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Objetivos

 Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância

Material
 Cano de PVC com êmbolo;
 Diapasão de frequência conhecida(440 Hz);
 Martelo de borracha;
 Termômetro digital;
 Paquímetro;
 Trena.
Introdução
O que é o som e como se propaga?
Por definição, o som é uma propagação de uma frente de compressão mecânica e,
como toda onda mecânica, o som necessita de um meio material para se propagar, como o
ar ou a água.

O som, assim como toda onda, não transporta matéria e, sim, energia. Durante sua
propagação há transmissão de energia ao longo do meio de propagação. O processo de
propagação do som no ar faz com que, ao passar pelo meio, as partículas nele contidas
vibrem em torno de sua posição de equilíbrio e transportem a energia para partículas
vizinhas, em um ciclo sucessivo.

A velocidade do som no ar A 15°C é, aproximadamente, 340 m/s. Essa velocidade no


ar e em outros gases é relativamente pequena pelo fato de as moléculas que se
movimentam terem de se chocar umas com as outras, a fim de propagar a onda longitudinal
de pressão. Já nos líquidos e nos sólidos, nos quais as moléculas estão mais próximas e
interagem mais intensamente, a velocidade do som é maior. Por exemplo, a 0°C, velocidade
do som na água do mar é 1450 m/s, já no ferro, 4480 m/s.

É importante salientar que a temperatura tem acentuada influência na propagação


da velocidade das ondas sonora nos fluidos. À medida que aumenta a temperatura, a
densidade do fluido diminui sensivelmente a densidade do fluido, afastando as moléculas
umas das outras, dificultando a propagação sonora, por consequência há uma diminuição n
velocidade do som.

Isso pode ser demonstrado experimentalmente que a velocidade do dom em gases é


dada por:

v=√ kT

Onde:

K → constante que depende da natureza do gás;

T → temperatura absoluta do gás, em Kelvin.

E assim, como nas demais ondas periódicas, a velocidade v , o comprimento de onda


λ e a frequência f de uma onda sonora relacionam-se pela expressão:

v=λf
A qualidade do som/ intervalos acústicos
A audição normal do se humano consegue captar ondas sonoras de frequências que
variam entre 20 Hz e 20000 Hz. Infra-som são ondas que apresentam frequência abaixo de
20 Hz e ultra-som são ondas de frequência acima de 20000 Hz. O ouvido humano também
distingue no som certas características, denominadas qualidades, e que são altura,
intensidade e timbre.

I. Altura
Qualidade que permite ao ouvido diferenciar sons graves de sons agudos. A altura
depende apenas da frequência do som. Quanto menor for a frequência mais grave será o
som e, quanto maior for a frequência mais agudo será o som produzido.
Isso pode ser percebido entre homens e mulheres. O homem é capaz de emitir sons
entre 100 e 200 Hz e a mulher, entre 200 e 400 Hz. Isso traduz o porquê de a voz do
homem ser mais grave e da mulher ser mais aguda.

O intervalo entre dois sons é dado pelo quociente entre suas frequências f2 e f1 ;
sendo f2 ≥ f1.
f2
i=
f1
 Quando i = 1 ↔ f2 = f1 , os sons estão em uníssono;
 Quando i = 2 ↔ f2 = 2 f1 , o intervalo é denominado oitava;

Na música, se faz utilidade de vários outros intervalos, chamados de intervalos


musicais. Eles estão representados n tabela abaixo:

Intervalo acústico Razão de frequência


Uníssono 1:1
Oitava 2:1
Quinta 3:2
Quarta 4:3
Terça Maior 5:4
Terça Menor 6:5
Sexta Maior 5:3
Sexta Menor 8:5
Tom Maior (M) 9:8
Tom menor (m) 10:9
Semitom 16:15
II. Intensidade
Essa é a qualidade que permite ao ouvido diferenciar os sons fracos e os sons fortes
e depende da energia que a onda sonora transfere.
A intensidade de um som é definida como o quociente entre potência e área:

I =P/ A

No entanto, potência se relaciona com energia e tempo pela expressão:

P=∆ E/∆ t

Assim, a intensidade sonora pode ser definida como:


∆E
I=
∆t

No sistema internacional (SI), as unidades mais frequentes para de se medir


intensidade sonora é o J/m2 e o W/m2.

