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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

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Questões relacionadas: São questões que possuem dependência, por


exemplo:

Você pratica algum esporte?


( ) Sim (responda à questão seguinte)
( ) Não (responda à questão número 11)
Qual o seu esporte preferido?
( ) Natação ( ) Corrida ( ) Futebol ( ) Outro_________________

Confira algumas regras para a elaboração de um questionário:

A elaboração de um questionário consiste basicamente em tra-


duzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos.
Naturalmente, não existem normas rígidas a respeito da elaboração
do questionário. Todavia, é possível, com base na experiência dos
pesquisadores, definir algumas regras práticas a esse respeito:

• As questões devem ser preferencialmente fechadas, mas com alternati-


vas suficientemente exaustivas para abrigar a ampla gama de respostas
possíveis;
• Devem ser incluídas apenas as perguntas relacionadas ao problema proposto;
• Não devem ser incluídas perguntas cujas respostas possam ser obtidas
de forma mais precisa por outros procedimentos;
• Devem-se levar em conta as implicações da pergunta com os procedi-
mentos de tabulação e análise dos dados;
• Devem ser evitadas perguntas que penetrem na intimidade das pessoas;
• As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, concreta e precisa;
• Deve-se levar em consideração o sistema de referência do entrevistado,
bem como seu nível de informação;
• A pergunta deve possibilitar uma única interpretação;
• A pergunta não deve sugerir respostas;
• As perguntas devem referir-se a uma única ideia de cada vez;
• O número de perguntas deve ser limitado;
• O questionário deve ser iniciado com as perguntas mais simples e finali-
zado com as mais complexas;
• As perguntas devem ser dispersadas sempre que houver possibilidade
de “contágio”;

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Metodologia do Trabalho Científico

• Convém evitar as perguntas que provoquem respostas defensivas, es-


tereotipadas ou socialmente indesejáveis, que acabam por encobrir sua
real percepção acerca do fato;
• Na medida do possível, devem ser evitadas as perguntas personaliza-
das, diretas, que geralmente se iniciam por expressões do tipo “o que
você pensa a respeito de...”, “na sua opinião...” etc., as quais tendem a
provocar respostas de fuga;
• Deve ser evitada a inclusão, nas perguntas, de palavras estereotipadas,
bem como a menção a personalidades de destaque, que podem influen-
ciar as respostas, tanto em sentido positivo quanto negativo;
• Cuidados especiais devem ser tomados em relação à apresentação grá-
fica do questionário, tendo em vista facilitar seu preenchimento;
• O questionário deve conter uma introdução que informe acerca da enti-
dade patrocinadora, das razões que determinaram a realização da pes-
quisa e da importância das respostas para atingir seus objetivos;
• O questionário deve conter instruções acerca do correto preenchimento
das questões, preferencialmente com caracteres gráficos diferenciados.

Fonte: Adaptado de Gil (2017)

Entrevista

É uma técnica alternativa para coletar dados não documentados sobre algu-
ma temática, uma técnica de interação social (GERHARDT; SILVEIRA. 2009).

Apresenta como vantagem a possibilidade de ser realizada


com todos os segmentos da população, incluindo-se os anal-
fabetos; permite analisar atitudes, comportamentos, reações e
gestos; os dados podem ser analisados de forma quantitativa
e qualitativa; e dá maior flexibilidade ao entrevistador. É impor-
tante ressaltar que essa técnica pode ser desenvolvida indivi-
dualmente ou em grupo (ZANELL, 2013, p. 115).

Marconi e Lakatos (2010, p. 195) ressaltam que:

A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários


campos das ciências sociais ou de outros setores de ativi-
dades, como da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia
Social, da Política, do Serviço Social, do Jornalismo, das Rela-
ções Públicas, da Pesquisa de Mercado e outras.

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), existe alguns tipos de entrevista, as


mais utilizadas são:

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

Entrevista estruturada: Na entrevista estruturada, segue-se um roteiro pre-


viamente estabelecido, as perguntas são predeterminadas. O objetivo é obter di-
ferentes respostas à mesma pergunta, possibilitando que sejam comparadas. O
entrevistador não tem liberdade.

Entrevista semiestruturada: O pesquisador organiza um conjunto de ques-


tões (roteiro) sobre o tema que está sendo estudado, mas permite e às vezes
até incentiva que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo
como desdobramentos do tema principal.

Entrevista não-estruturada: Também é denominada não-diretiva: o entre-


vistado é solicitado a falar livremente a respeito do tema pesquisado. Ela busca a
visão geral do tema. É recomendada nos estudos exploratórios.

Dentro da entrevista não estruturada, existem três tipos:

Entrevista focalizada: Há um roteiro de tópicos relativos ao


problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer
as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimen-
tos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são
necessários habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em
geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.

Entrevista clínica: Trata-se de estudar os motivos, os senti-


mentos, a conduta das pessoas. Para esse tipo de entrevista pode
ser organizada uma série de perguntas específicas.

Não dirigida: Há liberdade total por parte do entrevistado, que


poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevis-
tador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determinado
assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder.

Fonte: Adaptado de Marconi e Lakatos (2010)

As entrevistas podem ser colhidas com uma série de maneiras: filmadas,


desde que autorizada pelo entrevistado; gravada; tomando notas dos que está
sendo dito e entre outros. Busque se preparar para a entrevista, agende o dia e

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Metodologia do Trabalho Científico

horário com antecedência; garanta a confidencialidade das informações adqui-


ridas; transmita confiança ao entrevistado para que ele expresse a sua opinião
mais sincera; não interfira durante uma resposta; não emita opiniões, seu papel
é entender a opinião do entrevistado. Elabore perguntas que precisam ser mais
descritivas, evitando respostas como sim/não. Procure manter o foco nos objeti-
vos da pesquisa, evitando que o entrevistado saia do tema proposto.

Técnica de observação

A observação é uma técnica que faz uso dos sentidos para conseguir in-
formações na observação de determinados aspectos da realidade. “Não se trata
apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se
desejam estudar” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 190). Um exemplo para a utili-
zação da técnica de observação são os estudos antropológicos.

Como as demais técnicas de coleta de dados, a observação possui vanta-


gens e limitações, conforme exemplifica Marconi e Lakatos (2010):

TABELA 4 – VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO

VANTAGENS LIMITAÇÕES
* Possibilita meios diretos e satisfatórios para * O observado tende a criar impressões favorá-
estudar uma ampla variedade veis ou desfavoráveis no observador.
de fenômenos. * A ocorrência espontânea não pode ser previs-
* Exige menos do observador do que as outras ta, o que impede, muitas vezes, o observador de
técnicas. presenciar o fato.
* Permite a coleta de dados sobre um conjunto * Fatores imprevistos podem interferir na tarefa
de atitudes comportamentais típicas. do pesquisador.
* Depende menos da introspecção ou da refle- * A duração dos acontecimentos é variável: pode
xão. ser rápida ou demorada e os fatos podem ocor-
* Permite a evidência de dados não constantes rer simultaneamente; nos dois casos, toma-se
do roteiro de entrevistas ou de questionários. difícil a coleta dos dados.
* Vários aspectos da vida cotidiana, particular,
podem não ser acessíveis ao pesquisador.
FONTE: Adaptado de Marconi e Lakatos (2010)

A técnica de observação, tem várias modalidades, podendo variar conforme


a circunstância segundo Ander-Egg (apud LAKATOS; MARCONI, 2010):

• Segundo os meios utilizados:


 Observação não estruturada (Assistemática).

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

 Observação estruturada (Sistemática).


• Segundo a participação do observador
 Observação não-participante.
 Observação participante.

Observação Assistemática: Na técnica de observação assistemática ou não


estruturada, também conhecida como simples, você pesquisador, não se envolverá
na situação estudada, apenas observará como os fatos ocorrerão e coletando os
dados obtidos, sem a necessidade de meios técnicos de coleta de dados. “É co-
mumente utilizada em casos de estudos exploratórios, nos quais os objetivos não
estão claramente especificados; pode ser que o pesquisador sinta a necessidade
de redefinir seus objetivos ao longo do processo” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p.
74). É indicado para estudos de condutas manifestadas na vida social.

Observação Sistemática: A técnica de observação sistemática ou estrutura-


da, também conhecida como planejada ou controlada. Diferente da não estruturada;
utiliza-se dos instrumentos de coleta de dados ou fenômenos observados, podendo
ser utilizada também para o teste de hipóteses. Essa técnica, pode ser aplicada em
campo ou em laboratórios. Deve se realizar em condições controladas, responden-
do assim os propósitos preestabelecidos (LAKATOS; MARCONI, 2010).

Observação não-participante: Em relação à participação do pesquisador, na


observação não-participante o pesquisador tem contato com a comunidade, grupo
ou realidade estudada, mas não interfere, permanece de fora, faz papel de especta-
dor sendo designada de observação passiva. (LAKATOS; MARCONI, 2010).

Observação participante: O observador participa como membro da comu-


nidade ou grupo pesquisado até certo ponto. O propósito da incursão do inves-
tigador é fazer parte da comunidade, ser participante da cultura, dos costumes;
ganhar a confiança do grupo para ter acesso aos comportamentos e opiniões da
comunidade investigada para a obtenção dos dados mais fidedignos possíveis.

Este tipo de observação foi introduzido nas ciências sociais


pelos antropólogos no estudo das chamadas sociedades pri-
mitivas. A técnica de observação participante ocorre pelo con-
tato direto do pesquisador com o fenômeno observado. Obtém
informações sobre a realidade dos atores sociais em seus pró-
prios contextos (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 75).

3 Durante uma pesquisa científica, é necessária a coleta de dados,


e uma fora de coleta de dados é o questionário. Cite ao menos

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Metodologia do Trabalho Científico

três regras básicas que devem ser levadas em consideração na


formulação das questões.

3.1 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE


DADOS
Após verificarmos todas as formas de coleta de dados e a escolha delas,
será necessário definir as formas de análise e interpretação dos dados coletados.

A análise e interpretação dos dados, constituem o núcleo central da pesquisa


(LAKATOS; MARCONI, 2010). “Tem por objetivo reduzir grandes quantidades de
dados brutos a uma forma interpretável e mensurável” (ZANELL, 2013, p. 123).

A análise e a interpretação são duas atividades distintas, porém, relaciona-


das e, como processo, envolvem duas operações (LAKATOS; MARCONI, 2010):

Análise: Procura evidenciar as relações existentes entre os fenômenos es-


tudados de maneira organizada e coerente, com o propósito de responder ao pro-
blema da pesquisa.

Interpretação: Proporciona um significado mais amplo às respostas, fazen-


do relação aos outros conhecimentos.

O procedimento para análise de dados pode ser de caráter quantitativo e


qualitativo:

Análise de dados quantitativos: Para pesquisas quantitativas utiliza-se


a análise estatística, com duas finalidades: descrever hipóteses, utilizando a
estatística descritiva e testar hipóteses, utilizando a estatística inferencial
(ZANELL, 2013).

Estatística descritiva: É representada por uma série de técnicas que tem


como finalidade descrever, resumir e apresentar de maneira gráfica os dados da
pesquisa (ZANELL, 2013).

Estatística inferencial: Da mesma maneira que a descritiva, a inferencial é


representada por uma série de técnicas que são utilizadas para identificar e ca-
racterizar as relações entre as variáveis. (ZANELL, 2013).

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

TABELA 5 – FERRAMENTAS DE ANÁLISE DESCRITIVA E INFERENCIAL

ESTATÍSTICA DESCRITIVA ESTATÍSTICA inferencial


* Distribuição de frequência: é o conjunto das * Teste de hipóteses: conjunto de procedimentos
frequências relativas observadas para um deter- para se cal­cular a probabilidade da diferença en-
minado fenômeno. tre duas médias [ou dois percentuais] ser devida
* Testes de aderência: são procedimentos para ao acaso.
a identificação de uma distribuição de probabi- * Diagrama de dispersão: é a representação de duas
lidade a partir de um conjunto de frequências ou mais variáveis através de gráficos cartesianos no
usando a Lei dos Grandes Números. qual cada eixo representa uma das variáveis.
* Coeficiente de correlação: é uma forma de se
* Medidas da tendência central: são ferramentas identificar a existência ou não de uma relação
para ajudar-nos a conhecer certas tendências, entre duas variáveis e, caso ela exista, de quan-
características da amostra. São: média, modal, tificar tal relação.
mediana. * Análise de regressão: técnica estatística que
* Medidas de dispersão: são medidas da varia- busca caracterizar a relação entre variáveis to-
ção de um conjunto de dados em torno da mé- mando uma dada variável que se quer prever
dia, ou seja, da maior ou menor variabilidade dos [variável dependente] e observando a sua varia-
resultados obtidos. Inclui: a amplitude, o desvio ção em função de uma ou mais variáveis [variá-
médio, a variância, o desvio padrão, o erro pa- veis independentes].
drão e o coeficiente de variação. * Curvas de sobrevida: a análise do tempo que
decorre até a ocorrência de um evento, envolve
a estimativa da probabilidade de que um evento
ocorrerá em diferentes períodos. A análise de
sobrevivência estima a probabilidade de sobre-
vivência como uma função do tempo, a contar de
um ponto de partida, que pode ser, por exemplo,
a data de um diagnóstico ou de uma intervenção.
* Análises de séries temporais: conjunto de téc-
nicas estatís­ticas orientadas para a identificação
das tendências de uma ou mais variáveis em
função do tempo.
* Análises multivariadas: são ferramentas ana-
líticas que per­mitem um insight bastante signi-
ficativo acerca de fenômenos complexos envol-
vendo múltiplas dimensões, identificando certos
padrões básicos que emergem de uma profusão
de variáveis em interação.
FONTE: Adaptado de Zanell (2013)

Análise de dados qualitativos: Para pesquisas qualitativas, pode-se utilizar


duas práticas de análise: análise de conteúdo e análise do discurso (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009):

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Metodologia do Trabalho Científico

Análise de conteúdo: Segundo Bardin (2016), ela representa um conjunto


de técnicas de análise das comunicações que visam a obter, por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) que permitam a verificação das verdades e de conhecimen-
tos relativos à produção e à recepção das mensagens. Nessa análise, o pesqui-
sador busca compreender todos os aspectos, estruturas ou modelos que fazem
parte da mensagem. É preciso que o analista entenda o sentido da comunicação,
como se fosse destinatário e receptor da mensagem, e, principalmente, procurar
um novo entendimento, buscando novo significado, nova mensagem.

