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Módulo I:

Introdução à Metodologia Científica

Professora: Dra. Marizangela Gomes de Morais


Por que é útil e necessário aprender a
pesquisar?
● Vantagem competitiva;

● É impossível imaginar trabalhos nas diversas áreas do conhecimento


sem pesquisa:

● Marketing (pesquisa de mercado);

● Engenheiro (estudo do solo, etc.);

● Medicina (diagnóstico de pacientes);

● Criminalista (investigar as cenas de crimes)

● BIBLIOTECÁRIO (pesquisa de usuários,pesquisa no serviço de


referência, etc.)
E quando não se faz pesquisa?

■ Profissionais que não realizam pesquisa = trabalho precário,


insuficiente;
Por que é útil e necessário aprender a
pesquisar?

■ Criar novos sistemas e produtos;


■ Resolver problemas econômicos e sociais;
■ Situar-se no mercado;
■ Elaborar soluções;
■ Avaliar se foi feito algo corretamente ou não;
Por que é útil e necessário aprender a
pesquisar?
● Quanto mais pesquisa for gerada, mais progresso existe;

● Todos os seres humanos fazem pesquisa frequentemente:

● Quando procuramos emprego nos dedicamos a pesquisar quem


oferece o trabalho e em quais condições;

● Quando nos interessamos por alguém queremos saber sobre sua


vida;

● Quando comemos algo gostoso queremos saber a receita;


 A Metodologia é a explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exata de toda ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho
de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa,
dos instrumentos utilizados (questionário,
entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de
pesquisadores e da divisão do trabalho, das
formas de tabulação e tratamento dos dados,
enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho
de pesquisa.
Objetivo ????
Como Chegar lá ?
 Em projetos
 Trabalhos de conclusão de curso como:
 Monografia
 Estudo de caso
 Artigo científico
 Dissertação de mestrado
 Tese de Doutorado
 Pesquisas empresariais
Receita ......
Nome da receita
Histórico da receita
Ingredientes, modo de preparo ,....
Dicas e Conclusão ( quando fez a receita deu
certo... Ficou bom.....)

Quem vai experimentar?


 Nome da receita (Titulo / Tema)

 Histórico da receita ( fundamentação teórica)

 Ingredientes, modo de preparo ,.... (método)

 Dicas e Conclusão ( quando fez a receita deu certo...


Ficou bom.....) Considerações finais)

 Quem vai experimentar? (banca , quem vai provar (


ler) tirar as dúvidas, sugerir mudanças.
• Questionamentos de um projeto de pesquisa:

– O que pesquisar?
– Para que pesquisar?
– Por que pesquisar?
– Como pesquisar?
– Por quanto tempo pesquisar?
– Com que recursos?
– A partir de quais fontes?
Estes são os questionamentos da nossa disciplina!!!
Método científico
• Diversas correntes de pensamento deram origem a
diferentes caminhos na busca do conhecimento;

• As correntes se “polarizaram” em duas abordagens


principais: Quantitativa e Qualitativa
Enfoques atuais de pesquisa
ENFOQUE QUANTITATIVO: ENFOQUE QUALITATIVO:

Processo sequencial e Processo circular;(mais complexa e flexível)


comprobatório;(objetiva)

Coleta de dados se fundamenta na medição Coleta de dados consiste em obter as


(quantidades); perspectivas e pontos de vista dos
participantes, interação entre indivíduos;
(observações, entrevistas, revisão de
documentos, registro de histórias de vida, etc.);

Segue um padrão previsível e estruturado; Não é previsível ou estruturada;

Abordagem que utiliza a lógica ou raciocínio Abordagem que utiliza a lógica ou raciocínio
dedutivo; indutivo;

Ocorre na realidade externa do indivídulo; Vai do particular ao geral


(investiga o indivíduo para chegar à
perspectiva geral)
Módulo II:
Elementos e um projeto de pesquisa