A mínima intensidade sonora necessária pra uma onda ser audível é,


aproximadamente, 10-12 W/m2, também chamada de limiar da audibilidade. Caso a
intensidade exceda esse valor, podem surgir efeitos dolorosos. A intensidade máxima
suportada pelo ouvido humano ou limiar da dor é expressa por 1 W/m2.

Resultados experimentais já comprovaram que, para medir a intensidade auditiva ou


nível sonoro do som, é necessária a utilização de uma escala logarítmica. Chamando de I 0 a
intensidade mínima e de I a intensidade do som que ser deseja medir, defini-se
intensidade auditiva β de um somo expoente a que se deve elevar o número 10 para se
obter a relação I / I 0 . Logo:

10β = I /I 0

Pela propriedades dos logaritmos, temos que:

β = log I / I 0

Onde β é uma medida em bel. Mas como trata-se de uma medida muito grande
quando comparada com as demais, usa-se com mais frequência o decibel( dβ).

1β = 10 dβ

 O barulho do tráfego na cidade é de 90 dβ;


 Uma banda de rock usando um amplificador de som produz intensidades
sonoras de, aproximadamente, 130 dβ;
 O barulho da turbina de um avião é 140 dβ;
Já foi comprovado que exposições prolongadas a níveis sonoros acima de 85 dβ
ocasiona danos ao ouvido.
III. Timbre
O timbre é qualidade na qual o ouvido consegue diferenciar sons a uma mesma
altura e mesma intensidade, emitidos por fontes diferentes. Dessa forma, uma mesma
nota musical produz diferentes sensações quando emitida por um piano e por um violão.
Isso se deve a forma da onda produzida pelo instrumento.

Algumas propriedades do som

I. Reflexão
Ao encontrar um obstáculo fixo, assim como toda onda, o som sofre reflexão.
Essa reflexão ocorre com uma mudança de fases, mas mantendo a mesma velocidade,
frequência e comprimento de onda. Esse efeito pode ser percebido com o eco, que
consiste na reflexão do som em uma parede afastada.

figura 1

II. Ressonância

Ressonância é o efeito produzido quando a frequência de uma fonte sonora


coincide com uma frequência natural de oscilações de corpo vibrantes nas proximidades da
fonte. A amplitude de oscilação do corpo atinge valores elevados, pois a fonte
progressivamente cede energia ao corpo. Um exemplo conhecido de ressonância é a
quebra de uma taça de cristal quando um violino próximo é tocado com uma frequência
igual à frequência de oscilação das moléculas da taça.
Procedimento Experimental
1. Primeiramente, foi conferida a e anotada a frequência do diapasão: f = 440 Hz.
2. Logo após, o diapasão foi golpeado com o martelo de borracha e colocado para
vibrar perto da boca do cano de PVC;
3. Então, depois disso, um estudante manteve o diapasão vibrando na boca do cano,
enquanto outro estudante movimentava o êmbolo de modo a aumentar o
comprimento da coluna de ar no cano, observando a intensidade do som produzido
em seu interior. Quando a intensidade atingiu um máximo, o comprimento h 1 foi
medido e anotado. Esse procedimento foi repetido mais duas vezes, de modo a obter
h2 e h3. Os resultados obtidos pelo estudante 1 são mostrados na tabela a seguir:

Tabela 7.1. Medidas realizadas pelo estudante 1.

h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)


17,6 58,7 98,5

4. Desse modo, o experimento foi repetido por mais dois estudantes para, assim,
permitir medidas independentes. O resultado é mostrado a seguir:

Tabela 7.1. Medidas realizadas pelo estudante 2.

h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)


17,6 57,4 97,6

Tabela 7.1. Medidas realizadas pelo estudante

h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)