A organização da análise de conteúdo segundo Bardin, possui


três fazes:

Pré-análise: organização do que vai ser analisado; exploração


do material por meio de várias leituras; também é chamada de “leitu-
ra flutuante”.

Exploração do material: é o momento em que se codifica o ma-


terial; primeiro, faz-se um recorte do texto; após, escolhem-se regras
de contagem; e, por último, classificam-se e agregam-se os dados,
organizando-os em categorias teóricas ou empíricas.

Tratamento dos resultados: nesta fase, trabalham-se os dados


brutos, permitindo destaque para as informações obtidas, as quais
serão interpretadas à luz do quadro.

Fonte: Adaptado de Gerhardt e Silveira (2009)

Análise do discurso: Tem como objetivo a análise da linguagem utilizada


nos textos escritos ou nos relatos (discurso) falados. Propõe-se a uma reflexão
levando em conta a produção e a compreensão dos textos de diversos campos:
religioso, filosófico, jurídico e sociopolítico. Segundo Zanell (2013, p. 126), essa
técnica segue alguns passos, como: “identificação do repertório que envolve a
transcrição das entrevistas, o isolamento das similaridades ou diferenças nas res-
postas e a classificação das abordagens por títulos.”.

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

TABELA 6 – COMPARAÇÃO ENTRE ANÁSE DE CONTEÚDO E DO DISCURSO

ANÁLISE DE CONTEÚDO ANÁLISE DO DISCURSO


A interpretação da análise de conteúdo poderá A interpretação poderá ser somente qualitativa.
ser tanto quantitativa quanto qualitativa.
Trabalha com o conteúdo, espera compreender Trabalha com o sentido (que o sujeito manifesta
o pensamento do sujeito através do conteúdo em seu discurso), e não com o conteúdo.
expresso no texto.
Supõe a transparência da linguagem. Supõe que a linguagem não é transparente, mas
opaca.
Visa no texto justamente uma série de significa- O analista fará uma leitura do texto enfocando
ções que o codificador detecta por meio de indi- a posição discursiva do sujeito, legitimada so-
cadores que a ele estão ligados. cialmente pela união social, da história com a
ideologia, que produz sentidos.
FONTE: Adaptado de Gerhardt e Silveira (2009)

Para maior detalhamento de todos os processos de análise de


dados, procure consultar o livro de Laurence Bardim, com o título
Análise de Conteúdo, da Editora Edições 70. Boa leitura.

4 PROJETO DE PESQUISA
Acadêmico, você estudou até aqui todos os conceitos e metodologias para
melhor compreensão das etapas de uma pesquisa, agora chegou o momento de
colocar em prática esses conhecimentos e desenvolver a pesquisa propriamente
dita e, para isso, veremos a partir de agora como estruturar um “plano de pesqui-
sa” denominado: projeto de pesquisa. O projeto de pesquisa segundo a ABNT
(2011) é uma descrição da estrutura de um empreendimento a ser realizado, ou
seja, é a estruturação, o esboço, o planejamento da pesquisa, que lhe auxiliará na

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Metodologia do Trabalho Científico

construção do seu trabalho final. Mas não se preocupe iremos ver todas as etapas
desse planejamento. Vamos lá?

FIGURA 4 – PROJETO DE PESQUISA

FONTE: <http://www.praticadapesquisa.com.br/2013/05/charge-
atropelando-monografia.html>. Acesso em: 30 out. 2021.

4.1 PLANEJAMENTO DA PESQUISA


Existe vários elementos que precisam ser definidos para a elaboração do
projeto. Não existe um único modelo de projeto, pois vários autores listam ele-
mentos distintos entre si. Porém, existem algumas exigências metodológicas co-
muns em todos os projetos de pesquisa (MIRANDA, 2004).

Gil (2002, p. 20) ressalta ainda que:

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

Não há, evidentemente, regras fixas acerca da elaboração de


um projeto. Sua estrutura é determinada pelo tipo de proble-
ma a ser pesquisado e também pelo estilo de seus autores.
É necessário que o projeto esclareça como se processará a
pesquisa, quais as etapas que serão desenvolvidas e quais os
recursos que devem ser alocados para atingir seus objetivos.

Por mais que exista vários elementos que possam ser utilizados, abaixo
segue as etapas mais comuns e que ajudará você acadêmico a estruturar seu
projeto de pesquisa. Não esqueça de anotar cada etapa, fazendo um esboço,
isso será de suma importância, facilitará a visualização do passo a passo de seu
planejamento.

Definição do tema: A primeira etapa do planejamento é a escolha/definição


do tema, ou seja, o assunto que será investigado. Você deve escolher um tema
que irá produzir conhecimentos e novas descobertas para o avança da ciência,
no entanto procure uma temática que também seja de seu interesse, pois uma te-
mática que não lhe traz curiosidade ou motivação em ler e pesquisar, dificilmente
você conseguirá concluir com êxito a sua pesquisa. Assim quanto mais interesse
você possuir pela temática, mas prazeroso será todo o processo de desenvolvi-
mento de sua pesquisa.

A escolha do tema pode ser a decisão mais difícil desse processo, mas como
já foi tido anteriormente, busque um assunto de seu interesse. Reflita sobre as
disciplinas que você cursou durante sua pós-graduação e recorde as temáticas
que mais lhe suscitarão curiosidade. Ou ainda, se a temática que você utilizou
para realizar a sua monografia da graduação se encaixe na área de sua pós-
-graduação, poderá ser uma ótima oportunidade para continuar os estudos dentro
desse assunto. Lembre-se que o assunto escolhido precisa ser atual (relevância),
para que você não tenha dificuldades para encontrar materiais para a pesquisa
(possibilidade da pesquisa) e/ou a sua pesquisa pode não trazer interesse da
área acadêmica em ler, estudar e discutir sobre uma temática ultrapassada; lem-
bre-se que a sua pesquisa pode lhe dar visibilidade na carreira acadêmica, caso
você consiga uma publicação.

Delimitar o tema: Após a escolha da temática/assunto que você irá pesqui-


sar, é preciso delimitar o tema. A delimitação do tema é o refinamento da temática,
pode ser definido como o afunilamento de um assunto. Zanell (2013) relata que
delimitar o tema é colocar uma moldura, fazer um recorte da temática, é a coloca-
ção de fronteiras na pesquisa.

Para que você compreenda melhor a delimitação do tema, veja alguns exem-
plos:

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Metodologia do Trabalho Científico

TABELA 6 – DELIMITAÇÃO DO TEMA

ÁREA TEMA DELIMITAÇÃO DO TEMA


História Colonização Colonização de Blumenau
Administração Capacitação e desenvolvimento Mapeamento de competências
de pessoas
Qualidade Qualidade Total Implantação da Qualidade Total nas empresas
metalúrgicas de São Bernardo do Campo.
FONTE: O autor (2022)

Após a definição do tema e a delimitação dele, é preciso colher informações


sobre o ele, conhecer os principais autores desse campo de conhecimento, bus-
car as publicações cientificas e as últimas descobertas em pesquisas desenvolvi-
das. O caminho para essa atividade é o levantamento de dados.

Levantamento de dados (revisão de literatura): O levantamento ou revisão


de literatura consiste na busca de teorias já publicadas que contribuem para a
fundamentação teórica de sua pesquisa. As técnicas mais comuns para o levanta-
mento de dados é a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

Para a pesquisa bibliográfica: você poderá pesquisar em


acervo de bibliotecas; livros; periódicos especializados: revistas cien-
tíficas; trabalhos acadêmicos: monografias, dissertações e teses e
anais de eventos científicos. Importante é buscar diferentes corren-
tes teóricas e pontos de vista de autores para ampliar e sedimentar a
posição que o pesquisador adotará na investigação.

Para pesquisa documental: em publicações gerais: jornais e


revistas especializadas ou não; governamentais: documentos publi-
cados pelos governos federal, estadual e municipal e as institucio-
nais: ligadas a instituições de pesquisa, universidades e organiza-
ções não-governamentais.

Fonte: Adaptado de Zanell (2013)

O levantamento de dados ajudará você acadêmica na ampliação do conheci-


mento sobre o tema, lhe permitirá a formulação do problema, possibilitará a defini-

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

ção dos objetivos e a escolha dos procedimentos metodológicos, posteriormente,


auxiliará na construção e interpretação de sua pesquisa.

Ficou curioso com alguns desses novos termos? Não se preocupe que ve-
remos todos esses termos mais detalhadamente durante o estudo, mas agora
vamos estudar um pouco mais sobre o levantamento de dados, que tem como
primícias o processo de leitura.

Segundo Marconi e Lakatos (2010), a leitura está fundamentada em quatro


etapas de sintetização:

• Exploratória: É uma leitura de sondagem, para localizar informações so-


bre o tema, procurando obter ter uma visão geral do que já foi publicada.

• Leitura Seletiva: Consiste na seleção das informações mais importantes


em relação ao tema proposto. Através de uma leitura mais superficial,
selecionar ou eliminar os materiais coletados anteriormente.

• Leitura Crítica: Implica em avaliar as informações, diferenciando as


ideias principais das segundarias, listando em ordem de importância. “O
propósito é obter, de um lado, uma visão sincrética e global do texto e, de
outro, descobrir as intenções do autor”. Assim, no primeiro momento de-
ve-se entender o que o autor quis transmitir, ou seja, a visão, o propósito
do autor e posteriormente refletir sobre a perspectiva do autor, as nossas
próprias conclusões (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 22).

• Leitura Interpretativa: Tem como proposito a construção da base teórica


para a fundamentação da sua pesquisa, relacionando as afirmações do
autor com o problema da pesquisa (aquilo que se quer provar/comprovar).

Formulação do problema (problematização): A formulação do problema


consiste em transmitir de maneira clara, qual é a dificuldade que se pretende re-
solver, limitando sua abrangência e esclarecendo suas características (GERHAR-
DT; SILVEIRA, 2009).

Miranda (2004, p. 45) relata que o problema de pesquisa:

É ele que vai direcionar toda a pesquisa. Toda investigação


nasce de um problema teórico ou prático, e dirá o que é rele-
vante ou irrelevante observar, os dados que devem ser sele-
cionados. A partir desta seleção, se definirá uma questão que
servirá de guia ao pesquisador, um problema e uma sentença
interrogativa.

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Metodologia do Trabalho Científico

Portanto, a formulação do problema tem o objetivo de responder uma per-


gunta, uma questão sem solução momentânea, em relação ao tema proposto na
sua pesquisa. Mas não se esqueça, essa “questão, precisa ter probabilidade de
ser solucionada/respondida através da própria pesquisa e da coleta de dados que
você for utilizar.

Segundo Schrader (1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 127), para


que um problema seja cientificamente válido, devem-se considerar as seguintes
questões:

Pode o problema ser anunciado em forma de pergunta?

Corresponde a interesses pessoais, sociais e científicos, isto


é, de conteúdo e metodológicos? Estes interesses estão har-
monizados?
Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relaciona
entre si pelo menos dois fenômenos (fatos, variáveis)?
Pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?
Pode ser empiricamente verificado em suas consequências?

Veja abaixo alguns exemplos de pergunta de pesquisa:



1 - Quais os fatores que geram dificuldades de aprendizagem aos alunos da
turma abc da escola x?
2 - Quais os motivos da alta rotatividade de funcionários do setor Y da em-
presa B?
3 - Qual é a relação entre cultura organizacional e o desempenho funcional
dos administradores?

Geração/definição de Hipóteses: Após a definição do problema (problema-


tização da pesquisa), o próximo passo é oferecer uma possível solução, mediante
uma proposição, ou seja, uma alternativa descritiva em relação ao problema apre-
sentado anteriormente, para ser comprovada (através da pesquisa) como sendo
verdadeira ou falsa. A essa proposição é dada o nome hipótese. Assim, a hipótese
é a proposição testável que pode vir a ser a solução do problema (GIL, 2017).

Zanell (2013, p. 56) define hipótese como sendo:

Afirmações provisórias sobre de­terminado fenômeno em es-


tudo. São afirmações que indicam, da mesma forma que as
questões de pesquisa, os caminhos, direcionando a investi­
gação. Essas afirmações devem ser testadas e comprovadas
ou rejeitadas.

Para Miranda (2004, p. 46), hipóteses são:

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Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

Formulações sobre relações entre variáveis, conduzem a im-


plicações claras para o teste da relação formulada. Logo a for-
mulação de hipóteses contém duas ou mais variáveis que são
mensuráveis e que as variáveis estão relacionadas.

Portanto, a hipótese é uma proposta de resposta ao problema de pesquisa,


que deve ser testada para a sua comprovação. Aliado a isso a formulação da hi-
pótese deve considerar uma ou mais variáveis que se relacionam na obtenção da
resposta.

Para Marconi e Lakatos (2010), há várias maneiras de formular uma hipóte-


se, porém, a mais comum é “se x, então y”, onde x e y são variáveis ligadas entre
si pelas palavras “se” e “então”.

Vamos ver alguns exemplos?

Exemplo 1: “Se privação na infância, então deficiência na reali-


zação escolar mais tarde”

Exemplo 2: “Se elevado grau de desorganização interna na fa-


mília (carente), então (maior probabilidade de) marginalização do
menor”

Fonte: Adaptado de Marconi e Lakatos (2010)

Determinação dos objetivos: Após a definição das etapas anteriores agora


chegou o momento de definir os objetivos da pesquisa, ou seja, os propósitos
a serem alcançados com o estudo. Portanto em uma definição simplificada os
objetivos demostram o que se pretende investigar. Desse modo, pode-se afirmar
que se o problema é a questão a ser investigada, o objetivo é o resultado a se
alcançar (ZENELL, 2013).

