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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE ENSINO

Cuba de ondas

Roteiro de Física Experimental 2


Experimento 8

Maceió
Sumário
1 Princípios e Objetivos................................................................................................................................... 2
2 Descrição do Equipamento........................................................................................................................... 2
3 Objetivos do Experimento............................................................................................................................. 3
4 Experimento 1 – Verificação das Leis de Reflexão.......................................................................................3
4.1 Parte 1 – Reflexão de Ondas em Barreira Reta...................................................................................3
4.1.1 Introdução..................................................................................................................................... 3
4.1.2 Objetivo......................................................................................................................................... 4
4.1.3 Material......................................................................................................................................... 5
4.1.4 Procedimento................................................................................................................................ 5
4.2 Parte 2 – Reflexão de Ondas em Barreira Côncava.............................................................................6
4.2.1 Introdução..................................................................................................................................... 6
4.2.1.1 Reflexão em espelhos esféricos / Distância focal..................................................6
4.2.1.2 Reflexão das ondas de água em uma barreira curva.............................................7
4.2.2 Objetivo......................................................................................................................................... 7
4.2.3 Material......................................................................................................................................... 8
4.2.4 Procedimento................................................................................................................................ 8
5 Experimento 2 – Difração de Ondas Planas em uma Fenda Simples..........................................................9
5.1 Introdução............................................................................................................................................. 9
5.2 Objetivo............................................................................................................................................... 11
5.3 Material............................................................................................................................................... 11
5.4 Procedimento...................................................................................................................................... 11
6 Experimento 3 – Interferência..................................................................................................................... 12
6.1 Introdução........................................................................................................................................... 12
6.2 Objetivo............................................................................................................................................... 15
6.3 Material............................................................................................................................................... 15
6.4 Procedimento...................................................................................................................................... 15
7 Experimento 4 – Interferência por Fenda Dupla......................................................................................... 16
7.1 Introdução........................................................................................................................................... 16
7.2 Procedimento...................................................................................................................................... 17
8 Experimento 5 – Refração.......................................................................................................................... 18
8.1 Introdução........................................................................................................................................... 18
8.2 Objetivo............................................................................................................................................... 22
8.3 Material............................................................................................................................................... 23
8.4 Procedimento...................................................................................................................................... 23
Referência...................................................................................................................................................... 24

1
1 Princípios e Objetivos
Verificar as leis da reflexão, refração, difração e outras propriedades ondulatórias
utilizando uma cuba de ondas mostrada na figura 1.

Figura 1: Arranjo experimental para


cuba de ondas. Fonte: Manual Pasco
2 Descrição do Equipamento
Cuba de ondas, fonte de alimentação, gerador de vibrações com dois pés e ajuste
de diferença de fase, vários acessórios correspondentes a cada tipo de experimento,
conforme figura 2.

2
Figura 2: Elementos utilizados para montagem da cuba de ondas. Fonte: Manual Pasco.

3 Objetivos do Experimento
Verificar, entre outros, os seguintes fenômenos ondulatórios e suas leis:
• Reflexão;
• Refração;
• Difração;
• Interferência;
• Variação da velocidade das ondas com a profundidade.

4 Experimento 1 – Verificação das Leis de Reflexão


4.1 Parte 1 – Reflexão de Ondas em Barreira Reta
4.1.1 Introdução
O comportamento de uma frente de ondas quando esta incide sobre uma barreira é
análogo ao do raio da luz em uma superfície polida. Quando a frente de ondas incide em
direção à barreira que é colocada inclinada em relação à cuba, ela é refletida em uma
direção diferente tal que o ângulo da frente de onda que se aproxima da barreira é igual
ao ângulo em que a frente de onda reflete (figura 3).

3
Figura 3: Ilustração da lei de reflexão para ondas planas em barreiras
retas. Fonte: Referência [2].

Pela lei da reflexão da luz temos que o ângulo de incidência, θi, é igual ao ângulo de
reflexão, θr (ver figura 4).

