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1.

Principais Técnicas de Analise e de controlo na actividade de auditoria informática


1.1.Consulta Documental

Será o processo que envolve recolha, seleção, tratamento e interpretação de dados pré-existentes
em documentos, que serão úteis para estudar informações. Estes documentos podem ser
manuscritos, impressos ou audiovisuais, oficias ou públicos, privados ou de algum organismo,
contendo texto1 ou números2. O processo de validação dos dados provenientes desta variada fonte
documental engloba, sobretudo, o controlo da credibilidade dos documentos e das informações
que eles contêm. É, ainda, necessário ter especial atenção para as informações ligadas a
organização, onde a questão da autoria, credibilidade e autenticidade é, muitas vezes, difícil de ser
estabelecida. Também é considerado no processo de validação dos dados a sua adequação aos
objetivos e às exigências do trabalho de investigação.

Segundo Quivy & Campenhoudt, a análise de documentos é especialmente importante na análise


de:

 Fenómenos macro-sociais, demográficos e socioeconómicos no meio envolvente


transacional da organização;
 Mudanças a nível organizacional; e
 Ideologias, sistemas de valores e da cultura organizacional.

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Análise da informação quantitativa: atribuir significado e aos dados, análise com precisão, análise
estatística.
Limitações: nem todos os factos interessantes são quantitativamente mensuráveis.
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Análise da informação qualitativa: análise de conteúdo, obriga o investigador a manter a distância em
relação a interpretações espontâneas. 1
Limitações: Análise demorada e trabalhada e exigem treino.
1.1.1. Vantagens e desvantagens
Vantagens Desvantagens
Economia de tempo e dinheiro Dificuldades de acesso aos dados
Evita o recurso abusivo às sondagens e Acesso, mas impossibilidade de divulgação
inquéritos
Aproveita o material disponível Credibilidade de adequação dos dados
A análise de conteúdos é difícil de
generalizar

1.2. Questionários

Um inquérito por questionário traduz-se num conjunto predeterminado de perguntas à população


ou a uma amostra representativa do grupo que se pretende estudar. Deste modo, utiliza processos
de recolha sistemática de dados, com vista a dar resposta a um determinado problema.

1.2.1. Fase de preparação e realização de um inquérito por questionário.

A elaboração do inquérito por questionário vai englobar as seguintes fases

A formulação do problema; A especificação do meio de administração;

A definição dos objetivos e da informação A validação do conteúdo;


necessária;

A realização da revisão bibliográfica; A definição da amostra;

A formulação de hipóteses;
A construção do questionário (número tipo,
redação e ordem das perguntas, instruções e
apresentação gráfica)

A identificação das variáveis e indicadores; A aplicação do pré teste e corrigir eventuais


defeitos
A elaboração do questionário definitivo; e A passagem do questionário.
Entrevista

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1.2.2. Tipos de questões

Cabe ao auditor informático selecionar o tipo de questão a apresentar de acordo com o fim para o
qual a informação é usada, as características da população em estudo e o método escolhido para
divulgar os resultados, tendo em conta as vantagens e desvantagens de cada tipo de respostas.

1.2.2.1.Questões de resposta aberta

Este tipo de questão permitem a liberdade de expressão ao auditado.

Por exemplo: A definição de níveis de acesso permite a devida manipulação da informação


organizacional?

Vantagens Desvantagens
Informação mais rica e detalhada Dificuldade na análise
Por vezes são fornecidas informações As respostas podem conduzir a uma fuga ao
“inesperadas” tema
Evita o enviesamento por resposta pré-
estabelecidas

1.2.2.2.Questões de resposta semiaberta

Conjuga questões abertas e questões fechadas

Vantagens Desvantagens
Facilidade e rapidez no apuramento dos dados Praticamente não as tem.
Informação suficiente dado que é apresentada
a justificação da resposta

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1.2.2.3.Questões de resposta fechada

O inquirido apenas selecciona a opção (de entre as apresentadas), que mais se adequa à sua opinião.

Vantagens Desvantagens
Útil para a obtenção de informação e opiniões Possibilidade de existirem questões que sugerem
relativamente simples; resposta específica, exprimem expectativas e
excluem a variedade de respostas
Redação da questão pode afetar a resposta
Permite obter o mesmo tipo de informação de um Possibilidade de incoerências nas respostas sobre
grande número de pessoas o mesmo tema
Incoerência suscitada pelo desejo do inquérito de
dar uma imagem racional de si próprio
Não e adequado para obter opiniões
aprofundadas, identificar problema ou soluções

Como já referido, há diversos tipos de questões passíveis de serem utilizadas em questionário, no


entanto estas terão de ser alvo de uma construção cuidadosa e até mesmo de uma avaliação prévia.
Assim sendo, uma boa questão:

 Não deve influenciar as respostas;


 Nas perguntas fechadas, deve conduzir exatamente às respostas disponíveis ou possíveis;
 Deve estar redigida de forma compreensível, de acordo com as características do público-
alvo;
 Não deve suscitar preconceitos ou juízos de valor;
 Deve evitar ser indiscreta, constrangedora ou atingir susceptibilidades;
 Deve ser objetiva face ao propósito do questionário;
 Não deve implicar grandes raciocínios ou reflexões; e
 Devem ser evitadas perguntas que apresentem muitas ideias, sejam persuasivas ou
indefinidas.

