Você está na página 1de 186

Caro

Instrutor,

A RM é destacada nacionalmente como uma das principais fornecedoras


de soluções de infraestrutura nas áreas de telecomunicações e de energia.
Seu maior negócio é a prestação de serviços, sendo a sua força de
trabalho seu maior insumo.
A capacitação dos colaboradores é um dos principais desafios atuais, pois
por meio da elevação dos conhecimentos é que a RM poderá transformar
seus resultados, atingindo a excelência técnica na execução dos serviços
com qualidade e produtividade.
O Programa Integrado de Capacitação tem o objetivo de promover a
excelência técnica com o desenvolvimento de competências, habilidades e
atitudes dos técnicos e supervisores da RM, através de um programa de
Formação, Aperfeiçoamento e Reciclagem, garantindo o incremento na
qualidade e produtividade.
É com muita satisfação que damos boas-vindas ao Curso de FIBRA.
Guia para Medições em
Fibras Ópticas

Fevereiro de 2000

Wavetek Wandel Goltermann do Brasil Ltda. & Cia


Av. Engº. Luís Carlos Berrini, 936 / 8º andar
Brooklin Novo
CEP 04571-000 São Paulo – SP
Brasil
Tel.: (+55) (xx11) 5503 3800
Fax: (+55) (xx11) 5505 1598
e-mail: sales.brasil@wwgsolutions.com

Wavetek Wandel Goltermann


Divisão de Fibras Ópticas
34 rue Necker
42000 Saint-Etienne
França
Tel. +33 (0)4 77 47 89 00
Fax +33 (0)4 77 47 89 70
Web www.wwgsolutions.com

Este documento não pode ser fotocopiado, reproduzido, ou


traduzido para outra língua sem o consentimento prévio da
Wavetek Wandel Goltermann.

Autores : J. Laferrière
R. Taws
S. Wolszczak
Tradução: Alexandre Monteiro
Revisão: Cristiano H. Ferraz
Índice

Princípios Básicos da Fibra ........................................... 1-1


Tipos de fibras ..................................................... 1-1
Fibra multimodo .................................................. 1-7
Fibra monomodo ................................................. 1-8
Normas e recomendações para fibras ............... 1-10

Testes Ópticos ................................................................ 2-1


Famílias de testes em fibra óptica ....................... 2-1
Testes de transmissão ......................................... 2-2
Testes em campo ............................................... 2-3
As diferentes famílias de testadores ópticos ........ 2-7
Fontes, medidores de potência e atenuadores .... 2-7
O Mini-OTDR .................................................... 2-11
O OTDR de bancada ........................................ 2-12
Sistemas de monitoração .................................. 2-13
Outros equipamentos de teste .......................... 2-16

Princípios do OTDR ........................................................ 3-1


Fenômenos da fibra ............................................ 3-1
Dispersão de Rayleigh ......................................... 3-2
Reflexão de Fresnel ............................................. 3-4
Diagrama de blocos do OTDR ............................. 3-5
Diodos a laser ..................................................... 3-6
Gerador de pulsos com diodo a laser .................. 3-6
Fotodiodo ............................................................ 3-7
Base de tempo e unidade de controle ................. 3-7
Especificações do OTDR .................................... 3-8
Gama dinâmica.................................................... 3-8
Zona Morta ........................................................ 3-11
Resolução.......................................................... 3-14
Precisão............................................................. 3-15
Comprimento de onda........................................ 3-16

Usando o OTDR .............................................................. 4-1


Aquisição ............................................................... 4-1
Nível injetado ........................................................ 4-2
Comprimento de onda do OTDR ........................... 4-3
Largura do pulso ................................................... 4-4
Gama (range) ........................................................ 4-6
Média (averaging) ................................................. 4-6
Suaviza ção (smoothing) ....................................... 4-8
Parâmetros da fibra ............................................... 4-8
Medição ............................................................... 4-10
Inclinação (slope) ou perda do tramo de fibra ...... 4-14
Perda de evento .................................................. 4-14
Reflectância e perda de retorno óptica................. 4-17
Anomalias e eventos na medição......................... 4-19
Fantasmas (ghosts) ............................................ 4-19
"Ganho" em uma emenda .................................... 4-21
Como obter o melhor traço com o OTDR ............. 4-26
Uso de cabo de pré-lançamento ......................... 4-26
Verificação da continuidade no fim da fibra ......... 4-28
Localização de falhas .......................................... 4-29
Índice de refração efetivo .................................... 4-30
Glossário .............................................................A-1
Notas ....................................................................N-1
Índice .................................................................... I-1
1. Princípios Básicos da Fibra

1.1 Tipos de fibras


Uma fibra óptica é constituída de hastes muito finas de vidro. Compõe-se basicamente de duas
partes: a porção interna ou núcleo (core) e a camada de cobertura ou casca (cladding). A luz injetada
dentro do núcleo de uma fibra de vidro segue o caminho físico da fibra, devido às reflexões totais da
luz que se propaga entre o núcleo e a casca. Uma malha de plástico em torno da fibra assegura uma
boa proteção mecânica.
As fibras são classificadas em diferentes categorias baseadas no caminho traçado pela luz dentro
delas, intimamente ligadas ao diâmetro do núcleo e da casca.

Princípio de transmissão (versão simplificada):


• Um feixe de luz penetra na fibra segundo um ângulo pequeno α.
• A capacidade (ângulo de aceitação) da fibra para deixar penetrar a luz no núcleo é determinada
pelo parâmetro denominado abertura numérica NA:

NA = sen α0 = √n12 - n22

α0 = arc sen √n12 - n22

onde,

α0 = ângulo máximo de aceitação (ou seja, o ângulo de incidência que representa o limite entre a
refração e a reflexão de um raio de luz) ;
n1 = índice de refração do núcleo ;
n2 = índice de refração da casca ;
Nota : 2 α0 é o ângulo máximo de aceitação ;

Casca

âng. máx. de
aceitação α0 n1 Núcleo

n2

Propagação da luz

• Se α > α0: o raio é completamente refratado, não ficando confinado ao núcleo.

1-1
Refração : n1 sen αi = n2 senαr

• Se α < α0: o raio é refletido e fica confinado ao núcleo.


Reflexão : αi = αr

Velocidade
A velocidade com que a luz se propaga pelo meio é determinada pelo índice de refração do meio.
O índice de refração (n) é um número adimensional, que representa a razão entre a velocidade da
luz no vácuo e a velocidade da luz no meio.

N=c/V

onde:
n: Índice de refração ;
c: Velocidade da luz no vácuo (aproximadamente 3 x 108 m/s) ;
V: Velocidade da luz no meio ;

Os valores típicos de n encontram-se entre 1,45 e 1,55.


A luz ingressa na fibra segundo diferentes ângulos de incidência ; não segue, portanto, um único
caminho. A luz entra no centro do núcleo da fibra com um ângulo muito pequeno, seguindo um
caminho relativamente direto através do centro da mesma. A luz injetada com alto ângulo de
incidência ou perto da borda externa do núcleo da fibra seguirá com menos diretividade (menos luz
direta no caminho óptico), o que resulta em caminhos ópticos mais longos. Sendo assim, a luz viaja
mais lentamente ao longo da fibra. Cada caminho resulta de um dado ângulo de incidência ; o ponto
de ingresso da luz pode gerar um modo. Como viajam juntos pela fibra, todos os modos são
atenuados devido à combinação dos mesmos.

Atenuação

A atenuação em uma fibra deve-se a diferentes fatores:


• Absorção da luz - A absorção pode ser definida com a conversão da luz em calor, estando
relacionada com a ressonância do material da fibra. Existem absorções intrinsecas (devido ao
material da fibra e ressonâncias moleculares) e absorções extrínsecas (devido a impurezas, tais
como radicais OH- em torno de 1240 nm e 1390 nm). Em fibra mais modernas, os fatores
extrínsecos são praticamente desprezíveis.
• Espalhamento de Rayleigh – O espalhamento, principalmente a chamada dispersão de
Rayleigh, também contribui para a atenuação. O espalhamento causa a dispersão da energia da
luz em todas as direções, fazendo com que uma parte da energia total escape do núcleo da fibra.
Uma porção pequena da energia espalhada regressa à origem pelo núcleo ; este fenômeno
chama-se retro-espalhamento.

1-2
Nota : O espalhamento da luz para a frente (Espalhamento de Raman) e o espalhamento
reverso (espalhamento de Brillouin) constituem dois outros fenômenos que podem ser
vistos nos materiais ópticos quando submetidos a condições de alta potência. É preciso
ter cuidado em enlaces ópticos com EDFAs (amplificadores ópticos).

Luz retroespalhada
Luz espalhada
Luz Incidente

Efeito do Retroespalhamento

• Perdas por curvaturas (dobras) - são causadas pelo escapamento de luz do núcleo devido a
imperfeições da fronteira entre o núcleo e a casca (microcurvaturas), ou quando o ângulo de
incidência da luz na fronteira núcleo / casca excede a abertura numérica NA (ângulo interno de
aceitação) da fibra, devido uma dobradura da fibra (macrodobradura). Fibras monomodo, por
exemplo, podem ser dobradas com um raio de 10 cm sem perdas significativas; já quando se
ultrapassa o raio mínimo de dobradura, as perdas aumentam exponencialmente com a diminuição
do raio. O raio mínimo de curvatura depende do projeto da fibra e do comprimento de onda da luz.
Para um lance de fibra óptica, os componentes passivos e as perdas das conexões devem ser
somadas para obter a atenuação total do sinal.

