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PSICOPATOLOGIA I
Epidemiologia
• Ocorre mais no sexo masculino
• 1 em cada 145 crianças tem perturbação do espetro do autismo
• Inicio antes dos 36 meses de idade
• Primeiros sintomas – entre as primeiras três horas e o
primeiro mês
• Quanto mais cedo for feito o diagnóstico melhor
Diagnóstico do autismo
Fatores genéticos
Estudos de imagem
Anormalidades
• Cerebelo
• Lobos temporais
• Complexo hipocampal
• Giro cingulado anterior (redução da atividade metabólica)
• Assimetrias cerebrais
• Aumento ventricular
• Elevação dos níveis de serotonina nas plaquetas
Características essenciais
Desenvolvimento anormal ou deficitário da interação social
e da comunicação
Sinais precoces
• Atraso de linguagem
• Ausência de contacto visual
• Má orientação para a voz (não seguem a de quem fala)
• Não respondem ao chamamento (parece que são surdos)
• Sem vinculação afetiva
• Movimento ocular constante
• Ausência de jogo simbólico
• Ausência de imitação
DSM - 5
Preencher os critérios
A- Défices persistentes na défice na reciprocidade social-emocional; pode
comunicação e interação social em ir pelas falhas da comunicação e partilha de
vários contextos, não devido ao interesses/afetos até à falta de iniciação de
atraso de desenvolvimento conversa;
Défice na comunicação não verbal da interação
social; pobre integração da comunicação
(não)verbal, pela anomalia no contacto ocular
e linguagem corporal, ou défices em perceber ou
usar comunicação não verbal, até total ausência
de expressão facial ou gestos;
Défice em desenvolver ou manter relações,
apropriadas ao nível de desenvolvimento (além
de com cuidadores); desde dificuldades em
ajustar o comportamento em diferentes contextos
sociais até dificuldades em partilhar jogo
simbólico e em fazer amigos (pode não ter
interesse em pessoas)
B- Padrão restrito e repetitivo de Uso estereotipado e repetitivo da linguagem, de
interesses, comportamentos ou movimentos motores ou uso de objetos (Ecolalia,
atividades, como manifestado em linguagem indiossincrática);
pelo menos dois Adesão excessiva a rotinas ou padrões de
comportamento verbal e não verbal ou excessiva
resistência à mudança – rituais motores,
insistência na mesma comida, questões repetitivas,
angústia extrema a pequenas alterações)
Padrões estereotipados e restritos de interesse,
anormais em intensidade ou foco (EX: ligação ou
preocupação com objetos aleatórios como pedras)
Hiper o hipo- reatividade sensorial ou interesse
invulgar a aspetos sensoriais do ambiente (Tal
como aparente à indiferença à dor, calor/frio,
reposta adversa a sons/texturas, excessivo tocar
ou cheirar objetos, fascínio por luzes ou objetos
que rodam
C- Sintomas devem estar presentes na primeira infância (mas podem não se manifestar até
que do ponto de vista social o exija)
D- Sintomas limitam e provocam défice no funcionamento diário
Sinais de alarme
• Não usar o “eu”
• Sem o apontar proto declarativo (para falar/indicar alguma
coisa)
• Recusa de contacto ocular
Quadro clínico
Primeiro ano de vida – alterações precoces
• Bebé sossegado
• Padrões alterados de sono e alimentação
• Choro excessivo
• Ausência de ligação/indiferença à mãe
• Ausência de atitude antecipatória
• Ausência de 2 primeiros marcadores de Spitz (sorriso,
angústia ao estranho, o não)
Distúrbios de linguagem
• Totalmente ausente
• Emite apenas ruídos bizarros (grito agudo, ranges dos
dentes)
• Neolinguagem, ecolalia (Repete o que o outro diz), palalia
(repete o que o próprio diz), cantarolar
• Superinvestimento da linguagem
• Linguagem sem função de comunicação
• Indiferença à linguagem do outro
Comportamentos
Interesse apenas por uma parte do corpo adulto
• Usa o corpo adulto como instrumento
• Gesto de apontar aparece normalmente mais tarde, pegam no
braço do adulto para indicar o que precisam, como se fosse
um objeto
• Utiliza objetos de forma parcial, bizarra e não simbólica –
objeto autístico
• Sinal do cubo incandescente – tocar e tirar logo a mão como
se estivesse quente
Distúrbios do sono
Insónia calma – bebé acordado sem reclamar a presença do adulto
Insónia agitada – bebé grita, reclama sem poder ser acalmado
durante horas ou várias noites
Comportamentos motores
• Movimentos repetitivos e ritmados (mãos, cabeça, cara)
• Objeto indefinidamente manipulado da mesma maneira
• Balanceamento do corpo
• Cheira objetos e pessoas de que se aproxima
• Andar em bicos de pés
Comportamento estereotipado
• Brincadeiras rígidas e repetitivas
• Risos e movimentos não apropriados
• Gira objetos de maneira bizarra e particular
• Pode ser destrutivo e agressivo
• Apego não apropriado a objetos (pedras, garrafas) que tenta
proteger de maneira bizarra
Funcionamento intelectual
75% tem atraso mental
Cerca de 1/5 dos autista possui inteligência não-verbal
normal
Capacidades cognitivas e oculo-motoras incomuns ou precoces
(memórias de hábito ou capacidades de cálculo prodigiosas,
hiperlexia e boa leitura, memorização e recitação).
