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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências

Humanas Curso de

Psicologia

RESUMO CAP. 5 “A ENTREVISTA CLÍNICA”

Campus Paraiso – São Paulo

2022
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A entrevista clínica, na Psicologia, busca estabelecer uma relação profissional


privilegiada com o paciente, fazendo uso de um conjunto de técnicas de investigação,
de tempo delimitado e dirigido por um entrevistador treinado. Tem por objetivo
descrever e avaliar os aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos, ou seja, com o
levantamento de informações se torna possível relacionar eventos e experiências,
fazer inferências, estabelecer conclusões e tomar decisões em um processo que visa
a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção,
sendo de responsabilidade do psicólogo a condução do processo e da aplicação de
conhecimentos psicológicos em benefício ao outro. Já o papel da pessoa entrevistada
é o de prestar informações de forma colaborativa, pois o sucesso da entrevista
depende da sua participação, o que nem sempre acontece na prática.
Em relação ao profissional, o resultado de uma entrevista depende da sua
experiência e habilidade, além do domínio da técnica. Criar um clima que facilite a
interação e a abertura para o exame de questões íntimas e pessoais talvez seja o
desafio maior da entrevista clínica. A necessidade de ensinar a realizar uma entrevista
clínica coloca, portanto, desafios para quem deseja transmitir esses conhecimentos e
habilidades, por isso, o treinamento tem o intuito de antecipar e evitar essas situações
discutindo os vários aspectos práticos dos procedimentos. 
Ainda sobre as entrevistas, estas são divididas em estruturadas,
semiestruturadas e de livre estruturação. As entrevistas estruturadas são de pouca
utilidade clínica, utilizada em áreas de pesquisa com perguntas quase sempre
fechadas ou delimitadas. A entrevista semiestruturada é um conjunto de questões
previamente estabelecidas, permite que o entrevistador inclua outro conjunto de
questões ao decorrer da entrevista, não planejadas inicialmente. Por fim, a entrevista
de livre estruturação é conduzida apenas com a utilização de perguntas abertas
podendo fazer uso de tópicos ou pensar previamente em assuntos que sejam
importantes abordar.
Já a entrevista de devolução tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado
da avaliação. Em muitos casos, essa atividade é integrada em uma mesma sessão, ao
final da entrevista. Outro objetivo importante é permitir ao sujeito expressar seus
pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e recomendações do avaliador.
Destaca-se a importância de ajudar o sujeito a compreender as conclusões e
recomendações e a remover distorções ou fantasias contraproducentes em relação a
suas necessidades.
A aceitação das recomendações ou a permanência no tratamento dependem de
algumas características importantes do primeiro contato, que são influenciadas por um
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conjunto de competências do entrevistador. A dificuldade de aceitação das


recomendações ou a desistência de iniciar um processo terapêutico se dá nos
primeiros contatos. O bom uso da técnica deve ampliar o alcance das habilidades
interpessoais do entrevistado e vice-versa. Por fim, para levar uma entrevista a termo
de modo adequado, o entrevistador deve ser capaz de: 1) estar presente, no sentido
de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi-lo sem a
interferência de questões pessoais; 2) ajudar o paciente a se sentir à vontade e a
desenvolver uma aliança de trabalho; 3) facilitar a expressão dos motivos que levaram
a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda; 4) buscar esclarecimentos para
colocações vagas ou incompletas; 5) gentilmente, confrontar esquivas e contradições;
6) tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista; 7) reconhecer
defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente quando elas atuam
diretamente na relação com o entrevistador (transferência); 8) compreender seus
processos contratransferenciais; 9) assumir a iniciativa em momentos de impasse; 10)
dominar as técnicas que utiliza. 
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BIBLIOGRAFIA

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico –V. 5. Ed. Artmed, 2000.

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