A determinação dos objetivos significa a definição com precisão e clareza o


que se pretende alcançar com a pesquisa em dois aspectos: Geral e Específicos.

Geral: “Os objetivos gerais são pontos de partida, indicam uma direção a se-
guir” (GIL, 2017, p. 75). É o fim que se pretende alcançar, relaciona à ideia central
da pesquisa, serve de “fio condutor” do estudo”. Está vinculado à compreensão

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Metodologia do Trabalho Científico

geral do estudo, ao problema da pesquisa. Levará ao tratamento e a defesa do


que foi proposto na tese (MARCONI; LAKATOS, 2002, p. 45).

O objetivo geral é mais amplo, mais ou menos abstrato, porém


claro, a ser resolvido pela pesquisa. A frase deve ser iniciada com um
verbo abrangente e na forma infinitiva. Envolvendo o cenário da pes-
quisa (empresa/cidade/grupo/produto) e uma complementação que
apresente a finalidade.

Exemplo 1: propor um plano de marketing para a empresa Z em


Florianópolis (SC).

Exemplo 2: analisar a dificuldade de aprendizagem dos alunos


da turma x de um colégio de Belém.

Fonte: Adaptado de Silva e Urbaneski (2009)

Específico: Trata-se da apresentação detalhada do objetivo geral, são mais


restritos, intermediários especificando o tema geral, ou seja, os objetivos especí-
ficos, possibilitam a investigação do objetivo geral, redefinindo, esclarecendo e
delimitando (GIL, 2017).

Segundo Miranda (2004), o objetivo específico é o detalhamento do objetivo


geral e deve ser formulado levando em consideração os seguintes critérios:

• Devem ser formulados com o verbo no infinitivo, que define a ação ao


ser cumprida.
• São intermediários e instrumentais permitindo atingir os objetivos gerais.
• Deve-se tomar cuidados com o uso dos verbos nos objetivos gerais e
específicos, pois os que forem empregados nos objetivos gerais devem
ser de maior significado e amplidão.
• Os verbos utilizados nos objetivos gerais devem ser de maior significado
que os dos específicos.

Segundo Silva e Urbaneski (2009), os objetivos específicos, devem ser ini-


ciados com verbos que admitam poucas interpretações, por exemplo:

86
Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

• Analisar o ambiente externo e interno da empresa.


• Estabelecer objetivos e metas.
• Definir estratégias e ações para o alcance dos objetivos do plano.
• Apresentar as despesas para a possível execução.

TABELA 7 –VERBOS PARA A DELIMITAÇÃO DOS


OBJETIVOS (GERAIS E ESPECÍFICOS)

ÁREA VERBOS
Registrar, enunciar, citar, exemplificar, descrever, identificar, medir, classificar, no-
Conhecimento mear, relacionar, distinguir, ordenar, definir, relatar, expressar, estabelecer, inscre-
ver, reconhecer, enumerar, especificar etc.
Concluir, determinar, estimar, ilustrar, interpretar, predizer, preparar, narrar, relatar,
traduzir, descrever, localizar, reorganizar, transcrever, demonstrar, diferenciar, ex-
Compreensão
primir, inferir, modificar, revisar, prever, representar, transformar, derivar, discutir,
extrapolar, interpolar, transmitir etc.
Empregar, ilustrar, operar, selecionar, demonstrar, esboçar, traçar, estruturar, in-
Aplicação ventariar, interpretar, usar, desenvolver, organizar, dramatizar, generalizar, relacio-
nar, praticar, exercitar, propor etc.
Analisar, comparar, debater, discutir, investigar, calcular, discriminar, identificar,
Análise examinar, combinar, contrastar, detectar, experimentar, provar, categorizar, corre-
lacionar, diferenciar, distinguir etc.
Comunicar, originar, planejar, organizar, especificar, formular, produzir, coordenar,
Síntese construir, conjugar, compor, documentar, criar, esquematizar, dirigir, elaborar, co-
dificar, propor, articular etc.

FONTE: Adaptado de Silva e Urbaneski (2009)

Vamos ver dois exemplos de delimitação dos objetivos seguindo


todo o processo de delimitações?

Exemplo 1:
Tema: Motivação
Tema Delimitado: Fatores motivacionais dos colaboradores da
empresa x.
Transformação do tema em problema: Quais os fatores que
motivam os colaboradores da empresa x da cidade y?
Objetivo geral: Analisar os fatores que motivam os colaborado-
res da empresa x da cidade y.

87
Metodologia do Trabalho Científico

Objetivos específicos:
• averiguar os conceitos de motivação e de recursos humanos;
• apresentar as atividades oferecidas pela empresa aos colabora-
dores;
• identificar a percepção dos colaboradores sobre as atividades;
• verificar as atividades que os colaboradores gostariam que fos-
sem desenvolvidas.

Exemplo 2
Tema: Dificuldades de aprendizagem
Tema Delimitado: Dificuldades de aprendizagem referentes à
afetividade
Transformação do tema em problema: Qual a relação entre
afetividade e dificuldade de aprendizagem dos alunos da turma x de
um colégio de Belém em relação à afetividade?
Objetivo geral: Analisar a dificuldade de aprendizagem dos alu-
nos da turma x de um colégio de Belém em relação à afetividade.
Objetivos específicos:
• verificar a importância da afetividade no processo ensino-aprendi-
zagem;
• identificar as relações afetivas (familiares e escolares) dos alunos;
• apresentar as principais dificuldades de aprendizagem dos alunos.

Fonte: Adaptado de Silva e Urbaneski (2009)

Justificativa: Tem por objetivo apresentar o “por quê” da pesquisa. Deve ser
constituída de uma “exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem
teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da
pesquisa”. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 219). “Apresenta a relevância técnica,
científica, social e pessoal da pesquisa. Deve apontar os motivos que justificam
do ponto de vista teórico e prático e as contribuições para a compreensão do pro-
blema” (FONSECA, 2002, p. 52).

Segundo Gil (2017), pode-se incluir os seguintes elementos:

• Fatores que determinaram a escolha do tema, sua relação com a expe-


riência profissional ou acadêmica do autor, assim como sua vinculação à
área temática e a uma das linhas de pesquisa do curso de pós-graduação.
• Argumentos relativos à importância da pesquisa, do ponto de vista teóri-
co, metodológico ou empírico.

88
Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

• Referência a sua possível contribuição para o conhecimento de alguma


questão teórica ou prática ainda não solucionada.

É importante ressaltar que a justificativa se diferencia da revisão da bibliogra-


fia, não apresentando citações de outros autores.

Em suma, neste elemento deve-se apresentar através do conhecimento do


pesquisador em relação à pesquisa, a importância da pesquisa e, assim, realizar
o “convencimento” do leitor e/ou um possível financiamento dessa pesquisa.

Revisão teórica: Pode ser definida como o desenvolvimento propriamente


dita da pesquisa, é a parte mais extensa do manuscrito. É a parte que se “dedica
à contextualização teórica do problema e o seu relacionamento com o que tem
sentido investigado a seu respeito”. (GIL, 2002, p. 162). A revisão teórica, também
denominada como fundamentação teórica tem como objetivo apresentar as dife-
rentes correntes teóricas pesquisadas anteriormente nos procedimentos técnicos
de coleta de dados, aprofundando o conhecimento sobre o tema. Apresentando
assim os referenciais de pesquisas anteriores de outros pesquisadores já valida-
das, produzindo assim uma discussão crítica em relação ao tema proposto, levan-
do em consideração os objetivos de sua pesquisa.

Metodologia: Segundo Zanell (2013), nesta etapa, será descrita os proce-


dimentos que a pesquisa utilizou, conforme foi estudado anteriormente, vamos
recapitular?

a. Tipo de pesquisa: Deve-se esclarecer com foi feita a pesquisa em rela-


ção as: abordagem (qualitativa ou quantitativa), natureza (básica ou apli-
cada), objetivos (exploratória, descritiva ou explicativa), e ainda os pro-
cedimentos (Pesquisa experimental, bibliográfica, estudo de caso, etc.).
b. Coleta de dados: Trata da descrição das técnicas a serem utilizadas
para a coleta de dados (Bibliográfica, documental, questionário, entre-
vista ou técnica de observação). Todos os modelos de questionários,
questões de entrevistas e técnicas de observação, devem ser descritas e
adicionadas no manuscrito.
c. Análise, discussão e interpretação dos dados: Segundo Gil envolve
a “descrição dos procedimentos a serem adotados tanto para análise
quantitativa (p. ex.: testes de hipótese, testes de correlação) quanto qua-
litativa (p. ex.: análise de conteúdo, análise de discurso)” (GIL, 2002, p.
163). Zanell (2013) ressalta que esta parte do trabalho retoma o proble-
ma de pesquisa, analisando-o e discutindo-o frente à teoria e a outros
conhecimentos obtidos anteriormente. Apresenta, portanto, uma parte
descritiva e outra analítica/interpretativa.

89
Metodologia do Trabalho Científico

Nesta etapa, o pesquisador deve realizar o fechamento da sua pesquisa, após


a discussão, análise e interpretação dos dados obtidos durante todos os procedi-
mentos desenvolvidos no estudo é o momento de apresentar os resultados encon-
trados, respondendo a problemática e confirmando ou não as hipóteses levantadas
no início da sua pesquisa. Pode-se utilizar de gráficos, tabelas, figuras, depoimen-
tos etc., para facilitar a condensação dos dados e o entendimento do leitor.

Acadêmico, foram apresentados de maneira sucinta e objetiva os elementos


mais importantes para o desenvolvimento de sua pesquisa, a escolha de cada
elemento dependerá dos objetivos que deseja serem alcançados. Lembre-se,
você poderá recorrer a outras literaturas que lhe apoiaram da escolha e desenvol-
vimento de sua pesquisa.

Pensando nisso a seguir será apresentado algumas fontes de pesquisas que


lhe poderão auxiliar na pesquisa como no desenvolvimento do seu manuscrito.
Não deixe de conferir.

42 FONTES DE PESQUISA
Você estudou até aqui vários conceitos e metodologias para o desenvolvi-
mento de sua pesquisa. Os tipos de pesquisa, os procedimentos metodológicos, a
coleta de dados e como organizar seu projeto de pesquisa, que tal conhecermos
algumas ferramentas, fonte e sites para realizar as suas pesquisas?

Além das bibliotecas e repositórios físicos, que são fontes confiáveis de pes-
quisa, podemos contar com os meios eletrônicos de pesquisa (internet), nos quais
podem ser encontrados: revistas eletrônicas, periódicos científicos, sites de diver-
sas instituições que realizam a divulgação de suas pesquisas através de veículos
eletrônicos. Mas certifique-se que a fonte é confiável e que tenha procedência na
apresentação das pesquisas.

Entre os elementos que você poderá recorrer para realizar sua pesquisa en-
contram-se:

• Livros: Encontra-se uma infinidade de livros no formato e-book (PDF).


• Periódicos: Revistas científicas
• Trabalhos científicos: Artigos, testes, monografias, relatórios, resenhas,
resumos etc.
• Legislações: Leis, normas etc.
• IBGE: (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Importante instituto
de pesquisa brasileiro que pode contribuir para coleta de dados.

90
Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

Na tabela a seguir são sugeridos alguns sites que auxiliarão em seus estudos:

TABELA 8 – SITES PARA PESQUISA

SITE DESCRIÇÃO
www.cnpq.br Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
http://lattes.cnpq.br/web/dgp Diretórios de grupos de pesquisa no Brasil
www.usp.br/iea Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo
www.ibict.br Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
www.abnt.org.br Associação Brasileira de Normas Técnicas
www.mct.gov.br Ministério da Ciência e Tecnologia
www.sbpcnet.org.br Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
www.fi nep.gov.br Financiadora de Estudos e Projetos
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, textos integrais de parte
www.teses.usp.br
das teses e dissertações apresentadas na USP
SCIELO - Biblioteca eletrônica com periódicos
www.scielo.br
científicos brasileiros
https://bit.ly/3o9hnjW Banco de teses CAPES
Biblioteca Nacional (Brasil) - o site é referência para todas as bi-
www.bn.br bliotecas do país, com farta documentação e imagens digitalizadas,
além de informações e serviços.
https://bit.ly/3ow6VmT IEEEXplorer
https://bit.ly/3re7FyJ Scopus
https://bit.ly/34mrJWk Plataforma sucupira
https://dl.acm.org/ ACM Portal
https://eric.ed.gov/ ERIC
https://bit.ly/3ISsMN1 Google Acadêmico
https://www.science.gov/ Science.gov
https://bit.ly/3AG9VSt ScienceResearch.com
https://bit.ly/35zYLTM BDTD
https://bit.ly/3GanZVh Pubmed
FONTE: O autor (2022)

FIGURA 5 – BIBLIOTECA

FONTE: <httpblog.crb6.org.brwp-contentuploads201307A
rmandinho-4.jpg>. Acesso em: 30 out. 2021.

91
Metodologia do Trabalho Científico

No site da Mettzer, você consegue formatar automaticamente


seu artigo segundo a norma ABNT.

Não deixe de conferir em: https://www.mettzer.com/

4 Para o desenvolvimento de uma pesquisa, é muito importante


se organizar e selecionar os diversos procedimentos e listar as
várias etapas necessárias para se alcançar o objetivo proposto.
Dessa forma, durante o estudo foi apresentado uma maneira para
facilitar esse processo: o projeto de pesquisa, onde foi listado o
passo a passo para o desenvolvimento de um esboço para auxi-
liá-lo na definição dos procedimentos a serem utilizados. Liste as
etapas essenciais de um projeto de pesquisa.

5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final desta unidade, na qual definimos e classificamos a pes-
quisa científica. Estudamos todos os elementos importantes para a pesquisa e
construção de um projeto de pesquisa. Você pode conhecer os diferentes tipos
de pesquisa, as fontes e coleta de dados, como também a análise e interpretação
dos dados coletados. Apresentamos também, o passo a passo para o planeja-
mento de uma pesquisa.

Mas não se limite a esse manual, busque mais informações, pesquise! Isso
mesmo, agora você já é capaz de realizar uma pesquisa e assim colher mais in-
formações relevante para o tipo de pesquisa que você deseja realizar.

