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Índice

Ementa da disciplina:...........................................................................................................................4
Objetivo da disciplina:..........................................................................................................................4
Programa de ensino:.............................................................................................................................4
Metodologia:.........................................................................................................................................5
Bibliografia Básica:..............................................................................................................................6
Bibliografia Complementar:.................................................................................................................6
Avaliação:.............................................................................................................................................6
Cronograma das avaliações individuais:..............................................................................................7
1. Conceitos básicos.............................................................................................................................8
1.1 Carga, corrente e diferença de potencial elétrico.......................................................................8
Sistemas de unidades:.................................................................................................................8
Carga e Corrente:........................................................................................................................9
Corrente Contínua:....................................................................................................................10
Corrente Alternada:...................................................................................................................11
1.2 Potência elétrica.......................................................................................................................11
Convenção do sinal Passivo:.....................................................................................................12
Lei da conservação de energia:.................................................................................................12
Elementos de circuitos..............................................................................................................12
Tipos de elementos:...................................................................................................................13
1.3 Fontes de tensão e de corrente.................................................................................................13
Fonte independente ideal:.........................................................................................................13
Fonte dependente ou controlada:..............................................................................................14
1.4 Lei de Ohm:.............................................................................................................................14
Resistividade elétrica:...............................................................................................................14
Condutância:.............................................................................................................................16
Resistores e associação de resistores:.......................................................................................17
Associação de resistores em associação Série:.........................................................................18
Associação de resistores em associação em paralelo:...............................................................18
Associação de resistores em associação mista:.........................................................................19
1.5 Transformação estrela triângulo e triângulo estrela:................................................................22
Transformação triângulo estrela................................................................................................23
Transformação Estrela-Triangulo:............................................................................................26
1.6 Leis de Kirchoff:......................................................................................................................34
Ramo:........................................................................................................................................34
Nó:.............................................................................................................................................34
Laço:..........................................................................................................................................34
Malha:.......................................................................................................................................35
PRIMEIRA LEI DE KIRCHOFF: (lei dos Nós).......................................................................35
SEGUNDA LEI DE KIRCHOFF: (lei das Malhas)..................................................................37
Aplicação das Leis de Kirchoff com utilização de Fonte controlada ou fonte dependente de
tensão:.......................................................................................................................................46
Aplicação das Leis de Kirchoff com utilização de Fonte controlada ou fonte dependente de
corrente:....................................................................................................................................48
Resistores em série e divisão de tensão.....................................................................................51
Resistores em paralelo e divisão de corrente............................................................................54
Fontes reais, associação e transformação de fontes:.................................................................58
Fonte de tensão ideal e fonte de tensão real:............................................................................58
Fonte de corrente ideal e fonte de corrente real :.....................................................................60

Análise de Circuitos elétricos I 1


Prof. Cesar Augusto Bernardi
Associação e transformação de fontes......................................................................................62
Transformações de fontes:........................................................................................................63
Resumo dos passos para analisar circuitos elétricos em corrente contínua:..................................67
Exercícios propostos sobre as leis de Kirchoff:........................................................................72
2. Métodos de análise de circuitos em CC.........................................................................................80
2.1 Método das malhas e conceito de supermalhas.......................................................................80
2.1.1 Análise de malhas:...........................................................................................................80
2.1.2 Análise de malhas com aplicação do conceito de supermalha:........................................90
Criação de uma SUPERMALHA:............................................................................................90
Propriedades de uma SUPERMALHA:....................................................................................90
2.2 Método dos nós e conceito de supernó:.................................................................................101
2.2.1 Análise de nodal com aplicação do conceito de supernós:.............................................118
2.3 Comparativo entre os Métodos dos nós e análise de malhas:................................................132
Análise Nodal:.........................................................................................................................132
Análise de Malha:...................................................................................................................132
Comparação dos Métodos:......................................................................................................133
3 Teoremas de análise de circuitos em CC.......................................................................................134
3.1 Teorema da Linearidade:........................................................................................................134
3.2 Teorema da Superposição......................................................................................................142
Exercícios de fixação:.............................................................................................................152
3.3 - Teorema de Thévenin:.........................................................................................................154
3.4 - Teorema de Norton:.............................................................................................................163
3.5 - Teorema da Máxima Transferência de Potência:.................................................................168
Lista de Exercícios sobre Teorema da Linearidade e Superposição, Teoremas de Thévenin e
Norton.....................................................................................................................................173
5. Análise de circuitos em CA..........................................................................................................184
5.1 Números complexos..............................................................................................................184
Forma Cartesiana:...................................................................................................................184
Forma Polar:............................................................................................................................185
Forma Trigonométrica:...........................................................................................................186
Operações utilizando números complexos:.............................................................................190
Sinais Senoidais......................................................................................................................192
5.2 Fasores e Diagrama Fasorial:.................................................................................................196
Fasor:.......................................................................................................................................196
Resistência..............................................................................................................................199
Indutância:...............................................................................................................................200
Capacitância:...........................................................................................................................202
Reatância e Impedância:.........................................................................................................206
5.3 Aplicação de fasores na análise de Circuitos CA:.................................................................214
5.4 Método da Análise de Malhas:...............................................................................................214
5.5 Método da Análise Nodal:.....................................................................................................218
5.6 Teorema de Thévenin aplicado a circuitos de corrente alternada em regime permanente....223
5.7 Teorema de Norton aplicados a circuitos de corrente alternada em regime permanente.......229
6. Análise de Potência em Corrente Alternada............................................................................235
6.1 Potência média em CA......................................................................................................236
6.2 Valor RMS ou eficaz.........................................................................................................244
6.3 Potência aparente e fator de potência:...................................................................................245
6.4 Teorema da máxima transferência de potência média...........................................................249
Conservação de Potência CA..................................................................................................257
6.5 – Correção de fator de potência:.......................................................................................259

Análise de Circuitos elétricos I 2


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7. Circuitos de duas portas...........................................................................................................269
7.1 Parâmetros de impedância:...............................................................................................270
7.2 Parâmetros de admitância.................................................................................................272
7.3 Parâmetros híbridos...........................................................................................................273
7.4 Parâmetros de transmissão................................................................................................274
7.5 Interconexão de circuitos elétricos....................................................................................275

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Ementa da disciplina:
Estudo dos conceitos e das leis básicas, dos métodos de análise e dos teoremas de
circuitos elétricos em corrente contínua (CC) e corrente alternada (CA).

Objetivo da disciplina:
Interpretar e analisar circuitos elétricos
Compostos por Fontes, Resistores,
Capacitores e Indutores operando em
Corrente contínua e corrente alternada em
Regime permanente.

Programa de ensino:
1. Conceitos básicos
1.1 Carga, corrente e diferença de potencial elétrico
1.2 Potência elétrica
1.3 Fontes de tensão e de corrente
1.4 Lei de Ohm
1.5 Transformação estrela triângulo e triângulo estrela
1.6 Leis de Kirchoff

2. Métodos de análise de circuitos em CC


2.1 Método das malhas e conceito de supermalhas
2.2 Método dos nós e conceito de supernós

3. Teoremas de análise de circuitos em CC


3.1 Linearidade e superposição
3.2 Teorema de Thevenin
3.3 Teorema de Norton
3.4 Transformação de fontes
3.5 Máxima transferência de potência

4. Capacitores e Indutores

5. Análise de circuitos em CA
5.1 Senoides, números complexos e fasores
5.2 Análise fasorial de circuitos em CA
5.3 Impedância, leis de Kirchoff
5.4 Método das malhas e supermalhas
5.5 Método dos nós e supernós
5.6 Teorema da Superposição
5.7 Teorema de Thevenin e Norton

6. Análise de Potência em CA
6.1 Potência média em CA
6.2 Teorema da máxima transferência de potência média
6.3 Valor RMS ou eficaz

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6.4 Potência aparente e fator de potência
6.5 Potência complexa e correção de fator de potência

7. Circuitos de duas portas


7.1 Parâmetros de impedância
7.2 Parâmetros de admitância
7.3 Parâmetros híbridos
7.4 Parâmetros de transmissão
7.5 Interconexão de circuitos elétricos

Metodologia:

A estratégia de ensino empregada na disciplina será composta de aulas expositivo


dialogadas valendo-se de recursos audiovisuais e softwares de simulação numérica.

O Trabalho Discente Efetivo (TDE) será constituído de atividades acadêmicas


extraclasse desenvolvidas pelos estudantes em tempos e espaços diferentes daqueles
destinados às atividades de sala de aula, planejadas pelo professor. Contempla o
desenvolvimento de exercícios teóricos relativos a cada competência a ser desenvolvida,
conforme apresentado a seguir:

TDE1: Atividades relativas à aplicação dos conceitos e leis básicas que regem o
comportamento dos circuitos elétricos e à aplicação dos teoremas e métodos de análise
de circuitos em corrente contínua.

TDE2: Atividades relativas aos conceitos e à aplicação dos teoremas e métodos de


análise de circuitos em corrente alternada.

TDE3: Atividades relativas a potência média, potência complexa e fator de potência em


corrente alternada e circuitos de duas portas.

Atividades de extensão poderão ser oferecidas aos alunos permitindo a aplicação


prática dos conceitos teóricos abordados na disciplina através do uso dos laboratórios de
eletrônica e eletricidade aplicada. Outra opção seria o oferecimento de cursos de
extensão nos laboratórios de informática com o intuito de apresentar ferramentas
computacionais que deem suporte à aprendizagem dos alunos como softwares de
simulação de circuitos elétricos.

Análise de Circuitos elétricos I 5


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Bibliografia Básica:

ALEXANDER, Charles K. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. Porto Alegre AMGH


2013 1 recurso online ISBN 9788580551730.

IRWIN, J. David. Análise básica de circuitos para engenharia. 10. Rio de Janeiro LTC
2013 1 recurso online ISBN 978-85-216-2320-5.

BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de circuitos. 12 .ed. São Paulo: Pearson,


c2012. Disponível em: <https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/PEA/>. Acesso em: 11 jan.
2014.

Bibliografia Complementar:

NILSSON, James William; RIEDEL, Susan A. Circuitos elétricos. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2009. Disponível em: <https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/PEA/>.
Acesso em: 19 ago. 2013.

MARIOTTO, Paulo Antonio. Análise de circuitos elétricos. São Paulo: Prentice Hall,
2003. Disponível em: <https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/PEA/>. Acesso em: 22 maio
2014.

CRUZ, Eduardo Cesar Alves. Circuitos elétricos : análise em corrente contínua e


alternada. São Paulo Erica 2014 1 recurso online ISBN 9788536518220.

ALBUQUERQUE, Rômulo de Oliveira. Análise de circuitos em corrente contínua. 21.


São Paulo Erica 2008 1 recurso online ISBN 9788536518107.

Avaliação:
A avaliação do desempenho do aluno será realizada por 4 notas: N1, N2, N3 e N 4 que
constituirão, por meio de média harmônica ponderada, a nota final obtida pelo aluno.

A expressão matemática que permitirá o cálculo da nota final do desempenho do aluno é


a da média harmônica ponderada das notas N1, N2, N3 e N4.

10
NF=
P1 P2 P3
+ +
N1 N2 N3

As notas N1, N2 e N3 tem peso igual e serão compostas por provas teóricas.

Análise de Circuitos elétricos I 6


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1. Ao aluno que não obtiver média final igual ou superior a 6,0 será oferecida a
oportunidade de realizar uma (01) prova substitutiva, ao final do semestre.

2. A prova substitutiva terá obrigatoriamente o mesmo conteúdo da respectiva prova a


ser substituída.

3. A prova a ser substituída será aquela de menor nota obtida pelo estudante.

4. A nota de uma prova substituída apenas incorpora o cálculo da nota final quando
for maior que a nota da prova a ser substituída.

Cronograma das avaliações individuais:

Conforme definido no primeiro dia de aula.

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1. Conceitos básicos

1.1 Carga, corrente e diferença de potencial elétrico

Sistemas de unidades:

É de suma importância o domínio das unidades de medidas utilizadas em cálculos


para garantir que o resultado obtido expresse a verdade sobre uma análise realizada.
Nesta disciplina as unidades de medidas adotadas são do sistema internacional
(si).

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Potência de dez:

Carga e Corrente:

Quando um fio condutor é conectado a uma bateria, as cargas são compelidas a se mover
devido à diferença de potencial existente entre os bornes desta bateria

A esta movimentação de cargas dá-se o nome de corrente elétrica.

Camada
de
Valência
(mais
externa)

Átomo e distribuição de
elétrons nas camadas

Íon Íon
negativo(-) Positivo (+)

A corrente se deve aos elétrons carregados negativamente, por convenção (aceito


mundialmente) a corrente é o fluxo líquido das cargas positivas

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Corrente elétrica é o fluxo de cargas por unidade de tempo, medido em Ampére (A) e a
relação entre a corrente (I) e a carga (q) e o tempo (t) é:

I = dq 1 Ampére = 1 Coulomb
dt 1 segundo

A carga transferida durante um determinado período é:

t1

Q=∫ idt
t0 t(s)

Corrente Contínua:
É uma corrente que permanece constante ao longo do tempo

Corrente Alternada:
É uma corrente em que o sentido se alterna ao longo do tempo

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Tensão elétrica (ou diferença de potencial) é a energia (ou trabalho) necessário para
deslocar uma carga elétrica unitária através de um elemento, medida em volts.

Vab = dw (v) → Onde 1V = 1J = 1Nm


dq C C

Interpretação da figura:

1) O potencial no ponto A é VAB (v) mais alto que no ponto B


2) O potencial no ponto A em relação ao ponto B é VAB (v)

1.2 Potência elétrica


Potência é a velocidade com que se consome ou se absorve energia, medida em Watts
(W)

P = dw → onde P = potência (W)


w = energia (J)
dt t = tempo (s)

P = dw . dq → Como V = dw e I = dq → P= v.i
dq dt
dq dt

Convenção do sinal Passivo:

1 – Corrente entra pelo pólo positivo da tensão


P = + v.i → v.i > 0

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2 – Corrente entra pelo pólo negativo da tensão
P = - v.i → v.i < 0

Lei da conservação de energia:

P=0

A Soma algébrica das potências num circuito é igual a zero e a energia absorvida ou
fornecida por um elemento é dada por:

t1 t1

W =∫ Pdt → W =∫ v . i. dt
t0 t0

Energia é a capacidade de realizar trabalho, medida em Joules (J) onde 1 Wh = 3600J

Elementos de circuitos

Entende-se por circuito elétrico o conjunto de componentes constituído por um ou mais


geradores elétricos que alimentam determinados dispositivos:

Elemento: Bloco básico para construção de um circuito elétrico

Fonte de tensão
Fonte de corrente R1
Resistência elétrica -
V I

Circuito elétrico: Interconexão entre elementos

Análise de Circuitos elétricos I 12


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Análise de Circuito: Determinação do comportamento das variáveis do circuito elétrico
(tensão, corrente e potência)

Por análise de circuitos elétricos entende-se a compreensão por parte do aluno de todo o
processo de identificação de tensões, correntes e potências, de malhas e de nós,
equacionamento das variáveis desejadas e definição dos valores correspondentes de
cada variável em estudo, sendo todas estas etapas de significativa importância no
processo da análise, portanto, todas as etapas serão avaliadas nos exercícios propostos
pela disciplina.

Tipos de elementos:
Elementos passivos: Não é capaz de gerar energia.
Ex: resistores, capacitores e indutores

Elementos ativos: São capazes de gerar energia


Ex: geradores, pilhas

1.3 Fontes de tensão e de corrente

Fonte independente ideal:

Elemento ativo que fornece uma tensão ou corrente específica que completamente
independente de outros elementos de circuito.

Fonte de Tensão Fonte de corrente

Fonte dependente ou controlada:


Elemento ativo no qual a quantidade de energia é controlada por outra tensão ou
corrente.

Fonte dependente de Tensão Fonte dependente de corrente

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Resistores:

Elemento de circuito projetados para transformar energia elétrica em calor. (elementos


que se opõe a passagem da corrente elétrica entre seus terminais.

1.4 Lei de Ohm:

Em um condutor ôhmico, mantido à temperatura constante, a intensidade da corrente


elétrica é proporcional à diferença de potencial aplicada entre suas extremidades, ou seja,
sua resistência elétrica é constante. [Georg Simon Ohm (1787-1854)]

V = R.I

Resistividade elétrica:
Propriedade específica dos materiass que relaciona a resistência elétrica deste condutor
com suas dimensões.

Onde:
ρ = coeficiente de resistência (resistividade);
R = ρ . _l l = comprimento do condutor;
s s = área da seção transversal.

Análise de Pontos extremos:

R=0 → Curto circuito, é um elemento de circuitos com I=


resistência que se aproxima de zero. R=0
A corrente I pode assumir qualquer valor V=0

R= → Circuito aberto, é um elemento de circuitos I

+ R=
com resistência que se aproxima do infinito V
I lim v = 0 -
R→  R

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Tipos de Resistores:

Resistores fixos:
Fabricados em filme carbono, filme metálico, fio de precisão,
dentre outros, com potência variada (1/8W, 1/2W, 2W, etc…)

Resistores Variáveis:
Resistores que podem serem ajustados manualmente, ex.:
LDR (light depend resistor), PTC (coeficiente de temperatura
positiva), NTC (coeficiente de temperatura negativa) reostato,
dentre outros.

Padrão de cores e valores de resistores

Condutância:

É a capacidade de um elemento conduzir corrente elétrica. É medido em MHO () ou


Siemens (S) e é o inverso da resistência.

G= 1 = i 1S = 1 = 1A
R V V

Lei de Ohm para a Condutância: I = G.V

Como a condutância (G) é o inverso da resistência (R) G = 1/R Portanto, a


associação de condutâncias em série, de forma geral é dada pela equação:

1 = 1 + 1 +...+ 1
Geq G1 G2 GN

A associação de condutâncias em paralelo, de forma geral é dada pela equação:

Geq = G1 + G2 +...+ GN → Geq = 1


Req

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Exercício:

Projetar um produto para manter uma xícara de café aquecida utilizando uma tomada de
força veicular.

1. Sabendo que a tomada de força fornece 12V e supondo que a corrente máxima
seja de 500mA, qual é a resistência elétrica que eles necessitam para não queimar
esta porta?
2. Para uma melhor distribuição do calor, o grupo usará um fio de niquelcromo (ρ =
1,1.10-6 Ω m) Com diâmetro de 0,5 mm. Qual é o comprimento que deve ser
empregado para construir o resistor pretendido?

Solução:

1 Sabendo a tomada fornece 12V e 500mA, qual é a resistência elétrica que eles
necessitam para não queimar esta porta?

Utilizando-se a lei de Ohm é possível determinar a resistência máxima a ser utilizada:

V = R.I → R=V/R → R = 12 / 0,5 → R = 24

2) Para uma melhor distribuição do calor, o grupo usará um fio de niquelcromo (ρ =


1,1.10-6 Ωm) Com diâmetro de 0,5 mm. Qual é o comprimento que deve ser empregado
para construir o resistor pretendido?

Sabendo-se que a resistividade é: ρ = 1,1.10-6 m


E que o diâmetro do condutor é: d = 0,5 mm

Pode-se utilizar a equação da resistividade para determinar o comprimento da resistência

R = ρ . _l Onde:
s ρ = coeficiente de resistência (resistividade);
l = comprimento do condutor;
s = área da seção transversal → s = π r2 → r = d/2

R = ρ . _l → L = R.s → L = 14. π r2 → L = 24. π (d/2)2


s ρ
1,1.10-6 1,1.10-6
Partindo da equação deduzida: L = 24. π (d/2)2
1,1.10-6

L =24. 3,1416 (0,00025)2 → L = 24. 1,9625.10-7 L = 4,295 m


1,1.10-6 1,1.10-6

O comprimento que deve ser empregado para construir o resistor pretendido é de 4,295 m

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Resistores e associação de resistores:

Associação de resistores em um circuito elétrico simples:


Existem três tipos de associação de resistores: Série, paralelo e misto.

Associação Série Associação Paralelo Associação mista

Associação de resistores em associação Série:

Na associação em Série a corrente é a mesma nos diferentes resistores. A resistência


equivalente é obtida pela soma de todas as resistências em série. (A resistência total é
igual à soma das resistências parciais). A tensão total aplicada é igual a soma das
tensões parciais; As tensões parciais em cada resistência são, segundo a lei de Ohm,
diretamente proporcionais aos valores das resistências

V = VR 1 + VR 2 + VR 3 + VR N
Req = R1 + R2 + R3 + R4 + R5

Associação de resistores em associação em paralelo :

Os resistores são ligados de tal forma que sendo submetidos à mesma tensão a sua
intensidade varia conforme as características de cada um. Na Associação em paralelo, os
resistores são submetidos a mesma tensão.

Análise de Circuitos elétricos I 17


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V = VR 1 = VR2 = VR 3

I1 I2 I3
V = = =
R1 R2 R3

Generalizando, o inverso da resistência total (equivalente) de uma associação em


paralelo é igual à soma dos inversos das resistências que compõem a associação
paralela.

1 1 1 1 1
= + + +
R eqv R1 R2 R3 R N

Se no circuito tivermos apenas dois resistores em paralelo, a resistência equivalente será


dada pelo produto das resistências dividido pela sua soma.

R 1∗R 2
R eqv =
R1+ R2

Se as duas resistências forem iguais, as correntes sobre elas serão iguais à metade da
corrente total.

Associação de resistores em associação mista:

É a combinação dos dois tipos de associações anteriores, em que num mesmo circuito
existem ligações em paralelo e ligações em série.

20∗20 20∗20
R eqv 1 = =10 Ω R eqv 3 = =10 Ω
20+20 20+20

R eqv 2 = 10+10 =20 Ω R eqv = 5+10 =15 Ω

Análise de Circuitos elétricos I 18


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EXERCÍCIOS:

Nos circuitos apresentados, calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B:

Respostas:
1 = 12Ω
2 = 4Ω
3 = 30Ω
4 = 20Ω

5 Calcule a resistência equivalente vista, no circuito abaixo, entre os pontos A e B.

Resposta = 15Ω

6 Calcule a resistência equivalente vista, no circuito abaixo, entre os pontos A e B.

Resposta = 14Ω

Análise de Circuitos elétricos I 19


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7 Calcule a resistência equivalente vista, no circuito abaixo, entre os pontos C e D e após
calcule a resistência equivalente vista entre os pontos A e B.

Resposta = 14Ω

8 Calcule a resistência equivalente vista pelos terminais da fonte independente de tensão


no circuito abaixo, e após calcule o valor da corrente que circulará pelo circuito
equivalente.

Respostas

Req = 14Ω
I = 0,24A

9 Utilizando apenas a lei de ohm, calcule o valor das correntes I, I1, I2 e I3 do circuito
abaixo.

Respostas
I = 30A
I1 = 120A
I 2 = 8A
I 3 = 10A

10 Calcular o valor da resistência equivalente do circuito abaixo. Após calcule o valor da


corrente que circula pela fonte de tensão.

Respostas
R = 12Ω
I = 3A

Análise de Circuitos elétricos I 20


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1.5 Transformação estrela triângulo e triângulo estrela:

A ferramenta de transformação de um circuito de estrela em triângulo e vice-versa é


utilizada em situações em que é necessário realizar uma associação de resistores, porém,
os mesmos não permitem associações em série ou em paralelo, por não se encontrarem
em nenhuma destas duas situações.

Estrutura em estrela
Estrutura em triângulo

Estrutura em estrela (Y) Estrutura em estrela (T)

Estrutura em Triângulo () Estrutura em estrela (π)

Para realizar a transformação de estrela em triângulo e vice-versa, é necessário criar uma


relação de transformação dos resistores, a qual é obtida a partir da comparação das
resistências entre os mesmos pares de nós na conexão Ye

Análise de Circuitos elétricos I 21


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→ →

Transformação triângulo estrela


Terminais 1 e 2:

R12(Y) = R1 + R3

R12() = Rb // (Ra + Rc)

R12(Y) = R12()

R1 + R3 = Rb . (Ra + Rc) (1)

Ra + Rb + Rc

Terminais 1 e 3: Terminais 3 e 4

R13(Y) = R1 + R2 R34(Y) = R2 + R3

R13() = Rc // (Rb + Ra) R34() = Ra // (Rb + Rc)

R13(Y) = R13() R34(Y) = R34()

Terminais 1 e 3: Terminais 3 e 4

R1 + R2 = Rc . (Rb + Ra) (2) R2 + R3 = Ra . (Rb + Rc) (3)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc

Subtraindo (3) de (1):

R2 + R3 = Ra . (Rb + Rc) (3) e R1 + R3 = Rb . (Ra + Rc) (1)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + RC

(R1 + R3) - (R2 + R3 ) = Rb . (Ra + Rc) - Ra . (Rb + Rc)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc

Análise de Circuitos elétricos I 22


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R1 - R2 = (RbRa + RbRc) - (RaRb+RaRc)
Ra + Rb + Rc

R1 - R2 = Rc(Rb – Ra) (4)


Ra + Rb + Rc

Somando (2) com (4):

R1 + R2 = Rc.(Rb + Ra) (2) e R1 - R2 = Rc(Rb – Ra) (4)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc

(R1 + R2) + (R1 - R2 ) = Rc . (Rb + Ra) + Rc . (Rb - Ra)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc

2R1 = RcRb+RcRa + RcRb - RcRa


Ra + Rb + Rc

2R1 = 2RcRb R1 = RcRb (5)


Ra + Rb + Rc Ra+Rb+Rc

Subtraindo (4) de (2):

R1 + R2 = Rc.(Rb + Ra) (2) e R1 - R2 = Rc(Rb – Ra) (4)


Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc
(R1 + R2) - (R1 - R2 ) = Rc . (Rb + Ra) - Rc . (Rb - Ra)
Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc

2R2 = RcRb+RcRa - RcRb + RcRa


Ra + Rb + Rc

2R2 = 2RcRa R2 = RcRa (6)


Ra + Rb + Rc Ra+Rb+Rc

Subtraindo (5) de (1):

R1 = RbRc (5) e R1 + R3 = Rb(Ra + Rc) (1)


Ra+Rb+Rc Ra+Rb+Rc

Análise de Circuitos elétricos I 23


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R1 + R3 – R1 = Rb.(Ra+Rc) - Rb.Rc
Ra+Rb+Rc Ra+Rb+Rc

R3 = RbRa+RbRc - RbRc
Ra + Rb + Rc

R3 = RbRa R3 = RaRb (7)


Ra+Rb+Rc Ra+Rb+Rc
Cada resistor na rede Y é
igual ao produto dos resistores
dos dois ramos adjacentes ,
divididos pela soma dos 3
resistores 

Transformação Estrela-Triangulo:

Dividindo (7) por (5):

R3 = RbRa (7) R1 = RbRc (5)


Ra+Rb+Rc Ra+Rb+Rc

R3 = Rb Ra / (Ra+Rb+Rc)
R1 Rb Rc / (Ra+Rb+Rc)

Ra = Rc R3 (8)
R1

Dividindo (7) por (6):

R3 = RbRa (7) R2 = RaRc (6)


Ra+Rb+Rc Ra+Rb+Rc

R3 = Rb Ra / (Ra+Rb+Rc)

Análise de Circuitos elétricos I 24


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R2 Ra Rc / (Ra+Rb+Rc)

R b = R c R3 (9)
R2

Substituindo (8) e (9) em (6):

R2 = RaRc (6) Ra = Rc R3 (8) R b = R c R3 (9)


Ra+Rb+Rc R1 R2

R2 = (Rc.R3/ R1) Rc
(Rc.R3/ R1) + (Rc.R3/ R2) + Rc

R2 = (R3/R1). Rc2
Rc[(R3/ R1)+(R3/ R2)+1]
R2 = (R3/R1). Rc
(R3R2+R3R1+R1R2)
R1R2

R2 = R3.Rc . R1.R2
R1 (R3R2+R3R1+R1R2)

1= R3.Rc
(R3R2+R3R1+R1R2)

Rc = (R3R2+R3R1+R1R2) (10)
R3

Ra= (R3R2+R3R1+R1R2) Rb= (R3R2+R3R1+R1R2) Rc= (R3R2+R3R1+R1R2)


R1 R2 R3

Análise de Circuitos elétricos I 25


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Cada resistor na rede  é igual a soma de todos os
produtos possíveis de Y resistores extraídos 2 a 2,
dividido pelo resistor Y oposto.

Substituindo estas equações em (10):


Em sistemas equilibrados:
R = RYRY + RYRY + RYRY = 3RY
R1 = R2 = R3 = RY RY
R = 3.RY e RY = R
Ra = Rb = Rc = R
3

Exemplos:

Exemplo 01) Determinar o valor da resistência equivalente vista dos terminais A e B do


circuito abaixo.

Passo 1:

1) Definir se irá transformar de estrela para triângulo ou


de triângulo para estrela;
2) Definir os resistores Ra, Rb e Rc

R1 = Rc.Rb
→ R1 = 6.3 → R1 = 1,5Ω
Ra+Rb+Rc
6+3+3
R2 = Rc.Ra
→ R2 = 6.3 → R2 = 1,5Ω
Ra+Rb+Rc
6+3+3
R3 = Ra.Rb
→ R3 = 3.3 → R3 = 0,75Ω
Ra+Rb+Rc
6+3+3

Calculando o resistor equivalente dos resistores em série:

Análise de Circuitos elétricos I 26


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Req1 = 4 + 1,5 Req1 = 5,5Ω
Req2 = 2 + 1,5 Req2 = 3,5Ω

Calculando o valor do resistor equivalente da associação


em paralelo resultante:

Req3 = Req1. Req2


Req1+ Req2

Req3 = 5,5.3,5 Req3 =2,139Ω


5,5+3,5
Calculando o resistor equivalente dos resistores em série:

ReqAB = Req3 + R3

ReqAB = 2,139 + 0,75

ReqAB = 2,889Ω

Exemplo 02) Converta os resistores do circuito abaixo da configuração triângulo em


configuração estrela.

R1 = Rc.Rb → R1 = 25.10 → R1 = 5Ω
Ra+Rb+Rc 25+10+15

R2 = Ra.Rc → R2 = 25.15 → R2 = 7,5Ω


Ra+Rb+Rc 25+10+15

Análise de Circuitos elétricos I 27


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R3 = Rc.Ra → R3 = 10.15 → R3 = 3Ω
Ra+Rb+Rc 25+10+15

Exemplo 03) Converta os resistores do circuito abaixo da configuração estrela em


configuração triângulo

Rc = 10.40 + 20.40 + 10.20 → Rc = 1400 → Rc = 35Ω


40 40

Rb = 10.40 + 20.40 + 10.20 → Rb = 1400 → Rb = 70Ω


20 20

Ra = 10.40 + 20.40 + 10.20 → Ra = 1400 → Ra = 140Ω


10 10

Exemplo 04) Determine o valor de RAB e da corrente i no circuito abaixo:

Definir quais os resistores serão Rc = 5.10+10.20+5.20 → Rc = 70Ω


convertidos; 5
1: converter de estrela em triângulo

Análise de Circuitos elétricos I 28


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Rb = 5.10+10.20+5.20 → Rc = 17,5Ω
20

Ra = 5.10+10.20+5.20 → Rc = 35Ω
10

Achar o valor dos resistores equivalentes do circuito:

Req1= 70//30 → Req1 = 70.30


70+30
Req1 = 21Ω

Req2= 12,5//17,5 → Req2 = 12,5.17,5


12,5+17,5
Req2 =7,29Ω

Req3 = 15//35 → Req3 = 15.35


15+35
Req3 = 10,5Ω

Realizando a associação em série:

Rs = 7,29 + 10,5

Rs = 17,79 Ω

Realizando a associação em paralelo:

Req= 17,79.21 → Req= 9,63 Ω


17,79+21

i= V → i = 120 → i = 12,45A
Req 9,63

Exemplo 05) Determine o valor de RAB no circuito abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 29


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R1 = 30.10 → R1 = 3Ω
30+10+60

R2 = 60.10 → R2 = 6Ω
30+10+60

R3 = 30.60 → R3 = 18Ω
30+10+60

Fazendo-se as devidas equivalências das resistências do circuito:

Req1 = (4+3)//(50+6) = 24,32Ω

RAB = 20+18+24,32+80

RAB = 142,3Ω

Exemplo 06) Simplificar o circuito abaixo calculando os valores das resistências por onde
circularão as correntes I1, I2 e I3.

Análise de Circuitos elétricos I 30


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RAB = 2.1+1.3+2.3 → RAB = 2+3+6 → RAB = 11Ω
3 3 3

RAC = 2.1+1.3+2.3 → RAB = 2+3+6 → RAB = 11Ω


1 1

RBC = 2.1+1.3+2.3 → RAB = 2+3+6 → RAB = 11Ω


2 2 2

Calculando os resistores equivalentes:


Req1 = 11/3. 11/3 → R1 = 11/6Ω
11/3 + 11/3

Req2 = 11/2. 11/2 → R1 = 11/4Ω


11/2 + 11/2

Req3 = 11. 11 → R1 = 11/2Ω


11 + 11

Transformando de triângulo em estrela entre os


pontos A, B e C
R1 = Rc.Rb → R1 = 11/6.11/2 → R1 = 1Ω
Ra+Rb+Rc 11/6+11/4+11/2

R2 = Rc.Ra → R2 = 11/4.11/6 → R2 = 0,5Ω


Ra+Rb+Rc 11/6+11/4+11/2

R3 = Ra.Rb → R3 = 11/2.11/4 → R3 = 1,5Ω


Ra+Rb+Rc 11/6+11/4+11/2

Realizando as equivalências em série dos resistores do circuito:

R1 = 0,5 + 0,5 → R1 = 1Ω

R2 = 1 + 1 → R2 = 2Ω

R3 = 1,5 + 1,5 → R3 = 3Ω

Análise de Circuitos elétricos I 31


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Equacionando os nós e as malhas do circuito:

Nó1: i1 + i2 + i3 = 0 (eq.1)

Malha 01: -10 + i1 - 2i2 = 0 (eq.2)

Malha 02: -19 + 2i2 - 3i3 = 0 (eq.3)

Solucionando as equações do circuito obtém-se


as correntes:

i1 = 8A i2 = -1A i3 = -7A

1.6 Leis de Kirchoff:

Definição de Ramo, Nó e Laço:

Ramo:
Representa um elemento único de um circuito elétrico. ex.: Fonte de tensão, resistor,
etc…;
No. de Ramos = 5

Nó:
É o ponto de ligação entre dois ou mais ramos;

No. de Ramos = 5
No. de Nós =3

Laço:
É qualquer caminho fechado em um circuito elétrico.

Análise de Circuitos elétricos I 32


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No. de Ramos = 5
No. de Nós =3
No. de Laços = 6

Malha:
É um caminho fechado em um circuito elétrico que inclui vários componentes elétricos:
fontes e resistências.

No. de Ramos = 5
No. de Nós =3
No. de Laços = 6
No. de Malhas = 3

Leis de Kirchhoff (primeira e segunda leis):

Como a Lei de Ohm só permite o cálculo de variáveis elétricas em um único elemento,


esta Lei sozinha não permite as análises de elementos associados em circuitos. Foram
descritas em 1847 por Michael Faraday*.

* Faraday foi um físico e químico britânico. Considerado um dos cientistas mais influentes
de todos os tempos, nasceu em 22/09/1791 e foi o pai do motor elétrico e do gerador
elétrico

PRIMEIRA LEI DE KIRCHOFF: (lei dos Nós)

A soma Algébrica das correntes que entram (ou que saem) de um nó é igual a zero.

n onde:

∑ in
N → Número de ramos conecados ao nó
In → n-ésima corrente que entra ou sai do nó
n=1

Convenção:

Correntes que entram no nó → ( + ) Correntes Positivas


Correntes que saem do nó → ( - ) Correntes Negativas

Análise de Circuitos elétricos I 33


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A soma das correntes que entram
em um nó é igual a soma das i1 = i2 + i3
correntes que saem deste nó

I1 I2
Correntes que entram no Nó: I1, I2, I4 e I6

I3 Correntes que saem do Nó: I 3 e I5

I6 a
I4 Aplicando-se a 1 Lei de Kirchoff
I5
I1 + I2 + I4 + I6 = I 3 + I 5

Exercícios:

1) Utilizando a 1a Lei de Kirchoff, calcular o valor de Ix

2A

- 7A

1A
Ix

3A 2A

7A

- 1A
Ix

3A 2A

7A

1A

5A
I x

SEGUNDA LEI DE KIRCHOFF: (lei das Malhas)

Análise de Circuitos elétricos I 34


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A soma Algébrica das tensões em um laço é igual a zero.

m onde:

∑Vm
M → Número de tensões no Laço
Vm → n-ésima tensão no laço
m=1

Convenção:

O sinal de cada tensão respeita a polaridade encontrada primeiro ao percorrer o laço no


sentido escolhido.

Sentido horário.