17,9 56,4 97,7

5. As medidas obtidas independentemente foram anotadas e tirada suas médias:

Tabela 7.4.Medidas individuais e valores médios

Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)


h1 (cm) 17,6 17,6 17,9 17,7
h2 (cm) 58,7 57,4 56,4 57,5
h3 (cm) 98,5 97,6 97,7 97,9

6. Com o uso do termômetro digital foi medida a temperatura ambiente e anotada seu
valor: tA = 31,4°C.
7. Com a trena foi medido o comprimento máximo da coluna de ar no cano de PVC:
hmax = 110,3 cm.
8. Com o paquímetro, foi medido o diâmetro interno do cano: dint = 51,2 mm.
Questionário
1. Determine a velocidade do som:

V (m/s)
A partir de h1 (médio) sem considerar a “correção de extremidade” 311,5
A partir de h1 (médio) considerando a “correção de extremidade” 322,0
A partir dos valores médios de h1 e h2 350,2
A partir dos valores médios de h2 e h3 355,5

2. Calcule a velocidade teórica, utilizando a equação termodinâmica:


2T
V =331+ em m/s. Onde T é a temperatura ambiente, em graus centesimais.
3
( A velocidade do som no ar a 0°C é 331 m/s. Para cada grau centígrado acima de
0°C, a velocidade do som aumenta 2/3 m/s).

2 ×31 , 4
V =331+ →V =331+20 , 93 →V =351 ,9 m/ s
3

3. Determine a velocidade do som pela média dos três últimos valores da questão 1.

V =(322,0 + 350,2 + 355,5)/3 → V = 342,6m/s

4. Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar


obtido experimentalmente (questão 3) e o calculado teoricamente ( questão 2).
E% = (val teórico – val exper) × 100/ val teórico
E% = (351,9 – 342,6) ×100 / 351,9
E% = 2,64%
5. Quais as possíveis causas dos erros cometidos?

A causa mais provável do erro deve está em uma possível confusão com a
“correção de extremidade”, pelo fato de a explicação não estar tão clara.

6. Será possível obterem novos máximos de intensidade sonora, além dos três
observados, para outros comprimentos de coluna de ar dentro do cano? Raciocine
ou experimente. Justifique.
Não, isso não é possível, visto que as alturas máximas de intensidades sonoras
dependem apenas do comprimento de onda gerado, logo uma maneira de isso
ocorrer seria mudando o comprimento de onde, mas como isso só seria possível se
houve uma mudança mútua a velocidade do som, isso não seria possível.
7. Quais seriam os valores de h1 , h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 660 Hz.
Seriam as mesmas medidas observadas, pois essas comprimentos nada tem a
ver com a frequência e, sim, com o comprimento de onda. O que mudaria seria a
velocidade, fator diretamente proporcional a frequência.
Referências Bibliográficas
 JUNIOR, Francisco R., FERRARO, Nicolau G e SOARES, Paulo A T. Os Fundamentos de
Física 2. Editora Moderna, 7° Edição, 2001; (consultado em 28/08/14 às 20:30 hs)
 Só Física: www.sofica.com.br (consultado em 29/08/14 às 16:23 hs)

Figura 1 :
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/reflexao.php
(Consultado em 29/08/14 às 16:45 hs)

 POMPIGNAC,François., Loureiro, Silvio., d’AGUIAR, Manoel M F., BAQUEIRO, Delmiro


M. Física Geral Experimental IV : textos de laboratório. Universidade Federal da Bahia
(UFB). Proed, 1984. (consultado em 22/08/14 às 15:34 hs)

Conclusão
Então, diante dos experimentos realizados e de todas as discussões feitas, é possível
concluir que o objetivo desejado foi atingido, com alguns erros de medição, mas não tão
escandalosos. Além disso, muito mais que isso foi alcançado, como ter um melhor
conhecimento sobre ondas, suas qualidades e propriedades.
A aplicação da prática também possibilitou um melhor entendimento sobre o
comportamento e velocidade das ondas sonoras no meio gasoso, no caso, o ar, além de
como se calcular essa velocidade. Proporcionou também um aprofundamento sobre o
porquê da influência da temperatura nessa mesma velocidade.
A prática serviu para demonstra o que já se via, mas não se conhecia tão bem.

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