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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

Prática 07: Velocidade do Som

ALUNO: Alan de Abreu Estevão


MATRÍCULA: 385179 TURMA: 38
DISCIPLINA: Física Experimental para Engenharia
PROFESSOR: Arilo Pinheiro
DATA: 29/08/2016 HORÁRIO: 14:00 – 16:00

Fortaleza, Ceará
2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 4
3. MATERIAL ............................................................................................................. 4
4. PROCEDIMENTO ................................................................................................. 5
5. QUESTIONÁRIO ................................................................................................... 6
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 9
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 9
1. INTRODUÇÃO

Este relatório tem por finalidade a descrição dos experimentos realizados durante
uma aula de Física Experimental, estes referentes ao estudo da velocidade do som. O som
é o resultado de uma vibração, que se propaga ao longo dos meios materiais, provocando
zonas de maior compressão e zonas de menor compressão (zonas de rarefação) de
partículas, originando uma onda sonora que atinge o ouvido. Este converte em estímulo
nervoso que, ao alcançar o cérebro, dá-nos a sensação auditiva chamada som.
As ondas sonoras, assim como o som, são ondas mecânicas e longitudinais. Dessa
forma, necessitam de um meio para propagar-se, e sua vibração ocorre na mesma direção
da propagação. Elas podem sofrer diversos fenômenos ondulatórios como reflexão,
refração, difração, interferência e ressonância.
A ressonância é o processo pelo qual um objeto, ao vibrar forçadamente, produz
ondas que atingem outro objeto, fazendo-o vibrar com um aumento drástico de amplitude.
Isso ocorre quando a frequência de vibração do primeiro objeto é igual a frequência
natural do segundo objeto. Este processo pode ser utilizado para encontrar a velocidade
do som no ar.
Neste experimento utilizou-se um cano de PVC, no qual variou-se o comprimento
da coluna de ar, através da movimentação de um êmbolo contido no interior do cano. Essa
variação aliada à produção de som na boca do cano, com um diapasão, resulta em certo
instante que a coluna de ar entre em ressonância, aumentando a intensidade do som. Todo
esse procedimento gera ondas estacionárias, que possuem pontos em que a amplitude se
torna máxima, que são chamados de nós, como mostra a Fig. 1.

Fig. 1 – Representação dos nós (N), nos quais a amplitude da onda atinge seu ponto máximo.
Fonte: Brasil Escola. (2016).

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Partindo do início da extremidade do cano e fazendo com que a coluna de ar varie
com a movimentação do êmbolo, encontramos um ponto de amplitude máxima, o
primeiro nó, que está a uma distância h1 da extremidade do cano. Continuando a variar o
comprimento da coluna de ar, localizamos outro nó, onde a amplitude atinge um ponto
máximo novamente, h1. A distância entre dois nós consecutivos é igual a meio
comprimento de onda, como mostra a equação 1.1.
λ
ℎ2 − ℎ1 = (Eq. 1.1)
2
onde λ é o comprimento de onda do som no ar. Já que a velocidade de uma onda é a
multiplicação do comprimento de onda pela frequência temos que:

𝑉 = λf𝑉 ⇒ 𝑉 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓 (Eq. 1.1)


Assim, podemos calcular a velocidade do som no ar, sendo o valor de f conhecido,
apenas medindo as distâncias h1 e h2.

2. OBJETIVOS

Esta prática experimental teve como principais objetivos finais:

 Determinar a velocidade do som no ar com uma aplicação de ressonância;


 Verificar e comparar os resultados experimentais com valores teóricos;

3. MATERIAL

Para a realização dos experimentos desta prática, foram utilizados os seguintes


equipamentos:

 Cano de PVC com êmbolo;


 Diapasão de frequência conhecida;
 Martelo de borracha;
 Termômetro digital;
 Paquímetro;
 Trena.

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4. PROCEDIMENTO

Primeiramente, nos foi dada uma breve explicação teórica a respeito das
características das ondas sonoras, bem como sobre os principais fenômenos ondulatórios
por elas desempenhados, destacando-se entre estes, a ressonância. Ainda fomos instruídos
a respeito da correta utilização dos instrumentos necessários.

Após isso, já estando montado sobre a bancada, o cano de PVC com êmbolo,
recebemos os materiais para a realização da prática tais como: diapasão e martelo de
borracha, para a executarmos as vibrações; termômetro, para aferirmos a temperatura
ambiente; paquímetro e trena, utilizados respectivamente para medir a espessura e o
comprimento do cano de PVC.

Em seguida, conferimos e anotamos a frequência do diapasão, aferida em 440 Hz.


