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TRANSTORNOS DO

ESPECTRO AUTISTA

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HISTÓRICO
■ O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner
(médico austríaco, residente em Baltimore, nos EUA) no artigo :
Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo

■ Em 1944, Hans Asperger, um médico também austríaco e formado na


Universidade de Viena - a mesma em que estudou Leo Kanner -,
escreve outro artigo com o título Psicopatologia Autística da Infância,
descrevendo crianças bastante semelhantes às descritas por Kanner

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

■ Transtorno do neurodesenvolvimento que envolve prejuízos na esfera


da comunicação social e o desempenho de comportamentos restritos
e repetitivos;

■ Autismo → TEA – mais confiável e válida dos déficits de comunicação


e comportamentos sociais

■ Diferentes níveis de gravidade

■ Transtorno Autismo, Transtorno Aspeger, Transtorno Desintegrativo da


Infância e Transtorno Global do Desenvolvimento = TEA

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
■ Avaliação por dois domínios centrais: distúrbios sociais e da comunicação +
variedade restrita de interesses e desempenho de comportamentos e atividades
repetitivas

■ Gravidade: requerendo apoio, requerendo apoio substancial e requerendo apoio


muito substancial

■ Prevalência 0,66%

■ 1 em cada 150 crianças

■ O autismo seria 4 vezes mais frequente em pessoas do sexo masculino.


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CAUSAS

■ Os estudos ainda são inconclusivos

■ Hereditariedade 90%

■ Suspeita de anormalidade genéticas

■ Causas biológicas: cerebelo, córtex frontal, hipocampo e


amígdala

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DIAGNÓSTICO
■ O diagnóstico de autismo é feito basicamente através da avaliação do quadro clínico.

■ Não existem testes laboratoriais específicos para a detecção do autismo. Por isso, diz-se que o
autismo não apresenta um marcador biológico.

■ exames para investigar condições (possíveis doenças) que têm causas identificáveis e podem
apresentar um quadro de autismo infantil, como a síndrome do X-frágil, fenilcetonúria ou
esclerose tuberosa.

■ indícios bastante fortes de autismo por volta dos dezoito meses, raramente o diagnóstico é
conclusivo antes dos vinte e quatro meses, e a idade média mais frequente é superior aos trinta
meses.

■ Para melhor instrumentalizar e uniformizar o diagnóstico, foram criadas escalas, critérios e


questionários. O diagnóstico precoce é importante para poder iniciar a intervenção educacional
especializada o mais rapidamente possível.

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DIAGNÓSTICO
■ Pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade anteriormente à
manifestação dos sinto

■ O que chama a atenção dos pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e
sonolenta ou então que chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo.
Uma queixa frequente dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego

■ Estas crianças não procuram o contato ocular ou o mantêm por um período de tempo
muito curto. É comum o aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos
repetitivos com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos
longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os cabelos.
Problemas de alimentação são frequentes, podendo se manifestar pela recusa a se
alimentar ou gosto restrito a poucos alimentos. Problemas de sono também são
comuns.

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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5
■ Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo
que segue, atualmente ou por história prévia:

■ 1. Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para
estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para
iniciar ou responder a interações sociais.

■ 2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de
comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits
na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.

■ 3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em
ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras
imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares.

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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5
■ Especificar a gravidade atual:

■ A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação social e em padrões de comportamento restritos e repetitivos (ver Tabela 2).

■ B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes,
atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; vér o texto):

■ 1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereoti- pias motoras simples, alinhar brinquedos ou
girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).

■ 2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex.,
sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação,
necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente).

■ 3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos
incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos).

■ 4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a
dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou
movimento).
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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5
■ Especificar a gravidade atual:

■ A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação social e em padrões restritos ou


repetitivos de comportamento.

■ C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas


podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as
capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde
na vida).

■ D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social,


profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente.

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INDICADORES
■ Dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal.

■ Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem
verbal. dentro da grande variação possível na severidade do autismo

■ Sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer outra via - isto inclui
ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos

■ Ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível

■ Apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.

■ Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi
dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata ou tardia.

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INDICADORES
■ Dificuldade em relacionar-se com os outros,

■ Incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções

■ Dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.

■ Muitas vezes a criança com autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas
abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na
verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou
momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum
tipo de troca ou compartilhamento.

■ Pobre consciência da outra pessoa,

■ Falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré requisitos cruciais para o
aprendizado, 15
INDICADORES
■ Rigidez e inflexibilidade que se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança.

■ Comportamentos obsessivos e ritualísticos

■ Compreensão literal da linguagem

■ Falta de aceitação das mudanças

■ Dificuldades em processos criativos

■ Brincar desprovido de criatividade e exploração peculiar de objetos e brinquedos

■ Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo.

■ Em crianças que têm autismo e têm a inteligência mais desenvolvida, pode-se perceber a fixação em
determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou
animais pré-históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de inteligência superior.

■ As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar
bastante algumas destas crianças.
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INSTRUMENTOS
■ DSM-5 e CID10/11

■ CHAT (Checklist de Autismo em Bebês, desenvolvido por Baron-Cohen, Allen e Gillberg, 1992),

■ M-CHAT - Modified Checklist for Autism in Toddlers (Questionário Modificado para Verificação de Autismo
em Crianças Pequenas ou Escala M-CHAT para rastreamento precoce de autismo)

■ DevelopmentalBehavioralChecklist-Parent

■ Childhood Autism Rating Scale(CARS)

■ AutismScreeningQuestionnaire(ASQ) Questionário de Rastreio do Autismo

■ Inventário de Comportamento da Criança Autista/AutismBehaviorChecklist

■ AutismDiagnosticInterview,Revised(ADI-R):

■ Escala de Observação para o Diagnóstico de Autismo (AutismDiagnosticObservationScale-ADOS)


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COMORBIDADES

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INDICAÇÃO DE FILMES

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TRANSTORNO DO DÉFICT
DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE

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TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO
E HIPERATIVIDADE - TDHA

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ATENÇÃO É O QUE PODE ESTAR FALTANDO AO PACIENTE COM TDAH

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DEFINIÇÃO E HISTÓRICO

É um quadro caracterizado basicamente por distração,


inquietação e uma dificuldade com o controle inibitório
manifestada por impulsividade comportamental e cognitiva.

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TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE - TDAH
TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em
idade escolar.

TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância.

Estima-se que 5 a 8% da população em idade escolar pode ter TDAH.

Aproximadamente 2% dos adultos podem sofrer de TDAH.

Em 50% das crianças com TDAH, os sintomas persistem quando adultos.


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ETIOLOGIA

Fatores pré e perinatais


Neurotransmissores
Fatores Genéticos

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PRINCIPAIS SINTOMAS DO TDAH

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DESATENÇÃO

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DESATENÇÃO

Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por


descuido em atividade escolares e profissionais;

Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades


lúdicas;

Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;

Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares,


domésticas ou deveres profissionais; 29
DESATENÇÃO

Dificuldade em organizar tarefas e atividades;

Evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço


mental constante;

Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades;

Ser facilmente distraído por estímulo alheios à tarefa;

Apresentar esquecimento em atividades diárias. 30


HIPERATIVIDADE

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HIPERATIVIDADE

Agitar as mãos, os pés ou se mexer na cadeira;

Abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações


nas quais se espera que permaneça sentado;

Correr ou escalar em demasia em situações nas quais isto é


inapropriado;
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HIPERATIVIDADE

Dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em


atividades de lazer;

Estar freqüentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se


estivesse “a todo vapor”;

Falar com demasia.

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IMPULSIVIDADE

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IMPULSIVIDADE

Freqüentemente dar respostas precipitadas antes das


perguntas terem sido concluídas;

Apresentar constante dificuldade em esperar sua vez;

Freqüentemente interromper ou se meter em assuntos de


outros.