Entrada Saída

Estruturas heterogêneas
Impurezas

Perda por
Perdas por Perda de Perda de
injeção Perda por Perda por
macro- junção acoplamento
absorção difusão
curvaturas
ou
micro-
curvaturas

1-3
A atenuação para um dado comprimento de onda é definida como a razão entre a potência de
entrada e a potência de saída da fibra que está sendo medida. É geralmente expressa em
decibéis (dB).
Essa atenuação depende da fibra e do comprimento de onda. Por exemplo: a dispersão de
Rayleigh é inversamente proporcional à quarta potência do comprimento de onda. Se
observarmos o espectro de absorção de uma fibra em função do comprimento de onda do
laser, poderemos ver algumas de suas características.
O gráfico seguinte ilustra e a atenuação total, resultante das contribuições de todos os
mecanismos de perdas, em função do comprimento de onda da luz injetada:

Atenuação (dB) Pico de absorção –


Espalhamento
radicais OH

Perda por absorção do infra-vermelho

Comprimento de onda

Atenuação em função do comprimento de onda

Os principais comprimentos de onda para transmissão em telecomunicações correspondem aos


pontos do gráfico onde a atenuação é mínima. Estes comprimentos de onda são conhecidos como
janelas de transmissão, e são as seguintes :

• Primeira janela, de 820 a 880 nm


• Segunda janela, de 1285 a 1330 nm
• Terceira janela, de 1525 a 1575 nm
! Quarta janela, de 1600 a 1650 nm (Sistemas de WDM)

Outro fator que afeta o sinal durante a transmissão é a dispersão, que reduz a largura de faixa efetiva
disponível para transmissão.

• Dipersão Modal: quando um pulso muito curto é injetado na fibra dentro da abertura numérica,
nem toda a energia alcança o fim da fibra ao mesmo tempo. Diferentes modos de oscilação
tranportam energia por caminhos diferentes dentro da fibra, sendo que alguns percorrem
caminhos mais longos que outros. Por exemplo, uma fibra multimodo com núcleo de 50 µm pode
possuir centenas de modos de propagação. O espalhamento do pulso causado pelos diferentes
caminhos pelos quais que a luz viaja é chamado dispersão modal.
• Dispersão Cromática: O pulso aplicado à fibra geralmente é composto por um certo espectro de
comprimentos de onda. Os diferentes comprimentos de onda propagam-se a diferentes
velocidades. A velocidade de propagação depende do índice de refração, e este varia segundo o
comprimento de onda. Este efeito é conhecido como dispersão cromática. Aliás, é este o motivo

1-4
pelo qual é tão importante usar equipamentos de teste que possuam a mesma largura espectral
pequena que o comprimento de onda usado na operação real.
A Dispersão Cromática é expressa em picossegundos por nanômetro e por quilômetro:
ps / (nm x km). Este coeficiente representa, para um dado comprimento de onda, a diferença após
um quilômetro entre os tempos de propagação de dois comprimentos de onda distantes entre si
de uma dada quantidade de nanômetros. A dispersão cromática é o mecanismo de dispersão
predominante em fibras monomodo. Em fibra monomodo, existe um comprimento de onda com
dispersão (cromática) mínima ou zero; tal comprimento de onda é determinado pelo projeto ou
pela fabricação da fibra. Geralmente, escolhe-se esse comprimento de onda de maneira a
coincidir com o comprimento de onda operacional do sistema. Historicamente (em fibra
monomodo padrão), este zero estava perto de 1310 nm; entretanto, em sistemas mais recentes,
utilizam-se as chamadas fibras de dispersão deslocada, nas quais o ponto de dispersão cromática
zero é deslocado para as proximidades de 1550 nm para aproveitar a atenuação mais baixa desta
janela óptica.
Em alguns sistemas, em especial em aplicações DWDM (Dense Wavelength Division
Multiplexing), uma pequena dispersão cromática positiva é desejável; para satisfazer esta
necessidade, fabricam-se fibras com tais características (fibras NZDS: non-zero dispersion shifted
fibers). Este tipo de fibra é ideal para cabos submarinos devido ao fato de suportar maiores
distâncias entre repetidores e possuir custo reduzido. A máxima distância entre repetidores para
altas taxas de transmissão é calculada a partir da máxima dispersão cromática tolerada pelo
sistema (em ps/nm), e a partir da dispersão apresentada pela fibra em ps / (nm x km). A
atenuação da fibra também deve ser tomada em conta.

Entrada
Saída
Estrutura
heterogênea
Impurezas

Fibra óptica

Limitação da largura de faixa

As duas principais classes de fibras são as que apresentam dispersão modal (multimodo) e as que
não apresentam dispersão modal (monomodo):

• Fibras multimodo possuem núcleos de maior diâmetro do que fibras monomodo (> 50 µm),
permitindo o aparecimento de mais modos de propagação da luz pelo núcleo da fibra.
• O núcleo de uma fibra monomodo geralmente possui um diâmetro de 10 µm ou menor. Permite
que a luz se propague em apenas um modo (em 1310 ou 1550 nm), o que reduz fortemente a
dispersão total.

1-5
1.1.1 Fibra Multimodo

A fibra multimodo, devido ao grande diâmetro do núcleo, possibilita a ocorrência de diferentes


caminhos (múltiplos modos de propagação) para a luz que se propaga pelo enlace (fibra). Por esta
razão, esta fibra é bastante sensível à dispersão modal.
As principais vantagens da fibra multimodo decorrem de uma maior facilidade de acoplar a fonte de
luz do que outros tipos de fibras. Sendo assim, reduz-se o custo das fontes de luz (emissores
ópticos), dos conectores e das emendas (junções mecânicas ou emendas por fusão). No entanto,
sua atenuação relativamente alta e largura de faixa baixa restringem seu uso a sistemas para
distâncias curtas e baixas velocidades. Geralmente, não se destinam a atividades de
telecomunicações, que exigem outras características.

Diâmetro do núcleo : 50 a 100 µm

O índice de refração da casca é menor


que o Índice de refração do núcleo

Diâmetro da
µm
casca: 125 µm e 140µ

Diâmetro do
revestimento: 250 µm

Fibra Multimodo

A. Fibras Multimodo de Índice Degrau (step index multimode fibers) :


A fibra de índice degrau guia os raios de luz mediante a reflexão total da luz na fronteira entre o
núcleo e a casca. O índice de refração é uniforme em todo o diâmetro do núcleo. As fibras de índice
degrau possuem um diâmetro mínimo do núcleo de 52,5 µm ou de 62,5 µm e da casca de 100 ou140
µm; a abertura numérica fica entre 0,2 e 0,5.
A desvantagem deste tipo de fibra é que, devido à dispersão modal, a largura de faixa é muito
pequena. A largura de faixa é expressa em MHz x km. A largura de faixa deste tipo de fibra é de
cerca de 20 MHz x km, o que indica que a mesma é adequada para transportar um sinal de 20 MHz
a uma distância de apenas 1 km, ou um sinal de 10 MHz a uma distância de 2 km, ou um sinal de 40
MHz a uma distância de 0,5 km, etc.
As fibras de índice degrau podem ser fabricadas de material plástico. Utilizam-se principalmente em
enlaces curtos que podem suportar atenuações grandes. O desenho abaixo ilustra este tipo de fibra.

1-6
n

B. Fibras Multimodo de Índice Gradual (graded-index multimode fibers) :


As fibras de índice gradual (graded-index -- GI -- fibers) são fabricadas dando ao núcleo um índice de
refração não uniforme. O índice de refração diminui gradualmente do centro para a fronteira com a
casca. A variação do índice de refração do núcleo força os raios de luz a se propagarem em seu
interior descrevendo uma trajetória senoidal. O desenho abaixo ilustra este tipo de fibra.

O modos de mais alta ordem descrevem caminhos ópticos mais longos; no entanto, à medida que
se afastam do eixo central e transitam em regiões de menor índice de refração, suas velocidades
aumentarão, fazendo com que as diferenças entre os tempos de propagação dos modos de mais alta
e baixa ordem sejam menores do que para as fibras de índice degrau (step-index fibers).

! As atenuações típicas são : 3 dB/km em 850 nm


1 dB/km em 1300 nm.

! A abertura numérica das fibras de índice gradual é de aproximadamente 0,2.

! O produto da largura de faixa pela distância das fibras de índice gradual é de aproximadamente:
160 MHz x km em 850 nm
500 MHz x km em 1300 nm.

• Os valores típicos do índice de refração do grupo são:


1,49 para 62.5 nm em 850 nm
1,475 para 50 nm em 850 nm
1,465 para 1300 nm.

