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MÉTODOS – 2º FREQUÊNCIA

(metodologia qualitativa)

ÉTICA E DEONTOLOGIA
Investigação qualitativa
➢ Recorre a múltiplos métodos
➢ Envolve a interpretação
➢ Segue uma abordagem naturalista
➢ Estuda os fenómenos nos seus contextos naturais para compreender
o seu sentido ou interpretação através dos significados que lhes são
atribuídos
➢ Usa-se quando o objetivo é aprofundar um assunto específico, uma
estratégia/técnica ou um setting
➢ Grande variedade de material empírico – estudos de caso,
experiências pessoais, histórias de vida, entrevistas, observação, textos
históricos, imagens, etc que descrevam momentos e significados
➢ Não dão prioridade à quantificação
➢ Podem conjugar-se com métodos quantitativas
➢ A diversidade de perspetivas dificulta a definição de regras rígidas de
alteração, tornando a investigação qualitativa um pouco instável

Metodologias qualitativas
São caracterizadas por:
➢ Complexidade
➢ Contextualização
➢ Exploração
➢ Descoberta
➢ Lógica indutiva – o raciocínio depois de obter alguns casos, constitui
uma verdade geral
O investigador começa por observações especificas e permite que as
categorias de análise se desenvolvam com o projeto
Bases para as escolhas destas metodologias
➢ A visão do mundo do investigador – interpretativa/construtivista;
emancipatória (aplica o que é melhor para a investigação
➢ Natureza das questões de investigação
➢ Se o foco da investigação é no processo, implementação ou
desenvolvimento de um programa ou dos participantes
➢ O programa enfatiza os resultados individuais
➢ É necessária informação aprofundada acerca de determinados
clientes ou programas
➢ O foco é colocado na “diversidade entre”, na “maneira típica de” ou nas
qualidades únicas dos indivíduos
➢ O objetivo é compreender a teoria do programa, ou seja, o que os
membros e participantes consideram que é a natureza do problema em
questão e como as suas ações vão levar aos resultados desejados
Razões práticas
➢ Muitos programas de psicologia são baseados em valores
humanísticos
➢ Os sujeitos de investigação podem preferir o tipo de contacto
personalizado e os dados que estão num estudo qualitativo
➢ Os sujeitos de investigação devem ser envolvidos na escolha de
métodos para considerarem os resultados mais credíveis
➢ Há situações em que as metodologias quantitativas não são aceitáveis,
válidas, confiáveis ou apropriadas
➢ As metodologias qualitativas podem complementar um estudo
quantitativo com informação aprofundada sobre um tema

Exemplos de estudos qualitativos


➢ Estudo de experiências de alunos de uma minoria a estudar numa
escola
➢ Estudo de crianças com NEE onde se tem de desenvolver um
programa individual ajustado às suas necessidades
➢ Estudos de psicologia do consumo/marketing

Estratégias de investigação qualitativa


Pesquisa etnográfica Entrevista não estruturada
Estudo de caso Investigação participativa
Investigação fenomenológica Análise de conteúdo
Teoria fundamentada Análise de
protocolos/discurso/narrativa
Observação direta Focus group

A ENTREVISTA
É um dos instrumentos mais essenciais na investigação em psicologia. Por
isso, requer uma abordagem sistemática para maximizar a sua objetividade.
Quando utilizar a entrevista
Pode ser utilizada em qualquer estádio de uma investigação
➢ Na fase inicial para identificar áreas a explorar
➢ Como parte da validação de instrumentos
➢ Como meio principal de recolha de dados
➢ Como meio de verificação de conclusões
➢ Como complemento a um questionário ou avaliação
➢ Como complemento de etnografia ou observação direta

Colocar questões
Uma série de perguntas chama-se um esquema de entrevista.
Depois de formada a questão de investigação há que haver uma tradução
específica para que possa ser operacional numa série de questões colocadas aos
participantes
Existem vários formatos, desde a entrevista estruturada (diretiva) à não
estruturada (não-diretiva). Mas, de um modo geral, as melhores entrevistas estão
no meio termo (semi-estruturadas).

