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• É costume, errôneo, diferenciar entrevista para diagnóstico e a terapêutica.
• Declarações que iniciam com “Não se preocupe” ou “Isso é perfeitamente normal” são
tranquilizantes, mas não empáticas.
• Uma entrevista focada em compreender o paciente fornece informações diagnósticas
mais valiosas do que aquelas que buscam descobrir a psicopatologia.
• É preciso obter todos os detalhes precisos e necessários para o diagnóstico, o que exige
habilidades que devem ser exercitadas continuamente.
• Na prática diária comumente nos deparamos com pacientes que custam a se expressar
ou compreender o significado de algumas perguntas formuladas.
• Há, ainda, confusão maior quando formulamos perguntas de maneira complexa, onde a
inclusão de termos técnicos propicia a erros de interpretação.
• Não se esqueça que a maioria dos diagnósticos só é obtida quando conseguimos uma
descrição precisa das queixas referidas pelo paciente.
• Queixa e duração
• História da doença atual
• Antecedentes pessoais
• Antecedentes familiares
Queixa principal e duração (QD)
• Sujeito que foi “normal” até determinada idade e surgiram alterações que
motivaram a busca do atendimento.
História da doença atual (HDA)
• Início dos sintomas, sua sequência temporal, qualidade, intensidade, fatores agravantes e de
alívio, os sintomas associados, modo de evolução (agudo, subagudo, surtos, progressivo?)
assim como os problemas médicos concomitantes. A queixa é a própria doença ou é um
epifenômeno de moléstia sistêmica ou neurológica ou psiquiátrica? (isto será importante para
a fase de encaminhamento!)
• Nesta fase, o objetivo é obter dados sobre a presente queixa, permitindo que o paciente
conte livremente sua história, enfatizando os dados mais relevantes para ele, sem
interferências.
• Ficar atento para não interromper a sequência lógica de pensamento do paciente, o que
acarretaria grandes perdas ao diagnóstico.
• Lembrar que não devemos sugestionar nossos pacientes com perguntas objetivas, apesar de,
às vezes serem necessárias.
História da doença atual (HDA)
• Importante a caracterização minuciosa dos sintomas, modo de início, fatores de agravo e
de melhora.
• Rotina doméstica e escolar
• Atividade física
• Hábitos alimentares
• Padrão de sono
• Interação social (familiar, escolar e amigos)
• Outras atividades
• Temperamento
Condições de moradia
• Residência, casal de relacionamento estável, profissão, condições de
saneamento, transporte, cuidadores, quem coabita, animais
domésticos.
Paciente psicótico:
Exemplo: Uma mulher portadora de deficiência cognitiva ficou estressada durante uma
entrevista por causa do barulho de um tubo vaporizador. Ela perguntou: “Você está
ouvindo isso?”. O entrevistador respondeu: “Sim, estou. O barulho a incomoda?”. Ela
acenou com a cabeça, e o entrevistador fez mais perguntas: “Às vezes você ouve coisas
que outras pessoas não ouvem?”. Dessa forma, a pergunta seguiu um curso natural na
entrevista.
Visão sistematizada:
1) Não existe um método para obter uma história que seja apropriado para todos os
pacientes ou todas as situações clínicas.
2) É necessário estabelecer um rapport para obter a confiança e a confidência do
paciente, antes que ele venha a cooperar com o plano de tratamento.
3) A história nunca estará completa ou será totalmente precisa.
4) A descrição do paciente, a psicopatologia e a história do desenvolvimento deverão,
todos, estar interligados, criando um quadro coeso.
5) O entrevistador deverá ligar a vida mental do paciente a seus sintomas e
comportamentos.
6) A psicodinâmica e a psicologia do desenvolvimento ajudam-nos a compreender as
conexões importantes entre o passado e o presente.