Diagnóstico diferencial
• Surdez
• Atraso mental com/sem aspetos autísticos
• Privação psicossocial
• Síndrome do X frágil vem causar défice intelectual
• Perturbações no Desenvolvimento ou aquisição de linguagem
• Esquizofrenia infantil
• Perturbação obsessivo-compulsiva
Privação precoce intensa
Privação de nutrição, cuidados físicos, estimulação
cognitiva e linguística e interação social no primeiro e segundo
ano de vida
Melhoram rapidamente quando colocadas em ambiente
psicossocial favorável e enriquecido
Às vezes evoluem com características autistas
Surdez
Crianças surdas respondem apenas a sons altos; crianças
autistas podem ignorar os sons altos
Crianças surdas são sociáveis e têm vontade desse comunicar
por gestos
Doenças associadas
Alterações sensoriais – mais ou menos sensíveis a estímulos
Atraso mental – 75%; QI deve ser definido por testes não verbais
devido aos problemas de comunicação e linguagem
Convulsões – há em 33% com atraso mental e começam na infância
Surtos agressivos e expressões de raiva intensas
Síndrome do X frágil – anomalia no cromossoma X que leva ao atraso
intelectual
Enurese – emissão involuntária de urina
Curso da doença
2/3 dos adultos autistas
Gravemente incapacitados e vivem dependentes ou semi-
dependentes de familiares/instituições
1/2%
Condição normal/independente
5/20%
Condição normal limitada
4/32%
Convulsões de grande mal no final da infância ou adolescência
Prognóstico
QI- maior de 70 e que comunicam através de linguagem aos 5/7 têm
bom progresso
• Integridade familiar
• Diagnóstico precoce
• Ausência de uma doença degenerativa ou sensorial
Tratamento
Objetivos
• Aumento da comunicação útil
• Aumento da socialização
• Redução de comportamentos inapropriados
• Psicofarmacologia
• Programas comportamentais estruturados
• Treino de aptidões sociais
• Promoção de competências como o contacto ocular, contacto
corporal, perceção, coordenação motora, socialização e
regras
• Modelo Teacch
• Treino de aptidões sociais e atividades de vida diária
Crianças
Terapia da fala, terapia ocupacional, psicomotricidade,
ensino especial e suporte familiar
Adolescentes
Grupos de competências sociais, terapia ocupacional
PHDA
Epidemiologia
Cerca de 5% das crianças em idade escolar têm PHDA, ocorrendo
maioritariamente no sexo masculino. Na adolescência os dados são
imprecisos.
Estudos sugerem que a PHDA na infância persiste em 60/70%
dos casos.
Etiologia
Fatores pré e prinatais
• Má nutrição, infeção viral ou abuso de substâncias
• Uso de tabaco e álcool durante a gravidez
• Prematuridade
• Baixo peso ao nascer
• Infeções no SNC
Fatores socioeconómicos
• Stress familiar
• Disfunção familiar
• Classes socioculturais menos favorecidas
Fatores genéticos
• 20/30% dos pais tinham comportamentos hiperativos na
infância
• História familiar (gémeos monozigóticos, adoção, etc)
• Risco superior 3 a 5 vezes se um dos progenitores tiver sido
afetado
Disfunção do SNC
• Disfunção no cortéx pré-frontal e suas conexões com a rede
subcortical e com o cortéx parietal
• Anomalias nas vias dopaminérgicas e noradrenérgicas
Neurotransmissores VS funções executivas
Flexibilidade – mudança de uma estratégias para outra
Organização – antecipação de necessidades e problemas
Planeamento – alcance de objetivos
Memória de trabalho – receção, armazenamento, recuperação da
informação
Separação entre afeto e cognição
Impulsividade
Critérios de diagnóstico
6 ou mais sintomas de falta de atenção
a) Não presta atenção aos detalhes ou comete erros por descuido
b) Dificuldades em manter a atenção
c) Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra
d) Não segue instruções e não termina os trabalhos escolares,
tarefas rotineiras ou de trabalho (sem ser por
comportamentos de oposição ou incompreensão)
e) Apresenta dificuldades em organizar tarefas e atividades
f) Evita, sente repugnância ou está resultante em envolver-se
em tarefas que exijam esforço mental constante (tais como
trabalhos escolares e de índole administrativa)
g) Perde coisas necessárias para as tarefas ou atividades
h) Distrai-se facilmente com estímulos extremos irrelevantes
i) Esquece as atividades diárias
E/ou 6 ou mais sintomas de hiperatividade/impulsividade
Hiperatividade
a) Movimenta excessivamente as mãos e os pés, move-se quando
está sentado
b) Levanta-se na sala de aula ou em outras situações em que
se esperava estar sentado
c) Corre ou salta excessivamente em situações inapropriadas
(com adolescentes e adultos pode limitar-se a uma sensação
subjetiva de impaciência)
d) Tem dificuldade em jogar ou dedicar-se tranquilamente a
atividades de ócio
e) Está a “mil por hora” ou age como se fosse movido por um
motor
f) Fala em excesso
Impulsividade
Quadro clínico
Comportamentos presentes em vários contextos como na casa e
na escola, o que pode perturbar o desempenho pessoal (social e
académico).
Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso da
esquizofrenia ou outra perturbação psicótica e não são melhor
explicados por outra perturbação mental (perturbações de humor,
ansiedade dissociativa, personalidade ou uso de substâncias)
PHDA = défice de atenção + hiperatividade + impulsividade (a
tríade necessária para o diagnóstico)
Subtipos
Combinado – mais comum 50/60%
Taxa elevada de insucesso escolar
Referenciados mais precocemente pela alterações comportamentais
Maior nível de comportamentos agressivos, instabilidade emocional
e alterações no controlo do comportamento
Associação elevada com perturbações de externalização
Desatento – 30/40
• Como não perturbam as aulas não são logo notados
• Mais comum nas raparigas
• Difere dos outros subtipos por haver uma falta de energia
• Prevalência reduzida das perturbações de oposição e
comportamento com procura de risco
• Mais associação com perturbações de internalização
(ansiedade, depressão)
• Piores resultados em dimensões cognitivas de processamento,
performance e fluência
• Insucesso escolar
Hiperativo – 10%
• Associação elevada com comportamentos antissociais
• Rejeição dos pares
• Diminui com o desenvolvimento +a medida que a criança ganha
mais autocontrolo, mas défices de atenção são mais
persistentes
• 37% com o combinado e 50% com o desatento preenchem critérios
para um subtipo diferente pelo menos 2 vezes entre os 2 a 8
anos após o diagnóstico. Há uma evolução clínica com o
desenvolvimento da criança
Prognóstico
• Risco de abuso de substâncias
• Mais acidentes de viação
• Mais divórcios
• Menor recurso profissional
Diagnóstico diferencial
Muitas das patologias que fazem diagnóstico diferencial com
a PHDA existem como comorbilidade, o que complica ainda mais o
diagnóstico
Défices sensoriais
Criança com défice auditivo ou visual pode estar desatenta
na aula
Perturbação de oposição
Provocação e desafio aos pais enquanto a PHDA é mais por se
esquecerem das regras (EX: não fazer os TPCs com medo de falhar)
Perturbação de conduta
Maior agressividade, violação dos direitos alheios têm uma
qualidade mais calculista e premeditada do que na PHDA
Perturbação de Humor
Depressão, doença bipolar
Perturbações de ansiedade
Reação a ambiente familiar patológico e disfuncional
Crianças com outras perturbações (atraso mental,
esquizofrenia e mania) que possam apresentar impulsividade,
hiperatividade e défice de atenção, podem exibir hiperatividade
caótica, como se estivessem a ser movidos por um motor, típico da
PHDA
Ao longo da vida
A sintomatologia varia ao longo da vida
Pré-escola
Perturbação do comportamento
Idade escolar
• Perturbação do comportamento
• Problemas académicos
• Dificuldades de interação social
• Prejuízo da autoestima
Adolescência
• Problemas académicos
• Dificuldades de interação social
• Abuso de substâncias, problemas legais
• Prejuízo na autoestima
Adulto
• Fracasso profissional
• Problemas de relacionamento
• Acidentes
• Abuso de substâncias
Tratamento
Devemos saber como ocorre nos diferentes contextos (escola,
família, brincadeiras).
