Você está na página 1de 14

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de

Janeiro
Campus Duque de Caxias

Disciplina:

Física Geral I

Título do experimento:

Medida do tempo de queda de uma esfera

Data de realização do experimento:

31 de agosto de 2023

Aluno Matrícula Turma Nota

1 Isabelly Vitória de Souza Oliveira 20221011273 LQ - 4º período

2 João Felipe da Silva Ferreira Leite 20221012299 LQ - 4º período


Medida do tempo de queda de uma esfera

Introdução:

Este experimento visa aprimorar a compreensão de conceitos fundamentais


relacionados à medição, instrumentos de medição e as flutuações aleatórias. Além
disso, busca-se abordar de maneira rigorosa a incerteza associada a cada medida,
proporcionando uma visão mais precisa e confiável das informações obtidas. Nesse
contexto, é dada ênfase à análise estatística, que desempenha um papel essencial
na interpretação e na tomada de decisões com base em um conjunto de medições
independentes. Ao longo deste experimento, exploraremos esses conceitos de
forma abrangente, contribuindo assim para o desenvolvimento das habilidades
necessárias para lidar com medições com precisão e confiabilidade.
O tempo de queda de uma esfera em queda livre pode ser calculado usando
as seguintes equações e considerações da física, que descrevem o movimento de
queda livre:

● Equação da velocidade inicial: A velocidade inicial (Vo) da esfera em queda


livre é geralmente igual a zero, pois parte do ponto de repouso. Portanto, a
velocidade inicial é geralmente representada como:

Vo = 0

● Equação da aceleração: A aceleração de uma esfera em queda livre na


superfície da Terra devido à gravidade é aproximadamente igual a 9,8 m/s² em
condições padrão. Portanto, a aceleração é geralmente representada como:

a = 9,8 m/s²

1
● Função horária da posição no movimento uniformemente variado: Onde Y é
a posição final da partícula, Yo é posição inicial, sendo Y - Yo a altura (h), e t o
tempo de queda da posição inicial até a final:

𝑎𝑡²
Y - Yo = Vo t + 2

● Equação da Distância percorrida (ou altura) : A partir da equação anterior, é


possível fazer as alterações e encontrar a equação utilizada para calcular a distância
(h) que a esfera cai:

1 𝑔𝑡²
h= 2
× 𝑔 × 𝑡² ou h= 2

Onde:

- h é a distância em metros (m).


- g é a gravidade (9,8 m/s²).
- t é o tempo de queda em segundos (s).

● Equação do tempo de queda: Já que o tempo de queda é o valor que


queremos achar, podemos reorganizar a solução da distância para encontrar o
tempo de queda (t) em termos da altura (h):

2ℎ
t= 𝑔

Onde:

- t é o tempo de queda em segundos (s).


- h é a distância em metros (m).
- g é a gravidade (9,8 m/s²).

Com essas informações, foi calculado o tempo em que a esfera


sofresse uma queda, utilizando os valores já conhecidos, juntamente com

2
o da altura utilizada em todo o experimento (1,5 m), obtendo-se o
seguinte resultado:

2 × 1,5
t= 9,8
≃ 0,553 s

Materiais utilizados:

● 01 esfera elástica de aproximadamente 2 cm de diâmetro;


● Cronômetro;
● Trena.

Processo experimental:

O tempo pode ser medido diretamente por meio de um cronômetro ou relógio.


Esses dispositivos são projetados especificamente para medir o tempo de maneira
direta e precisa. Essas medidas são consideradas diretas, pois não precisam de
cálculos complicados ou medições indiretas, mas sim a observação direta da
passagem do tempo. Ao pressionar o botão de início em um cronômetro, por
exemplo, ele começa a contar o tempo de maneira direta, podendo pará-lo a
qualquer momento, obtendo assim uma medida direta da quantidade de tempo que
passou.

Nessa prática utilizamos o cronômetro do celular, que possui a precisão de


o,o1 segundos e uma incerteza de ±0,003 segundos. E utilizamos a trena para medir
uma distância dentro do intervalo de (1,50 ± 0,02)m em um armário e marcamos a
altura com a ajuda de um lápis. Para certificar que a esfera iria partir do repouso, a
mesma foi segurada na marcação feita no armário e solta cerca de 180 vezes ao
longo do experimento, sendo 120 delas feita por um integrante e as outras 60 por
outro.

