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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE MECÂNICA

PRÁTICA 7: VELOCIDADE DO SOM

Prof. Nildo Loiola Dias

1 OBJETIVOS

- Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância.


- Determinação da frequência de um diapasão.

2 MATERIAL

- Cano de PVC com êmbolo;


- Celular com o aplicativo “Gerador de Freqüência”, que pode ser obtido em:
Para Android:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&hl=pt_BR
Para IOS:
https://apps.apple.com/app/id1561496708
- Diapasão de frequência desconhecida;
- Martelo de borracha;
- Termômetro digital;
- Paquímetro;
- Trena.

3 FUNDAMENTOS

Cada corda, cada coluna de ar, ou, de modo geral, cada corpo possui uma ou mais
freqüências naturais de vibração, isto é, freqüências em que sua vibração se efetua com maior
facilidade, ou seja, com melhor aproveitamento da energia recebida.

Em virtude dessa propriedade, se um corpo estiver em repouso e sobre ele incidir uma
onda cuja freqüência seja igual a uma de suas freqüências naturais de vibração, o corpo
começa também a vibrar com a freqüência considerada. Então se diz que ele está em
ressonância com a onda recebida. Assim, um corpo pode reforçar um som com o qual ele se
encontra em ressonância.

O empurrar de um balanço constitui um exemplo de ressonância mecânica. Se a ele


aplicarmos uma série de empurrões regularmente espaçados, com uma freqüência igual a sua
freqüência natural, a amplitude pode se tornar bem grande. Se os empurrões são aplicados em
intervalos irregulares, o deslocamento do balanço será muito pequeno. Isto significa que o
balanço só absorve uma quantidade de energia apreciável quando em ressonância com os
impulsos.

Quando a freqüência do passo cadente de uma coluna de soldados que atravessa uma
ponte coincide com uma das freqüências naturais da ponte, pode resultar uma vibração de
amplitude perigosamente grande. Por isso, a travessia de pontes é feita em passo sem
cadência.

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A sintonização de um rádio constitui um exemplo de ressonância elétrica. Quando
giramos o sintonizador fazemos com que a freqüência de uma corrente no receptor se torne
igual a das ondas hertzianas emitidas pela estação que desejamos ouvir.

Encontram-se condições de ressonância semelhantes em Ótica e em Física Atômica e


Nuclear. Nessas, como em Mecânica, o sistema quando está em ressonância absorverá energia
máxima da fonte, e relativamente pouca energia, quando não está em ressonância.

Podemos utilizar a ressonância para medir a velocidade do som no ar. Para isso faz-se
variar o comprimento de uma coluna de ar dentro de um tubo. No nosso caso usa-se um cano
de PVC, no qual o comprimento da coluna de ar pode ser alterado movendo-se um êmbolo
localizado no seu interior, Figura 1.

Figura 1 - Equipamento utilizado para a determinação da velocidade do som no ar.

Fonte: o autor.

Produzindo-se um som na boca do cano com um celular ou um diapasão e fazendo-se


variar o comprimento da coluna de ar, chega um instante em que a coluna de ar entra em
ressonância, reforçando o som produzido . As ondas sonoras que penetram no cano e as
refletidas na superfície do êmbolo produzem uma onda estacionária (Figura 2), com a formação
de nós , (pontos imóveis - onde há interferência destrutiva) e ventres (pontos de amplitude
máxima, onde há interferência construtiva).

Figura 2 - Onda estacionária no cano.

Fonte: o autor.

Se partimos com o êmbolo na boca do cano e formos aumentando gradativamente o


comprimento da coluna de ar, observa-se que a intensidade do som atinge um máximo quando
o êmbolo está a uma distância h 1 (Figura 3) da boca do cano: a onda estacionária apresenta um
nó na superfície do êmbolo e um ventre na boca* do cano.

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Figura 3 - Posições onde ocorrem ressonâncias.

Fonte: o autor.

Se continuarmos aumentando o comprimento da coluna de ar, a intensidade do som atinge um outro


máximo quando o êmbolo está a uma distância h 2 da boca do cano. Neste caso, a onda estacionária
apresenta um nó na superfície do êmbolo (em h 2) e um outro nó a uma distância h1 da boca do cano.
Como a distância entre dois nós consecutivos é meio comprimento de onda, temos:

h2 - h1 = /2 (1)

onde  é o comprimento de onda do som no ar. Como v = f, resulta:

v = 2 (h2 - h1) f (2)

Já que “f” é conhecida (frequência da fonte, no caso um celular ou um diapasão) e h 1 e


h2 podem ser medidos, podemos calcular a velocidade de propagação do som no ar.