Tensão = -10V

-V1 + V2 + V3 - V4 + V5 = 0
m

∑Vm + V2 + V3 + V5 = +V1+ V4
m=1

Exercícios:
1)Determine o valor das tensões V1 e V2:

V1 = 2.i e
Definindo as tensões V1 e V2 através da lei de Ohm
V2 = 3.i
Aplicando a Lei das malhas:

-20 + V1 + V2 = 0 De posse do valor da corrente i, é possível


-20 + 2.i + 3.i = 0 calcular o valor das tensões V1 e V2
-20 + 5i = 0
V1 = 2.i V2 = 3.i
V1 = 2.4
Análise de Circuitos elétricos IV2 = 3.4 35
V1 = 8v BernardiV2 = 12v
Prof. Cesar Augusto
5.i = 20
i = 20 / 5
i = 4A

Confirmando o resultado:

m VF + V1 + V 2 = 0
∑Vm -20 + 8 + 12 = 0
-20 + 20 = 0
m=1
0=0

2) Determine o valor das tensões V1 e V2:

Definindo as tensões V1 e V2 através da lei de Ohm: V1 = 4.i e V2 = 2.i

Aplicando a Lei das malhas: V1 = 4.3 V2 = 2.i


V1 = 4.3 V2 = 2.3
-10v + V1 + (-8v) + V2 = 0
V1 = 12v V2 = 6v
-10 -8 + 4.i + 2.i = 0
-18 + 6i = 0 → 6.i = 18
i = 18 /6 → i = 3A
Confirmando o resultado:

m VF1 + V1 – VF2 + V2 = 0
∑Vm -10 + 12 – 8 + 6 = 0
m=1
-18 + 18 = 0
0=0
3) Determine o valor das tensões V1 e V2

Análise de Circuitos elétricos I 36


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Definindo as tensões V1 e V2 através da lei de Ohm:

V1 = 2.i e V2 = - 3.i

Aplicando a Lei das malhas:

-20 + V1 - V2 = 0
-20 + 2.i - (-3.i) = 0 V1 = 2.i V2 = -3.i
-20 + 2.i + 3i = 0 V1 = 2.4 V2 = -3.4
-20 + 5i = 0 → 5i = 20 V1 = 8v V2 = -12v
i = 20 / 5 → i = 4A

Confirmando o resultado:

m VF + V1 - V 2 = 0
∑Vm -20 + 8 - (-12) = 0
m=1
-20 + 20 = 0
0=0
4) Determine o valor das tensões V1 e V2:

Definindo as tensões V1 e V2 através da lei de Ohm:


V1 = 4.i e V2 = - 2.i

Aplicando a Lei das malhas:

-10 + V1 + (-8) - V2 = 0 V1 = 4.i V2 = -2.i


-10 + 4.i - 8 - (-2.i) = 0 V1 = 4.3 V2 = -2.3
-18 + 4.i + 2i = 0
-18 + 6i = 0 V1 = 12v V2 = -6v
6i = 18
i = 18 / 6
i = 3A

5) Determine o valor das tensões V 0,V1 e V2 além das correntes i0, i1, e i2 do circuito
abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 37


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Respostas:

V0 = 24V
V1 = 6V
V2 = 6V
i0 = 3A
i1 = 2A
i2 = 1A

passo 01: Definindo as correntes do circuito:

Nó 1

passo 02: Definindo os Nós do circuito:

Nó 1

passo 03: Definindo os laços do circuito:

Definindo as tensões V0 , V1 e V2 através da lei de Ohm:

V0 = 8.i0 V1 = 3.i1 V2 = 6.i2

Aplicação a 1a lei de Kirchoff no nó 1 Aplicação a 2a lei de Kirchoff

I0 + (- i1 ) + (- i2 ) = 0 Malha 01: -30 + V0 + V1 = 0 (eq.2)


I 0 - i1 - i 2 = 0
Malha 02: - V1 + V2 = 0

Análise de Circuitos elétricos I 38


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I 0 = i 1 + i2 (eq.1) V 1 = V2 (eq.3)

Utilizando a equação (02) da malha 01 Utilizando a equação (03) da Malha 02:

-30 + V0 + V1 = 0 + V 1 = V2
-30 + 8i0 + 3i1 = 0 6I2 = 3i1
8I0 = 30 - 3i1 I2 = 3i1 / 6
I0 = 30 - 3i1 (eq.4) I 2 = i1 / 2 (eq.5)
8

Aplicando-se as equações (4) e (5) na Aplicando o resultado obtido na equação (4)


equação (01)
I0 = 30 - 3i1 I0 = 30 - 3(2)
I0 + (- i1) - (i2) = 0 (eq.1) 8 8

30 - 3i1 - i1 – i1 = 0 (x8) I0 = 30 - 6 I0 = 24
8 2 8 8
I0 = 3 A
30 - 3i1 - 8i1 – 4i1 = 0
30 – 15i1 = 0
30 - 15i1= 0
- 15i1= - 30 (x -1)
i1= 30 / 15 → i 1= 2 A

Aplicando o resultado obtido nas relações


Aplicando o resultado obtido na eq. (5) obtidas da lei de ohm:

I 2 = i1 / 2 V0 = 8.i0 V0 = 8.3 V0 = 24V


I2 = 2 / 2
I2 = 1A V1 = 3.i1 V1 = 3.2 V1 = 6V

V2 = 6.i2 V2 = 6.1 V2 = 6V

6)Determine o valor das tensão V1 ,V2 e V3 além das correntes i1, i2 e i3 do circuito abaixo:
Respostas:

V1 = 3V
V2 = 2V
V3 = 5V
I1 = 1,5A
I2 = 0,25A
I3 = 1,25A

Análise de Circuitos elétricos I 39


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Definindo os laços do circuito:

Definindo as tensões V1 , V2 e V0 através V1 = 2.i1


da lei de Ohm V2 = 8.i2
V3 = 4.i3

Aplicação a 1a lei de Kirchoff I1 + (- i2 ) + ( - i3 )= 0


I1 - i2 - i3 = 0 (eq.1)
Malha 01: -5 + V1 + V2 = 0 (eq.2)
Aplicação a 2a lei de Kirchoff Malha 02: -V2 + V3 - 3 = 0 (eq.3)

-5 + V1 + V2 = 0
-5 + 2i1 + 8i2 = 0
Utilizando a equação (02) da Malha 01: 2I1 = 5 - 8i2
I1 = 5 – 8i2 (eq.4)
2
-V2 + V3 - 3 = 0
-8i2 + 4i3 - 3 = 0
Utilizando a equação (03) da Malha 02 4i3 = 8i2 + 3
I3 = 8i2 + 3 (eq.5)
4

I1 - i2 - i3 = 0 (eq.1)
(5 – 8i2) - i2 - (8i2 + 3) = 0 (x4)
2 4

Aplicando-se as equações (4) e (5) na 2(5 – 8i2) - 4i2 - (8i2 + 3) = 0


equação (01) 7 – 16i2 - 4i2 - 8i2 = 0
7 – 28i2 = 0
–28i2 = - 7 (x-1)
I2 = 7 / 28
I2 = 0,25A

Aplicando o resultado obtido na eq. (4) I1 = 5 - 8i2


2

I1 = 5 – 8 (0,25)
2

I1 = 5 – 2 → I1 = 3 → I1 = 1,5A
2 2

Análise de Circuitos elétricos I 40


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I3 = 8i2 + 3
4

Aplicando o resultado obtido na eq. (5) I3 = 8 (0,25) + 3 → I3 = 2 + 3


4 4

I3 = 5 → I3 = 1,25A
4

7) Determine o valor da tensão V e da corrente i x do circuito abaixo:

Respostas:

V = 10V
Ix = -2A

Definindo os laços:

I1 + i2 + (- ix) = 0
Aplicação a 1a lei de Kirchoff:
I1 + i2 - ix = 0 (eq.1)

Malha 01: -12 + V + 2 = 0 (eq.1)


Aplicação a 2a lei de Kirchoff
Malha 02: -2 + 8 + 3Ix = 0 (eq.2)

-12 + V + 2 = 0
Resolvendo a equação 1: -10 + V = 0
V = 10 v

-2 + 8 + 3Ix = 0
Resolvendo a equação 2: 6 + 3Ix = 0
3Ix = -6 → Ix = -6/3 → Ix = -2A

8) Determine o valor das tensões V1, V2 e V3 do circuito abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 41


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Respostas:

V1 = 2 V
V2 = -22V
V3 = 10V

Redesenhando o circuito:

Definindo os laços

Definindo os nós e as correntes de cada


ramo:

Nó1: I1 + (- i2) + (- i3)+ (- i4) = 0 (eq.1)


Aplicação a 1a lei de Kirchoff Nó2: I2 + i5 + (- i1) = 0 (eq.2)
Nó3: I3 + i4 + (- i5) = 0 (eq.3)

I2 + i5 + (- i1) = 0 (eq.2)
I5 + I2 - i1 = 0
I5 = i1 – I2
Trabalhando-se as equações 2 e 3 teremos:
I3 + i4 + (- i5 ) = 0 (eq.3)
I3 + i4 - i5 = 0
i5 = I3 + i4

Igualando-se as equações 2 e 3 teremos: I5 = i1 - I2 (eq.2)


i5 = I3 + i4 (eq.3)

i1 - I2 = I3 + i4
i1 = I2 + I3 + i4 (eq.4)

Análise de Circuitos elétricos I 42


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Malha 01: -24 + V1 - V2 = 0 (eq.5)
Aplicação a 2a lei de Kirchoff Malha 02: V2 + V3 + 12 = 0 (eq.6)
Malha 03: -V3 + 10 = 0 (eq.7)

Da (eq.7) tem-se: -V3 + 10 = 0


V3 = 10v

Aplicando-se o resultado na (eq.6) V2 + V3 + 12 = 0


V2 + 10 + 12 = 0
V2 + 22 = 0
V2 = - 22v
Aplicando-se o resultado na (eq.5): -24 + V1 - V2 = 0 (eq.3)
-24 + V1 - (- 22) = 0
V1 -2 = 0
V1 = 2v

Análise de Circuitos elétricos I 43


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Aplicação das Leis de Kirchoff com utilização de Fonte controlada ou fonte
dependente de tensão:

É uma fonte que é controlada por uma tensão em outro ponto do circuito ou por uma
corrente existente em outra parte do circuito

Fonte dependente de tensão que Fonte dependente de tensão que


depende do valor da tensão V0 depende do valor da corrente i

Exemplo de aplicação:

1) Determinar o valor da tensão Vx no circuito abaixo:

Inicialmente deve-se Definir o valor de V x = 10.i

-30 + 3 Vx = 0 Tendo-se o valor de I, pode-se


calcular o valor de Vx
-30 + 3(10i) = 0
30I= 30 Vx = 10.i
I = 30 / 30
Vx = 10.(1)
I = 1A
Vx = 10 V

Método 02:

Aplicando a 2a lei de Kirchoff:

-30 + 30i = 0 Vx = 10.i


30I= 30 Vx = 10.(1)
I = 30 / 30
I = 1A Vx = 10 V

Análise de Circuitos elétricos I 44


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2) Determine o valor da tensão V0 e da corrente i:

Definindo as tensões V1 e V0 através da lei de Ohm:

V1 = 4.i e V0 = - 6.i

Aplicando a Lei das malhas:

-12 + V1 + 2V0 -4 - V0 = 0 V1 = 4.i V0 = -6.i


-12 + 4i + 2(-6i) -4 - (-6i) = 0 V1 = 4.(-8) V0 = -6.(-8)
-12 + 4.i -12i – 4 + 6i = 0 V1 = -32v V0 = + 48v
-16 + 10i - 12i = 0
-2i = 16
I = - 16 /2
I = - 8A

Aplicação das Leis de Kirchoff com utilização de Fonte controlada ou fonte


dependente de corrente:

Fonte controlada por corrente é uma fonte que é controlada por uma tensão em outro
ponto do circuito ou por uma corrente existente em outra parte do circuito.

Exemplo 01: Determine o valor da tensão V0 e da corrente i0:

Análise de Circuitos elétricos I 45


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Aplicação da lei dos nós
N
Σ In = 0
N=1

0,5i0 + 3 - i0 = 0
Associando uma corrente para cada Cálculo de Vo (Aplicação
ramo: 3 = i0 - 0,5i0 da lei de ohm):
Ramo 01: 0,5i0 3 = 0,5i0
Ramo 02: i0 0,5i0 = 3 V0 = 10i0
Ramo 03: 3A I0 = 3 / 0,5 V0 = 10 * 6
I0 = 6A V0 = 60v

Exemplo 02: Determine o valor da tensão V0 e da corrente i0:

Aplicando a Primeira lei de kirchoff: Aplicando a Segunda Lei de Kirchoff:

corrente entrando do nó: 6A V = R.I


-2I0 + 8I = 0 (/2)
correntes saindo do nó: I0 + 0,25I0 + I -I0 + 4I = 0
I0 = 4I (eq.02)
montando a equação da primeira lei de Kirchoff
6 – I0 – 0,25I0 - I = 0 montagem do Sistema de equações:
6 – 1,25I0 – I = 0 (eq. 01)
6 – 1,25I0 – I = 0 eq. 01
I0 = 4I eq.02

substituindo a eq. 2 na eq. 1 Definindo a tensão V0 através da lei


de Ohm
6 – 1,25(4I) – I = 0 V0 = 8i
6 – 5I – I = 0
6 – 6I = 0 A tensão sobre 2Ω também é V0
6I = 6 V0 = 2i0 = 8i
I = 6/6 I = 1A 8i = 2i0
V0 = 8.I V0 = 8.1 V0 = 8V i = 2i0 /8
i = i0 /4 = 0,25 i0
i = 0,25 i0

Análise de Circuitos elétricos I 46


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Aplicando o valor de i na (eq. 1) Aplicação a lei de ohm

6 – 1,25I0 – I = 0 (eq. 01) V0 = 2 i 0


6 – 1,25I0 – 0,25 i0 = 0 V0 = 2 . 4
6 – 1,5I0 = 0 V0 = 8V
-1,5I0 = -6
I0 = 6/1,5 I0 = 4A V0 = 2 i 0 = 8 i
8=8i → i=8/8 → i = 1A

Exemplo 03:
Determine o valor da corrente, da tensão e da potência sobre o resistor de 20KΩ no
circuito abaixo:

Respostas:

I= 0,1A
V = 2000V
P = 200V

Defindo as correntes e os nós do circuito:

i1 = 5mA = 0,005A
I2 = 0,01V0

V0 = 10kΩ . 5mA
Pode-se observar que a corrente de
5mA circula somente sobre o V0 = 10.000 x 0,005
resistor de 10KΩ, portanto: V0 = 50V

A partir do valor de V0, pode-se calcular i2 = 0,01V0


o valor da fonte dependente de corrente I2 = 0,01 . 50
(i2) i2 = 0,5A
De posse do valor (i2) aplica-se a
primeira de lei de Kirchoff ao nó 1 Nó1: I2 + (- i3 ) + (- i4 )= 0 (eq.1)

Sabe-se que V2 = 5ki3 e V3 = 20ki4

Malha:
- V2 + V3 = 0 (eq.2)
Aplicação a 2a lei de Kirchoff à malha:
- 5ki3 + 20ki4 = 0
5ki3 = 20ki4
i3 = 20i4 → i3 = 4i4
5

Análise de Circuitos elétricos I 47


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Nó1:
I2 + (-i3) + (-i4) = 0 (eq.1)
0,5 + (- 4i4 ) + (- i4 )= 0
Aplicando os resultados de 12 e 14
0,5 - 4i4 - i4 = 0
na (eq.1):
0,5 - 5i4 = 0
5i4 = 0,5 (-1)
I4 = 0,5 / 5 → I4 = 0,1A
i3 = 4i4
Aplicando-se o resultado para calcular i 3
I3 = 4(0,1) → I3 = 0,4A

De posse do valor de 14 pode-se calcular Pv3 = V3 . i4


V3 = 20ki4
a tensão e a potência sobre o resistor de Pv3 = 2000 . 0,1
20kΩ: V3 = 20.000 . 0,1
Pv3 = 200 w
V3 = 2000 V

Resistores em série e divisão de tensão

Dois resistores ou mais estão associados em série se a corrente que os atravessa for
igual a todos eles.

Aplicando a Lei de Ohm: V1 = R 1 i ; V2 = R2i

Aplicando a 2a Lei de Kirchoff:

- V + V1 + V2 = 0
- V + R 1i + R 2i = 0
- V + i (R1+ R2) = 0
i (R1+ R2) = V isolando-se (I) i= V
(R1+ R2)

Análise de Circuitos elétricos I 48


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A resistência equivalente de qualquer número de resistores ligados em série é igual a
soma algébrica das resistências individuais.

(R1+ R2+ … + RN) = Requiv

Requiv = Σ Rn
n=1

Aplicando a para um caso genérico com N resistores associados em série:


i (R1+ R2+ … + RN) = V

i (Requiv )= V isolando-se (i) i= V (eq.1)


(Requiv)
Substituindo- se (i) obtido na (eq.1) nas equações de tensão geradas a partir da Lei de
Ohm:
i= V V1 = R1i ; V2 = R2i
(Requiv)

como (Requiv) = R1 + R2

V1 = R1 V V1 = R1 V
(Requiv) R 1 + R2
e

V2 = R2 V V2 = R2 V
(Requiv) R 1 + R2

Princípio da divisão de tensão:

V1 = R1 V V2 = R2V VN = RN V
R1 + R2 R1 + R2 R1 + R2 + RN

- Quanto maior a resistência, maior será a queda de tensão;

- A tensão (V) da fonte é dividida diretamente entre as resistências.

Análise de Circuitos elétricos I 49


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Exemplo 01:

Determinar o valor da corrente i0, da tensão Vo e da potência dissipada no resistor de 3Ω


no circuito abaixo:

Como há um resistor em série com a fonte, não é possível a aplicação do método da


divisão de corrente.

Uma possível solução parte do conhecimento de que a tensão V o é a mesma tensão


sobre os resistores de 6Ω e de 3Ω permitindo desta forma que se associe estas duas
resistências, reduzindo o circuito para uma única malha.

Req = 6 . 3 = 2Ω
6+3

Aplicando-se o princípio da divisão de tensão, acha-se V 0 diretamente:

V0 = R 2 . V V0 = 2 .12 V0 = 4V
R1+R2 2+ 4

Tendo-se o valor de Vo é possível calcular o valor de i 0

i 0 = V0 → i0 = 4 → i0 = 1,33A
3 3

De posse dos valores de Vo e de i0 pode-se calcular o valor da potência sobre o resistor


de 30Ω

P3Ω = Vo . i0 → P3Ω = 4.1,33 → P3Ω = 5,33W

Análise de Circuitos elétricos I 50


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Exercícios propostos:

01: Determinar o valor das correntes i1 e i2 e das tensões V1 e V2 além das potências
dissipadas nos resistores de 12Ω e 40Ω no circuito abaixo:

Respostas: V1 = 5V V2 = 10V I1 = 0,417 A


I2 = 0,25A P12= 2,083W P40= 2,5AW

02: Determinar o valor de Rx e, usando divisor de tensão, determine o valor da tensão


sobre o resistor de 2Ω do circuito.

Respostas: Rx = 12Ω e V2v = 20 v

Resistores em paralelo e divisão de corrente


Dois resistores ou mais estão associados em paralelo se a Tensão aplicada sobre eles for
igual a todos eles.

Aplicando a Lei de Ohm:

V = R1i1 → i1 = V / R1 e V = R2i2 → i2 = V / R2

Análise de Circuitos elétricos I 51


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Aplicando-se a 1a lei de Kirchoff:

i = i1 + i2 i= V + V → I= V(1 + 1) (eq.1)
R1 R2 R1 R2

do cálculo da associação de resistores em paralelo obtém-se:

1 = 1 + 1 → Req = R1. R 2
Req R 1 R2 R1 + R2

A associação de resistores em paralelo, de forma geral é dada pela equação:

1 = 1 + 1 +...+ 1
Req R 1 R2 RN

Substituindo-se na (eq.1):

i = V (R1 R2 ) → i = V. 1
R 1+ R 2 Req

Lembrando que dois resistores ou mais estão associados em paralelo se a Tensão (V)
aplicada sobre eles for igual a todos.

Aplicando a Lei de Ohm:

V = R1i1 → i1 = V / R1

V = R2i2 → i2 = V / R2

Aplicando a 1a Lei de Kirchoff:

i - i1 - i 2 = 0 como → i1 = V e i2 = V
R1 R2
i- V- V=0
R1 R2

i - V ( 1 - 1) = 0 aplicando Req = R1 x R2
R 1 R2 R 1 + R2

Análise de Circuitos elétricos I 52


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i - V( R1+ R2) = 0
R 1 . R2

Partindo-se da equação encontrada, isola-se o valor da tensão V

i - V( R1+ R2) = 0 i = V( R1+ R2) V = i (R1 x R2)


R 1 x R2 R1 x R2 R1+ R2

Aplicando-se este resultado nas equações de i 1 e i2:

i1 = V → i1 = i (R1 x R2) i2 = V → i2 = i (R1 x R2)


R1 R1(R1+ R2) R2 R2(R1+ R2)

i1 = i R2 i2 = i R1
(R1+ R2) (R1+ R2)

Para o caso genérico de n resistores associados em paralelo

in = i . 1Req
Rn.

Relembrando: A condutância (G) é o inverso da resistência (R) G = 1/R


Portanto:

A associação de condutâncias em série, de forma geral é dada pela equação:

1 = 1 + 1 + .. .+ 1
Geq G1 G2 GN

Portanto:
A associação de condutâncias em sparalelo, de forma geral é dada pela equação:

Geq = G1 + G2 + … + GN

Aplicando o conceito da condutância para o cálculo das correntes, teremos no caso


genérico de n condutâncias associados em paralelo:

in = i * 1Gn
G1+ G1+...+ Gn

Análise de Circuitos elétricos I 53


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Exemplo: Determinar o valor da corrente i0, da tensão Vo e da potência dissipada no
resistor de 3Ω no circuito abaixo:

Como há um resistor em série com a fonte, não é possível a aplicação do método da


divisão de corrente.

Uma possível solução parte do conhecimento de que a tensão Vo é a mesma tensão


sobre os resistores de 6Ω e de 3Ω permitindo desta forma que se associe estas duas
resistências, reduzindo o circuito para uma única malha.

Req = 6 . 3 = 2Ω
6+3

Aplicando-se o princípio da divisão de tensão, acha-se V0 diretamente:

V0 = R2. V V0 = 2 .12 V0 = 4V
R1+R2 2+ 4

Tendo-se o valor de Vo é possível calcular o valor de i0

i0 = V0 → i0 = 4 → i0 = 1,33A
3 3

De posse dos valores de Vo e de i0 pode-se calcular o valor da potência sobre o resistor


de 3Ω

P3Ω = Vo . i0 → P3Ω = 4.1,33 → P3Ω = 5,33W

Ou pode-se calcular pelo método passo a passo, Calculando o valor de i:

i= V → I = 12 → I = 12 → I = 2A
Req 4+2 6

Com o valor da corrente i é possível calcular o valor de Vo


V0 = Req .i → V0 = 2.2 → V0 = 4V

Análise de Circuitos elétricos I 54


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De posse dos valores de Vo e de i0 pode-se calcular o valor da potência sobre o resistor
de 3Ω

P3Ω = Vo . i0 → P3Ω = 4.1,33 → P3Ω = 5,33W

Fontes reais, associação e transformação de fontes:

Fonte de tensão ideal e fonte de tensão real:

Considerar um circuito elétrico onde:

Vs = Tensão da fonte (source)


Resistência interna da fonte = 0
VL = Tensão na carga (Load)
RL = Resistência da carga

a tensão sobre a carga RL é dada por VL = RL.IL neste caso, a tensão sobre a carga é
igual a tensão da fonte então: Vs = VL

Num circuito ideal, com fonte ideal, a tensão na fonte Vs é constante e independente da
corrente. Seja:

Vs = 1V RL IL PL

1V 1Ω 1A 1w
1V 1mΩ 1kA 1kw
1V 1kΩ 1mA 1mw
1V 1MΩ 1μA 1μw

1V ∞ 0 A 0W

1V 0Ω ∞ ∞
Fonte ideal é aquela que mantém sua tensão (ou corrente) inalterada no circuito,
independentemente da variação da carga.

Análise de Circuitos elétricos I 55


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Fonte real é aquela que possui uma resistência associada a mesma, variando o valor de
sua tensão (ou corrente) sobre a carga na medida em que se varia o valor da carga.

Uma fonte real possui resistência elétrica interna Rs e o valor da mesma deve ser
considerado quando da realização de análises de circuitos reais.

Ao se aplicar a segunda lei de Kirchoff ao circuito pode ser observado o efeito da


resistência da fonte no valor da corrente elétrica que irá circular pelo circuito.

-Vs + Rsi + RLi = 0 A tensão na carga é:

-Vs + i (Rs+ RL) = 0 VL = RLi

i (Rs+ RL) = Vs VL = Vs . RL
(Rs+ RL)
i = Vs
(Rs+ RL) (Divisor de tensão)

Ao se aplicar a segunda lei de Kirchoff ao circuito pode ser observado o efeito da


resistência da fonte no valor da corrente elétrica que irá circular pelo circuito.

Análise de Circuitos elétricos I 56


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A tensão na carga é:

VL = RLi

VL = Vs . RL
(Rs+ RL)

Percebe-se claramente que quanto mais próximo de zero for o valor de Rs, mais esta
fonte se aproximará de uma fonte ideal.

Se Rs <<< RL Vs → Videal

A tensão na carga é:

VL = RLi

VL = Vs . RL
(Rs+ RL)

Rs <<< RL Vs → Videal

Quando os valores de RL forem suficientemente grandes em relação aos valores de Rs, o


valor da tensão na carga deixa de sofrer influência da resistência da fonte, aproximando-a
da condição de fonte ideal.

Fonte de corrente ideal e fonte de corrente real :

Considerar um circuito elétrico


onde:

is = Ccorrente da fonte (source)


Resistência int. da fonte = 0
iL = VL. / R L VL = Tensão na carga (Load)
RL = Resistência da carga

is = i

Análise de Circuitos elétricos I 57


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Num circuito ideal, com fonte ideal, is é constante e independente da corrente seja:

is = 1A RL VL PL

1A 1Ω 1V 1w
1A 1mΩ 1mV 1mw
1A 1kΩ 1kV 1kw
1A 1MΩ 1MV 1Mw
1A ∞ ∞ ∞
1A 0 0 0

VL = RL. iL

Utilizando divisor de corrente

iL = is Rsi
(Rsi+ RL)

Observa-se que se a resistência da fonte tender ao


infinito, o valor da corrente na carga tende ao valor
da corrente na fonte

Se RL <<< Rsi i→0 e is → iideal

VL = RL. iL

iL = is Rsi
(Rsi+ RL)

Se RL <<< Rsi i→0 e is → ideal

Quando o valor da resistência da fonte (Rsi) tende ao infinito, a corrente que irá circular
por esta resistência tenderá a zero e a corrente fornecida pela fonte circulará
integralmente pela carga, aproximando a fonte do modelo de fonte ideal.

Associação e transformação de fontes


Estas são ferramentas para simplificação de circuitos elétricos.

Associações:

1) Fontes de tensão podem serem associadas quando se apresentam ligadas em


série entre si e o resultado é a soma de suas tensões.

Análise de Circuitos elétricos I 58


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2) Fontes de corrente podem serem associadas quando se apresentam ligadas
em paralelo entre si e o resultado é a soma de suas correntes.

Obs.:
1) Quando uma fonte de corrente está associada em série com uma fonte de
tensão, o valor da corrente que circulará através da fonte de tensão é igual ao valor
da corrente fornecida pela fonte de corrente.

2) Quando uma fonte de tensão está associada em paralelo com uma fonte de
corrente, o valor da tensão sobre a fonte de corrente é igual ao valor da tensão
fornecida pela fonte de tensão.

Associação de duas ou mais fontes de tensão em série:

VS = VS1 + VS2 + … + VSN


Associação de duas ou mais fontes de corrente em paralelo:

iSc = iSc1 + iSc2 + … + iScn

Transformações de fontes:

Transformação de fontes é o processo de substituir uma fonte de tensão Vs em série com


uma resistência R por uma fonte de corrente is em paralelo com um resistor R, ou vice-
versa.

Análise de Circuitos elétricos I 59


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Olhando para o circuito com fonte de tensão, percebe-se tratar de um circuito aberto,
portanto não circula corrente e a queda de tensão sobre R

é igual a zero e a tensão Vab = VS

Circuito com fonte de tensão Vab = VS


Circuito com fonte de corrente Vab = R.iS
Igualando Vab de ambos circuitos Vab = Vab

teremos: VS = R.iS

O mesmo princípio é válido quando se trata de fontes controladas (ou dependentes)

Circuitos equivalentes:

Um circuito equivalente é quele cujas características de tensão (V) e de corrente (i) são
idênticas ao circuito original.

Dois circuitos são equivalentes se:

1 – A relação entre tensão e corrente nos terminais a e b for igual;


2 – As fontes forem desativadas e a resistência equivalente entre os terminais
a e b for igual a R
3 – Os terminais a e b forem curto circuitados, a corrente de curto circuito isc (short
circuit) for

- Vs + RiSc = 0
RiSc = Vs

iSc = Vs iSc = iS
R

Análise de Circuitos elétricos I 60


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Igualando-se iSc Vs/R = is ou Vs = is.R

Observações:

1 – A seta da fonte de corrente deve ser atribuida em direção ao pólo positivo da


fonte de tensão;

2 – Se aplica apenas a fontes não ideais, onde:

R  0 em fontes de tensão
R = ∞ em fontes de corrente

Exemplo:
Sem utilizar as leis de kirchoff, apenas utilizando associações e transformações de fontes,
determinar o valor de V0

Questionamentos iniciais:

É possível associar alguma fonte?


É possível transformar alguma fonte?

É possível transformar a fonte de corrente em fonte de tensão

Vs = Is R Vs = 3.4 Vs = 12V

Também é possível transformar a fonte de tensão em fonte de corrente

is = Vs / R is = 12 / 3 is = 4A

Redesenhando

Observa-se no circuito acima que os dois resistores em série de 4Ω e de 2Ω podem


serem associados:

Req = 4 + 2 Req = 6Ω

Análise de Circuitos elétricos I 61


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É possível transformar a fonte de
tensão em uma fonte de corrente

Is = Vs Is = 12 Is = 2A
R 6

Resultando em:

Observando-se o circuito resultante, percebe-se que as 2 fontes de corrente estão em


paralelo, sendo possível sua associação em uma única fonte de corrente.

Is = is1 + is2 is = (-2) + 4 is = 2A

Também pode-se observar que as resistências de 6Ω e de 3Ω estão em paralelo,


podendo-se associar as mesmas:

Req = R1.R2 Req = 6.3 Req = 2Ω


R1+R2 6+3

Aplicando-se divisor de corrente para achar o valor da


corrente i0 sobre o resistor de 8Ω

i0 = R1 .is i0 = 2 .2 i0 = 0,4A
R1+R2 8+2

Conhecendo-se o valor da corrente i0 é possível calcular o valor de V0 sobre o resistor


de 8Ω

V0 = i0 * R1 V0 = 0,4 * 8 V0 = 3,2V

Análise de Circuitos elétricos I 62


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Exercícios:
1) Calcular o valor da potência consumida pelo resistor equivalente do circuito abaixo

Resposta: P = 9W

Resumo dos passos para analisar circuitos elétricos em corrente contínua:

1. Identificar as variáveis solicitadas pelo exercício proposto;


2. Identificar os resistores que podem serem associados em série ou em paralelo sem
que interfiram nas variáveis solicitadas;
3. Identificar se existem resistores que podem serem convertidos da configuração
estrela em triângulo ou vice-versa;
4. Associar a todos os ramos do circuito uma corrente elétrica, arbitrando o sentido da
mesma;
5. Identificar todas as malhas do circuito associando a elas um sentido e uma
denominação;
6. Equacionar todas as correntes do circuito utilizando a primeira Lei de Kirchoff (a
soma de todas as correntes que entram em um nó é igual a soma de todas as
correntes que saem deste mesmo nó;
7. Equacionar todas as malhas do circuito, utilizando a segunda Lei de Kirchoff (a
soma das tensões dentro de uma malha fechada é igual a zero);
1. Lembrar que:
1. As tensões das fontes devem seguir a polarização de entrada na fonte;
2. As tensões sobre resistores são calculadas a partir da Lei de Ohm (V = R.I);
1. Se a corrente se encontra no mesmo sentido de leitura da malha, a
polarização da tensão é positiva;
2. Se a corrente se encontra no sentido contrário ao sentido de leitura da
malha, a polarização da tensão é negativa;
8. Montar o sistema de equações;
9. Resolver o sistema de equações utilizando ferramentas algébricas de domínio,
como por exemplo Cramer;
10. Após calculadas as corrrentes, utilizar os resultados obtidos para calcular as
demais variáveis solicitadas pelo exercício.

Análise de Circuitos elétricos I 63


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Determine o valor das Potências fornecidas pelas fontes de tensão do circuito abaixo:

Passo 01: Verificar se é possível algum tipo de associação de resistores que não
impactem nas variáveis do circuito;
Passo 02: Identificando e definindo as malhas e os nós do circuito:

Para determinar as correntes que circulam pelo circuito é necessário utilizar as 1a e 2a


leis de Kirchoff .

Passo 03: Equacionando os Nós do circuito:

Nó 1: i1 - i2 - i3 - i4 = 0 (eq.1)
Nó 2: - i1 + i2 + i5 = 0 (eq.2)
Nó 3: - i5 + i3 + i4 = 0 (eq.3)

Passo 04: Equacionando as malhas do circuito:

Malha 1: -24 + 10i1 +10i2 = 0 (eq.4)


Malha 2: -10i2 + 10i3 + 12 = 0 (eq.5)
Malha 3: -10i3 + 10 = 0 (eq.6)

Passo 05: Resolvendo algebricamente as equações;


Da equação 6 obtém-se o valor de i3

-10i3 + 10 = 0 (eq.6)
-10i3 = 10 (x1)
10i3 = 10
I3 = 10 / 10
I3 = 1 A

Conhecendo-se o valor de I3 é possível aplicar o mesmo na (eq.5) e obter o valor de i2

Análise de Circuitos elétricos I 64


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-10i2 + 10i3 + 12 = 0 (eq.5)
10i2 + 10(1) + 12 = 0
-10i2 + 10 + 12 = 0
-10i2 + 22 = 0
-10i2 = - 22 (x-1)
I2 = 22/10
I2 = 2,2A

Conhecendo-se o valor de I2 é possível aplicar o mesmo na (eq.4) e obter o valor de i1

-24 + 10i1 +10i2 = 0 (eq.4)


-24 + 10i1 +10(2,2) = 0
-24 + 10i1 + 22 = 0
10i1 - 2 = 0
10i1 = 2
i1 = 2/10
I1 = 0,2A

Conhecendo-se o valor de i1 e i2 é possível aplicar na (eq.2) e obter o valor de i5

- i1 + i2 + i5 = 0 (eq.2)
-0,2 + 2,2 + i5 = 0
2,0 + i5 = 0
I5 = - 2,0A

Conhecendo-se o valor de i5 e i3 é possível aplicar na (eq.3) e obter o valor de i4

- i5 + i3 + i4 = 0 (eq.3)
-(-2,0) + 1 + i4 = 0
+ 2,0 + 1 + i4 = 0
3,0 + i4 = 0
I4 = -3,0A

Conhecendo-se o valor de todas as correntes do circuito, é possível calcular as potências


fornecidas pelas fontes de tensão do circuito

P24v = V.i1
P24v = -24.(0,2) → P24v = -4,8W

P12v = V.i5
P12v = 12.(-2,0) → P12v = -24,0W

P10v = V.i4
P10v = 10.(-3,0) → P10v = -30W

Determine o valor da tensão VAB e as Potências fornecidas pelas fontes do circuito


abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 65


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Definindo as malhas e os nós do circuito:

Para determinar as correntes que circulam pelo circuito é necessário utilizar as 1a e 2a


leis de Kirchoff .

Equacionando os Nós do circuito:

Nó 1: 4 – i1 – i4 – i3 = 0 (eq. 1)
Nó 2: – 4 + i1 + i2 = 0 (eq. 2)
Nó 3: + i4 + i3 - i2 = 0 (eq. 3)

Equacionando as Malhas:

Malha 1: não é passível de equacionamento


Malha 2: – 3i1 – 30 + 6i2 = 0 (eq. 4)
Malha 3: - 30 - 6i3 = 0 (eq. 5)

Resolvendo a eq.5 obtém-se o valor de i3

- 30 - 6i3 =0
- 6i3 = 30
i3 = - 30 / 6
i3 = - 5A

Isolando-se o valor de i2 na eq.2 e aplicando-se na eq. 4:

(eq. 2) – 4 + i1 + i2 = 0
i2 = 4 - i1

Análise de Circuitos elétricos I 66


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Aplicando-se eq.2 na eq.4

– 3i1 – 30 + 6i2 = 0 (eq. 4)


– 3i1 – 30 + 6(4-i1) = 0
– 3i1 – 30 + 24 -6i1 = 0
– 9i1 – 6 = 0
– 9i1 = 6
I1 = - 6 / 9
I1 = - 2 / 3 A

Retornando-se a eq.2 obtém-se o valor de i2


i2 = 4 - i1
I2 = 4 - (-2/3)
I2 = 4,667A

Para calcular o valor da tensão VAB basta calcular a queda de tensão sobre a resistência
de 3Ω do circuito.