1-7
1.1.2 Fibra Monomodo
A vantagem da fibra monomodo é seu alto desempenho quanto à largura de faixa e à atenuação. O
diâmetro reduzido do núcleo limita a propagação da luz a um único modo, eliminando totalmente a
dispersão modal.
Com componentes adequados, um sistema que usa fibra monomodo pode transportar sinais de mais
de 10 GHz em distâncias superiores a 100 Km. O sistema pode ainda ter capacidade da maior de
tráfego, através do uso de vários sinais sendo transmitidos simultaneamente em uma única fibra
monomodo através do uso de WDM (Wavelength Division Multiplexing).
O pequeno tamanho do núcleo obriga que as fontes de luz sejam mais caras e o alinhamento
(acoplamento) dos sistemas sejam mais complicados, pois existe maior complicação no acolamento
das emendas e conectores. No entanto, para sistemas de alta performance ou sistemas de uns
poucos quilômetro, a solução por fibras monomodo permanecem a melhor opção
As dimensões típicas de fibras monomodo estão entre 5 a 12 µm para o núcleo, e 125 µm para a
casca. Um ângulo crítico entre o núcleo e a casca é de 8,5 graus.
O índice de refração do grupo está em torno de 1,465 para a fibra monomodo.

Diâmetro
Núcleo (5 a 10 µm)

Índice de refração da casca < Índice de


refração do núcleo

Diâmetro
Casca (125 µm)

Diâmetro
Revestimento (250 µm)

Fibra Monomodo

O pequeno diâmetro do núcleo diminui o número de modos de propagação. Em uma fibra


monomodo, somente um raio por vez (modo) propaga-se pelo núcleo da fibra.

Diâmetro do Campo de Modo (mode field diameter - MFD) :


O diâmetro do campo de modo (mode field diameter - MFD) de uma fibra monomodo pode ser
definido como a seção da fibra por onde passa a maior parte da energia da luz.
O MFD é mais largo do que o diâmetro físico do núcleo, isto é, uma fibra com diâmetro físico de 8 µm
poderia produzir um MFD de 9.5 µm. Vê-se, portanto, que parte da energia da luz propaga-se
também através da casca.

1.1.3 Normas e Recomendações para Fibras:


Existem muitas recomendações internacionais e nacionais que controlam as características do cabo
óptico. Mencionamos abaixo algumas das mesmas:

1-8
Normas Internacionais :
Apenas de normas internacionais existem dois grupos principais :
• O IEC possui várias normas, entre as quais contam as seguintes:
• IEC 60793-1 e -2 Fibras ópticas (contendo várias seções)
• IEC 60794-1, -2, e -3 Cabos de fibra óptica
• O ITU-T (antes CCITT) publica outras normas, tais como:
• G.650 Definição e Métodos de teste para parâmetro relevantes de fibras monomodo,
• G.651 Características de fibras multimodo de índice gradual com 50/125 µm ,
• G.652 Características de cabo de fibra monomodo,
• G.653 Características de cabo de fibra monomodo com dispersão deslocada,
• G.654 Características de cabo de fibra monomodo de 1550 nm com perda minimizada,

Normas Nacionais
• O CEN está preparando as seguintes recomendações para a Europa: EN 186000 (Conectores
ópticos para fbra), EN 187000 (Fibras ópticas), e EN 188000 (Cabos de fibra óptica);
• O ETSI provê recomendações adicionais para a Europa;
• O EIA/TIA provê recomendações adicionais para o EUA (FOTP).
Existem muitas outras organizações de padrões (normas) em outros países.

Normas para equipamentos de teste


• IEC 61350: Calibração do medidor de potência
• IEC 61746: Calibração do OTDR

1-9
2. Testes Ópticos

2.1 Famílias de testes em fibra óptica

Ao analisar um cabo de fibra óptica durante toda sua vida útil, é preciso efetuar uma série de testes:
• Testes mecânicos,
• Testes geométricos,
• Testes ópticos,
• Teste de transmissão.

As três primeiras medições são efetuadas somente uma vez, pois durante toda a vida da fibra existe
apenas uma pequena variação destes parâmetros.
Para bem caracterizar as fibras antes de usá-las para transmitir sinais, efetuam-se várias medições
nas fibras e cabos ópticos. Muitas destas medições estão descritas nas proposta de FOTP (Fiber
Optic Test Procedure) do EIA (Electronic Industries Association), e são definidas pelas
recomendações do ITU-T G.650 ou do documento EN 188 000.

Diferentes Tipos de Testes

Mecânicos Geométricos Ópticos Transmissão


Tração ConcentridadePerfil do Largura de faixa
índice
Torção Forma cilíndrica Abertura Potência óptica
numérica
Curvatura Diâmetro do Tamanho do Perda óptica
núcleo ponto
Temperatura Diâmetro da Reflectometria
casca

2.2 Testes de Transmissão

As principais medições implementadas em fibras ópticas e sistemas de fibras ópticas com o fim de
qualificar seu uso para transmitir da informação são :
• Perda fim-a-fim do enlace óptico
• Atenuação por unidade de comprimento
• Contribuição da atenuação das emendas, conectores, acopladores (eventos)
• Comprimento da fibra ou distância até um evento
• Linearidade de perdas na fibra por unidade de distância (descontinuidades de atenuação)
• Reflectância ou perda de retorno óptica (ORL)

Outras medições, tais como a da largura de faixa ou a da dispersão de modo de polarização, devem
também ser feitas; são, contudo, menos importantes, a não ser para algumas aplicações específicas.
Ao passo que algumas medições exigem o acesso a ambas as extremidades da fibra, outras
medições exigem o acesso a apenas uma das pontas da fibra. As técnicas de medição que exigem o

2-1
acesso a apenas uma ponta da fibra, são particularmente interessantes para as aplicações em
campo, pois reduzem o tempo gasto em deslocamentos.
Ao estudar os testes em campo dos cabos de fibra óptica, podemos concluir que há três tarefas
principais – Instalação, Manutenção e Restauração – para os testes.

2.2.1 Testes em Campo


Abaixo encontra-se uma lista resumida de vários testes que podem ser efetuados durante cada etapa
(instalação, manutenção, restauração). O programa de teste específico dependerá do projeto do
sistema, de quanto é crítico o sistema, e da relação contratual entre os fornecedores dos cabos e
componentes e a operadora, instaladora e usuário do sistema.
Os testes de instalação são realizados para garantir que os cabos de fibra recebidos por um
fabricante estão em conformidade com as especificações (comprimento, atenuação, etc.) e não
foram danificados em trânsito ou durante a instalação propriamente dita. Os testes também
determinam a qualidade das emendas dos cabos e as terminações dos mesmos (atenuação,
reflectância, localização). Também verificam se o subsistema completo do cabo é adequado para o
sistema de transmissão pretendido (perda fim-a-fim, perda de retorno do sistema óptico) e geram
uma documentação cabal para fins de manutenção.
Os testes de manutenção envolvem medições periódicas do cabo de fibra; o fim dessas medições é
assegurar a inexistência de degradações no cabo, emendas, conexões (atenuação no cabo,
atenuação e reflexão das emendas e terminações). Os testes de manutenção podem ser realizados
a cada certo número de meses, para que os resultados sejam comparados com o histórico e
eventualmente apontar para possíveis degradações do sistema. Em sistemas de alta capacidade ou
sistemas críticos, os testes para medir a integridade do sistema podem ser automatizados. Neste
caso, os testes são repetidos a cada certo número de minutos. Desta maneira, as eventuais
degradações ou falhas são detectadas imediatamente.
Durante a reparação do cabo, os testes são inicialmente executados para identificar a causa da falha
(transmissor, receptor, cabo, conector) e depois localizar a falha no cabo (obviamente, somente se a
falha for do cabo). Depois, testa-se para medir a qualidade do reparo do sistema (emendas
permanentes); neste caso, o teste é similar ao realizado quando do término da instalação do cabo.

Teste de pré-instalação em uma bobina

2-2
Quando se instala uma rede de fibra, deve-se tomar em conta a topologia da rede e as
especificações dos equipamentos. Um do principais parâmetros é o cáculo das perdas ópticas ou
perda do enlace fim-a-fim. Quando se calcula a atenuação total permissível (budget) de um enlace
de fibra, os seguintes pontos devem ser considerados: a fonte, o detector e a linha de transmissão
óptica. No enlace de transmissão são consideradas: as perdas por acoplamento da fonte com a fibra,
as perdas por atenuação da fibra, e as perdas de todos os componentes ao longo do enlace
(conectores, emendas, componentes passivos, etc.).

Cálculo da Atenuação Total Permissível (Budget) do Enlace Óptico


Um cálculo da atenuação total possui limites máximo e mínimo aceitáveis:
• O valor máximo é definido como a razão entre o valor mínimo de potência óptica gerada pelo
transmissor e o mínimo de potência que deve ser recebida pelo receptor para manter a
comunicação;
• O valor mínimo é definido como a razão do valor máximo de potência óptica gerada pelo
transmissor e o máximo de potência que pode ser recebida pelo receptor para manter a
comunicação.

