológica, piagetiana, da aprendizagem


social, sistemas dinâmicos, sociointeracionista, sócio- histórica, dentre outros),
apesar das diversidades na abordagem teórica e metodológica, são unânimes
em reiterar que a interação social é a condição de construção do indivíduo e
base do desenvolvimento do ser humano (CAMARGO e BOSA, 2009, p. 67).

Se compreendemos que a interação social é a condição da construção do


indivíduo, encontrar uma forma/meio/caminho para o professor se comunicar com o
aluno com TEA é primordial. O maior desafio para o autista é a comunicação, a
interação e, para isso, o docente da disciplina necessita de uma atenção redobrada a
fim de contribuir para a troca de interação e progressos desses alunos.

Oliveira e Murad (2020, p. 619), em seus estudos sobre o professor de língua


portuguesa e autismo, diz que:

(...) embora esteja claro que esse papel seja de todos os docentes, sendo a
Língua Portuguesa nossa principal forma de comunicação, torna-se importante
que o docente da disciplina tenha atenção redobrada, contribuindo com o
desenvolvimento da comunicação, facilitando o progresso dos alunos no
sentido de compartilhar ferramentas e recursos a serem usados não somente
no ambiente escolar, mas em todas as situações do convívio em sociedade.

As pesquisas de Volkmar e Wiesner (2019, p.01) trazem uma discussão da


ausência de habilidade do autista em se relacionar, assim:

Autismo e condições relacionadas (agora amplamente conhecidos como


transtornos do espectro autista, ou TEAs) são transtornos que compartilham
déficits significativos na interação social como sua principal característica
definidora. Esse déficit social é bastante severo, e sua gravidade e seu início
precoce levam a mais problemas gerais e disseminados tanto na aprendizagem
como na adaptação.
23

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2019, p.01), aponta que:

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do


desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e
interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos
ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a
gravidade de sua apresentação é variável. Trata-se de um transtorno pervasivo
e permanente, não havendo cura, ainda que a intervenção precoce possa
alterar o prognóstico e suavizar os sintomas.

Segundo Oliveira e Murad (2020, p. 623) “Conforme foi observado, a capacidade


de socialização do ser humano está estreitamente relacionada com a capacidade de
comunicação”. Isto posto, faz-se necessário planejamento, estratégias e adaptação
curricular para que o professor construa caminhos de socialização e comunicação com
este perfil de aluno.

As pesquisas relacionadas demonstraram que a Educação Especial necessita de


um olhar diferenciado por se tratar de uma modalidade em que os educandos precisam
de acompanhamento especial. O desafio enfrentado em nossas escolas é que nem
todos os educandos possuem acompanhamento feito por um profissional especializado.

É importante considerar que as pesquisas apontaram que se faz necessário


respeitar as características de cada estudante. Para isso, oferecer alternativas
pedagógicas que atendam às necessidades educacionais de cada aluno: uma escola
que ofereça tudo isso num ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos possam conviver
e aprender com as diferenças.

As pesquisas trataram, também, sobre a estrutura escolar, sua dimensão de


espaços para o ensino-aprendizagem. Partiram-se de que a estrutura escolar é um
espaço político e ideológico, do qual a cultura dominante produz a inculcação
ideológica. Apontaram, também, como um espaço onde as falas ou as vozes
dominantes e subordinadas, por meio de constante luta e intercâmbio, definem-se e
limitam-se mutuamente em resposta às condições sócio históricas carregadas pelas
práticas institucionais, textuais e vividas, que determinam a cultura escolar e
experiências de professores e alunos.
24

Dessa forma, é preciso considerar a sala de aula como espaço privilegiado para a
realização de planejamentos para a construção e reconstrução do projeto político-
pedagógico da escola. Trata-se, pois, de uma escola em que todos podem pesquisar,
pensar, praticar, refletir, sentir, deliberar, ser, plantar, agir, cultivar, avaliar sobre o que
fizeram e recomeçar novamente este ciclo, discutindo e debatendo sobre as
possibilidades de superarmos, juntos, as dificuldades e os problemas surgidos na
escola e na educação, no seu sentido mais amplo.
25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desta pesquisa pode-se observar que a trajetória da educação


especial no Brasil tem sido permeada por lutas constantes de avanços e retrocessos
que permeiam nossa sociedade, buscando sempre oferecer melhores condições de
vida e oportunidades igualitárias para todos independentes do sexo, etnia, raça, cor,
cultura, nível social, entre outros.