Quarto da criança simples, em ordem e organizado com caixa
facilmente acessíveis.
Roupa simples de usar (ténis sem atacadores, blusas sem
botões)
Tratamento multimodal – psicoeducação, centrado na
família/escola/doente
Equipa multidisciplinar
• Psiquiatra
• Professor
• Psicólogo
• Terapeuta ocupacional
• Assistente social
• Psicomotricista
• Etc
Orientações na escola
Turmas pequenas e estruturadas a evitar o excesso de
estímulos. O professor deve ter uma atenção especial a este aluno
e avaliar a sua necessidade de ensino especial, o aluno deve ficar
mais próximo a ele.
• Tarefas com mais estimulação através da forma, cor, textura
e que têm respostas ativas
• Rotina organizada e previsível
• Dar lembretes
• No final, informar do conteúdo da próxima aula e materiais
necessários
Orientações aos pais
• Técnicas de manejo comportamental com reforço positivo e
determinação de limites, sem criticar excessivamente
• Técnicas para reduzir a estimulação, o que ajuda na distração
• Evitar brinquedos barulhentos ou complexos e os que possam
estimular a impulsividade e agressão
• Preferível brincar com 1 amigo do que grupos
• Estar perto da criança quando está a fazer os TPC
• Ensinar o valor da realização de tarefas em pequenos
incrementos graduais
• Providenciar atividades extra-escolares não competitivas
Tratamento farmacológico
A medicação deve iniciar numa dose baixa que vai sendo
adaptada. Não se dá medicação abaixo dos 5 anos.
Os estimulantes devem ser iniciados a seguir à refeição para
reduzir a probabilidade de suprimir o apetite.
A necessidade de medicação ao fim de semana deve ser
determinada caso a caso
Monitorizar regularmente o peso, altura e apetite.
Avaliar feedback dos professores
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA
Introdução
Até aos anos 60 predominavam duas correntes.
Depressão e mania são entidades A criança é demasiado imatura para
reconhecíveis na infância, mas fazem desenvolver depressão ou mania
parte do desenvolvimento normal
Doença depressiva
Depressão major (mais grave)
• Humor depressivo e/ou anedonia (deixar de sentir prazer nas
coisas que gosta)
• Pelo menos 5 de 9 sintomas – mais ou menos peso, insónias,
agitação ou lentificação psicomotora, pobre concentração,
sentimentos de menos valia, pensamentos recorrentes de morte
Perturbação Distémica (mais prolongada)
• Humor depressivo/irritável durante pelo menos 1 ano
• Pelo menos 2 de 5 sintomas – menos apetite, insónias, baixa
autoestima, astenia (sensação de falta de vitalidade),
dificuldades d concentração, sentimentos de desesperança
Perturbações depressivas
Caracterizam-se por sentimentos de
desvalorização/culpabilidade persistentes e que interferem com a
vida da criança.
A noção de depressão é clínica
Depressão infantil
Sentimentos depressivos
Pelos 6 anos a criança verbaliza os seus sentimentos como o
adulto (estar triste, sozinho) mas não significa que não os
tivesse antes, só não sabia como dizer.
Aos 10 anos, 1 em 10 crianças é referida pelos pais como
infeliz, chorosa e triste
Aos 14 anos, 1 em 5 crianças fala de si próprio como vazio
ou deprimido
Cognições depressivas
Crenças negativas acerca do próprio, do futuro e do mundo
Pelos 7 a 8 anos sentem que não têm valor
Pelos 10-12 anos acham que o futuro não vale a pena
Pelos 14-16 anos acham que o seu mundo é miserável
Comportamento depressivo
Não verbal – choro, expressão facial triste
Verbal
• Expressão de sentimentos de desespero, baixo autoestima
• Visão negativa do futuro
• Fica quieta, não quer brincar
• Irritável, baixa tolerância à frustração
• Ameaças e comportamento autodestrutivo
Quadro Clinico
Infância
• Baixa autoestima
• Sentimento de ser mal-amada
• Sentimento de inferioridade e inutilidade
• Perturbações do comportamento
• Agressividade
• Agitação
• Irritabilidade
3 sintomas mais importantes são a irritabilidade, queixas
somáticas e deixar de brincar
Adolescência
• Alteração de sono e alimentação
• Humor depressivo
• Falta de interesse nas atividades habituais
• Modificação no desempenho escolar – dificuldade na
concentração e memorização, desinteresse escolar (diminuição
da socialização, queixas somáticas, sensibilidade às
separações)
Depressão infantil
Pré-púberes podem não apresentar sintomas típicos de doença
depressiva.
• Acha que não vale tanto como os outros
• Acha que é menos amado do que os irmãos
• Deseja morrer
• Parecem sempre tristes e infelizes
• Falta de energia e vitalidade
• Anedonia (sem interesse nas atividades normais)
Goodyer et al
Grande frequência de comorbilidade.
Mais de 09% das crianças de 8 a 16 anos com quadro depressivo
apresentavam pelo menos outra patologia como perturbação da
ansiedade ou do comportamento.
Meltzer et al
Prevalência
Para o pré-escolar não há estudos por não haver consensos
nos critérios de diagnóstico.