Procure organizar os materiais coletados e faça um esboço do seu projeto,


seguindo o passo a passo proposto neste capítulo, definindo o tema, levantando
os dados, formulando o problema, determinando os objetivos e assim por diante,
isso lhe auxiliará no desenvolvimento do manuscrito posteriormente.

92
Capítulo 2 Procedimentos Metodológicos

No próximo capítulo, conheceremos a organização, a formatação e a apre-


sentação gráfica do trabalho científico. Você compreenderá o que são as normas
ABNT e como utilizá-las em seu trabalho. Veremos ainda como realizar citações
e como referenciar obras que podem ser utilizadas como fundamentação teórica
para sua pesquisa, sem realizar plágio.

Ficou interessado?
Então siga em frente com seus estudos.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR-15287. Informação
e documentação — Projeto de pesquisa — Apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

ALMEIDA, M. B. Noções básicas sobre Metodologia de pesquisa científica.


Univer­sidade Federal de Minas Gerais. 2017. Disponível em: http://mba.eci.ufmg.
br/down­loads/metodologia.pdf. Acesso em: 11 out. 2021.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

DENCKER, A.; DA VIA, S. Pesquisa Empírica em Ciências Humanas. São


Paulo: Futura. 2002.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora


da UFRGS, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2017.

­­GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LUDKE, M.; ANDRE, M. E. D. A. Pesquisa em educação: uma abordagem


qualitativa. 2 ed. São Paulo: EPU, 2013.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica.


7 ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2010.

MIRANDA, S de. Pesquisa e método: Os caminhos do saber. Brasília: mimeo,


2004. Disponível em: https://docplayer.com.br/6546938-Metodologia-cientifica-os-
caminhos-do-saber.html. Acesso em: 18 out. 2021.

93
Metodologia do Trabalho Científico

PEREIRA, A. S. et al. Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria-RS:


UFSM, 2018.

PRIBERAM. Dicionário on-line de língua portuguesa. Disponível em: http://


www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx. Acesso em: 3 out. 2021.

SILVA, R.; URBANESKI, V. Metodologia do trabalho científico. 1 ed. Indaial:


UNIASSELVI, 2009.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1985.

94
C APÍTULO 3
Apresentação, Organização e
Formatação do Trabalho
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:

� Conhecer a organização, o formato e a apresentação do trabalho científico.


� Desenvolver o trabalho científico de acordo com as normas de organização,
formatação, citação e referência.
� Apresentar ilustração e tabela de acordo com as normas da ABNT.
� Compreender a importância da ética e o que configura um plágio em trabalhos
acadêmicos
Metodologia do Trabalho Científico

96
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá acadêmico(a), seja bem-vindo(a) ao Capítulo 3 do livro Metodologia do
Trabalho Científico. Neste capítulo, intitulado Apresentação, Organização e For-
matação do trabalho, você irá aprender como transcrever sua pesquisa para “o
papel”, ou seja, você será capaz de organizar e apresentar sua pesquisa, seguin-
do os padrões acadêmicos e de forma sistemática, respeitando as normas da
ABNT.

Iniciaremos definindo as normativas para a formatação gráfica de um traba-


lho acadêmico. Veremos que tipo de papel, as margens, espaçamentos, parágra-
fos, tipo e tamanho de fonte, paginação, seções e subseções.

Você conhecerá os diferentes elementos textuais: pré-textuais, textuais e pós


textuais. Nos aprofundaremos em cada sub elementos, definindo e conhecendo
suas particularidades.

Ademais, outra exigência dos trabalhos acadêmicos é a fundamentação te-


órica. Ou seja, não há como fazer um trabalho científico sem o respaldo das ci-
tações e a apresentação das referências das obras desses autores citados. Por
isso, teremos uma seção descrevendo detalhadamente como empregar as cita-
ções e seu formato, além de como apresentar as referências das principais fontes
que você poderá precisar para o seu trabalho.

Será abordado também a questão ética no contexto acadêmico. Falaremos


sobre plágio, conhecendo as implicações legais e as consequências que essa
prática pode trazer para a vida acadêmica e profissional.

Bons estudos!

2 APRESENTAÇÃO GRÁFICA
A elaboração de um trabalho científico é uma atividade que exige disciplina,
dedicação e conhecimento técnico dos elementos necessários para o desenvol-
vimento de uma pesquisa e, durante o estudo deste livro, você poderá conhecer
vários métodos e diversos elementos indispensáveis para auxiliá-lo em sua pes-
quisa, como também o planejamento do projeto de pesquisa e as fases que o
compõem. Agora, chegou o momento de colocarmos em prática e descrever no
papel toda a sua pesquisa.

97
Metodologia do Trabalho Científico

Como nas fases ou etapas da pesquisa a apresentação gráfica de sua pes-


quisa tem diversas normativas e maneiras corretas de formatação, para melhor
apresentar suas descobertas. Não se trata de apenas um cuidado estético, mas
uma forma de credibilizar seu trabalho, pois trataremos nessa unidade da organi-
zação gráfica e textual, a maneira correta de realizar as citações e fontes de pes-
quisa, segundo as normativas da ABNT, evitando, assim, o plágio.

Durante as suas pesquisas, você pôde perceber que existem várias configu-
rações de apresentação, formatação e organização dos trabalhos acadêmicos,
porém, são em sua grande maioria, pequenas diferenças, mantendo em seu cer-
ne os mesmos elementos. Portanto, iremos lhe apresentar a forma que você de-
verá apresentar o artigo científico para a Pós-Graduação UNIASSELVI.

Vamos lá?

2.1 FORMATAÇÃO GRÁFICA


Nesta seção, trataremos da formatação gráfica do trabalho de pesquisa; suas
margens, papel a ser utilizado, espaçamentos entre as linhas, parágrafos e alinha-
mos. Tipo e tamanho de fonte, paginação, seções e subseções e notas de rodapé.

Para a elaboração do seu trabalho de conclusão do seu curso


de Pós-Graduação, você deverá apresentar a sua pesquisa no for-
mato de paper, ou seja, um modelo simplificado de Artigo científico,
mantendo as principais características de um artigo, porém, com ele-
mentos mais compactos e diretos para otimizar seus esforços. Este
formato foi pensado para facilitar a transcrição de sua pesquisa, que
deverá respeitar o mínimo de 5 páginas e no máximo 7. Assim, em
seguida, iremos tratar do trabalho de conclusão de seu curso como
paper. Mas não se preocupe, iremos abordar cada etapa juntamente
com você. Mas é importante ressaltar que este livro não necessaria-
mente deva ser descartado devido ao formato escolhido para atender
a pós-graduação da Uniasselvi, pois trataremos de todos os elemen-
tos que são necessários para qualquer formato de apresentação de
um trabalho acadêmico.

98
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Margens e papel

O paper deve seguir em termos de apresentação gráfica, as seguintes orien-


tações:

• Papel A4 branco (21cm x 29,7 cm)

• As páginas devem estar na orientação retrato, no editor de texto (Vertical)

• Margens: Esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior em 2 cm.

Espaçamento entre linhas, parágrafo e alinhamento


O texto deve respeitar:

• O espaço entre linhas de 1,5 cm.

• Alinhamento do texto geral deve ser justificado

• Parágrafo de 1,25 (em média 1 tab), e entre parágrafos, uma linha em


branco.

Para o espaçamento, existem outras especificações entre linhas que são su-
geridas pela NBR 14724:2011, detalhadas na Tabela 1:

TABELA 1 – ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS

TEXTO ESPAÇAMENTO
Texto geral e resumo 1,5 linha
Legendas e fontes e texto das figuras, tabelas, quadros ou
Simples
gráficos
Notas de rodapé Simples
Citações diretas longas (mais de três linhas) Simples
1 linha em branco,
Referências
simples
FONTE: Adaptada de ABNT (2011)

Tipo e tamanho de fonte

A ABNT não estabelece um padrão para o tipo de fonte, mas sugerimos as


seguintes especificações:

99
Metodologia do Trabalho Científico

• Fonte: Times New Roman

• Tamanho da fonte: 12

Porém existe algumas exceções que indicamos e sugerimos o tamanho da


fonte, conforme indicado na Tabela 2:

TABELA 2 – TAMANHO DE FONTE

TEXTO TAMANHO DA FONTE


Texto geral e resumo 12
Legendas e fontes e texto das figuras, tabelas, quadros ou
10
gráficos
Notas de rodapé 10
Citações diretas longas (mais de três linhas) 10
Referências 12
FONTE: Adaptada de ABNT (2011)

Paginação

A paginação é a numeração das páginas do trabalho, de acordo com a NBR


14724 (2011), o número das páginas deve aparecer a partir da primeira página
dos elementos definidos como “textuais”, que veremos com mais detalhes ain-
da nessa unidade. No entanto as páginas devem ser contabilizadas ainda dos
elementos pré-textuais, exceto a capa (quando houver). A NBR 6027 (2012) de-
termina que a numeração das páginas deve aparecer de maneira sequencial em
algarismos arábicos, no canto superior direito da página, em fonte 10.

Notas de rodapé

As notas de rodapé são um recurso muito utilizado para inserir informações


relevantes, como elemento explicativo de algum termo ou fato, mas que não te-
nha necessidade de ser inseridos diretamente no texto. Deve ser situado sempre
no pé da página, alinhadas a esquerda, e devem ser enumeradas. Você poderá
utilizar o próprio recurso do Word, que administrará a numeração.

Seções e subseções

Recurso regulado pelas NBRs 6024 (2012) e NBR 14724 (2011), as seções
e subseções, são utilizadas para “dividir” o texto, organizando e facilitando a lo-
calização de temáticas. Devem ser iniciadas a partir das seções primárias, que
representam os tópicos ou títulos principais do texto, e seguidas das subseções,

100
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

ou seja, os subtítulos, podendo subtendidas em secundárias, terciárias até a qui-


naria, porém Gil (2017, p.166) recomenda que “não sejam utilizados mais do que
três estágios de subdivisão, em virtude da quantidade de dígitos que devem ser
utilizados”.

As seções devem ser indicadas pela utilização de algarismos arábicos se-


quenciais, alinhados à esquerda e separados por uma linha em branco, com es-
paçamento de 1,5 cm sem espaçamento de parágrafo.

Veja o exemplo a seguir:

FIGURA 1 – DISPOSIÇÃO DAS SEÇÕES E SUBSEÇÕES DO TEXTO

FONTE: Adaptado de Frainer (2020)

1 Sobre a apresentação gráfica do paper da Pós-Graduação da


UNIASSELVI, classifique V para verdadeiro e F para falso:

( ) A paginação é iniciada na segunda folha e segue até o final do


trabalho.
( ) O tipo e tamanho da fonte deve ser Times New Roman de tama-
nho 12.
( ) O espacejamento entrelinhas deve ser duplo.
( ) As margens devem ser 3cm na esquerda e 2cm para superior,
direita e inferior.

Assinale a alternativa correta:

101
Metodologia do Trabalho Científico

a) ( )V-V-F-F
b) ( )V-F-V-F
c) ( )F-F-V-F
d) ( )F-V-V-V

2.2 EXTRUTURAS E ELEMENTOS DO


TRABALHO ACADÊMICO
Acadêmico, na seção anterior vimos a formatação gráfica que deverá seguir
em seu paper; agora iniciaremos o estudo dos elementos pré-textuais, textuais e
pós-textuais.

O modelo de paper a ser apresentado segue a normatização da NBR 6022


(2003), subdividindo os elementos conforme indicado na tabela a seguir:

TABELA 3 – DISPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS TEXTUAIS

ELEMENTOS ETAPAS
Título
Subtítulo (quando houver)
Pré-textuais Autores
Resumo
Palavras-chave
Introdução
Textuais Desenvolvimento
Considerações Finais
Referências (obrigatório)
Pós-textuais Apêndice(s) (opcional(is)/não recomendado(s))
Anexo(s) (opcional(is)/não recomendado(s))
FONTE: Adaptado da NBR 6023 (2003)

2.2.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS


Os elementos pré-textuais são os que precedem o texto principal do paper,
conforme Tabela 3, na qual descreve as informações que servem para identificar
a pesquisa, sua área de abordagem, temas principais e autoria. Abaixo segue a
ordem dos elementos e prescrições de formatação que devem ser observadas na
transcrição do seu trabalho:
102
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Título e subtítulo do trabalho

“O título deve ser cuidadosamente escolhido, mostrando com clareza a que o


projeto se refere. O leitor deve ser capaz de, através do título, reconhecer a área
de estudo e o tema da pesquisa” FONSECA (2002, p. 80).

O título deve ter o tamanho da fonte de 18, em letras minúsculas e em negri-


to. O subtítulo, “Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclare-
cê-lo ou complementá-lo, de acordo com o conteúdo do documento.” NBR 6023,
(2002, p. 2). Quando houver subtítulo, o tamanho da fonte é 16 e em negrito. O
texto deve ser centralizado na página.

Nome do acadêmico

Nome do acadêmico ou dos acadêmicos, em fonte 12, centralizado, negrito,


iniciando os nomes próprios com letra maiúscula e as restantes em minúsculas.
É possível utilizar uma nota de rodapé para indicar a titulação do(s) autor(es) e
e-mail.

Co-autor (opcional/quando houver)

Pode seguir as mesmas orientações para o nome do acadêmico.

Resumo

A palavra “resumo” deve ser em fonte 12, alinhada à esquerda, em negrito


e em maiúsculo. Deixe uma linha em branco e inicie o texto em parágrafo único,
sem recuo na primeira linha e, com 100 a 150 palavras, você deve introduzir bre-
vemente o assunto com suas próprias palavras. Inserir os objetivos e conclusões
do seu paper. Use espaçamento simples, justificado e fonte 12.

NÃO SE ESQUEÇA

Para o paper que você está desenvolvendo para a conclusão de


seu curso de Pós da UNIASSELVI, não é necessário a inserção do
resumo em inglês.