Figura 4: Ilustração da lei da reflexão. Fonte: Referência [2]

Das figuras 3 e 4 tiramos que:


• Os raios de luz, incidentes e refletidos, são perpendiculares às frentes de onda.
• Observa-se que a onda refletida tem o mesmo ângulo que a onda incidente.
• Medindo os ângulos θr e θi na cuba de ondas, podemos demonstrar a lei da
reflexão.

4.1.2 Objetivo
• Demonstrar que o ângulo em que as ondas planas (pulsos retos) incidem na
barreira é igual ao ângulo em que as ondas (pulsos) são refletidas da barreira (Lei
da Reflexão).

4
• Demonstrar que a distância objeto (p) é igual à distância imagem (q) para ondas
esféricas (pulsos circulares) incidentes em uma barreira retilínea.

4.1.3 Material
Material Quantidade
Kit cuba de ondas 1
Vibrador de uma ponta 1
Vibrador de placa retangular 1
Refletor plano 1

4.1.4 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostrado na figura 5.

Figura 5: Montagem para verificação de reflexão de ondas em


barreira plana. Fonte: Referência [1].

2. Colocar água na cuba até uma altura de 5 a 7 mm (1000 ml aproximadamente).


Certificar se o nível da água nos quatro cantos da cuba está nivelado.
3. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
4. Colocar o vibrador de paleta retangular tal que a extremidade inferior da paleta
toque a superfície da água.
5. Colocar a barreira retilínea de acrílico em forma triangular dentro da cuba.
6. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando o ângulo de fase até obter um
padrão definido de ondas transversais. Observe a imagem projetada, haverá a
produção de pulsos retos que serão refletidos pela barreira.

5
Figura 6: Exemplo de padrão de reflexão de onda
em uma barreira reta. Fonte: Referência [2].

7. Traçar uma reta perpendicular ao ponto de incidência, como indicado pela reta 3
(ver figura 6).
8. Traçar uma reta indicando o sentido de propagação da frente de onda incidente,
como a que está indicada na figura 6 pela reta 1. Fazer o mesmo, traçando a reta
na direção e propagação da frente de onda refletida (reta 2).
9. Com um transferidor, medir os ângulos de incidência (ângulo entre o raio incidente
1 e a normal 3), θi, e de reflexão (ângulo entre o raio refletido 2 e a normal), θr, e
anotando os valores na tabela 1.
10. Posicionar a barreira em uma nova posição e realizar novas medidas.

Medida 1 Medida 2
θi

θr

Tabela 1: Reflexão de pulsos retos.

Questão:
• Qual a relação entre os ângulos de incidência e de reflexão?

4.2 Parte 2 – Reflexão de Ondas em Barreira Côncava


4.2.1 Introdução

4.2.1.1 Reflexão em espelhos esféricos / Distância focal


Para determinar o foco em espelhos esféricos fazemos incidir raios paralelos ao eixo
principal. Os raios refletidos interceptam o eixo principal em um ponto denominado foco

6
(figura 7). Geometricamente temos que a distância focal, f, é igual à metade do raio de
curvatura, R.

Figura 7: Determinação da distância focal em espelho esférico. Fonte: Referência [2].

Fisicamente, o foco é onde estaria localizada a imagem de um objeto situado no


infinito.

4.2.1.2 Reflexão das ondas de água em uma barreira curva


Para simular a localização do foco em uma cuba de ondas usamos uma placa
curvilínea de acrílico como anteparo, como mostra a figura 8.

Figura 8: Representação gráfica da reflexão de ondas


planas em uma barreira curvilínea. Fonte: Referência [2].

A direção do raio de luz é perpendicular à frente de ondas planas (pulsos retos).


Após a reflexão, a frente de onda é refletida e a energia transportada converge para um
ponto, que é denominado foco (figura 8). Os raios refletidos convergem também para o
foco, desta forma, a barreira está funcionando como um espelho côncavo ou uma lente
côncava.