VAB = VA – VB
VA + 3i1 – VB = 0
VA + 3(-2/3) – VB = 0
VA - 2 – VB = 0
VA – VB – 2 = 0
VAB = 2v

Para calcular i4 é necessário utilizar a eq.1

4 – i1 – i4 – i3 = 0 (eq. 1)
4 – (-2/3) – i4 – (-5) = 0
4 +2/3 – i4 + 5 = 0 (x-1)
i4 = 9,667

Cálculo das potências:


P30 = V.I4
P30 = 30.9,667
P30 = 290W

Para calcular a tensão sobre a fonte de 4A deve-se percorrer uma malha sobre a mesma,
mantendo a tensão desta como incógnita

-V4A + 17(4) + 3(i1) = 0


-V4A + 68 + 3(-2/3) = 0
-V4A + 68 -2 = 0
V4A = 66v

P4A = V.I → P4A = 66.4 → P4A = 264W

Análise de Circuitos elétricos I 67


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Exercícios propostos sobre as leis de Kirchoff:

1) Determine o valor das tensão V0 ,V1 V2 além das correntes i0 i1 e i2 do circuito


abaixo:

Respostas: V0 = 24V V1 = 6V V2 = 6V
i0 = 3A i1 = 2A i2 = 1A

2) Determine o valor das tensão V1 V2 e V3 além das correntes i1 i2 e i3 do circuito


abaixo:

Respostas: V1 = 3V V2 = 2V V3 = 5V
I1 = 1,5A I2 = 0,25A I3 = 1,25A

3) Determine o valor da tensão V e da corrente i x do circuito abaixo:

Respostas: V = 10V Ix = -2A

Análise de Circuitos elétricos I 68


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4) Determine o valor das tensões V1, V2 e V3 do circuito abaixo:

Respostas: V1 = 2V V2 = -22V V3 = 10V

5) No circuito abaixo, Calcular :


a) O valor da potencia fornecida pela fonte de 7A
b) O valor da corrente Ix
c) O valor de R1

Respostas: P = 175W Ix = -4,0A R1 = 4,5Ω

6) No circuito abaixo, calcular o valor da tensão Vx, da corrente Ix e da resistência R2

Respostas: Vx = -20V Ix = 1A R2 = 12Ω

Análise de Circuitos elétricos I 69


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7) No circuito abaixo, calcular o valor da corrente que circula pelo circuito e o valor das
potências fornecidas pelas fontes de tensão

Respostas: I = -0,0020A P(-25V) = 0,05W P(10V) = - 0,02W

8) No circuito abaixo, calcular o valor das potências fornecidas pelas fontes de 1mA e de
2mA do circuito

Respostas: P(1mA) = 3x10-5 W P(2mA) = 6x10-5 W

9) No circuito apresentado, calcular o valor da resistencia equivalente vista entre os


terminais A e B:

Resposta: Req = 11,2Ω

Análise de Circuitos elétricos I 70


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10) Calcular os valores das correntes I1, I2 e I3 no circuito abaixo.

Respostas: I1 = 6A I2 = 2A I3 = 8A

11) Calcular o valor da fonte de tensão, o valor da resistência R e o valor da potência na


fonte de tensão do circuito abaixo.

Respostas: Vs = 66 v R = 2,0Ω PVs = 990 W

12) No circuito apresentado abaixo, calcular o valor da corrente Vy, o valor da corrente I2
e o valor da potência sobre a fonte de corrente de 2A

Respostas: Vs = 12A R=8A PF2A = 48 W

Análise de Circuitos elétricos I 71


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13) Uma lâmpada (L) com as seguintes características elétricas: Tensão 120V e potência
60W, deve funcionar sob condições normais. Com base nesta premissa, qual e o valor da
fonte de tensão Vs?

Resposta: Vs = 285v

14) Calcular o valor da corrente I do circuito abaixo utilizando divisor de corrente.

Resposta: I = -1/4 A

15) No circuito apresentado abaixo, utilizando livremente uma das técnicas de análise
aprendidas durante o curso, determine o valor das potências fornecidas pelas fontes do
circuito:
1,5Ω
9A i2

9Ω 3Ω

+
- 4,5Ω
2i 2

Respostas: P9A = 135W P2i2 = 84W

Análise de Circuitos elétricos I 72


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16) No circuito apresentado abaixo, determine o valor das potências fornecidas pelas
fontes do circuito, sendo o valor dos resistores → Rpares = 10Ω e Rímpares = 5Ω

16V
R1

R2
R3 R4

R5 R6

R7 1A

R8 R10

R11
R9

Respostas: P16V = 32W e P1A = 6W

17) No circuito apresentado abaixo, determine o valor da potência fornecida pela fonte do
circuito:

1,2Ω 2/3Ω 1Ω 3Ω


6Ω 30V 6Ω 6Ω 4Ω
10Ω +
10Ω 4Ω
6Ω 4Ω

3Ω 4Ω

Resposta: P30V = 375W

18) No circuito apresentado abaixo, utilizando livremente uma das técnicas de análise
aprendidas durante o curso, determine o valor da potência fornecida pela fonte do circuito:

1Ω 6Ω
12V
+ 1/4Ω

3Ω 12Ω

Respostas: P = 44,28W
19) No circuito apresentado abaixo, determine o valor das correntes I x e Iy, além da
potência fornecida pela fonte de 6A do circuito:

Análise de Circuitos elétricos I 73


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6A

13Ω
Ix
6Ω 1Ω
Iy
3Ω 12V
+ 8Ω

Respostas: Ix = -2,5A Iy = 4A

20) No circuito apresentado abaixo, determine o valor das correntes sobre os resistores
de 160Ω e 26Ω, além da potência fornecida pela fonte de tensão do circuito:

50Ω 50Ω

40Ω
80Ω 10Ω
30Ω 10Ω
+
160Ω 100V 26Ω

Respostas: i2 = 0,4A P1 = 200W i3 = 1,6A


21) No circuito apresentado abaixo, determine o valor das potências fornecidas pelas
fontes do circuito:

10I x
-+
3Ω 2Ω


80Ω Ix
12A

Respostas: P12A = 48W


P10Ix = 360W

Análise de Circuitos elétricos I 74


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2. Métodos de análise de circuitos em CC

2.1 Método das malhas e conceito de supermalhas

2.1.1 Análise de malhas:


Este método se utiliza das correntes de malhas como variáveis do circuito para geração
das equações relacionadas às variáveis em análise. Para tanto é preciso relembrar os
conceitos de laço e malha, diferindo um do outro:

Laço: Caminho fechado onde não se passa mais de uma vez pelo mesmo nó.

Malha: É um Laço que não contém nenhum outro Laço dentro de si.

Este método de análise aplica-se apenas a circuitos planares, que é todo o circuito que
pode ser desenhado em um plano sem nenhum ramo cruzando entre si.

Etapas na determinação das correntes de malha:

• Atribuir correntes de malha i1, i2, i3,...iN às M malhas;


• Aplicar a Lei das Malhas às M malhas usando a Lei de Ohm para expressar
as tensões em termos de correntes de malhas
• Resolva as equações simultâneas para obter as correntes de malhas.

Com o objetivo de evitar confusão no entendimento entre as diferentes correntes (de


malha e de ramo), convenciona-se utilizar para representação das correntes de Malha a
utilização de letra Minúscula ao passo que Correntes de Ramo são expressas em letra
Maiúscula

Exemplo de aplicação do método da análise de malhas em suas diferentes etapas:

Seja o circuito apresentado abaixo, analisar literalmente as variáveis do circuito.


R1 R2

+ R3
+
V1 V2

Análise de Circuitos elétricos I 75


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Etapa 1: Atribuir e Identificar as correntes de ramo aos diferentes ramos do circuito

Etapa 2: Identificar as malhas, associando correntes de malha a cada uma das malhas
no circuito

Comparando as correntes de ramo com as correntes de malha, chega-se a seguinte


conclusão:
I1 = i1 I2 = i2 I3 = i1- i2

Etapa 3: Aplicar a lei das malhas às malhas 1 e 2

Malha 01:

-V1 + VR1 + VR3 = 0


-V1 + R1I1 + R3I3 = 0 I3 = i1- i2
-V1 + R1.i1 + R3(i1 - i2) = 0
-V1 + R1.i1 + R3.i1 – R3.i2 = 0
-V1 + i1 (R1+ R3) – R3.i2 = 0
i1.(R1+ R3) – i2.R3 = V1 (eq.1)

Análise de Circuitos elétricos I 76


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Malha 02: -I3 = i2 - i1

-VR3 + VR2 + V2= 0


R3.(i2- i1) + R2.i2 + V2 = 0
R3.i2- R3.i1 + R2.i2 + V2 = 0
i2.(R2+ R3) – i1.R3 = -V2 (eq.2)

Etapa 3: Resolver o sistema de equações:


i1.(R1+ R3) – i2.R3 = V1 (eq.1)
– i1.R3 + i2.(R2+ R3) = -V2 (eq.2)

(R1+ R3) –R3 I1 = V1 Montagem da matriz de Cramer


x
-R3 (R2+ R3) i2 = -V2

Para solução do sistema, basta calcular , 1, e 2

Exercícios:

01: Encontrar o valor das correntes I1, I2 e I3 do circuito abaixo:

I1 I2
5Ω 6Ω

+ I3 10Ω

15V +
10V

a) Definir as correntes de malha e os laços do circuito:

Análise de Circuitos elétricos I 77


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b) Equacionar os laços do circuito em função das correntes de malha:

Laço 01:

-15 + 5(i1) + 10(i1-i2) +10= 0


-15 + 5i1 + 10i1 - 10i2 +10= 0
- 5 + 15i1 – 10i2 = 0 (/5)
- 1 + 3i1 – 2i2 = 0
3i1 – 2i2 = 1 (eq.1)

Laço 02:

-10 + 10(i2-i1) + 6(i2) + 4(i2)= 0


-10 + 10i2 - 10i1 +6i2 + 4i2= 0
- 10 - 10i1 + 20i2 = 0 (/10)
- 1 - i1 + 2i2 = 0
-i1 + 2i2 = 1 (eq.2)

C) Resolver o sistema de equações:


3i1 – 2i2 = 1 (eq.1)
-i1 + 2i2 = 1 (eq.2)

Isolando-se i1 na (eq.2):
-i1 + 2i2 = 1
i1 = 2i2 - 1

Aplicando o valor de i1 na (eq.1):


3(2i2 - 1) – 2i2 = 1
6i2 - 3 – 2i2 = 1
4i2 - 3 = 1
4i2 = 1+3
i2 = 4/4 i2 = 1A

Aplicando o valor de i2 na (eq.2):


i1 = 2i2 - 1
i1 = 2(1) - 1
i1 = 2 - 1 → i1 = 1

I1 = i1 = 1
I2 = i2 = 1
I3 = i1 - i2
I3 = 1 – 1 → I3 = 0A

Análise de Circuitos elétricos I 78


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02: Encontrar o valor das correntes I1, I2 e I3 do circuito abaixo:
I1 I2
2Ω 9Ω

+ I3 12Ω
+ Respostas:
12V 8V I1 = i1 = 0,667A
4Ω 3Ω I2 = i2 = 0 A
I3 = 0,667A

a) Definir as correntes de malha e os laços do circuito:

b) Equacionar os laços do circuito em função das correntes de malha:

Laço 01: Laço 02:

-12 + 2(i1) + 12(i1-i2) +4(i1) = 0 12(i2 - i1) + 9(i2) + 8 + 3(i2)= 0


-12 + 2i1 + 12i1 - 12i2 + 4i1 = 0 12i2 - 12i1 + 9i2 + 8 + 3i2= 0
-12 + 18i1 - 12i2 = 0 (/6) -12i1 + 24i2 + 8 = 0 (/4)
-2 + 3i1 - 2i2 = 0 -3i1 + 6i2 + 2 = 0
3i1 - 2i2 = 2 (eq.1) -3i1 + 6i2 = -2 (eq.2)

C) Resolver o sistema de equações:


3i1 - 2i2 = 2 (eq.1)
-3i1 + 6i2 = -2 (eq.2)
Subtraindo-se a (eq.2) da (eq.1):
3i1 - 2i2 = 2
-3i1 + 6i2= -2
0 + 4i2 = 0 → i2 = 0

Aplicando-se o valor e i2 na (eq.1)


3i1 - 2i2 = 2
3i1 - 2(0) = 2
3i1 - 0 = 2
3i1 = 2 → i1 = 2/3 → i1 = 0,667A
I1 = i1 = 1

Análise de Circuitos elétricos I 79


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I2 = i2 = 1
I3 = i1 - i2
I3 = 0,667 – 0 → I3 = 0,667A

03: Encontrar o valor da corrente I0 do circuito abaixo:

a) Definir as correntes de malha e os laços do circuito:

10Ω i2 24Ω

+ I0

24V
4I
+ 0

i1 i3 -
12Ω

b) Equacionar os laços do circuito em função das correntes de malha:

Laço 01: Laço 02:

-24 + 10(i1- i2) + 12(i1-i3) = 0 10(i2- i1) + 24(i2) +4(i2-i3) = 0


-24 + 10i1- 10i2 + 12i1- 12i3 = 0 10i2- 10i1 + 24i2 +4i2- 4i3 = 0
-24 + 22i1- 10i2 - 12i3 = 0 (/2) -10i1 + 38i2 - 4i3 = 0 (/2)
-12 + 11i1- 5i2 - 6i3 = 0 -5i1 + 19i2 - 2i3 = 0 (eq.2)
11i1- 5i2 - 6i3 = 12 (eq.1)

Laço 03:
C) Resolver o sistema de equações:
12(i3- i1) + 4(i3 – i2) + 4I0 = 0
I0 = (i1-i2) 11i1 - 5i2 - 6i3 = 12 (eq.1)
12(i3- i1) + 4(i3 – i2) + 4(i1- i2) = 0 -5i1 +19i2- 2i3 = 0 (eq.2)
12i3- 12i1 + 4i3 – 4i2 + 4i1- 4i2 = 0 -i1 - i2 + 2i3 = 0 (eq.3)
-8i1 - 8i2 + 16i3 = 0 (/8)
-i1 - i2 + 2i3 = 0 (eq.3)

Análise de Circuitos elétricos I 80


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11 -5 -6 i1 12 ∆ = 192
-5 19 -2
X i2
i3
= 0 ∆1
∆2
=
=
432
144
-1 -1 +2 0
∆3 = 288

→ i1 = 1 /  = 2,25A
→ i2 = 2 /  = 0,75A
→ i3 = 3 /  = 1,5A

I0 = i1 – i2
I0 = 2,25 – 0,75 → I0 = 1,5A

Exercício de fixação para casa:


01: Utilizando o método de análise de malhas, encontrar o valor da corrente I0 do circuito
abaixo:

i3
I0
4Ω 8Ω

- 10I 0
Resposta:
+ i1 i2
+
20V 2Ω I0 = -5A

b) Equacionar os laços do circuito em função das correntes de malha:

Laço 01:
-20 + 4(i1- i3) + 2(i1- i2) = 0
-20 + 4i1- 4i3 + 2i1- 2i2 = 0
-20 + 6i1- 4i3 - 2i2 = 0
6i1 - 2i2 - 4i3 = 20 (/2)
3i1 - i2 - 2i3 = 10 (eq.1)

Laço 02:
2(i2 - i1) + 8(i2 - i3) - 10I0 = 0 (I0 = i3)
2(i2 - i1) + 8(i2 - i3) - 10i3 = 0
2i2 - 2i1 + 8i2 - 8i3 - 10i3 = 0
- 2i1 + 10i2 - 18i3 = 0 (/2)
-i1 + 5i2 - 9i3 = 0 (eq.2)

Análise de Circuitos elétricos I 81


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Laço 03:

6(i0) + 8(i3 - i2) + 4(i3 - i1) = 0 (I0 = i3)


6(i3) + 8(i3 - i2) + 4(i3 - i1) = 0
6i3 + 8i3 - 8i2 + 4i3 - 4i1 = 0
18i3 - 8i2 - 4i1 = 0 (/2)
- 2i1 - 4i2 +9i3 = 0 (eq.3)

reescrevendo todas as equações geradas:

3i1 - i2 - 2i3 = 10 (eq.1)


- i1 + 5i2- 9i3 = 0 (eq.2)
-2i1 - 4i2 + 9i3 = 0 (eq.3)

3 -1 -2 i1 10 ∆ = -28
-1 5 -9
X i2
i3
= 0 ∆1
∆2
=
=
90
270
-2 -4 9 0
∆3 = 140

→ i1 = 1 /  = 3,21A
→ i2 = 2 /  = -9,64A
→ i3 = 3 /  = -5,00A

I0 = i3
I0 = -5,00A

02) Utilizando o método de análise de malhas, encontrar o valor das potências fornecidas
(consumidas) pelas fontes do circuito:

4Ω 2Ω

+ Vx -

+ +-
1Ω Respostas:

16V 2V x
P16V = 32W
12,5Ω 1Ω P2Vx = 35W

Análise de Circuitos elétricos I 82


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a) Definir as correntes de malha e os laços do circuito:

4Ω 2Ω

+ Vx - L2 (i 2 )

+ L1 (i 1 )
+-

16V 2V x
12,5Ω L3 (i 3 )

b) Equacionar os laços do circuito em função das correntes de malha:

Laço 01:

-16 + 4(i1) + 3(i1- i2) + 12,5(i1- i3)= 0


-16 + 4i1 + 3i1- 3i2 + 12,5i1- 12,5i3= 0
-16 + 19,5i1 - 3i2 - 12,5i3= 0

19,5i1 - 3i2 - 12,5i3= 16 (eq.1)

Laço 02:

3(i2- i1) + 2(i2) + 1(i2- i3) - 2 Vx= 0 Vx = 2i2


3(i2- i1) + 2(i2) + 1(i2- i3) - 2 (2i2)= 0
3i2- 3i1 + 2i2 + i2- i3 - 4i2= 0

- 3i1 + 2i2 – i3 = 0 (eq.2)

Laço 03:

12,5(i3- i1) + 2(Vx) + 1(i3- i2) + 1(i3)= 0 Vx = 2i2


12,5(i3- i1) + 2(2i2) + 1(i3- i2) + 1(i3)= 0
12,5i3- 12,5i1 + 4i2 + i3- i2 + i3= 0

-12,5i1 + 3i2 + 14,5i3= 0 (eq.3)

Montando o sistema de equações:

19,5i1 - 3i2 - 12,5i3= 16 (eq.1)


- 3i1 + 2i2 – i3 = 0 (eq.2)
-12,5i1 + 3i2 + 14,5i3= 0 (eq.3)

Análise de Circuitos elétricos I 83


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Aplicando Cramer para solução algébrica do sistema

19,5 -3 -12,5 i1 16 ∆ = 256


-3 2 -1
X i2
i3
= 0 ∆1
∆2
=
=
512
896
-12,5 3 13,4 0
∆3 = 250
→ i1 = 1 /  = 2,0A
→ i2 = 2 /  = 3,5A
→ i3 = 3 /  = 1,0A
P2VX = 2(2i2) x (3,5 - 1)
P16V = i1 x 16 → 16 x 2 = 32W P2VX = (2.2.3,5) x 2,5 = 35W
P2VX = 2Vx x (i2-i3) P2VX = 14 x 2,5 = 35W

2.1.2 Análise de malhas com aplicação do conceito de supermalha:

Técnica de análise de malhas aplicada em dois casos particulares.

Caso 01: Quando existe uma fonte de corrente apenas em uma das malhas:
A corrente de malha será igual a fonte de corrente,
respeitando o sentido de circulação desta corrente.

Caso 02: Quando existe uma fonte de corrente entre 2 malhas Cria-se uma
SUPERMALHA

Criação de uma SUPERMALHA:

1 - Excluir a fonte de corrente e quaisquer elementos associados em série.

2 – Se um circuito tiver duas ou mais supermalhas que se interceptam, elas são


combinadas para formar uma supermalha maior.

Propriedades de uma SUPERMALHA:

1 – A fonte de corrente fornece uma equação de restrição necessária para


encontrar as correntes de malha;

2 – Uma supermalha não possui corrente própria;

3 – Uma supermalha requer a aplicação da lei das malhas, bem como a lei dos nós

Análise de Circuitos elétricos I 84


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Exemplo de aplicação do uso de uma supermalha: Determinar V0

5A

2Ω V0 8Ω

1Ω -
+
+- 4Ω 20V

40V

Etapa 1: Atribuir as correntes nas malhas 1, 2 e 3


obs.: Lembrar de indicar Correntes de Malha com letra Minúscula

5A

i1
2Ω V0 8Ω

1Ω -
i2 i3
+
+- 4Ω 20V

40V

Etapa 2: Aplicar a lei das malhas às malhas 1, 2 e 3

Malha 01: i1 = 5A

Malha 02: -40 + 1(i2) + 2(i2–i1) + 4(i2-i3) = 0


-40 + i2 + 2i2– 2i1 + 4i2 - 4i3 = 0
-40 – 2i1 + 7i2 - 4i3 = 0 (i1=5A)
-40 – 2(5) + 7i2 - 4i3 = 0
-40 – 10 + 7i2 - 4i3 = 0
-50 + 7i2 - 4i3 = 0
7i2 - 4i3 = 50 (eq.1)

Malha 03: 4(i3 - i2) + 8i3 – 20 = 0


4i3 - 4i2 + 8i3 – 20 = 0
12i3 – 4i2 – 20 = 0
12i3 – 4i2 = 20
-4i2 + 12i3 = 20 (eq.2)

Análise de Circuitos elétricos I 85


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Etapa 3: Aplicar álgebra para achar os valores de i2 e i3

7i2 - 4i3 = 50 (eq.1)


-4i2 + 12i3 = 20 (eq.2)

7i2 - 4i3 = 50 (x3)


-4i2 + 12i3 = 20
21i2 - 12i3 = 150
-4i2 + 12i3 = 20
17i2 = 170
I2 = 170 / 17
i2 = 10 A

Aplicando o valor de I2 na (eq.2)

-4i2 + 12i3 = 20
-4(10) + 12i3 = 20
-40 + 12i3 = 20
12i3 = 60 i3 = 5A

Etapa 3: Calcular o valor de V0

Malha 02: -40 + 1(i2) + 2(i2–i1) + V0 = 0


-40 + i2 + 2i2– 2i1 + V0 = 0
-40 – 2i1 + 3i2 + V0 = 0 (i1=5A)
-40 – 2(5) + 3(10) + V0 = 0
-40 – 10 + 30 + V0 = 0
-20 + V0 = 0
V0 = 20

Exemplo 02: Determinar os valores das correntes i1, i2 e i3 do circuito abaixo.

i3
2Ω 2Ω
i1 4Ω

+-
1Ω 8Ω
6V
i2 Respostas:
I1 = 3,474A
3A I2 = 0,474A
I3 = 1.105A

Análise de Circuitos elétricos I 86


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a) Identificar as malhas do circuito.

i3
2Ω 2Ω
i1 4Ω

+-
1Ω 8Ω
6V
i2

3A

b) Identificar as Supermalhas no circuito.

i3
2Ω 2Ω
i1 4Ω

+-
1Ω 8Ω
6V
i2

3A

c) Equacionando as malhas do circuito:

Aplicando a Lei das malhas na supermalha:

-6 + 2(i1 - i3) + 4(i2 - i3) + 8i2 = 0


-6 + 2i1 - 2i3 + 4i2 - 4i3 + 8i2 = 0
-6 + 2i1+ 12i2 - 6i3 = 0 (/2)
-3 + i1+ 6i2 - 3i3 = 0

i1+ 6i2 - 3i3 = 3 (eq.1)

Aplicando a Lei das malhas na malha 3:

2i3 + 4(i3 - i2) + 2(i3-i1) = 0


2i3 + 4i3 - 4i2 + 2i3- 2i1 = 0
- 2i1 – 4i2 + 8i3 = 0 (/2)
- i1 – 2i2 + 4i3 = 0 (eq.2)

Análise de Circuitos elétricos I 87


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Identificando e equacionando o nó 1 do circuito (nó pertencente a supermalha):

Lei dos nós no nó 01:

3 + i2 – i1 = 0
i1 = i2 + 3 (eq.3)

Solucionando as equações:

i1+ 6i2 - 3i3 = 3 (eq.1)


-i1 – 2i2 + 4i3 = 0 (eq.2)
i1 = i2 + 3 (eq.3)
Subtraindo (eq.3) de (eq.1)

i1+ 6i2 - 3i3 = 3 (eq.1)


i1 – i2 + 0i3= 3 (eq.3)
0 + 7i2 – 3i3 = 0 (eq.4)

Isolando i3 na (eq.4)

7i2 – 3i3 = 0 → i3 = 7i2


3

Aplicando a (eq.3) na (eq.2)

-I1 - 2i2 + 4i3 = 0 (eq.2)


-(I2 + 3) - 2i2 + 4i3 = 0
-I2 - 3 - 2i2 + 4i3 = 0
-3I2 + 4i3 = 3 (eq.5)

Aplicando a (eq.4) na (eq.5)

-3I2 + 4i3 = 3 (eq.5)


i3 = 7i2 (eq.4)
3

-3I2 + 4(7i2) = 3 (x3)


3

-9I2 + 4(7i2) = 9
-9I2 + 28i2 = 9
19i2 = 9
i2 = 9/19 → i2=0,474A

Análise de Circuitos elétricos I 88


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i3 = 7i2 → i3 = 7(0,474) → I3 = 1,106A
3 3

i1 = i2 + 3
I1 = 0,474 + 3
I1 = 3,474A

Exercício 01:
Determinar os valores das correntes i1, i2, i3 e i4 do circuito abaixo.

i1
Respostas: 5A 4Ω 2Ω
I1 = 7,5A
I0
i2 = 12,5A
I3 = 17,5A 6Ω
i2 i3 i4 +-
i4 = -15A 3I 0 8Ω 10V

Identificar as malhas do circuito.

i1

5A 4Ω 2Ω

I0


i2 i3 i4 +-
3I 0 8Ω 10V

Identificar as Supermalhas e os nós da supermalha no circuito.

i1

5A 4Ω 2Ω
3
1
I0


i2 i3 i4 +-
3I 0 8Ω 10V

Análise de Circuitos elétricos I 89


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Equacionando as malhas do circuito:

Aplicando a Lei das malhas na supermalha:

2i1 + 4i3 + 8(i3-i4) + 6i2 = 0


2i1 + 4i3 + 8i3- 8i4 + 6i2 = 0
2i1 + 6i2 + 12i3 - 8i4 = 0 (/2)

i1 + 3i2 + 6i3 - 4i4 = 0 (eq.1)

Aplicando a Lei das malhas na malha 04:

8(i4-i3) + 2i4 + 10 = 0
8i4- 8i3 + 2i4 + 10 = 0
-8i3 + 10i4 + 10 = 0 (/2)
-4i3 + 5i4 + 5 = 0

-4i3 + 5i4 = -5 (eq.2)

Equacionando os nós do circuito: (Aplicando a Lei dos nós)

a) no nó 1 (fonte independente de corrente):

I2 – 5 - i1 = 0
-I1 + i2 = 5 (eq.3)

b) no nó 2 (fonte dependente de corrente):

-I2 + 3i0 + i3 + I4 = 0 I0 = -I4


-I2 + 3(-i4) + i3 + i4= 0

-I2 + i3- 2i4 = 0 (eq.4)

Solucionando as equações geradas:

i1 + 3i2 + 6i3 - 4i4 = 0 (eq.1)


-4i3 + 5i4 = -5 (eq.2)
-I1 + i2 = 5 (eq.3)
-I2 + i3- 2i4 = 0 (eq.4)

i1 + 3i2 + 6i3 - 4i4 = 0


0i1 + 0i2 - 4i3 + 5i4 = -5
-i1 + I2 + 0i3 + 0i4 = 5
0i1 - I2 + i3 - 2i4 = 0

Análise de Circuitos elétricos I 90


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É necessário reduzir o sistema de 4 equações para 3 equações. Para isso, soma-se a
(eq.1) com a (eq.3)

i1 + 3i2 + 6i3 - 4i4 = 0


-i1 + I2 + 0i3 + 0i4 = 5

0 + 4i2 + 6i3 - 4i4 = 5

Remontando o sistema de equações:

4i2 + 6i3 - 4i4 = 5


0i2 - 4i3 + 5i4 = -5
-I2 + i3 - 2i4 = 0

Solucionando o sistema de equações geradas através de método de Cramer:

4 6 -4 i2 5 ∆ = -2
0 -4 5 X i3
i4
= -5 ∆1
∆2
=
=
-25
35
-1 1 -2 0
∆3 = 30

→ i2 = 1 /  = 12,5A i1 = i2 – 5
→ i3 = 2 /  = -17,5A i1 = 12,5 – 5
i1 = 7,5A
→ i4 = 3 /  = -15,0A

Exercício 02: Determinar o valor da corrente I do circuito abaixo.

4Ω 8Ω
4A
2Ω 6Ω

Resposta:
I = 8,56A
+
- 3Ω 1Ω
30V
I

Análise de Circuitos elétricos I 91


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Identificar as malhas do circuito.

i1 i3
4Ω 8Ω
4A
2Ω 6Ω

+
- i2

i4

30V
I

Identificar as Supermalhas e os nós da supermalha no circuito.


(Como existem 4 variáveis, é necessário obter 4 equações (3 malhas e 1 nó)

Nó 1

i1 i2
4Ω 8Ω
4A
2Ω 6Ω

+
- i3

i4

30V
I

Equacionando as malhas do circuito:

Lei das malhas na supermalha:

4i1 + 8i2 + 6(i2-i4) + 2(i1-i3) = 0


4i1 + 8i2 + 6i2- 6i4 + 2i1- 2i3 = 0
6i1 + 14i2 – 2i3 - 6i4 = 0 (/2)

3i1 + 7i2 – i3 - 3i4 = 0 (eq.1)

Equacionando o nó da supermalha do circuito:

Lei dos Nós no ponto Nó 1:

i1 + 4 – i2 = 0
i2 = i1 + 4 (eq.2)

Análise de Circuitos elétricos I 92


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Equacionando as malhas do circuito:

a) Lei das malhas na malha 03:

-30 + 2(i3-i1) + 3(i3-i4) = 0


-30 + 2i3- 2i1 + 3i3- 3i4 = 0
-30 - 2i1+ 5i3 - 3i4 = 0

- 2i1+ 5i3 - 3i4 = 30 (eq.3)

b) Lei das malhas na malha 04:

3(i4-i3) + 6(i4-i2) + 1(i4) = 0


3i4- 3i3 + 6i4- 6i2 + i4 = 0
- 6i2 - 3i3 + 3i4+ 6i4 + i4 = 0

- 6i2 - 3i3 + 10i4 = 0 (eq.4)

Solucionando as equações geradas:

3i1 + 7i2 – i3 - 3i4 = 0 (eq.1)


i2 = i1 + 4 (eq.2)
- 2i1+ 5i3 - 3i4 = 30 (eq.3)
- 6i2 - 3i3 + 10i4 = 0 (eq.4)

É necessário reduzir o sistema de 4 equações para 3 equações. Para isso, substitui-se a


(eq.2) nas (eq.1) e (eq.4).

3i1 + 7(i1 + 4) – i3 - 3i4 = 0 (eq.1)


3i1 + 7i1 + 28 – i3 - 3i4 = 0
10i1 – i3 - 3i4 = - 28 (eq.5)

- 6(i1 + 4) - 3i3 + 10i4 = 0 (eq.4)


- 6i1 - 24 - 3i3 + 10i4 = 0
- 6i1 - 3i3 + 10i4 = 24 (eq.6)

Solucionando as equações geradas; (eq. 3), (eq.5) e (eq.6):

10i1 – i3 - 3i4 = -28


-2i1+ 5i3 - 3i4 = 30
-6i1 - 3i3 + 10i4 = 24

10 -1 -3 i1 -28 ∆ = -264

Análise de Circuitos elétricos I 93


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-2 5 -3 i3 30 = 2150
X = ∆1
-6 -3 10 i4 24 ∆2 = 2260
∆3 = 3232

i2 = i1 + 4 i2 = 0,553 + 4 I2 = 4,553A
→ i1 = 1 /  = 0,553A
→ i3 = 2 /  = 8,561A I = i3 → I = 0,909 A
→ i4 = 3 /  = 0,909A

2.2 Método dos nós e conceito de supernó:

A solução de um circuito elétrico contendo b ramos requer a determinação de 2b


incógnitas (corrente e tensão em cada elemento);
A aplicação das Leis de Kirchoff (LCK) e Ohm em cada ramo permite estabelecer as
equações necessárias para a solução do circuito;
A análise Nodal possibilita a utilização das tensões dos nós do circuito em relação a um
Nó de Referência ao invés da tensão no ramo.
A AN permite a obtenção de um sisema de equações que tem como incógnitas as tensões
dos nós do circuito em relação ao Nó de Referência (aleatório).

Procedimento básico:
1 Seleção do Nó de Referência;
2 Aplicação da LCK aos Nós;
3 Consideração das relações Tensão-Corrente dos Ramos;
4 Solução do sistema de equações;
5 Obtenção das Correntes e Tensões de Ramos.

1 Seleção do Nó de Referência;
Selecionar um nó qualquer do circuito como Nó de Referência
O potencial deste nó será assumido como sendo zero (=0V)
Numerar os demais nós do circuito de 1 a (n-1)
Desiginar as demais tensões como V1, V2, …,Vn-1

2 Aplicação da LCK aos Nós;

Análise de Circuitos elétricos I 94


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Aplicar a Lei de Kirchoff para os (n-1) nós.
A LCK não necessita ser aplicada ao nó de referência.
Adotar a convenção de sinal de acordo com o sentido das correntes em relação
aos nós.
Considerar positivas as correntes que entram no nó e negativas as correntes que
saem do nó.
Resultado: Obtenção de (n-1) equações que representam os somatórios das
correntes que incidem e saem dos (n-1) nós.

3 Consideração das relações Tensão-Corrente dos Ramos;


As equações da etapa 2.2 foram escritas como as correntes dos nós, porém as
incógnitas são as tensões dos nós
Deve-se utilizar as relações de tensão-corrente para substituir as correntes dos nós
por relações envolvendo as tensões de nó;
Resultado: obtenção de (n-1) equações envolvendo tensões de nó;
Atentar para que haja uma relação de tensão-corrente para cada ramo.

4 Solução do sistema de equações;


Após a obtenção das equações de nó, utilizar algúm método de solução de
sistemas de equações para determinar as (n-1) incógnitas
Obs.: No resistor, a corrente flui de um potencial mais elevado para um potencial
mais baixo

I = Vmaior – Vmenor
R
5 Obtenção das Correntes e Tensões de Ramos.

Vk = Vxy = Vx – Vy (1)

ik = Vx – Vy (2)
Rk

Onde: Rk é a resistência do ramo K (ohms, Ω)

Análise de Circuitos elétricos I 95


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Depois de solucionado o sistema de equações pode-se obter todas as correntes e
tensões do ramo do circuito a partir das tensões de nó.
Ex.: A corrente do ramo k, conectado entre os nós X e Y do cirucito pode ser obtida pela
equação:
Vk = Vxy = Vx – Vy (1)

Exemplo de aplicação: Considere o circuito abaixo:

1 – Seleção do Nó de Referência:

a) selecionar o nó de referência (0);


Também conhecido como nó terra.

b) identificar os demais nós do Circuito (1) e


(2);

C) Atribuir os potênciais (tensões) a cada um


dos nós do circuito; (V0, V1 e V2)

d) Atribuir as polaridades nos resistores


a partir do nó de referência

Análise de Circuitos elétricos I 96


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e) Atribuir a correntes a cada um dos b
ramos do circuito; (i1 , i2 e i3), considerando
a corrente entrando pela polaridade positiva
atribuída

2 – Aplicação da LCK aos nós:

Aplicando a LCK para os nós 1 e 2 resulta em:


Nó 1: +ia – ib – i1 – i2 = 0 → ia – ib = i1 + i2 (1)
Nó 2: +ib – i3 + i2 = 0 → ib = i3 - i2 (2)

Aplicando a LCK para os nós 1 e 2 resulta em:


Nó 1: +ia – ib – i1 – i2 = 0 → ia – ib = i1 + i2 (1)
Nó 2: +ib – i3 + i2 = 0 → ib = i3 - i2 (2)

3 – Considerações das Relações Tensão-Corrente dos Ramos:


Considerando os sentidos associados as relações tensão-corrente para os resistores R1,
R2 e R3:
i1 = V1 – 0 → i1 = V1 (3)
R1 R1

i2 = V1 – V2 (4)
R2

i3 = V2 – 0 → i3 = V2 (5)
R3 R3

Substituindo as equações (3), (4) e (5) nas equações (1) e (2) obtém-se o sistema de
equações em termos das resistências e fontes de corrente:
+ia – ib = V1 + V1-V2 → ia – ib = V1.( 1 + 1 ) - V2 (6)
R1 R2 R1 R2 R2

ib = V2 - (V1-V2) → ib = -V1 + V2( 1 + 1 ) (7)


R3 R2 R2 R2 R3

Análise de Circuitos elétricos I 97


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4 – Solução do Sistema de equações:

Para solucionar o exercício, substituímos os valores das variáveis por constantes e utiliza-
se algúm método algébrico para resolver o sistema:

1: Substituição
2: Eliminação
3: Regra de Cramer
4: Inversão de matrizes

Método 01 – Substituição:

Para solucionar o exercício, substituímos os valores das variáveis por constantes:

ia – ib = V1.( 1 + 1 ) - V2 (eq.6)
R1 R2 R2

5-3 = V1 ( 1 + 1 ) - V2 (x4)
2 4 4

8 = 3V1 - V2 3V1 – V2 = 8 (eq.8)

ib = -V1 + V2( 1 + 1 ) (eq.7)


R2 R2 R3

3 = -V1 + V2( 1 + 1 ) (x8)


4 4 8

24 = -2V1+ 3V2 -2V1+ 3V2 = 24 (eq.9)

3V1 – V2 = 8 - V2 = 8 – 3V1 (eq.8)


V2 = 3V1 – 8 (eq.9)
-2V1+ 3V2 = 24
-2V1+ 3(3V1 - 8) = 24
-2V1+ 9V1 - 24 = 24 → 7V1 = 24+24
7V1 = 48 → V1 = 48/7
V1 = 6,857 → V2 = 12,571

Análise de Circuitos elétricos I 98


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A partir das equações (3), (4) e (5) encontra-se os valores das correntes;

i1 = V1 → i1 = 6,857 → i1 = 3,428A
R1 2

i2 = V1 – V2 → i2 = 6,857-12,571 → i2 = -1,428A
R2 4

i3 = V2 → i3 = 12,571 → i3 = 1,571A
R3 8

Método 02 – Eliminação:

Para solucionar o exercício procura-se eliminar uma variável através de operações


matemáticas de multiplicação ou divisão de todos os elementos de uma ou de várias
equações;
3V1 – V2 = 8 (x2) (eq.8)
-2V1+ 3V2 = 24 (x3) (eq.9)

6V1 – 2V2 = 16 subtraindo a equação 8 da equação 9:


-6V1+ 9V2 = 72
0V1 + 7V2 = 88

V2 = 88/7 → V2 = 12,571 V
V1 = 6,857 V

Método 03 – Solução do Sistema de equações utilizando Cramer.