103
Metodologia do Trabalho Científico

Palavras-chave

Relacione 3 palavras ou termos mais relevantes e predominantes em seu


trabalho. Devem ser separadas com ponto e vírgula e finalizadas com ponto, com
cada termo iniciado com letra maiúscula. A expressão “Palavras-chaves:”, deve
ser em fonte 12, em negrito, alinhada à esquerda. Deixar duas linhas em branco
antes de iniciar a introdução.

Exemplo:

Palavras-chave: Palavras-chave 1; Palavras-chave 2; Palavras-chave 3.

2.2.2 Elementos Textuais


Os elementos textuais segundo a NBR 14724; 2011, é constituído pela in-
trodução, o desenvolvimento do trabalho e a conclusão. Vamos entender melhor
esses elementos?

Introdução

Na NBR 6022 (2003, p. 4), a introdução é “a parte inicial do texto, onde de-
vem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros ele-
mentos necessários para situar o tema do trabalho”. Conforme ressalta Zanella
(2013), essa etapa irá apresentar:

I- O quê? – Correspondente ao tema e problema de pesquisa;


II- Para quê? – Relativo aos objetivos;
III- Por quê? – Que apresenta a justificativa.

“A introdução tem o carácter didático de apresentar o que foi investigado e


por que foi investigado, as limitações encontradas e a abrangência da investiga-
ção” (ZANELLA, 2013, p. 83). Dessa forma, deve apresentar uma visão do pro-
blema da pesquisa, apresentando a utilidade, a viabilidade, a originalidade e a
importância da pesquisa.

A introdução deve utilizar uma linguagem impessoal, e por mais que seja o
texto inicial do trabalho, se aconselha a ser redigido por último, pois “é o momento
em que o pesquisador tem uma melhor visão do conjunto do texto como um todo”
(FACHIN, 2001, p. 163). Aconselha-se a apresentar no último parágrafo da intro-
dução a estrutura do trabalho.

104
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Desse modo, a introdução é o local mais adequado para enfatizar a relevân-


cia e a diferenciação de sua pesquisa, possibilitando uma visão global, de forma
clara e objetiva, situando o leitor sobre os objetivos da pesquisa.

Desenvolvimento

A NBR 6022 (2003, p.4) define o desenvolvimento como a “parte principal do


texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em
seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método”.

O desenvolvimento é o “corpo do trabalho” devendo ser a parte mais extensa


do manuscrito, tem como objetivo a exposição e defesa da temática principal da
pesquisa, elencando a fundamentação teórica, apresentando as hipóteses e os
resultados obtidos após todo o processo da investigação.

Não existem regras específicas para a apresentação das etapas, tópicos e


sub tópicos, mas a disposição irá depender do tipo de abordagem que você uti-
lizará; apresentando as argumentações teóricas, revisões bibliográficas, discus-
sões entre autores, análise e interpretação de dados. Utilize tabelas e gráficos,
seja criativo e busque organizar a apresentação dos seus resultados de maneira
clara, objetiva e linear.

Conclusão

A conclusão ou por vezes chamada de “considerações finais”, é definida pela


NBR 14724 (2011, p. 6) como a “parte final do texto, na qual se apresentam con-
clusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses”.

A conclusão deve ser iniciada com o resgate do tema e do problema de pes-


quisa, seguidos da síntese que foi discutida e da conclusão a que se chegou, ou
seja, a resposta ao problema e aos objetivos propostos (ZANELLA, 2013). Fon-
seca (2002, p. 92) ressalta “a conclusão deve ser breve e basear-se em dados
comprovados, apontando as limitações do trabalho efetuado e desenvolvimentos
de futuras pesquisas a partir dos resultados obtidos”.

Um fator de extrema importante a ser observado, é a inserção de novos da-


dos ou hipóteses, ou seja, os dados apresentados na conclusão já devem ter sido
contemplados, discutidos e analisados no desenvolvimento, apontando apenas a
síntese dos resultados. Aconselha-se ainda a não utilizar citações nessa etapa.

Portanto, a conclusão deve apresentar as deduções lógicas e corresponden-


tes aos objetivos previamente propostos na pesquisa, apontando o alcance e o
significado de suas contribuições (SILVA; URBANESKI, 2009).

105
Metodologia do Trabalho Científico

COMO SE APRENDE A UTILIZAR NORMAS


TÉCNICAS EM TRABALHOS CIENTÍFICOS

A melhor forma de aprender a fazer o emprego das normas é


aprender fazendo. Inicialmente, sugere-se aos leitores que estudem
as normas mencionadas. Na Internet/Web, é possível achá-las com
facilidade para que realizem a leitura.

Em seguida, assistam vídeos do Youtube sobre a elaboração de


trabalhos conforme as normas. Alguns exemplos de vídeo são en-
contrados nos endereços eletrônicos:

O emprego de vídeos pode servir de apoio no processo de


aprendizagem do leitor uma vez que há pessoas que aprendem me-
lhor por meio de vídeos.

O passo seguinte é observar trabalhos feitos por outros autores


para ver como fazem o emprego das normas e, finalmente elabora-
rem seus trabalhos fazendo uso das normas.

1 - https://www.youtube.com/watch?v=gNGirUwnl00. Neste endere-


ço, o leitor encontra um curso online de como utilizar a norma
NBR 14.724.
2 - https://www.youtube.com/watch?v=RZxI-e6Gge0. O vídeo mostra
como utilizar a norma ABNT 14.724.
3 - https://www.youtube.com/watch?v=pJ712YMh1UI. No vídeo ob-
serva-se como realizar as citações conforme a norma 10.520.
4 - https://www.youtube.com/watch?v=En-Xh34Lqfg. Este é outro ví-
deo que mostra o emprego da norma 10.520.
5 - https://www.youtube.com/watch?v=SFUWkXqel-4. O vídeo mos-
tra como utilizar a norma ABNT NBR 6023 em trabalhos acadê-
micos.
6 - https://www.youtube.com/watch?v=1HKWe4WJs74. Neste vídeo,
apresenta-se como utilizar a norma 6023 no Word 2007.
7 - https://www.youtube.com/watch?v=N3HXBdvmOkg. No vídeo
apresenta-se o emprego da norma 6023 no Word 2016.

Em suma, é preciso pôr a mão na massa, aprender fazendo,


trabalhar e, em paralelo, ir verificando as normas.

106
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

2.2.3 Elementos Pós-Textuais


Os elementos denominados pós-textuais são constituídos pelas referências,
apêndices e anexos, que complementaram o trabalho.

Referências

Item obrigatório que orientado pela NBR 6023 (2002, p. 2), é definida como
“conjunto padronizado de elementos descritos, retirados de um documento que
permite sua identificação individual”. Assim as referências tratam-se de uma lista
dos textos e respectivamente de seus autores, que foram citados durante o texto.
“Normalmente constam os documentos e qualquer fonte de informação consulta-
dos no levantamento de literatura (MIRANDA, 2004, p. 56).

Portanto, as referências é parte integrante do trabalho, onde é realizada a


indicação das bases teóricas que darão sustentação a temática pesquisada e
explanada no corpo do paper. As referências permitirão que os leitores possam
acessar as obras originais estudadas que legitimarão sua pesquisa, evitando as-
sim o plágio, que veremos mais detalhadamente nos próximos tópicos.

Apêndice e anexos

De forma geral, o apêndice e os anexos são itens opcionais, principalmente


na apresentação do paper para a Pós-graduação da UNIASSELVI. Deve ser in-
cluído apenas quando é necessário juntar algum documento ao trabalho para dar
legitimidade à pesquisa; por exemplo: a transcrição de um questionário (apêndi-
ce), ilustração, comprovação, ou um organograma de uma empresa (anexo) etc.

O apêndice refere-se a texto ou documento elaborado pelo autor, deve ser


apresentado em letra maiúscula, mais travessão e o respectivo título, exemplo:

APÊNDICE A – Nome do apêndice


APÊNDICE B – Nome do apêndice

O anexo refere-se a texto ou documento que não fora elaborado pelo autor,
deve ser apresentado em letra maiúscula, mais travessão e o respectivo título,
exemplo:

ANEXO A – Nome do anexo


ANEXO B – Nome do anexo

107
Metodologia do Trabalho Científico

Trilha interativa de aprendizagem da Pós-graduação UNIAS-


SELVI

Acadêmico, você poderá acessar a trilha de aprendizagem que


trata da elaboração do trabalho de concussão de curso para a pós-
-graduação da UNIASSELVI, o TCC. Na trilha você encontrará todas
as diretrizes e instruções que o auxiliará na elaboração de seu traba-
lho final (paper).

Acesse: https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/pos/TCCP1
- para a elaboração do trabalho de conclusão de curso.

Acesse: https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/pos/TCCP2
- para a elaboração de relatório de estágio.

A seguir apresenta-se um exemplo da organização, formato e apresentação


do paper UNIASSELVI:

EXEMPLO EM ORDEM DA ORGANIZAÇÃO, FORMATO E APRESENTAÇÃO


DO PAPER:

Fonte do paper: Times New Roman

TÍTULO DO PAPER (fonte tam. 18, negrito):


subtítulo (se houver) (fonte tam. 16, negrito)

Nome acadêmico (fonte tam. 12, negrito)

RESUMO (alinhado à esquerda, fonte tam. 12, em maiúsculo e negrito)


Utilize entre 100 e 150 palavras. No resumo você deve introduzir brevemente
o assunto com suas próprias palavras. Inserir os objetivos e conclusões do seu
paper. Não é necessário elaborar o resumo em língua estrangeira.
Palavras-chave (fonte tam. 12, negrito): Palavras-chave 1; Palavras-chave 2;
Palavras-chave 3.

INTRODUÇÃO (alinhado à esquerda, fonte tam. 12, em maiúsculo e negrito)

108
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

LIMITAÇÃO: Mantenha a construção da introdução em pelo menos 1 PÁGINA;


ORGANIZAÇÃO: Inicie anunciando a ideia central do assunto do trabalho.
Descreva sobre o tema abordado e delimite esse tema; Detalhe também as etapas
trabalho, incluindo os objetivos e a justificativa.

DESENVOLVIMENTO (alinhado à esquerda, fonte tam. 12, em maiúsculo e


negrito)
LIMITAÇÃO: Utilize entre 4 e 5 páginas exclusivas para a construção do
desenvolvimento.
ORGANIZAÇÃO
Inicie a abordagem do assunto, delimitando o tema do seu trabalho (mais
abrangente), conectando com os temas mais próximos do trabalho (mais
específicos). Utilize embasamento teórico, incluindo conceitos sobre o assunto
e diferentes autores que tratam do tema. Finalize a abordagem sobre o tema
resumindo algumas ideias e proposições existentes.

CONCLUSÃO (alinhado à esquerda, fonte tam. 12, em maiúsculo e negrito)


LIMITAÇÃO: Utilize aproximadamente 1 página para as conclusões.
ORGANIZAÇÃO: Utilize as suas palavras para descrever os resultados obtidos
com a sua pesquisa. Apresente uma síntese da argumentação desenvolvida e dos
resultados obtidos.
RECURSOS GRÁFICOS: Não utilize recursos gráficos neste item.

REFERÊNCIAS (alinhado à esquerda, fonte tam. 12, em maiúsculo e negrito)


A última seção corresponde às REFERÊNCIAS. Neste item, liste todos os
documentos citados ao longo do trabalho. As referências devem seguir as normas
da ABNT, em ordem alfabética e alinhadas à margem esquerda.
SOMENTE AS OBRAS CITADAS DEVEM SER REFERENCIADAS
Utilize no MÍNIMO 5 REFERÊNCIAS

Acadêmico, disponibilizamos a você uma relação de sites/blogs


e de leituras que poderá lhe auxiliar na elaboração e escrita de sua
pesquisa, com dicas e exemplos práticos de cada etapa de seu pa-
per. Não deixe de conferir!

Sites

• Artigo científico – guia completo com tudo que você precisa sa-
ber: https://www.pravaler.com.br/artigo-cientifico-guia-completo-
-com-tudo-que-voce-precisa-saber/

109
Metodologia do Trabalho Científico

• Ditas de como utilizar a ABNT, melhorar a escrita e os mais varia-


dos assuntos do mundo acadêmico: https://blog.mettzer.com/
• Site voltado para o cotidiano de um estudante de pós graduação,
com diversas publicações, com dicas, exemplos e passo a passo
para auxiliar você na compreensão e escrita de sua pesquisa: ht-
tps://posgraduando.com/

Exemplos práticos:

• Como escrever uma introdução:


o https://bit.ly/3GcW47i
• Como escrever o desenvolvimento:
o https://bit.ly/3GetRwH
o https://viacarreira.com/desenvolvimento-do-tcc/
• Como escrever a conclusão:
o https://bit.ly/35CtOyg
o https://bit.ly/3rbRj9A

• Citações:
o https://bit.ly/3obJUoX
o https://bit.ly/3GdFXpZ
o https://bit.ly/3IONgGf

3 CITAÇÕES
Como já conversamos, para escrever um trabalho acadêmico, um dos requi-
sitos é a menção a outros autores reconhecidos pela comunica científica da área
de estudo. Ou seja, é indispensável fazer citações nesse tipo de trabalho. Mas
você sabe o que são citações, quais os tipos e como fazer? Vamos recapitular?

Para escrever um trabalho — seja um paper, a fundamentação teórica de


um relatório de estágio, uma monografia ou qualquer outro trabalho acadêmico —
você não parte do nada. Irá fazer uma pesquisa consultando outros autores que
já escreveram sobre o assunto e esses autores de renome na área que você irá
citar darão credibilidade para sustentar seus argumentos no trabalho. Assim, as
citações podem ser definidas como “elementos retirados dos documentos pesqui-
sados durante a leitura de documentação e que se revelam úteis para corroborar
as ideias desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio” (SEVERINO,
2013, p. 153). As citações bem escolhidas irão enriquecer o seu trabalho.
110
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Por esse caminho, conforme Silva e Urbaneski (2009), entre os objetivos


para a utilização de citação estão dar credibilidade e autoridade para o seu texto,
fundamentar e reforçar as ideias apresentadas com outros autores que discutem
o assunto e que podem corroborar com as ideias expostas e como a citação é a
transcrição das ideias alheias, possibilitar a identificação do autor das ideias apre-
sentadas e sua fonte e assim permitir ao seu leitor identificar o texto original do
autor do citado.