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TIPOS DE TDAH

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TIPOS DE TDAH

TDAH com predomínio de sintomas de desatenção


- elevada taxa de prejuízo acadêmico

TDAH com predomínio de sintomas de


hiperatividade/impulsividade - altas taxas de
rejeição e de impopularidade frente aos colegas

TDAH combinado - elevada taxa de


prejuízo acadêmico - maior presença de sintomas de
conduta, de oposição e desafio
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DIAGNÓSTICO DO TDAH

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CRITÉRIOS DSM V
■ Apresentar deis ou mais dos seguintes sintomas em qualquer das categorias de
desatenção e hiperatividade. Estar presente por pelo menos 6 meses em um grau
mal adaptativo e incompatível com o nível de desenvolvimento.
DESATENÇÃO (6 ou +) HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE (6 ou +)

Não dá atenção aos detalhes e comete erros por desatenção


Mexe com as mãos e pés ou se contorce na cadeira

Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades recreativas Levanta-se na sala de aula ou em outras situações nas quais permanecer
sentado é esperado

Não parece escutar quando alguém lhe fala diretamente Corre ou escala excessivamente em situações nas quais é inadequado

Não segue instruções e deixa de terminar as tarefas Tem dificuldade para brincar ou se envolver em atividade de lazer
silenciosamente

Dificuldade de organizar tarefas e atividades Está “ em movimento” ou age como se “movido por um motor”

Evita, não gosta ou reluta em realizar tarefas que requeiram esforço mental Fala excessivamente
contínuo

Perde coisas necessárias para as tarefas ou atividades Deixa escapar as respostas antes das perguntas serem completadas

É facilmente distraído por estímulos alheios Tem dificuldade para esperar a sua vez
É desleixado nas atividades diárias Interrompe ou se intromete nas coisa dos outros
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DIAGNÓSTICO DO
TDAH

Pelo menos 6 dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade


devem estar presentes;

É importante considerar a duração dos sintomas e a freqüência


e intensidade dos mesmos;

Considerar o grau de prejuízo dos sintomas;

A avaliação diagnóstica deve envolver os pais, a criança e escola


(professores). 40
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO TDAH

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PRINCIPAIS
CONSEQUÊNCIAS DO
TDAH
Baixo desempenho escolar/profissional;

Dificuldade de relacionamento;

Baixa auto-estima;

Interferência no desenvolvimento educacional e social;

Predisposição a outros distúrbios psiquiátricos 42


TDAH E COMORBIDADES

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TDAH E COMORBIDADES

TDAH e Transtornos Disruptivos (transtorno de conduta e


transtorno opositor desafiante) entre 30 e 50%

TDAH e Depressão entre 15 e 20%

TDAH e transtornos de Ansiedade aproximadamente 25%

TDAH e abuso e/ou dependência de drogas entre 9 e 40%

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TRATAMENTO

Diagnóstico é eminentemente clínico

Avaliações e testagem das áreas comprometidas

Planejamento do tratamento

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TRATAMENTO
■ Medicamentos:
• Estimulantes
• Antidepressivos
• Anti-hipertensivos
• Estabilizadores do humor
• Antipsicóticos
■ Terapias:
• Psicoterapia
• Abordagem psicopedagógica
• Fonoaudiológica
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EVOLUÇÃO
&
PROGNÓSTICO

⚫ Acreditava-se que o TDAH melhorava no final da


adolescência

⚫ 30% a 70% apresentarão TDAH na idade adulta

⚫ Maior índice de reprovação escolar


⚫ Prognóstico pior quando associado ao TDO ou TC

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EVOLUÇÃO
&
PROGNÓSTICO
■ Adultos com passado de TDAH um > índice
✓ Impulsividade
✓ Alcoolismo e/ou uso de drogas
✓ Problemas com a justiça
✓ Transtorno de personalidade/ personalidade anti-social
✓ Transtorno do humor
✓ Transtorno de ansiedade
✓ Esquizofrenia

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REFERÊNCIAS

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