Neste método deve-se montar a matriz de Cramer, calcular as variáveis , 1, 2, 3 e a
partir de uma relação entre estes elementos chegar-se ao valor das variáveis de
interesse.

∆= a11 a12 a13 i1 R1


b11 b12 b13 . i2 = R2
c11 c12 c13 i3 R3

Análise de Circuitos elétricos I 99


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∆1 = R1 a12 a13
R2 b12 b13 i1 = ∆1
R3 c12 c13 ∆

∆2 = a11 R1 a13 i2 = ∆2
b11 R2 b13 ∆
c11 R3 c13 i3 = ∆3

∆3 = a11 a12 R1
b11 b12 R2
c11 c12 R3

Aplicando Cramer ao exercício em questão:

3V1 – V2 = 8 (eq.8)
-2V1+ 3V2 = 24 (eq.9)

V1 = ∆1 → V1 = 48 → V1 = 6,857 V
∆ 7

V2 = ∆2 → V2 = 88 → V1 = 12,571V
∆ 7

Análise de Circuitos elétricos I 100


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4 – Solução do Sistema de equações: [por inversão de matrix (4)]

A.X = B → X=B → X = A-1B


A

A-1 = CT
∆A

Análise de Circuitos elétricos I 101


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Análise de Circuitos elétricos I 102
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Exercícios de fixação:

1 – Determinar as tensões Nodais do circuito abaixo:

1 – Definindo o nó de referência, as correntes e as tensões Nodais do circuito:

2 – Escrevendo a primeira LCK para os nós 1 e 2 e reescrevendo as correntes em função


das tensões Nodais V0, V1 e V2:

Nó 01 → i1 – i2 - i3 = 0 (Eq.1)
Nó 02 → i2 – i4 - i5 = 0 (Eq.2)

i1 = 1A i2 = V1 - V2 i3 = V1 – 0 → i3 = V1
6 2 2
i5 = 4A i4 = V2 – 0 → i4 = V2
7 7

Nó 1: 1 - (V1 – V2) - V1 = 0 (X6)


6 2

6 - V1 + V2 - 3V1 = 0
6 - 4V1 + V2 = 0
4V1 - V2 = 6 (Eq.3)

Nó 2: (V1 – V2) - V2 - 4 = 0 (X42)


6 7

Análise de Circuitos elétricos I 103


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7V1 – 7V2 - 6V2 - 168 = 0
7V1 – 13V2 - 168 = 0
7V1 – 13V2 = 168 (Eq.4)

4 – Solucionando o sistema de equações (3 e 4) através de escalonamento:

4V1 - V2 = 6 (Eq.3)
7V1 – 13V2 = 168 (Eq.4)

Multiplicando a primeira equação por (-1)

-4V1 + V2 = -6
7V1 – 13V2 = 168

Multiplicando a primeira equação por (13)

-52V1 +13V2 = -78


7V1 – 13V2 = 168

Somando a primeira equação com a segunda equação

-52V1 +13V2 = -78


7V1 – 13V2 = 168
-45V1 + 0V2 = 90

-45V1 = 90 → V1 = -90/45 → V1 = -2V

Aplicando o resultado na equação (3)

4V1 - V2 = 6
4(-2) - V2 = 6
-8 – V2 = 6
V2 = -14V

4 – Solucionando o sistema de equações (3 e 4) através de substituição:


4V1 - V2 = 6 (Eq.3)
7V1 – 13V2 = 168 (Eq.4)
Isolando V2 na (eq.3)
V2 = 4V1 - 6 (Eq.5)
7V1 – 13V2 = 168

Análise de Circuitos elétricos I 104


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Aplicando a (eq.5) na (eq.4)
7V1– 13(4V1 - 6) = 168
7V1– 13(4V1 - 6) = 168
7V1– 52V1 +78 = 168
– 45V1 +78 = 168
– 45V1 = 168 - 78
– 45V1 = 90 (x-1)
V1 = - 90/45 → V1 = - 2V

V2 = 4V1 – 6 → V2 = 4(-2) – 6
V2 = -8 – 6 → V2 = -14V

Exercício 02 – Determinar as tensões Nodais do circuito abaixo:

Respostas:

V1 = 4,8V
V2 = 2,4V
V3 = -2,4V

1 – Definindo o nó de referência, as
correntes e as tensões Nodais do
circuito:

2 – Escrevendo a primeira LCK para os nós 1 e 2 e reescrevendo as correntes em função


das tensões Nodais V0, V1 e V2:

Nó 01 → 3 – ix - i1 = 0 (Eq.1)
Nó 02 → ix – i2 - i3 = 0 (Eq.2)
Nó 03 → i1 + i2 - 2ix = 0 (Eq.3)

i1 = V1 - V3 ix = V1 - V2
4 2
i2 = V2 - V3 i3 = V2
8 4

Análise de Circuitos elétricos I 105


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(Eq.1) → 3 – ix - i1 = 0

3 - (V1 – V2) - (V1 – V3)= 0 (x4)


2 4

12 - 2V1 + 2V2 - V1 + V3 = 0
12 - 3V1 + 2V2 + V3 = 0 (x-1)
3V1 - 2V2 - V3 = 12 (Eq.4)

(Eq.2) → ix – i2 - i3 = 0

(V1–V2) - (V2–V3) - V2 = 0 (x8)


2 8 4

4V1– 4V2 - V2 + V3 - 2V2 = 0


4V1– 7V2 + V3 = 0 (Eq. 5)

(Eq.3) → i1 + i2 - 2ix = 0

(V1–V3) + (V2–V3) - 2(V1-V2) = 0 (x8)


4 8 2

2(V1–V3) + 1(V2–V3) - 8(V1-V2) = 0


2V1–2V3 + V2–V3 - 8V1+8V2 = 0
-6V1+ 9V2 - 3V3 = 0 (/3)
-2V1 + 3V2 - V3 = 0 (Eq.6)

4 – Solucionando o sistema de equações (3 e 4) através de Cramer:


3V1 - 2V2 - V3 = 12 (eq.4)
4V1 - 7V2 + V3 = 0 (eq. 5)
-2V1 + 3V2 - V3 = 0 (eq.6)
Montando a Matriz de Cramer:

Análise de Circuitos elétricos I 106


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Calculando o valor de ∆ na Matriz de Cramer:

∆ = [(3.-7.-1)+(-2.1.-2)+(-1.4.3)] - [(-2.-7.-1)+(3.1.3)+(-1.4.-2)]
∆ = [21+4-12] - [-14+9+8]
∆ = (13)-(3)
∆ = 10
Calculando o valor de ∆1 na Matriz de Cramer:

∆1= [(12.-7.-1)+(-2.1.0)+(-1.0.3)] - [(0.-7.-1)+(3.1.12)+(-1.0.-2)]


∆1 = [84+0-0] - [-0+36+0]
∆1 = (84)-(36)
∆1 = 48
Calculando o valor de ∆2 na Matriz de Cramer:

∆2= [(3.0.-1)+(12.1.-2)+(-1.4.0)] - [(-2.0.-1)+(0.1.3)+(-1.4.12)]


∆2 = [0-24-0] - [0+0-48]
∆2 = (-24)-(-48) → ∆2 = 24
Calculando o valor de ∆3 na Matriz de Cramer:

∆3= [(3.-7.0)+(-2.0.-2)+(12.4.3)] - [(-2.-7.12)+(3.0.3)+(0.4.-2)]


∆3 = [0+0+144] - [168+0+0]
∆3 = (144)-(168)
∆3 = -24

Análise de Circuitos elétricos I 107


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Calculando o valor das correntes i1, i2 e i3 a partir dos valores de ∆, ∆1, ∆2 e ∆3

V1 = ∆1 → V1 = 48 → V1 = 4,8V
∆ 10

V2 = ∆2 → V2 = 24 → V2 = 2,4V
∆ 10

V3 = ∆3 → V3 = -24 → V3 = -2,4V
∆ 10

Exercício 03 – Determinar as tensões Nodais do circuito abaixo:

Respostas:

V1 = 80V
V2 = -64V
V3 = 156V

1 – Definindo o nó de referência, as
correntes e as tensões Nodais do circuito:

2 – Escrevendo a primeira LCK para os nós 1 e 2 e reescrevendo as correntes em função


das tensões Nodais V0, V1 e V2:

Nó 01 → 10 – i1 - i2 = 0 (Eq.1)
Nó 02 → i1 – ix + 4ix = 0 (Eq.2)
Nó 03 → i2 + i3 - 4ix = 0 (Eq.3)

i1 = V1 - V2 i2 = V1 - V3
3 2

ix = V2 i3 = 0-V3 → i3 =-V3
4 6 6

Análise de Circuitos elétricos I 108


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Trabalhando a equação do nó 01
10 – i1 - i2 = 0 (Eq.1)

10 – (V1 - V2) - (V1 - V3) = 0 (x6)


3 2

60 – 2(V1 - V2) - 3(V1 - V3) = 0


60 – 2V1 + 2V2 - 3V1 + 3V3 = 0
60 – 5V1 + 2V2 +3V3 = 0
-5V1 + 2V2 +3V3 = -60 (x1)
5V1 - 2V2 -3V3 = 60 (Eq.4)

Trabalhando a equação do nó 02
i1 – ix + 4ix = 0 (Eq.2)
i1 + 3ix = 0

(V1 - V2) + 3(V2) = 0 (x12)


3 4

4(V1 - V2) + 9(V2) = 0


4V1 - 4V2 + 9V2 = 0
4V1 + 5V2 = 0 (Eq.5)

Trabalhando a equação do nó 03
i2 + i3 - 4ix = 0 (Eq.3)

(V1-V3) + (-V3) - 4(V2) = 0 (x12)


2 6 4

6(V1-V3) + 2(-V3) – 3.4(V2) = 0


6V1- 6V3 - 2V3 – 12V2 = 0
6V1- 12V2 - 8V3 = 0 (/2)
3V1- 6V2 - 4V3 = 0 (Eq.6)

4 – Solucionando o sistema de equações (3 e 4) através de Cramer:

5V1 - 2V2 - 3V3 = 60 (Eq.4)


4V1 + 5V2 + 0V3= 0 (Eq.5)
3V1 - 6V2 - 4V3 = 0 (Eq.6)

Análise de Circuitos elétricos I 109


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Montando a Matriz de Cramer:

Calculando-se os valores de ∆, ∆1, ∆2 e ∆3 obtemos os seguintes valores:

∆ = -15 ∆1 = -1200
∆2 = 960 ∆3 = -2340

Com os valores ∆, ∆1, ∆2 e ∆3 obtemos os seguintes valores para V1, V2 e V3:

V1 = ∆1 → V1 = 80V

V2 = ∆2 → V2 = -64V

V3 = ∆3 → V3 = 156V

2.2.1 Análise de nodal com aplicação do conceito de supernós:

A análise Nodal é um método geral de análise de circuitos;


Pode ser usada quando o circuito contiver fontes de tensão (dependentes ou
independentes);
As fontes de tensão impõem uma diferença de potencial entre dois nós;

Considerando que a fonte de tensão está conectada entre os terminais (nós) X e Y, a


corrente da fonte aparecerá nas equações de ambos os nós do circuito onde a fonte está
conectada.
Como há uma relação entre a corrente da fonte e a sua tensão pode-se manter a corrente
ik da fonte como uma incógnita a ser determinada.

E = V x - VY

Casos a serem analisados:

1 - Quando há uma fonte de tensão entre um nó de referência e um nó que não é


de referência, a tensão no nó que não é referência e igual ao valor da tensão da fonte
entre estes dois nós.

Análise de Circuitos elétricos I 110


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V1 = 5V

2 - Quando há uma fonte de tensão entre dois nós e nenhum dos dois é o nó de
referência, neste caso estes dois nós formam um supernó;

Um supernó é formado envolvendo-se uma fonte de tensão (dependente ou


independente) conectada entre dois nós que não são de referencia e quaisquer elementos
conectados em paralelo com ele.

Usam-se as mesmas regras da seção anterior, As leis dos nós deve ser satisfeita no
supernó.

Exemplo 01:
Determinar as tensões Nodais do circuito abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 111


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1 – Definindo o nó de referência, as correntes e as tensões Nodais do circuito:

1.1 – Visualizando o Supernó:


V1 1 V2 2

i1 i2

2Ω 4Ω 7A

2A
V0 0

2 – Redesenhando o circuito, considerando-se o supernó (análise das tensões,


desconsiderando-se as fontes de corrente):

3 – Aplicando a lei dos nós ao supernó:


V1 1 V2 2

i1 i2

2Ω 4Ω 7A

2A
V0 0

Equacionando o Nó (½) +2 – i1 – i2 -7 = 0

Expressando i1 e i2 em termos das tensões nodais:

2 – (V1- 0) – (V2 - 0) – 7 = 0 (x4)


2 4
8 – 2V1 – V2 – 28 = 0
– 2V1 – V2 – 20 = 0
– 2V1 – V2 = 20 → V2 = -20 - 2V1 → (Eq.1)

Análise de Circuitos elétricos I 112


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3 – Aplicando a lei das malhas à malha onde se encontra o supernó:

-V1 – 2 + V2 = 0 (eq.2)
aplicando a eq.1 na eq.2
-V1 – 2 + (-20 -2V1) = 0
-V1 – 2 - 20 - 2V1 = 0
-3V1 – 22 = 0
-3V1 = 22
V1 = -22/3
V1 = -7,33

aplicando o resultado na eq.1


V2 = -20 – 2V1
V2 = -20 – 2(-7,33)
V2 = -5,34V
Exemplo 02:
Determinar a tensão V e a corrente i do circuito abaixo:
3V

- +
i
7V + 2Ω 6Ω Respostas:

+ V
- - V2 = – 0,2V
V3 = 2,8V
i = 1,4A

1 – Definindo o nó de referência, as correntes e as tensões Nodais do circuito:

3V
V1 1 4Ω V2 2 V3 3
- +
i1
7V + V1 = 7V
3Ω 2Ω 6Ω
+ V
i i5
- i2 -
V0 0

2 – Redesenhando o circuito, considerando-se o supernó:

3V
V1 1 4Ω V2 2 V3 3
- +
i1
7V 3Ω + 2Ω 6Ω
+ V
i i5
- i2 -
V0 0

Análise de Circuitos elétricos I 113


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3 – Aplicando a lei dos nós ao supernó:
i1 – i2 – i – i5 = 0
Expressando as correntes em termos das tensões nodais:
(V1-V2) – (V2-0) – (V3-0) – (V3-0) = 0 (x12)
4 3 2 6

3(V1-V2) – 4(V2) – 6(V3) – 2(V3) = 0


3V1- 3V2 – 4V2 – 6V3 – 2V3 = 0
3V1- 7V2 – 8V3 = 0 V1 = 7V
3(7) - 7V2 – 8V3 = 0
21 - 7V2 – 8V3 = 0
7V2 + 8V3 = 21 (eq.1)

4 – Aplicando a lei das malhas ao circuito:

V2 2 3V V3 3 V2 2 3V V3 3

-+ i
-+ i
i2 i2
3Ω 2Ω 3Ω + 2Ω +
V2 V3
- -
V0 0 V0 0

-V2 -3 + V3 = 0
V3 = V2 +3 (eq.2)

Aplicando a (eq.2) na (eq.1)

7V2 + 8V3 = 21 (eq.1) V2 = – 3/15


7V2 + 8(V2 + 3) = 21 V2 = – 0,2V
7V2 + 8V2 + 24 = 21 V3 = V2 +3
15V2 = 21 - 24 V3 = -0,2 +3
15V2 = – 3 V3 = 2,8V
i = V3/2 → I = 1,4A

Análise de Circuitos elétricos I 114


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Exemplo 03: Encontre o valor da corrente i0 no circuito abaixo utilizando análise Nodal
V2

i0


V1
10Ω V3
Resposta:

+ 3i 0
Io = 1,73A
-
60V
V0

1 – Identificando as correntes no circuito:


V2

i0

i3
4Ω i2
V
10Ω V
1 3

i1
3i 0 8Ω
+
-
60V
V 0

2 – Equacionando os nós do circuito e reescrevendo as correntes em função das tensões


Nodais:
Nó 2: → i0 + i2 – i3 = 0 (eq.1)
Nó 3: → i1 + 3i0 – i2 = 0 (eq.2)
V1 = 60V
i0 = V1 – V2 i1 = V1 – V3
4 10
i2 = V3 – V2 i3 = V2
2 8

3 – Reescrevendo as equações dos nós em função das tensões Nodais:


Nó 2: → i0 + i2 – i3 = 0

(V1-V2) + (V3-V2) – V2 = 0 (x8)


4 2 8
2(V1-V2) + 4(V3-V2) – V2 = 0
2V1- 2V2 + 4V3- 4V2 – V2 = 0
2V1- 7V2 + 4V3 = 0 (eq.3)

Análise de Circuitos elétricos I 115


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Nó 3: → i1 + 3i0 – i2 = 0
(V1-V3) + 3(V1-V2) – (V3-V2) = 0 (x40)
10 4 2

4(V1-V3) + 30(V1-V2) – 20(V3-V2) = 0


4V1-4V3 + 30V1-30V2 – 20V3+20V2 = 0
34V1 -10V2 - 24V3 = 0 (/2)
17V1 -5V2 - 12V3 = 0 (eq.4)

4 – Resolvendo o sistema de equações:


V1 = 60V
2V1- 7V2 + 4V3 = 0 (eq.3)
17V1 -5V2 - 12V3 = 0 (eq.4)

2(60)- 7V2 + 4V3 = 0


17(60) -5V2 - 12V3 = 0

120 - 7V2 + 4V3 = 0


1020 -5V2 - 12V3 = 0

- 7V2 + 4V3 = -120 (x3)


-5V2 - 12V3 = -1020
- 26V2 + 0 = -1380 (x-1)
V2 = 1380 / 26
V2 = 53,07V

De posse do valor de V2 é possível achar o valor de i0 a partir da equação de i0 reescrita


em função das tensões Nodais

i0 = (V1-V2) I0 = (60 – 53,07) I0 = 1,73A


4 4

Análise de Circuitos elétricos I 116


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Exemplo 04:
Escolha um método de análise de circuitos e encontre as potências fornecidas pelas
fontes de corrente do circuito abaixo

2V 1V
+ +
+
2A Respostas:
+ Vx
Vx 0,5Ω
1Ω 1A

- P(1A) = 5/3W
1Ω P(2A) = 34/3W

Escolha pelo método de análise Nodal:


Definição do Nó de referência e das tensões Nodais

V1 2V 1V V2
+ +
+
2A
+ Vx
V5 Vx V3 0,5Ω
1Ω 1A
-

V4

V1 = 2 volts e V2 = -1 volt

Escrevendo a equação das tensões nodais a partir do NÓ 04:


(V4-V1) + (V4-V5) + (V4-V3) + 1 + (V4-V2) = 0
½
V4-V1+ V4-V5+ V4-V3 + 1 + 2V4 - 2V2 = 0
-V1 – 2V2 – V3 + 5V4 – V5 + 1= 0
-2 – 2(-1) – V3 + 5V4 – V5 + 1= 0
1 – V3 + 5V4 – V5 = 0
-V3 + 5V4 – V5 = -1 (eq.1)

V3 = - Vx
Vx = V1 – V4
V3= -(V1 – V4)
V3= V4 - 2 (eq.2)

Análise de Circuitos elétricos I 117


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Escrevendo a equação das tensões nodais a partir do NÓ 01:

-2 - (V5-V4) = 0 (A corrente flui do terminal com potencial maior para o potencial


mais baixo)
-2 – V5 + V4 = 0
- V5+ V4 = 2
V5 = V4 - 2 (eq.3)

Montando e resolvendo o sistema de equações:


-V3 + 5V4 – V5 = -1 (eq.1)
V3= V4 - 2 (eq.2)
V5 = V4 - 2 (eq.3)

Substituindo-se (eq.2) e (eq.3) em (eq.1):


-(V4 - 2) + 5V4 – (V4 - 2) = -1
- V4 + 2 + 5V4 –V4 + 2 = -1
+4 + 3V4 = -1
3V4 = - 5
V4 = -5/3

V3= V4 - 2 (eq.2)
V3= -5/3 – 2 → V3= -11/3 V

V5 = V4 – 2 (eq.3)
V5 = -5/3 – 2v → V5= -11/3 V

Potência sobre as fontes de corrente:


P(1A) = -V4 x i → P(1A) = -(-5/3) x 1 → P(1A) = 5/3W
P(2A) = (V1-V5) x i → P(2A) = [2-(-11/3)] x 2 → P(2A) = 34/3W

Exemplo 05:
Determinar o valor das correntes i1, i2 e i3 do circuito abaixo.

4x10 3 Ω 8KΩ 2KΩ

Respostas:
i1 = 2x10-3A
+- i1
-4x10
i2 i3 + i2 = 6x10-3A
100V -3
A 2i 1 40V
i3 = 2x10-3A

Identificar as Supermalhas e os nós da supermalha no circuito.

Análise de Circuitos elétricos I 118


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4x10 3 Ω 8KΩ 2KΩ
1 2

+- i1
-4x10
i2 i3 +-
100V -3
A 2i 1 40V

Equacionando as malhas do circuito:

Lei das malhas na supermalha:


-100 + 4x103(i1) + 8x103(i2) + 2x103(i3) + 40 = 0
4x103(i1) + 8x103(i2) + 2x103(i3) - 60 = 0 (eq.1)

Equacionando o nó da supermalha do circuito:


Lei dos Nós no ponto Nó 1:
i1 + 4x10-3 – i2 = 0
i2 = i1 + 4x10-3 (eq.2)
Lei dos Nós no ponto Nó 2:
i2 - 2i1 – i3 = 0
i3 = i2 - 2i1 (eq.3)

Resolvendo o sistema de equações obtido:


4x103(i1) + 8x103(i2) + 2x103(i3) - 60 = 0 (eq.1)
i2 = i1 + 4x10-3 (eq.2)
i3 = i2 - 2i1 (eq.3)

Aplicando (eq.2) na (eq.3)


i3 = (i1 + 4x10-3) – 2i1
I3 = - i1 + 4x10-3 (eq.4)
Aplicando as (eq.2) e (eq.4) na (eq.1)

4x103(i1) + 8x103(i1 + 4x10-3) + 2x103(- i1 + 4x10-3) - 60 = 0


4x103(i1) + 8x103(i1)+ 32 – 2x103(i1) + 8 - 60 = 0
10x103(i1) - 20 = 0
10x103(i1) = 20
I1 = 20
10X103
I1 = 2x10-3 A
i2 = i1 + 4x10-3 (eq.2)
i3 = i2 - 2i1 (eq.3)

Análise de Circuitos elétricos I 119


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Aplicando (eq.2) na (eq.3)

i3 = (i1 + 4x10-3) – 2i1


I3 = - i1 + 4x10-3 (eq.4)

Aplicando o resultado de i1 nas (eq.2) e (eq.3)


i2 = i1 + 4x10-3 (eq.2)
i3 = i2 - 2i1 (eq.3)

i2 = (2x10-3) + 4x10-3
i2 = 6x10-3

i3 = 6x10-3 - 2(2x10-3)
i3 = 6x10-3 - 4x10-3
i3 = 2x10-3

Exemplo 06:
Determinar o valor das correntes I1, I2 e I3 do circuito abaixo.

10V
+--
1A Respostas:
6Ω I1 = -1 A
I1
- I2 2Ω
I2 = 0 A
4A 12Ω
I3 = 2 A
I2 4Ω

8V
+--
Passo 01: Identificar as malhas do circuito.
10V
+--
i2
1A

I1
- i1 I2 i4

4A 12Ω I2 4Ω
i3
8V
+--

Análise de Circuitos elétricos I 120


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Identificar as Supermalhas e os nós da supermalha no circuito.

10V 1
+--
i2
1A

I1
- i1 I3 i4

4A 12Ω I2 4Ω
i3
8V
+--

Equacionando as malhas do circuito:

Lei das malhas na supermalha:

6(i2-i1) + 10 + 2(i4) + 4(i4-i3) = 0


6i2 - 6i1 + 10 + 2i4 + 4i4- 4i3 = 0
- 6i1 + 6i2 - 4i3 + 6i4+ 10 = 0
- 6i1 + 6i2 - 4i3 + 6i4 = -10 (/2)

- 3i1 + 3i2 - 2i3 + 3i4 = -5 (eq.1)

Equacionando o nó da supermalha do circuito:

Lei dos Nós no ponto Nó 1:


I2 - 1 – i4 = 0
i2 = i4 + 1 (eq.2)

Da malha 01 podemos extrair o valor de i1


i1 = 4A

Equacionando as malhas do circuito:


a) Lei das malhas na malha 3:

12(i3-i1) + 4(i3-i4) - 8 = 0
12i3 -12i1 + 4i3- 4i4 - 8 = 0
-12i1 + 16i3 - 4i4 - 8 = 0
-12i1 - 16i3 - 4i4 = 8 (/4)

-3i1 + 4i3 - i4 = 2 (eq.3)

Análise de Circuitos elétricos I 121


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Solucionando o sistema de equações:

-3i1+3i2-2i3+3i4 = -5 (eq.1)
i2 = i4 + 1 (eq.2)
-3i1 + 4i3 - i4 = 2 (eq.3)
i1 = 4A

Substituindo i1 nas equações:

3i2-2i3+3i4 = 7 (eq.1)
i2 = i4 + 1 (eq.2)
4i3 - i4 = 14 (eq.3)

Substituindo a (eq.2) na (eq.1):

3(i4 + 1) - 2i3+ 3i4 = 7


3i4 + 3 – 2i3+ 3i4 = 7
-2i3+ 6i4 = 4 (/2) → i3 = 3i4- 2 (eq.4)

Substituindo a (eq.4) na (eq.3):

4i3 - i4 = 14 (eq.3)
i3 = 3i4- 2 (eq.4)

4(3i4- 2) - i4 = 14
12i4- 8 - i4 = 14
11i4- 8 = 14
11i4 = 14 + 8
11i4 = 22 → i4 = 2A

Aplicando o valor de i4 na (eq.3):

4i3 - i4 = 14 (eq.3)
4i3 - 2 = 14
4i3 = 2 + 14
i3 = 16/4 → i3 = 4A

Aplicando o valor de i4 na (eq.2):

i2 = i4 + 1 (eq.2)
i2 = 2 + 1
i2 = 3A

Análise de Circuitos elétricos I 122


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Aplicando a 1a Lei de Kirchoff:

I1 = i2 – i1 → I1 = 3 - 4 → I1 = -1A
I2 = i1 – i3 → I2 = 4 - 4 → I2 = 0A
I3 = i3 – i4 → I3 = 4 - 2 → I3 = 2A

2.3 Comparativo entre os Métodos dos nós e análise de malhas:

Análise Nodal:
Variáveis: Tensões nodais;
Número de equações = Número de variáveis a serem calculadas;
Procedimento:
1. Identificar as tensões nodais e determinar um nó de referência.
Para facilitar a etapa 3, atribuir uma corrente em cada ramo do circuito e
respeitar a convenção do sinal passivo para cada nó;
2. No caso de fontes de tensão presente no circuito:
– Caso 1: Se a fonte de tensão está conectada entre o nó de referência e
um nó que não seja de referência: atribuímos o valor da tensão da fonte a
esse nó.
– Caso 2: Se a fonte de tensão está conectada entre dois nós que não
sejam de referência: estes dois nós formam um supernó
3. Aplicar a LKC para cada nó (exceto o de referência) e para cada supernó que
não contenha o nó de referência. Lembrar que o supernó agrupa todos os nós que
caracterizam ele;
4. No caso dos supernós, aplicar a LKT em cada supernó;
5. Expressar quaisquer incógnitas adicionais (isto é, correntes ou tensões que não
sejam nodais) em termos de tensões nodais apropriadas – fontes dependentes;
6. Organizar e resolver as equações (preferencialmente por substituição,
escalonamento ou método de Cramer).

Análise de Malha:
Variáveis: Correntes de malha;
Número de equações = Número de variáveis a serem calculadas;
Procedimento:
1. Determinar se o circuito é planar, Caso não seja, utilizar análise nodal;
2. Identificar cada uma das correntes de malha;
3. No caso de fontes de corrente no circuito:
– Se a fonte de corrente pertence somente a uma malha, atribuír a corrente
da fonte a esta malha;

Análise de Circuitos elétricos I 123


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– Se a fonte de corrente pertence a duas malhas, criar uma supermalha
excluindo a fonte de corrente e quaisquer elementos conectados em série
com ela;
4. Escrever a LKT para cada malha/supermalha (sempre que possível, utilizar o
próprio laço formado pelas duas malhas da supermalha);
5. No caso das supermalhas, apli a LKC no local da fonte de corrente
compartilhada entre as malhas;
6. Expressar quaisquer incógnitas adicionais (tensões ou correntes que não sejam
de malha) em termos de corrente de malha;
7. Organizar e resolver as equações (preferencialmente por substituição,
escalonamento ou método de Cramer)

Comparação dos Métodos:


Método das Tensões de Nó (Análise Nodal)
• Aplicação direta da Lei das Correntes de Kirchhoff;
• Método facilmente automatizável;
• Utilizado em análises computacionais.
Método das Correntes de Malha (Análise das Malhas)
• Aplicação direta da Lei das Tensões de Kirchhoff;
• Demanda habilidade do operador;
• Utilizado principalmente em análise feitas “manualmente”.

A principal dificuldade na aplicação dos métodos é que eles resultam em sistemas de


equações de grande complexidade, o que leva a simulação (análise) por vezes feita com
o auxílio de computadores.
Devido à infinidade de circuitos que podem ser analisados é necessário que se saiba qual
dos métodos é mais conveniente para ser aplicado.
Verificar as informações desejadas e quantas incógnitas haverá:

Se as tensões nodais forem imprescíndíveis, pode ser conveniente aplicar a análise


nodal.
I) Pela análise nodal: Número de incógnitas = número de nós – 1

Se as correntes de malha ou de ramo forem necessárias, é melhor empregar a análise de


malhas.
II) Pela análise de malhas: Número de incógnitas = número de malhas

Se houver empate, analisar as situações que levam a escrever o menor número de


equações, ou seja:
Utilizar Análise Nodal quando:
- As redes possuem elementos em paralelo, fontes de corrente ou supernós;
- Há fontes de tensão ligadas ao nó de referência.

Análise de Circuitos elétricos I 124


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Utilizar Análise de malhas quando:
- Há fontes de corrente que pertencem a uma única malha
- O circuito possui mais malhas que nós;
- As redes contêm muitos elementos conectados em série, fontes de tensão ou
supermalhas.

Análise de Circuitos elétricos I 125


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3 Teoremas de análise de circuitos em CC

3.1 Teorema da Linearidade:

Esta unidade se propôe a apresentar e discutir as propriedades de linearidade aplicado a


circuitos elétricos.

Esta propriedade permite que, em certos casos, a solução de circuitos complexos possa
ser obtida de forma simplificada.

A propriedade de linearidade em circuitos elétricos se aplica aos seus componentes


básicos, quando os efeitos secundários tais como efeitos de saturação, temperatura, etc
são desprezados, por isso neste estudo serão considerados apenas resistores.

A Lienaridade está baseada na relação de causa e efeito que é uma combinação das
propriedade:

1. De homogeneidade (também conhecida como escalonamento ou


proporcionalidade);
2. Da propriedade aditiva.

A homogeneidade expressa o fato de que:

Se a entrada de um sistema (excitação) for multiplicada por uma constante,


A saída (resposta) também será multiplicada pela mesma constante.

Tomando-se como exemplo um resistor linear, a relação tensão-corrente é dada pela Lei
de Ohm.

V=R×I

Que é a relação entre entrada e saída considerando a corrente como entrada e tensão
como saída.

Sabendo que a lei de Ohm é definida por: V = (R × i)


Multiplicando os dois membros por k
k x V = k × (R × i)
k x V = R ×(k x i)
V’ = k × V

Caso a corrente (entrada) aumentar por um fator k, a tensão (saída) aumentará também
por um fator k

Análise de Circuitos elétricos I 126


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A propriedade de adição (propriedade aditiva):
Expressa o fato de que resposta de um sistema com várias entradas terá como resultado
a soma das respostas individuais de cada uma das entradas consideradas
separadamente.

Por exemplo, considerando a resposta de um resistor a uma entrada constituída de duas


correntes, obtém-se a seguinte relação para as respostas individuais a cada uma das
correntes
V1 = R × i1
V2 = R × i2

Por outro lado, a resposta para a soma das correntes será:


V = R × (i1 + i2) = (R × i1) + (R × i2 )
V = V1 + V2

Desta forma, pode-se afirmar que o resistor linear possui uma relação tensão corrente
que satisfaz tanto a propriedade de homogeneidade como a propriedade aditiva.
Podem-se estender os conceitos aplicados para o resistor para os demais componentes
do circuito. Ou seja, um circuito será considerado linear se todos os seus componentes
possuírem a propriedade de homogeneidade e a propriedade aditiva.

Circuitos que possuem fontes independentes, fontes dependentes, e resistores lineares


são circuitos lineares.

Para circuitos lineares, a resposta estará linearmente relacionada


com a entrada, ou seja, o valor da saída é diretamente proporcional ao valor da entrada .
Como entrada podem-se considerar as fontes independentes e como saída podem-se
considerar as tensões e correntes em todos os seus componentes.

R(Ω) V = R.i
V k.V = k.R.i

A tensão é linear
i(A)

Deve-se observar que as propriedades de homogeneidade e aditiva não se aplicam à


potência, mas apenas a correntes e tensões. Isto pode ser entendido considerando-se a
fórmula da potência, expressa pela seguinte relação (não linear):

P = R.i2 ou P = V2 R(Ω)
R P
A potência é não linear

i(A)

Análise de Circuitos elétricos I 127


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A potência dos componentes do circuito não pode ser obtida somando-se as potências
individuais relacionadas com cada fonte. A potência deve ser calculada considerando-se a
corrente e a tensão total.

Obs.: As fontes dependentes de tensão são lineares se controladas por (V) ou por (I) na
potência (1)

Exemplo 01:
Obter o valor da tensão V0 para is = 15A e para is = 30A

is i1 i2
-
V0
2Ω 4Ω
+

1 – Considerando is = 15A - Equacionando o divisor de corrente

I2 = 2 x 15 → I2 = 30
2+(6+4) 2+(10)

I2 = 30 → I2 = 2,5A
12

V0 = R.i2 → V0 = 4.(2,5) → V0 = 10V

2 – Considerando is = 30A - Equacionando o divisor de corrente

I2 = 2 x 30 → I2 = 60
2+(6+4) 2+(10)

I2 = 60 → I2 = 5,0A
12

V0 = R.i2 → V0 = 4.(5) → V0 = 20V


3 – Com base nas informações, utilizando o princípio da linearidade, qual o valor de k?

k= Valor real = VR → k= 30 k= 2
Valor Calculado VC 15

Análise de Circuitos elétricos I 128


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Exemplo 02:

Suponto o valor de I0 = 1A, usando a propriedade da Linearidade, calcule o valor real de


I0 no circuito abaixo:
6Ω V2 2Ω V1 3Ω

i4 i2 I0
i3 i1
7Ω 4Ω 5Ω
I s = 15A

Supondo que I0 = 1A

V1 = I0 x (3+5)
V1 = 1 x 8
V1 = 8 V

i1 = V1 → i1 = 8 → i1 = 2A
4 4

i2 = i1 + i0 → i2 = 2 + 1 → i2 = 3A

V2 = VR2 + V1
V2 = 2.i2 + V1
V2 = 2.(3) + 8
V2 = 14V

i3 = V2 → i3 = 14 → i3 = 2A
7 7

i4 = i3 + i2 → i4 = 2 + 3 → i4 = 5A

Aplicando o princípio da Linearidade:

k= Valor real = VR
Valor Calculado VC
k = 15 k=3
5

I0 = I0’x k onde I0’ = I0 proposto


I0 = 1 x 3 → I0 = 3A

Análise de Circuitos elétricos I 129


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Exemplo 03:
Considerando V0 = 1V, calcular o valor de V0 real.

2Ω 3Ω 2Ω

+
+ V0
- 6Ω - 6Ω 4Ω
15V

Resposta: V0 = 4,5V

Atribuindo as correntes aos diversos ramos do circuito:

2Ω V2 3Ω 2Ω

i5 i3
i4 i2
+ i1
+ V0
- 6Ω - 6Ω 4Ω
15V

Supondo que V0 = 1V V2 = VR3 + V0


V2 = 3.i3 + V0
i2 = V1 → I2 = 1 A V2 = 3.(1/3) + 1
(2+4) 6 V2 = 2V

i1 = V0 → i1 = 1 i4 = V2 → i4 = 2
6 6 6 6
i4 = 1/3A
i3 = i1 + i2 → i3 = 1 + 1 i5 = i3 + i4 → i5 = 1/3+1/3
6 6 i5 = 2/3A
i3 = 1
3 Calculando a tensão na fonte:
-Vs + 2.i5 + 6i4 = 0
Vs = 10/3 V

Aplicando o princípio da Linearidade:

k= Valor real = VR V0 = V0’x k


Valor Calculado VC
onde V0’ = V0 proposto
k = 15 → k = 4,5
3,33 V0 = 1 x 4,5 → V0 = 4,5V

Análise de Circuitos elétricos I 130


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Exemplo 04:
Use a propriedade da Linearidade para determinar o valor de I0

3Ω 2Ω

i0
6Ω 9A 4Ω

Resposta: I0 = 1,5A
Atribuindo as correntes aos diversos ramos do circuito:

3Ω V1 2Ω V2

i1 i2
i3
i0
6Ω 9A 4Ω

Supondo que I0 = 1A
V1 = I0 x (6)
V1 = 1 x 6
V1 = 6 V

i1 = V1 → i1 = 6 → i1 = 2A
3 3

i2 = i1 + i0 → i2 = 2 + 1 → i2 = 3A
VR2 = 2 x i2 V2 = V1 + VR2
VR2 = 2 x 3 V2 = 6 + 6
VR2 = 6V V2 = 12 V

i3 = V2 → i3 = 12 → i3 = 3A
4 4
Calculando o valor da corrente na fonte:

If = i2 + i3  If = 3 + 3  If = 6A
Aplicando o princípio da Linearidade:

k= Valor real  K= 9  k = 1,5


Valor Calculado 6

Análise de Circuitos elétricos I 131


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Calculando o valor real de I0

I0 = I0’x k
I0 = 1 x 1,5
I0 = 1,5V

Exemplo 05:
Suponha V0 = 1V, use a propriedade da Linearidade para determinar o valor real de V0
no circuito.
12 Ω

+
+ V0
- 5Ω - 8Ω
10V

Resposta: V0 = 4V

Usando o princípio da Linearidade:


Atribuindo as correntes aos diversos ramos do circuito:
V2 12 Ω

i3
i2 +
+ V0
- 5Ω - 8Ω
10V

Supondo que V0 = 1V

i3 = VO → I3 = 1/8 A
8
V2 =(12+8) x 1/8
V2 = 20 → V2 = 2,5V
8
Aplicando o princípio da Linearidade:

k= Valor real k = 10
Valor Calculado 2,5

k=4
V0 = V0’x k → V0 = 1 x 4
V0 = 4V

Análise de Circuitos elétricos I 132


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3.2 Teorema da Superposição

O princípio da superposição afirma que a tensão e/ou a corrente em um elemento de um


circuito linear é igual a soma algébrica das tensões e/ou correntes naquele elemento em
virtude da atuação isolada de cada uma das fontes independentes existentes no circuito.