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1.3. Entrevista

Entrevista é uma técnica de recolha de informação que consiste numa conversa intencional e de
natureza profissional, geralmente entre duas pessoas (Auditor informático e o utilizador), dirigida
por uma delas, com o objetivo de obter informações sobre a outra.

1.3.1. Tipos de Entrevista


1.3.1.1. Entrevista estruturada
O auditor informático não concede qualquer margem de manobra ao auditando, seguindo
rigidamente a ordem do guião, previamente preparado

1.3.1.2. Entrevista semi estruturadas


Assenta na combinação de perguntas abertas, as quais o auditando tem a liberdade para exprimir a
sua opinião, e fechada, as quais o auditando responde de forma lacónica. O guião apenas serve de
eixo orientador ao desenvolvimento da entrevista

1.3.1.3. Entrevista não estruturada


Não existe guião, mas sim um conjunto de tópicos ou temas gerais que conduzem a conversa.

Cuidados na elaboração das questões

 Colocar duas questões numa;


 Introduzir uma assunção antes;
 Incluir linguagem técnica ou palavras complexas;
 Liderar;
 Incluir duplas negativas;
 Ser generalista.

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1.3.2. Técnicas utilizadas na realização de entrevistas
1.3.2.1.Técnicas clássicas
 Utilização de expressões revés;
 Técnica do espelho ou de eco;
 Realização de sínteses parciais/reformulações de uma parte do discurso;
 Formulação de pedidos neutros de informação adicional; e
 Repetição do tema.

1.3.2.2.Técnicas particulares
 Utilizadas em função de uma escolha deliberada do entrevistador Aspetos a ter em
conta no momento da realização da entrevistaAmbiente da entrevista;
 O entrevistador nunca deve dar a impressão que a entrevista constitui uma forma de
interrogatório ou exame;
 O entrevistador não deve manipular, nem dirigir as respostas do entrevistado;
 O entrevistador deve ganhar a confiança do entrevistado;
 O entrevistador deve demonstrar compreensão e estabelecer empatia com o
entrevistado;
 O entrevistador não deve fazer juízos de valor.

1.4. Observação
É uma técnica fundamental na investigação, uma vez que o contacto directo pode mostrar
características do objecto impossíveis de descobrir quando utilizadas outras técnicas. Deste
modo, a compreensão dos comportamentos e das práticas sociais só é possível a partir da sua
observação minuciosa e sistemática.

1.4.1. Tipos de Observação

1.4.1.1. Observação participante


O auditor informático será considerando como instrumento principal de observação. Vai
integrar o meio a auditar e veste o papel de actor social, podendo, assim, ter acesso às
perspectivas de outros ao viver os mesmos problemas e as mesmas situações que eles

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1.4.1.2. Observação não participante
Na observação não participante, o auditor informático torna em contacto com o grupo ou a realidade
estudada, mas sem participar nela. Este tipo de técnica, reduz à interferência do auditor informático
no auditando e permite a utilização de técnicas como a entrevista ou questionário, sem influenciar
o objecto do estudo

Vantagens Limites e problemas


Apreensão dos comportamentos e acontecimentos A presença do auditor pode provocar alterações no
no próprio momento em que se produzem comportamento dos observados, destruindo a
espontaneidade dos mesmos e produzindo
resultados pouco confiáveis
Permitir recolher dados no momento em que estão Problema do registo. O auditor não pode confiar
a acontecer, sem criar situações artificiais unicamente na sua memória. Nem sempre é
possível tomar notas e a solução é transcrever os
comportamentos observados imediatamente após a
observação
Avaliar alguns aspectos para os quais não há Interpretação das observações. As grelhas
outras técnicas formalizadas facilitam a interpretação, mas podem
ser artificiais perante a riqueza dos processos
observados
Ser fácil de aplicar Exige muito tempo

1.5.Check list

É um tipo de auxílio de trabalho usado para reduzir a falha compensando os limites potenciais de
memória e de atenção humana. Isso ajuda a garantir consistência e integridade na execução de uma
tarefa. Um exemplo básico é a "lista de tarefas". Uma lista de verificação mais avançada seria um
agenda, que estabelece tarefas a serem feitas de acordo com a hora do dia ou outros fatores. Uma
tarefa principal na lista de verificação é a documentação da tarefa e a auditoria na documentação

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