Neste sentido, pode-se dizer que a verdadeira inclusão de todos os alunos se


processa no decorrer do dia-a-dia, nas ações cotidianas, na existência e cumprimento
de uma política pública que favoreça a população em busca de uma educação
igualitária, havendo investimento em todas as áreas da sociedade, respeitando a todos,
oferecendo iguais condições de sobrevivência e acesso em todos os âmbitos da
sociedade, ou seja, a inclusão realmente acontece quando existe formação docente
qualificada, adaptação de conteúdo, atividade e avaliação específica que considere as
particularidades de cada aluno, com limitações e qualidades particulares, e não apenas
considerar que a permanência dos alunos autistas em âmbito escolar de ensino regular
signifique sua inclusão.

No contexto da história da educação especial no Brasil podemos perceber que


ocorreram alguns avanços, onde as pessoas passaram a receber atendimento e ser
mais respeitadas, mas ainda temos muita resistência pela sociedade para aceitar esses
indivíduos como seres capazes de realizar muitas tarefas. No entanto, não basta
somente a existência da lei, mas é preciso dar conta de viabilizá-la, já que mudar a
escola é uma tarefa bastante complexa, onde se apresentam várias frentes, tais como a
qualidade da aprendizagem, o tempo mínimo de escolarização, a manutenção do aluno
na escola, os cursos de formação, e tantas outras.
26

Ao priorizar o atendimento qualificado da educação especial em todos os


âmbitos sejam culturais, sociais ou econômicos estaremos favorecendo a concretização
de uma verdadeira inclusão rumo à humanização do ser humano. Sabemos que é um
desafio que precisa ser assumido por toda sociedade, visando sempre igualdade de
acesso às oportunidades de uma melhor qualidade de vida para todos.

Apostar na educação especial é acreditar que seremos capazes de contribuir para


uma transformação social, que trate efetivamente a todos dentro dos princípios da
igualdade, da solidariedade e da convivência respeitosa entre os indivíduos,
estabelecendo assim a verdadeira inclusão em todos os âmbitos da sociedade. E
quando falamos de incluir o aluno com necessidade educacional é preciso também
adequar as escolas para esta inclusão, encarando estes novos desafios.

Embora devamos considerar que, nos últimos anos, tenham ocorrido avanços na
legislação e nas políticas educacionais, estas têm se apresentado ainda tímidas, uma
vez que se inserem num engendrado contexto sócio-histórico-cultural de forma
complexa e multifacetada, refletindo conflitos, lutas e correlações de força. Temos ainda
o decreto do presidente Jair Bolsonaro publicado no dia 30 de setembro, que institui a
nova Política Nacional de Educação Especial (PNEE) que tende a incentivar a matrícula
de pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas
habilidades ou superdotação não em escolas regulares, mas em “escolas especiais”.
Sendo assim, temos um retrocesso e não conquistas em relação à igualdade de
direitos.

Conforme noticiado pela Agência Senado no ano de 2020, a Lei 13.977, de 2020,
conhecida de Lei Romeo Mion, regulamentou a Carteira de Identificação da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). A norma foi em homenagem ao filho do
apresentador de TV Marcos Mion. A carteira deve assegurar aos portadores dela
atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos
serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência
social.
27

Outra conquista recente foi a Lei 13.861, de 2019, que determina a inclusão de
informações específicas sobre pessoas com autismo nos censos demográficos feitos
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O censo, que ocorre a cada
dez anos, pesquisa temas como identificação étnico-racial, núcleo familiar, trabalho e
renda, entre outros. O Brasil, que não tem dados oficiais sobre o autismo, passará a ter
na próxima pesquisa do Instituto.

Assim sendo, conclui-se que nada está pronto, o educador está num processo
de redefinição da profissão e da compreensão da prática. Cabe ressaltar que nem
sempre o professor consegue buscar esse conhecimento em condições dignas de
trabalho, pois o momento atual exige do professor conhecimentos que vão além
daqueles de sua área específica, levando-o a avaliar e rever constantemente sua
prática pedagógica, visando às mudanças do novo milênio.

O estudo possibilitou uma discussão sobre os desafios do docente na atualidade


e o papel do mesmo no processo ensino - aprendizagem, onde se observou a
pertinência do conhecimento acerca desses temas, tendo em vista que a educação é
base fundamental para o alicerce de uma sociedade.
28

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