*OBS: O ventre que se forma na boca do cano não se localiza exatamente nessa posição e sim um
pouco para fora, cerca de 0,6 do raio interno do cano, sendo esta distância conhecida como “correção
de extremidade”. Devido a esta correção, a distância h 1 medida nessa prática será ligeiramente menor
que /4; entretanto a distância entre dois nós consecutivos é sempre igual a /2.

4 PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1: determinação da velocidade do som no ar.

Um dos membros da equipe deve comparecer ao laboratório portando seu Celular com o
aplicativo “Gerador de Freqüência”, que pode ser obtido em:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&hl=pt_BR
ou https://apps.apple.com/app/id1561496708
1.1 Ajuste a freqüência do Gerador de Freqüência para 500 Hz.
1.2 Coloque o alto-falante do celular próximo da boca do cano de PVC, cerca de 1,0 cm de distância.
1.3 Mantendo o celular soando na boca do cano, movimente o êmbolo de modo a aumentar o
comprimento da coluna de ar no cano. Fique atento à intensidade sonora. Quando a intensidade atingir
um máximo meça o comprimento h 1 (meça diretamente a cavidade dentro do cano). Repita o
procedimento de modo a obter h2 e h3.

Tabela 1 - Medidas realizadas pelo estudante 1.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

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1.4 Fazendo um rodízio nas atividades de cada estudante para permitir medidas independentes, repita o
procedimento anterior de modo a obter mais dois conjuntos de dados.

Tabela 2 - Medidas realizadas pelo estudante 2.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

Tabela 3 - Medidas realizadas pelo estudante 3.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

1.5 Anote na Tabela 4 as medidas obtidas independentemente e a média.

Tabela 4 - Medidas individuais e valores médios.


Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm)
h2 (cm)
h3 (cm)

1.6 Anote a temperatura ambiente: tA = _________.


1.7 Meça o comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado: h max = _______.
1.8 Meça, com um paquímetro, o diâmetro interno do cano: dint = _________.

PROCEDIMENTO 2: Determinação da frequência de um diapasão.

2.1 Repita o procedimento anterior utilizando o diapasão fornecido no lugar do celular. Anote os
resultados na Tabela 5.

Tabela 5 - Medidas individuais e valores médios para o diapasão.


Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm)
h2 (cm)
h3 (cm)

5 QUESTIONÁRIO

Onde for necessário fazer cálculo(s) para chegar à resposta, os cálculos deverão constar na
resolução da questão.

1- Determine a velocidade do som com os dados experimentais do procedimento 1:


V (m/s)
A partir dos valores médios de h1 e h2
A partir dos valores médios de h2 e h3
Valor médio

2- Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica:


2
V =331+ T
3 em m/s
onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius durante o experimento. (A velocidade do
som no ar a 00 C é 331 m / s . Para cada grau centígrado acima de 0 0 C, a velocidade do
som aumenta 2/3 m/s).

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3- Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar
obtido experimentalmente (questão 1) e o calculado teoricamente (questão 2).

4- Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da velocidade


do som nesta prática?

5- Nesta prática foram observadas experimentalmente três posições de máximos de intensidade


sonora. Calcule as posições esperadas para o quarto e o quinto máximos de intensidade
sonora. Esses máximos poderiam ser observados com o material utilizado nesta experiência?
Justifique.

6- Qual a freqüência do diapasão fornecido? Para a determinação da frequência do diapasão


utilize a velocidade do som obtida na questão 2.

7- Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 880 Hz? Utilize a
velocidade do som obtida na questão 2. (não considerar a correção de
extremidade)

Figura 4 – Tubo com água e diapasão, para as questões 8, 9 e 10 a seguir.

Fonte: o autor.

8- Na extremidade aberta do tubo da Figura 4 é colocado um diapasão que emite um som puro
(frequência 1705 Hz). Abrindo-se a torneira, a água escoa lentamente, sendo que para certos
valores de h ocorre um aumento da intensidade sonora que sai do tubo. Alguns desses valores
de h, iniciando pelo menor valor, são: 5,0 cm, 15,0 cm e 25,0 cm. Determine o comprimento
de onda do som emitido pelo diapasão. Desconsidere a correção de extremidade.

9- Determine a velocidade do som no ar com os dados da questão anterior.

10- Determine a temperatura do ar considerando a velocidade do som obtido na questão anterior e


considerando a equação termodinâmica para a velocidade do som em função da temperatura
(questão 2).

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