2-3
Exemplo típico de um sistema multimodo:
• Saída de potência do transmissor (típico) para fibra multimodo (GI) = -12 dBm ±2 dB
• Sensibilidade do receptor óptico ≤ -27 dBm
• Gama dinâmica do receptor óptico ≥ 18 dB
A especificação do transmissor determina o máximo (-10 dBm) e o mínimo (-14 dBm) de níveis de
potência que irão ocorrer.
A sensibilidade do receptor determina o mínimo nível de potência que poderá ser detectado.
A gama dinâmica do receptor determina o nível máximo de potência que consegue ser detectado (-
27 dBm + 18 dB = -9 dBm).
Neste exemplo, a perda óptica máxima admissível é de 13 dB :
• Potência óptica mínima do transmissor (-14 dBm)
• Sensibilidade mínima do receptor (-27 dBm)

Exemplo típico de um cálculo de atenuação total permissível (budget):

Rede
óptica

Pot. óptica transmitida (L) Potência óptica recebida (R)

atenuação total mínima


permissível

atenuação total máxima


permissível

Cálculo Óptico

Cálculo da atenuação óptica permissível (budget)

2-4
Os cálculos dos enlaces ópticos devem tomar em consideração as margens do cabo e dos
equipamentos, inclusive as margens para compensar os efeitos do tempo e fatores ambientais
(potência gerada, sensibilidade do receptor, degradação dos conectores e emendas…). Para calcular
o valor da atenuação permissível, relacionam-se os valores típicos de atenuação de diferentes
componentes de fibra. Por exemplo :

• 0,2 dB/km de atenuação para fibra monomodo na janela de 1550 nm;


• 0,35 dB/km de atenuação para fibra monomodo na janela de 1310 nm;
• 1 dB/km de atenuação para fibra multimodo na janela de 1300 nm;
• 3 dB/km de atenuação para fibra multimodo na janela de 850 nm;
• 0,05 dB para uma emenda por fusão;
• 0,1 dB para uma emenda mecânica
• 0,2 a 0,5 dB para um par de conectores ;
• 3,5 dB para um divisores de potência (divisor 1 :2) (3 dB de atenuação da divisão de
potência, mais 0,5 dB adicionais).

Uma vez feita esta análise, pode-se proceder à instalação do cabo.

Exemplo típico de um Cálculo de Perda em um enlace

REDE ENLACE ENLACE ENLACE


CURTO MÉDIO LONGO
Distância (km) 30 80 200
Perda na fibra (dB/km) 0,25 0,22 0,19
em 1550 nm
Perda total da fibra (dB) 7,5 17,6 38
N° de emendas 15 40 25
Perda média por 0,1 0,1 0,05
emenda
Perda Total das 1,5 4 1,25
emendas
N° de conectores 2 2 2
Perda média por 0,5 0,5 0,5
conector
Perda total dos 1 1 1
conectores
PERDA TOTAL 10 22,6 40,25

2.3 As Diferentes Famílias de Testadores Ópticos

2.3.1 Fontes, Medidores de Potência e Atenuadores

A maneira mais precisa de medir a atenuação total em uma fibra é injetar um nível de luz

2-5
perfeitamente conhecido em uma ponta da fibra e medir a potência óptica que chega à outra ponta.
Os principais instrumentos usados nesta medição são fontes de luz e medidores de potência,
recomendados pelo ITU-T (G.651) e pelo IEC (61350) para medir a perda de inserção.
Este método exige o acesso as ambas as extremidades da fibra, o que nem sempre é possível obter.

Fonte de luz, medidor de potência e conjunto para conversação

2-6
Fontes de Luz
Uma fonte de luz é um dispositivo utilizado como fonte contínua e estável (CW, continuous wave)
para medições de atenuação.
Inclui uma fonte óptica que pode ser um LED ou um laser, estabilizada através de um controle
automático de ganho.
• Os LEDs são usados principalmente em fibras multimodo. Já os lasers são utilizados para
aplicações em fibras monomodo.
• As saídas de luz de uma fonte de LED ou de laser devem também poder ser moduladas com uma
freqüência determinada. O medidor de potência deve ser capaz de detectar essa freqüência. A
modulação melhora a rejeição da luz ambiente. Uma fonte de luz modulada a 2 KHz pode ser
usada com certos tipos de detectores para permitir a identificação e verificação de continuidade
das fibras.

Medidor de potência
O medidor de potência óptica é um instrumento padrão. Constitui uma ferramenta quase obrigatória
para o técnico de campo. É imprescindível nas atividades de manutenção, instalação e reparo da
fibra.
Os medidores de potência têm a função primordial de medir o valor da potência incidente em seu
fotodiodo. Entre as características dos medidores de potência mais sofisticados podem estar
incluídas as seguintes: estabilização de temperatura, possibilidade de calibração em diferentes
comprimentos de onda, exibição da diferença de potência em relação a uma referência de entrada,
possibilidade de introduzir uma atenuação e opção para altas potências.

Dependendo da aplicação, variam os requisitos para um medidor de potência. O instrumento deve


ser capaz de medir a potência de saída do transmissor para verificar a operação, e ser
suficientemente sensível para medir a potência recebida no extremo distante do enlace. Nos enlaces
longos de telefonia e em sistemas de televisão por cabo usam-se transmissores com altas potências
de saída, de até +16 dBm, e amplificadores com saída de até +24 dBm. Por outro lado, os sistemas
que usam pré-amplificadores ópticos podem trabalhar com potências muito baixas, iguais ou
menores que –36 dBm. Nas redes locais, a potência dos transmissores é muito mais baixa; também
é mais baixa a potência recebida. A diferença entre a potência máxima de entrada e a sensibilidade
mínima do medidor é chamada de gama dinâmica (ou range dinâmico).

Embora a gama dinâmica de um dado medidor tenha lá seus limites, a gama de potência útil pode
ser ampliada mediante o uso de atenuadores de características convenientes antes da entrada do
instrumento. A sensibilidade não é afetada pelo uso dos atenuadores, que não são usados nas
medições de baixas potências. Os atenuadores podem ser internos ou externos; se forem internos,
podem ser fixos ou comutados.
Gamas dinâmicas típicas dos medidores de potência:
• +13 dBm a -70 dBm para aplicações de telefonia1,
• +24 dB a -50 dBm para aplicações de CATV1,
• -20 dB a -60 dBm para aplicações de LAN.

Medições da perda de inserção e método de corte


• O método de corte constitui o método de medição de nível de maior exatidão; porém, sendo
destrutivo, não pode ser aplicado em campo. Por este motivo, não se utiliza durante a instalação e

1
A maioria dos medidores de potência opera em dois modos fundamentais: modo padrão (-3 a -70 dBm) e modo de alta potência (+23 a –50 dBm).

2-7
em manutenção. O método de corte consiste nos seguintes passos: primeiro, medir a atenuação
da fibra em teste; logo, cortar a fibra num ponto próximo ao extremo emissor; finalmente, subtrair
um valor medido do outro. A diferença entre os dois resultados medidos corresponde à atenuação
do trecho cortado.
• A técnica da perda de inserção constitui um método não intrusivo para medir a atenuação de uma
fibra óptica, de um componente passivo ou de um enlace óptico. O método empregado chama-se
método de substituição, e consiste em medir a potência saída de uma fonte e uma fibra de
referência, e em seguida repetir a medição acrescentando a fibra (ou outro objeto) cuja atenuação
se deseja medir. A diferença entre os dois resultados representa a atenuação da fibra.
A finalidade da primeira medição (dita de "referência") é cancelar as possíveis perdas causadas
pelas variações dos cordões de medição.

2-8
Fonte de luz calibrada Medidor de potência

Medição de P1

Fonte de luz calibrada

Medição de P2

Fibra em teste

Método da perda de inserção (em dois passos) para medir a atenuação da fibra

Podem ocorrer variações importantes nas medições de atenuação caso não se tomem precauções
quanto às condições de injeção do sinal de teste.
A potência óptica transmitida e recebida somente deve ser medida com um medidor de potência
óptica.
Para medir a potência transmitida, conecta-se o medidor diretamente à saída do transmissor óptico.
Para medir a potência recebida, conecta-se o transmissor óptico ao sistema de fibra (mais
precisamente, ao ponto do sistema onde o receptor óptico deverá estar) e lê-se o nível de potência
registrado pelo medidor.
O conjunto medidor de potência / fonte de luz é usado para medir a continuidade e a atenuação do
cabo.
Caso necessário, pode-se medir a perda do enlace em ambos sentidos e calcular a média para
melhorar a exatidão das medidas.

2.3.2 O Mini-OTDR

O mini-OTDR usa a mesma tecnologia básica de um OTDR de bancada (veja página 2-12). Trata-se
de uma nova classe de instrumentos disponíveis desde o começo dos anos 90. Os instrumentos
conhecidos como mini-OTDRs diferem dos OTDRs de bancada pelas seguintes características:
operam com baterias e/ou corrente alternada, apresentam peso reduzido e são portáteis. Permitem
que o operador os carregue com uma só mão e facilitam a operação em campo.
Os mini-OTDRs mais antigos e simples permitiam localizar de falhas mediante uma análise mínima
rudimentar (atenuação, taxa de atenuação, distância e reflectância) dos sistemas de fibra. Os
instrumentos mais completos e modernos emulam o OTDR de bancada e incluem uma análise
sofisticada dos enlaces ópticos (detecção automática dos eventos, tabela de eventos, perda de
retorno óptico, superposição de traços); contam com a capacidade de armazenar dados e com
funções adicionais (fonte óptica, medidor de potência, conjunto para conversação, localizador visual
de falhas). Podem, também, ser modulares como os OTDRs grandes.
O Mini-OTDR tornou-se uma escolha muito popular para os testes de pré-instalação e após reparos,
nos quais a facilidade de uso e a mobilidade são fatores importantes.