4.2.2 Objetivo
• Observar a convergência de ondas e os pulsos refletidos
• Demonstrar a relação entre a distância focal e o raio de curvatura
• Demonstrar a lei da reflexão

7
4.2.3 Material
Material Quantidade
Kit cuba de ondas 1
Vibrador de placa retangular 1
Refletor curvo 1

4.2.4 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostrado na figura 9.

Figura 9: Montagem para verificação de reflexão de ondas


em barreira côncava. Referência [1].

2. Colocar água na cuba até uma altura de 5 a 7 mm (1000 ml aproximadamente).


Certificar se o nível da água nos quatros cantos da cuba está nivelado.
3. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
4. Colocar o vibrador de paleta retangular tal que a extremidade inferior da paleta
toque a superfície da água.
5. Colocar a barreira curvilínea de acrílico dentro da cuba.
6. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando o ângulo de fase até obter um
padrão definido de ondas transversais. Observar a imagem projetada, haverá a
produção de pulsos retos que serão refletidos pela barreira.
7. Marcar a posição em que as frentes de onda convergem. Esta posição é
denominada foco.
8. Traçar duas retas paralelas e equidistantes, indicando o sentido de propagação da
frente de onda incidente.

8
9. Traçar a reta normal para cada reta do item anterior à barreira, de modo que elas
se interceptem. Esta reta indica a direção do raio de curvatura, meça seu
comprimento e anote-o na tabela 2.
10. Traçar o raio refletido do ponto de incidência ao foco. Meça seu comprimento e
anote-o na tabela 2.
11. Medir os ângulos de incidência (θi) e de reflexão (θr) e anotar os valores na tabela
2.

f (cm) r (cm) θi θr

Tabela 2: Reflexão em barreira curva.

Questões:
1) Qual a forma do pulso depois de refletido da barreira?
2) Qual a relação entre a distância focal e o raio de curvatura da barreira?
3) Pelos valores encontrados dos ângulos de incidência e reflexão, é válida a lei da
reflexão?

5 Experimento 2 – Difração de Ondas Planas em uma


Fenda Simples
5.1 Introdução
Contrariando o princípio da propagação retilínea, a luz tem a propriedade de
contornar obstáculos colocados em sua trajetória, como por exemplo, iluminando com um
feixe de luz monocromático (de uma só cor) um pedaço de papelão no qual a um pequeno
orifício ou fenda.
Se a fenda é larga será projetada na tela uma tira luminosa de contornos bem
definidos. Ao estreitar a fenda, a tira luminosa irá se alargar ao invés de diminuir. A luz
invade a região de sombra. Quanto mais estreita for a fenda mais acentuado será o efeito
(figura10).

9
Figura 10: (a) - Difração que a luz apresenta quando atravessa um orifício muito pequeno. (b) -
Difração quando a luz atravessa orifícios d1 e d2 tal que d2 é menor que d1. Fonte: Referência [2].

A luz, ao passar por orifícios muito pequenos (por exemplo, um orifício feito com um
alfinete em um cartão), sofre difração (figura 10.a). Observa-se nesta figura que a luz se
espalha apresentando uma mancha luminosa bem maior que orifício.
Como o fenômeno da difração só é observado para orifícios muito pequenos, isso
indica que a luz é uma onda com comprimento de onda pequeno. A difração só é
observada quando a dimensão do orifício for menor ou da ordem do comprimento de onda
da luz.
Para simular a difração em uma cuba de ondas, colocamos duas barreiras retilíneas
na cuba, deixando uma pequena abertura entre elas (figura 11.a). Utilizando um gerador
de ondas retas, quando uma onda reta periódica de comprimento de onda λ atravessa a
abertura (figura11.b), observa-se que a onda torna-se curva, ou circular do outro lado da
abertura. A curvatura sofrida pelas frentes de ondas retas ao passarem por um obstáculo
ou por uma abertura é devido ao fenômeno da difração.

Figura 11: Padrão de difração de uma onda plana em fenda


simples. Fonte: Referência [2].