Considerando o seguinte problema:

Um circuito Linear é composto por n fontes de tensão independentes (V1, V2, ...Vn).
Deseja-se calcular a tensão em um resistor R1 qualquer do circuito.

A solução de tal problema pode se tornar bastante complicada dependendo da


complexidade do circuito, pois pode resultar em um sistema de equações com dezenas
de incógnitas.

Por outro lado, se o teorema da superposição for empregado, pode-se obter equações
mais simples referentes a cada uma das fontes independentemente.

Assim, em vez de resolver o problema através de um gigantesco sistema de equações, é


possível resolvê-lo por meio de várias equações simples.

O teorema da superposição diz que, se um circuito é linear, então as fontes de tensão


(V1, V2,...Vn) ocasionarão, respectivamente, uma tensão (VR1, VR2,...Vrn). Para obter a
tensão VR1 considera-se a fonte de tensão V1 e anulam-se todas as demais fontes.

Consequentemente, para obter VR2 Considera-se a fonte V2 e assim sucessivamente.

Ao final, somam-se todas as tensões adquiridas individualmente e têm-se a tensão total


sobre o resistor R1.

VR1 = Vc1 + Vc2 + Vcn

Onde Vc é a contribuição da tensão realizado individualmente pelas fontes de tensão 1, 2,


…, n com as demais fontes de tensão em repouso.

Colocar uma fonte de tensão em repouso (ou anular a fonte de tensão) é equivalente a
fazer um curto circuito em seus terminais.

Colocar uma fonte de corrente em repouso (ou anular a fonte de corrente) é equivalente a
abrir o circuito em seus terminais.

Análise de Circuitos elétricos I 133


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+
_

Colocando a fonte de tensão Colocando a fonte de corrente


em repouso em repouso

É importante destacar que para aplicar o princípio da superposição, não se deve anular
fontes dependentes

Etapas:
1 – Considerar uma fonte independente por vez;

- Desativar as demais:

- Fonte de tensão →» zero Volts →» curto circuito


- Fonte de corrente →» zero Ampéres →» circuito aberto

- Fontes dependentes não são desativáveis pois dependem de variáveis do circuito

2 – Soma algébrica da contribuição de cada fonte independente sobre o elemento que se


pretende obter a variável.

3 – Não se aplica para o cálculo da Potência

Exemplo 01:
Utilizando o teorema da superposição, encontre o valor de V.

+- +
V

6V - 3A

Análise de Circuitos elétricos I 134


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Aplicando o modelo da superposição:

8Ω 8Ω 8Ω

+- +
V
+- +
V1
+
V2
4Ω 4Ω 4Ω
6V - 3A 6V - - 3A

V = V1 + V2

Onde:
V1 = Tensão em R4 devido à fonte de tensão
V2 = Tensão em R4 devido à fonte de corrente

Calculando a tensão V1 considerando a fonte de corrente em repouso

8Ω Aplicando divisor de tensão:

Vn = R1 xV
(R1 + R2)
+- +
V1

6V - V1 = 4 x6  V1 = 2 Volts
(8+4)

Calculando a tensão V2 considerando a fonte de tensão em repouso

8Ω Aplicando divisor de corrente:

in = Ric xi
(R1 + R2)
+
V2 in = 8 x3
4Ω (4+8)
- 3A
in = 2 Amperes

Calculando a tensão:

V2 = R x in
V2 = 4 x 2

V2 = 8 Volts

Análise de Circuitos elétricos I 135


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Aplicando os resultados no modelo da superposição:

8Ω 8Ω 8Ω

+- +
V
+- +
V1
+
V2
4Ω 4Ω 4Ω
6V - 3A 6V - - 3A

V = V1 + V2
V=2+8
V = 10 Volts

Exemplo 02:
1) Utilizando o teorema da superposição, encontre o valor de V0.
3Ω 5Ω

+
V0
+-

- 8A 20V

Resposta: V0 = 12V

Aplicando o modelo da superposição:

3Ω 5Ω 3Ω 5Ω 3Ω 5Ω

+
V0
+- +
V1
+- +
V2
2Ω 2Ω 2Ω
- 8A 20V - 20V - 8A

V0 = V1 + V2

Onde:
V1 = Tensão em R2 devido à fonte de tensão
V2 = Tensão em R2 devido à fonte de corrente

Análise de Circuitos elétricos I 136


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Calculando a tensão V1 considerando a fonte de corrente em repouso

3Ω 5Ω Aplicando a 2a LCK:

-20 + 5i + 3i + 2i = 0
-20 + i(5+3+2) = 0
+
V1 i +- -20 + 10i = 0
10i = 20
2Ω i = 2A
- 20V
V1 = 2 x 2
V1 = 4 Volts

Calculando a tensão V2 considerando a fonte de tensão em repouso

3Ω 5Ω Aplicando divisor de corrente:

in = Ric xi
(R1 + R2)
+
V2 i1 = 5 x8
2Ω (5+5)
- 8A
i1 = 4 Amperes

Calculando a tensão:
V2 = R x i
V2 = 2 x 4
V2 = 8 Volts

Aplicando os resultados no modelo da superposição:

3Ω 5Ω 3Ω 5Ω 3Ω 5Ω

+
V0
+- +
V1
+- +
V2
2Ω 2Ω 2Ω
- 8A 20V - 20V - 8A

V0 = V1 + V2
V0 = 4 + 8
V0 = 12 Volts

Análise de Circuitos elétricos I 137


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Exemplo 03:
Utilizando o teorema da superposição, encontre o valor de Vx.

20 Ω

0,1Vx
+
+- Vx
- 4Ω
10V 2A

Resposta: Vx = 12,5V

Aplicando o modelo da superposição:

20 Ω 20 Ω 20 Ω

0,1Vx 0,1Vx1 + 0,1Vx2


+ +
+- Vx Vx1 +- Vx2
- 4Ω - 4Ω
10V 2A 2A 10V 4Ω
-

Vx = Vx1 + Vx2

Onde:
Vx1 = Tensão Vx devido à fonte de tensão
Vx2 = Tensão Vx devido à fonte de corrente

Calculando a tensão Vx1 considerando a fonte de tensão em repouso

20 Ω -Vx1 + 2 – Vx1 + 0,1Vx1 = 0 (x20)


20 4
i1 i2 0,1Vx1
+
Vx1 -Vx1 + 40 – 5Vx1 + 2Vx1 = 0
- -4Vx1 + 40 = 0

2A -4Vx1 = -40

Vx1 = 10 V

Análise de Circuitos elétricos I 138


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Calculando a tensão Vx21 considerando a fonte de corrente em repouso

20 Ω 10-Vx2 + 0,1Vx2 – Vx2 = 0 (x20)


20 4
i1 + i2 0,1Vx2

+- Vx2 10 -Vx2 + 2Vx2 – 5Vx2 = 0


10V 4Ω -4Vx2 + 10 = 0
- -4Vx2 = -10

Vx2 = 2,5 V

Aplicando os resultados no modelo da superposição:

20 Ω 20 Ω 20 Ω

0,1Vx 0,1Vx1 + 0,1Vx2


+ +
+- Vx Vx1 +- Vx2
- 4Ω - 4Ω
10V 2A 2A 10V 4Ω
-

Vx = Vx1 + Vx2
Vx = 10 + 2,5 → Vx = 12,5 V

Exemplo 04:
Utilizando o teorema da superposição, encontre o valor de I.


6Ω 8Ω

+- 4A
+-
16V 12V
I

Resposta: I = 0,75A
Aplicando o modelo da superposição:

2Ω 2Ω 2Ω 2Ω

6Ω 8Ω 6Ω 8Ω 6Ω 8Ω 6Ω 8Ω

I2 I3
+- 4A
I
+- +- I1
+- 4A

16V 12V 16V 12V

I = I1 + I2 + I3
Onde: I1 = Corrente devido à fonte de tensão de 16V
I2 = Corrente devido à fonte de tensão de 12V
I3 = Corrente devido à fonte de corrente

Análise de Circuitos elétricos I 139


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2Ω -16 + 6I1 + 2I1 + 8I1 = 0

-16 + 16I1 = 0

16I1 = 16
I1 = 16
+- I1
16
16V I1 = 1 A

2Ω 6I2 + 2I2 + 8I2 + 12 = 0


6Ω 8Ω
12 + 16I2 = 0
16I2 = -12
I2 I2 = -12
+- 16
12V I2 = -0,75 A

2Ω Aplicando divisor de corrente:


6Ω 8Ω
I3 = 2 x4
2+6+8
I3
4A

I3 = 8
16

8Ω I3 = 0,5A

I3

4A

Aplicando os resultados no modelo da superposição:


2Ω 2Ω 2Ω 2Ω

6Ω 8Ω 6Ω 8Ω 6Ω 8Ω 6Ω 8Ω

I2
+- 4A
I
+- +- I1
+- 4A
I3

16V 12V 16V 12V

I = I1 + I2 + I3
I = 1 – 0,75 + 0,5
I = 0,75A

Análise de Circuitos elétricos I 140


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Exemplo 05:
Utilizando o teorema da superposição, encontre o valor de i0.

4A 1Ω 5i 0
i0 +-


20V
+-
Resposta: I0 = -0,47A

Aplicando os resultados no modelo da superposição:

2Ω 2Ω 2Ω

3Ω 3Ω 3Ω

4A 1Ω 5i 0 4A 5i 01 5i 02
1Ω 1Ω
i0 +- i01 +- i02 +-
4Ω 4Ω 4Ω
5Ω 5Ω 5Ω
20V 20V
+- +-

i0 = i01 + i02
Onde:
i01 = Corrente em R5 devido à fonte de Corrente
i02 = Corrente em R5 devido à fonte de Tensão
Obs.: A fonte dependente de tensão não pode ser anulada
Calculando a corrente i01 considerando a fonte de tensão em repouso

2Ω Aplicando a análise de malhas:

i2 Malha 01:

i1 = 4A
4A 1Ω 5i 01 I01 = i1 – i3
i01 +- I01 = 4 – i3

i1 4Ω Malha 02:
5Ω i3
3(i2-i1) + 2(i2) – 5i01 + 1(i2-i3) = 0
3(i2-4) + 2(i2) – 5(4-i3) + 1(i2-i3) = 0
3i2- 12 + 2i2 – 20 + 5i3 + i2- i3 = 0
6i2- 32 + 4i3 = 0
6i2 + 4i3 = 32 (/2)
3i2 + 2i3 = 16 (eq.1)
Malha 03:

Análise de Circuitos elétricos I 141


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5 (i3-i1) + 1(i3 - i2) + 5i01 + 4(i3) = 0
5 (i3- 4) + 1(i3 - i2) + 5(4 - i3) + 4(i3) = 0
5i3- 20 + i3 - i2 + 20 - 5i3 + 4i3 = 0
5i3 - i2 = 0
i2 = 5i3 (eq.2)

Aplicando a (eq.2) na (eq.1) teremos:


3i2 + 2i3 = 16 (eq.1)
i2 = 5i3 (eq.2)

3(5i3) + 2i3 = 16
15i3 + 2i3 = 16
17i3 = 16
i3 = 16 / 17 → I3 = 0,94A

i01 = (4-i3)
I01 = (4-0,94) → I01 = 3,06A

Calculando a corrente i02 considerando a fonte de corrente em repouso

2Ω Aplicando a análise de malhas:


I02 = – i2
3Ω i1

1Ω 5i 02 Malha 01:
i02 +- 3(i1) + 2(i1) – 5(i02) + 1(i1-i2) = 0
3i1 + 2i1 – 5(-i2) + i1- i2 = 0
i2 4Ω 3i1 + 2i1 + 5i2 + i1- i2 = 0

20V 6i1+ 4i2 = 0
+- I1 = -2/3i2 (eq.1)

Malha 02:

4(i2) -20 + 5(i2) + 1(i2 - i1) + 5(i02) = 0


4i2 -20 + 5i2 + i2 - i1 + 5(-i2) = 0
4i2 -20 + 5i2 + i2 - i1 - 5i2 = 0
5i2 - i1 = 20 (eq.2)

Aplicando a (eq.1) na (eq.2) teremos:

5i2 - (-2/3i2) = 20 (x3)


17i2 = 60 → i2 = 3,53A

i02 = -i2
I02 = -3,53A

Aplicando os resultados no modelo da superposição:

Análise de Circuitos elétricos I 142


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2Ω 2Ω 2Ω

3Ω 3Ω 3Ω

4A 1Ω 5i 0 4A 5i 01 5i 02
1Ω 1Ω
i0 +- i01 +- i02 +-
4Ω 4Ω 4Ω
5Ω 5Ω 5Ω
20V 20V
+- +-

i0 = i01 + i02
I0 = 3,06 + (-3,53)
I0 = -0,47A

Exercícios de fixação:
1) Utilizando o teorema da superposição, Calcule o valor da tensão VAB do circuito abaixo

12 Ω

21A

12 Ω 12 Ω
Resposta: VAB = 15V
A

+- 6Ω
63V 14A
B

2) Utilizando o teorema da superposição, Calcule o valor da tensão V1 e da corrente I1 do


circuito abaixo

I1 3Ω
5V
+- 25V1

+- 1A
+
10V 5Ω
V1
-

Respostas: V1 = -5V e I1 = 10A

3 – Use a propriedade da Linearidade para determinar o valor real de V0 no circuito.

Análise de Circuitos elétricos I 143


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4Ω 2Ω 25 Ω

+
V0 +
5Ω - 40 Ω -
96V
7Ω 3Ω 15 Ω

4 – Use a propriedade da Linearidade para determinar o valor real de V0 no circuito.

4Ω 2Ω 25 Ω

+
V0
5Ω - 40 Ω
6A
7Ω 3Ω 15 Ω

Exercícios Sugeridos ao aluno sobre Linearidade e Superposição:

A seguir é apresentada uma lista de exercícios selecionados da bibliografia aconselhada


para a disciplina. Recomenda-se que todos os exercícios sejam resolvidos.

(livro)
Charles K. Alexander e Matthew N. O. Sadiku (2003). Fundamentos de circuitos elétricos.
Bookman (Central 20, Edição 2000) - Capítulo 4.

Problemas: 4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5, 4.6, 4.6, 4.7, 4.8, 4.9, 4.10, 4.11, 4.12, 4.13,
4.14, 4.15, 4.16.

(livro)
James W. Nilsson e Susan A. Riedel (2003). Circuitos elétricos. LTC Editora. 621.3192
N712c (Central 15, Edição 1999): Capítulo 4.

Problemas 4.83, 4.84, 4.85, 4.86,4.87, 4.88, 4.89, 4.90, 4.91, 4.92

Análise de Circuitos elétricos I 144


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3.3 - Teorema de Thévenin:

Em 1883 M. Leon Thévenin enunciou o seguinte teorema:

“Qualquer estrutura linear ativa pode ser substituída por uma única fonte de tensão Vth
em série com uma resistência Rth”.

Na prática, isso significa que qualquer circuito pode ser representado conforme abaixo:

Rth
A A
CIRCUITO
LINEAR +
_
“A”
Vth
B B

Em muitos casos práticos, um dos elementos do circuito é variável, podendo ser


substituído por outro elemento ou por outro valor (normalmente conhecido como carga).

O Teorema de Thévenin permite substituir toda a estrutura fixa do circuito elétrico por um
circuito equivalente (simplificado).

O teorema de Thévenin afirma que um circuito linear de dois terminais pode ser
substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de tensão Vth e por uma
resistência equivalente Rth,

Onde:
Vth → é a tensão de circuito aberto nos terminais A e B e
Rth → é a resistência de entrada ou equivalente nos terminais quando as
fontes independentes forem desativadas.

Enunciado do Teorema de Thevenin:

“Dado um circuito linear qualquer, separe-o na forma de duas redes A e B conectadas por
fios de resistência nula. Defina a tensão Voc como a tensão do circuito aberto que
apareceria nos terminais de A se B fosse desconectada e, portanto, corrente nenhuma
passasse de A para B. Então todas as correntes e tensões em B ficariam inalteradas se A
fosse desativada e uma fonte de tensão independente Voc com polaridade adequada e
uma resistência equivalente fossem conectada em série com a rede B, tendo a rede A
inativa”.

Análise de Circuitos elétricos I 145


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i Rth
A
CIRCUITO A
+ +
LINEAR + i
DE 2
V CARGA _ V CARGA
TERMINAIS
- -
Vth B
B

Determinação de Vth:

1) Remover a carga do circuito (não fluirá corrente)


2) Determinar VAB que será igual a Vth

Determinação de Rth:

Caso 1) Quando o circuito não possui fontes dependentes:


a - Desligar todas as fontes independentes
b – Determinar a resistência equivalente entre os
pontos A e B (equivalente a Rth)

Caso 2) Quando o circuito possui fontes dependentes:


a – Desligar todas as fontes independentes
b – Aplicar uma fonte de tensão V0 (1V) ou de
corrente I0 (1A) aos termiais A e B
c – Determinar a corrente i0 (fonte de tensão) ou V0
(fonte de corrente)

Exemplo 01:
Considere um circuito resistivo simples, dividido em duas redes, sendo que em A não
temos interesse específico, e B, o resistor de carga no qual estamos interessados:

3Ω 7Ω

+ R LΩ

12V

Rede A Rede B

As linhas tracejadas separam o circuito em duas redes (A e B). A rede A pode ser
simplificada em apenas uma fonte e um resistor.

Análise de Circuitos elétricos I 146


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Podemos simplificar a rede A, se VF for uma fonte real, podemos simplificar a rede A
através de transformações sucessivas de fontes.

3Ω 6Ω R LΩ
4A

Rede A Rede B

Associando as resistências 3Ω e 6Ω em paralelo

2Ω R LΩ
4A

Rede A Rede B

Transformando a fonte de corrente em fonte de tensão:

2Ω 7Ω

+-
R LΩ
8V

Rede A Rede B

Associando as resistências 2Ω e 7Ω em série

Análise de Circuitos elétricos I 147


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+-
R LΩ
8V

Rede A Rede B

Do ponto de vista do resistor de carga RL, este circuito (de Thévenin) é equivalente ao
circuito original.
Do mesmo ponto de vista, o circuito é bem mais simples e podemos facilmente calcular a
corrente que circula pela carga, bem como a potência fornecida a mesma carga.
Ainda é possível observar no circuito equivalente, que a máxima tensão que pode
aparecer em RL é 8V

+-
R LΩ
8V

Rede A Rede B

Uma simples transformação de fonte (de tensão para corrente) permite encontrar a
máxima corrente que irá circular pela carga RL.

Exemplo 02:
Determinar o equivalente de Thévenin e a corrente de carga para RL = 6Ω, 16Ω e 36Ω

4Ω 1Ω

+ RL
12 Ω
32V 2A

Passo 01: Separar o circuito em duas redes (A e B)

Análise de Circuitos elétricos I 148


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A
4Ω 1Ω

+
12 Ω
32V 2A

Passo 02: Determinar tensão de Thevenin Vth


(onde Vth é a tensão de circuito aberto nos terminais A e B)

Aplicando o método da Análise Nodal:

32-Vth – Vth + 2= 0 (x12)


4 12
96 - 3Vth – Vth + 24= 0
120 - 4Vth = 0
Vth = 120 / 4 → Vth = 30V

Passo 03: Determinar resistência de Thévenin Rth (onde Rth é a resistência de entrada
ou equivalente nos terminais quando as fontes independentes forem desativadas.)

A Rth é a resistência vista dos pontos A e B


4Ω 1Ω
(na perspectiva da carga)

12 Ω
Rth = (4//12) + 1
B Rth = 4Ω

Passo 04: Redesenhando o circuito na forma do equivalente de Thévenin e calculando a


corrente para as diversas cargas

A
IL = Vth

Rth+RL
+-
RL IL1 = Vth → IL1 = 30 → IL1 = 3A
30V
Rth+RL1 4+6
B
IL2 = Vth → IL2 = 30 → IL2 = 1,5A
Rede A Rede B
Rth+RL2 4+16

IL3 = Vth → IL3 = 30 → IL3 = 0,75


Rth+RL3 4+36
Exemplo 03:
Encontre o valor de V0 do circuito abaixo utilizando o Teorema de Thévenin:

Análise de Circuitos elétricos I 149


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- + 8V
I1 +
2Ω 6Ω V0
-

2I 1

Resposta: VAB = 16V


Passo 01: Separar o circuito em duas redes (A e B)

Vth Tensão de circuito aberto nos terminais A e B e


1Ω Rth Resistência de entrada ou equivalente nos
terminais quando as fontes independentes
- + 8V forem desativadas.
I1 +
V0
2Ω 6Ω
-

2I 1


Rede A Rede B

Passo 02: Calcular a tensão de Thévenin (Vth) que é a tensão de circuito aberto nos
terminais A e B.

Como o circuito fica aberto entre os pontos de



interesse, não há circulação de corrente entre as
- + 8V duas malhas resultantes, com isto I1 = 0 e a tensão
I1 entre A e B passa a ser o valor da fonte de 8V a qual
2Ω fica em paralelo com V0.

2I 1

Passo 03: Calcular a Resistência de Thévenin (Tth) que é a resistência de entrada ou


equivalente nos terminais quando as fontes independentes forem desativadas.

Análise de Circuitos elétricos I 150


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Determinação de Rth:

Quando o circuito possui fontes dependentes:


A a – Desligar todas as fontes independentes
I1 +
2Ω V0 b – Aplicar uma fonte de tensão V0 (1V) ou de
- corrente I0 (1A) aos terminais A e B
B
2I 1 c – Determinar a corrente i0 (fonte de tensão) ou V0
(fonte de corrente)

Olhando o circuito percebe-se que não irá circular



corrente sobre a resistência de 1 devido ao curto
circuito em paralelo. Com isto tem-se que:
I0 A
I1 +
2Ω V0 1) A corrente I1 é igual a -I0.
-
B 2) A corrente sobre o resistor de 5Ω é igual a I1
2I 1
Se considerarmos a corrente I0=1A, teremos que
5Ω I1 = -1A.
Aplicando a 2a LCK:

2I1 + V0 – 5I1 = 0
1A A -3I1 + V0 = 0
I1 +
2Ω V0 V0 = 3I1
-
B
2I 1 Rth = V / I0
I1
Rth = V / (-I1)
5Ω Rth = -3I1/ I1 → Rth = -3Ω

Passo 04: Reconfiguração do circuito, composto por Vth, Rth e RL

Para calcular o valor de V0, aplica-se a 2a


-3 Ω
A
LCK:
+- +
V0

8V
-
B
RL= -8 - 3I + 6I = 0

-8 + 3I = 0 → I = 8/3

Rede A Rede B V0 = 6I
V0 = 6 x (8/3) → V0 = 16V
Exemplo 04:
Determine o equivalente de Thévenin e a corrente I do circuito abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 151


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A
6Ω 6Ω
I
+ 4Ω 1Ω
12V 2A

Resposta: Vth = 6V Rth = 3Ω I = 1,5A

Passo 02: Determinar tensão de Thevenin Vth (onde Vth é a tensão de circuito aberto
nos terminais A e B)

A
6Ω 6Ω

+ 4Ω
12V 2A

Aplicando Análise de Malhas

A
6Ω 6Ω

+ 4Ω
i1 i2
12V 2A

Trabalhando na supermalha:

-12 + 6i1 + 6i2 + 4i2 = 0


-12 + 6i1 + 10i2 = 0 (eq.1)

Trabalhando no nó:

I1 + 2 – i2 = 0 (isolar i1 por termos interesse em i2)


i1 = I2 - 2 (eq.2)
-12 + 6i1 + 10i2 = 0 (eq.1)
i1 = I2 - 2 (eq.2)

Resolvendo o sistema:

Análise de Circuitos elétricos I 152


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-12 + 6(I2 - 2) + 10i2 = 0
-12 + 6I2 - 12 + 10i2 = 0
-24 + 16I2 = 0
16I2 = 24
I2 = 24/16 I2 = 1,5A

Vth = 4 x 1,5 → Vth = 6V

Passo 03: Determinar resistência de Thévenin Rth (onde Rth é a resistência de entrada
ou equivalente nos terminais quando as fontes independentes forem desativadas.)

A
6Ω 6Ω

Rth é a resistência vista dos pontos Rth = (6+6)//4


A e B (na perspectiva da carga) Rth = 3Ω

Passo 04: Reconfiguração do circuito, composto por Vth, Rth e RL

Calculando o valor de I:
A

I -6 + 3I + 1I = 0
+- -6 + 4I = 0

6V 4I = 6
I = 6/4
B
Rede A Rede B I = 1,5A

Análise de Circuitos elétricos I 153


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3.4 - Teorema de Norton:

Em 1933 E. L. Norton enunciou o seguinte teorema:

“Qualquer estrutura linear ativa pode ser substituída por uma única fonte de corrente I N
em paralelo com uma resistência RN”.

Na prática, isso significa que qualquer circuito pode ser representado conforme abaixo:

A A
CIRCUITO
LINEAR
“A” RN
IN
B B

Dado um circuito linear de 2 terminais A qualquer, calcula-se o equivalente de Norton


entre dois pontos “A” e “B” da seguinte forma:

IN Corrente que passa por um curto-circuito aplicado nos terminais “A” e “B”
RN Resistência de entrada ou equivalente nos terminais quando as fontes
independentes forem desativadas.

i A
CIRCUITO A
+
LINEAR
V CARGA CARGA
DE 2
TERMINAIS
- RN
I tN B
B

Determinação de IN:

1) Remover a carga do circuito e aplicar um curto circuito entre os terminais e determinar


a corrente de curto circuito

IN = ISC

Determinação de RN:

Análise de Circuitos elétricos I 154


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Caso 1) Quando o circuito não possui fontes dependentes:

a – Desligar todas as fontes independentes


b – Determinar a resistência equivalente entre os pontos A e B
(equivalente a Rth)

Caso 2) Quando o circuito possui fontes dependentes:

a – Desligar todas as fontes independentes


b – Aplicar uma fonte de tensão V 0 (1V) ou de corrente I0 (1A)
aos terminais A e B
c – Determinar a corrente i0 (fonte de tensão) ou V0 (fonte de
corrente)

Este Teorema é dual ao Teorema de Thevenin e, na prática, diz que um circuito qualquer
pode ser representado pela transformação da fonte real V th pela fonte real IN

Relação entre os teoremas de Thévenin e Norton:

IN = Vth
Rth

Onde:
Vth = V0c
IN = Isc
Rth = RN = V0c
isc

Exemplo 01:
Determine o equivalente de Norton visto dos terminais A e B do circuito abaixo:


A

2A
+ 5Ω

12V B

Determinação da resistência de Norton RN

Análise de Circuitos elétricos I 155


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RN = (8+4+8) // 5

A
RN = 20//5

5Ω RN = 4Ω
12V B

Determinação da corrente de Norton iN

i1 = 2A

A
-12 + 4(i2-2) + 8i2 + 8i2 = 0

i2 -12 + 4i2 - 8 + 8i2 + 8i2 = 0
2A i1 + 5Ω -20 + 20i2 = 0
12V B 20i2 = 20
i2 = 1A

iN = isc = i2 = 1A

Determinação da corrente de Norton iN (Método 2)

i1 = 2A

-12 + 4(i2-i1) + 8i2 + 5i2+ 8i2 = 0


-12 + 4i2 - 8 + 8i2 + 5i2 + 8i2 = 0
-20 + 25i2 = 0
25i2 = 20
i2 = 20/25A → I2 = 0,8A

Vth = V0c = 5 x 0,8



A
4Ω Vth = V0c = 4V
i2 V 0c
2A i1 + 5Ω
RN = Rth
12V B
8Ω IN = Vth → IN = 4 → IN = 1A
Rth 4

Equivalente de Norton Equivalente de Thévenin

Análise de Circuitos elétricos I 156


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A

A
+-
4Ω 4V
1A
B B

Rede A Rede B Rede A Rede B

Exemplo 02:
Determine o equivalente de Norton visto dos terminais A e B do circuito abaixo:

3Ω 3Ω
A
+
4A 6Ω
15V
B
Respostas: F(i) = 4,5 A RN = 3,0 Ω

Passo 01: Encontrar a resistência de Norton

A RN = (3 + 3) // 6
3Ω 3Ω

RN = 6 // 6

RN = 3Ω
B

Passo 02: Encontrar a corrente de Norton


Analisando a supermalha:
3Ω 3Ω -15 + 3i1 + 3i2 = 0 (eq.1)
A
+ i1 i2 isc
Analisando o Nó (inferior):
4A 6Ω
15V i2 - i1 – 4 = 0
B i1 = i2– 4 (eq.2)
Aplicando a (eq.2) na (eq.1):

-15 + 3i1 + 3i2 = 0


-15 + 3(i2– 4) + 3i2 = 0
-15 + 3i2– 12 + 3i2 = 0

Análise de Circuitos elétricos I 157


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-27 + 6i2 = 0
6i2 = 27
i2 = 27/6 → i2 = 4,5A

Passo 03: Representando o equivalente de Norton


4,5A
B

Rede A Rede B

Análise de Circuitos elétricos I 158


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3.5 - Teorema da Máxima Transferência de Potência:

Este teorema trata da potência máxima que se pode obter de um circuito linear qualquer.

Sabe-se que qualquer circuito linear pode ser representado pelo equivalente de Thévenin,
ou seja:

i Rth
A
CIRCUITO A
+ +
LINEAR + i
V CARGA _ V CARGA
DE 2
TERMINAIS
- -
Vth B
B

Então, pode-se determinar o valor de resistência RL que dissipará a máxima potência da


seguinte forma;

P = i2 . RL
A
R th
-Vth + (Rth + RL).i = 0
+-
i= Vth
RL
Vth (Rth + RL)

B P = i 2 . RL

Rede A Rede B P=[ Vth ]2 . RL


(Rth + RL)2

Considerando Vth e Rth constantes, a equação da potência resulta no gráfico abaixo:

P=[ Vth ]2 . RL P

(Rth + RL)2

RL

O ponto de máximo de uma função é o ponto em que a derivada da função igual a zero e
neste caso se dará quando Rth for igual a RL

P > 0 para 0 < RL < ∞


P = 0 quando RL = 0 e quando RL → ∞
O Ponto de máximo ocorrerá quando:

Análise de Circuitos elétricos I 159


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dPL = 0
dRL

P P = Vth2 . RL → dP = 0
P máx (Rth + RL)2 dRL

R th RL

Relembrando algumas definições de derivada:

y=c → y’ = 0 y = ua → y’ = aua-1

y=u+v → y’ = u’ + v’ y= u → y’ = u’v - uv’


V v2
y = au → y’ = au’

P = Vth2 . RL → dP = 0 → u = RL
(Rth + RL)2 dRL u’ = 1

A máxima transferência de potência ocorre quando a resistência de carga tem resistência


igual à resistência de thévenin do circuito. Logo, o valor da potência máxima que pode ser
dissipada pela carga será:

Se Rth = RL

P = [ Vth ]2 . Rth
(Rth + Rth)2

P = i2 . RL → P = [ Vth ]2 . Rth
(2Rth)2

P = Vth2 . Rth → P = Vth2


4Rth2 4Rth

Exemplo 01:

Análise de Circuitos elétricos I 160


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Determine o valor de RL para haver a máxima transferência de potência à carga RL pelo
circuito.

A
6Ω 3Ω 2Ω
RL
+
12 Ω
12V 2A
B
Resposta: RL = 9Ω

Encontrando o valor da resistência equivalente de thévenin:

A Rth = (6//12) + 3 + 2
6Ω 3Ω 2Ω

Rth = (4) + 5
12 Ω
Rth = 9Ω
B

A máxima transferência de potência ocorre quando o valor da resistência de carga for


igual ao valor da resistência equivalente de thévenin:

Rth = RL = 9Ω

Calcule a potência máxima entregue à carga e as potências quando RL = 2,25Ω, 4,5Ω,


18Ω e 35Ω.

Para isto é necessário achar o valor da tensão equivalente de thévenin.

A
6Ω 3Ω 2Ω

+ i1 i2 Vth
12 Ω
12V 2A
B

-12 + 6i1 + 12 (i1 - i2) = 0 → i2 = -2A


-12 + 6i1 + 12 [i1 - (-2)] = 0
-12 + 6i1 + 12i1 + 24 = 0
12 + 18i1 = 0

Análise de Circuitos elétricos I 161


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18i1 = -12
i1 = -12/18 → i1 = -0,667A

-12 + 6i1 + 3.i2 + Vth = 0


-12 + 6(-0,667)1 + 3.(-2) + Vth = 0
-12 + 6(-0,667)1 + 3.(-2) + Vth = 0
-12 – 4,002 – 6 + Vth = 0
-22,004 + Vth = 0

Vth = 22,004 V

Calculo da potência entregue à carga quando RL = 2,25Ω, 4,5Ω, 18Ω e 35Ω.

Pmáx = Vth2 = 222 = 484 = 13,44W


A 4.Rth 4.9 36
R th = 9 Ω

+- P= Vth2
2
. RL
(Rth+ RL)
RL
Vth = 22V
P2,25Ω = 8,6W
B P4,5Ω = 11,95W
P18Ω = 11,95W
Rede A Rede B P36Ω = 8,6W

Exemplo 02:
Determine o valor da resistência para obter a máxima transferência de potência à carga
RL do circuito, e o valor desta potência transferida.

2Ω 4Ω
A
+ Vx -

+- +
_ RL
9V
3V x
B
Resposta:
RL = 4,220Ω
Pmáx = 2,901W

Calculando o valor da tensão de Thévenin:

Análise de Circuitos elétricos I 162


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2Ω 4Ω
A -9 + 2i + 1i + 3Vx = 0
+ Vx -

+ -9 + 3i + 3Vx = 0 Vx = 2i
-9 + 3i + 3(2i) = 0
Vth -9 + 3i + 6i = 0
+- +
_
i _ -9 + 9i = 0
9V
3V x 9i = 9
B i = 9/9 → i = 1A

-9 + 2i + Vth = 0
-9 + 2(1) + Vth = 0 i = 1A
-9 + 2 + Vth = 0
-7 + Vth = 0 → Vth = 7V

Calculando o valor da resistência de Thévenin: (observar que há uma fonte dependente


no circuito, portanto deve-se colocar uma fonte unitária entre os termiais A e B):

2Ω 4Ω
A 2i + 1 (i - isc) + 3Vx = 0
2i + i - isc + 3Vx = 0
+ Vx -
3i - isc + 3Vx = 0 → Vx = 2i
1Ω 3i - isc + 3(2i) = 0
i i sc + 3i - isc + 6i = 0
+
_ - 9i - isc = 0
3V x
B isc = 9i → i = isc /9

4isc + 1 - 3.(Vx) + (isc – i) = 0


4isc + 1 - 3.(2i) + (isc – i) = 0
4isc + 1 - 6i + isc – i = 0
5isc + 1 - 7i = 0 → i = isc/9
5isc + 1 - 7(isc/9) = 0 (x9)
45isc + 9 – 7isc = 0
38isc + 9 = 0
38isc = -9
isc = -9 / 38 → isc = - 0,237A

Rth = 1 → Rth = 1 → Rth = 4,22Ω


Isc -(-0,237)

PMÁX = Vth2 → PMÁX = 72 → PMÁX = 2,901W


4(Rth) 4.(4,22)

Análise de Circuitos elétricos I 163


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Lista de Exercícios sobre Teorema da Linearidade e Superposição, Teoremas de
Thévenin e Norton.

1) Determine as potências fornecidas pelas fontes do circuito abaixo utilizando Análise de


Malhas.

Resposta: 6Ω
P3ia = 39W
P2V = 852W +V1 -
P21V = -21W 2Ω 3Ω
P-2a = 58W
Ia

21V
3Ia -2A
2V1 5Ω

2) Utilizando Análise de Malhas determine o valor da potência fornecida pela fonte


dependente de tensão do circuito.

Resposta: 840W ix
0,5 Ω
0,2 Ω

ix

2Va 0,1 Ω 4A 5V

3) Utilizando Análise Nodal determine o valor da corrente da fonte dependente do circuito.

Resposta: I = 2,95A

10 Ω

i1 2i1

4Ω 5Ω 10V
4A 5V

4) Determine o valor da tensão sobre a fonte de corrente no circuito abaixo utilizando


Análise de Malhas ou Análise Nodal.