Professora: Dra. Marizangela Gomes de Morais


a) Elementos Pré-textuais
 Capa (obrigatório)

 Folha de Rosto (obrigatório)

 Dedicatória (opcional)

 Agradecimentos (opcional)

 Epígrafe (opcional)

 Resumo em língua vernácula (obrigatório)

 Resumo em língua estrangeira (opcional)

 Listas (ilustrações, abreviações, etc.) (opcional)

 Sumário (obrigatório)
b) Elementos Textuais

 Introdução:

 Apresentação: informa do que trata o documento

 Modalidade

 Tema

 Problema

 Hipóteses
b) Elementos Textuais

 Objetivos
 Justificativa
 Breve apresentação da Fundamentação Teórica
(embasamento teórico, etc.)
 Breve apresentação da Metodologia adotada (tipo de
pesquisa, etc.)
 Experiências individuais;
 Materiais escritos (livros, artigos de revistas ou
periódicos, documentos e teses);
 Materiais audiovisuais e programas de rádio e TV,
Internet;
 Teorias;
 Descobertas como produto de pesquisas;
 Conversas pessoais;
 Observação de fatos;
 Crenças, intuições e pressentimentos.
 Escolha do tema • ASSUNTO TEMA •
 Responda às perguntas: o que será explorado? /
“O que pretendo abordar?”
 É um aspecto ou uma área de interesse de um
assunto que se deseja provar ou desenvolver.
 Escolha um tema que você goste e que
apresente uma utilidade teórica ou prática.
 Evite temas que foram exaustivamente
pesquisados. (SILVA; MENEZES, 2005; MARCONI; LAKATOS, 2010;
ANDRADE, 2010)

1º semestre - 2012
 A definição do tema pode decorrer da:
 Observação no cotidiano
 Na vida profissional
 Atuação em projetos de pesquisa
 Feedbacks de pesquisas desenvolvidas
 Contato com a literatura da área
 Considere a relevância e atualidade do
tema. (PRODANOV; FREITAS, 2013)
1º semestre - 2012
Exemplo:
Tema: endomarketing
“Análise do endomarketing da
empresa Mabel “
Tema: gestão ambiental
“Influência da gestão ambiental
nos rendimentos financeiros.”
 Fatores internos:
 Interesse pessoal (gosto pelo assunto)
 Tempo disponível
 Capacidades do pesquisador
 Fatores externos:
 Significação do tema escolhido (desperta
interesse)
 Limite de tempo
 Material de consulta e dados necessários
(PRODANOV; FREITAS, 2013).

1º semestre - 2012
 Verifique os trabalhos existentes com o mesmo
tema.
 Analise os currículos dos possíveis
orientadores(as), linhas de pesquisa, orientações,
publicações.
 Verifique as pesquisas que já foram
desenvolvidas no curso ou programa. Veja os
feedbacks.
 Evite temas esgotados.
 Seja criativo! Leia mais sobre o assunto.
 Encontre uma lacuna de pesquisa

1º semestre - 2012
 O problema é uma questão não
resolvida, é algo para qual se vai buscar
resposta, via pesquisa.

 Deve-se expressar as dúvidas em relação


ao tema a ser estudado.

 Incertezas e a conseqüente busca por


soluções.
 O problema é o ponto de partida da
pesquisa. Responde o quê resolver?
 Deve ser formulado como pergunta
(interrogação).
 Deve ser claro e preciso.
 Deve ser suscetível de solução.
 Deve ser restrito para permitir a sua
viabilidade.
(SILVA; MENEZES, 2005; GIL, 2010)

1º semestre - 2012
 Tema ajuda a formular o problema de
pesquisa "O problema focaliza o que vai ser
investigado dentro do tema da pesquisa."
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 85).