As ondas são fortemente difratadas quando o comprimento de onda λ é da ordem da


abertura, d. Quando λ << d, verifica-se experimentalmente, que menor será o efeito da
difração, ou seja, se o comprimento de onda for muito menor que a largura do orifício, d, a
onda praticamente não se difrata.

10
5.2 Objetivo
Observar o efeito da difração quando a largura da fenda e o comprimento de onda
são variados.

5.3 Material
Material Quantidade
Kit cuba de ondas 1
Barreiras retilíneas 2
Vibrador de placa retangular 1

5.4 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostra a figura 12.

Figura 12: Experimento de difração de ondas em


uma fenda. Fonte: Referência [1].

2. Colocar água na cuba até uma altura de 5 a 7 mm (1000 ml aproximadamente).


Certificar se o nível da água nos quatro cantos da cuba está nivelado.
3. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
4. Colocar o vibrador de paleta retangular tal que a extremidade inferior da paleta
toque a superfície da água.
5. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando a frequência e o ângulo de fase até
obter um padrão definido de ondas transversais. Medir o comprimento da onda
gerada tal como ilustrado em 11.a.
6. Posicionar duas barreiras retilíneas separadas de uma distância, d, maior que o
comprimento de onda observado, como mostra a figura 12. Observar a imagem
projetada.

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7. Ajustar as barreiras de modo obter uma aberturada mesma ordem do comprimento
de onda. Haverá a produção de pulsos que serão difratados pela barreira. Medir o
comprimento da onda difratada tal como ilustrado na figura 11.b.
8. Repetir o procedimento diminuindo a distância entre as duas barreiras retilíneas.
9. Repetir o procedimento permanecendo constante a distância d, e aumentando a
frequência.

d (cm) λ (cm) λ/d

Tabela 3: Fenômenos de difração.

Questões
1) A curvatura da frente de onda difratada é maior quando passam por aberturas
grandes ou por aberturas pequenas?
2) A curvatura das frentes de onda difratadas mostrou-se maior para frequências
maiores ou menores? Justifique a resposta.
3) Para qual valor de λ/d o fenômeno da difração é mais acentuado?

6 Experimento 3 – Interferência
6.1 Introdução
Consideremos duas fontes pontuais separadas por uma distância d que geram
pulsos circulares com a mesma frequência. Como cada fonte produz uma crista no
mesmo instante, dizemos que as fontes estão em fase (figura 13.).

12
Figura 13: Esquema de duas fontes pontuais em fase gerando pulsos
circulares. Fonte: referência [2].

As fontes, sendo periódicas, fazem com que as cristas estejam sempre separadas
de uma mesma distância que é o comprimento de onda λ.
Quando duas ondas se superpõem pode ocorrer:
• Duas cristas (uma de cada fonte), ao se interceptarem, formam uma crista dupla,
produzindo regiões brilhantes sobre o anteparo.
• Duas depressões (uma de cada fonte) ao se interceptarem produzem regiões
escuras sobre o anteparo.
• Uma crista procedente de uma fonte encontra uma depressão procedente da outra,
produz uma região em que não há deslocamento (a água permanece imóvel) e
sobre o anteparo aparecerá uma região cinzenta.
Podemos observar ainda na cuba de ondas as linhas de água imóveis que se
estendem radialmente a partir da região das fontes, separando o trem de ondas móveis
de cristas e depressões. Estas linhas de perturbação nula são denominadas linhas
nodais.
A forma das linhas nodais está mostrada na figura 14.a. Observe que são
ligeiramente curvas próximas às fontes e em seguida se tornam retas. O número de linhas
nodais diminui à medida que cresce o comprimento de onda e é contado a partir da linha
central. Exemplo: 1º linha nodal à direita da linha central ou 1º linha à esquerda da linha
central.

