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Universidade Federal do Ceará – UFC

Centro de Ciências
Departamento de Física
Disciplina de Física Experimental para Engenharia
Semestre 2019.1

PRÁTICA 08
VELOCIDADE DO SOM

Aluno (A): Antonio Felype Ferreira Maciel


Curso: Engenharia de Computação
Matricula: 472118
Turma: 35A
Professor: Keilla Façanha Silva
Data de realização da prática: 11/09/2019
Horário de realização da prática: 10h às 12h

25/09/2019
1. Objetivos

- Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância;

- Determinação da frequência de um diapasão.

2. Material

- Cano de PVC com êmbolo;

- Celular com o aplicativo “Gerador de Frequência”, que pode ser obtido em:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&hl=e
n_US;

- Diapasão de frequência desconhecida;

- Martelo de borracha;

- Termômetro digital;

- Paquímetro;

- Trena.
3. Introdução

Dependendo de como foram construídos, corpos tendem a ter frequências de vibrações


naturais. Quando uma força externa é aplicada em um corpo utilizando-se de uma frequência
próxima à sua natural, este tende a receber energia por essa ação, em um fenômeno conhecido
como ressonância. Nisso, a amplitude da frequência de vibração do objeto tende a aumentar, o
que pode comprometer a estrutura do mesmo.

Um clássico exemplo é o de uma ponte em que soldados marcham numa determinada


frequência. Se ela for muito próxima da frequência de vibração natural da ponte, esta terá sua
amplitude aumentada e pode vir a desabar. O mesmo vale para o desafio de quebrar uma taça
ao cantar. Caso a nota musical emitida tenha frequência próxima à natural da taça, ela poderá
quebrar-se.

Uma das formas de utilizar a ressonância, é achar a velocidade do som, o que foi
realizado neste experimento. Para isso, utilizamos um equipamento constituído de um cano
com êmbolo (Figura 1) e emitimos em sua abertura uma frequência produzida pelo celular.
Ao mover o êmbolo para trás, aumentamos o comprimento da coluna de ar a fim de achar o
ponto aproximado em que haverá ressonância.

Achamos tal ponto ao percebermos que o som emitido tem seu volume aumentado
consideravelmente, ou seja, o ventre da onda produzida (Figura 2).

De acordo com a Figura 3, podemos encontrar a metade do comprimento de onda ao


acharmos dois ventres e calcularmos a distância entre eles. Seja a equação ℎ2 − ℎ1 = 𝜆/2,
onde h2 é o ponto do segundo ventre e h1, do primeiro; e λ o comprimento de onda.

Sendo a 𝑣 = 𝜆𝑓, podemos mesclar a fórmula anterior e encontrar 𝑣 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓


para determinar a velocidade de propagação do som no ar.

Figura 1. Equipamento utilizado no experimento. Fonte: Roteiros de aulas práticas de Física.


Figura 2. Nós e ventres no equipamento. Fonte: Roteiros de aulas práticas de Física.

Figura 3. Acima, o comprimento do primeiro ventre (h1). Abaixo, o segundo ventre (h2) e a
distância entre eles. Fonte: Roteiros de aulas práticas de Física.
4. Procedimento
PROCEDIMENTO 1: Determinação da velocidade do som no ar.
Primeiramente, medimos com uma trena o comprimento máximo que a coluna de ar
poderia alcançar, levando o êmbolo até o limite permitido do cano. Em seguida, foi medido
com um paquímetro, o diâmetro interno do cano (Figura 4) e, com um termômetro, a
temperatura ambiente do laboratório (Figura 5).

Figura 4. Medição do diâmetro interno do cano. Fonte: o autor.

Figura 5. Utilizando o termômetro para obter a temperatura ambiente. Fonte: o autor.


Na primeira etapa, utilizamos um celular com o Gerador de Frequência instalado, onde
o ajustamos para emitir uma frequência de 540 Hz. Colocamos o aparelho na abertura do cano
(Figura 6) e movemos o êmbolo até que conseguíssemos obter os valores de h1, h2 e h3,
medindo-os e anotando-os nas tabelas. Os procedimentos foram repetidos por três membros
do grupo.

Figura 6. Celular emitindo frequência na abertura do cano. Fonte: o autor.

Tabela 1. Medidas realizadas pelo estudante 1.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)
14,0 46,4 77,9

Tabela 2. Medidas realizadas pelo estudante 2.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)
14,8 45,1 71,2

Tabela 3. Medidas realizadas pelo estudante 3.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)
13,4 40,9 68,5

Tabela 4. Medidas individuais e valores médios.


Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm) 14,0 14,8 13,4 14,1
h2 (cm) 46,4 45,1 40,9 44,1
h3 (cm) 77,9 71,2 68,5 72,5

Temperatura ambiente (tA): 24,8 ºC.


Comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado (hmax): 133 cm.
Diâmetro interno do cano (din): 47,40 mm.
PROCEDIMENTO 2: Determinação da frequência de um diapasão.
O segundo procedimento segue quase o mesmo roteiro da etapa anterior, tendo como
única diferença a fonte emissora de frequência, que desta vez é um diapasão.
Novamente, três estudantes fizeram suas medições e foram calculadas as médias, como
mostra a tabela a seguir.
Tabela 5. Medidas individuais e valores médios para o diapasão.
Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm) 17,6 19,0 18,2 18,3
h2 (cm) 55,3 58,6 56,9 56,9
h3 (cm) 95,8 96,5 94,7 95,7

Figura 7. Utilizando um diapasão para emitir frequência na abertura do cano. Fonte: o autor.
5. Questionário

1. Determine a velocidade do som:

V (m/s)
A partir dos valores médios de h1 e h2 324
A partir dos valores médios de h2 e h3 307
Valor médio 316

h1 = 1,41 × 10−1 m; h2 =4,41 × 10−1 m; f = 540 Hz.