 Para formular a pergunta da pesquisa leia,


discuta, reflita, esboce etc.. • “[...] uma
dificuldade, teórica ou prática, no
conhecimento de alguma coisa de real
importância, para a qual se deve encontrar
uma solução.” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 143)

1º semestre - 2012
 As hipóteses são suposições a
antecipação da resposta do problema.

 Ao levantar um hipótese deve-se ter


consciência de que a pesquisa deverá
buscar respostas que confirmem ou não
a hipótese levantada.
 É uma suposição provisória, uma possível
resposta ao problema que precisa ser testada.

 É sempre enunciada na forma afirmativa.

 A hipótese pode ser confirmada ou refutada.

 Nem sempre são explicitas nas pesquisas.


(PRODANOV; FREITAS, 2013)

1º semestre - 2012
 Objetivo geral: Alvo que se pretende
atingir. É o norteador do trabalho.

Ex: Analisar o grau de relacionamento entre


os membros da cadeia produtiva de
calçados em Goiânia – GO

 Objetivos específicos: objetivos que o


ajudarão a atingir o objetivo geral ( devem
iniciar com verbos no infinitivo)
Analisar, levantar.........
 Os objetivos da pesquisa deverão sintetizar o
que pretendemos alcançar.
 Devem estar coerentes com a justificativa e
com o problema proposto.
 Os objetivos específicos explicitarão os
detalhes e serão desdobramentos do objetivo
geral.
 Os enunciados dos objetivos devem começar
com um verbo no infinitivo e este verbo deve
indicar uma ação passível de mensuração.
(SILVA; MENEZES, 2005)
1º semestre - 2012
 Determinar estágio cognitivo de conhecimento:
apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever,
registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear.
 Determinar estágio cognitivo de compreensão:
descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar,
expressar, identificar, localizar, traduzir e
transcrever.
 Determinar estágio cognitivo de aplicação:
aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar,
interpretar, inventariar, manipular, praticar,
traçar e usar. (SILVA; MENEZES, 2005, p. 31- 32)
1º semestre - 2012
 Justificar é apresentar razões para a própria
existência do projeto;

 Importância do tema do ponto de vista geral;

 Importância do tema do ponto acadêmico;

 Importância do tema para os autores;

 Importância do tema do ponto social.


 O tema é relevante e, se é, por quê? Convença o
leitor!
 Quais os pontos positivos da abordagem desta
proposta?
 Que vantagens e benefícios esta pesquisa irá
proporcionar?(SILVA; MENEZES, 2005).
 Qual a relevância do estudo para a comunidade
científica, profissional e/ou para a própria
sociedade? (DMITRUK; GALLON, 2004).
 Quais as motivações profissionais e pessoais que
levaram você a escolher este tema? Qual a relação
do tema com o curso ou programa

1º semestre - 2012
• Justificativa da pesquisa (o porquê da pesquisa)
(Critérios para avaliar a importância potencial de uma pesquisa)

– Conveniência. Quão oportuna é a pesquisa? Isto é, para quê serve?

– Relevância Social. Qual sua importância para a sociedade? Quem será


beneficiado com os resultados da pesquisa? De que maneira? (Alcance)

– Implicações práticas. Ela irá ajudar a resolver algum problema real? Tem
implicações importantes para uma ampla gama de problemas práticos?

– Valor teórico. Algum vazio do conhecimento será preenchido? Será possível


generalizar os resultados para princípios mais amplos? O que se espera
saber agora com os resultados que antes não se conhecia?

– Utilidade metodológica. A pesquisa pode ajudar a criar um novo


instrumento para coletar ou analisar os dados? Contribui para a definição
de um conceito, uma variável ou uma relação entre variáveis?
 A pesquisa deve apresentar uma
fundamentação teórica, uma estrutura
conceitual que sustentará o desenvolvimento
da pesquisa (SILVA; MENEZES, 2005).

 Construa o texto fundamentando em outras


pesquisa que tem relação com o seu assunto.