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Figura 14: Forma das linhas nodais. Fonte: referência [2]

Contando as cristas no diagrama da figura 14.c, temos que:PS1 = 3λ e PS2 = 2,5λ, e


a diferença de caminhos é:
PS1 - PS2 = 1/2λ (1)
Considerando a segunda linha nodal, a diferença de caminhos, será:
PS1 = 4λ e PS2 = 2,5λ,
PS1 - PS2 = 3/2 λ (2)
Continuando com este raciocínio, chegamos que a equação que caracteriza a n-
ésima linha nodal é:
PS1 - PS2 = (n - 1/2) λ (3)
Portanto podemos construir linhas nodais determinando as interseções de círculos
de raio r centrados em S2, com círculos de raios r + (n - 1/2)λ centrados em S1 (figura 14.
b).
A determinação do comprimento de onda (figura 13) com precisão é realizada
através da expressão:

()
dx
L
λ= (4)
n
2

d - distância entre as duas fontes

14
x - distância de P à linha central
L - distância do ponto P ao ponto médio C de d
n - número da linha nodal

6.2 Objetivo
• Observar a interferência de ondas planas, variando a distância entre as fontes e a
frequência.
• Fazer a medida do comprimento de onda

6.3 Material
Material Quantidade
Kit coba de ondas 1
Vibrador com duas fontes pontuais 1

6.4 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostra a figura 15.

Figura 15: Montagem para o experimento de interferência de ondas


usando duas fontes pontuais e coerentes. Fonte: referência [1].

2. Colocar água na cuba até uma altura de 5 a 7 mm (1000 ml aproximadamente).


Certificar se o nível da água nos quatro cantos da cuba está nivelado.
3. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
4. Colocar o vibrador de fontes pontuais ajustando as extremidades inferiores ao nível
da água.

15
5. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando a frequência e o ângulo de fase até
obter um padrão definido de pulsos de ondas circulares das duas fontes.
6. Observar a imagem projetada. Identifique os pontos de máximos e mínimos no
padrão de interferência gerado.
7. Ajustar um novo valor de frequência, observando e identificando os pontos de
máximo e mínimo.
8. Calcular através da expressão (4) o valor do comprimento de onda λ para as
frequências utilizadas.
9. Medir o comprimento de onda, com o auxilio de uma régua, assim como ilustrado
em 14.b., compare os resultados obtidos.

7 Experimento 4 – Interferência por Fenda Dupla


7.1 Introdução
T. Young (1773 - 1829) foi quem, pela primeira vez, comprovou que há interferência
da luz quando dois feixes luminosos se cruzam. O esquema utilizado por Young está
mostrado na figura 16.

Figura 16: Esquema de montagem de Young para interferência. Fonte: referência [2].
Na figura 16.a tem-se que a luz emitida por uma fonte de luz atravessa um pequeno
orifício, difratando. Na frente desta onda há dois orifícios S1 e S2 fazendo com que a
onda novamente seja difratada. As ondas luminosas assim obtidas se superpõem,
originando uma figura de interferência.
No anteparo obtêm-se regiões claras e escuras. As regiões claras são aquelas em
que dois vales ou duas cristas se superpõem. Temos neste caso uma interferência
construtiva (figura 17.a).

16
Figura 17: Padrões de interferência. Fonte: referência [2].
As regiões escuras são aquelas em que um vale e uma crista se superpõem. Neste
caso temos uma interferência destrutiva (figura 17.b).

7.2 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostra a figura 18.

Figura 18: Arranjo experimental em cuba de ondas para o


experimento de interferência por dupla fenda. Fonte:
referência [1].

2. Colocar água na cuba até uma altura de 5 a 7 mm (1000 ml aproximadamente).


Certificar se o nível da água nos quatro cantos da cuba está nivelado.
3. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
4. Colocar o vibrador de paleta retangular tal que a extremidade inferior da paleta
toque a superfície da água.
5. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando a frequência e o ângulo de fase até
obter um padrão definido de ondas transversais.
6. Posicionar duas barreiras retilíneas separadas de uma distância, D, maior que o
comprimento de onda observado, como mostra a figura 18.
7. Posicionar as demais barreiras retilíneas separadas de uma distância d, agora

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menor que a distância da primeira barreira, como mostra a figura 18. Ajustar as
distâncias para que a projeção possa ser visualizada.
8. Observar a imagem projetada. Haverá a produção de pulsos que serão difratados
pela primeira barreira que por sua vez sofrerão difração pelas duas outras fendas.
9. Identificar os pontos onde houve interferência. Ilustrar ou destacar em imagem tais
pontos.