2-9
Mini-OTDR

2.3.3 O OTDR de bancada

O OTDRs é a principal ferramenta de teste para a análise de fibras ópticas.


A maioria dos OTDRs compõem-se de vários módulos opcionais e um módulo principal, podendo
adequar-se às aplicações desejadas. O módulo principal do OTDR (mainframe) contém o
controlador, a tela e equipamentos opcionais (impressora, traçador de gráficos, modem, interfaces
externas, disquete, etc.). O módulo óptico consiste em uma fonte de laser e um detector óptico que
podem ser mudados para permitir testes com distintos comprimentos de onda e diferentes tipos de
fibra. Os OTDRs de bancada estão sendo rapidamente substituídos por mini-OTDRs; no entanto,
continuam sendo a principal opção para aplicações em laboratório e em bancada, situações em que
se requerem funções de aquisição de dados.

OTDR de Bancada

2-10
2.3.4 Sistemas de Monitoração

Os equipamentos de teste podem ser integrados em um sistema automatizado e ligados a um


sistema de gerência.
Os sistemas de monitoração remota geralmente consistem de um comutador de pontos de acesso,
várias unidades de teste distribuídas pelos edifícios da empresa, e um controlador centralizado.
Com equipamentos de teste tradicionais para uso em campo, o efetivo reparo da fibra pode tomar até
umas seis horas. Um sistema de controle centralizado permite cuidar de toda a rede óptica com
menos gente. Pode-se evitar também ter de enviar as equipes técnicas de reparo em todos os casos
em que o sistema gera alarmes, pois identifica-se de imediato se a falha reside no cabo óptico ou
tem outra causa.
Em caso de a falha ser no cabo óptico, o sistema realiza a localização exata do problema. O técnico
de campo encontra o ponto de falha fácil e rapidamente.

CC CC
CC CC
CC
CC
Interface
Alarm
Keyboard Led
Alarm
Micro
1
Alarms
2
drawer
Fiber
Mux
OTDR OTDR Unit
Acquition
unit
Computer

CC
Centro de CC
CC
CC
CC
CC
operações CC
CC
CC
da Rede CC

CC CC
CC CC
CC
CC
Interface
Alarm
Keyboard 1Led
Alarm
Micro
Alarms
2
drawer
Fiber
Mux
OTDR OTDR Unit
Acquition
unit

PSTN CC
Computer

CC
CC CC CC CC
CC CC CC CC
CC CC
CC CC CC
CC
Interface
KeyboardAlarm
Alarm 2 Led
1 Micro
Alarms
drawer
Fiber
Mux
OTDR Unit
OTDR
Acquition

RFTS
unit

Computer

CC CC
CC CC
CC CC
CC CC
CC Interface
Alarm
Keyboard
drawer
Fiber
1Led
Alarm
Micro
Alarms
2

CC
Mux

CC OTDR OTDR Unit


Acquition
unit

CC Computer

CC
CC
CC CC
CC
CC
CC : Centro de cabos CC
CC
CC CC CC
CC CC

Sistema Remoto de Teste de Fibra

2-11
A maioria das operadoras inicialmente instala os sistemas de monitoração remota para monitorar o
cabo óptico para buscar e seccionalizar falhas severas no enlace monitorado. Neste caso, o sistema
de monitoração pode ser conectado somente em uma ou duas fibras do cabo multifibra, assumindo
que as falhas mais severas (ruptura do cabo) acontecerão em todo o cabo.

Saída da
Chave Óptica
Fibra Escura

Fibra sob
teste

Cabo sob teste

Fibra não usada para o tráfego

Fora de Serviço
A monitoração remota do cabo de fibra também pode ser realizada simultaneamente com a fibra em
tráfego, através do uso de WDM (Wavelength Division Multiplexing) com equipamentos de teste que
trabalhem em um comprimento de onda diferente do comprimento de onda usado para o tráfego
naquela fibra específica. O desenho abaixo ilustra o método de multiplexação dos comprimentos de
onda de teste e tráfego.

Saída da
Chave
Óptica
Lambda
de teste
Fibra em
teste
Lambda
de teste

Cabo em teste
Em Serviço

2-12
2.3.5 Outros equipamentos de teste

Conjuntos para conversação

Os conjuntos para conversação (talk sets) transmitem voz pelo cabo de fibra já instalado, permitindo
que os técnicos se comuniquem entre si.
Existem talk sets para fibras monomodo e multimodo. Podem ser usados para substituir telefones
celulares ou linhas fixas nas estações, facilitando a comunicação dos técnicos em campo.

OTS (optical talk set)

Localizadores Visuais de Falhas


Localizadores Visuais de Falhas (Visual Fault Locators) consistem em lasers que emitem luz visível
vermelha, e têm a função de localizar falhas até uma distância de cerca de 5 km.
Como o aparelho emite luz visível, o operador pode visualizar facilmente pequenas fissuras e
curvaturas importantes na fibra, pois estas causam uma certa fuga da luz. Esta facilidade também é
útil para comprovar a contuidade dos cordões ópticos, jumpers, ou até mesmos pequenas seções de
fibra (de até 5 Km). Também são comumente usados para identificar as fibras de um cabo.

2-13
Os operadores também podem usar os localizadores visuais em conjunto com:

• máquinas de emenda, para identificar as fibras que serão unidas.


• OTDR, para analisar as falhas que ocorrem dentro da zona morta.

Os localizadores de falhas mais comuns possuem fontes de HeNe.


Os localizadores visuais de falhas (Visual Fault Locators - VFL) podem usar lasers ou LEDs de 635
nm, 650 nm ou 670 nm, dependendo da aplicação:
• o VFL de 670 nm é usado para localizar falhas em distâncias longas; possui a intensidade de luz
adequada para essa finalidade.
• o VFL de 635 nm possui visibilidade excelente em distâncias curtas.

Identificadores de Fibra
Os identificadores de fibra são equipamentos de teste com capacidade de detectar um sinal
modulado em uma fibra (geralmente, uma freqüência de 2 kHz).

Testadores de pressão (clip-on testers)


Estes dispositivos são usados em conjunto com uma fonte de potência óptica para possibilitar
medições de potência sem desconectar ou danificar a fibra. O testador de pressão realiza uma
dobradura controlada na fibra para permitir medir o nível de potência que escapa da fibra. A medição
pode ser feita de maneira não-intrusiva (curvatura pequena) ou intrusiva (curvatura acentuada).

2-14
3. Princípios do OTDR
Um OTDR (Optical Time Domain Reflectometer – Reflectômetro Óptico no Domínio do Tempo) é um
instrumento de medição para fibras ópticas. Sua função é caracterizar fibras e redes ópticas. O
OTDR é usado para detectar, localizar e medir eventos em qualquer ponto do enlace de fibra.
Um dos principais benefícios do OTDR está no fato de a fibra poder ser totalmente testada desde
uma de suas extremidades, pois o instrumento funciona como um radar unidimensional. O OTDR
pode comparar-se com um sistema preciso de radar; sua resolução na medida de distância pode
estar entre 6 cm e 40 metros.
A técnica empregada no OTDR gera informações geográficas sobre perdas localizadas e eventos
reflexivos, dando origem a um registro gráfico e permanente que pode ser usado como base de
dados de desempenho.

3.1 Fenômenos da fibra


A capacidade do OTDR para caracterizar a fibra está baseada na detecção dos sinais fracos que
retornam ao OTDR em resposta à inserção na fibra de um sinal de grande potência. O OTDR
depende de dois tipos de fenômenos ópticos: retroespalhamento de Rayleigh e reflexões de
Fresnel.
A diferença principal entre estes dois fenômenos é a seguinte:
! O espalhamento de Rayleigh é intrínseco ao próprio material da fibra e está presente ao longo de
toda a fibra. Como o retroespalhamento ao longo da fibra é uniforme, as descontinuidades podem
ser usadas para identificar anomalias na transmissão pela fibra.
! Por outro lado, as reflexões de Fresnel são eventos pontuais; só acontecem onde a fibra entra
em contato com ar ou outro meio, como em uma conexão ou emenda.

3.1.1 Dispersão (ou Espalhamento) de Rayleigh


Quando um pulso de luz é enviado em uma fibra, alguns dos fótons espalham-se em direções
aleatórias a partir de partículas microscópicas. Este efeito, chamado espalhamento de Rayleigh,
permite obter informações sobre a atenuação e descontinuidades de impedância na fibra.
Uma certa quantidade de luz espalha-se para trás, na direção oposta ao sentido em que viaja o
pulso; essa energia chama-se sinal retroespalhado. Medindo o tempo de chegada e a amplitude da
potência que regressa à origem, pode-se determinar a atenuação e distância dos eventos.