Até à pré-adolescência 10% mostram humor depressivo
Adolescência
1 a 3% com depressão major
Na infância, a taxa de quadros depressivos é igual nos 2
sexos
Fatores de vulnerabilidade
Genéticos – a carga familiar de crianças pré-púberes é maior do
que no adulto
Biológicas – aumento matinal do cortisol
Adversidades crónicas da vida – negligência, falta de afeto,
rejeição, desvalorizado
Fatores precipitantes ( que podem causar a doença )
Life events – até 12 meses do início da doença
Crónicos – maus-tratos, abuso sexual, conflitos familiares
Agudos – luto, outras situações de perda
É importante estabelecer a natureza e extensão dos sintomas
depressivos e excluir a psicose, anorexia nervosa, luto, doença
física ou bipolar.
Mania
Crianças com início da doença antes dos 9 anos
• Curso crónico
• Tipo misto (depressão e mania)
• Mais psicopatologia associada
• Irritabilidade severa (comportamento agressivo e explosivo)
Fatores preditivos
• Antecedentes familiares de bipolaridade (importância
genética)
• Idade precoce de perturbação afetiva (antes da puberdade)
• Mania ou hipomania induzida por antidepressivos
• Eficácia do teste terapêutico com estabilizadores de humor
• Pesquisar antecedentes familiares e pessoais de episódios
maníacos
Quanto mais precoce o quadro depressivo maior é a chance de
doença bipolar
Diagnóstico
Chave para o diagnóstico
• Identificar estados de humor
• História familiar detalhada
• Curso longitudinal
• Curso de outros sintomas (alterações de comportamentos)
• Excluir problemas médicos
• Excluir estados de humor induzidos pela medicação
Depressão infantil
2/3 melhoram, mas são mais propensos a episódios futuros
O prognóstico depende da gravidade dos sintomas originais e
da presença de perturbação de oposição e desafio
Quadros moderados a severos na adolescência aumentam o risco
de suicídio e dificuldades interpessoais na vida adulta
Tratamento
• Intervenção psicoterapêutica (multimodal)
• Psicoeducação (doença, sono, alimentação)
• Intervenção psicofarmacológica
• Abordagem familiar (psicopatologia/perturbação de humor dos
pais, fratria)
• Abordagem escolar, judicial
Articulação com a escola
Intervenções ao nível escolar que facilitem a integração no
grupo e o investimento em atividades lúdicas/desportivas
Articulação com redes de apoio social e projetos de
intervenção socioculturais locais
Individualizar o plano terapêutico
Ter em conta
• Comorbilidade
• Recursos e fraquezas do doente, da família, da escola e da
comunidade
DSM-5
Humor irritável
Perde o controlo
É sensível ou facilmente incomodado
Sente raiva e ressentimento com frequência
Comportamento desafiante
Discute frequentemente com figuras de autoridade
Desafia ou recusa cumprir pedidos e regras
Incomoda outras pessoas
Culpa outros pelos seus erros e mau comportamento
Comportamento vingativo
Foi rancoroso ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos
6 meses
A perturbação está associada a sofrimento para o individuo
ou para outros no seu contexto social imediato (ex: família,
colegas) ou causa impactos negativos no funcionamento social,
educacional, profissional ou outras áreas importantes da vidado
individuo
O comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso
de um transtorno psicótico, por uso de substâncias, depressivo ou
bipolar. Além disso, os critérios para transtorno disruptivo da
regulação de humor não são preenchidos.
CID-10 – Perturbação da Conduta
• Confinada no contexto familiar
• Não-socializado
• Perturbação desafiante de oposição
• Outra perturbação de conduta
• Perturbação da conduta, inespecífica
CID-11 – Perturbação desafiante de oposição
• Com irritabilidade – raiva crónica
• Sem irritabilidade – raiva crónica
• Com irritabilidade – raiva crónica inespecífica
Perturbação de oposição
A perturbação causa um défice clinicamente significativo no
funcionamento social, escolar ou laboral. Estas crianças tendem a
mostrar a sua agressividade por meios encobertos (na de conduta é
direto).
As manifestações de desafio de autoridade e sentimentos de
agressão são geralmente manifestadas de forma passiva. São
crianças e jovens que “não ouvem” ou “esquecem” constantemente.
As dificuldades de aprendizagem são frequentes pois também
na escola o comportamento é de oposição.
• Não fazem os TPC
• Recusam fazer testes
• Esquecem material escolar
Os sintomas são exageros de problemas comuns a todos os mais,
como manter o quarto limpo, tomar banho, não responder aos pais.
Os pais intercalam castigos adequados com ameaças vazias e
castigos não cumpridos.
Quadro clínico depende na interação da família com os outros
Pais sentem a criança como “má” ou “difícil”. Acabam por
perder o controlo nas respostas às provocações persistentes da
criança, pelo que recompensam com carinho após a explosão de raiva
Provoca continuamente pais, amigos e professores > Leva
respostas punitivas e zangas > discute com as pessoas > volta ao
início
A falta de autoestima é exagerada pela crença da criança de
que foi injustamente castigada e de que o seu comportamento é a
resposta adequada ao tratamento injusto que recebe.
Perturbação de Oposição é considerada uma coisa separada,
mas um prolongamento de severidade e que que frequentemente
progride para uma perturbação do comportamento.
• Mais precocidade na instalação do quadro
• Alterações de comportamento menos sérias
• Responde melhor ao tratamento
É comum a depressão estar e conjunto com a perturbação do
comportamento ou perturbação de oposição
2/3 das consultas de pedopsiquiatria
Os comportamentos de oposição conseguem atenção, tempo,
preocupação e interação constante com os pais ou outras figuras
de autoridade, o que reforça positivamente o comportamento e faz
com que se repita
Tratamento
Abordagem familiar – mudar o comportamento de oposição ao
instaurar mais reforço positivo e menos negativo
Psicoterapia individual – abordagem da fase de
desenvolvimento/separação/dependência
Tratar doenças simultâneas – depressão, PHDA, perturbação do
comportamento
Perturbação do comportamento
Duração do comportamento tem pelo menos 6 meses
OS direitos básicos de outros e/ou as principais normas da
sociedade são violadas.
A perturbação do comportamento causa um défice significativo
no funcionamento social, escolar ou laboral
Múltiplos sinais e sintomas neuropsiquiátricos cuja via
final comum é um comportamento antissocial de alguma espécie
Os comportamentos afetam mais os outros que a criança que
sofre da perturbação
• Foge de casa
• Rouba
• Destrói propriedade privada
• Forçou relações sexuais
• Crueldade com animais e pessoas, lutas corporais
DSM-5 – Perturbação da conduta
• Fisicamente cruel para animais e pessoas
• Insulta ou intimida
• Rouba com confronto
• Força a relações sexuais
• Usa arma
• Inicia lutas
• Provoca incêndio
• Destrói propriedade
• Arrombou propriedades
• Furtou objetos de valor sem confronto
• Mente para seu benefício
• Fica fora de casa à noite apesar da proibição
• Falta às aulas
A perturbação causa prejuízos no funcionamento social,
académico ou profissional. Se tiver mais de 18 anos os critérios
para a personalidade antissocial entram em vigor
Perturbação da conduta
Figuras de autoridade vistas como intrusas e injustamente
punitivas. Os adultos são incapazes de fornecer ajuda.