1º semestre - 2012
 Teoria estudada como base para o
desenvolvimento do estudo ( livros, artigos);

 É dividida por temáticas que permeiam o tema


principal;

 Contem citações diretas e indiretas, e ligações


feitas pelo autor entre uma citação e outra;

 Deve ser utilizado apenas fontes confiáveis.


 Natureza da pesquisa:

 Pesquisa básica: seu propósito é o progresso da


ciência e desenvolve o conhecimento científico sem
preocupação com sua aplicação prática. Objetiva a
criação de teorias e leis, se refere a verdades e
interesses universais.

 Pesquisa aplicada: seu propósito é buscar solução


para problemas concretos, está relacionada com
fins práticos, com aplicação propriamente do
conhecimento. (BUNGE, 1989; CERVO; BERVIAM, 2002; SILVA; MENEZES, 2005)
 Caracterizar a pesquisa quanto aos objetivos:
Exploratória, descritiva, explicativa.

 Caracterizar quanto a abordagem do problema:


Qualitativa, quantitativa, mista.

 Caracterizar os procedimentos técnicos que


serão empregados: Pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental, pesquisa experimental,
estudo de caso.
1º semestre - 2012
 A pesquisa quantitativa, que tem suas raízes no
pensamento positivista lógico, tende a enfatizar o
raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos
mensuráveis da experiência humana;

 A pesquisa quantitativa se centra na objetividade.


Influenciada pelo positivismo, considera que a
realidade só pode ser compreendida com base na
análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de
instrumentos padronizados e neutros.
 A pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social,
de uma organização, etc.

 Os pesquisadores que adotam esta abordagem opõem-


se ao pressuposto que defende um modelo único de
pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma
“metodologia própria”.
 Descrever o universo (população), amostra

 Determinar as variáveis da pesquisa.

 Descrever os instrumentos de coleta de dados


que pretende utilizar: questionário, formulário,
observação, entrevista etc..

 Indicar como irá analisar os dados


 TEMA: • A evasão nos cursos de graduação da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

 PROBLEMA: • Quais fatores geram a evasão nos


cursos de graduação da UDESC?

 OBJETIVO GERAL: • Diagnosticar os fatores que


ocasionaram a evasão dos alunos, ingressos no período
de 2015 a 2019, dos cursos de graduação da UDESC.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Identificar os alunos


evadidos; Verificar os fatores que ocasionaram a
evasão desses alunos; Analisar, à luz da literatura que
se dispõe sobre o assunto, os fatores apontados como
motivadores da evasão
1º semestre - 2012
 PESQUISA EXPLORATÓRIA:
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
A maioria dessas pesquisas envolve:

(a) levantamento bibliográfico;


(b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado;
(c) análise de exemplos que estimulem a compreensão. Essas
pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e
estudo de caso (GIL, 2007).
 Pesquisam problemas pouco estudados;
 Indagam a partir de uma perspectiva inovadora;
 Ajudam a identificar conceitos promissores;
 Preparam o terreno para novos estudos;
 A revisão de literatura revelou que existem apenas
orientações não pesquisadas.
 Mais flexíveis que os descritivos.
PESQUISA DESCRITIVA:
 Exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja
pesquisar;
 São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso, análise
documental, pesquisa ex-post-facto;
 Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados
porque pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes
fogem da possibilidade de verificação através da observação.
 Ainda para o autor, às vezes não existe por parte do investigador um
exame crítico das informações, e os resultados podem ser equivocados; e
as técnicas de coleta de dados, como questionários, escalas e entrevistas,
podem ser subjetivas, apenas quantificáveis, gerando imprecisão.
 Consideram o fenômeno estudado e seus componentes;
 Medem conceitos;
 Buscam especificar as propriedades, características e os
perfis de pessoas, grupos, comunidades, processos, objetos
ou qualquer outro fenômeno que se submeta a uma análise;
 Sevem para mostrar com precisão os ângulos ou dimensões
de um fenômeno;
 Definem variáveis.