3
Análise estatística dos dados:
Foram encontrados diversos valores como resultados da medida direta do
tempo de queda. Com base nesses valores, foi necessário realizar uma análise
estatística, encontradas na tabela 1a e 1b (apêndice A). Para isso, foram
selecionados 6 subconjuntos distintos, da tabela 1a, com 10 medidas para o tempo
de queda e calculado o valor médio, desvio padrão e a incerteza do valor médio,
preenchendo os dados na tabela 2 (apêndice B). Os cálculos de cada subconjunto
foram organizados na tabela 3 (apêndice C)

De acordo com os resultados inseridos na tabela 2, foi observado a variação


do valor médio e o desvio padrão. Com isso, afirma-se que apenas 10 medidas para
o tempo de queda da esfera, não é uma quantidade suficiente, sendo necessário um
número maior de medições para diminuir, ou até mesmo evitar, uma certa
porcentagem de erro, tendo resultados mais precisos, aumentando confiabilidade e
a validade dos resultados.

Posteriormente, da mesma forma que foi calculado anteriormente, foi


calculado o valor médio, desvio padrão e a incerteza do valor médio, a partir da
tabela 1a, para (a) as 20 últimas medidas, (b) as 50 primeiras medidas e (c) para o
conjunto completo de 120 medidas. Os dados foram organizados na tabela 4
(apêndice D).

Conforme os resultados organizados na tabela 4, foi observado a variação do


valor médio e o desvio padrão para os subgrupos escolhidos. Com isso, pode-se
afirmar que a primeira medição foi a mais preciso, isso porque o desvio padrão nos
mostra que o primeiro grupo (contendo 20 medidas) escolhido possui a menor
variação de dados, (0,55 ± 0,01) s, além de possuir os dados mais próximos do
esperado.

Ao comparar o valor médio que encontramos nas 120 medições (t = 0,538 ±


0,01) s com o valor de referência (t = 0,554 ± 0,004) s, observa-se uma aproximação
dos dados encontrados com o esperado, com apenas uma diferença de 0,016
segundos, o que é considerado bastante favorável. Porém, ainda assim é
encontrado alguns níveis de incertezas sistemáticas, as quais são desvios
sistemáticos ou consistentes nas medições que ocorrem devido a uma fonte

4
específica de erro, distorcendo as medições. Para obter resultados confiáveis, é
essencial identificar, quantificar e corrigir incertezas sistemáticas sempre que
possível. Isso pode ser alcançado por meio do aperfeiçoamento dos procedimentos
de medição, além de refazer várias vezes o mesmo.

Convenciona-se utilizar como definição para a incerteza de cada medida


realizada o valor de desvio padrão. Para o conjunto de 120 medições, foi
encontrado o valor de aproximadamente 0,05 do mesmo. Isso indica uma
consistência relativamente alta nas medições, considerando que a precisão do
cronômetro é de 0,01 segundo. Dado que o valor de desvio padrão é maior que a
precisão do cronômetro, isso pode indicar a necessidade de avaliar e melhorar a
precisão dos instrumentos ou a técnica de medição realizada, com o intuito de
reduzir as incertezas sistemáticas e obter resultados mais confiáveis.

Representação gráfica dos conjuntos de medidas:


Foi construído um histograma em uma folha de papel milimetrado, encontrada
no final do relatório. Foi marcado no histograma a posição do valor médio
encontrado para o conjunto de 120 medições. Com isso, foi concluído que as
distribuições não apresentam uma distribuição simétrica ao redor do seu valor
médio, isso porque não estão distribuídas de maneira equilibrada ao ponto central, e
que assim, pode afetar a forma como os dados são analisados e interpretados.