Luz
retroespalhada
1/1000 da luz
espalhada

Luz
espalhada:
5% / km em
1550 nm

Luz
in idente

3-1
O espalhamento é a principal fonte de atenuação para fibras que operam nas três janelas ópticas
usadas em telecomunicações (850 / 1310 / 1550 nm). Tipicamente, uma fibra monomodo
operando na janela de 1550 nm com um coeficiente de espalhamento (αs) de 0,20 dB/km perderá
5% da potência transmitida em uma seção de 1 km de fibra.

O fator de retroespalhamento (S) descreve a relação entre a potência retroespalhada e a potência


total espalhada. Tipicamente, S é proporcional ao quadrado da abertura numérica.

Dependendo do coeficiente de espalhamento da fibra (αs) e do fator de retroespalhamento (S), o


coeficiente de retroespalhamento (K) é a razão entre a potência retro-espalhada e a energia
injetada na fibra.

O valor logarítmico do coeficiente de retroespalhamento, normalizado a uma duração de pulso de


1 ns, é dado por:
Kns (dB) = 10 log K(S-1) - 90 dB

Quando Kns = - 80 dB, isto significa que para um pulso de duração de 1 ns, o valor da potência de
retroespalhamento é 80 dB abaixo da potência de pico do pulso incidente.
Note que -80 dB a 1 ns equivalem a -50 dB a 1 µs, isto é:
Kµs (dB) = Kns(dB) + 30 dB

O espalhamento de Rayleigh possui um efeito muito parecido com a luz de uma lanterna em uma
noite com névoa: o feixe de luz é difundido -- ou espalhado -- pelas partículas de umidade. Uma
névoa densa espalhará mais luz, porque há mais partículas para obstruí-la.
O retroespalhamento depende da potência aplicada Po (Watt), a largura de pulso usada ∆t
(segundos), o coeficiente de retroespalhamento K(s-1), a distância d (metros) e a atenuação da
fibra (α) em dB/km:

Retroespalhamento = Po . ∆t . K . 10-α . d/5

parâmetros do OTDR

Uma densidade mais alta de elementos dopantes em uma fibra também criará mais espalhamento
e, com isso, níveis mais altos de atenuação por quilômetro. Um OTDR pode medir os níveis de
retroespalhamento com muita precisão, e usa esta propriedade para medir variações pequenas
nas características da fibra em qualquer ponto ao longo de seu comprimento.
Embora o espalhamento de Rayleigh seja bastante uniforme ao longo da fibra, a magnitude desse
espalhamento varia significativamente em diferentes comprimentos de onda de teste, como
mostra o diagrama seguinte, e com fibras de diferentes fabricantes.

3-2
Pico de
Atenuação absorção
(dB) de OH
Espalhamento
Perda por absorção do
infra-vermelho

Comprimento de
onda (nm)
Atenuação em função do comprimento de onda

3.1.2 Reflexão de Fresnel

A reflexão de Fresnel é definida como a reflexão da luz na fronteira entre dois materiais ópticos de
transmissividades diferentes, ou seja, onde cada um tem um índice de refração diferente. Este
limite pode acontecer em uma junção (conector ou emenda mecânica), em uma extremidade da
fibra não terminada, ou mesmo em uma fissura na fibra.

A magnitude da reflexão de Fresnel depende da potência e a diferença relativa entre o dois


índices de refração (na fronteira da junção dos dois materiais). A quantidade de luz refletida
depende da superfície na fronteira não linear e da diferença entre os índices de refração.

Fibra A reflexão é: :
2
Pr (n1 - n2)
R= = 2
Pi (n1 + n2)
Pr : potência refletida
Da fibra para o ar: R = 4% (-14 dB)
Pi : potência injetada
n1, n2 : índices de refração
A atenuação da luz refletida na fronteira entre a fibra e o ar tem um valor teórico de 14 dB. Este
valor pode ser 4000 vezes maior que o nível de retroespalhamento. Isto significa que o detector
do OTDR deve poder processar sinais que podem variar enormemente em potência (de muito
pequenas a elevadíssimas potências). Conectores que usam gel podem reduzir a reflexão de
Fresnel. O gel age como um acoplador de índices que minimiza a diferença entre os índices de
refração do ar e do vidro na conexão.

3-3
3.2 Diagrama de Blocos do OTDR

Diodo láser
Gerador
de pulsos acoplador
Fibra

fotodiodo

Unidade de Amplific.
controle da
base de
tempo
Amostr.
e ADC

Cálculo da
média e
processamento

Unidade de
apresentação

Diagrama de blocos do OTDR

O OTDR injeta energia luminosa na fibra a partir de um diodo de láser e um gerador de pulsos. A
energia que retorna ao OTDR é separada do sinal injetado mediante um acoplador que a conduz ao
fotodiodo. O sinal óptico é convertido em um valor elétrico (conversão eletro-óptica), amplificado,
amostrado e, finalmente, exibido na tela do OTDR.

3.2.1 Diodos a Láser


Os diodos a láser são escolhidos conforme o comprimento de onda do teste.
Os comprimentos de onda mais usados atualmente para OTDR são 850 nm e 1300 nm para fibras
multimodo, e 1310 nm e 1550 nm para fibras monomodo.
As vezes são usados também diodos a láser em 1625 nm, particularmente na monitoração remota de
sistemas contendo tráfego. As fibras podem transportar sinais úteis em 1300 ou em 1550 nm; ao
usar o comprimento de onda de teste de 1625 nm, evitam-se interferências com o tráfego útil .

3-4
3.2.2 Gerador de Pulsos com Diodo a Láser
Um gerador de pulso controla um diodo láser, o qual envia pulsos de luz em altas potências (de 10
mW até 1 Watt) na fibra. Estes pulsos podem ter uma largura da ordem de 2 ns a 20 ms, e uma taxa
de repetição de alguns kHz.
A duração do pulso (largura de pulso) pode ser selecionada pelo operador para diferentes condições
de medição. A taxa de repetição dos pulsos é limitada pela necessidade de esperar o retorno do
pulso antes de lançar outro pulso. A luz passa pelo acoplador/splitter e ingressa na fibra em teste.
O OTDR mede a diferença de tempo entre o pulso aplicado e os pulsos de retroespalhados de
regresso; por isto diz-se que as medições são feitas no domínio do tempo. O nível de potência do
sinal retroespalhado e das reflexões é amostrado ao longo do tempo. Cada amostra medida é
chamada de um ponto de aquisição. Os pontos podem ser mapeados em uma escala de amplitude
em função do tempo. Converte-se então esta informação de tempo em distância, com base no índice
de refração da fibra que o usuário programou. O índice de refração configurado é inversamente
proporcional à velocidade de propagação de luz na fibra. O OTDR usa estes dados para converter o
tempo em distância, e exibir o resultado na tela do OTDR (ao fazê-lo, divide o valor por dois, pois o
tempo representa o percurso de ida e volta do pulso). Se o usuário entrar com o índice de refração
incorreto ou inexato, as distâncias exibidas pelo OTDR podem estar erradas.

P (injetada)

P (refletida)

Propagação ou retardo de grupo na fibra:


V (retardo de grupo, ∆τ/t) = c/n ~ 3 x108 / 1,5 = 2 x 108 m/s
c = velocidade da luz no vácuo (o valor real de c é 2,99792458 m/s)
n = índice de refração (fixado em 1,5 no exemplo)
O OTDR converte o tempo em distância (ida-e-volta do pulso):
L (distância) = V(retardo de grupo, ∆τ/t) x t/2 = c t / 2 n ~ 108 x tempo (segundos)
Por exemplo, para uma largura de pulso de 10 ns:
L = 108 x 10 ns = 1 m

3.2.3 Fotodiodo
Os fotodiodos do OTDR são especialmente projetados para medir os níveis extremamente baixos da
luz retroespalhada, de cerca de 0.0001% do nível que é enviado pelo diodo a laser.
Como já foi dito, os diodos também devem poder detectar os níveis de potência altos dos pulsos de
luz que são refletidos. Isto causa certos problemas na análise dos resultados de um OTDR (veja
"Zona Morta" na página 3-11).
A largura de faixa, sensibilidade, linearidade e gama (range) dinâmica do fotodiodo e respectivo
circuito amplificador são cuidadosamente selecionados e projetados para serem compatíveis com as
larguras de pulso usadas e os níveis de retroespalhamento da fibra.

3.2.4 Base de Tempo e Unidade de Controle


A unidade de controle é o cérebro do OTDR. Toma todos os pontos de aquisição, faz o cálculo da
média, registra os resultados em forma de gráfico e/ou tabela em função da distância (conversão de

3-5
tempo) e, finalmente, exibe o traço resultante na tela do OTDR.
A base de tempo controla a largura do pulso, o espaçamento entre os pulsos em seqüência e a
amostragem do sinal. Faz-se uma integração de várias varreduras para melhorar a relação sinal-
ruído do traço resultante. Já que o ruído é aleatório, a obtenção de muitos pontos de dados em uma
dada distância para calcular a média faz o ruído tender a um valor médio zero. Os valores resultantes
irão representar com maior exatidão o retroespalhamento ou nível de reflexão de cada ponto. Um
OTDR pode medir até 32.000 pontos de dados e lançar na fibra milhares de pulsos; o processador
do OTDR precisa ser muito potente e rápido para lidar com todos esses dados em tempo real.
O display (monitor) do OTDR mostra um gráfico com escala vertical em dB (atenuação) e escala
horizontal em km ou pés (distância). A curva com a "assinatura" da fibra em teste é construída a
partir dos múltiplos pontos de aquisição.