Contribuindo com essa reflexão Santos (2007, p. 121-122) afirma que:

Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por


dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se
autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas
ideias já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e
reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade
científica. Se as ideias permanecem (e da forma como per-
manecem), seu autor merece menção, como conhecedor do
assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se
referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de
justiça intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de
honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referência
reconhece que a ideia não é sua).

Conseguiu perceber como a citação é importante para o seu trabalho? Porém,


não basta apenas transcrever um trecho de outro autor, é necessário que apresente
essa citação dentro das normas exigidas para o seu tipo de trabalho, que seja feita
a devida referência e não esqueça que é indispensável que você apresente uma
reflexão própria sobre o assunto. Um dos problemas mais comuns em trabalhos
acadêmicos é o estudante fazer uma “colcha de retalhos” com várias citações de
diferentes autores sem discutir devidamente com suas palavras o assunto.

Sobre esse tema, Azevedo (1998) elenca alguns dos erros mais comuns
quanto à citação na elaboração de trabalhos acadêmicos. Vejamos:

• Escassez de citações, atribuindo-se ao autor pensamentos que são de


outrem.
• Excesso de citações, o que faz do trabalho uma enorme colcha de retalhos.
• Documentação inadequada (por inexistência, insuficiência ou incorreção)
das fontes empregadas.
• Presença no texto de informações que poderiam ir para as notas, o que
permitiria deixar a redação mais “limpa”.
• Falta de diálogo com as fontes, usadas, às vezes, apenas para abonar o
pensamento do autor, sem discussão.
• Inadequada transição entre o texto do autor e o texto citado, o que difi-
culta a identificação de quem está falando (AZEVEDO, 1998, p. 120).

111
Metodologia do Trabalho Científico

Dito isso, vamos ver os tipos de citações e como fazer cada uma? Vamos lá!

3.1 SISTEMAS DE CHAMADAS


Para fazer as citações no seu trabalho, você deve seguir as orientações so-
licitadas pela instituição na qual está vinculado ou da revista para a qual o artigo
será submetido. Quanto ao sistema de chamada, a indicação das fontes pode ser
feito de acordo com o Sistema numérico, no qual a citação é seguida por um nú-
mero em expoente e a fonte é indicada de forma completa em nota de rodapé, de
acordo com a ABNT. A outra maneira é o Sistema autor-data, que recomendamos
nos nossos trabalhos na Uniasselvi. Nele, grosso modo, a sugestão é que as cita-
ções sejam feitas pelo sobrenome do autor seguido da data de publicação.

Isto posto, vamos ver quais os tipos de citação e como fazer?

As orientações a seguir seguem as prescrições da ABNT NBR


10520.

3.1.1 Sistema Autor-data


A seguir, apresentamos as orientações para a elaboração das citações utili-
zando o sistema autor-data, que você deverá seguir para o seu trabalho acadê-
mico junto à Uniasselvi. Nesse formato, recomenda-se indicar a fonte de cada ci-
tação através da autoria: sobrenome do autor ou mesmo instituição responsável,
seguido da data de publicação do documento. Desse modo, o leitor conseguirá
identificar a fonte completa da citação nas referências ao final do trabalho.

Nesse sistema, quando o autor é mencionado na sentença, deve-se escrever


o sobrenome com letras maiúsculas e minúsculas. A data e a página ficam ente
parênteses. Exemplo: Autoria (ano, página). Mas quando a autoria é mencionada
depois do trecho citado, o sobrenome do autor deve aparecer em letras maiúscu-
las, seguido do ano e número de página – tudo dentro dos parênteses.

Exemplo: (AUTORIA, ano, página).

112
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Vamos ver melhor com o próximo exemplo:

Veremos mais exemplos adiante.

3.2 FORMAS DE CITAÇÃO


No seu trabalho, provavelmente você poderá fazer uso de diferentes formas
citações, como: citação direta ou indireta, citação curta ou longa, entre outras que
serão apresentadas a seguir. Vamos ver cada uma!

a) Citação direta

Nas citações diretas ocorre cópia literal texto original, ou seja, você transcre-
ve o trecho tal e qual ele se encontra no documento que consultou. É a tal copia-
-cola. Nesse tipo de citação, deve-se respeitar o texto exatamente como está na
fonte, com sua ortografia pontuação.

A citação direta por ser curta ou longa.

b) Citação direta curta

A citação direta curta tem até três linhas e deve ser apresentada entre aspas
dentro o parágrafo. Pode-se mencionar dentro da sentença, com a indicação da
autoria acompanhada de expressões como: segundo, de acordo, conforme, entre
outras.

Exemplo:

Como afirma Martins (2021, p. 16), “texto, texto, texto, texto, texto, texto, tex-
to, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto”.

A citação direta também pode indicar o autor depois da citação:

113
Metodologia do Trabalho Científico

“texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto.” (MARTINS, 2021, p. 177).

Apóstrofos (‘ ’)

Quando você vai transcrever um trecho que o autor original fez


uso de aspas, na sua citação direta elas serão convertidas em após-
trofos. Assim não gera confusão com as aspas que indicam a sua
citação no trabalho.

c) Citação direta longa

Quando a citação é cópia literal do texto e tem mais de 3 linhas, chamamos


de citação direta longa. Esse tipo de citação deve aparecer em parágrafo separa-
do, com recuo de 4 centímetros da margem esquerda e fonte menor – tamanho
10. Como a citação já é destacada por essa formatação, não se usa aspas. Ao
final da citação, coloca-se o sobrenome do autor em caixa alta, ano e página da
citação na obra original.

Exemplo:

Quando queremos fazer a citação direta a partir um trecho que começa no


meio da frase, usamos colchetes e reticências [...] para indicar a supressão dessa
parte do original. O mesmo vale caso queiramos suprimir algo do texto original no
meio ou no final do trecho. Este recurso pode ser usado em citações diretas cur-
tas e diretas longas.

Exemplo com supressão no início da citação:

[...] texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto. Texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto. Texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto. Texto, texto, texto, texto, (ZILS;
MARTINS, 2021, p. 31).
114
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Exemplo com supressão no meio da citação:

Texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto. [...] Texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto. Texto, texto, texto, texto (ZILS;
MARTINS, 2021, p. 31).

Sempre que for fazer uma omissão no texto usando esse recurso, é necessá-
rio ter cuidado para não alterar o sentido do texto original.

Nas citações diretas, tanto curta como longa, quando queremos dar ênfase
a alguma parte do texto original, pode-se grifá-la. Nesse caso, a alteração deve
vir indicada com a expressão (grifo nosso), após a citação e entre parênteses.
Mas se o destaque já estiver no original, usa-se a expressão (grifo do autor) entre
parênteses.

Outro uso para os colchetes são as chamadas Interpolações ([


]). Este recurso se refere aos acréscimos ou comentários dentro da
citação para explicar ou apontar opiniões do autor.

d) Citação indireta

Talvez o tipo de citação mais comum em trabalhos acadêmicos, a citação


indireta é feita dentro do próprio texto, apresentando as ideias de outro autor com
as nossas palavras. Ou seja, você precisará interpretar as ideias do outro autor
ou autores do documento e transcrever com suas palavras no seu texto. Neste
tipo de citação não se usa aspas ou outro destaque, mas é imprescindível que se
indique o autor e o ano da obra.

Podemos citar o autor no corpo do texto com letra maiúscula ou minúsculas,


seguido do ano da publicação entre parênteses.

Por exemplo:
Os autores Martins e Zils (2021) nos chamam a atenção que [...].

Outra possibilidade é apresentar o autor em letras maiúsculas junto do ano,


entre parênteses, após concluir a ideia.
115
Metodologia do Trabalho Científico

Por exemplo:

e) Citação de citação

Refere-se à citação de parte de um texto encontrado dentro do texto de outro


autor que cita esse primeiro. Utiliza-se essa possibilidade sempre que não houver
possibilidade de acesso à obra do autor que se quer citar. Sugerimos recorrer a
esse recurso quando a citação for direta do autor que desejamos utilizar e em
obras confiáveis.

Neste tipo de citação, usamos a expressão latina apud, que significa “citado
por”. Assim, devemos seguir a seguinte ordem: autor do documento não consulta-
do, seguido da expressão “apud” e referência do autor consultado.

Por exemplo:

No exemplo anterior, os autores foram apresentados depois da citação, mas


poderia vir antes ou no próprio corpo do texto, como no próximo exemplo:

Segundo Martins (2021 apud ZILS, 2022, p. 11): “texto, texto, texto, texto,
texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto, texto.”

Uma dica: esse tipo de citação pode não ser bem visto em algumas
situações, então evite o seu uso excessivo.

116
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

3.2.1 Citação da internet


Documentos que você encontrou em suas pesquisas na internet também po-
dem ser citados no seu trabalho acadêmico. E-books, artigos em sites e docu-
mentos em PDF podem ser citados e apresentados seguindo as orientações de
citações que vimos até agora, tal como nas obras impressas.

Se não for possível identificar o número de página do material consultado na


internet, é possível fazer a citação assim mesmo, colocando apenas autor e ano da
publicação. O seu leitor ao identificar que é uma citação direta, poderá consultar as
referências completas ao final do trabalho e então encontrará a indicação do ende-
reço/site para consulta – conforme veremos adiante no item sobre referências.

Como estamos falando de pesquisa na internet, aproveitamos


para lembrar que a internet é uma maravilhosa ferramenta para pes-
quisas com material interminável. Mas tenha atenção para usar ape-
nas sites que sejam fontes confiáveis. Wikipedia e blogs não cos-
tumam ter a mesma credibilidade de artigos do Scielo ou revistas
acadêmicas, por exemplo.

3.3 INDICAÇÃO DOS AUTORES NA


CITAÇÃO
Como mencionamos, iremos usar o sistema autor-data, que consiste na in-
clusão do sobrenome do autor, do ano de publicação da obra e número de página,
entre parênteses. Lembrando que o número de página é obrigatório apenas para
as citações diretas. Vamos ver agora algumas regras de elaboração.

Se você consultar outros documentos, mas não fizer nenhuma


citação referente no texto, eles não entram nas referências.

117
Metodologia do Trabalho Científico

a) Citação de trabalhos com um autor

Quando a obra citada possui apenas um autor, coloca-se apenas o sobreno-


me do autor, ano e página da citação separadas por vírgula e entre parênteses se
não fizer parte do corpo do trabalho – for depois da citação. Confira os exemplos
que apresentamos no item sobre citação direta curta.

b) Citação de trabalhos com dois ou três autores

No caso de dois autores, citamos os dois. Por exemplo, dentro do corpo do tex-
to usamos maiúsculas e minúsculas e separados por “e”, pois fazem parte do texto.

Vejamos um exemplo:
Vamos a alguns exemplos segundo Martins e Zils (2021) [...].

Agora se for separado do texto, como no caso dessa citação direta longa,
separamos os sobrenomes dos autores com ponto e vírgula. Confira:

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto tex-
to texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto tex-
to texto texto texto texto texto (MARTINS; ZILS, 2021, p. 128).

E se a citação possuir três autores, citam-se os três, como no caso dessa


citação indireta:

Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto texto texto texto texto texto (MARTINS; ZILS; TA-
FNER, 2021, p. 128).

Agora, se você desejar trazer os autores para o corpo do texto, começando


por eles, citam-se os sobrenomes com maiúsculas e minúsculas, sendo que entre o
primeiro e o segundo usa-se vírgula e entre o segundo e o terceiro a conjunção “e”.

Exemplo:
Segundo Martins, Zils e Tafner (2021)

c) Citação com mais de três autores

No caso do documento que for citar possuir mais de mais de três autores, você
pode citar todos ou apenas o primeiro acompanhado da expressão et al. em itálico.

118
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

No corpo do texto:
Segundo Martins et al. (2021)

Após o texto:
Texto texto texto texto texto texto texto texto (MARTINS et al., 2021).

A expressão latina “et al.” significa “e outros”.

Lembrando sempre que se for citação direta, após o ano coloca-se o número
de página da citação no documento original.

d) Citação de entidades coletivas

Quando formos citar uma instituição, órgão governamental, ONG, empresa,


fundação, associação ou outras entidades conhecidas pela sigla, deve-se citar, o
nome completo por extenso, na primeira ocorrência, seguido de parênteses e da
sigla. Nas próximas ocorrências, utiliza-se apenas a sigla.

Primeira citação:

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2018, p. 1),


“texto texto texto texto texto texto texto texto texto”.

Ou “Texto texto texto texto texto texto texto texto texto” (ASSOCIAÇÃO BRA-
SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2018, p. 1).

A partir da segunda citação:

Segundo a ABNT (2002, p. 15), “texto texto texto texto texto texto texto texto”.
Ou “Texto texto texto texto texto texto texto texto texto” (ABNT, 2018, p. 15).

e) Mais algumas situações

Quando temos mais de uma obra de um mesmo autor citadas dentro do nos-
so trabalho, normalmente o ano da publicação é o suficiente para diferenciar o
documento. Mas se houver coincidência de ano, acrescentamos uma letra minús-
cula após o ano, sem espaço no meio. Por exemplo:

119
Metodologia do Trabalho Científico

Martins (2021a) e Martins (2021b) texto texto texto texto texto texto texto tex-
to texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto
texto texto.

Nesse caso, nas referências ao final do trabalho é necessário recuperar essa


distinção com a letra após o ano para que o leitor possa identificar certinho que
obra é de cada citação.

Outra situação que você vir a se deparar é a coincidência de autores diferen-


tes com o mesmo sobrenome. Nesse caso, acrescentam-se as iniciais de seus
prenomes e se ainda não for suficiente para distingui-los, colocam-se os preno-
mes por extenso, até que a coincidência seja desfeita. Confira o exemplo:

Quadro: autores com o mesmo nome

Struve, O Struve, Otto Struve, Otto W.