A entrevista estruturada (ou diretiva)


➢ Conjunto de questões fixas que o investigador coloca numa ordem especifica
➢ Pode envolver possibilidades de resposta ou escalas de resposta
➢ Este tipo de entrevista produz informação que pode ser facilmente
quantificada
➢ No entanto, para o entrevistado, pode ser frustrante por poder querer dizer
mais coisas do que aquelas que lhe é permitido, tirando rigor à investigação

Entrevista estruturada
Perguntas fixas Possibilidades de Informação O entrevistado
em ordem resposta ou facilmente pode ficar
especifica escalas quantificada frustrado por não
lhe permitirem
dizer mais coisas

A entrevista não-estruturada (não-diretiva)


➢ O investigador tem um número de tópicos que quer cobrir, mas não
tem perguntas certas nem as coloca de modo fixo
➢ As próprias perguntas podem ser desenvolvidas durante a entrevista
➢ A análise deste tipo de entrevista demora muito tempo

Entrevista não estruturada


Tópicos sem perguntas Perguntas desenvolvidas Análise dispendiosa em
fixas durante a entrevista termos de tempo

A evitar
Perguntas com dupla possibilidade de resposta. Por exemplo, “acha que a
caça à baleia e o controlo de natalidade de focas devia ser proibido?”
Introduzir uma assunção antes de pôr a pergunta. Por exemplo, “acha que
esta terrível crueldade com as baleias tem sido devidamente passada para a
imprensa?”
Ter palavras difíceis de entender. Por exemplo, “Acha que somos pouco
psico-eco-conscientes?”
Ser determinista. Por exemplo, “Suponho que saiba o que é psico-eco-
consciente, não?”
Incluir duplas negativas. Por exemplo, “Acha que não muitas pessoas não
conhecem o termo psico-eco-consciente?”
Ser papa-tudo. Por exemplo, “Diga-me tudo o que sabe sobre o movimento
Greenpeace e como o influenciou”.

A procurar
➢ Ter as questões individuais bem separadas
➢ Ter um bom esquema de entrevista (série de perguntas), com ritmo e que
leve o entrevistado a sentir que as perguntas estão interligadas
➢ Justificar a mudança de tópico durante a entrevista (“Por uma questão de
rotina, costumamos recolher informação sobre a sua história profissional,
não se importa?”)
➢ Dar instruções claras sobre a maneira como vai ser feita a entrevista, o tempo
que demora e como vai ser concluída
➢ Salvaguardar o respeito pelo entrevistado (ética de entrevista)
➢ Estar preparado para recusas ou respostas inesperadas

Construção e pré-teste do guião de entrevista


Fase 1 - Testar a compreensão sobre a entrevista
Fase 2 - Testar a compreensão das questões especificas
Fase 3 - Corrigir a partir das explicações e perguntas de acordo com o feedback
Fase 4 - Testar e rever as questões para que sejam fáceis de compreender
Fase 5 - Com uma sub-amostra, usar o guião de entrevista para ver se as respostas
que se estão a obter são as que realmente interessam para a investigação
Questões práticas a ter em conta
Estar absolutamente familiarizado com as perguntas
Questionar sobre todos os aspetos mesmo que se suspeite de algumas
respostas
Saber a que dimensão corresponde cada pergunta para ser aprofundada, se
for necessário
Incentivos à resposta (olhares, encorajamentos) não devem ser diretivos
Não dar conselhos, a resposta deve ser genuína
É fundamental ser consistente na estratégia de registo das respostas
É importante (especialmente nas entrevistas cara-a-cara) registar aspetos
não verbais porque são úteis e podem ser indicadores de mensagens importantes