Em vez de se sentirem responsáveis pelos seus atos culpam as
circunstâncias e outras pessoas
Os estudos da perturbação de conduta são feitos com
presidiários, o que provoca enviesamentos.
Causas/Antecedentes
• Depressão, ideação suicida
• Abuso de substâncias e automedicação
• PHDA
• Dificuldades na aprendizagem
• Abuso físico ou sexual
Conhecer a família pode ser uma ajuda a conhecer os
antecedentes
Nível intelectual
Limitado – fraco julgamento, raciocínio comprometido,
dificuldades de aprendizagem, a escola é um lugar de derrota e
humilhação
Normal/superior – maior persistência das alterações do
comportamento
Teorias genéticas
Estrutura do locus do gene recetor de dopamina
Fatores parentais
Psicopatologia, conflitos, negligência/maus-tratos, famílias
numerosas
Teorias sociológicas
A criança percebe o meio social como agressivo, é rejeitada pelos
pares e está num baixo nível socioeconómico
Teorias bioquímicas
Altos níveis de testosterona
Tipos de alterações comportamentais
• Encoberto – mentir, furtos, vandalismo
• Exposto – confronto, luta
• Misto (pior prognóstico)
Pior prognóstico
• Padrão de alterações de comportamento de risco
• Frequência alta
• Idade de início precoce
• Os atos criminosos correm em várias situações
Fugas
Uma das representações mais concretas da rutura do
adolescente com o seu contexto familiar ou institucional.
Não constitui um crime, mas representa uma conduta social do
adolescente
Não indica psicopatologia. Caracterizam-se pela passagem do
campo familiar/institucional para o campo social
Partida impulsiva e geralmente solitária sem objetivo
preciso, acontece mais à noite
Fuga reação – ocorre nos emocionalmente imaturos, solitários e
que vivem num meio tóxico
• Fuga de uma intenção interna
• Afirmar o distanciamento das suas relações objetais de
infância
• Dúvida e incerteza quanto à própria identidade, o que leva
o adolescente a partir em busca de uma nova identificação
Fugas de etiologia orgânica
Epilepsia, convulsão
Fugas em adolescentes com atraso intelectual
Atraso, deterioração
Fugas em adolescentes com psicoses
Agudas ou crónicas, pode haver “vozes” que os incentivam a
fugir
Furtos
Mais comum na adolescência
Predominantes
Furto de veículos e grandes superfícies comerciais
Furto de veículo motorizado
• 25% dos crimes
• 33% carro e 67% só 2 rodas
• Rapazes em grupo
• Uso curto com abandono próximo do local do roubo
• Férias e fins de semana
Contexto impulsivo em resposta a uma necessidade imediata e
a uma ocasião presente
Adolescente de um meio desfavorecido
Furtos de grandes superfícies
• 2º mais frequente
• Individual, sexo feminino
• Discos, roupas, guloseimas
• Objetos não devolvidos por serem consumidos em grupo,
oferecidos, acumulados ou colecionados
Abordagem individual
Treino de resolução de problemas e aptidões sociais
Abordagem familiar
Estrutura familiar disfuncional e com padrões de interação
tóxicos
Envolvimento da comunidade
Tribunal e escola
Abordagem multidisciplinar
Usar todas as metodologias ao mesmo tempo
SUICIDIO E COMPORTAMENTOS
AUTOLESIVOS
Suicídio
Não é acidental.
Dor psicológica – intolerável, interminável, insuportável
Perda de autoestima – pressupõe incapacidade para aguentar a dor
Constrição da mente – sensação de ausência de horizontes e falta
de tarefas/objetivos
Isolamento – sensação de vazio e desamparo
Desesperança – nada vale a pena, pessimismo
Fuga – fim à dor
Plano nacional de prevenção do Suicídio
Ideação suicida – “pensamentos sobre acabar com a própria vida,
que podem vir de comportamentos autolesivos e atos suicidas”. São
planos de o fazer sem cometer mesmo
Comportamentos autolesivos – sem intenção suicida, mas que
provocam sofrimento (EXEMPLO – cortar-se, passar fome, ingerir
drogas ou substâncias tóxicas)
Atos suicidas
Tentativa de suicídio – mais frequente em mulheres por terem
métodos menos letais. Há intenção e tentativa, mas não se consegue
fazer
Suicídio consumado – comum em homens por terem métodos mais
violentos. É levado até ao fim e pode ter natureza psicopatológica
(EX: ouvir vozes)
Avaliação do risco suicidário
Devem ser alvo de avaliação de risco suicidário os que:
• Se tentaram suicidar ou o expressam
• Os que têm uma doença física grave ou esteja associada a
perda de funções/dor
• Os que têm diagnóstico de doença psiquiátrica em curso
Atitude não critica nem moralista, devemos ser compreensivos
e securizantes.
Devemos interrogar o paciente diretamente, sem desprezar ou
desvalorizar as queixas apesar da gravidade do objetivo
Valorização do sofrimento do paciente, sem juízos de valor
ou preconceitos.
1º Passo – Questionar se teve pensamentos e planos (ideação
suicida)
2º passo – avaliar os fatores de risco (sexo masculino,
tentativas, abuso, anedonia, insónia, ataques de pânico e raiva,
histórico familiar)
3º passo – Referenciar para os cuidados de saúde mental
OMS recomenda
• Não destacar noticias sobre suicídio
• Não haver blocos de informação nos media
• Cuidado na linguagem para não normalizar o suicídio
• Não descrever, mostrar o local, fotos ou vídeos do local e
método de suicídio
Suicídio na criança
É raro, mas a maioria passa por acidente. É mais frequente
nos rapazes.
A criança usa meios mais violentos como enforcar, afogar ou
jogar para cima de um carro.