• Ex: censo demográfico nacional


PESQUISA EXPLICATIVA
 Preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que contribuem
para a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007).

 Explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

 Segundo Gil (2007, p. 43), uma pesquisa explicativa pode ser a


continuação de outra descritiva, posto que a identificação de fatores que
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e
detalhado.

 Pesquisas desse tipo podem ser classificadas como experimentais e ex-


post-facto (GIL, 2007).
 Determinam as causas dos fenômenos;
 Geram um sentido de entendimento;
 São extremamente estruturados.

 Ex: Por que alguém poderia votar em determinados


candidatos e outras pessoas nos demais candidatos?
De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação
e um entendimento da realidade a investigar, como um processo
permanentemente inacabado. Ela se processa através de aproximações
sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no
real.
 PESQUISA EXPERIMENTAL: segue um planejamento rigoroso. As
etapas de pesquisa iniciam pela formulação exata do problema e das
hipóteses, que delimitam as variáveis precisas e controladas que atuam
no fenômeno estudado (TRIVIÑOS, 1987).

 Para Gil (2007), a pesquisa experimental consiste em determinar um


objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de
influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto.
PESQUISA EXPERIMENTAL:
 Seleciona grupos de assuntos coincidentes, submete-os a tratamentos
diferentes, verificando as variáveis estranhas e checando se as diferenças
observadas nas respostas são estatisticamente significantes. [...] Os efeitos
observados são relacionados com as variações nos estímulos, pois o
propósito da pesquisa experimental é apreender as relações de causa e
efeito ao eliminar explicações conflitantes das descobertas realizadas
(FONSECA, 2002).

 Pode ser desenvolvida em laboratório (onde o meio ambiente criado é


artificial) ou no campo (onde são criadas as condições de manipulação
dos sujeitos nas próprias organizações, comunidades ou grupos).
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

 Feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas


por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites.
 Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite
ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto;
 Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa
bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de
recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do
qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
 Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são
sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das
diversas posições acerca de um problema.
PESQUISA DOCUMENTAL

 Trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil por vezes
distingui-las.

 A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado,


constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas.
A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem
tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de
empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32)
PESQUISA DE CAMPO
 A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa
bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o
recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação,
pesquisa participante, etc.) (FONSECA, 2002).
PESQUISA EX-POST-FACTO
 A pesquisa ex-post-facto tem por objetivo investigar possíveis relações de causa e
efeito entre um determinado fato identificado pelo pesquisador e um fenômeno
que ocorre posteriormente.
 A principal característica deste tipo de pesquisa é o fato de os dados serem
coletados após a ocorrência dos eventos.
 A pesquisa ex-post-facto é utilizada quando há impossibilidade de aplicação da
pesquisa experimental, pelo fato de nem sempre ser possível manipular as
variáveis necessárias para o estudo da causa e do seu efeito (FONSECA, 2002, p.
32).
 Como exemplo desse tipo de pesquisa, pode-se citar um estudo sobre a evasão
escolar, quando se tenta analisar suas causas. Num estudo experimental, seria o
inverso, tomando-se primeiramente um grupo de alunos a quem seria dado um
determinado tratamento, e observando-se depois o índice de evasão.
PESQUISA DE LEVANTAMENTO

 Fonseca (2002) aponta que este tipo de pesquisa é utilizado em estudos


exploratórios e descritivos, o levantamento pode ser de dois tipos: levantamento de
uma amostra ou levantamento de uma população (também designado censo);

 Entre as vantagens dos levantamentos, temos o conhecimento direto da realidade,


economia e rapidez, e obtenção de dados agrupados em tabelas que possibilitam
uma riqueza na análise estatística;

 Os estudos descritivos são os que mais se adequam aos levantamentos;

 Exemplos são os estudos de opiniões e atitudes.