Entrevistados Difíceis
Entre as pessoas mais difíceis de entrevistar situam-se os idosos e as
crianças. Estes são alguns dos passos que se podem tomar de maneira a tornar a
entrevista mais produtiva
➢ Evitar perguntas que possam fazer sentir que estão em avaliação
➢ Assegurar que não há respostas certas nem erradas
➢ Ter em conta o enviesamento da resposta adquirida – a criança tende a dizer
que sim ou “não sei” independentemente da pergunta formulada
➢ As perguntas devem ser abertas
➢ Considerar que as crianças dizem muitas vezes “não sei”
➢ Ter em conta o nível de atenção/distração da criança e tentar arranjar forma
de manter o foco na entrevista
➢ Ter em conta o contexto institucional
➢ Ter em conta a mentalidade literal, o egocentrismo, a passagem ao ato e as
dificuldades de registo
Os dados produzidos pela entrevista têm tanta validade como os produzidos
por outras técnicas. Porém, existem coisas que são inerentes ao próprio método da
entrevista e que podem afetar a sua validade
➢ Depende das respostas dadas – desconfiança, mentira
➢ Existem efeitos por parte do investigador – atitude, género sexual, maneira
de vestir, idade, etc
➢ Efeitos do entrevistador – fazer sempre a mesma coisa; TREINO

Análise de dados da entrevista


Após uma entrevista estruturada ou semi-estruturadas fica-se, normalmente,
com uma enorme quantidade de informação e dificuldades em interpretá-la.
O que devemos fazer nesta situação?
Transcrição literal do que foi dito Análise de conteúdo
Análise aberta a verificação posterior Estimativas da fiabilidade inter-
entrevistados
A interpretação autêntica – devolver as conclusões aos entrevistados e procurar
concordância

A OBSERVAÇÃO
A observação é um aspeto fundamental de qualquer ciência e tem um papel
importante no desenvolvimento da psicologia como ciência. É mais direta do que
uma entrevista ou questionário por não implicar respostas a conteúdos verbais.
A observação sistémica do comportamento consome muito tempo, mas é
uma das formas de recolha de dados mais desafiante e interessante.
A observação é utilizada em situações em que se quer obter respostas
próximas da realidade.
Existem várias abordagens à observação direta do comportamento, e é muito
importante tomá-las em consideração, nomeadamente, quando queremos usar a
observação para recolher dados.
Exemplos
Os efeitos da estimulação sensorial em pacientes em coma prolongado
A compreensão de comportamentos agressivos em crianças do pré-escolar
A adesão a instruções de autoridade da fila da cantina relativamente à escolha de
sobremesa
Comportamentos de cedência de passagem a pessoas vestidas de mendigo para
entrar num elevador num centro comercial

A observação sistemática
A observação sistemática foi desenvolvida no contexto da psicologia
experimental e é muito usada em pesquisa e na teoria comportamentalista.
Aqui o investigador precisa de definir categorias e unidades de
comportamento
Normalmente, este processo envolve contagem, ordenação e cronometragem
do comportamento
EXEMPLO – Experiência de Prisão na Universidade de Stanford nos EUA

A Etologia
É uma abordagem muito diferente dentro da observação.
A abordagem etológica baseia-se numa observação direta dos
comportamentos com o objetivo de o registar descritiva e completamente, em todo
o seu detalhe, correlacionando-o com os estímulos que o provocaram
O resultado é a construção de um etograma (catálogo de comportamentos
exibidos por um animal). Só a partir daqui se formam as hipóteses que possam levar
a uma análise experimental do comportamento

A pesquisa ecológica
Tem uma abordagem semelhante à da etologia, mas não se preocupa
exclusivamente na descrição detalhada do comportamento.
Preocupa-se em saber as influências acerca das atitudes, motivações e
intenções dos seus sujeitos.

A etnografia
Abordagem de investigação que só usa a observação para recolher dados e
por isso só acontece no contexto natural onde os acontecimentos observáveis
acontecem.

Tipos de observação
Causal ou informal
Acontece muitas vezes nas fases iniciais da investigação.
Ajuda a tomar decisões acerca da melhor localização para fazer uma
observação e para desenvolver categorias a serem usadas na observação sistémica.
Formal ou sistémica
Aplicação sistemática de procedimentos com o objetivo de recolher dados.
São feitas cronometragens e são feitas categorias e unidades de comportamento a
observar.
Normalmente, envolve a presença de um observador não intrusivo que faça
a cotação de comportamentos ou acontecimentos.
Por vezes, a utilização de uma máquina de filmar pode substituir o
observador.
Participante
O observador está integrado nos acontecimentos a serem estudados. Isto
permite o acesso a acontecimentos privados ou maior contacto com
opiniões/atitudes/sentimentos, superando o problema do efeito do observador
(condicionamento de respostas e ações por saber que está a ser observado).
Por outro lado, a principal critica a ete tipo de observação é o facto de ser
pouco objetiva.
Outros tipos de observação
Narrativa Amostras temporais Amostras de eventos
Amostras geográficas Frequência de ocorrências Observação anedótica