Emenda Par
Par de
one tores por de Curvatur Emenda
fusão conector a na mecânic
fib Fim da

Distância

Traço típico do OTDR

3.3 Especificações do OTDR

3.3.1 Gama Dinâmica (Dynamic Range)


A gama dinâmica (dynamic range) é uma das características mais importantes de um OTDR, já que
determina o comprimento máximo de fibra que um OTDR é capaz de enxergar (medir) e, por
conseguinte, sua capacidade de analisar uma rede rede em particular. Quanto maior for a gama
dinâmica, maior será a relação sinal-ruído e melhor será a qualidade do traço, com uma melhor
detecção dos eventos ao longo da fibra. A gama dinâmica é relativamente difícil de determinar, já
que o método de cálculo usado pelos vários fabricantes não é padronizado.

3-6
Definições de Gama Dinâmica
Um método de determinar a gama dinâmica (aprovado e endossado pelo IEC 61746) é tomar a
diferença entre o ponto extrapolado do traço de retroespalhamento na extremidade próxima da fibra
(considerado como sendo a interseção entre o traço saturado e o eixo de potência) e o nível superior
do ruído de fundo no final da fibra ou após o mesmo.
• O nível superior do ruído é definido como o limite superior de uma faixa que contém no mínimo
98% de todos os pontos de dados de ruído.
• O nível é expresso em decibéis (dB).
• Esta medida é efetuada com o cálculo da média (averaging) durante um período de 3 minutos.
• Esta definição da gama dinâmica também foi recomendada pelo Bellcore.

Outras definições da gama dinâmica são estabelecidas pelos fabricantes, o que faz com que a
comparação entre os valores obtidos de diversas maneiras seja muito difícil.

dB
Dinâmica IEC (98%) Gama dinâmica (RMS)

N = 0.1 dB
~6.6 dB
Nível superior de ruído
1.56 dB
SNR=1

km

Gama dinâmica

• RMS – A gama dinâmica eficaz (valor RMS, Root Mean Square), também definida como gama
dinâmica com SNR = 1, representa a diferença entre o ponto extrapolado do traço de
retroespalhamento próximo ao final da fibra (tomado na interseção entre o traço extrapolado e o
eixo de potência) e o valor eficaz de ruído. Se o ruído for gaussiano, pode-se transformar esta
gama dinâmica no valor obtido segundo a definição anterior (da IEC 61746): basta subtrair 1,56
dB do valor RMS da gama dinâmica.

• N = 0,1 - Esta definição de gama dinâmica representa o limite de medição do OTDR quando o
nível de ruído sobre o traço é igual a 0,1 dB. A diferença entre N = 0,1 e SNR = 1 RMS é de
aproximadamente de 6,6 dB. Isto significa que um OTDR que tem um gama dinâmica de 28 dB
(SNR = 1) pode medir um evento na fibra de 0,1 dB em até 21,5 dB.

• Detecção do Fim - a detecção do fim pelo gama dinâmica é a diferença unilateral entre o topo de
uma reflexão de Fresnel de 4% no começo da fibra e o nível de ruído RMS. Este valor é
aproximadamente 12 dB mais alto que o valor definido pelo IEC.

• Medição de Alcance da Bellcore - a medição de alcance usada pela Bellcore é definida como a
máxima atenuação que pode existir entre a posição em que se encontra o OTDR e um evento
para a qual o instrumento ainda é capaz de medir o evento com uma precisão aceitável. O evento

3-7
pode ser reflexivo ou não-reflexivo, ou uma ruptura da fibra. Por exemplo, o evento pode ser uma
emenda com uma reflexão de 0,5 dB (> 40 dB).

• 4% Fresnel - este é um parâmetro mais "ecométrico" que "reflectométrico". Representa a


capacidade do instrumento para detectar o pico de uma reflexão de Fresnel cuja base não pode
ser detectada. Está definido como o alcance máximo garantido para o qual a extremidade
distante da fibra é detectada, às vezes com um mínimo de 0,3 dB acima do pico mais alto do
nível de ruído;

• Nível de pico mais 0,3 dB - a gama dinâmica é a diferença entre o início do traço retroespalhado
e um ponto 0,3 dB acima do nível de pico de ruído.

O valor da gama dinâmica para cada definição também pode ser dado em diferentes condições:

• Valor típico - representa o valor médio da gama dinâmica dos OTDR da linha de produção.
Geralmente representa um aumento de aproximadamente 2 dB em relação ao valor especificado.

• Valor especificado - é o valor mínimo garantido da gama dinâmica segundo as especificações


do fabricante do OTDR.

• Em certa faixa de temperatura ou à temperatura ambiente – em baixas e altas temperaturas,


a gama dinâmica diminui em aproximadamente 1 dB.

3.3.2 Zona morta

Exemplo de Zona Morta do


OTDR

Por que se tem Zona


Morta?

O OTDR é projetado para


Zona morta detectar o nível de
retroespalhamento ao longo
do enlace de fibra em teste.
Medem-se os sinais
retroespalhados, que são
muito mais débeis que o
sinal injetado na fibra. O
componente que recebe
esses valores é um fotodiodo. É projetado para receber uma determinada faixa de níveis. Quando há
uma reflexão forte, a potência recebida pelo fotodiodo chega a ser 4000 vezes maior que a potência
retroespalhada, e pode saturar o fotodiodo. O fotodiodo leva algum tempo para se recuperar das
condições de saturação; durante esse tempo, não é capaz de detectar o sinal retroespalhado com
precisão. O trecho da fibra que não é bem caracterizado durante o período de recuperação chama-se
zona morta.

3-8
Este efeito é semelhante à situação de um motorista dirigindo um carro à noite, quando os faróis de
outro carro podem ofuscá-lo e momentaneamente impedir uma visão clara.

Zona Morta de Atenuação

A zona morta de atenuação (definido na IEC 61746) para um evento reflexivo ou de atenuação é
definida como a região depois de um evento em que o traço exibido difere do traço de
retroespalhamento em mais que um determinado valor vertical DF (normalmente 0,5 dB ou 0,1 dB).
O Bellcore especifica uma reflectância de -30 dB, uma perda de 0,1 dB e fornece diferentes
localizações. Em geral, quanto maior a potência refletida para o OTDR, maior é a zona morta.

A zona morta de atenuação depende da largura do pulso, da reflectância, da perda, do nível de


potência e da localização..

A zona morta de atenuação normalmente indica a distância mínima depois de um evento onde o
traço de retroespalhamento pode ser medido.

ADZ
Zona morta
ADZ
de
Attenuation
atenuação
dead zone

∆ F = 0.5 dB or 0.1 dB

Medição da Zona Morta de Atenuação

Com larguras de pulso pequenas, o tempo de recuperação do fotodiodo é o principal fator


determinante da zona morta de atenuação, e pode ser 5 a 6 vezes maior que a própria largura do
pulso. Com larguras de pulso maiores, a largura do pulso é o fator dominante, e a atenuação na
zona morta é igual à própria largura do pulso. A zona morta especificada na literatura é geralmente
medida usando-se a menor largura de pulso.

O Bellcore especifica os objetivos para as duas zonas mortas de atenuação: zona morta na
conexão com o OTDR e zona morta de rede. Historicamente, a conexão do OTDR com a fibra sob
teste era altamente refletixiva; freqüentemente, a zona morta vista na conexão do OTDR com a fibra
era muito mais extensa que as zonas mortas causadas pelas reflexões na rede. Atualmente, a
conexão do OTDR com a fibra foi melhorada para apresentar reflectância muito baixa, existindo hoje

3-9
em dia uma diferença pequena entre as zonas mortas do início da fibra e na rede.

Se a zona morta de atenuação no início da fibra (conexão com OTDR) é grande, seu efeito pode ser
minimizado usando-se um cabo de pré-lançamento com um comprimento maior ou aproximadamente
igual à zona morta. (veja " Uso de cabos de lançamento " na página 4-26).

Zona Morta de Evento (EDZ, Event Dead Zone)

Zona morta de evento é a distância mínima entre dois eventos para a qual esses eventos podem
ainda ser distinguidos no traço. A distância até cada evento pode ser medida, mas a perda de cada
um dos eventos não pode ser medida.

Este parâmetro normalmente dá uma indicação da distância mínima para poder distinguir entre
eventos reflexivos muito próximos um do outro.

• Para um evento reflexivo, a zona morta de evento é definida como a distância entre os dois
pontos opostos que se encontram 1,5 dB (ou FWHM) abaixo do pico não saturado.

EDZ
Zona Morta de
Evento

1.5 dB
±0.1 dB

≤1 dB

± 0.1 dB
Zona Morta de Evento

Definição da EDZ de Definição da EDZ de um


um evento reflexivo evento não reflexivo

Medição da Zona Morta de Evento

• Para um evento não-reflexivo, a zona morta de evento pode ser descrita como a distância entre
os pontos onde os valores inicial e final de uma emenda ou de um determinado valor de
atenuação de evento (≤ 1 dB) estão a ±0,1 dB dos respectivos valores finais (rigorosamente, esta
não é a definição).