Análise de Circuitos elétricos I 164


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Resposta: -5/26 V
0,5 Ω

2Ω 1V

+
2V V
1Ω 0,5 Ω
2A 1A
1Ω -

5) Utilizando Análise de Malhas ou Análise Nodal determino o valor da potência fornecida


pela fonte dependente de tensão do circuito.
Resposta: P = 250W

Resposta: P3ia = 39W


P2V = 852W 4,5A
P21V = -21W 8/3ix
P-2a = 58W
2Ω 1A 2Ω

ix
1Ω 3Ω 1Ω
10V

6) Utilizando Análise de Malhas ou Análise Nodal determine o valor da potência fornecida


pela fonte dependente de corrente do circuito.

Resposta: 30W

5V

7A 3Ω 2Ω

+ Vx -

+ Va -
5Ω 1V 1,25Vx

7) Utilizando Análise de Malhas ou Análise Nodal determine o valor da tensão sobre a


fonte de corrente do circuito.

Análise de Circuitos elétricos I 165


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Resposta: -3,11V
2A

2Ω 2Ω

2V

8V 4V

8) Calcular o valor da corrente que circula entre os pontos AB quando estes dois pontos
estão ligados por:

a) por um curto circuito


b) por uma resistência de 1/8Ω

Respostas:
4Ω 2Ω
a) por um curto circuito 3Ω 3Ω
IAB = 40/31A
b) por uma resistência de 1/8Ω A B
IAB = 5/4 A

40V 5Ω

9) Determinar o valor das correntes i1 e i2 do circuito abaixo usando a técnica da análise


nodal.

R → i1 = 1,072A e i2 = 2,041 A
10) Utilizando o método da superposição determine o valor da tensão sobre a fonte de
corrente do circuito.

Análise de Circuitos elétricos I 166


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Resposta: -3,11V
2A

2Ω 2Ω

2V

8V 4V

11) Usando o teorema da Superposição, Calcule os valores das tensões V 1, V2 e IX no


circuito abaixo. Qual é o valor da potência absorvida pela resistência de 40Ω?

Respostas: 4Ω 2Ω 25 Ω
V1 = 33V
V2 = 36V
IX = 0,6A e + +
P40Ω = 32,4W
5 Ω V1 40 Ω V2 12 Ω
- - 96V
6A
Ix

7Ω 3Ω

12) Utilizando o teorema da superposição, determine Vab.

Resposta:

Vab = 6V

13) Utilizando o teorema da superposição, determine Vx.

Análise de Circuitos elétricos I 167


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Resposta:

Vx = - 8,57V

14) Utilizando o teorema da superposição, determine Vo.

Resposta:

Vo = 8V

15) Utilizando o teorema da superposição, determine Vx.

Resposta:

Vx = - 0,115V

16) Calcule o valor da corrente I0 no circuito abaixo, após, utilizando a propriedade da


linearidade, calcule quanto valerá a corrente I 0 quando a fonte de tensão mudar para o
valor de 10V

R  I0 = 0,1 A I0’ = 1A
17) Utilize a propriedade da Linearidade para encontrar o valor real de I 0 no circuito
abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 168


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R I0 = 1,5A

18) Utilizando o teorema da linearidade, determine:

a. Vo e Io quando vs = 1V.
b. Vo e Io quando vs = 10V.
c. Vo e Io se todos os resistores forem substituídos por resistores de 10Ω e vs=
10V.

Respostas
a) Vo = 0,5V, Io = 0,5A
b) Vo = 5V, Io = 5A
c) Vo = 5V, Io = 0,5A

19) Assuma Vo = 1V e usando o teorema da linearidade determine o valor real de Vo.

Resposta:

Vo = 4,5V

20) Determine o circuito equivalente de THÉVENIN e o circuito equivalente de NORTON


do ponto de vista dos terminais AB do circuito e após determine a máxima potência que
este circuito pode fornecer a uma carga RL conectada entre os pontos AB

Análise de Circuitos elétricos I 169


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Resposta:
Tensão deThévenin VTH = 2V
A
Resistência de Thévenin: RTH = 2Ω 6Ω
Corrente de Norton IN = 1A 3Ω
Resistência de Norton: RN = 2Ω 4A
Máxima potência: PMAX = B
0,5W 12 Ω 12 Ω
7Ω 30V

21) Determine o equivalente de Thévenin entre os terminais a e b.

Respostas:

Vth = 0V,
Rth = 31,72Ω

22) Determine o equivalente de Thévenin entre os terminais a e b.

Respostas:

Vth = 10V
Rth= 10Ω

23) Obtenha os circuitos equivalentes de Thévenin e de Norton nos terminais a-b para o
circuito abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 170


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R RTH = 10Ω Vth = 166,67 V RN = 10Ω Isc = 16,667A

24) Determine o circuito equivalente de THÉVENIN e o circuito equivalente de NORTON


do ponto de vista dos terminais AB do circuito:

Resposta:
Tensão deThévenin VTH = 18V 4Ω 2ix
Resistência de Thevenin: RTH = 2,8Ω A
Corrente de Norton IN = 6,429A 10 Ω
Resistência de Norton: RN = 2,8Ω
10V ix
B

3Ω 5A

25) Determine o equivalente de Thévenin e de Norton entre os terminais a e b:

Respostas:

Rth = 10 Ω, Vth = 166,7V


RN = 10 Ω, IN = 16,67A)

26) Determine o equivalente de Thévenin e de Norton entre os terminais (a e b) e entre


os terminais (c e d)

Respostas:
entre os terminais a e b;
(Rth = 2Ω, Vth=14V) e
(RN = 2 Ω, IN=7A)
entre os terminais c e d;
(Rth =1,5 Ω, Vth = 19V) e
(RN =1,5 Ω, IN = 12,67A)
27) Determinar o circuito equivalente de NORTON do ponto de vista dos terminais AB e
depois calcule as potências absorvidas pela resistência R para os seguintes casos:
R = 1Ω, R = 2Ω, R = 3Ω. R = 4Ω e R = 5Ω

Análise de Circuitos elétricos I 171


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Resposta: A
Corrente de Norton IN = 6A

Resistência de Norton: RN = 3Ω 30V R
ix
B

3Ω 4,5 Ω
2Va +Va -
ix

24V 4Ω

28) Determine o valor da máxima potência fornecida à carga R L no circuito abaixo.

Resposta: PMAX = 50W 3Ω

V1 /2
+

V1 1,5 Ω RL
4A -

29) Encontre a máxima potência que pode ser entregue ao resistor R no circuito na Figura
abaixo.

R Pmax = 625mw

30) Calcule a máxima transferência de potência que pode ser fornecida pelo circuito
abaixo a uma carga (Rl) ligada em seus terminais A e B.

Análise de Circuitos elétricos I 172


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3 Resposta: P = 3,44W

A
4A + V1/2
V1
- 1,5 RL
B

31) No circuito abaixo, considere R X = 2Ω e calcule o valor da potência que esta


resistência absorve. Após, substitua R X pela resistência que absorve a máxima potência
e calcule este valor da máxima potência.

Respostas: P2Ω = 0,5W


PMAX = 0,78W 6Ω -3ix

5/4 Ω

ix

10V
1Ω Rx=

32) Determine o valor da máxima potência fornecida à carga R L no circuito abaixo.

Resposta: PMAX = 50W 3Ω

V1 /2
+

V1 1,5 Ω RL
4A -

33) Calcule o valor da máxima potência que pode ser transferida pelo circuito a uma carga
ligada em seus terminais AB.

Análise de Circuitos elétricos I 173


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Resposta: PMAX = 3,44W 8Ω 5Ω 4Ω A
+V 1 -

4V V1

i1 2i1
B

34) Determinar a máxima potência fornecida pela carga RL no circuito abaixo.

Resposta: PMAX = 4,875W 13V


-
1
V
1Ω + 2Ω

2/3V 1 RL
2A 2Ω
0,5 Ω

Análise de Circuitos elétricos I 174


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5. Análise de circuitos em CA

5.1 Números complexos


Os números complexos surgiram devido à necessidade de se representar as raízes
quadradas de números negativos, que não fazem parte do conjunto dos números reais.
Foi feita a seguinte consideração sobre a unidade imaginária j:

j= √−1
2
ou j =−1
Usa-se a letra j para evitar confusão com a corrente, expressa pela letra i

√− X √−1× √ X j× √ X
= =
Em que x é um número real qualquer.
Exemplos:

√−4 = √−1 ⋅ √ 4 = j⋅2 3 2


j = j ⋅j = (−1)⋅j = − j
√−5 = √−1 ⋅ √ 5 = j⋅√ 5 4 2 2
j = j ⋅j = (−1)⋅(−1) = 1
√−9 = √−1 ⋅ √ 9 = j⋅3 5 2 2
j = j ⋅j ⋅j = (−1)⋅(−1)⋅j = j
Formas de representação de um número complexo:

1 - Forma Cartesiana
2 - Forma Polar
3 - Forma Trigonométrica

É muito importante aprender sobre essas três maneiras de representação para facilitar
quando da realização de operações básicas envolvendo os números complexos.

Forma Cartesiana:


Z =a+ jb
Onde: Imaginário (Im)


Z Número complexo
b

a
Parte Real
jb
Parte imaginária
0 a Real (Re)

O plano cartesiano para representar um número complexo Z possui:


- Um eixo real (abscissa), onde é localizada a parte real a; e

Análise de Circuitos elétricos I 175


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- Um eixo imaginário, onde é localizada a parte imaginária b,

Exemplos:


Z 1=4+ j 6 Imaginário (Im)


Z 2=20+ j 9 b


Z 3= j 8 Parte Real igual a zero

Z

Z 4=−3 Parte imaginária igual a Zero
0 a Real (Re)

Forma Polar:


Z=Z
Φ

onde:

Zéo Módulo do número complexo ⃗


Z
 é o Argumento, ângulo ou fase do número complexo ⃗
Z
Em graus

O módulo do número complexo ⃗


Z é igual ao tamanho do segmento da reta ( 0Z )

O ângulo  deve ser medido tomando-se como referência a parte positiva do eixo real e o
sentido anti-horário como positivo

Imaginário (Im)

b ⃗
Z
Z

0 a Real (Re)

Exemplos:

Análise de Circuitos elétricos I 176


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Imaginário (Im)

Z 1 =10
30
b

Z 2 =3
−90


Z 3 =13
120

0 a Real (Re)

Forma Trigonométrica:
Observe o triângulo retângulo formado pelos catetos a e b e pela hipotenusa Z

Utilizando as funções seno e cosseno, é possível representar os catetos em função do


ângulo  e da hipotenusa do triângulo

a=Z cos(Φ) Imaginário (Im)

b ⃗
Z
e

b=Z sen(Φ) Z

0 a Real (Re)

Um número complexo pode ser representado na forma trigonométrica como segue:


Z=Z⋅(cos Φ+ j sen Φ)
Esta expressão é utilizada para realizar a transformação de um número complexo na
forma polar para a forma cartesiana

Exemplo:
Transforme os números complexos apresentados da forma polar para a forma cartesiana:


Z 1 =10
30
10⋅(cos 30 + j sen 30) 8,66+ j 5


Z 2 =4
−60
4⋅(cos−60+ j sen−60) 2− j 3,46


Z 3 =13
180
13⋅(cos 180+ j sen 180) −13
Transformação de números representados na forma cartesiana para a forma polar:

É realizada calculando-se o módulo Z e o ângulo a partir de sua parte real (a) e de sua
parte imaginária (b) – utilizar o teorema de Pitágoras

Análise de Circuitos elétricos I 177


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|b|
⃗ Z 1= √ a +b
2 2
Z 1 =a+ jb → → Φ=arctan
|a|
Atentar para o quadrante em que se encontra o segmento 0Z.

O cálculo do ângulo precisa ser corrigido para que o seu valor tenha como referência
sempre a parte positiva do eixo real

Exemplo:
Transforme os números complexos apresentados da forma cartesiana para a forma polar:

1) ⃗
Z 1 =2+ j 6 (Im)

0 2 (Re)

Z 1= √ a +b Z 1= √ 2 +6 =6,32 ⃗
2 2 2 2 71,57
→ → Z 1 =6,32

|b| |6| 0
Φ=arctan → Φ=arctan =71,57
|a| |2|

2) ⃗
Z 2 =−4+ j 7 (Im)

-4 0 (Re)

Z 1= √ a +b Z 1= √(−4 )+7 =8,06


2 2 2 2

|b| |7| 0
Φ=arctan → Φ '=arctan ( )=60,26
|a| |−4|

Análise de Circuitos elétricos I 178


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Observar que o ângulo encontrado não se encontra no (Im)
primeiro quadrante e sim no terceiro quadrante
7

’
-4 0 (Re)

O ângulo na forma polar deve fazer referência com a parte positiva do eixo real.

(Im)

7
’ = 60,260

’
-4 0 (Re)

Sempre que o número complexo estiver localizado no segundo, terceiro ou quarto


quadrante, deve-se analisar o plano cartesiano e efetuar a correção, indicando o ângulo
referindo-se a parte positiva do eixo real.

(Im)
 = 1800 - 60,260
7

 = 119,740 

-4 0

Z 2 =8,06
119,74

(Im)

-3 0
(Re)


Z 3=−3− j 8
8

|b|
Φ '=arctan
Z 1= √ a +b
2 2
|a|

|−8| 0
Φ '=arctan =69,44
Z 1= √(−3 )+(−8 )=8,54
2 2
|−3|

Análise de Circuitos elétricos I 179


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(Im)

-3 0
Observar que o ângulo encontrado se
(Re)
encontra no terceiro quadrante
’
8

Analisando o plano cartesiano e efetuando a correção, do ângulo referindo-se a parte


positiva do eixo real.
(Im)
 = 180 + 60,44
0 0

-3 0

 = 249,440 (Re)

’

Z 3 =8,54
249,44
8
(Im)

0 4

Z 4=4− j 6 (Re)

6
|b|
Z 1= √ a +b Φ '=arctan
2 2
|a|
|−6|
Z 1= √(4 )+(−6 )=7,21
0
2 2
Φ '=arctan =56,31
|4|
(Im)

Observar que o ângulo encontrado se 0 4


encontra no quarto quadrante
’ (Re)

Analisando o plano cartesiano e efetuando a correção, do ângulo referindo-se a parte positiva do


eixo real.

Análise de Circuitos elétricos I 180


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(Im)
 = 3600 - 56,310

 = 303,690 0 4
(Re)
⃗ 303,69 ’
Z 4=7,21
6

Operações utilizando números complexos:

Soma: Somam-se separadamente as partes reais e as partes imaginárias.


Z 1 =4− j 5 ⃗
Z 2 =−2− j 3 ⃗
Z 3 =−1+ j 3


Z 1 +⃗
Z 2=[ 4+(−2)]+ j[(−5)+(−3)] ⃗
Z 1 +⃗
Z 1=2− j 8

Z 2 +⃗
Z 3=[−2+(−1)]+ j[(−3)+(3)] ⃗
Z 2 +⃗
Z 3=−3

Subtração: Subtraem-se separadamente as partes reais e imaginárias.


Z 1 =4− j 5 ⃗
Z 2 =−2− j 3 ⃗
Z 3 =−1+ j 3


Z 1 −⃗
Z 3=[ 4−(−1)]+ j[(−5)−(3)] ⃗
Z 1 +⃗
Z 1=2− j 8

Z 1 −⃗
Z 2=[ 4−(−2)]+ j[(−5)−(−3)] ⃗
Z 1 +⃗
Z 1=2− j 8

Multiplicação: Multiplicam-se os módulos e somam-se os ângulos.


Z 1 =10
30 ⃗
Z 2 =5
120 ⃗
Z 3 =7
−90


Z 1⋅⃗
30
Z 2=10 ×5
120 ⃗
Z 1⋅⃗
30
Z 3=10 ×7
−90


Z 1⋅⃗
Z 2=10×5
(30+120)

Z 1⋅⃗
Z 3=10×7
(30−90)


Z 1⋅⃗
Z 2=50
150 ⃗
Z 1⋅⃗
Z 3=70
60

Divisão: Dividem-se os módulos e subtraem-se os ângulos.


Z 1 =10
30 ⃗
Z 2 =5
120 ⃗
Z 3 =7
−90

Análise de Circuitos elétricos I 181


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Z 3 7(−90−120)

Z 1 10(30−120) =
= ⃗
Z2 5

Z2 5

Z3

Z 1 90 =1,4210
=2 ⃗
Z2

Z2

Exercícios de fixação:
1) Transforme os números complexos a seguir da forma cartesiana para a forma polar:


Z 1 =−3

Z 2 =−2+ j 5

Z 3 =−2− j 4

Z 4=− j 8

2) Transforme os números complexos a seguir da forma polar para a forma cartesiana:


Z 5 =10
90


Z 6 =4
60


Z 7 =2
120


Z 8 =9
210

3) Realize as seguintes operações envolvendo números complexos:


Z5+ ⃗Z6
−⃗Z 3 +⃗
Z8

Z2

Z3


Z 4×(−⃗
Z 5)

Análise de Circuitos elétricos I 182


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Sinais Senoidais

Objetivo: Representação de um sinal senoidal na forma matemática e no diagrama


fasorial

v (V)

Vp

0 π/2 π 3π/2 2π
ω t(rd)

-V p

Ciclo: Repetição de um sinal senoidal entre dois pontos (2π)


Período: Tempo que um sinal periódico leva para completar o ciclo (16,67ms)
Frequência: No de ciclos realizados durante um segundo (60Hz)

Velocidade ou frequência angular mede a variação do ângulo θ de um sinal senoidal em


função do tempo e é representada por ω (rd/s)

θ =ω⋅t
1
Quando t = T → θ =2⋅Π → Como: f= → ω =2⋅Π⋅f
T
Valor de pico Vp: É o máximo valor que um sinal pode atingir
Valor de pico a pico Vpp É a amplitude total entre os pontos de máximo positivo e
negativo de um sinal periódico

V pp =2⋅V p

Valor médio Quando considerado um período inteiro é igual a zero


(resultante entre o somatório dos valores instantâneos dos
semiciclos positivo e negativo)

V m=0 volt

Analisando apenas os semiciclos positivos: V m=0,637 V p

Valor Eficaz (rms) Valor no qual uma resistência dissipará a mesma potência
média em ambos os tipos de alimentação, tanto em tensão
alternada quanto com tensão contínua.

Análise de Circuitos elétricos I 183


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Vp
V ef = =0,707 V p
√2
Exemplo: Calcular o valor eficaz de uma tensão cujo valor de pico é:

1) 311,127V v = 220v
2) 220,000V v = 127v

Fase Inicial: A fase incial θ0 de um sinal senoidal representa o seu


deslocamento angular em relação à origem, ou seja:
ω t=0 rd
v (V) Sinal senoidal adiantado de π/6 radianos em
relação a origem.
Vp

Convenção:

0 π/2 π 3π/2 2π Sinal adiantado: θ0 é positivo


ω t(rd)
Sinal atrasado: θ0 é negativo
θ0

-V p

Representação matemática de um sinal senoidal em função do tempo:

V (t )=V p sen(ω t +θ 0 )V
θ 0 >0 Sinal adiantado (inicia antes)
θ 0 <0 Sinal atrasado (inicia depois)
v (V)

Vp

π/2 π 3π/2 2π
0 ω t(rd)

θ0
-V p

Sinal senoidal atrasado de 300 (π/6) em relação a origem


a) Representar matematicamente as tensões abaixo em função do tempo:

Análise de Circuitos elétricos I 184


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v (V) V (t )=V p sen(ω t +θ 0 )V
311,1V

V (t )=311,1 sen(ω t+ Π )V
6
0 π/2 π 3π/2 2π
ω t(rd)

θ0

-311,1V

b) Representar matematicamente as tensões abaixo em função do tempo:

v (V) V (t )=V p sen(ω t +θ 0 )V


179,6V
V (t )=179,6 sen(ω t− Π )V
6

0 π/2 π 3π/2 2π
ω t(rd)

θ0
-179,6V

Uma senóide pode ser expressa em termos de seno ou cosseno:

sen( A±B)=sen( A)cos( B)±cos( A) sen(B)


cos( A± B)=cos( A)cos( B)∓sen( A) sen( B)
Transformando a forma seno para cosseno e vice-versa:

sen(ω t±90)=±cos(ω t )
cos(ω t ±90)=∓sen(ω t )
Pode-se somar duas senoides de mesma frequência quando uma se encontra na forma
seno e a outra na forma de cosseno

A⋅cos(ω t )+B⋅sen(ω t)=C⋅cos(ω t−θ )


B
C=√( A + B )
2 2 2
e θ =arctan( )
A

Calcule a soma das seguintes senoides:

0
3⋅cos(ω t )−4⋅sen(ω t )=5⋅cos(ω t +53,13 )

Análise de Circuitos elétricos I 185


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Determine a amplitude, a fase, o período e a frequência da senoide:

0
v (t )=12⋅cos (50 t +10 )
Amplitude: A = 12
Fase: Φ = 100
Frequência angular: ω = 50 (rad/s)
Período: T = 2π/ω → T = 0,1257 (s)
Frequência: f = 1/T → f = 7,958 (Hz)

Calcule o ângulo de fase entre:

0 0
V 1=−10⋅cos(ω t +50 ) e V 2=12⋅sen(ω t−10 )
0 0 0 0
V 1=−10⋅cos(ω t +50 )=10⋅cos(ω t+50 −180 )=10⋅cos(ω t −130 )
0 0 0 0
V 2=12⋅sen(ω t−10 )=12⋅cos(ω t −10 −90 )=12⋅cos(ω t −100 )
0
V 1=10⋅cos(ω t−130 )
0
V 2=12⋅cos(ω t−100 )
Portanto, V2 está adiantado de 300 em relação a V1

Análise de Circuitos elétricos I 186


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5.2 Fasores e Diagrama Fasorial:

Objetivo: Representação de um sinal senoidal na forma fasorial

Fasor:
Vetor girante, de amplitude igual ao valor de pico (Vp) do sinal, girando no sentido anti-
horário com velocidade angular ω

Tensão e corrente: São fasores, pois são girantes V (θ )


Impedância: Não é fasor, pois não é girante P ω

Vp
Função
senoidal θ0
0

Ângulo θ0: Medido em relação a parte positiva do eixo horizontal do diagrama fasorial.
No sentido anti-horário, θ0 é positivo (adiantado em relação ao instante t=0s
No sentido horário, θ0 é negativo (atrasado em relação ao instante t=0s
Projeção do segmento 0P no eixo vertical é uma função seno e reproduz a
tensão senoidal V(t) ou V(θ)

Com as duas representações na mesma escala, a prolongação de uma linha paralela ao


eixo horizontal do ponto da intersecção entre o eixo senoidal e o eixo vertical até o
diagrama fasorial irá concidir com o P do fasor.

Análise de Circuitos elétricos I 187


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v (V)
V (θ)
Vp
P ω

Vp
θ0
0 π/2 π 3π/2 2π 0
ω t(rd)

θ0

-Vp

A forma polar se relaciona com o diagrama fasorial (módulo e ângulo). A representação de


um fasor baseia-se na identidade de Euler:

( jΦ)
e =cos(Φ)+ j⋅sen(Φ)

A identidade de Euler é uma representação de Z em termos de suas coordenadas.

( j Φ) ( j Φ)
cos(Φ)=R e⋅(e ) e sen(Φ)= I m⋅(e )

Dada a senoide V (t)=V m cos (ω t +Φ) pode-se representá-la:

j (ω t+Φ)
V (t )=R e (V m e )
jΦ jω t
V (t )=R e (V m e e )
V (t )=R e (V e j ω t ) V é a representação fasorial da cosenóide v(t)

V =V m e = V m Φ

Análise de Circuitos elétricos I 188


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Dada a senoide V (t)=V m sen(ω t+Φ) pode-se representá-la:

j(ω t +Φ)
V (t )=I m (V m e )
jΦ jω t
V (t )=I m (V m e e )
jω t
V (t )=I m (V e ) V é a representação fasorial da senoide v(t)

V =V m e = V m Φ

Um fasor é a representação complexa da magnitude e da fase de uma senoide, também


pode ser considerado um equivalente matemático de uma senoide com a dependência do
tempo DESCONSIDERADA.

jΦ Φ
V (t )=R e (V e j ω t ) → V =V m e = Vm

Para que o fasor corresponda à senoide, primeiramente, se expressa a senoide em forma


de seno, de modo que a senoide possa ser escrita como a parte imaginária de um número
complexo.

Exemplo: Desenhe o diagrama fasorial e escreva a representação fasorial correspondente


na forma complexa polar dos sinais senoidais a seguir:

V (t )=10 cos(ω t + Π )V V (θ )

3 ω

V (t )=10 sen(ω t+ Π + Π )V
10

3 2 600
0
sen (ω t±90)=±cos( ω t )

j(5 Π ) 5Π
6 6
V =10 e → V =10
Exemplo: Desenhe o diagrama fasorial e escreva a representação fasorial correspondente
na forma complexa polar dos sinais senoidais a seguir:

V (t )=18 cos(ω t− Π )V V (θ )

6 ω

V (t )=18 sen(ω t− + Π )V
Π
6 2 300
0
sen (ω t±90)=±cos( ω t ) 18

jΠ Π
3 3
V =18 e → V =18
Exercício: Transforme as seguintes senoides em fasores:

Análise de Circuitos elétricos I 189


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0
1) i=6 cos(50 t−40 ) A
0
2) v=−4 sen(30 t +50 )V
0
3) v =7 cos(2 t+ 40 )V
0
4) i=−4 sen(10 t +10 ) A
Obs.: Lembrar das transformações: sen (ω t±90)=±cos( ω t ) e cos( ω t±90)=∓sen( ω t )

Aplicação das representações fasoriais em circuitos elétricos envolvendo elementos


passivos R, L e C. Para isto é necessário transformar a relação tensão / corrente do
domínio do tempo para o domínio fasorial para cada elemento. (assumir a convenção
passiva de sinal).

Resistência
Simbologia: R
Unidade de Grandeza: Ohms (Ω)
i(t)

Expressão gráfica

+ v(t) -

Resistor: Se a corrente através de um resistor é I, a tensão sobre ele é dada pela lei de
Ohm como sendo:
v =R⋅i = R⋅I m⋅sen( ω t +Φ)

E a forma fasorial dessa tensão é:


V = R⋅I m Φ

A Representação fasorial da corrente I é: (Im)

V
I = Im Φ
I
Donde se tira que a tensão é:

V = R⋅I 0 (Re)

Diagrama Fasorial para o resistor

Demonstrando que a relação tensão corrente para um resistor no domínio fasorial


obedece a Lei de Ohm, tanto no domínio do tempo quanto no domínio da frequência, e
que a tensão e a corrente se encontram em fase.

Apresentação das relações tensão / corrente para o resistor:

Análise de Circuitos elétricos I 190


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i I

R R
v V

v = R.i V = R.I
Relação tensão-corrente para Relação tensão-corrente para
um resistor no domínio do tempo um resistor no domínio da frequencia
Sadiku, 311

Indutância:
Simbologia: L
Unidade de Grandeza: Henry (H) ou milihenry (mH)

i(t)

Expressão gráfica:
+ v(t) -

Vamos assumir que a corrente através de um indutor seja i(t)

i(t)=I m sen (ω⋅t +Φ)

Definido i(t), pode-se calcular a tensão sobre o indutor:

L⋅di
v= = L⋅ω⋅I m cos (ω⋅t+Φ)
dt
Lembrando-se da trigonometria que cos A = sen (A+90 0), podemos escrever a tensão
como sendo:
0
v = ω⋅L⋅I m sen (ω⋅t +Φ+90 )
Sadiku, 311

0
Transformando a expressão v = ω⋅L⋅I m sen (ω⋅t +Φ+90 ) em fasor, obtém-se:
0
j(Φ+90 )
V = ω⋅L⋅I m e
0
jΦ j 90
V = ω⋅L⋅I m e e
0

V = ω⋅L⋅I m Φ e j 90
Φ
mas Im = I

Análise de Circuitos elétricos I 191


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±jΦ
A partir da identidade de Euler: e = cos Φ± jsenΦ
0
j 90
obtém-se: e = j

Então: V = j⋅ω⋅L⋅I
Sadiku, 311

A expressão V = ω⋅L⋅I demonstra que a tensão tem magnitude ωLI e a fase de Φ


+ 900. Desta forma, a tensão e a corrente estão defasadas de 90 0. Mais precisamente, a
corrente está atrasada de 900 em relação a tensão.

(Im)
ω
V
I
Φ

Diagrama Fasorial para o indutor: I está atrasado em relação a V por 90 0 (Sadiku, 311/312)

Apresentação das relações tensão-corrente para o indutor:

i I

L⋅di
L
v= L
v= j⋅ω⋅L⋅I
dt
v V

Relação tensão-corrente para Relação tensão-corrente para


um indutor no domínio do tempo um indutor no domínio da frequencia

Associação de indutores:

Em série: → Leq = L1 + L2 + L3 +...+L n

1 1 1 1 1
Em paralelo: → = + + +...+
Leq L1 L2 L3 Ln

Análise de Circuitos elétricos I 192


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Capacitância:
Simbologia: C
Unidade de Grandeza: Faraday (F)
i(t)

Expressão gráfica:

+ v(t) -

Assumindo o valor de v(t) abaixo , pode-se calcular a corrente através do capacitor:

dv
v (t )=V m sen (ω⋅t +Φ) i=C⋅
dt
Desenvolvendo um raciocínio análogo ao realizado para o indutor, obtém-se:

I
I = j⋅ω⋅C⋅V ou V =
j⋅ω⋅C
A expressão obtida demonstra que a tensão e a corrente estão defasadas de 90 0. Mais
precisamente, a corrente está adiantada de 90 0 em relação a tensão.

Apresentação das relações tensão / corrente para o capacitor:

i I

C⋅dv
i= I= j⋅ω⋅C⋅V
dt
C C
v V

Relação tensão / corrente para Relação tensão / corrente para


um capacitor no domínio do tempo um capacitor no domínio da frequencia

Sadiku, 312
Associação de Capacitores:

1 1 1 1 1
Em série: → = + + +...+
C eq C 1 C 2 C 3 Cn

Em paralelo: → C eq =C 1 +C 2 +C 3 +...+C n

Resumo:

Análise de Circuitos elétricos I 193


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Abaixo estão apresentadas as relações tensão / corrente:

Elemento Domínio do tempo Domínio da Frequência

Resistor (R) v = R⋅i V = R⋅I

L⋅di
Indutor (L) v= V = j⋅ω⋅L⋅I
dt
Elemento Domínio do tempo Domínio da Frequência

C⋅dv I
Capacitor (C) i= V =
dt j⋅ω⋅C

Exemplo de associação de elementos indutor e capacitor

1) Associar todos os capacitores e indutores no circuito apresentado abaixo


1H

3H 6H
A

2F 4F 6F

Resposta: O circuito apresentado fica inalterado uma vez que não há possibilidade
alguma de se fazer associações de capacitores com capacitores e de indutores com
indutores.

2) Calcular o valor da tensão VAB no circuito apresentado abaixo

4H 6Ω A 7H

8Ω 1F 2F
3F
0,1  F 0,1  F
2H
4A

+
2Ω -
5H 3V
1H 2H
B

Análise de Circuitos elétricos I 194


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O circuito apresentado é alimentado por fontes de corrente contínua, portanto o capacitor
se comportará como um circuito aberto e o indutor se comportará como um curto circuito.

6Ω A



4A
4A
+ 2Ω
2Ω -
3V
B

VAB = R.i → VAB = 4 . 2 → VAB = 8v

3) A tensão v(t) é aplicada em um indutor de 0,1H. Encontre a corrente de regime


permanente através do indutor:

0
v (t ) = 12⋅sen(60⋅t +45 )
Para o indutor, V=jωLI, em que ω = 60 rad/s e V = 12 45 então:

0 0
V 12 45 12 45 0
I = → I = → I = → I = 2 −45
j⋅ω⋅L j⋅60⋅0,1 6 900
0
i(t) = 2⋅sen(60⋅t−45 ) A
Relações tensão-corrente obtidas para os três elementos:

I
V = R⋅I V = j⋅ω⋅L⋅I V =
j⋅ω⋅C
Reescrevendo as equações em função da razão entre o fasor tensão e o fasor corrente:

V V 1 V
R = j⋅ω⋅L = =
I I j⋅ω⋅C I
Destas três expressões, obtém-se a lei de Ohm na forma fasorial para qualquer tipo de
elemento;
V
z =
I
Onde Z é uma quantidade dependente da frequência, conhecida como impedância e
medida em ohms (Ω)

Z L = j⋅ω⋅L Reatância indutiva XL

Análise de Circuitos elétricos I 195


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j
ZC = − Reatância Capacitiva XC
ω⋅C
Analisando as expressões de reatâncias, para os extremos da faixa de frequências:

Z L = j⋅ω⋅L Se ω = 0, ZL = 0 Curto circuito

j
ZC = − Se ω = 0, ZL = ∞ Circuito aberto
ω⋅C
Z L = j⋅ω⋅L Se ω = ∞, ZL = ∞ Circuito aberto

j
ZC = − Se ω = ∞, ZL = 0 Curto circuito
ω⋅C

Análise de Circuitos elétricos I 196


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Reatância e Impedância:

A impedância é uma grandeza complexa e pode ser expressa na forma retangular:

→ R = Re(Z) → Resistência

Z = R+ j⋅X → X = Im(Z) → Reatância


A reatância pode ser positiva ou negativa, sendo:

Indutiva quando X é positiva (ou atrasada)


Quando a corrente é atrasada em relação a tensão

Capacitiva quando X é negativa (ou adiantada)


Quando a corrente é adiantada em relação a tensão

A impedância, resistência e reatância são todas medidas em ohms (Ω), e pode também
θ
ser expressa na forma polar → Z = Z

Comparando as formas polar e retangular da impedância, conclui-se que:


θ
Z = Z = R+ j⋅X

X
em que: |Z| = √ R2 + x
2
e θ = arctan
R
e R = |Z|cos(θ ) e X = |Z|sen(θ )
sabendo que: Z = Impedância:
R = Resistência
(XL – XC) = Reatância

1
Z = R+ j⋅X → Z = R+( j⋅ω L+ )
jω C
j
Z = R+( j⋅ω L− )
ωC

então Z = R+ j⋅( X L− X C )

Análise de Circuitos elétricos I 197


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Transformação estrela–triângulo aplicado para impedâncias:

Exemplo 01:
Encontre os valores de V(t) e i(t) no circuito apresentado abaixo:

Análise de Circuitos elétricos I 198


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+ v
- 0,1F
Vs = 10sen(4t)

Vs = 10sen(4t) A impedância é:

ω = 4 e Φ = 00 1 1
Z = R + → Z = 5 +
j ω⋅C j4⋅0,1
Vs = 10 0 V
Z = 5 − j⋅2,5 Ω

A corrente circulando no circuito é:

V 10 0
0
I = s → I =
Z 5− j 2,5

Para realizar a operação de divisão, é necessário converter o denominador em


coordenadas polares

M = √ a2 + b
2
→ M = √ 52 + (−2,5)
2
→ Z = 5,590

b (−2,5)
θ = arctan → θ = arctan → θ = −26,5650
a 5

aplicando este valor na equação do cálculo da corrente:

Vs 10 00 10 0−(−26,565 0)
I = → I = 0 → I =
Z 5,590
[−26,565 ]
(5,590)
0
26,565
I = 1,789 A

Cálculo da tensão sobre o capacitor:

Análise de Circuitos elétricos I 199


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0
(26,57 )
I (1,789 )
V C = I⋅Z C → VC = → VC =
jω C ( j 4×0,1)
0 0
(26,57 ) (26,57 )
(1,789 ) (1,789 ) 0
(−63,43 )
VC = → VC = → V C = 4,47 V
( j 0,4)
0
(90 )
(0,4 )

Escrevendo I e V no domínio do tempo, a resposta é:

V / i (t)
i(t) = 1,789 sen(4t + 26,570) A
V(t)

v(t) = 4,47 sen(4t - 63,430) V i(t)

t(s)

Observe que i(t) está adiantada de 900 em relação a v(t), como esperado.

Exemplo 02:
Determine os valores de v(t) e i(t) no circuito apresentado abaixo:

+
+ v
-
Vs = 5sen(10t)
0,2HF -

Vs = 5sen(10t) A impedância é:

ω = 10 e Φ = 00 Z = R + j ω⋅L → Z = 4 + j10⋅0,2

Vs = 5 0 V Z = 4 + j⋅2

A corrente circulando no circuito é:


0
Vs 5 (0 )
I = → I =
Z 4+ j 2

Para realizar a operação de divisão, é necessário converter o denominador em


coordenadas polares

Análise de Circuitos elétricos I 200


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M = √ a2 + b
2
→ M = √ 42 + 2
2
→ Z = 4,472

b ( 2)
θ = arctan → θ = arctan → θ = 26,5650
a 4

Vs 5 0
0
5 0−(26,565 0)
I = → I = 0 → I =
Z 4,472 (26,565 ) (4,472)

I = 1,118 (−26,5650 ) A

Escrevendo I e V no domínio do tempo, a resposta é:

Respostas: V / i (t)

V(t)
0
i(t) = 1,118 sen(10t - 26,56 ) A
i(t)

v(t) = 2,236 sen(10t + 63,440) V


t(s)

Observe que i(t) está atrasada de 90 0 em relação a v(t) (tensão sobre o indutor), como
esperado.