O que observar?
É impossível observar tudo! Por isso, as
situações/acontecimentos/comportamentos a observar vão depender da natureza
da questão da investigação, das hipóteses colocadas e das relações que queremos
investigar.
A decisão de observar depende do que ou quem se quer observar.
De modo geral, a observação recai sobre unidades de comportamento
observável
Unidades moleculares – pequenos segmentos do comportamento como frases
pequenas, gestos, contacto visual
Unidades molares – maior conjunto de comportamentos que fazem as unidades de
comportamento. Podem ser sequências de comportamento que podem durar vários
minutos (ir para a Escola, caminhas ao lado de um amigo, mostrar cooperação)

A definição de comportamento observável


Se pretendemos obter medidas de observação, é fundamental que os
comportamentos a observar sejam definidos para podermos construí-los e avaliar
com antecedência ao período de observação oficial.
As definições e as unidades de comportamento devem ser claras, completas
e agrupadas em características observáveis.
Exemplo
Dunn, nos seus estudos sobre a socialização infantil, definiu as seguintes
unidades de comportamento: a criança dá, a criança aponta um objeto à mãe, a
criança senta-se, a criança senta-se sem brincar
Quando as unidades de comportamento envolvem a qualidade do
comportamento, por exemplo, o comportamento amigável/agressivo/aberto, é
necessário definir operacionalmente o comportamento em questão de acordo com
o significado pretendido.

Amostragem de comportamento observável


Amostragem do acontecimento
É usada para estudar um acontecimento particular como jogos de recreio ou
brigas.
Amostragem temporal
É usada quando queremos usar observações em diferentes pontos temporais.
As unidades podem ser escolhidas de maneira sistemática. Podem ser de 5 em 5
minutos ou de maneira aleatória, por exemplo.
Amostragem simulada
É realizada quando os sujeitos sabem que vão fazer parte da investigação. É
uma situação standardizada, como o Role Play.
O Setting Ambiental
Há uma grande probabilidade de ser usado, mas as grandes recolhas
observacionais são feitas em contexto clínico, hospitalar, doméstico e laboratorial.
Por outro lado, há uma série de observações que só podem ser vistas no
contexto natural ou que não conseguem ser reproduzidas num setting parecido,
como a discussão entre um casal.
No entanto, a observação naturalista requer o consentimento informado dos
participantes por razões éticas e legais.

Métodos de recolha
Dados narrativos
São filas de dados que ganham significados quando são inseridas em
categorias ou dados numéricos. O objetivo é reproduzir o acontecimento
comportamental.
Basicamente, quer descrever episódios com princípio, meio e fim.
Visto que normalmente existe mais de uma pessoa sob observação, o registo
narrativo deve incluir as ações básicas, afirmações e respostas daqueles que estão
envolvidos.
Notas de campo
São um tipo de registo narrativo e muitas vezes usadas em estudos
etnográficos ou por observadores participantes
Dados gravados em vídeo
É importante saber que os sujeitos a ser observados se deslocam de um lado
para o outro e, especialmente, se for uma gravação naturalista fica mais difícil de
captar pequenos detalhes que podem ser importantes como as expressões faciais
Listas de verificação
Usadas para classificar e medir a frequência ou duração de um
comportamento durante o tempo que é observado.
Listas de Ordenação
Podem ser usadas para medir aspetos qualitativos do comportamento como
o grau de ansiedade.

O observador
Saber que se vai ser observado pode condicionar o nosso comportamento. A
isto chamamos o efeito do observador ou reatividade e pode ameaçar a viabilidade
de uma investigação.
Por outro lado, ao fazer um registo observacional, é fundamental reduzir ao
máximo esta reatividade. Para reduzir a probabilidade de reatividade/efeito do
observador podemos: trazer roupas que não sejam muito chamativas, habituar os
sujeitos à nossa presença ou enganar os observados, tendo em conta as implicações
éticas que esta última vai ter.
A reatividade pode mudar o comportamento no sujeito e ter um efeito no
observador. A isto chamamos enviesamento do observador e pode levar a uma
apreciação de acontecimentos que confirmem a nossa teoria ou a não ter atenção a
outros acontecimentos que não a confirmam.

TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO
Auto Observação Observação Sistemática Observação Participante
Auto Registos Unidades e níveis de análise Descrição prévia
Documentos Pessoais Codificação/Categorização Planeamento estratégico
História de vida Amostragem e Registo Amostra e registo
Conhecimento das Observação minuciosa de Investigador
emoções através da comportamentos Participação do investigador
reflexão específicos na comunidade
Presença de Estruturada, planeada e Tem papel de membro do
observadores externos e controlada grupo
estruturação da O observador sabe o que Pode conhecer a vida de um
descrição de emoções procura grupo a partir do seu interior

AUTO OBSERVAÇÃO
Auto Registos Documentos pessoais História de vida
Papel e lápis Autobiografias Documentação e marcos
Protocolos Diários pessoais Registo
Cartas Análise e Informação
OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
Unidades e Níveis de Análise Codificação e categorização
Unidades Codificação de unidades
Contínuos de comportamento Critérios empíricos
Qualidades psicofísicas Códigos operacionalizados
Comportamentos e interações
Sistemas interativos Categorização dos níveis de descrição
Moleculares (comportamentos pequenos)
História de vida Molares (grande segmento de
Apriori comportamentos durante um período de
Durante a observação tempo)
Posteriori

Níveis de Análise
Pragmático – verbal
Paralinguístico
Cinestésico
Proxímico
Emocional e Cognitivo
Social e Cultural
Amostragem e registo de dados
Amostragem observacional Planificação em tempo real
Temporal Acontecimentos – latência, frequência,
De sujeitos discriminação
De situações Estados – Duração, intensidade, ritmo,
Para cada sessão de observação observação
Protocolos e sistemas de registo Observação planificada
antecipadamente
Tempos de observação Tempos de registo

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Planeamento estratégico Unidades e Níveis de Análise
Definição do problema, contexto e área Contraste de formulações
Hipótese de trabalho Categorias de análise
Documentação Formulação de indicadores
Modalidade de observação
Observação seletiva Abandono do campo
Descobrir a dinâmica dos processos Negocias as consequências da retirada
Forma ativa ou passiva de registos Fase final – Ausência Física e tempo real do
posterior aos dados cenário
Observador participante ou participante
observador
Análise dos materiais Amostragem e Registo de dados
Elaboração e validação das propostas
Avaliação do processo
Análise comparativa de casos
Redação do relatório – desenvolvimento,
problemas, estratégias, significados
REVISÃO SISTEMÁTICA
A revisão sistemática é uma maneira mais científica de sumarizar literatura
porque segue protocolos específicos para determinar os estudos que vão ser usados
na revisão incluída no artigo em si.
Uma revisão sistemática é baseada nos princípios do teste de hipóteses, que
devem ser concluídas a priori.

