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A entrevista no

Contexto da
Avaliação
Psicológica
Profª Karlinne de Oliveira Souza
Testes psicológicos

Fontes
Entrevistas
fundamentais

Protocolos ou registros de
Métodos, observação
técnicas e
instrumentos
Técnicas e instrumentos não
psicológicos com respaldo
científico
Fontes
complementares

Documentos técnicos
RESOLUÇÃO CFP Nº 9/2018 2
A entrevista em AP
● Recurso fundamental que subsidia todo o processo de
AP/Psicodiagnóstico;

● Momento de coleta de informações significativas para o


delineamento de um plano de avaliação;

● O desafio técnico é encontrar como ajudar às pessoas a falar de


si de uma forma que amplie a compreensão sobre elas mesmas;

● Caracteriza-se por ser uma técnica diversa, na qual seu formato


vai depender de qual objetivo específico orienta o entrevistador.
A entrevista em AP
● É necessário abordar de forma direta experiências e temas que
usualmente são íntimo e delicados;

● A técnica e a habilidade em realizar entrevistas são atributos


fundamentais do profissional;

● A habilidade se revela pelas perguntas formuladas, pelas


evitadas e pela decisão de quando e como falar ou apenas calar;

● Capacidade de estabelecer uma relação ao mesmo tempo


empática e tecnicamente útil para a prática clínica.
Uma boa condução de entrevista depende:

01 02
Da personalidade Do contexto
e motivação do paciente institucional

03 04
Dos objetivos da Da personalidade e
entrevista habilidade do entrevistador
A entrevista em AP

● É relevante nortear a condução da entrevista a partir de um viés


que atenda às demandas que motivaram o pedido de avaliação.

● Para organização das informações, indica-se os marcadores


temporais presente, passado e futuro.

● A entrevista psicológica quando utilizada como instrumento de


AP usualmente envolve mais elementos além da comunicação
verbal.
Modulação da
entrevista
A modulação da entrevista

● Qualquer método de entrevista requer preparos técnicos,


principalmente para iniciantes.

● A situação de entrevista é vulnerável a inúmeras variáveis


relacionadas ao entrevistador, ao entrevistado, à interação entre
eles e o ambiente em que o exame se realiza.

● O olhar e a escuta atenta são fundamentais. A fala espontânea


sempre mostra-se mais rica.
A modulação da entrevista

● Geralmente, com profissionais iniciantes, observa-se uma


preocupação maior com o rigor técnico e no próprio
desempenho, em detrimento da pessoa presente.

● A preocupação excessiva com roteiro muitas vezes faz com que


ocorra inclusão ou exclusão de perguntas desnecessárias.

● A qualidade da relação entre entrevistador e entrevistado


antecede a técnica, interferindo de maneira substancial na
qualidade das respostas fornecidas.
Condução da
entrevista
Condução da entrevista
● Recomenda-se uma leitura crítica do roteiro de entrevista, com
vistas a compreender os objetivos de cada uma das questões
(gerais, específicas ou disparadores);

● Quando questionamos o paciente, é imprescindível que


saibamos o objeto de investigação e os motivos avaliativos. Isso
se integrará a composição da história clínica;

● Se o entrevistador não tem clareza sobre as questões,


dificilmente terá condições de avaliar a qualidade das respostas.
Condução da entrevista
Obter dados

Sociodemográficos

Queixa básica
Apresentação “Fale-me sobre os
do profissional problemas que fizeram
você procirar ajuda hoje”

We live on
Encerramento
Earth
Sobre o silêncio
Formas de lidar com silêncio:
● fazer perguntas e colocações breves que assinalem sua
presença efetiva e convoque a pessoa a falar.
● evitar perguntas muito direcionadas, fechadas, que possam
ser respondidas com um sim ou um não categóricos;
● evitar perguntas muito longas e complexas.
A importância das
perguntas
Produzem respostas úteis, tanto pelas
informações que são trazidas, como também
pelo efeito terapêutico que podem produzir no
paciente ao promover a reflexão e o contato
com aspectos da sua própria história de vida.
Sobre as perguntas
● Benjamin (2004) tem muitas reservas quanto ao emprego de
perguntas:
○ O modelo pergunta/resposta não cria uma atmosfera
em que pode se desenvolver um relacionamento
cordial, em que a pessoa possa descobrir mais sobre
si mesmo, suas forças e fraquezas.

○ A pergunta que estou a ponto de fazer será útil para a


pessoa que estou atendendo?
Sobre as perguntas

● Perguntas abertas x Perguntas fechadas.