Com esse valor definido, iniciamos a prática experimental, que consistiu em golpear o
diapasão com o martelo de borracha próximo a boca do cano, movimentando o êmbolo
contido nele, e assim verificar a intensidade do som produzido. Ao atingir um máximo,
medimos o comprimento da boca do cano até a posição do êmbolo.

Esse procedimento foi realizado até que o êmbolo chegasse ao final do cano, e
repetimos essa mesma tarefa três vezes. Os resultados obtidos estão na Tabela 1.

Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)


h1 (cm) 17,5 18,2 17,6 17,7
h2 (cm) 57,6 57,3 57,0 57,3
h3 (cm) 98,1 97,0 96,7 97,3
Tabela 1 – Resultados experimentais das medições do comprimento do cano até o êmbolo.

Ao final da prática medimos a temperatura ambiente do laboratório, bem como o


diâmetro interno e o comprimento máximo do cano, os resultados são mostrados na
Tabela 2.

Temperatura ambiente – tA (˚C) 23,30


Comprimento máximo do cano de PVC – hmáx (cm) 110,9
Diâmetro interno do cano de PVC – dint (cm) 4,720
Tabela 2 – Resultados das medições de temperatura e do diâmetro e comprimento do cano.

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5. QUESTIONÁRIO

1 – Determine a velocidade do som:


V (m/s)
a) A partir de h1 (médio) sem considerar a “correção de extremidade” 311,5
b) A partir de h1 (médio) considerando a “correção de extremidade” 336,4
c) A partir dos valores médios de h1 e h2 348,5
d) A partir dos valores médios de h2 e h3 352,0

Respostas:
a) ℎ1 = 17,70 𝑐𝑚 𝑓 = 440,0 𝐻𝑧
𝜆 𝜆
ℎ1 = 4 ⇒ 17,70 = 4 ⇒ 𝜆 = 70,80 𝑐𝑚 = 70,80 × 10−2 𝑚

𝑉 = 𝜆𝑓 ⇒ 𝑉 = 70,80 × 10−2 × 440,0 =


𝑉 = 𝟑𝟏𝟏, 𝟓 𝒎/𝒔

b) ℎ1 = 17,70 𝑐𝑚 𝑓 = 440,0 𝐻𝑧
𝐷 = 4,720 𝑐𝑚 ⇒ 𝑟 = 2,360 𝑐𝑚
𝜆 𝜆
ℎ1 + 0,6𝑟 = 4 ⇒ 17,70 + 0,6 × 2,360 = 4 ⇒ 𝜆 = 76,46 𝑐𝑚 = 70,46 × 10−2 𝑚

𝑉 = 𝜆𝑓 ⇒ 𝑉 = 76,46 × 10−2 × 440,0 =


𝑉 = 𝟑𝟑𝟔, 𝟒 𝒎/𝒔

c) ℎ1 = 17,70 𝑐𝑚 ℎ2 = 57,30 𝑐𝑚 𝑓 = 440,0 𝐻𝑧


ℎ1 = 17,70 𝑐𝑚 = 0,177 𝑚
ℎ2 = 57,30 𝑐𝑚 = 0,573 𝑚
𝑉 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓 ⇒ 𝑉 = 2 × (0,573 − 0,177) × 440,0 =
𝑉 = 𝟑𝟒𝟖, 𝟓 𝒎/𝒔

d) ℎ2 = 57,30 𝑐𝑚 ℎ3 = 97,30 𝑐𝑚 𝑓 = 440,0 𝐻𝑧


ℎ2 = 57,30 𝑐𝑚 = 0,573 𝑚
ℎ3 = 97,30 𝑐𝑚 = 0,973 𝑚
𝑉 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓 ⇒ 𝑉 = 2 × (0,973 − 0,573) × 440,0 =
𝑉 = 𝟑𝟓𝟐, 𝟎 𝒎/𝒔

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2 – Determine a velocidade do som pela média dos três últimos valores da questão 1.
Resposta:
336,4 + 348,5 + 352,0
𝑉𝐸 = = 𝟑𝟒𝟓, 𝟔 𝒎/𝒔
3

3 – Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica:


2
𝑉 = 331 + 𝑇
3
em m/s, onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius. (A velocidade do som no ar
a 0 ˚C é 331 m/s. Para cada grau centígrado acima de 0 ˚C, a velocidade do som aumenta
2/3 m/s).
Resposta:

𝑇 = 23,30 ˚C
2 2
𝑉𝑇 = 331 + 𝑇 ⇒ 𝑉𝑇 = 331 + × 23,30 = 𝟑𝟒𝟔, 𝟓 𝒎/𝒔
3 3

4 – Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar


obtido experimentalmente (questão 2) e o calculado teoricamente (questão 3).
Resposta:
𝑉𝑇 = 346,5 𝑚/𝑠
𝑉𝐸 = 345,6 𝑚/𝑠
|𝑉𝑇 − 𝑉𝐸 | 346,5 − 345,6
𝐸% = × 100 ⇒ 𝐸% = × 100 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟗𝟕%
𝑉𝑇 346,5

5 – Quais as causas prováveis dos erros cometidos?