Uma revisão sistemática


É um método objetivo e fácil de reproduzir para dar resposta a uma certa
pergunta através da recolha de estudos disponíveis que se relacionam com a
pergunta de investigação, revendo e analisando os resultados.
Planeamento
Formular uma pergunta de investigação (PICO – Participantes, Intervenções,
Comparações, Outcomes)
Protocolo e registo
Definir Critérios de inclusão e exclusão
Pesquisa de Literatura e seleção de estudos
Qualidade da evidência/provas
Extrair dados
Analisar dados
Analisar o nível educacional
Apresentação de resultados
Formular uma pergunta de investigação – Uma revisão sistemática é um tipo de
design de estudo onde as hipóteses devem ser feitas a priori – a questão de
investigação
PICO – Pessoas, Intervenções, Comparações, Outcomes
Protocolo – Serve para evitar preferências (enviesamentos) enquanto se faz a
pesquisa para revisão
A existência de um protocolo reduz a existência de enviesamentos na procura
de estudos, promove a transparência acerca de métodos e processos e reduz o
potencial para a duplicação
Várias fontes estão disponíveis para ajudar os autores a preparar um
protocolo para a revisão sistemática como por exemplo o PRISMA P (Preferred
Reporting Items for Sistematic Review and Meta-Analysis Protocol)
Revisão sistemática e meta-análise
Protocolo e registo
Uma revisão sistemática deve ser registada nesta fase para evitar repetições
não planeadas e para criar uma comparação dos métodos de revisão reportados com
o que foi planeado o protocolo
A PROSPERO é uma base de dados internacional futurista de revisões
sistemáticas na área da saúde e apoio social
Inclusão e exclusão de critérios
Devem ser determinados os fatores elegíveis da integração dos estudos para
evitar enviesamentos
Inclusão – aqueles que se mantém
Exclusão – os que são “jogados fora” depois de revistos; não se adequavam
Explicitar e justificar os critérios que levaram à inclusão e exclusão de
estudos
Pesquisa de literatura
Uma literatura que se pode reproduzir e seja fácil de compreender é a base
de uma boa revisão sistemática (PRISMA P for searching)
Algumas bases de dados
Pubmed/Medline
Embase
Cochrane Review
Web of Science
SCOPUS

Outras estratégias que podem ser adotadas


Registos de testes
Resumos de reuniões
Livros
Referências pessoais
Referências de análises e estudos publicados
Contactar profissionais
Internet
Pesquisa de literatura
Exemplos – usar geral PubMed para procurar o termo e, em alternativa, usar em
simultâneo o PICO
Seleção dos estudos
Estudos como ponto de interesse
Apesar de por vezes haver apenas um relatório, pode acontecer haver mais,
pelo que não devemos assumir que este é o caso.
Identificar relatórios múltiplos do mesmo estudo
Um processo típico para selecionar estudos
➢ Juntar resultados de fontes diferentes usando softwares de referências
e remover registos do mesmo relatório (como artigos/registos com o mesmo
jornal, volumo e páginas)
➢ Examinar títulos e resumos para remover relatórios irrelevantes
➢ Recuperar o texto completo de relatórios relevantes
➢ Juntar múltiplos relatórios do mesmo estudo
➢ Examinar o texto completo de coerência em estudos com os mesmos
critérios
Qualidade de evidências
Estudos de qualidade metodológica
EXEMPLO – Testes controlados aleatórios são mais rigorosos que estudos
observacionais
Ferramentas
A Cochrane Risk of Bias foi feita para evitar enviesamentos, pelo que se
concede por sete domínios:
Geração de sequência aleatória – método usado para gerar a sequência aleatória de
participantes
Sigilo de alocação – o método para alocar os participantes aos grupos do estudo
onde, idealmente, o investigador não consegue interferir até que ele seja integrado
no estudo
Cegamento de participantes e equipa – paciente e equipa de estudo não sabem em
que grupo foi colocado
Cegamento na avaliação de desfecho – avaliadores do desfecho desconhecem a que
grupo os participantes foram alocados
Dados incompletos de desfechos – perdas de seguimento de participantes no estudo
Relatório seletivo de desfechos – possibilidade dos autores terem avaliado vários
desfechos mas usaram apenas os convenientes
Outras fontes de enviesamento – outros potenciais não inseridos nos domínios
acima
Vários autores reveram e deram nota de “alto”, “incerto” ou “baixo” risco de
enviesamento em cada domínio, justificando as suas posições
Extração de dados
Identificar vários relatórios do mesmo estudo e juntá-los antes de extrair a
informação
Desenvolver um plano de resolução de discrepâncias se a informação
selecionada não for muito consistente com outras fontes
Desenvolver coisas e figuras que, ao aparecer na revisão do artigo, facilitam
a recolha de informação. Construir formulários que ajudam a recolher os dados que
representam a fonte original de forma organizada.
Identificar os dados precisos para a meta-análise, às vezes os dados precisam
de ser calculados e convertidos
Colecionar e arquivar de maneira a facilitar futuros acessos e partilha de
dados
Apresentação de resultados
PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic review and Meta-
Analysis) é um guia sobre o relatório da revisão sistemática e meta-análises

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