Para o conjunto de 120 medições, foi desenhado sobre o histograma um


segmento de reta representando o intervalo de [𝑡̅ − 1𝜎, 𝑡̅ + 1𝜎]. Na literatura
encontra-se que a frequência total dos dados nesse intervalo corresponde a uma
frequência de 68,3%, porém isso não é verificado. As 120 medições o intervalo de [𝑡̅
− 1𝜎, 𝑡̅ + 1𝜎] = [0,538 - 0,067, 0,538 + 0,067] = [0,471, 0,605]. Então dividiu a
frequência de repetições de cada medição sobre o total 120 de medições e
multiplicamos por 100. A soma encontrada das frequências foi de 0,98%. Logo,
observou-se que a frequência total experimental está bem diferente da literatura.

5
Conclusão:
Infere-se, portanto, que medir o tempo que uma esfera leva para cair é um
experimento que permite compreender e aplicar princípios científicos básicos, como
a aceleração da gravidade. Esta é uma demonstração que pode ocorrer erros por
conta dos instrumentos utilizados nas medidas, levando a uma variação ao tempo da
bolinha cair ao chão. Mas é importante saber como os objetos caem na Terra e
como as forças afetam o movimento. É preciso compreender os principais princípios
da física, e que eles são usados ​na educação para explicar esses princípios.

Portanto, podemos concluir que o ato de realizar medições não é uma tarefa
comum. Isso decorre das imprecisões inerentes a esse procedimento, como a
possível falha do instrumento de medição e a não consideração de fatores como a
resistência do ar.

6
Apêndice A

t(s) t(s) t(s) t(s) t(s) t(s) t(s) t(s)

1 0,67 16 0,60 31 0,59 46 0,56 61 0,45 76 0,53 91 0,42 106 0,40

2 0,56 17 0,55 32 0,54 47 0,49 62 0,58 77 0,55 92 0,58 107 0,40

3 0,56 18 0,59 33 0,51 48 0,49 63 0,44 78 0,48 93 0,58 108 0,55

4 0,61 19 0,60 34 0,50 49 0,45 64 0,48 79 0,47 94 0,49 109 0,43

5 0,50 20 0,54 35 0,48 50 0,65 65 0,60 80 0,57 95 0,45 110 0,60

6 0,50 21 0,49 36 0,60 51 0,60 66 0,61 81 0,55 96 0,60 111 0,51

7 0,54 22 0,59 37 0,48 52 0,47 67 0,51 82 0,56 97 0,45 112 0,46

8 0,62 23 0,60 38 0,48 53 0,60 68 0,42 83 0,44 98 0,49 113 0,66

9 0,49 24 0,55 39 0,47 54 0,50 69 0,53 84 0,46 99 0,55 114 0,62

10 0,47 25 0,61 40 0,51 55 0,47 70 0,53 85 0,40 100 0,55 115 0,60

11 0,49 26 0,60 41 0,56 56 0,48 71 0,56 86 0,57 101 0,55 116 0,60

12 0,60 27 0,62 42 0,51 57 0,51 72 0,62 87 0,42 102 0,67 117 0,66

13 0,55 28 0,50 43 0,49 58 0,55 73 0,65 88 0,51 103 0,63 118 0,65

14 0,53 29 0,48 44 0,49 59 0,51 74 0,65 89 0,55 104 0,62 119 0,64

15 0,49 30 0,60 45 0,45 60 0,62 75 0,55 90 0,48 105 0,60 120 0,56
Tabela 1a: Medições realizadas pelo primeiro integrante.

t(s) t(s) t(s) t(s)

1 0,73 16 0,61 31 0,73 46 0,72

2 0,60 17 0,79 32 0,82 47 0,79

3 0,50 18 0,80 33 0,80 48 0,56

4 0,53 19 0,64 34 0,76 49 0,93

5 0,46 20 0,51 35 0,88 50 0,70

6 0,46 21 0,88 36 0,96 51 0,86

7 0,70 22 0,85 37 0,89 52 0,66

7
8 0,50 23 0,74 38 0,80 53 0,94

9 0,59 24 0,76 39 0,66 54 0,74

10 0,50 25 0,58 40 0,63 55 0,80

11 0,66 26 0,92 41 0,68 56 0,83

12 0,79 27 0,71 42 0,83 57 0,85

13 0,62 28 0,92 43 0,76 58 0,77

14 0,62 29 0,65 44 0,90 59 0,74

15 0,73 30 0,80 45 0,65 60 0,76


Tabela 1b: Medições realizadas pelo segundo integrante.