𝑣 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓 = 2 × (3,00 × 10−1 ) × 540 = 324 𝑚/𝑠

h2 = 4,41 × 10−1 m; h3 = 7,25 × 10−1 m; f = 540 Hz.

𝑣 = 2(ℎ3 − ℎ2 )𝑓 = 2 × (2,84 × 10−1 ) × 540 = 307 𝑚/𝑠

2. Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica:

2
𝑉 = 331 + 𝑇 (𝑚/𝑠)
3

Onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius durante o experimento. (A


velocidade do som no ar a 0 ºC é 331 m/s. Para cada grau centígrado acima de 0 ºC,
a velocidade do som aumenta 2/3 m/s.)

tA: 24,8 ºC.

2
𝑉 = 331 + × 24,8 = 348 𝑚/𝑠
3

3. Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar


obtido experimentalmente (questão 1) e o calculado teoricamente (questão 2).

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = |𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙|

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = |348 − 316| = 32

𝐸𝑟𝑟𝑜𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 32
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = = 0,092 = 9,2%
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 348

4. Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da


velocidade do som nesta prática?
Em primeiro lugar, essa prática requer o máximo de silêncio possível, o que pode
ser difícil de se conseguir em um laboratório com seis equipes. Ainda que tenha sido
pedido para cada equipe realizar o experimento por vez, em alguns momentos isso
não aconteceu. Dessa forma, identificar em que ponto a onda entrava em
ressonância foi um pouco complicado, o que pode ter gerado erros experimentais.

5. Nesta prática foram observadas experimentalmente três posições de máximos de


intensidade sonora. Calcule as posições esperadas para o quarto e o quinto máximos
de intensidade sonora. Esses máximos poderiam ser observados com o material
utilizado nesta experiência? Justifique.

Procedimento 1: somando os valores médios de h1, h2 e h3 e dividindo o resultado


por 3, encontramos o valor médio da distância entre os pontos de máximo.

(ℎ1 + ℎ2 + ℎ3 ) (14,1 + 44,1 + 72,5) 130,7


= = = 43,57 𝑐𝑚
3 3 3

Quarto máximo: 72,5 + 44 = 116,1 cm. Quinto máximo: 116,1 + 44 = 159,6 cm.

Procedimento 2: somando os valores médios de h1, h2 e h3 e dividindo o resultado


por 3, encontramos o valor médio da distância entre os pontos de máximo.

(ℎ1 + ℎ2 + ℎ3 ) (18,3 + 56,9 + 95,7) 170,9


= = = 56,97 𝑐𝑚
3 3 3

Quarto máximo: 95,7 + 56,97 = 152,7 cm. Quinto máximo: 152,7 + 56,97 =
209,7 cm.

Dessa forma, somente o terceiro máximo do procedimento 1 poderia ser encontrado,


pois o comprimento máximo da coluna de ar é 133 cm, como foi medido durante o
primeiro procedimento.

6. Qual a frequência do diapasão fornecido?

h1 = 1,83 × 10−1 ; h2 = 5,69 × 10−1

Considerando v como o valor médio obtido na questão 1:

𝑣 = 2(ℎ2 − ℎ1)𝑓

𝑣 316
𝑓= = = 278 𝐻𝑧
2(ℎ2 − ℎ1) 2 × 5,69 × 10−1
7. Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 500 Hz?
(Não considerar a correção da extremidade).

𝜆
ℎ1 = ; 𝜆 = 4ℎ1
4

𝑣 316 316
𝑣 = 𝜆𝑓 = 4ℎ1 𝑓; ℎ1 = = = = 0,158 𝑚 = 15,8 𝑐𝑚
4𝑓 4 × 500 2000

𝑣 = 2(ℎ2 − ℎ1 )𝑓; 316 = 2(ℎ2 − 0,158)500; 0,316 = ℎ2 − 0,158;

ℎ2 = 0,474 𝑚 = 47,4 𝑐𝑚

𝑣 = 2(ℎ3 − ℎ2 )𝑓; 316 = 2(ℎ3 − 0,474)500; 0,316 = ℎ3 − 0,474;

ℎ3 = 0,79 𝑚 = 79,0 𝑐𝑚
6. Conclusão

Conclui-se, após essa prática, que a ressonância pode ser usada para determinar a
velocidade do som em um ambiente através de um experimento com colunas de ar. Houve
dificuldade em identificar com exatidão os pontos de ventre das ondas, devido a barulhos
externos, o que ocasionou em erros experimentais.

Nota-se, ainda, que a velocidade do som varia conforme a temperatura do ambiente,


podendo ser determinada de várias formas, tendo com base a fórmula original:

𝑣 = 𝜆𝑓

𝑣 = 2(ℎ2 − ℎ1)𝑓 ou 𝑣 = 4ℎ1 𝑓.

É possível ainda, tendo os valores da velocidade e da frequência emitida, determinar em


quais pontos se situarão os ventres da onda obtida com a ressonância, como visto na questão 7
do questionário.
7. Bibliografia

DIAS, Nildo Loiola. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ.DEPARTAMENTO


DE FÍSICA. LABORATÓRIO DE FÍSICA PARAENGENHARIA.: Roteiros de aulas
práticas de física, Fortaleza, 2019. 108p.

Ressonância. 1p. Disponível em


<https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/ressonancia.php/>. Acesso
em: 23 set 2019.

Ressonância. 1p. Disponível em


<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ressonancia.htm/>. Acesso em: 23 set 2019.

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