Funções das condutas suicidas
Fuga – de uma situação considerada insuportável
Apelo – pedido de ajuda
Desejo de se juntar a alguém que já morreu
Necessidade de autopunição – acha que alguém morreu por sua culpa
Suicídio na Adolescência
Já sabe que a morte é irreversível
Íntima relação com as características do adolescente
• Impulsividade
• Ataque ao próprio corpo
• Temática depressiva
• Necessidade de conhecimento de si mesmo com desafio da morte
Funções das condutas suicidas
Apelo – pedido de ajuda
Desafio – contesta a autoridade parental
Fuga – de uma situação desagradável
Renascimento – morrer pra nascer de novo
Nunca desvalorizar tentativas
Fatores de risco – sexo masculino, tentativas, depressão,
isolamento social, má relação com o núcleo familiar
Abordagem ao adolescente
• Relação com os pais e pares
• Imagem que tem de si próprio
• Antecedentes de consumo de álcool e drogas
• Como é a comunicação na família
• Capacidade da família de se ajustar às mudanças
Suicídio no idoso
Mais letal e consumado. Geralmente recorrem na semana
anterior aos cuidados de saúde primários.
Os acontecimentos marcantes no envelhecimento são comuns
(perda de autonomia, reforma, perda de família, viuvez,
isolamento)
Suicídio
Enforcamento- H, armas de fogo - H, medicamentos - M, afogamento
-M em PT, envenenamento, salto, atropelamento.
Falar em suicídio é um sinal de alerta, assim como tentativas
passadas. Ao conversar sobre o assunto, o paciente pode sentir-se
aliviado. É importante reconhecer a dor para podermos ajudar.
Suicídio – pontos-chave
Questionar se existem pensamentos ou planos suicidas
Caso exista, deve avaliar se o paciente tem uma família capaz
de o monitorizar
As precauções devem ser escritas nas prescrições médicas
Armas de fogo em casa devem ser retiradas
Características do ato suicida
Intensidade e frequência da ideação suicida
Planeamento
Probabilidade de receber ajuda
Comunicações prévias
Letalidade do método
Grau de perceção do método
Existência de comportamentos autolesivos
Acesso aos meios de risco
Avaliar a motivação para se suicidar
Comportamentos autolesivos
São um problema de saúde pública a nível mundial. Constituem
um dos motivos de consulta do serviço de pedopsiquiatria.
Grande inconsistência quanto à definição de conceitos
associados a CAL
• Tentativa desesperada de alterar uma situação insustentável
• Relacionado com o triplo sucesso nas vertentes individual,
familiar e social
• Intencionalidade diversa face à morte
CAL é autodirigido e repetitivo que provoca lesão física
Destruição deliberada de tecido corporal sem intenção
suicida consciente.
Plano nacional de prevenção de suicídio
Comportamento sem intencionalidade suicida, mas envolvendo
atos autolesivos.
• Cortar-se ou saltar de sítios altos
• Ingerir fármacos em doses superiores
• Ingerir psicoativos com propósito autoagressivo
• Ingerir coisas que não deve (lixivia)
Comportamentos autolesivos são uma estratégia de coping que
permite lidar com emoções intensas e aflitivas. Criam uma sensação
de paz temporária.
Alguns adolescentes dizem que os “despertam” de dissociar.
Estes comportamentos funcionam com uma validação dos seus
sentimentos ao criar uma “dor real” que se gere mais facilmente
do que a emocional. Torna-se uma resposta automática a
acontecimentos stressantes comuns, o que promove a sua frequência
e gravidade
Categorias dos CAL
Automutilação severa
Lesão corporal extensa observada em estados psicóticos ou
consumo de droga (ex: castração de uma parte do corpo)
Automutilação estereotipada
Repetitiva e em jovens com perturbação de desenvolvimento
(morder lábios, bochecha, língua)
Automutilação socialmente aceite
Tatuagens, piercings, rituais religiosos ou culturais
Automutilação superficial moderada
Em baixa severidade
Tipos de autolesões
• Cortar
• Arranhar
• Puxar cabelo
• Queimar
• Morder
• Bater com a cabeça
• Gerar hematomas
• Overdoses
Epidemiologia
Uma vez que os CAL são usados para expor a dor emocional,
podem ser potenciados pelos pares.
Por vezes são aprendidos com colegas e amigos ao discutir os
métodos e mostrar as lesões. Ao acontecer isto, a probabilidade
de replicarem os comportamentos e duplicada.
Etiologia
Hipóteses diagnósticas
Fatores de risco
➢ Abuso
➢ Depressão
➢ Género feminino
➢ Ideação suicida
➢ História de CAL
➢ Exposição a comportamentos autolesivos
Fatores protetores
Abordagem clínica
Atitude compreensiva
Anamnese dirigida
➢ Sozinho ou acompanhado?
➢ Pediu ajuda?
➢ Qual é a forma?
➢ Como conseguiu o material?
➢ Em que zona do corpo é?
➢ Apurar a função do CAL
Investigar antecedentes pessoais
Isolamento
PERTURBAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO
INTELECTUAL
Aplica-se a crianças com mais de 5 anos que não tiveram o
desenvolvimento esperado nas áreas do funcionamento intelectual
devido a deficiências físicas, sensoriais, incapacidade
locomotora ou problemas de comportamento graves.
DSM - 5
A- Défices em funções intelectuais
Raciocínio, resolução de problemas, planeamento, pensamento
abstrato, aprendizagens académicas e por experiência. QI -70
B- Défices no funcionamento/comportamento adaptativo
Restringir 1 ou mais aspetos da vida diária, fazendo com que
precisem de apoio. Gera também um défice no comportamento
adaptativo
C- Inicio durante o período de desenvolvimento
Graus de gravidade
Ligeiro QI DE 70 A 75 IDADE MENTAL DE 9 A 11 ANOS
Diagnóstico
Uma equipa multidisciplinar vai definir o perfil funcional
da criança, identificar as causas e traçar estratégias de
intervenção
➢ História clínica detalhada
➢ Antecedentes
➢ Testes genéticos
➢ EEGs
➢ Exclusão de défices sensoriais
Os dados serão recolhidos juntos da família, em conjunto com
testes de inteligência realizados tendo em conta o estado físico
e mental da criança.