PESQUISA COM SURVEY
 É a pesquisa que busca informação diretamente com um grupo de interesse a
respeito dos dados que se deseja obter;
 Trata-se de um procedimento útil, especialmente em pesquisas exploratórias e
descritivas (SANTOS, 1999).
 A pesquisa com survey pode ser referida como sendo a obtenção de dados ou
informações sobre as características ou as opiniões de determinado grupo de
pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, utilizando um
questionário como instrumento de pesquisa (FONSECA, 2002, p. 33);
 Nesse tipo de pesquisa, o respondente não é identificável, portanto o sigilo é
garantido. São exemplos desse tipo de estudo as pesquisas de opinião sobre
determinado atributo, a realização de um mapeamento geológico ou botânico.
ESTUDO DE CASO
 Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem
definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa,
ou uma unidade social;
 Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação
que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de
mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a
ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe;
 O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que
procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou
uma perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva
global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de
vista do investigador (FONSECA, 2002, p. 33);
ESTUDO DE CASO
 Para Alves-Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para esse tipo de
estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como os casos
clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul Willis
sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição (como
uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família), ou um evento (a
eleição do diretor de uma escola). Ainda segundo a autora, podemos ter também
estudos de casos múltiplos, nos quais vários estudos são conduzidos
simultaneamente: vários indivíduos (como, por exemplo, professores
alfabetizadores bem-sucedidos), várias instituições (como, por exemplo, diferentes
escolas que estão desenvolvendo um mesmo projeto).
PESQUISA PARTICIPANTE
 Este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do
pesquisador com as pessoas investigadas;
 A pesquisa participante foi criada por Bronislaw Malinowski: para conhecer os
nativos das ilhas Trobriand, ele foi se tornar um deles. Rompendo com a sociedade
ocidental, montava sua tenda nas aldeias que desejava estudar, aprendia suas
línguas e observava sua vida quotidiana (FONSECA, 2002).
 Exemplos de aplicação da pesquisa participante são o estabelecimento de
programas públicos ou plataformas políticas e a determinação de ações básicas de
grupos de trabalho.
PESQUISA-AÇÃO
 Define Thiollent (1988): A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base
empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo;
 Para Gil (2007, p. 55), a pesquisa-ação tem sido alvo de controvérsia devido ao
envolvimento ativo do pesquisador e à ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos
no problema. Apesar das críticas, essa modalidade de pesquisa tem sido usada por
pesquisadores identificados pelas ideologias reformistas e participativas;
 O objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e não um conjunto
de variáveis isoladas que se poderiam analisar independentemente do resto. Os dados
recolhidos no decurso do trabalho não têm valor significativo em si, interessando
enquanto elementos de um processo de mudança social. O investigador abandona o
papel de observador em proveito de uma atitude participativa e de uma rela- ção sujeito
a sujeito com os outros parceiros.
PESQUISA ETNOGRÁFICA
 Pode ser entendida como o estudo de um grupo ou povo. As
características específicas da pesquisa etnográfica são:
 o uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de documentos;
 a interação entre pesquisador e objeto pesquisado;
 a flexibilidade para modificar os rumos da pesquisa;
 a ênfase no processo, e não nos resultados finais;
 a visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências;
 a não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado;
 a variação do período, que pode ser de semanas, de meses e até de anos;
 a coleta dos dados descritivos, transcritos literalmente para a utilização no relatório.
 Exemplos: pesquisas sobre os processos educativos (analisam as relações entre
escola, professor, aluno e sociedade, com o intuito de conhecer profundamente os
diferentes problemas que sua interação desperta).
ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais:
pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998. ______. Usos e abusos dos estudos de
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FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.

PIETROBON, S. R. G. A prática pedagógica e a construção do conhecimento científico. Práxis


Educativa, Ponta Grossa, v. 1, n. 2, p. 77-86, jul.-dez. 2006.

SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez & Autores Associados, 1988.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação.


São Paulo: Atlas, 1987.

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