8 Experimento 5 – Refração
8.1 Introdução
Quando um feixe de luz incide obliquamente na superfície de separação entre dois
meios transparentes, muda de direção, apresentando velocidade da luz diferente do
primeiro meio. Este desvio que a luz sofre é o fenômeno da refração (figura 19).

Figura 19: Ilustração para fenômeno de refração da


luz entre dois meios (ar e vidro). Fonte: referência [2].

Um sistema como o da figura 19 constituído de dois meios transparentes (ar/vidro)


separados por uma superfície plana ou curva é denominado dioptro.
Índice de Refração
O desvio que a luz sofre quando passa de um meio para outro, depende da
velocidade da luz nos dois meios. A grandeza física que relaciona as velocidades nos dois
meios é o índice de refração relativo (n 21), que é definido como sendo a razão entre a
velocidade da luz no primeiro meio (v1) e a velocidade da luz no segundo meio (v2):
v1
n2,1= (5)
v2

Quando o primeiro meio é o vácuo (v1 = c), o índice de refração que relaciona a
velocidade da luz no vácuo com a velocidade em outro meio (v), é denominado índice de
refração absoluto (n):

18
c
n= (6)
v
A velocidade da luz no vácuo é c = 300 000 km/s e em outro meio qualquer é menor
do que este valor. Consequentemente, o valor do índice de refração em qualquer meio,
exceto o vácuo, é sempre maior que a unidade (n > 1).
Abaixo, temos uma tabela com alguns valores para índices de refração e seus
respectivos meios.

Meio material Índice de refração (n)


Ar 1,00
Água 1,33
Glicerina 1,47
Vidro 1,50 à 1,90
Álcool etílico 1,36
Diamante 2,42
Acrílico 1,49
Tabela 4: Valores de índices de refração de alguns meios materiais.

Dependendo da cor da luz incidente no dioptro, temos diferentes índices de refração


para o mesmo meio (tabela abaixo). Observação: Os valores dos índices de refração da
tabela 4, são valores para uma mesma radiação (mesma cor).

Luz monocromática Índice de refração (n) de um cristal


Violeta 1,94
Azul 1,60
Verde 1,44
Amarelo 1,35
Alaranjada 1,30
Vermelha 1,26
Tabela 5: Valores de índices de refração de um cristal para diferentes luzes monocromáticas.

Podemos relacionar o índice de refração relativo com os índices de refração


absoluto.
Como v1 = c / n1 e v2 = c / n2, substituindo em (5), obtemos:

19
c
v n n
n2,1= 1 = 1 = 2 (7)
v 2 c n1
n2

O índice de refração relativo (n 21) é o cociente entre os índices de refração do meio


(2) e do meio (1).
Lei de Snell Descartes (século XVII)
A lei de Snell - Descartes relaciona os ângulos de incidência e refração com os
índices de refração (figura 19).

Figura 20: Refração de um raio quando passa de um meio (1) menos


refringente para um meio (2), mais refringente. Fonte: referência [2].