8
Apêndice B

Subconjuntos Número de t(s) σ(s) ξ(s)


medidas

1 ↦ 10 10 0,552 0,06177378 0,01

11 ↦ 20 10 0,554 0,61371002 0,01

21 ↦ 30 10 0,569 0,0555509 0,01

31 ↦ 40 10 0,516 0,0440908 0,01

41 ↦ 50 10 0,514 0,0576628 0,02

51 ↦ 60 10 0.531 0,0544885 0,02


Tabela 2: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos de 10 medições independentes.

9
Apêndice C
i ti(s) δi = ti - t δi ² = (ti - t)² ξ(s)

1 0,67 0,117 ±0,117 0,117

2 0,56 0,007 ±0,007 0,007

3 0,56 0,007 ±0,007 0,007

4 0,61 0,057 ±0,057 0,057

5 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

6 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

7 0,54 -0,013 ±0,013 -0,013

8 0,62 0,067 ±0,067 0,067

9 0,49 -0,063 ±0,063 -0,063

10 0,47 -0,083 ±0,083 -0,083

11 0,49 -0,063 ±0,063 -0,063

12 0,60 0,047 ±0,047 0,047

13 0,55 -0,003 ±0,003 -0,003

14 0,53 -0,023 ±0,023 -0,023

15 0,49 -0,063 ±0,063 -0,063

16 0,60 0,047 ±0,047 0,047

17 0,55 -0,003 ±0,003 -0,003

18 0,59 0,037 ±0,037 0,037

19 0,60 0,047 ±0,047 0,047

20 0,54 -0,013 ±0,013 -0,013

21 0,49 -0,063 ±0,063 -0,063

22 0,59 0,037 ±0,037 0,037

23 0,60 0,047 ±0,047 0,047

24 0,55 -0,003 ±0,003 -0,003

25 0,61 0,057 ±0,057 0,057

10
26 0,60 0,047 ±0,047 0,047

27 0,62 0,067 ±0,067 0,067

28 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

29 0,48 -0,073 ±0,073 -0,073

30 0,60 0,047 ±0,047 0,047

31 0,73 0,177 ±0,177 0,177

32 0,60 0,047 ±0,047 0,047

33 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

34 0,53 -0,023 ±0,023 -0,023

35 0,46 -0,093 ±0,093 -0,093

36 0,46 -0,093 ±0,093 -0,093

37 0,70 0,147 ±0,147 0,147

38 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

39 0,59 0,037 ±0,037 0,037

40 0,50 -0,053 ±0,053 -0,053

41 0,66 0,107 ±0,107 0,107

42 0,79 0,237 ±0,237 0,237

43 0,62 0,067 ±0,067 0,067

44 0,62 0,067 ±0,067 0,067

45 0,73 0,177 ±0,177 0,177

46 0,61 0,057 ±0,057 0,057

47 0,79 0,237 ±0,237 0,237

48 0,80 0,247 ±0,247 0,247

49 0,64 0,087 ±0,087 0,087

50 0,51 -0,043 ±0,043 -0,043

51 0,88 0,327 ±0,327 0,327

52 0,85 0,297 ±0,297 0,297

11
53 0,74 0,187 ±0,187 0,187

54 0,76 0,207 ±0,207 0,207

55 0,58 0,027 ±0,027 0,027

56 0,92 0,367 ±0,367 0,367

57 0,71 0,157 ±0,157 0,157

58 0,92 0,367 ±0,367 0,367

59 0,65 0,097 ±0,097 0,097

60 0,80 0,247 ±0,247 0,247


Tabela 3: Cálculo dos parâmetros estatísticos.

12
Apêndice D

Subconjuntos Número de t(s) σ(s) ξ(s)


medidas

1 ↦ 20 20 0,553 0,0512925 0,01

1 ↦ 50 50 0,543 0,05638787 0,01

1 ↦ 120 120 0,538 0,067067423 0,01


Tabela 4: Valor médio, desvio padrão e incerteza para subgrupos de 20, 50 e 120 medições
independentes.

13

Você também pode gostar