Exemplo 03:
No circuito abaixo, calcule o valor de V0(t)

60 Ω

+
+ 5H
v0
- 10mF
20sen(4t-15 0 ) -

Para realizar a análise no domínio da frequência, primeiramente deve-se transformar o


circuito no domínio do tempo para o circuito equivalente no domínio fasorial

Vs = 20 sen(4t – 150) C = 10mF L = 5H


(15 )
0
1 X L = ( j ω L)
v s = 20 − V XC =
( jω C )
ω = 4 rad/s
1 X L = ( j 4⋅5)
XC =
( j 4⋅10×10−3 )
X L = j20 Ω
X C = − j25 Ω

Análise de Circuitos elétricos I 201


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Z1 Z 1 = −60 Ω

i Z 2 = − j 25 ∥ j 20
+
+ Z2 v0 − j 25 ⋅ j 20
Z2 =
- - − j 25 + j 20
Vs
Z 2 = j 100 Ω

Aplicando divisor de tensão:

Z2 j 100 (−15 0)
V0 = ⋅V → V0 = ⋅20
( Z 1+ Z 2 ) S (60+ j 100)

100 90 (−150 )
V0 = (59,036 )
⋅20 0

(116,619 )
0 0
(30,964 ) (−15 )
V 0 = 0,857 ⋅ 20
0
(15,96 )
V 0 = 17,14 V

Convertendo para o domínio do tempo:


0
(15,96 )
V 0 = 17,14 V → V0(t) = 17,15 sen(4t + 15,960) V

Exemplo 04:
Determine o valor da corrente i(t) no circuito apresentado abaixo:

2Ω -j4 Ω

J4 Ω
12 Ω 8Ω

i
J6 Ω

+
- -j3 Ω
50 0 0

O circuito em delta conectado aos nós a, b e c pode ser convertido em um circuito em


estrela, conforme mostrado abaixo.

Análise de Circuitos elétricos I 202


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-j4Ω

J4 Ω
12 Ω b 8Ω
c
i
a
J6 Ω

+
- -j3Ω
50 0 0

As impedâncias do circuito em estrela são obtidas usando-se as equações apresentadas


acima

j 4(2− j 4) 4 (4 + j 2)
Z an = → Z an = → Z an = (1,6+ j 0,8)Ω
( j 4+2− j 4+ 8) (10)

j 4 (8)
Z bn = → Z bn = j3,2 Ω
(10)

8 (2− j 4)
Z cn = → Z cn = (1,6− j 3,2) Ω
(10)

O circuito já convertido em estrela do ponto de vista dos nós a, b e c é apresentado


abaixo.
Zan Zcn
n

12 Ω Zbn
c
i
a
b J6 Ω

+
- -j3Ω
50 0 0

Cálculo da impedância total nos terminais da fonte:

Z = 12+ Z an+( Z bn− j 3)∥(Z cn + j 6+8)

Z = 12+1,6+ j 0,8+( j 0,2)∥(9,6+ j 2,8)

( j 0,2)⋅(9,6 + j 2,8)
Z = 13,6+ j 0,8+
( j0,2)+(9,6+ j 2,8)

0
Z = 13,6+ j 1 → Z = 13,6 4,2 Ω
Cálculo da corrente desejada:

Análise de Circuitos elétricos I 203


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V 50 0 0
I = → I = → I = 3,666 −4,20 Ã
Z 13,64 4,20

Exercício:
Determine o valor de V0 no circuito apresentado abaixo:

0,5H

10 Ω

i
+
+ (1/20)F v0
- -
10cos(10t +75 0 )

Resposta: V0 = 17,071 cos(10t - 600) V

Resumo dos tópicos abordados:

• Resposta de um circuito à entrada senoidal obtida pela utilização de fasores.


• Aplicação das leis de Ohm e Kirchhoff aos circuitos CA.

Análise de Circuitos elétricos I 204


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5.3 Aplicação de fasores na análise de Circuitos CA:

Tópico destinado a apresentar a analise de circuitos elétricos em corrente alternada


utilizando as seguintes ferramentas:

• Análise de malha,
• Análise nodal,
• Teorema de Thévenin,
• Teorema de Norton,
• Superposição e
• Transformação de fonte:
Obs.: Técnicas já introduzidas para os circuitos CC,

5.4 Método da Análise de Malhas:


Passos requeridos para Analisar circuitos CA:

• Transformar o circuito para o domínio fasorial ou da frequência. (não será


necessário se o problema for especificado no domínio na frequência.)
• Resolver o problema utilizando técnicas, tais como regra do divisor de corrente, ou
divisor de tensão, análise nodal, análise de malha e superposição. (análise é feita
do mesmo modo que a análise de circuitos CC, exceto pelo fato de que números
complexos estão envolvidos)
• Transformar o fasor resultante para o domínio do tempo
• Na análise de malha de um circuito CA com n malhas, adota-se os três passos
seguintes:
• Atribuir as correntes de malha I1, I2, I3, ..., In às n malhas.
• Aplicar a LKT a cada uma das n malhas. Utilizar a lei de Ohm para expressar as
tensões em termos das correntes de malha.
• Resolver as n equações simultâneas resultantes para obter as correntes de malha

Determine a corrente Io no circuito da Figura abaixo utilizando a análise de malha.

Análise de Circuitos elétricos I 205


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50 (A)
2090 (V)
i3 +
-j2 Ω
-
j10 Ω
i2

8Ω i1 -j2 Ω
i0
Solução:

Aplicando a LKT à malha 1, obtém-se: (8+ j10− j 2)⋅I 1−(− j 2)⋅I 2−( j 10)⋅I 3 = 0
Aplicando a LKT à malha 2, obtém-se: (4− j2− j 2)⋅I 2−(− j 2)⋅I 1−(− j 2)⋅I 3 +20 900 = 0
da malha 3, tem-se que: i3 = 50 (A)

Substituindo i3 nas equações das malhas 1 e 2 obtém-se:

(8+ j8)⋅I 1+( j 2)⋅I 2 =( j50)


( j 2)⋅I 1 +(4− j 4)⋅I 2=(− j 30)

Aplicando Crammer:

(8+j8) J2 i1 j50
X =
j2 (4-j4) i2 -j30

(8+j8) J2
0
 =  = 32⋅(1+ j)⋅(1− j)+ 4=68(0 )
j2 (4-j4)

(8+j8) J50
0
2 =  2= 340− j240 = 416,17
[−35,22 ]

j2 -j30

0
Δ2 416,17 [−35,22 ] 0 [−35,22 ]
0

I2 = Δ = 0 = 6,12 A
1 68

A corrente solicitada é i0 portanto:

0 0 0
(−35,22 +180 ) [144,78 ]
I 0 = −iI 2 = 6,12 = 6,12 A

Análise de Circuitos elétricos I 206


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Sadiku, 336
Exercícios:
1) Determine a corrente Io no circuito da Figura abaixo utilizando a análise de malha.
20 (A)

-j2 Ω

i0
+
8Ω j4 Ω -
1030 (V)

0
[65,447 ]
Resposta: I 0 = 1,194 A

Solução:
Malha i1: -j2(i1) + 8i1 + j4(i1-i2) = 0
Malha i2: -1030 + 6(i2-i3) + 4j(i2-i1) = 0
Malha i3: i3 = 20

Malha i1: -j2(i1) + 8i1 + j4(i1-i2) = 0


-j2(i1) + 8i1 + 4ji1 – 4ji2 = 0
4j(i1) -j2(i1) + 8i1 – 4ji2 = 0
i1 (4j -j2) + 8i1 – 4ji2 = 0
j2i1 + 8i1 – 4ji2 = 0
i1 (8 +j2) – 4ji2 = 0
– 4ji2 = - i1 (8 +j2) (-1)
4ji2 = i1 (8 +j2)

i2 = i1 (8 +j2) (eq.1)
j4

Malha i2: -1030 + 6(i2-i3) + 4j(i2-i1) = 0


+ 6(i2-i3) + 4j(i2-i1) = +1030
6i2 - 6i3 + 4ji2- 4ji1 = +1030
i2 (6 + j4) - 6i3- 4ji1 = +1030 i3 = 20
i2 (6 + j4) – 6.20 – j4i1 = +1030
i2 (6 + j4) – 120 – j4i1 = +1030
i2 (6 + j4) – j4i1 = +1030 + 120 [soma é igual a (20,660 +j5)]
i2 (6 + j4) – j4i1 = 21,257 13,605

Análise de Circuitos elétricos I 207


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i2 = i1 (8 +j2) (eq.1)
j4

13,605
[i1 (8 +j2)] (6 + j4) – j4i1 = 21,257
j4

i1 (11 - j10) – j4i1 = 21,257 13,605


i1 (11 – j10 - j4) = 21,257 13,605
i1 (11 – j14) = 21,257 13,605

i1 = 21,257 13,605 i1 = 1,194 65,447 A


(11 – j14)

Exercício:
Use análise de malhas para calcular a tensão Vx(t) no circuito abaixo

+
2Ω 0,8j -

-3j Resposta:
+
Vx Vx(t) = 0,88cos(1000t-194,50) V
- 0,6 Ω
V(t)

V(t)=6cos(1000t-90)

Análise de Circuitos elétricos I 208


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5.5 Método da Análise Nodal:

A análise Nodal de um circuito CA, tem como base a lei das correntes de Kirchoff, e na
sua solução adota-se os três passos seguintes:

• Selecionar um nó como nó de referência (ou terra). Atribuir as tensões V1, V2, ...
Vn-1 aos restantes (n – 1) nós. As tensões são referidas com relação ao nó de
referência.
• Aplicar a LKC a cada um dos (n – 1) nós não referenciais. Utilizar a lei de Ohm
para expressar as correntes nos ramos em termos das tensões.
• Resolver as equações simultâneas resultantes para obter as tensões
desconhecidas.

Exemplo 01:

Encontre o valor da corrente Ix no circuito apresentado abaixo utilizando o método da


Análise Nodal

10 Ω 1H
j4 Ω
ix
+
- -j2,5 Ω
0,1F
200

V(t) = 20sen (4t) v


Passo 01:
Converter o circuito para o domínio da frequência:

0
20 sen (4 t ) → 20 → ω =4 rad /s
1H → jω L → j4Ω
−j
0,1 F → → − j 2,5 Ω
ωC

Circuito equivalente no domínio da frequência:

Análise de Circuitos elétricos I 209


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10 Ω j4 Ω
ix
+
- -j2,5 Ω
200

Aplicando a LCK ao nó central de onde deriva a corrente I x

(20−V ) V V
− − =0 (X 10)
10 (− j 2,5) ( j 4)

20−V = j 4⋅V − j2,5⋅V


20 =V + j 4⋅V − j 2,5⋅V
20 =V⋅(1+ j 1,5)
20
V =
(1+ j1,5)

V 20
Ix = =
(− j2,5) − j2,5⋅(1+ j 1,5)

0
[33,69 ]
I x = 3,692+ j 2,461 → I x = 4,438 A

Transformando para o domínio do tempo:

ix(t) = 4,438 sen(4t+33,690) A

1045 (V)
-
+

V1 V2

30 (A) 12 Ω
-j3 Ω j6 Ω

Os nós 1 e 2 formam um supernó. Aplicando a LCK ao supernó:

Análise de Circuitos elétricos I 210


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V1 V2
Supernnó

12 Ω
-j3 Ω j6 Ω
30 (A)

V1 V2 V2
3 = + + (x12)
−j3 j6 12
36 = j 4⋅V 1 + V 2⋅(1− j2) (eq.1)

A fonte de tensão está conectada entre os nós 1 e 2. Desta maneira tem-se que:

0
[45 ]
V 1=V 2 + 10 (eq.2)

Substituindo a eq.2 na eq. 1:

36 = j 4⋅V 1 + V 2⋅(1− j2)


0
[45 ]
V 1=V 2 + 10

0
(45 )
36 = j 4⋅[V 2 + 10 ] + V 2⋅(1− j 2)
0
90 (45 )
36 = j 4⋅V 2 + 4 ⋅10 + V 2⋅ − j 2 V 2
135
36 = ( j 4 +1 − j 2 ) ⋅V 2 + 40
135
36 = (1 + j 2) ⋅V 2 + 40
0
(135 )
36−40 = V 2⋅(1+ j 2)
36−(−28,284 + j28,284) = V 2⋅(1+ j2)
64,284 − j 28,284 = V 2⋅(1+ j 2)
64,284 − j28,284
V2 =
(1+ j 2)
−23,749
(70,231 ) −87,183
V2 = 63,434 V 2 =(31,409 )V
(2,236 )

Da eq.2, calcula-se o valor de V1

0
(45 )
V 1=V 2 + 10

Análise de Circuitos elétricos I 211


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0
−87,18 (45 )
V 1=31,41 + 10
−70,48
V 1=25,78 V

Exercícios:
1) Usando A.N. determine o valor da tensão V0(t) no circuito abaixo.

0,5 Ω

0,1H 0,2H
0,1 F

V0 (t)
1Ω 0,5 Ω
V(t)

V(t)=10cos(10t+20) V

Resposta: V0(t) = 1,964 cos (ωt-81,31) (V)

2) Calcular o valor da corrente no indutor no circuito abaixo usando A.N.

3Ω 500 µ F

i1

4mH
+
_
I(t) 2i1
V(t)

V(t)=2cos(10 6 t+30 0 ) V

Resposta: I(t) = 1,750 cos (ωt+105,2) (A)

3) Determine o valor de Vx(t) no circuito abaixo usando Análise Nodal

Análise de Circuitos elétricos I 212


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j6 Ω
-j2 Ω 8Ω

Vx
3Ω 10 Ω
40 30
(V) - 5 0
(A)

62,88
Resposta: Vx(t) 29,36 V

4) usando Análise Nodal, encontre os valores de V1 e V2 no circuito abaixo

10 Ω

-j5 Ω
V1 V2

20 Ω
j2 (A) 1+j (A)
j10 Ω

Resposta: V1 = 22,87 132,27 V e V2 = 27,87 140,6 V

Análise de Circuitos elétricos I 213


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5.6 Teorema de Thévenin aplicado a circuitos de corrente alternada em
regime permanente

Os teoremas de Thévenin é aplicado a circuitos CA do mesmo modo que é aplicado em


circuitos CC. O único esforço adicional vem da necessidade de manipular números
complexos. Os dois circuitos equivalentes (de Thévenin e Norton) estão relacionados
pelas equações:
V TH =Z N⋅I N Z TH =Z N
A versão do circuito equivalente de Thévenin no domínio da frequência onde um circuito
linear é substituído por uma fonte de tensão em série com uma impedância.

a a
ZTh
Circuito
LINEAR
V Th
b b

Atentar-se para o fato de que Vth é a tensão de circuito aberto,


Caso haja fontes operando em frequências diferentes, o equivalente de Thévenin deve
ser determinado para cada frequência, não um único circuito equivalente com fontes e
impedâncias equivalentes.
Exemplo:
0 0
V Th=−1+2,498 cos (2 t −30,79 )+2,33 sen(5 t +12,09 )V
Superposição de 3 fontes com frequências diferentes

Exemplo 01:
Obtenha o equivalente de Thévenin nos terminais a-b do circuito abaixo
d


-j6 Ω
e
c
a b
120 75 0 (V) 8Ω

j12 Ω
f

O valor de ZTh é encontrado anulando-se as fontes de tensão do circuito

Análise de Circuitos elétricos I 214


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d
f,d f,d


-j6 Ω j12 Ω
e 8Ω 4Ω
a b
c Redesenhando: -j6 Ω


a b

j12 Ω e c

f ZTh

Com a fonte em repouso, a resistência de 8Ω fica em paralelo com a reatância -j6Ω e a


resultante será:
−90
− j 6×8 48
Z 1=− j 6∥8 → Z 1= → Z 1= −36,87
8− j 6 10

−53,130
Z 1=4,8 → Z 1=2,88− j 3,84 Ω

Da mesma forma, com a fonte em repouso, a resistência de 4Ω fica em paralelo com a


reatância j12Ω e a resultante será:

90
j 12×4 48
Z 2= j 12∥4 → Z 2= → Z 2=
4+ j 12 12,64971,565

18,435
Z 2=3,795 → Z 2=3,6 + j 1,2Ω

A impedância equivalente de Thévenin é obtida através da associação série das


impedâncias Z1 e Z2:

Z1 Z2

a b

e c
ZTh

Z Th=Z 1 + Z 2 → Z Th=(2,88− j 3,86)+(3,6+ j 1,2)

Análise de Circuitos elétricos I 215


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Z Th=6,48− j 2,64 Ω

Exemplo 02:
Calcular o valor da tensão equivalente de Thévenin VTh considera-se o circuito abaixo:

d
I2
I1
-j6 Ω
+ VTh - 4Ω
e c
a b
120 75 0 (V)
j12 Ω

0 75
120 75 120
I1= ( A) → I 1 = −36,87 ( A)
8− j 6 10

111,87
I 1 =12 ( A)

0 75
120 75 120
I2= ( A) → I2= ( A)
4+ j 12 12,64971,565

3,435
I 2 =9,487 ( A)

Aplicando a Lei de Kirchoff para a malha b c d e a b no circuito abaixo, tem-se:


d
I2
I1
-j6 Ω
+ VTh - 4Ω
e c
a b
120 75 0 (V)
j12 Ω

V Th−4 i2 +(− j 6)I 1=0


Aplicando o valor das correntes I1 e I2 na equação da malha:

Análise de Circuitos elétricos I 216


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V Th=4 i2 + j 6 I 1
0 3,435 111,87
V Th=4 ⋅9,487 + j 6⋅12
0 3,435 90 111,87
V Th=4 ⋅9,487 + 6 ⋅12
3,435 201,87
V Th=37,948 + 72
V Th=(37,88+ j 2,274)+(−66,818− j 26,82)
V Th=(−28,938− j 24,546)V
−139,694 220,306
V Th=(37,947 )V → V Th=(37,947 )V

Exemplo 03:
Obtenha o equivalente de Thevenin visto dos terminais a e b do circuito abaixo:

a b
j2 Ω

-j4 Ω 10 Ω
75 20 0
(V)

Primeiro passo: Abrir o circuito entre os pontos A e B(local de interesse sob ponto de
vista da carga)
Segundo passo: Calcular a impedância equivalente de Thevenin, visto dos pontos A e
B, colocando-se todas as fontes INDEPENDENTES do circuito em
repouso.

a b
j2 Ω

-j4 Ω 10 Ω
75 20 0 (V)

Terceiro passo: Realizar as associações de impedâncias até encontrar a impedância


equivalente de Thévenin

Análise de Circuitos elétricos I 217


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1) Calcular a impedância resultante da associação em série entre o resistor de 6Ω e o
indutor de 2Ω
Z 1=6+ j 2

2) Calcular a impedância resultante da associação em paralelo entre a impedância Z1 e a


reatância capacitiva j4Ω

18,435 −90
[(6+ j 2)⋅(− j 4)] (6,32 )⋅4
Z 2= → Z 2=
[(6 + j 2)− j 4 ] [(6− j 2)]

−71,298
(25,298 ) −52,863
Z 2= −18,435
→ Z 2=4 Ω
6,324

3) Calcular a impedância resultante da associação em série entre a impedância Z2 e a


resistência de 10Ω

−52,863
Z 3=4 +10 → Z 3=(2,415− j 3,189)+10
−14,406
Z 3=(12,415− j 3,189)Ω → Z 3=(12,818 )Ω
−14,406
Z th =Z 3 → Z th =(12,818 )Ω

Calcular a tensão equivalente de Thévenin

a b
j2 Ω

-j4 Ω 10 Ω
75 20 0
(V)

Para calcular a tensão equivalente de Thévenin, precisamos calcular a tensão entre os


pontos A e B;
Observando o circuito, percebemos que não circula corrente sobre o resistor de 10Ω visto
que o mesmo encontra-se em série com o ponto aberto do circuito (entre a e b). Portanto
a tensão equivalente de Thévenin é a mesma tensão que existe sobre a reatância
capacitiva -j4Ω.

Análise de Circuitos elétricos I 218


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Para calcular a tensão sobre a reatância capacitiva -j4Ω basta aplicar a segunda lei de
Kirchoff na malha da fonte de tensão

20
−75 +6 i+ j 2 i− j 4 i=0
20
−75 +i(6+ j 2− j 4)=0
20
−75 +i(6− j 2)=0
20
20 75
i(6− j 2)=75 → i=
(6− j 2)
20
75 38,435
i= → i=11,858 A
(6,324−18,435 )

Para calcular a tensão sobre a reatância capacitiva j4Ω deve-se multiplicar a corrente i
pela reatância capacitiva

38,435
V th = X c⋅i → V th =− j 4⋅11,858
−90 38,435 −51,565
V th =4 ⋅11,858 → V th =47,432 V

O circuito equivalente de Thévenin é apresentado abaixo:

Z th =12,818
−14,406
Ω
A
−51,565
V th =47,432 V

Análise de Circuitos elétricos I 219


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5.7 Teorema de Norton aplicados a circuitos de corrente alternada em regime
permanente

Os teoremas de Norton é aplicado a circuitos CA do mesmo modo que é aplicado em


circuitos CC. O único esforço adicional vem da necessidade de manipular números
complexos. Os circuitos equivalentes de Norton e Thévenin estão relacionados pelas
equações:
V TH =Z N⋅I N Z TH =Z N

A versão do circuito equivalente de Thévenin no domínio da frequência onde um circuito


linear é substituído por uma fonte de tensão em série com uma impedância.
No circuito equivalente de Norton, um circuito linear é substituído por uma fonte de
corrente em paralelo com uma impedância.

a a

Circuito
ZN
LINEAR
IN
b b

Enquanto que IN é a corrente de curto-circuito

Caso haja fontes operando em frequências diferentes, o equivalente de Norton


deve ser determinado para cada frequência, não um único circuito equivalente com
fontes e impedâncias equivalentes.

Exemplo 01:
Obtenha o valor da corrente I0 utilizando o equivalente de Norton do circuito abaixo
a
3 0 0
(A) I0

-j2 Ω
j15 Ω

j4 Ω
20 Ω

40 90 0
(V)
10 Ω
b

Obtendo o equivalente de Norton, visto dos pontos a e b do circuito ZN é obtida


colocando-se as fontes independentes do circuito em repouso.

Análise de Circuitos elétricos I 220


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a

5Ω I0

-j2 Ω
j15 Ω

j4 Ω
20 Ω

10 Ω
b

Observa-se que as impedâncias (8-j2) e (10+j4) estão curto-circuitadas. Desta forma


obtém-se diretamente o valor da impedância ZN vista dos terminais a e b é:
a

-j2 Ω


ZN Z N =5Ω
j4 Ω

10 Ω
b

O valor da corrente equivalente de Norton é obtida a partir de um curto-circuito entre os


pontos a e b do circuito:
a
3 0 0
(A)
5Ω I2

-j2 Ω

8Ω I3
j4 Ω
I1

40 90 0 (V)
10 Ω
b

Aplicando Análise de Malhas ao circuito:


Analisando a malha 01:

− j 40+8( I 1 −I 2)− j 2(I 1−I 2)+10 (I 1−I 3 )+ j 4 ( I 1 −I 3 )=0


− j 40+(8− j 2)( I 1− I 2 )+(10+ j 4 )( I 1− I 3 )=0
− j 40+(18 + j 2) I 1−(8− j 2) I 2−(10+ j 4 ) I 3 =0 (eq.1)

Analisando as Malhas 2 e 3 que formam uma supermalha.

Análise de Circuitos elétricos I 221


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5 I 2 +10 (I 3−I 1 )+ j 4 ( I 3 −I 1 )− j 2( I 2 −I 1)+8 (I 2− I 1 )=0
5 I 2 +(10+ j 4)( I 3 −I 1)+(8− j 2)(I 2−I 1 )=0
5 I 2 +(10+ j 4) I 3−(10+ j 4) I 1 +(8− j 2) I 2−(8− j 2) I 1=0
5 I 2 +(10+ j 4) I 3−(10+ j 4) I 1 +(8− j 2) I 2−(8− j 2) I 1=0
−(10+ j 4 ) I 1 −(8− j 2) I 1 +5 I 2 +(8− j 2) I 2 +(10+ j 4 ) I 3 =0
−(18+ j 2) I 1 +(13− j 2) I 2 +(10+ j 4 ) I 3 =0 (eq.2)

Analisando o nó 1
a
3 0 0 (A)
5Ω I2

-j2 Ω

8Ω I3
I 2 +3−I 3 =0 (eq.3)
j4 Ω
I1

40 90 0 (V)
10 Ω
b

Associando (somando-se) as equações 1 e 2:

− j 40+(18 + j 2) I 1−(8− j 2) I 2−(10+ j 4 ) I 3 =0 (eq.1)

−(18+ j 2) I 1 +(13− j 2) I 2 +(10+ j 4 ) I 3 =0 (eq.2)

− j 40+5 I 2 =0
5 I 2 = j 40 → I 2= j 8

Aplicando o resultado de I2 na equação 3:


I 2 +3−I 3 =0 (eq.3)

j 8+3−I 3 =0 → I 3 = j 8 +3
I N = I 3 = (3+ j 8) ( A)

O circuito Equivalente de Norton é apresentado e acha-se o valor de I0 aplicando-se


divisor de corrente:

Análise de Circuitos elétricos I 222


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a

j15 Ω I0


3+j8 (A) 20 Ω

5 5
I 0= ⋅I → I 0= ⋅(3 + j 8)
(5+20+ j 15) N (25+ j 15)
(3+ j 8) 0
I0= → I 0 =1,465 38,48 ( A)
(5+ j 3)

Exemplo 02:
Obtenha o equivalente de Norton visto a partir dos terminais a-b do circuito abaixo e após,
utilize o circuito equivalente para encontrar o valor da corrente I0:

j2 Ω


-j3 Ω
a

8Ω 1Ω -j4 Ω
I0

20 0 0 (V) 4 -90 0 (A) 4Ω

Respostas:
ZN= 3,176+j0,706 Ω
-7,62
IN= 8,395 A e I0= 1,971 22,95 A

Primeiro Passo: Abrir o circuito entre os pontos A e B

Análise de Circuitos elétricos I 223


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j2 Ω j2 Ω

4Ω 4Ω
-j3 Ω -j3 Ω
a a

8Ω 1Ω -j4 Ω 8Ω 1Ω
I0 → I0
-j4 Ω

4Ω 20 0 0 (V) 4 -90 0 (A) 4Ω


20 0 0 (V) 4 -90 0 (A)

b b

Segundo Passo: Colocar todas as fontes independentes do circuito em repouso.

j2 Ω


-j3 Ω
a

8Ω 1Ω -j4 Ω
I0

20 0 0 (V) 4 -90 0 (A) 4Ω

Terceiro Passo: Realizar as associações das impedâncias para achar a impedânia


equivalente de Norton

Calculando Z1: Z1 é a equivalência em série da resistência de 4Ω com a reatância


indutiva de j2Ω
Z 1=4 + j 2

Calculando Z2: Z2 é a equivalência em série das resistências de 8Ω e 1Ω com a


reatância capacitiva de -j3Ω

Z 2=8+1− j 3 → Z 2=9− j 3

Calculando ZN: ZN é a equivalência de Norton, que é igual ao valor da associação


em paralelo das impedâncias Z1 e Z2

(4 + j 2)⋅(9− j 3)
ZN =
(( 4+ j 2)+(9− j 3))

Análise de Circuitos elétricos I 224


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26,565 −18,435
( 4,272 )⋅(9,487 )
ZN =
(13− j 1)
26,565 −18,435
( 4,272 )⋅(9,487 )
ZN =
(13− j 1)
8,130
42,426
ZN =
13,038−4,399
12,529
Z N =3,254 Ω → ZN= 3,176+j0,706 Ω

Quarto Passo: Calculando o valor da corrente de Norton:


j2 Ω


-j3 Ω
a

8Ω 1Ω -j4 Ω
I0

20 0 0 (V) 4 -90 0 (A) 4Ω

Como tarefa, o aluno deve prosseguir com os cálculos e achar o valor da corrente
equivalente de Norton e ao final montar o circuito equivalente de Norton, conforme
solicitado pelo enunciado da questão.

Exercícios de fixação propostos:


Utilize os teoremas da Thévenin e de Norton para solucionar os seguintes problemas do
livro texto Análise de circuitos elétricos com aplicações – (SADIKU, Matthew N.);
ALEXANDRES, Charles K.; MUSA Sarhan Porto Alegre : AMGH editora, 2014.

13.40; 13.41; 13.42; 13.43; 13.44; 13.45; 13.46; 13.47; 13.48; 13.49; 13.50; 13.51 e 13.52

Análise de Circuitos elétricos I 225


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6. Análise de Potência em Corrente Alternada

Cálculo da Potência em circuitos de corrente alternada para resistores, indutores,


capacitores e fontes
A potência instantânea P(t) absorvida por um elemento de um circuito de corrente
alternada é obtida pelo produto da tensão instantânea v(t) pela corrente instantânea i(t)
que circula sobre um elemento de um circuito elétrico.

P(t)=v (t)⋅i(t)

A potência instantânea é a potência absorvida por um elemento em um dado instante de


tempo.

V(t)
20
10
4
4
10
20

i(t)
5
3
1
-1
-3
-5

P(t)
60
40
4
-4
-30
-60

Considerar o caso geral de potência absorvida por uma impedância sob excitação
senoidal.
i(t)

+
FONTE v(t) Circuito Passivo
SENOIDAL _ Linear

v (t )=V m⋅cos (ω t +θ v ) e i(t)=I m⋅cos(ω t +θ i )

Análise de Circuitos elétricos I 226


Prof. Cesar Augusto Bernardi
Vm e Im são as amplitudes (ou valores de pico)
θv e θi são os ângulos de fase da tensão e da corrente.

P(t)=v (t)⋅i(t)
P(t)=V m⋅cos(ω t +θ v )⋅I m⋅cos(ω t +θ i )

1
Utilizando a Identidade trigonométrica: cosA⋅cosB= [cos( A−B)+cos( A+ B)]
2
1
P(t)= ⋅V m⋅I m⋅[cos(θ v −θ i )+cos(2 ω t +θ v +θ i )]
2
1 1
P(t)= ⋅V m⋅I m⋅cos(θ v −θ i )+ ⋅V m⋅I m⋅cos(2 ω t+θ v +θ i )
2 2

6.1 Potência média em CA

Como a potência Instantânea varia com o tempo, há uma dificuldade em medi-la na


prática. Em situações de medidas reais é mais conveniente medir a potência média
(utilizando um wattímetro), que é a média da potência instantânea em um período de
tempo. Voltemos a equação e observemos seus termos:

1 1
P(t)= ⋅V m⋅I m⋅cos(θ v −θ i )+ ⋅V m⋅I m⋅cos(2 ω t+θ v +θ i )
2 2
O primeiro termo é constante (não varia no tempo):
1
P= ⋅V m⋅I m⋅cos(θ v −θ i )
2
O segundo termo é variável no tempo:
1
P(t)= ⋅V m⋅I m⋅cos(2 ω t +θ v +θ i )
2

A média do seno sobre um período é zero, então a média do segundo termo é igual a zero
O primeiro termo (constante) é a potência média ao longo do tempo:

1
P= ⋅V m⋅I m⋅cos(θ v −θ i )
2

Análise de Circuitos elétricos I 227


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cos(θv – θi) = cos (θi – θV), então percebe-se que a importância deve ser dada à diferença
na fase entre tensão e corrente

Para calcular P(t) (potência instantânea) é necessário v(t) e i(t) (no domínio do tempo)
Para calcular P, (potência média) é possível com v(t) e i(t) ou no domínio da frequência

Forma Fasorial: V = Vm θV e I = Im θi
1 1
Na forma polar: ⋅V⋅I = V m⋅I m (θ v −θ i )
P =
2 2
1 1
Na forma retangular: P = ⋅V⋅I = V m⋅I m [cos(θ v −θ i )+ jsen(θ v −θ i)]
2 2

É possível reconhecer a parte real da expressão como a potência média.

1 1
P= Re [VI ] = V m⋅I m [cos (θ v −θ i )]
2 2

a) Se (θv = θi), então corrente e tensão estão em fase (circuito resistivo) e:

1 1 2 V / i(t)
P(t)
P= V ⋅I = I ⋅R
2 m m 2 V(t)

Onde P é o valor da potência média e i(t)

I é o módulo do valor da corrente

t(s)

Uma carga resistiva absorve potência tem todos os momentos

Análise de Circuitos elétricos I 228


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b) Se (θv – θi) = ± 900, então o circuito é puramente reativo e:

V / i(t) P(t)

V(t)

i(t)

1
P= V m⋅I m [cos(900 )] = 0
2

Uma carga reativa pura (L ou C) absorve zero de potência média

Análise de Circuitos elétricos I 229


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Exemplo 01:
Dado a tensão e corrente abaixo, calcular o valor da potência instantânea e o valor da
potência média absorvida pelo circuito abaixo.
i(t)

+
FONTE v(t) Circuito Passivo
SENOIDAL _ Linear

0
v (t )=120⋅cos(377 t +45 )V
0
i(t)=10⋅cos(377 t −10 ) A

0 0
P(t)=v (t)⋅i(t) = 120⋅cos(377 t +45 )⋅10⋅cos(377−10 )
1
Aplicando a Identidade trigonométrica: cosA⋅cosB= [cos( A+ B)+cos( A−B)]
2

1 0 0
P(t)=1200⋅ ⋅[ cos(754 t +35 )+cos(55 )]
2
0 0
P (t)=600⋅[cos(754 t +35 )+cos(55 )]

ou

0
P (t)=344,15+600⋅cos(754 t +35 )(W )

Análise de Circuitos elétricos I 230


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A potência média é:

1
P= V m⋅I m (θ v −θ i )
2
1
P= 120⋅10 cos[ 450 −(−100 )]
2
0
P=600 cos[55 ]

P=344,14 W

Exemplo 02:
Calcule a potência média absorvida pela impedância Z=(30-j70)Ω quando uma tensão
V=1200 é aplicada.

[0 0 ]
V [120 ]
I= =
Z (30− j 70)
0
[120 0 ] 66,80 ]
I= [−66,8 ]
0 =1,576[ A
[76,16 ]

[ 66,80 ]
I =1,576 A

A potência média é:

1 1
P= Re [VI ] = V m⋅I m [cos (θ v −θ i )]
2 2
1
P= (120)⋅(1,576)[cos(00 −66,8 0)]
2
P=37,25 W

Exemplo 03:
Dado tensão e corrente abaixo, calcular o valor da potência instantânea e o valor da
potência média absorvida pelo circuito abaixo.

Análise de Circuitos elétricos I 231


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i(t)

+
FONTE v(t) Circuito Passivo
SENOIDAL _ Linear

0 0
v (t )=80⋅cos(10 t +20 )V e i(t)=15⋅sen(10 t +60 ) A

Resposta: P(t) = 385,67 + 600cos(20t-100) W e P = 385,67W


Solução:

0 0
v (t )=80⋅cos(10 t +20 )V e i(t)=15⋅sen(10 t +60 ) A

P(t) = V(t) x i(t)


P(t) = 80cos(10t+200) x 15 sen(10t+600)
P(t) = 80cos(10t+200) x 15 cos(10t+600 – 900)
P(t) = 80cos(10t+200) x 15 cos(10t - 300)

P = ½ Vm Im cos (ϴv - ϴi)

cosA.cosB = ½ [cos(a+B) + cos (A-B)]

P = ½ Vm Im cos [(10t-10t) + (ϴv - ϴi)] + ½ Vm Im cos[(10t + 10t) + (20 - 30 0)]


P = ½ 80.15 cos [200 - (-300)] + ½ 80.15 cos (20t-100)
P = 600cos [500)] + 600cos (20t-100)
P = 385,67 + 600cos (20t-100)

Exemplo 04:
Calcule a potência média entregue para a impedância Z=(20 22 )Ω quando percorrida por
uma corrente I = 1030 A.
Resposta: P(t) = 927,18W

Análise de Circuitos elétricos I 232


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Z = 20 22 e I = 1030

V=Z.I

V = 2022 1030

V= 20052 V

P = ½ Vm Im cos( ϴv – ϴi)
P = ½ 200.10 cos( 52 – 30)
P = 1000 cos( 22)
P = 1000 . 0,927

P = 927,183 W

Exemplo 05:
Calcule a potência média fornecida pela fonte do circuito abaixo e a potência média
absorvida pelo resistor.

I
+
- -j2 Ω
5 30 0 (V)

Resposta: Potência absorvida pelo resistor: P = 2,5W


Potência média fornecida pela fonte: P = 2,5W

V = 530 V
R = 4Ω
Xc = -j2Ω

Z = R + Xc
Z = 4 – j2

i=V/Z
i= 530 I= 530
(4-j2) 4,472 -26,565

I = 1,118 56,565 A

Potência fornecida pela fonte de tensão

Análise de Circuitos elétricos I 233


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P = ½ Vm im cos(ϴv – ϴi)
P = ½ 5 1,118 cos(30 – 56,565)
P = 2,795 cos(-26,565)
P = 2,795 . 0,894

P = 2,499W

Potência consumida pelo resistor de 4Ω

PR = ½ R.i2
PR = ½. 4 . 1,1182
PR = 2,4998W

Exercício de fixação:
Calcule a potência média fornecida pelas fontes do circuito abaixo e a potência média
absorvida pelo resistor.

20 Ω
-j5 Ω

4 0 0 (A) j10 Ω 60 30 0 (V)

Resposta: Potência absorvida pelo resistor: P = 160W


Potência média fornecida pela fonte de tensão: P = 207,8W
Potência média fornecida pela fonte de corrente: P = -367,8W

Análise de Circuitos elétricos I 234


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6.2 Valor RMS ou eficaz

Valor Eficaz de uma corrente alternada é a corrente CC que fornece a mesma potência
média para um resistor que a corrente alternada

I CA I CC

R → R
+
VCA VCC

A potência média absorvida pelo resistor R no circuito CA é:

T T
1 R 2
P= ⋅∫ i R dt P= ∫ i dt
2

T 0 T 0

Enquanto no circuito CC tem-se → P = I2.R


T
1
I ef = ⋅∫ i ⋅dt
2
Igualando-se as expressões, obtém-se →
T 0


T
1
V ef = ⋅∫ V ⋅dt
2
Analogamente, obtém-se o valor eficaz para a tensão:
T 0

O valor RMS (eficaz) de uma constante é a própria constante.