Struve, O Struve, Otto Struve, Otto H.
Struve, F Struve, Friedrich Struve, Friedrich G.
Struve, F Struve, Friedrich Struve, Friedrich A.
Fonte: Silva e Urbaneski (2009, p. 101)

Você pode também querer mencionar vários documentos de um mesmo au-


tor, que possuem o mesmo ponto de vista. Nesse caso, precisa inserir entre pa-
rênteses os anos de publicação dos textos. Exemplo: Martins (2020, 2021).

Mas se for o caso de citar diferentes autores que apresentam o mesmo pon-
to de vista em relação a um assunto, irá apresentá-los em ordem cronológica.
Exemplo: como base para o trabalho, foram fundamentais os autores: Câmara Jr.
(1977), Azevedo (1998), Demo (2003), Medeiros (2007) entre outros.

Todos os documentos dos quais você irá retirar citações, diretas


ou indiretas, deverão obrigatoriamente constar em uma lista de refe-
rências inserida ao término do trabalho científico.

120
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

4 REFERÊNCIAS
Para elaborar o seu trabalho, você terá consultado vários documentos e ci-
tado alguns deles ao longo do seu texto. Ao final, caberá colocar a referência
dos documentos citados. Mas como fazer isso? Calma, neste subcapítulo iremos
ver como fazer as referências de diferentes documentos, como livros, trabalhos
acadêmicos, enciclopédias, jornal, revista, anais, entrevistas, artigos da internet,
entre outros que achamos serem os mais comuns para auxiliar você.

As referências irão seguir as normas fixadas ABNT- NBR 6023,


de referências, atualizada em 2018.

Mas você sabe o que é referência? Podemos definir como um conjunto de


elementos descritivos que permitem a identificação do material. As referências de-
vem ser sempre exatas e o mais completas possíveis. Elas devem constar após
as considerações finais do trabalho, como um elemento pós-textual. Devem ser
colocadas em ordem alfabética, separadas entre si por uma linha em branco de
espaço simples e alinhadas à margem esquerda do texto.

Alguns elementos podem ser considerados essenciais para compor a refe-


rência, como: autor(es), título, edição, local, editora e data de publicação. Con-
tudo, alguns materiais podem apresentar exigência de outros elementos para
complementar a referência. Assim, vamos ver como elaborar as referências dos
documentos mais comuns que você poderá necessitar para o seu trabalho.

Se você optar por fazer assim ou assado no seu trabalho, de-


verá seguir esse modelo em todo o trabalho para padronizá-lo. Por
exemplo, se escolher acrescentar um elemento complementar nas
referências, em todas as referências do mesmo tipo deverá conter
esse elemento.

121
Metodologia do Trabalho Científico

4.1 LIVROS
Para elaborar a referência de livros, alguns elementos são essenciais. Vejamos:

Autor: Último sobrenome em maiúsculas, seguido dos prenomes apenas ini-


ciados por maiúsculas. Contudo temos algumas exceções: nomes espanhóis e
orientais. Nos nomes espanhóis, a entrada se dá pelo penúltimo sobrenome, que
corresponde ao sobrenome de família do pai. Os nomes orientais — japoneses,
chineses e árabes — são registrados como se apresentam. Outra exceção são:
dois sobrenomes ligados por traço de união, que são grafados juntos; sobreno-
mes que indicam parentesco, como Júnior, Filho e Neto, acompanham o último
sobrenome.

Título: Em negrito ou itálico.

Subtítulo: Se houver separado do título por dois pontos, sem grifo.

Edição: Indica-se o número da edição, a partir da segunda, seguido de ponto


e da palavra edição (ed.) no idioma da publicação. Ou seja, se for primeira edição,
não precisa acrescentar a informação na referência. Exemplo: 2. ed., 3. ed. etc.

Local da publicação: Indicar o primeiro local de publicação (cidade) que apa-


rece no documento. Quando há mais de uma cidade, indica-se a primeira mencio-
nada na publicação, seguida de dois pontos. Desde 2018, pode-se indicar o local
com estado ou país desde que indicado no documento.

Editora: Apenas o nome que a identifique, seguida de vírgula.

Data: Ano de publicação que aparece no documento.

a) Livro com um autor

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação:


Editora, Ano.

Exemplo:

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 6. ed. Edição: Campinas, SP: Autores
Associados, 2003.

MARTINS JUNIOR, Joaquim. Como escrever trabalhos de conclusão de


curso. 9. ed. Petrópolis: Editora vozes, 2015.

122
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

b) Livro com subtítulo

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a


elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.

c) Livro com dois autores

SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO


SEGUNDO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição.
Local da publicação: Editora, Ano.

Exemplo:

SILVA, Renata; URBANESKI, Vilmar. Metodologia do trabalho científico.


Indaial: UNIASSELVI, 2009.

d) Livro com três autores

SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO


SEGUNDO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO TERCEIRO AUTOR,
Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da
publicação: Editora, Ano.

Exemplo:

KOLLER, Sílvia H; PAULA COUTO, Maria Clara P; HOHENDORFF, Jean Von.


(org.) Manual de produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014.

e) Livro com mais de três autores

Desde 2018, quando temos quatro autores ou mais, a orientação da ABNT


permite que se indique todos os autores.

Exemplo:

PEREIRA, Adriana Soares; SHITSUKA, Dorlivete Moreira; PARREIRA, Fabio


José; SHITSUKA, Ricardo. Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria:
UFSM, NTE, 2018.

Mas também permite que se indique apenas o primeiro, seguido da expres-


são et al.

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes et al. Título do livro: (subtítulo quando


houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano.

123
Metodologia do Trabalho Científico

Exemplo:
PEREIRA, Adriana Soares et al. Metodologia da pesquisa científica. Santa
Maria: UFSM, NTE, 2018.

f) Livro com organizador (org.), Coordenador (coord.) ou Editor (ed.)

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. (org. ou coord. ou ed.). Título do livro:


(subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano.

Exemplo:

MÜLLER, Antonio José (org). Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.

g) Livro cujo autor é uma entidade

Quando uma entidade coletiva assume integral responsabilidade por um tra-


balho, colocamos ela como autor. Desde 2018, as entidades podem ser tratadas
pela forma conhecida ou como está grafado no documento, de forma abreviada
sem mais a obrigatoriedade de indicar a autoria por extenso.

Exemplo:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação


e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

E se for documento de uma instituição governamental da administração dire-


ta, seu nome deve ser precedido pelo nome do órgão superior ou pelo nome da
jurisdição à qual pertence.

Exemplo:

BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de atividades. Brasília, DF: Ministério


da Justiça, 1993.

Quando estiver realizando a pesquisa, consultando os docu-


mentos que poderão contribuir para a sua fundamentação teórica,
mantenha o hábito de anotar os elementos que constam na ficha ca-
talográfica. Isso ajudará muito você a recuperar o material e a montar
a referência sempre que necessário.

124
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

h) Livros considerados em parte

Autor do capítulo é o mesmo da obra:

SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenomes. Título


da parte referenciada. In: SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro.
Local: Editora, ano. Página inicial e final.

As normas da ABNT não fazem mais menção ao sublinhado


para substituir autores repetidos.

Autor do capítulo não é o mesmo da obra:

SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenome. Título da


parte referenciada. In: SOBRENOME DO AUTOR OU ORGANIZADOR, Preno-
mes. (org.). Título do livro. Local: Editora, ano. Página inicial e final.

4.2 TESES, DISSERTAÇÕES E


TRABALHOS ACADÊMICOS
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título: subtítulo (se houver). Ano de
apresentação. Número de folhas. Tese, dissertação ou trabalho acadêmico (Grau
e área) – Unidade de ensino e instituição, local e data.

Exemplo:

TAFNER, Elisabeth Penzlien. As formas verbais de futuridade em sessões


plenárias: uma abordagem sociofuncionalista. 2004. 188 f. Dissertação
(Mestrado em Linguística) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

O nome do orientador em trabalhos acadêmicos pode ser acres-


centado como elemento complementar logo após o título do trabalho.

125
Metodologia do Trabalho Científico

4.3 JORNAL
Jornal no todo

NOME DO JORNAL. Cidade, data.

Exemplo.: FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, 11 jan. 2022.

a) Artigo de Jornal

Com autor definido:

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título


do jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna.

Sem autor definido:

TÍTULO do artigo (apenas a primeira palavra em maiúscula). Título do jor-


nal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna.

Modelo de artigo de jornal sem seção, caderno ou parte:

AUTOR do artigo. Título do artigo. Título do Jornal, local de publicação, pá-


gina, data.

4.4 REVISTA
a) Modelo com autor

AUTOR do artigo. Título do artigo. Título da revista, local da publicação, vo-


lume, fascículo ou número, página inicial e final, data.

Modelo sem autor:

TÍTULO do artigo. Título da revista, local da publicação, volume, fascículo


ou número, página inicial e final, data.

Quando não conseguimos encontrar algumas informações obri-


gatórias para a referência, podemos usar algumas expressões para
substitui-las. Vejamos:
126
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Quando a editora não puder ser encontrada, deve-se usar a ex-


pressão sine nomine, abreviada e entre colchetes [s.n.].

Quando o local de publicação não for encontrado, deve-se usar


a expressão sine loco, abreviada e entre colchetes [s.l.].

Quando o local e a editora não são encontrados, usa-se entre


colchetes [S.l.: s.n.].

Quando o local, a editora e a data não forem identificadas, usa-


-se entre colchetes [s.n.t.] (sem notas tipográficas).

4.5 RELATÓRIOS
NOME DA INSTITUIÇÃO. Título do Relatório. Local da publicação, ano.

4.6 DOCUMENTOS DE EVENTOS


(ANAIS, RESUMOS etc.)
NOME DO EVENTO, número do evento, ano de realização, local (cidade) de
realização. Título do Documento (anais, resumos etc.). Local de publicação:
Editora, ano de publicação.

4.7 ENCICLOPÉDIAS
AUTOR da obra. Título da obra. Local da Publicação: Editora, ano. Ou ape-
nas NOME DA ENCICLOPÉDIA. Local da publicação: Editora, ano.

Exemplos:

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Brittanica, 1997. v. 2.

ENCICLOPÉDIA Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica, c1995. 16


v. ISBN 8570263724 (obra completa).

127
Metodologia do Trabalho Científico

4.8 ENTREVISTAS
Atente que a norma indica para colocar como primeiro elemento o nome do
entrevistado.

a) Entrevistas Publicadas

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título da entrevista. [entre-


vista concedida a] Nome do entrevistador, Referência da publicação (livro ou pe-
riódico), Nota da entrevista.

Exemplo:

POTTER, Harry. Os segredos de Hogwarts. [Entrevista cedida a] Alberto Jú-


nior, Jornal Zero Hora, Porto Alegre, n. 13, mar./abr/ 2020. Disponível em http://
www.teste.com.br/entrevista. Acesso em: 15 jun. 2020.

Quando for uma entrevista concedida em função do cargo ocupa-


do pelo entrevistado, coloca-se o cargo, a instituição e o local ao título.

b) Entrevistas não publicadas

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenome. Título. Local, data (dia, mês. ano).

Se a entrevista for realizada por você para coletar dados para o seu relatório
de estágio, por exemplo, ela não constará na lista de referência. Esse tipo de en-
trevista, pode ser acrescido nos apêndices do trabalho.

4.9 VÍDEOS
a) FILMES

TÍTULO. Diretor e/ou Produtor. Local: Empresa Produtora ou distribuidora,


data e especificação do suporte em unidades físicas.

128
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Exemplo:

O DIÁRIO de Bridget Jones. Direção: Sharon Maguire. Intérpretes: Renée


Zellweger, Hugh Grant e Colin Firth. [S. l.]: Universal Studios, 2005. 1 DVD (97
min), son., color.

Nesse tipo de referência, não usamos nenhum destaque como negrito ou


itálico.

b) You Tube

Sem autoria:

THE BEATLES - Don’t let me down. [S. l.: s. n.], 14 dez. 2015. 1 vídeo (9 min
41 s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NCtzkaL2t_Y. Acesso
em: 12 dez. 2018.

Com autoria:

RAMBO, Arthur. Dinos do Saber #1 - Apresentando (Parte 1/2). [S. l.: s. n.], 18
maio 2015. 1 vídeo (25 min 49 s). Publicado pelo canal Dinos do Saber. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=7oHxodbHcLQ. Acesso em: 10 dez. 2018.

c) Streaming

CAMELOT. Director: Josef Kubota Wladyka. In: NARCOS: Mexico. Season 1.


Creators: Carlo Bernard, Chris Brancato, Doug Miro. Executive producers: Carlo
Bernard, Doug Miro, Eric Newman, José Padilha. Los Gatos: Netflix, 2018. Seria-
do via streaming. Episode 1 (57 min).

d) Televisão

REDE GLOBO. Globo rural [Zebus]. Rio de Janeiro: Rede Globo, 22 maio
1994. Programa de TV.

4.10 REFERÊNCIA LEGISLATIVA


a) Acórdãos, Decisões e Sentenças das Cortes ou Tribunais

129
Metodologia do Trabalho Científico

Jurisdição. Nome da Corte ou Tribunal. Título (natureza da decisão ou emen-


ta). Tipo e número do recurso. Partes litigantes (se houver). Nome do Relator. Lo-
cal, data. Indicação da publicação que divulgou o acórdão, decisão ou sentença.

Exemplo:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Deferimento de pedido de extradição.


Extradição n. 818. República Italiana e Maurizio Lo Iacono. Relatora: Ministra El-
len Gracie. Brasília, 18 de dezembro de 2003. Revista Trimestral de Jurisprudên-
cia, Brasília, DF, v. 191, p. 777-791, jan./mar. 2005.

b) Leis, Decretos e Resoluções

Jurisdição. Título, numeração, data. Referência da publicação

Exemplo (elementos essenciais):

BRASIL. Medida Provisória n. 293, de 17 de janeiro de 1991. Diário Oficial


[da União], Brasília, DF, 18 jan. 1991, n. 13, p. 1335.