Enunciado da Lei de Snell Descartes:


“A razão entre o seno do ângulo de incidência (θ1) e o seno do ângulo de
refração (θ2) é constante e esta constante é igual ao índice de refração relativo
n21, para um dado comprimento de onda”

sen θ1 n
=n 2,1= 2 (8)
sen θ2 n1

Onde:
θ1 - ângulo de incidência (ângulo que o raio incidente faz com a normal, N.
θ2 - ângulo de refração (ângulo que o raio refratado faz com a normal, N).
n2,1 - índice de refração relativo
n2 - índice de refração do meio 2
n1 - índice de refração do meio 1

20
Refração em uma cuba de ondas
A velocidade de propagação das ondas depende do meio em que se propagam.
Considerando as ondas superficiais na água, a velocidade depende da profundidade da
água. Podemos associar duas profundidades diferentes de água como dois meios
diferentes de propagação das ondas, simulando o fenômeno da refração da luz quando
esta passa de um meio para outro. Neste caso, varia-se a profundidade da água na cuba
de ondas com uma placa espessa de acrílico ou vidro, com linha de separação paralela
às ondas, conforme está indicado na figura 21.

Figura 21: Simulação da refração na cuba de água na parte funda e na parte rasa, gerando
ondas com a mesma frequência e diferentes comprimentos de ondas. Fonte: referência [2].

Observe na figura 22 que o comprimento de onda λ1 na parte mais profunda é maior


que o comprimento de onda λ2 na parte mais rasa e a frequência é a mesma nas duas
partes. Como v = λf temos que a velocidade, v 1, na parte mais profunda é maior que a
velocidade, v2 na parte mais rasa, indicando que a onda muda de velocidade quando
muda de meio no fenômeno da refração de ondas.
Colocando a placa de vidro não paralela ao gerador de ondas, vamos ter além da
mudança de comprimento de onda quando esta vai da parte mais profunda para a mais
rasa, uma mudança na direção, como mostra a figura 22.

21
Figura 22: Simulação da refração na cuba de água na parte funda e na parte rasa, gerando ondas
com a mesma frequência e diferentes comprimentos de ondas. Fonte: referência [2].

Vamos estudar o que acontece na região da barreira AB (figura 22.b). Da figura 22.b
temos que:
sen θ1 / senθ2 = λ1 / AB = AB /λ2 = λ1 / λ2 = constante (9)
Comparando (8) e (9), obtemos:
sen θ1 / senθ2 = λ1 / λ2 = n21 (10)
Como v = λf e a frequência é a mesma para os dois meios, temos:
λ1 = v1/f (11)
e
λ2 = v2/f (11)
Substituindo em 10:
sen θ1 / senθ2 = n21 = λ1 / λ2 = v1 / v2 (13)
Esta expressão é a Lei de Snell-Descartes que relaciona os senos dos ângulos de
incidência e refração com o índice de refração e as velocidades das ondas nos dois
meios. Observe que quanto maior o comprimento de onda, menor a velocidade para uma
mesma frequência e vice-versa.

8.2 Objetivo
• Observar a refração de ondas e os pulsos refratados.
• Medir as velocidades na parte funda e na parte rasa.

22
• Demonstrar a lei de Snell-Descartes.

8.3 Material
Material Quantidade
Kit cuba de onda 1
Retroprojetor 1
Vibrador de placa retangular 1
Refrator de placa retangular e triangular 1

8.4 Procedimento
1. Montar a cuba de ondas como mostra a figura 23.

Figura 23: Montagem para estudo de refração de ondas.


Fonte: referência [1].

2. Coloque a barreira de acrílico na posição indicada na figura 23.


3. Colocar água na cuba até uma altura de 10 mm (2000 ml aproximadamente) ou até
formar uma lâmina d’água por cima da barreira (2 a 3 mm). Certificar se o nível da
água nos quatro cantos da cuba está nivelado.
4. Fixar a tela de projeção aos “pés” da cuba e o espelho refletor por baixo da cuba.
5. Colocar o vibrador de paleta retangular tal que a extremidade inferior da paleta
toque a superfície da água.
6. Ligar o gerador mecânico de ondas, ajustando a frequência e o ângulo de fase até
obter um padrão definido de ondas transversais.
7. Observe como a frente de onda se comporta. (Se possível, capture uma imagem

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para uma posterior análise).
8. Repetir o procedimento para outra frequência.

Referência
[1] Manual de roteiros experimentais da Pasco.
[2] Roteiro experimental obtido em: <http://educar.sc.usp.br/otica/cuba.html>

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