Etiologia
As causas são, geralmente
Orgânicas
Suscetíveis a ocorrer no período pré-natal, perinatal ou
pós-natal. Geralmente associado a doenças genéticas (trissomia
21, X frágil)
Psicossociais
Privação de estimulação social ou linguística
Causas pré-natais
Doenças genéticas, malformações cerebrais, doenças maternas,
fatores ambientais (pode ajudar com a imunização contra a rubéola)
Causas perinatais
Encefalopatia associada a asfixia intraparto (fazer nutrição
adequada a grávidas e evitar tóxicos durante a gravidez)
Causas pós-natais
Lesões cerebrais, infeções, doenças metabólicas, intoxicação
por chumbo/mercúrio (ambiente seguro, vacinação e tratamento a
doenças que podem afetar o cérebro)
Epidemiologia
1% da população, mais frequente em rapazes
Mais frequente em famílias de baixo rendimento, zonas mais
pobres e rurais
Comorbilidade
A prevalência de outras perturbações é normal e 5 vezes
superior
➢ PHDA
➢ Ansiedade
➢ Espetro do Autismo
➢ Humor
Intervenção
Pretende eliminar ou destruir as limitações nas diferentes
áreas do comportamento adaptativo e cognitivo. Algumas
perturbações só são evidentes em idade mais avançada.
➢ Apoio terapêutico
➢ Farmacologia
➢ NEE
➢ Apoio às famílias
➢ Intervenção social
Prognóstico
Depende de variáveis familiares, sociais e culturais
PERTURBAÇÃO ESPECIFICA DE
APRENDIZAGEM
Dificuldades localizadas num tipo de aprendizagem.
Literatura (dislexia), matemática (discalculia) e escrita
(disortografia).
Dislexia
Dificuldade em conseguir ler na idade normal, excluindo
atraso mental intelectual ou deficiência sensorial. Não existe
uma correlação entre o grau de inteligência e o nível de leitura.
➢ Atrasos motores
➢ Dificuldades de orientação espacial e sucessão temporal
➢ Fatores da desorganização da motricidade que impedem a
ligação entre o discurso e o seu simbolismo
Muitos destes casos são normais no 1º ano onde não pode ser
diagnosticada a dislexia.
As causas
Exteriores – má prática pedagógica, mudança repetida de classes,
etc
Os fatores associados
Atraso na linguagem
Etiologia
Fatores Genéticos
Sofrimento cerebral
Distúrbios precetivos
Equilíbrios psicoafectivos
Pedagogia
Ao nível da psicomotricidade
Disortografia
Dificuldades na escrita
➢ Confusão
➢ Inversão
➢ Omissão
➢ Dificuldade em transcrever as homófonas (fato-facto)
➢ Confusão de género e de número
Tratamento
➢ Reeducação pedagógica
➢ Terapia da fala
➢ Terapia psicomotora
➢ Psicoterapia
Discalculia
Fracasso na aprendizagem dos primeiros elementos do cálculo
e na capacidade de manejar um número pequeno de modo adequado.
Sintomas
➢ Reeducação psicomotora
➢ Contagem, manipulação de seriações, agrupamento e
correspondência de material
➢ Organização do esquema corporal
➢ Psicoterapia
DISLEXIA
É a causa masi frequente do baixo rendimento e insucesso
escolar. O diagnóstico deve ser feito por volta dos 8 anos para
que a criança tenha tempo de desenvolver competências
DSM-5
➢ Perturbação de aprendizagem especifica
➢ Défice na leitura
➢ Défice na escrita
➢ Défice na matemática
Consciência Fonológica
Competência difícil de ter porque na fala não é percetível
a audição separada dos diferentes fonemas
➢ PHDA
➢ Discalculia
➢ Pert.coordenação motora
➢ Comportamento
➢ Humor
➢ Oposição
➢ Desvalorização da autoestima
Diagnóstico
Já existem provas especificas para avaliar as diferentes
competências da leitura
Avaliação
Se existir suspeita de défice fonológico ou na
leitura/escrita deve ser realizada uma avaliação que pode ser
feita em qualquer idade com os testes certos. Avaliam as
competências fonológicas, linguagem compreensiva e expressiva,
funcionamento intelectual, processamento cognitivo e aquisições
escolares.
Estratégias de Intervenção em Terapia da
fala
➢ Correspondência de fonemas com grafemas
➢ Identificação, discriminação e assimilação de fonemas
➢ Sons, sílabas, palavras, frases
➢ Desenvolvimento de vocabulário
➢ Leitura fluída
PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE
Fobias na criança
Medo não racional de objetos, seres ou situações. São
reconhecidos pela criança, mas dominam e inibem-na.
3 anos – escuro
Escuro
Fobias na criança
Comportamento da criança fóbica quando se confronta com o
medo
Evolução
Sinais de alerta
Momento fóbico
➢ Queixas somáticas
➢ Angústia intensa quando tem de ir para a escola
➢ Racionaliza a fobia
➢ Não recusa trabalho escolar, havendo um hiperinvestimento
Dinâmica familiar
Tratamento
Antidepressivos, ansiolíticos
Fobias na criança
Medo do escuro - usar luz de presença no tratamento
Fobia de animais
Fobias alimentares
➢ Compreensivos, tranquilizadores
➢ Participam do medo da criança
➢ Ameaçam o confronto real da criança com o objeto fóbico “para
que passe”
Tratamento
➢ Primário – Psicoterapia
➢ Secundário – Psicofarmacologia
Ansiedade de separação
Ansiedade excessiva ao separar-se da figura de vinculação.
Tem de ter uma duração superior a 4 semanas. Igual nos 2 sexos
entre os 7 a 8 anos.
➢ Morte de parente
➢ Mudança de escola ou professor
➢ Doença na criança
Critérios de diagnóstico
Diagnóstico diferencial
➢ Autismo
➢ Esquizofrenia
➢ Agorafobia
Tratamento
➢ Psicoterapia individual
➢ Terapia familiar
➢ Psicofármacos
Mutismo eletivo
Criança deixa de falar em certas situações. É silenciosa,
sussurra ou usa palavras curtas
Diagnóstico diferencial
➢ Atraso intelectual
➢ Autismo
➢ Perturbação de linguagem excessiva
Tratamento
➢ Psicoterapia individual
➢ Terapia familiar
➢ Psicofármacos – controverso
PERTURBAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO E
INGESTÃO
Perturbações do comportamento alimentar
Caracterizam-se por perturbações na perceção e forma
corporal. O aumento de interesse e importância nesta área fez com
que os critérios de diagnóstico evoluíssem bastante.