Exemplo (elementos complementares):

BRASIL. Medida Provisória n. 293, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre


princípios de política agrícola, estabelecendo atribuições ao Conselho Nacional
de Política Agrícola – CNPA, tributação compensatória de produtos agrícolas, am-
paro ao pequeno produtor e regras de fixação e liberação de estoques públicos.
Diário Oficial [da União], Brasília, DF, 18 jan. 1991, n. 13, p. 1335.

c) Pareceres

Autoria (Instituição ou Pessoa). Parecer n. ..., data. Referência da publicação.

4.11 REFERÊNCIAS DE FONTES


ELETRÔNICAS
A internet se tornou uma fonte de pesquisa muito prática e muitos dos docu-
mentos publicados de forma eletrônica possuem estilo semelhante aos impres-
sos, mas podem dificultar na hora de fazer uma citação ou referência por algumas
características que os diferenciam por seu suporte. Por exemplo, para as referên-
cias em fontes eletrônicas, é imprescindível acrescentar a expressão “Disponível

130
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

em:” seguida o endereço eletrônico. A seguir, coloca-se a expressão “Acesso em:”


e a data de acesso ao documento.

Neste item, iremos exemplificar algumas referências de materiais encontra-


dos em meio eletrônico, pois abarcar todos se tornaria demasiado exaustivo. Mas
caso precise, caro(a) acadêmico(a), referenciar algum material não citado aqui,
poderá consultar diretamente as normas da ABNT.

Em alguns materiais, pode acontecer de você não encontrar to-


das as informações essenciais para elaborar a referência. Então va-
mos ver algumas dicas de como proceder nesses casos. Se você não
encontrar o ano de publicação, poderá indicar o ano do copyright da
página (precedido da letra c em minúsculo e sem espaço), da distribui-
ção, da impressão, ou outros. Caso realmente não consiga encontrar
o ano em nenhuma dessas opções, utiliza-se o ano de acesso entre
colchetes e um ponto de interrogação, para indicar assim o ano de
acesso, como o ano provável do documento. Exemplo: [202?].

E quando não aparecer no documento o local, mas for possível


identificar de outra forma, indica-se entre colchetes. Exemplo: [São
Paulo]. Caso seja um documento sem local ver o item 5.1.4 Local.
Não sendo possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine
loco, abreviada, entre colchetes [S.l.].

a) Referência de livro no todo on-line

AUTOR. Título. Local da Publicação: Editora, Ano. Disponível em:. Acesso


em: data.

b) Referência de livro em parte on-line

Autor da parte referenciada. Título da parte referenciada. Referência da Pu-


blicação no todo precedida de In: Localização da parte referenciada. Disponível
em:. Acesso em: data.

c) Referência de artigo de periódico on-line

Autor do artigo. Título do artigo. Título da revista, Local da publicação, volume,


fascículo ou número, página inicial e final, data. Disponível em:. Acesso em: data.

131
Metodologia do Trabalho Científico

d) Referência de artigos de jornal on-line

Autor do artigo. Título do artigo. Título do Jornal, Local da publicação, data.


Seção caderno ou parte do jornal, página. Disponível em:. Acesso em: data.

Atualmente não é mais necessário a utilização dos sinais < >


para mencionar os links.

e) Redes sociais
A nova versão da NBR 6023 já foi atualizado com orientações para a elabo-
ração de referência de redes sociais.
Exemplo:

Facebook:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Sistemas


de armazenagem. São Paulo, 19 set. 2017. Facebook: ABNT Normas técnicas
“ABNTOficial. Disponível em: https://www.facebook.com/ABNTOficial/?hc_
href=ARRCZ0mN_XLGdpWXonecaRO0ODbGisTE2siVEPgy_n8sEC1sYCO_
qGLCqynp1lGE2-U&fref-nf. Acesso em: 21 set. 2017.

Instagram:

SALGADO, Sebastião. State of Mato Grosso, Brazil - 2005. [S. l.], 5 maio
2018. Instagram: @sebastiaosalgadooficial. Disponível em: https://www.insta-
gram.com/ p/BiZu17fjxM1/. Acesso em: 17 dez. 2018.

Se o link da referência que precisa utilizar for muito extenso,


você pode usar o serviço de encurtamento de links. Você encontra
algumas opções na internet.

132
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

2 Ao longo dos nossos estudos nesta disciplina, estamos conver-


sando sobre a importância dos trabalhos acadêmicos e das cita-
ções dentro desse tipo de trabalho. Desse modo, vimos diferen-
tes formas de fazer citação. Dito isso, analise a citação abaixo e
assinale a resposta correta sobre que tipo de citação é essa.
Metodologia “[...] é uma preocupação instrumental. Trata das for-
mas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramen-
tas, dos caminhos” (DEMO, 2003, p. 19).

a) ( ) Citação direta curta


b) ( ) Citação indireta
c) ( ) Citação de citação
d) ( ) Citação direta longa

3 As referências podem ser compreendidas como um conjunto de


elementos descritivos que permitem a identificação do material
do consultado na elaboração do trabalho acadêmico. As refe-
rências devem ser sempre exatas e o mais completas possíveis.
Dito isso, analise as seguintes sentenças sobre os elementos que
compõe as referências de livros.

I- O autor é um item essencial, deve apresentar último sobrenome


em maiúsculas, seguido dos prenomes apenas iniciados por mai-
úsculas.
II- O título é um item essencial, deve vir com destaque em negrito ou
itálico.
III- O local de publicação é um item essencial, devendo indicar a ci-
dade que aparece no documento, ou estado ou país desde que
indicado no documento.
IV- Os números de página são itens essenciais, devendo indicar ao
final da referência o número ou intervalo de páginas das citações.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.


b) ( ) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) ( ) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa IV está correta.

133
Metodologia do Trabalho Científico

Pós-graduando, selecionamos e indicamos alguns livros e arti-


gos referência no campo da metodologia da pesquisa, para que você
possa se aprofundar nos estudos dessa temática.

Fundamentos de Metodologia Científica

Referência: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamen-


tos de metodologia científica. 6. ed. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007.

Como elaborar projetos de pesquisa

Referência: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de


pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Metodologia de Pesquisa

Referência: ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de


pesquisa. 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Admi-
nistração/ UFSC, 2013.
134
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Disponível em: http://arquivos.eadadm.ufsc.br/somente-leitura/


EaDADM/UAB3_2013-2/Modulo_1/Metodologia_Pesquisa/material_
didatico/Livro-texto%20metodologia.PDF

Métodos de pesquisa.

Referência: GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tol-


fo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Eddito da UFRGS, 2009.
Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/de-
rad005.pdf

5 ÉTICA E PLÁGIO
Durante o percorrer de seus estudos, você conheceu vários métodos de pesqui-
sa e como realizar e organizar sua pesquisa, no entanto precisamos falar sobre uma
temática muito importante: a ética na pesquisa e o plágio. Plágio? O que é plágio?

Plágio é a apropriação indevida de um produto intelectual, seja


um texto, obra artística, imagem, música etc., de uma pessoa sem
lhe atribuir o crédito (MENEZES, 2020).

Portanto, o plágio se configura quando alguém utiliza algo, seja de revista,


livros jornais ou internet, como fosse de sua própria autoria, principalmente no
campo acadêmico, onde se utiliza textos de outros autores e não realiza as cita-
ções devidamente. Este ato tem implicações éticas e judiciais.

Assista ao vídeo indicado e fique por dentro do que é plágio e


suas consequências: https://www.youtube.com/watch?v=1I2EhxU2_OI

135
Metodologia do Trabalho Científico

O plágio infelizmente é uma preocupação das instituições e dos mais diver-


sos órgãos de ensino e de pesquisa, pois pode lesar não apenas o plagiado, mas
também poderá colocar em risco a reputação e a credibilidade das instituições.
Para isso existe as normas da ABNT que regulariza as mais diversas questões
para trabalhos acadêmicos, e são utilizadas pelas instituições como pré-requisito
de aprovação dos trabalhos submetidos a aprovação.

O plágio é uma questão ética! No ambiente acadêmico, deve haver uma con-
sideração do pesquisador em relação as obras já publicadas, pois nem sempre
há como identificar um plágio, por isso a ética do pesquisador irá nortear sua con-
duta, quando esse, utiliza de materiais que anteriormente houve esforços para a
descoberta de certa questão, desse modo, a conduta aceitável (a citação correta
das fontes) trará integridade científica para a sua pesquisa, no entanto, isso será
uma decisão pessoal e moral do indivíduo.

FIGURA 3 – A PRÁTICA DO PLÁGIO

FONTE: <httpswww.20minutos.esnoticia43637500originality-la-herramienta-
definitiva-para-detectar-el-fraude-academico>. Acesso em: 17 dez. 2021.

Lamentavelmente em um país em que a prática desonesta é “padrão” e em


muitas vezes “incentivada”, por vezes não saem em puni, seja na questão ética e
moral (descredibilização da imagem do pesquisador), quanto consequências judi-
ciais. Vejamos alguns exemplos:

Em março de 2011, o ministro da defesa da Alemanha, Karl-Theodor Zu Gut-


tenberg, renunciou ao cargo devido à denúncia de plágio em sua tese de Douto-
rado; ele foi acusado de copiar passagens inteiras de outras teses sem citar os
autores (VIDAL, 2013).

136
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Já em 2012, o acusado foi o presidente da Hungria, Pál Schmitt, após ser


acusado de plagiar a sua tese de doutorado, levaram ao cancelamento do seu
título de doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade Semmelweis, de Bu-
dapeste, o que levou à renúncia de seu cargo de presidente diante de todo o par-
lamento do país (VIDAL, 2013).

Um caso que ficou notório em nosso país aconteceu com o ministro da edu-
cação Carlos Alberto Decotelli (2020), acusado de plágio em seu trabalho de mes-
trado na fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi acusado de copiar outras obras sem
dar os créditos devidos ao realizar a sua dissertação de mestrado em 2008. E a
polêmica não parou por aí, na mesma semana alterou seu currículo Lattes, onde
antes constava que possuía doutorado, porém, a Universidade Nacional de Ro-
sario, na Argentina, na pessoa de seu reitor Franco Bartolacci, revelou que o mi-
nistro não possuía título de doutor, já que a tese dele foi reprovada. Em junho de
2020, o ministro solicitou a demissão do cargo de ministro da educação devido
aos acontecimentos.

O que diz a lei?

Na legislação brasileira, a prática de plágio é proibida com base


na Lei 9.610/1988 - Lei dos Direitos Autorais:

Código Penal - Crime contra o Direito Autoral, previsto nos Arti-


gos 7, 22, 24, 33, 101 a 110, e 184 a 186, que definem:

Art. 7 define as obras intelectuais que são protegidas por lei:


considerando como obras intelectuais “as criações do espírito, ex-
pressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível
ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”.

Art. 22 a 24 regem os direitos morais e patrimoniais da obra cria-


da, como pertencentes ao seu Autor.

Art. 33 diz que ninguém pode reproduzir a obra intelectual de


um Autor, sem a permissão deste.

Art. 101 a 110 tratam das sanções cíveis aplicáveis em casos de


violação dos direitos autorais, sem exclusão das possíveis sanções
penais.

137
Metodologia do Trabalho Científico

Art. 184 configura como crime de plágio o uso indevido da pro-


priedade intelectual de outro.

Art. 299 define o plágio como crime de falsidade ideológica, em


documentos particulares ou públicos.

O autor lesado pelo plágio pode entrar na justiça com ação inde-
nizadora. As penalidades variam de multas até a reclusão, podendo
chagar a 5 anos.

Fonte: Adaptado de Nery et al. (2009)

Portanto, além de uma questão ética, plágio é crime. Acadêmico, procure


creditar as suas fontes, dessa forma, você irá legitimar seu estudo e futuramente
poderá ser a fonte de uma pesquisa. Reflita no que foi discorrido sobre o assunto
e acesse os artigos abaixo para ter mais informações referente ao âmbito ético,
acadêmico, jurídico e pedagógico do plágio.

Acesso o artigo: O plágio acadêmico como um problema


ético, jurídico e pedagógico, pelo link: https://www.unifac.edu.br/
images/materiais_de_apoio/2015/ed_fisica/leone/trabalho_ferias_jul-
ho_01_04.pdf

Não deixe de conferir o manual do instituto de ensino e pesquisa


Insper, que tratará em outros tópicos os tipos de plágio.

Acesse pelo link: https://www.insper.edu.br/wp-content/up-


loads/2015/01/Cartilha-plagio.pdf

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do último capítulo. A jornada foi longa, mas é só o começo.
Agora cabe a você colocar todos os conhecimentos adquiridos aqui em prática na
sua pesquisa.
138
Capítulo 3 Apresentação, Organização e Formatação do Trabalho

Iniciamos os estudos deste capítulo conversando sobre a organização, for-


mato e apresentação dos trabalhos científicos. Na sequência, vimos as formas
de fazer citações dentro do seu trabalho. Afinal, o seu trabalho não será escrito
baseado apenas nas suas ideias ou experiências, você precisa citar autoridades
no assunto para dar respaldo às ideias expostas.

Além disso, você deverá referenciar os documentos dos quais foram retira-
das essas citações. Por isso, terminamos o capítulo vendo como fazer essas re-
ferências dentro das normas, para que seu futuro leitor possa vir a consultar as
obras referenciadas também, caso queira.

Esse estudo exaustivo das normas é importante para a elaboração de traba-


lhos científicos e sua padronização, permitindo aos autores autonomia nas suas
pesquisas e facilidade ao apresentarem as conclusões dentro das normas para o
devido reconhecimento.

Boa pesquisa!

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023:
informação e documentação: referências: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6024:


informação e documentação: numeração progressiva das seções de um
documento: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724:


Informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6022:


informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa:
apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10520:


informação e documentação: apresentação de citações em documentos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2002.

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para a


elaboração de trabalhos acadêmicos. 6 ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.

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NERY, G. Nem tudo é o que parece é: entenda o que é plágio. Niterói-RJ: UFF.
2009. Disponível em: http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-
academico.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.

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PITHAN, L. H.; VIDAL, T. R. A. O plágio acadêmico como um problema ético,


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Disponível em: https://www.unifac.edu.br/images/materiais_de_apoio/2015/ed_
fisica/leone/trabalho_ferias_julho_01_04.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.

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