O valor da corrente eficaz pode ser obtido a partir do valor máximo da corrente (I máx)

I máx
I ef =
√2
analogamente, o valor eficaz da tensão também pode ser obtido de V máx

V máx
V ef =
√2
Sendo assim, a potência média pode ser reescrita como:

Análise de Circuitos elétricos I 235


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1
P(t)= V ⋅I [cos(θ v −θ i )]
2 máx máx
V máx ⋅I máx
P(t)= [cos(θ v −θ i )] (W )
√2 √2
P (t)=V RMS ⋅I RMS [cos(θ v −θ i )] (W )

De forma similar, a potência média absorvida por um resistor R pode ser escrita como:

2
[V RMS ] 2
P= (W) ou P=[ R ⋅I RMS ] (W)
R

6.3 Potência aparente e fator de potência:


Sadiku, 371

Dados tensão e corrente nos terminais de um circuito:

V (t )=V m⋅cos(ω t +θ v )V e I (t )= I m⋅cos(ω t +θ i ) V

a potência média é:

1
P(t)= V ⋅I [cos(θ v −θ i )]
2 máx máx
A tensão média quadrada (tensão eficaz / V RMS) é o valor efetivo da tensão variante no
tempo. É o valor de estado em corrente contínua equivalente, que fornece a mesma
potência, ou efeito, em qualquer forma de tensão (contínua ou alternada). A tensão ou
corrente RMS e igual a √ 2 (0,707) do valor da tensão máxima (de pico/ V máx ) ou
corrente de pico (Imáx ). A potência média pode ser escrita em termos dos valores RMS
como já apresentado no item anterior, ou seja:

1
P(t)= V ⋅I [cos(θ v −θ i )]
2 máx máx
V ⋅I máx
P(t)= máx [cos(θ v −θ i )] (W )
√ √
2 2

P (t)=V RMS ⋅I RMS [cos(θ v −θ i )] (W )

Análise de Circuitos elétricos I 236


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Podemos chamar de S (potência aparente) o valor de V RMS ⋅I RMS com isso é possível
reescrever a equação da potência média como sendo:

P(t)=S [cos(θ v −θ i )] (W )

sendo
S = V RMS ⋅I RMS

podemos observar que a potência média como sendo o resultado da potência aparente S
multiplicada pelo cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente, gandeza
esta que passa a ser chamada de fator de potência (FP)

fp=[cos(θ v −θ i )]

A potência aparente é medida em volt-ampere (VA) e é denominada desta forma por ser
aparentemente a potência quedeverria ser o produto tensão-corrente pela analogia com
circuitos resistivos em corrente contínua. É a media em volt-ampéres (VA) para distinguir
da potência real ou potência média em watts. O fator de potência é adimensional por ser a
razão da potência média e a potência aparente. O Fator de potência é o ângulo da
impedância resultante da tensão V na carga e da corrente I que circula através dela

(θ V )
V V V (θ V −θ i)
Z = = (θmaxI) = max
I I max I max

como

V (θ v) I (θ i)
V rms = = V RMS e I rms = = I RMS
√2 √2
A impedância Z será:

V V RMS (θ v−θ i)
Z = =
I I RMS

Portanto, o fator de potência é o cosseno da diferença de fase entre tensão e corrente.


Ele também é o cosseno do ângulo da impedância da carga.

O fator de potência faria de zero a unidade, e está diretamente relacionado aos elementos
que formam a carga (impedância) Z

Se Z for puramente resistivo: (θ v −θ i ) = 0 fp = 1

Se Z for puramente reativo: (θ v −θ i ) = +−1 fp = 0

Análise de Circuitos elétricos I 237


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Se Z for puramente capacitivo: −90 < (θ V −θ I ) < 0

Se Z for puramente indutivo: 0 < (θ V −θ I ) < 90

Exemplo 01:
Uma carga conectada em série consome uma corrente i(t) = 4cos(100 π t + 100) A quando
a tensão aplicada é V(T) = 120cos(100 π t -200) V. Encontre a potência aparente e o fator
de potência da carga. Determine o valor do elemento que forma a carga conectada em
série.

solução

A potência aparente é: S = V RMS ⋅I RMS

120 ⋅4
S = = 240 VA
√2 √2
o fator de potência é: fp=[cos(θ v −θ i )]

fp=cos(−20−10) = 0,866
O fator de potência está adiantado pois a corrente está adiantada em relação a tensão. O
fator de potência também pode ser obtido a partir da impedância da carga:

(−20)
V 120 −30
Z = = = 30 = 25,98− j 15 Ω
I 4(10)

fp=cos(−30) = 0,866 (adiantado)

A impedância da carga Z pode ser modelada por um resistor de 25,98 Ω em série com um
capacitor (pois o fp está adiantado). Para calcular o valor do capacitor, vamos utilizar a
equação da reatância capacitiva.

1 1
X C =15 → X C= → 15=
(ω C) (100⋅π ⋅C )

1 1
15= → 15= → C = 212,2 μF
(100⋅π ⋅C ) (100⋅π ⋅C )

Análise de Circuitos elétricos I 238


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Exemplo 02:
Calcule o fator de potência para o circuito inteiro mostrado a seguir, visto pela fonte. Qual
é a potência média fornecida pela fonte?

10 Ω 8Ω

+
- j4 Ω
-j6 Ω
V(t)

V(t) = 165 0
VRMS

Resposta: FP = 0,936 indutivo P = 2,008KW

Para achar o valor da impedância total do circuito, deve-se realizar as associações


devidas.

Z 1 = R 1 + Xc Z2 = j4 // Z1 Z3 = Z2 + 10

Z1 = 8 -j6 Z2 = j4 . (8-j6) Z3 = 4,851 67,166 + 10


j4 +(8-j6)
Z3 = (1,882 + j4,471) + 10
90 -36,87
Z2 = 4 . 10
8 – j2 Z3 = 11.882 + j4,471

Z2 = 40 53,13 Z3 = 12,695 20,620


8,246-14,036

Z2 = 4,851 67,166

Para calcular a corrente, utiliza-se a lei de ohm

I=V/Z

I= 165 0 I= 12,997 -20,620 A (RMS)


12,695 20,620

F.P = Cos (ϴv – ϴi) F.P = Cos [0- (-20,620)]

F.P = Cos(20,620) F.P. = 0,9359

Cálculo da potência média fornecida pela fonte:

P = VRMS . IRMS Cos(ϴv-ϴi)

Análise de Circuitos elétricos I 239


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P = 165 . 12,997 Cos [0- (-20,620)]

P = 2007,12W

6.4 Teorema da máxima transferência de potência média


Considere o seguinte circuito linear:

ZTH i(t)
Circuito +
ZL ZL
Linear -
VTH

Onde:
Z TH =R TH + jX TH e Z L=R L + jX L
V TH V TH
I = = Ã
(Z TH +Z L ) [(R TH +JX TH )+( R L +JX L)]

Sendo a potência média na carga RL

RL 2
|V TH| ⋅(
)
1 2 2
P = |I| R L = A
2 2 2
[( R TH + R L) +( X TH + X L ) ]

O objetivo é ajustar RL e XL de forma que P seja máxima.


Sendo assim, a derivada da função potência em função da resistência de carga e a
derivada da função potência em função da impedância de carga devem ser zero, com
isso:

( )
∂P |V TH| ⋅R L⋅( X TH + X L )
=
∂ X L [(R TH +R L)2 +( X TH + X L)2 ]2

2 2 2

( )
∂P |V TH| ⋅[( RTH + R L ) +( X TH + X L) −2 R L⋅( R TH + R L)]
=
∂ RL 2⋅[( RTH + R L )2 +( X TH + X L )2 ]2

Análise de Circuitos elétricos I 240


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Fazendo
( ) ∂P
∂XL
=0 tem-se X L = − X TH (01)

Fazendo
( )
∂P
∂ RL
=0 tem-se R L = √R 2
TH
2
+( X TH + X L ) (02)

Substituindo o primeiro resultado no segundo tem-se que R L = RTH

Para a máxima transferência de potência média, a impedância da carga, Z L, deve ser


igual ao conjugado complexo da impedância de Thévenin, Z TH.

Z L = R L + jX L = R TH − JX TH = Z TH (conjugado)

Esse resultado é conhecido como teorema da máxima potência média transferida para um
regime permanente senoidal. Definido R L = RTH e XL = -XTH

Portanto, a máxima transferência de potência média resulta em :

2
|V TH|
P máx =
(8 RTH )

No caso de cargas puramente resistivas, a condição para a máxima transferência de


potência torna-se:

RL = √R 2
TH +( X TH + X L )2 como XL é igual a zero,

RL = √R 2
TH
2
+ X TH = |Z TH|

Exemplo 01:
Determine a impedância Z L da carga que maximiza a potência média absorvida do circuito
abaixo. Qual é a potência média máxima?

Análise de Circuitos elétricos I 241


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4Ω j5 Ω

+ -j6 Ω ZL
-
100 (V) 8Ω

Respostas: ZL = 2,933-4,467jΩ e Pmáx = 2,368(W)

Solução:
Passo 01: Obter o equivalente de Thévenin visto a partir dos terminais da carga Z L .
Para obtenção do valor de Z TH, abre-se o circuito nos terminais da carga e coloca-se
todas as fontes independentes do circuito em repouso, obtendo o seguinte circuito:

4Ω j5 Ω

-j6 Ω

a) Pode-se observar que o capacitor (-j6) está em série com o resistor de 8Ω, formando a
impedância Z1

Z1 = 8 − j 6

b) também pode-se observar que o resistor de 4Ω está em paralelo com a impedância


Z1, formando Z2

[(8 − j 6 )⋅4 ]
Z2 = Z 2 = 2,933− j 0,5333 Ω
((8 − j 6)+4 )
c) ZTH será a resultante do paralelo entre Z1 e Z2 em série com o indutor j5

Z THL = j 5 + 2,933 − j 0,5333 Z THL = 2,933 + j 4,4667 Ω

Para calcular o valor da tensão equivalente de Thévenin, deve-se utilizar o circuito aberto
nos terminais da carga:

Análise de Circuitos elétricos I 242


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4Ω j5 Ω
a
+ -j6 Ω
-
100 (V)
b

Observando atentamente, é possível perceber que sobre o indutor j5 não haverá


circulação de corrente, podendo este elemento ser desconsiderado do circuito. Portanto, a
tensão vista dos terminais a e b do circuito é a mesma tensão que se manifestará sobre a
impedância (8-j6) do circuito.

Utilizando a regra do divisor de tensão, pode-se obter o valor da tensão entre os pontos a
e b do circuito.

[(8 − j 6)⋅4 ] −10,3


V TH = ⋅ 10 V TH = 7,454 (V )
(4 +(8 − j 6))

O modelo de Thévenin pode ser apresentado:

2,333+j4,667 Ω a
+
-
7,454 -10,3 (V)
b

É possível obter o valor da máxima transferência de potência para a impedância de carga


quando o valor da impedância da carga for igual ao valor da impedância conjugada de
Thevenin.

Z L = Z TH (conjugado )
2
|V TH|
P máx =
(8 RTH )

Para calcular a máxima potência transferida, deve-se aplicar a equação:

2 2
|V TH| |7,454|
P máx = P máx = P máx = 2,368 (W )
(8 RTH ) (8⋅2,933)

Análise de Circuitos elétricos I 243


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Exemplo 02:
Determine o valor de RL que absorverá a potência média máxima no circuito abaixo.
Calcule essa potência.

40 Ω
-j30 Ω
+
- RL
15030 (V) j20 Ω

Respostas:
RL = 24,25 Ω
Pmax = 39,29 (W)

Solução:
Passo 01: Obter o equivalente de Thévenin visto a partir dos terminais da carga R L .

40 Ω
-j30 Ω a

j20 Ω b

Z 1 = 40− j 30 ZTH = Z1 em paralelo com o indutor j20

[( 40− j 30)⋅( j 20)]


Z TH = = 9,412+ j 22,35 Ω
((40− j 30)+( j 20))

Para achar o valor da tensão equivalente de thévenin, devemos calcular a tensão entre os
terminais da carga a e b

Análise de Circuitos elétricos I 244


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40 Ω
-j30 Ω a
+
-
15030 (V) j20 Ω b

Utilizando a ferramenta do divisor de tensão, é possível calcular o valor da tensão sobre o


indutor j20Ω.

( j 20) 30 134
V TH = ⋅ 150 V TH =72,76 (V )
( j 20+40− j 30)

O valor de RL que irá absorver a máxima potência média é:

R L = |Z TH| RL = √(9,4122 +22,35)2


R L = 24,25 Ω

A corrente através da carga é:


V TH 72,76
134
I= I=
( Z TH + R L) (33,66+ j 22,35)

100,2
I =1,801 ( A)

A máxima potência média absorvida pela carga R L é:

1 2 1 2
P máx = |I| ⋅R P máx = |1,801| ⋅24,25
2 2

P máx = 39,33 (W )

A potência complexa S absorvida pela carga em corrente alternada é o produto da tensão


e do conjugado complexo da corrente, ou seja:

S = V RMS⋅I ∗RMS (VA )

onde:

Análise de Circuitos elétricos I 245


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(θ v ) (−θ i)
V máx I máx
V RMS = ( ) e I ∗RMS = ( )
√2 √2

(θ v −θ i)
S = [V RMS⋅iRMS ] (VA )

que pode ser reescrita como:

S = V RMS⋅i RMS cos (θ v −θ i )+ jV RMS⋅i RMS sen(θ v −θ i ) (VA)

V RMS⋅iRMS cos(θ v −θ i ) é a parcela relativo a potência ativa P medida em W

jV RMS⋅i RMS sen(θ v −θ i ) é a parcela relativo a potência reativa Q medida em Var

S = P+ JQ (VA )

P =V RMS⋅iRMS cos(θ v −θ i ) (W)

Q = V RMS⋅iRMS sen(θ v −θ i ) (VAR)

Potência Reativa:

A potência reativa Q é uma medida de troca de energia entre a fonte e a parte reativa da
carga. Os elementos armazenadores de energia não dissipam nem absorvem energia,
mas trocam energia (recebendo-a e fornecendo-a) com o restante do circuito.

Q=0 Carga Resistiva, fp = 1


Q<0 Carga Capacitiva, fp adiantado
Q>0 Carga indutiva, fp atrasado

Resumo:

Potência complexa S = P + JQ = VRMS . (IRMS)*

Potência complexa S = ΙVRMS Ι.Ι (IRMS)Ι (vi)

Análise de Circuitos elétricos I 246


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Potência Aparente S= ΙSΙ = Ι VRMS Ι Ι IRMS Ι = √( P2 +Q2 )
Potência Real P = Re(S) = Scos(v-i)

Potência Reativa Q = Im(S) = Ssen(v-i)

Fator de potência: P/S = cos(v-i)

Triângulo de Potência:

Im
+Q (fp atrasado)

 v-  i

P P

S
-Q (fp adiantado)

Exemplo 01:
A tensão em uma carga é dada pela expressão V(t) = 60cos(ωt – 100) (v) e a corrente
através do elemento no sentido da queda de tensão é i(t) = 1,5 cos(ωt +50 0) (A).
Determine: (a) as potências complexa e aparente; (b) as potências real e reativa; (c) o
fator de potência e a impedância da carga.
Alexander, Charles K, Sadiku, Mathew N. O. Fundamentos de circuitos elétricos Ed. Bookman, 5 a ed. 2003 p.424-425

Respostas:
S = 45 -60 (VA) → S = 45VA
P = 22,5 (W) Q = -38,97 (Kvar)
FP = 0,5 capacitivo Z = 40 -60 (Ω)

Conservação de Potência CA

Análise de Circuitos elétricos I 247


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i(t)

I1 I2
i(t) Z1 Z2
+V1 - +V2 -
+
- +
V Z1 Z2
-
V

S = V.I* = I* (V1 + V2)


S = V.I* = V(I*1 + i*2)
V 1 I*+ V 2 I*= S1 + S2
VI*1 + VI*2 = S1 + S2

As potências complexas, real e reativa das fontes equivalem às respectivas somas das
potências complexa, real e reativa de cada carga.

Exemplo 02:
O circuito apresentado abaixo mostra uma carga sendo alimentada por uma fonte de
tensão através de uma linha de transmissão. A impedância da linha é representada pela
impedância (4+j2) Ω e um caminho de retorno. Determine as potências real e reativa
absorvidas: (a) pela fonte; (b) pela linha; (c) pela carga.
Alexander, Charles K, Sadiku, Mathew N. O. Fundamentos de circuitos elétricos Ed. Bookman, 5 a ed. 2003 p.424-425

4Ω j2 Ω

I(t)
+ 15 Ω
-
2200
RMS

-j10 Ω
Fonte Linha Carga

resposta:
Sfonte = 2163,5 – j910,8 (VA)
Slinha = 455,4 + j227,7 (VA)
SCarga = 1708 – J1139 (VA)
Exemplo 03: O resistor de 60Ω absorve uma potência média de 240W. Determine a
tensão V e a potência complexa de cada ramo do circuito. Qual é a potência complexa
total do circuito? (Suponha que a corrente através do resistor de 60Ω não tenha nenhum
deslocamento de fase)
Alexander, Charles K, Sadiku, Mathew N. O. Fundamentos de circuitos elétricos Ed. Bookman, 5 a ed. 2003 p.425

Análise de Circuitos elétricos I 248


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Resposta:
Tensão da fonte V = 240,7 21,45 V (RMS)
Resistor de 20Ω S1 = 656 VA
Impedância (30-j10)Ω S2 = 480 -j160 VA
Impedância (60+j20)Ω S3 = 240+j80 VA
Total ST= 1376-j80 VA

20 Ω
60 Ω 30 Ω

+
-
V(t) -j10 Ω
j20 Ω

Referências e exercícios:
Alexander, Charles K. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. Porto alegre, AMGH 2013
1 recurso online ISBN 9788580551730

Análise de Circuitos elétricos I 249


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6.5 – Correção de fator de potência:

Dada uma função tensão com amplitude e frequência definidas.

Quando esta tensão e aplicada a uma impedância de carga, haverá uma defasagem entre
tensão e corrente de acordo com as características desta carga, a serem:
a) Carga puramente resistiva: Não haverá defasagem e a tensão e corrente estarão em
fase (Vz)
b) Carga indutiva: Haverá defasagem entre a tensão e corrente e a corrente estará
atrasada em relação a tensão (V1)
a) Carga capacitiva: Haverá defasagem entre a tensão e corrente estará adiantada em
relação a tensão (V2)

Diagrama de Impedâncias, considerando que:

XL = ωL XC = -jωC
X = X L – XC Z = R + (Xl-Xc) fp = Cos ɸ

Análise de Circuitos elétricos I 250


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Im
(reatância)

XL

Z
XL -X C

Φ
R Re
(resistência)

XC

A figura apresenta a relação entre tensão e corrente de circuitos resistivos, com destaque
ao diagrama de impedância, diagrama de fase e forma de onda da tensão e da corrente
sobre a carga R.

Fig. Relação entre tensão e corrente (V-I) de um circuito resistivos

Fig. Forma de onda da tensão e da corrente (V-I) sobre uma carga num circuito resistivos

Análise de Circuitos elétricos I 251


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Fig. Forma de onda da tensão, da corrente e da potência sobre uma carga num circuito
resistivos

A figura apresenta a relação entre tensão e corrente de circuitos indutivos, com destaque
ao diagrama de impedância, diagrama de fase e forma de onda da tensão e da corrente
sobre a carga L.

Fig. Relação entre tensão e corrente (V-I) de um circuito indutivos

A figura apresenta a relação entre tensão e corrente de circuitos capacitivos, com


destaque ao diagrama de impedância, diagrama de fase e forma de onda da tensão e da
corrente sobre a carga C.

Relação entre tensão e corrente (V-I) de um circuito capacitivos

Análise de Circuitos elétricos I 252


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Fig. Relação entre tensão e corrente (V-I) de um circuito resisitivo indutivos (RL)

A figura acima apresenta a relação entre tensão e corrente de circuitos resistivo indutivos,
com destaque ao diagrama de impedância, diagrama de fase e forma de onda da tensão
e da corrente sobre a carga RL.

A figura abaixo apresenta a relação entre tensão e corrente de circuitos resistivo


capacitivos, com destaque ao diagrama de impedância, diagrama de fase e forma de
onda da tensão e da corrente sobre a carga RC.

Fig. Relação entre tensão e corrente (V-I) de um circuito resisitivo indutivos (RL)

Revisando o triângulo de potências:

S = Potência aparente (KVA)


S2 = P2 + Q2
P = Potência ativa (KW)
P = S.cosΦ

Análise de Circuitos elétricos I 253


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Q = Potência reativa (KVAr)
Q = S.senΦ
CosΦ = fator de potência

Adição de cargas:

S
Q

P
seja uma carga com as seguintes características de potência:

S1
Q1

ɸ1
P1

E outra carga com as seguintes características de potência:

S2
Q2
P2 ɸ2
As potências destas cargas podem se somar da seguinte forma:

S1
Q1

ɸ1
P1

S2
Q2
P2 ɸ2

Análise de Circuitos elétricos I 254


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Obtendo as potências totais como segue:
Q = Q1+Q2

S1
S=√(P +Q )
2 2

Q1

ɸ1
P1

S2
Q2
P2
ɸ ɸ2
P = P1 + P2

Exemplo 01:
Calcular o fator de potência da carga Z = 25+j15

ZΦ = Vθv / Iϴi

ZΦ = 29 30,964

f.p. = cosΦ = cos(30,963)

f.p. = cosΦ = 0,857

Exemplo 02:
Considere uma carga Z = 15+j8 que absorve uma potência aparente de 15KVA.
Calcule o valor da potência ativa e da potência reativa absorvida por esta carga, bem
como o valor do fator de potência da mesma. Após, Calcule a potência reativa necessária
para corrigir o fator de potência para 0,92.

ZΦ = Vθv / Iϴi
ZΦ = 15 + j8 converter para coordenada polar
ZΦ = 17 28,072

F.P. = cosΦ = cos(28,072)


F.P. = cosΦ = 0,882

P = S.cosΦ = 15.000 x 0,882


P = 13.235,35 W ou 13,235 KW

Q = S.senΦ = 15.000 x 0,471

Análise de Circuitos elétricos I 255


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Q = 7058,71 VAr ou 7,058KVAr

Compondo o triângulo de potências:

S1 = 15 KVA
P1 = 13,235 KW
Q1 = 7,058 KVAr S1
Cos ɸ1 = 0,882 Q1

ɸ1 = 28,115 0 ɸ1
P1

Para manter a carga alimentada com a mesma geração de trabalho (W), é necessário
manter a potência ativa com o mesmo valor da condição inicial, ajuntando os valores de
potência ativa e reativa, para atender ao novo fator de potência solicitado. Calculando as
potências reativa e aparente necessárias para adequação ao f.p. solicitado:

P2 = 13,215 KW
Cos ɸ2 = 0,92 Q2
S2
ɸ2 = 23,074 0 P2 ɸ2

P1 = P2 = PR = 13,235 KW Como o objetivo é diminuir o ângulo


então deve-se reduzir o valor de Q1 e para
S2 = P2 / CosΦ2 isso deve-se injetar Potência reativa (Q)
S2 = 13,235 / 0,92 contrário ao existente, invertendo o sentido
S2 = 14.385,87 VA de Q2 no triângulo de potênias.

Q2 = S sen Φ2
Q2 = 14.385,87 Sen 23,0740
Q2 = 14.385,87 0,392
Q2 = 5.638,105 Var

Calculando os valores de SR e QR:


Q1 S1

QR = Q1 – Q2
Q = Q1-Q2

QR = 7.058 – 5.628,105
QR = 1,420 KVAr ɸ R
P1 P2

S2

Análise de Circuitos elétricos I 256


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S2 = P2 + Q2
S
S=√ P +Q
re
su 2 2
lt an
te
resultante

S=√(13,235 +1,422 )
2 2
Q

ɸ resultante

S = 13,311 KVA
Presultante

Considerando que a carga é alimentada pela rede elétrica convencional (V=220V e


f=60Hz) calcular o valor do capacitor necessário para realização desta correção do fator
de potência

Utilizando-se a lei de Ohm:

Q R = V2 / XC
XC = V2 / QR

XC = (220)2 / (1.420,60)
XC = 34,07 Ω
XC = 1 / ωC

C = 1 / ωXC
C = 1 / (2.π.60).34,07
C = 77,857 µF

Exemplo 03:
Um transformador de 400KVA funciona a 75% de sua capacidade nominal e um fator de
potência de 0,6 atrasado.
a) Quantos KVAr de potência reativa são necessários para corrigir o fator de potência
para 0,90 atrasado.
b) Depois de corrigido o fator de potência no item anterior, quantos KVAr de potência
reativa com fator de potência 0,8 podem ser adicionados sem que seja ultrapassada a
capacidade nominal do transformador?

ST = 400 KVA
S1= 75%
S1 = 0,75x400 S1
S1 = 300KVA Q1

f.p. = 0,6 atrasado (indutivo) ɸ1


P1
Φ1 = arcos 0,6
Φ1 = 53,130

P1 = S1 cosΦ1

Análise de Circuitos elétricos I 257


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P1 = 300 0,6
P1 = 180 KW

Q1 = S1 senΦ1
Q1 = 300 0,8
Q1 = 240 KVAr

S2 = ? KVA
P2 = 180 KW
Q2 = ? KVAr
S2
Φ2 = arcos 0,9 Q2
P2 ɸ2
Φ2 = 25,840

P2 = S2 cosΦ2 Q2 = S2 senΦ2
S2 = P2 / cosΦ2 Q2 = 200 x 0,436
S2 = 180 / 0,9 Q2 = 87,172 KVAr
S2 = 200 KVA
Seja:
Qa = potência reativa adicionada para correção
Qa = Q1 – Q2
Qa = 240 – 87,172
Qa = 152,83 KVAr

S2 = P2 + Q2
400 = √ [P2 + Q2]
Q = Q1+Q2

S1
S=√(P +Q )=400KVA
2 2

Q1

ɸ1
P1 P2 = S2 cosΦ2
S2
P2 = 0,8S2
Q2
P2
ɸ ɸ2
P = P1 + P2 Q2 = S2 senΦB
Q2 = 0,6S2

S = P +jQ

S1 = 180 + j87,17

S2 = P2 + jQ2
S2 = 0,8S2 + j0,6S2

4002 = [P2 + Q2]


4002 = [(P1+ P2)2 + (Q1+Q2)2]
4002 = [(180+0,8S2)2 + (87,17+J0,6S)2]
16000 = [(32400+280S2+0,64S22) + (7598+104,604S2+0,36S22]

S2 = 203,908 KVA

Q2 = S2 x sen Φ2
Q2 = 203,908 x 0,6

Análise de Circuitos elétricos I 258


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Q2 = 122,345 KVAr

P2 = S2 x cos Φ2
P2 = 203,908 x 0,8
P2 = 163,126 KW

Exercícios:

01) Um transformador de 13800/220 VRMS, 60Hz está operando a plena carga


alimentando duas cargas em paralelo, sendo uma de 50KVA com F.P. 0,5 atrasado e outra
com 55,9 KVA e F.P.0,866 adiantado.
a) Trace (num único diagrama) os triângulos de potência das cargas e total
b) Qual é a potência nominal do transformador? E qual é o seu F.P.?
c) Deseja ligar-se uma nova carga em paralelo com as duas cargas existentes, cuja
potência reativa é de 4,35KVAr. Qual é a máxima potência ativa que pode consumir esta
nova carga?
d) Para alimentar as 3 cargas simultaneamente, qual é potência reativa necesária?
e) Qual é o valor do elemento necessário para gerar esta potência reativa?
f) Qual é a potência em KVA e o FP resultante?

Respostas:
b) ST=75,4 KVA e FP=0,978 c) 1,99KW d) 19,7KVAr e) C=602,8µF
f) Sf= 73,93 KVA e FP = 0,993

Análise de Circuitos elétricos I 259


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7. Circuitos de duas portas

Conceitua-se porta como sendo o conjunto de dois terminais, já um sistema é um


componente fechado tratado como uma “caixa preta” tendo acesso apenas aos seus
terminais externos.
São circuitos são utilizados em comunicação, sistemas de controle, sistemas de potência
e eletrônica. Por exemplo, em eletrônica, são utilizados para criar o modelo para
transistores. Os circuitos de duas portas também são chamados quadripolos.
A figuraabaixo apresenta um sistema, que neste caso é um circuito linear, e os dois
terminais que caracterizam uma porta. Os componentes eletrônicos como resistores,
capacitores e indutores podem ser considerados sistemas de uma porta.

Assim como é possível analisar circuitos de duas portas, pode-se analisar circuitos como
quadripolos tendo algumas restrições:

- Não pode haver energia armazenada no circuito.


- Não pode haver fontes independentes.

A corrente que entra por um terminal do par deve ser igual à corrente que sai pelo outro
terminal do par e não podem existir conexões entre portas.

Caracterização de um circuito de duas portas:

Para caracterizar um circuito de duas portas deve-se estabelecer relações entre as


tensões e a correntes ( V 1, V 2, I 1, I 2). As diferentes formas de estabelecer relações entre
V 1, V 2, I 1, I 2 são chamadas de parâmetros.

Análise de Circuitos elétricos I 260


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A seguir são apresentados alguns dos parâmetros utilizados por esta ferramenta, sendo
eles os parâmetros de impedância, de admitância e híbridos. Não sendo os únicos
parâmetros existentes, porém, os mais utilizados.

7.1 Parâmetros de impedância:

Parâmetros de impedância, também conhecidos como parâmetros z, tem sua unidade o


Ohm (Ω). Para o cálculo deste tipo de parâmetro é necessário conectar uma fonte a uma
porta, ao mesmo tempo em que a outra porta é mantida como um circuito aberto ( I =0).

Sendo as seguintes relações estabelecidas:

V 1=z 11 I 1 + z 12 I 2 V 2=z 21 I 1+ z22 I 2

À primeira vista pode parecer estranho calcular-se impedâncias em um circuito que


aparenta estar aberto. Mas o que ocorre é que o que está dentro do circuito de duas
portas é tratado como uma “caixa-preta”, sendo assim, o interesse se encontra nas
relações que acontecem entre as portas e o meio exterior.
De qualquer forma pode-se imaginar a existência de impedâncias como mostrado na
figura abaixo. Além do caso mostrado, que é a impedância z 11, pode-se posicionar outras
impedâncias para qualquer um dos quatro parâmetros.

Como os parâmetros z são encontrados ao abrir o circuito de uma das portas, estes
parâmetros são chamados parâmetros de impedância de circuito aberto.

Z11 ou Zi → Impedância de entrada de circuito aberto.


Z12 → Impedância de transferência de circuito aberto da porta 1 para a porta
Z21 → Impedância de transferência de circuito aberto da porta 2 para a porta 1
Z22 ou Zo → Impedância de saída de circuito aberto.

Análise de Circuitos elétricos I 261


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Se Z11 = Z22 então o circuito e chamado de simétrico.

Se o circuito de duas portas for linear e não possuir fontes dependentes, então Z 21 = Z12 e
as portas são recíprocas.

O circuito recíproco conduz a V = Z12 I ou V = Z21 I

Qualquer circuito formado inteiramente por resistores, capacitores e indutores deve ser
recíproco e pode ser substituído pelo circuito equivalente T apresentado na figura (a)
abaixo e na fig. (b) está sendo apresentado o circuito equivalente geral.

Análise de Circuitos elétricos I 262


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7.2 Parâmetros de admitância

Existe a necessidade de uma forma alternativa de descrever um circuito de duas portas,


por isso os parâmetros de admitância, também chamados de parâmetros y, expressam as
correntes nos terminais em termos de tensões nos terminais. Estes são medidos em
Siemens (S).
I 1= y 11 V 1+ y 12 V 2
I 2= y 21 V 1 + y 22 V 2

O valor dos parâmetros y podem ser calculados fazendo V 1 = 0 (porta de entrada curto-
circuitada) ou V 2 = 0 (porta de saída curto-circuitada) conforme mostra a figura abaixo.

Como os parâmetros y são obtidos curto-circuitando-se a porta de entrada ou saída, os


parâmetros y são denominados parâmetros de admitância de curto-circuito.

y 11: Admitância de entrada de curto-circuito.


y 12: Admitância de transferência de curto-circuito da porta 2 para a porta 1.
y 21: Admitância de transferência de curto-circuito da porta 1 para a porta 2.
y 22: Admitância de saída de curto-circuito.

Um circuito recíproco ( y 12= y 21) pode ser representado pelo modelo equivalente π
mostrado na figura (a) ao passo que na figura (b) é apresentado o circuito equivalente
geral.

7.3 Parâmetros híbridos

Análise de Circuitos elétricos I 263


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Os parâmetros z e y nem sempre estão presente em circuitos de duas portas.
Transformadores, por exemplo, são circuitos de duas portas sem parâmetros z e y. Assim,
torna-se necessário um novo conjunto de parâmetros. Para suprir esta necessidade, os
parâmetros híbridos, também são conhecidos como parâmetros h, suprem esta lacuna.
Para este tipo de parâmetros considera-se V 1 e I 2 como sendo as variáveis dependentes.
Sendo assim:

V 1=h 11 I 1 +h12 V 2
I 2=h21 I 1 +h22 V 2

Os parâmetros híbridos são muito úteis na descrição de dispositivos eletrônicos, como por
exemplo os transistores. Para calcular estes parâmetros aplica-se uma fonte de tensão ou
uma fonte de corrente à porta apropriada, curto-circuita-se ou deixa-se o circuito aberto a
outra porta, conforme o que se deseja calcular.

h11 =
V1
I1 | V 2=0
h12=
V1
V2 |
I 1 =0

h21=
I2
I1 |
V 2=0
h22=
I2
V2 |
I 1 =0

A partir das expressões acima percebe-se que os parâmetros h11 , h12, h21 , h22 representam
respectivamente uma impedância, um ganho de tensão, um ganho de corrente e uma
admitância, especificando:

h11 : Impedância de entrada de curto-circuito.


h12: Ganho de tensão inverso de circuito aberto.
h21 : Ganho de corrente direto de curto-circuito.
h22 : Admitância de saída de circuito aberto.
Para circuito recíprocos h12=h 21.

Na figura abaixo é apresentado o circuito equivalente, com parâmetros h, de um circuito


de duas portas.

Análise de Circuitos elétricos I 264


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7.4 Parâmetros de transmissão

Como todos os parâmetros apresentados relacionam as mesmas variáveis de terminais


de entrada e saída é possível estabelecer relações entre as mesmas.

Relação entre parâmetros y e z:

assim como

comparando as equações tem-se que

fazendo-se a substituição e igualando os termos, concluí-se que:

De forma semelhante é possível relacionar os parâmetros h e z:


substituindo-se uma equação na outra

Quando são expressas na forma matricial e comparadas com a equação dos parâmetros
híbridos resulta:

Análise de Circuitos elétricos I 265


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7.5 Interconexão de circuitos elétricos

Quando trabalha-se com circuitos muito grandes, por vezes é interessante dividir em sub-
circuitos menores para fins de análise e projeto.

Estes circuitos são modelados como circuitos de duas portas interconectados.

As conexões podem se dar de três formas paralelo, série e cascata. Neste material são
tratados apenas as duas primeiras.

Conforme os circuitos estão conectados, os seus parâmetros se relacionam de maneiras


diferentes.
Em circuitos em série: [ z ] =[ z a ] + [ z b ]

Em circuitos em paralelo: [ y ]=[ y a ]+ [ y b ]

Exemplo 01: Determine os parâmetros z para o circuito da figura abaixo

Método 1
V1
Sabendo que z 11= pode-se calcular z 11.
I1

Como não circula corrente pelo resistor de 30 Ω, V 1= 20 I 1 +40 I 1, colocando-se I 1 em


evidência resulta em:
V 1=I 1 ( 20+ 40 )

Substituindo V 1 encontra-se Z11

I 1 ( 20+40 )
z 11= =60 Ω .
I1

Análise de Circuitos elétricos I 266


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Calculando Z21

V2
z 21=
I1

Como I 2=0, V 2=40 I 1.

40 I 1
Agora substitui-se V 2 restando: z 21= .
I1
Com isso sabe-se que z 21=40 Ω .

Para o cálculo dos dois parâmetros restantes z 22 e z 12 procede-se da mesma forma com a
outra porta

Repetindo o processo descrito anteriormente:

V 2 30 I 2 +4 0 I 2
z 22= = =70 Ω
I2 I2

Da mesma forma, encontra-se Z12:

V 1 40 I 2
V 1=40 I 2 z 12 = = =40Ω
I2 I2

Método 2 (substituição pelo circuito equivalente):

O circuito da questão (esquerda) pode ser substituído pelo equivalente da figura a


(direita).

Análise de Circuitos elétricos I 267


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A partir disso pode-se estabelecer comparações os circuitos das figuras:

Z12=Z 12=40 Ω
Z11 − Z 12 =20 Ω
Z22 − Z12=3 0 Ω

Substituindo-se nas equações:

Z11 − Z 12=20 Ω=Z 11 −40 Ω=20 Ω


Z11 =60 Ω
Z22 − Z12=30 Ω=Z 22 − 40 Ω=30 Ω
Z22=7 0 Ω

Exercícios
1)Encontre os parâmetros de admitância para o circuito abaixo
1

2) Determine os parâmetros de impedância do circuito

Análise de Circuitos elétricos I 268


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3) Considere o seguinte circuito:

Sendo: Z11 =40 Ω Z21=80Ω Z12=60 Ω Z22 =120 Ω

a) Determine Z L para a máxima transferência de potência para a carga


b) Calcule a potência máxima liberada para a carga

4) Determine os parâmetros Y da figura abaixo:

5) Encontre os parâmetros h da figura abaixo

Exercício Desafio: Considere o circuito mostrado abaixo, sabendo que o transistor da


figura pode ser substituído pelo equivalente mostrado na figura da direita e que os
parâmetros híbridos são: h11 =1 k 2Ω, h12=3 x 10 −4 , h21=80 e h22=30 µS. Baseado nisso
V2
determine o ganho de tensão A v = .
V1

Análise de Circuitos elétricos I 269


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Análise de Circuitos elétricos I 270
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