Características comuns
Anorexia Nervosa
➢ Perturbação cognitiva e social da imagem corporal
➢ Repercussões somáticas resultantes da diminuição progressiva
da ingestão alimentar
➢ Medo de comer, aliviado temporariamente pela restrição ou
recurso a medidas purgativas. Tem medo de perder o controlo
e ficar gorda
Epidemiologia
➢ Inicio aos 13-14 e 17-18
➢ Mais frequente em raparigas
➢ Quadro clínico constitui-se 6 meses depois do início de uma
dieta
Infância e Puberdade
AN pré-pubertária – 9 a 11 anos
Etiologia
Media
➢ Anemia
➢ Hipotermia
➢ Perda de godura
➢ Menor hormona do crescimento
Bulimia Nervosa
Características clínicas
ESPECIFICAR SE
Em remissão parcial – após se preencherem os critérios para a
bulimia alguns continuam presentes durante um tempo
Em remissão completa – depois de se terem preenchido os critérios
para a bulimia nervosa, nenhum está presente durante muito tempo
Especificar gravidade atual
O nível de gravidade pode aumentar de forma a refletir outros
sintomas e o grau de incapacidade funcional.
Ligeira – 1 a 3 por semana
Moderada – 4 a 7 por semana
Grave – 8 a 13 por semana
Extrema – 14 ou mais por semana
Diagnóstico e Exame Físico
Tem por base a história clínica do paciente e um exame ao
seu estado mental
Complicações médicas
➢ Irregularidades menstruais podem estar relacionadas com as
flutuações de peso, stress emocional ou nutrição deficiente.
➢ As perturbações hidroeletroléticas que vêm dos
comportamentos purgativos algumas vezes são severos ao ponto
de serem clinicamente sérios
➢ Complicações raras, mas fatais são – ruturas do esófago,
rutura gástrica e arritmias cardíacas
➢ Feridas nas mãos devido aos dentes
Curso
Final da adolescência ou princípio de idade adulta. A
compulsão periódica começa durante ou após uma dieta. O curso pode
ser crónico ou intermitente, alterando entre períodos de remissão
e recorrência de episódios de ingestão compulsiva.
A recuperação a longo prazo é desconhecida.
Padrão familiar
Maior frequência de BN, perturbações de humor e de abuso e
dependência de substância em parentes biológicos de 1º grau.
Uma tendência para a obesidade pode existir, mas não está
comprovada
Diagnóstico diferencial
Os indivíduos com BN têm mais sintomas depressivos ou
perturbação de humor que começa ou segue o desenvolvimento da BN,
por isso, muitas vezes é diagnosticada a perturbação do humor.
Pode haver maior frequência de sintomas de ansiedade.
Em certas condições neurológicas existe uma perturbação do
comportamento alimentar, mas os aspetos da BN tais como
preocupação excessiva com o controlo de peso não estão presentes,
como na perturbação borderline.
Tratamento
➢ Psicoterapia individual e de grupo
➢ Terapia familiar
➢ Psicofármacos (antidepressivos)
Internamento
➢ Sem controlo dos episódios
➢ Sem resultados no tratamento ambulatório
➢ Ideação suicida
➢ Abuso de substâncias
➢ Purgação severa
Diagnóstico diferencial
Bulimia nervosa – não há comportamentos compensatórios ou
restrição para controlar o peso, podem tentar fazer dieta, taxas
de melhoria mais elevadas
Obesidade – níveis de sobrevalorização de peso e forma corporal
mais elevados, taxas de comorbilidade mais baixas, tratamentos
mais eficazes
PERTURBAÇÃO DO CONTROLO
ESFINCTERIANO
Encoprese
Tinha controlo mas perdeu (secundária)
Etiologia
Tratamento
Enurese
A eliminação involuntária anormal da urina em relação à idade
mental do individuo. Pode ser intencional
Eixo neurofisiológico
Eixo cultural
Fator hereditário
Sono do enurético
Etiologia
Problemas respiratórios.
Fatores psicológicos
Abstinência de substâncias
Desenvolvimento de uma síndrome especifica da substância,
devida à cessação ou redução na sua utilização prolongada e pesada
Álcool
Etanol
➢ Fala arrastada
➢ Incoordenação
➢ Marcha instável
➢ Nistagmo
➢ Atenção/memória comprometida
➢ Coma
Questionário CAGE
➢ Hiperatividade automática
➢ Tremor aumentado nas mãos
➢ Insónia
➢ Náuseas ou vómitos
➢ Agitação psicomotora
➢ Ansiedade
Cafeína
Pertence ao grupo das xantinas, as substâncias que ativam o
SNC
➢ Cafeína
➢ Teofilina
➢ Teoleromina
➢ Inquietação
➢ Nervosismo
➢ Insónia
➢ Excitação
➢ Problema gastrointestinal
➢ Fluxo errático do pensamento e discurso
➢ Períodos de energia inesgotável
Abstinência de nicotina
Uso diário durante várias semanas
Anfetaminas
A anfetamina é uma droga estimulante do SNC que provoca o
aumento das capacidades físicas e psíquicas.
Dependência
O abuso pode ser crónico ou intermitente. A dependência é
psicológica e física. A metanfetamina é a que se consome de forma
mais abusiva
Muitas vezes tomam para estar energizados na noites
Os MDMA interferem na captação de serotonina e são
considerados tóxicos para o sistema nervoso
Intoxicação
Consumo recente de anfetamina
Alterações psicológicas ou do comportamento desadaptativas
clinicamente significativas (euforia ou embotamento afetivo,
alteração da sociabilidade, ansiedade/tensão, défice na atividade
social ou laboral) que se desenvolvem durante ou após o consumo.
➢ Dilatação pupilar
➢ Suores ou arrepios
➢ Perda de peso
➢ Náuseas, vómitos
➢ Agitação ou lentificação
➢ Fraqueza muscular, depressão respiratória, arritmias
cardíacas
➢ Coma
Os sintomas não se devem a uma condição médica nem são mais
bem explicados por outra doença mental ou consumo de outra
substância.
Abstinência
Paragem ou redução do uso pesado
Humor disfórico e 2 ou mais sintomas horas ou dias depois do
consumo
➢ Fadiga, agitação ou lentificação
➢ Insónia ou hipersónia
➢ Sonhos vividos
➢ Aumento do apetite
Os sinais ou sintomas causam sofrimento e prejuízo social,
ocupacional e noutras áreas na vida do individuo. Não são mais
bem explicados por uma condição médica ou doença mental, ou
consumo de outra substância.