● Abertas: permite alargar o campo perceptivo. É um convite às
suas emoções, sentimentos e pensamentos. Pode ampliar e
aprofundar o contato. Ex: Como você se sentiu depois do jogo?
● Fechadas: são restritas, reduzindo o campo perceptivo; Exigem
apenas fatos objetivos; Limita o contato. Você se sentiu muito
bem depois do jogo, não foi?
É sempre melhor fazer intervenções
do tipo:
“Por quê?”
“Como foi isso?”

EVITAR
“Explique
melhor”

“Conte um pouco “Qual a causa?”


mais sobre isso”
Que perguntas
devemos evitar?
• Evitar perguntas duplas e

Por que? bombardeio.

• Inicialmente empregada na busca de


informação, investigação de causa ou razão.


Geralmente não é utilizada assim.
Conota desaprovação, desconforto. Comunica
E como aconteceu

que a pessoa agiu “errado”.
A pessoa sente necessidade de defender-se,
isso? E aquilo? E
recuar e evitar a situação. Não se sentirá livre
para explorar e examinar. acolá?
• Empregá-la o mínimo possível.
Emprego do tempo/
formulários
● Melhor preencher os formulários necessários durante e como
parte integrante do processo da entrevista.
● Caso o formulário seja longo ou complicado, talvez seja
interessante agendar um horário para preencherem juntos.
● Tempo: varia muito - média de 30 a 45 minutos.
● Caso precise entrevistar várias pessoas no mesmo dia,
reserve alguns minutos entre as entrevistas para
escrever/fazer anotações ou para descansar.
Emprego do tempo/
formulários!
● O psicólogo precisa ter habilidades para perguntar, escutar,
prestar atenção no informante e anotar o que ele diz.
● As respostas devem ser anotadas com exatidão, nas palavras
dele, a fim de se evitar interferências da interpretação no
registro.
● Em caso de confusões, informações divergentes ou
incompletas: perguntar a mesma questão de diferentes
formas e em momentos diferentes da entrevista.
Encerramento

● Entrevistado e entrevistador devem saber e aceitar que o


encerramento está ocorrendo.
● Nenhum assunto novo deve ser inserido ou discutido. Caso
surjam novos conteúdos deve ser agendada nova entrevista.
● As frases de encerramento devem ser curtas e diretas.
Encerramento
● Referir-se a um assunto que foi discutido antes com uma
declaração conclusiva, uma reafirmação efetiva daquilo que
ambos concordaram;
● Resumo final mais explícito é necessário para verificar se você e
o entrevistado se entenderam;
● Indicar assuntos que foram mencionados, porém não
discutidos por falta de tempo;
● Quando foram feitos planos, recapitulá-los rapidamente
durante o encerramento.
Tipos de entrevista

Triagem Anamense Lúdica Devolutiva


A entrevista com diferentes
grupos etários
● Paciente adulto: a primeira entrevista geralmente é realizada
com o próprio paciente;
● Paciente adolescente: a primeira entrevista pode ser realizada
com o próprio paciente, seguida por entrevista com os
responsáveis;
● Paciente criança: a primeira entrevista é realizada com os
responsáveis. Posteriormente marca-se com a criança;
● Entrevistas com outras fontes de informação sempre com a
autorização do paciente e de seus responsáveis.
Referências
Benjamin, A. (2004). A entrevista de ajuda. São Paulo: Martins Fontes.
Conselho Federal de Psicologia. (2018). Resolução CFP nº 009/2018. Brasília, DF,
Brasil.
Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Porto Alegre: Artemed.
Nunes, M. L. T., Lourenço, L. J., & Teixeira, R. C. P. (2017). Avaliação psicológica: o
papel da observação e da entrevista. In Lins, M. R. C., & Borsa, J. C. Avaliação
psicológica: Aspectos teóricos e práticos (pp. 23-37). Editora Vozes Limitada.
Referências
Serafini, A. J. (2016). Entrevista psicológica no psicodiagnóstico. In Hutz, C. S.,
Bandeira, D. R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Eds.). Psicodiagnóstico (pp. 45-51).
Porto Alegre: Artmed.
Silva, M. A. & Bandeira, D. R. (2016). A entrevista de anamnese. In Hutz, C. S.,
Bandeira, D. R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Eds.). Psicodiagnóstico (pp. 52-67).
Porto Alegre: Artmed.
Tavares, E. (2000). A entrevista clínica. In Cunha, J.A. Psicodiagnóstico V. (p.57-
66). Porto Alegre: Artes médicas.

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