Resposta: Os erros cometidos podem ter surgidos em decorrência de falhas na aferição
de certas medidas e também da dificuldade de identificar a variação de intensidade do
som produzido, para assim encontrar os máximos, devido ao barulho dos equipamentos
das demais equipes.

6 – Será possível obterem-se novos máximos de intensidade sonora, além dos três
observados, para outros comprimentos da coluna de ar dentro do cano? Raciocine ou
experimente. Justifique.

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Resposta: Sabemos que a distância entre dois nós consecutivos é igual a meio
comprimento de onda. Assim, considerando a hipótese de haver um nó h4, temos:

ℎ3 = 97,30 ℎ2 = 57,30

λ
= (ℎ4 − ℎ3 ) = (ℎ3 − ℎ2 ) ⇒ (ℎ4 − 97,30) = (97,30 − 57,30) ⇒ ℎ4 = 137,3 𝑐𝑚
2

Porém, o comprimento máximo do cano de PVC é 110,9 cm. Portanto, não seria possível
encontrar novos valores de máximos no cano.

7 – A velocidade do som no ar a 30 ˚C é 351 m/s. Qual a velocidade do som no ar a essa


temperatura em km/h?
Resposta: 351 × 3,6 = 𝟏𝟐𝟔𝟑, 𝟔 𝒌𝒎/𝒉

8 – Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 660 Hz?


Resposta:
𝑉 = 𝜆𝑓 = 345,6
𝜆 × 660,0 = 345,6 ⇒ 𝜆 = 0,5236 𝑚
𝜆 0,5236
ℎ1 = = = 0,1309 𝑚 = 𝟏𝟑, 𝟎𝟗 𝒄𝒎
4 4
𝜆 0,5236
ℎ1 = = + ℎ1 = 0,1309 + 0,1309 = 0,2618 𝑚 = 𝟐𝟔, 𝟏𝟖 𝒄𝒎
4 4
𝜆 0,5236
ℎ1 = = + ℎ2 = 0,1309 + 0,2618 = 0,3927 𝑚 = 𝟑𝟗, 𝟐𝟕 𝒄𝒎
4 4

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6. CONCLUSÃO

Através desta prática experimental de Física, foi possível entender o fenômeno


ondulatório da ressonância através de uma de suas várias aplicações. Também
aprendemos um pouco mais a respeito das ondas sonoras, suas características e as
equações matemáticas que as regem.
Por meio dos dados coletados experimentalmente, estimamos a velocidade do
som, e comparamos o resultado com o valor teórico pré-determinado, obtendo um
pequeno erro percentual, de apenas 0,26 %, não chegando a exatidão devido a pequenas
falhas na aferição das medidas e na dificuldade em identificar os valores corretos dos
máximos produzidos no cano de PVC.
Isso mostra que o experimento foi bastante eficaz e que obteve êxito em seus
objetivos iniciais, tanto no que diz respeito aos aspectos procedimentais, quanto com
relação ao conhecimento agregado.

BIBLIOGRAFIA
DIAS, N. L. Roteiro de Práticas de Física Experimental para a Engenharia.
Alunos Online – UOL – As Ondas Sonoras, por Mariane Mendes Teixeira. Disponível
em: <http://alunosonline.uol.com.br/fisica/as-ondas-sonoras-.html>. Acesso em 08
set.2016.
Brasil Escola – Ondas Sonoras, por Joab Silas. Disponível em: <http://brasilescola.uol.
com.br/fisica/ondas-sonoras.htm>. Acesso em 08 set.2016.
Explicatorium – O som. Disponível em: <http://www.explicatorium.com/cfq-
8/producao-propagacao-som.html>. Acesso em 08 set.2016.
Klick Educação – Reflexão, refração, interferência e ressonância sonora. Disponível
em: <http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-5220-50893-
,00.html>. Acesso em 08 set.2016.

Imagens
Figura 1 – Disponível em: <www.brasilescola.uol.com.br> (2016)

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