As zonas mortas de eventos também podem ser reduzidas com o uso de larguras de pulso menores.

A zona morta de evento do começo do cabo (conexão do OTDR) também pode ter ser seus efeitos
minimizados com o uso de um cabo de lançamento (veja " Uso de cabos de lançamento" na página
4-26).

3-10
3.3.3 Resolução

Há quatro parâmetros de principais de resolução: monitor (cursor), perda (nível), amostragem e


distância.

Resolução do display

As resoluções do display são definidas assim:

• A resolução de leitura é a resolução mínima do valor apresentado (por exemplo uma atenuação
de 0,031 dB terá uma resolução de 0,001dB).

• A resolução do cursor é a distância mínima ou atenuação entre dois pontos apresentados entre
os quais foi desenhada uma linha. Um valor típico é de 6 cm ou 0,01 dB

Resolução de Perda

A resolução de perda é determinada pela resolução do circuito de aquisição. Para dois níveis de
potência próximos, especifica a mínima diferença de perda que pode ser medida. Este valor está
geralmente em torno de 0,01 dB.

Resolução em Amostragem

A resolução em amostragem (ou de pontos de dados) é a distância mínima entre dois pontos de
aquisição. Esta resolução de pontos de dados pode chegar a ser da ordem de centímetros, a
depender da largura de pulso e da gama dinâmica. De forma geral, quanto mais pontos de dados um
OTDR puder adquirir e processar, melhor será a resolução na amostragem do traço. Portanto, o
número de pontos de dados que um OTDR pode adquirir é um parâmetro de desempenho
importante. Um valor típico para um OTDR de alta resolução seria de 1 cm na amostragem do traço.

Resolução em Distância

A resolução em distância é bem parecida com a resolução na amostragem do traço. A capacidade


do OTDR para localizar um evento é afetada pela resolução na amostragem do traço. Caso só se
amostrem os pontos de aquisição a cada metro, pode-se localizar o fim da fibra numa faixa de
variação de ± 1 metro. A resolução de distância é, de maneira análoga à resolução de amostragem,
uma função da largura de pulso e do alcance. Este especificação não deve ser confundida com a
precisão de distância, a qual será discutida posteriormente.

3-11
3.3.4 Precisão (Exatidão)

A precisão de uma medida representa o grau em que a indicação do instrumento se aproxima do


verdadeiro valor da grandeza medida ou de um valor padrão de referência. Geralmente é expressa
pela indicação do erro possível como porcentagem do valor indicado ou do limite superior da escala
utilizada.

Linearidade (Precisão de Atenuação)

A linearidade do circuito de aquisição determina quão exatamente um nível óptico corresponde a um


nível elétrico em toda a gama admitida. A maioria do OTDRs têm uma precisão de atenuação de
0,05 dB/dB. Alguns OTDRs podem ter uma precisão de até mesmo 0,02 dB/dB.

Se um OTDR for não linear com fibras longas, os valores de perda por seção mudarão
significativamente.

Precisão na Distância

A precisão da medida de distância depende dos seguintes parâmetros:

! Índice de Grupo: se por um lado o índice de refração se refere a um único raio de luz na fibra, o
índice de grupo refere-se à velocidade de propagação de todos os pulsos de luz na fibra (grupo
de freqüências que constitui uma frente de onda). A precisão da medida de distância do OTDR
depende da precisão do índice de grupo.

! Erro da Base de Tempo : este erro deve-se à inexatidão do quartzo, que pode variar de 10-4 a
10-5. Para se ter uma idéia do erro de distância, é preciso multiplicar esta incerteza pela distância
medida.

! Erro em distância da origem

Um valor típico para o o Mini-OTDR Wavetek MTS 5100 é: ± 5 x 10-5 x distância ± 1m ± resolução da
amostragem ± incerteza do índice de grupo.

3.3.5 Comprimento de Onda

Os OTDRs medem em um comprimento de onda especificado. Os comprimentos de onda principais


são 850 nm, 1300 nm para multimodo, e 1310 nm e 1550 nm para monomodo. Um quarto
comprimento de onda está sendo cada vez mais utilizado para monitorar sistemas com tráfego real:
1625 nm. Este comprimento de onda é utilizado quando as duas janelas usadas para fibra
monomodo (1310 e 1550 nm) estiverem sendo ocupadas para transmissão.

O comprimento de onda costuma ser especificado com um comprimento de onda central e uma certa
largura espectral. A largura espectral padrão é ±30 nm, mas poderia ser de até ±10 nm. Alguns
OTDRs exibem os comprimentos de onda do laser usado para a medição.

A atenuação da fibra óptica varia com o comprimento de onda; todas as medições deveriam ser
corrigidas segundo o comprimento de onda usado na transmissão ou segundo o comprimento de
onda central (850, 1310 ou 1550 nm). A correção é particularmente importante na primeira janela de
transmissão de 850 nm.

3-12
4. Usando o OTDR

O OTDR é um instrumento muito versátil e possui diversas aplicações, Primeiramente, é importante


selecionar um OTDR que tenha especificações apropriadas (veja capítulo 3) para a tarefa desejada.
O conceito modular dos OTDRs hoje existentes, como por exemplo os modelos MTS 5100 e MTS
5200 da Wavetek Wandel Goltermann, permite configurá-los para testar praticamente todos os tipos
de redes de fibra óptica, monomodo ou multimodo, em enlaces extensos e curtos.
Podemos descrever genericamente o funcionamento do OTDR como sendo um processo em dois
passos:

• Passo de "aquisição": nesta etapa, o instrumento obtém ("adquire") os dados e exibe os


resultados numérica e/ou graficamente;

• Passo de medição: nesta etapa, o operador analisa os dados e, segundo os resultados, decide
armazená-los, imprimi-los ou seguir adiante com a "aquisição" de nova curva (para outra fibra,
por exemplo).

4.1 Aquisição

Os OTDRs modernos selecionam automaticamente os parâmetros para a "aquisição" (obtenção dos


pontos de dados) de uma fibra em particular, enviando pulsos de teste para levar a cabo um
processo conhecido como autoconfiguração. Ao usar a função de autoconfiguração, o usuário
seleciona o comprimento de onda (ou comprimentos de onda) para o teste, o tempo de aquisição (ou
o período para o cálculo do valor médio), e os parâmetros da fibra (por exemplo, o índice de
refração).
Existem três abordagens principais na configuração do OTDR :
• O usuário pode deixar que o OTDR se autoconfigure e aceitar todos os parâmetros de aquisição
selecionados pelo OTDR.
• O usuário com mais experiência pode permitir que a unidade se autoconfigure, analisar
rapidamente os resultados e alterar um ou mais parâmetros de aquisição para otimizar a
configuração tendo em vista os resultados.
• O usuário experiente pode optar por não usar a característica de autoconfiguração do OTDR e
selecionar os parâmetros com base em sua experiência e em seu conhecimento do enlace em
teste.
De maneira típica, ao testar cabos multifibras, uma vez selecionados os parâmetros de aquisição
para testar uma fibra, esses mesmos parâmetros são memorizados e usados para todas as fibras do
cabo; desta forma, logra-se mais rapidez e coerência dos dados, o que é muito útil quando se
analisam ou comparam as fibras.
Na seção seguinte, discutem-se vários parâmetros de aquisição e seus efeitos sobre o traço.

4.1.1 Nível Injetado


A degradação da qualidade em consequência de falta de limpeza do conector frontal do OTDR
acarreta medições errôneas.
O nível injetado é definido com o nível de potência que o OTDR injeta na fibra em teste. Quanto
maior for este nível injetado, maior será a gama dinâmica. Se o nível injetado for baixo, os traços

4-1
serão ruidosos e a precisão da medição ver-se-á degradada. Más condições de lançamento, as quais
resultam em baixos níveis injetados, são o principal motivo da redução da precisão.
A presença de sujeira nas faces dos conectores e danos ou baixa qualidade dos pigtails ou cordões
são a principal causa de níveis baixos de injeção. É importante que todos os pontos físicos de
conexão no sistema estejam livres de poeira e sujeira. Com diâmetros de núcleo inferiores a 10 µm
em sistemas monomodo, a presença de até mesmo um pequeno ponto de 4 µm de poeira ou sujeira
(aproximadamente o tamanho de uma partícula contida na fumaça de cigarro) pode degradar
gravemente os níveis injetados
Há conjuntos de limpeza (cleaning kits) disponíveis sob a forma de ferramentas simples para
sistemas ópticos (incluindo solução de limpeza a base de álcool isopropílico, papel especial, ar
comprimido, e papéis impregnados prontos para uso) até sistemas sofisticados com limpadores
descartáveis automáticos.
Conectores sujos podem arranhar o conector do OTDR e degradar de forma permanente as
condições de lançamento.
Alguns OTDRs, como o MTS 5100/5200, exibem o nível de injetado medido durante o tempo real de
aquisição ou imediatamente antes de calcular a média. O resultado é exibido em uma escala relativa
em um diagrama de barra, que qualifica o nível injetado como sendo desde "bom" até "ruim".
Para determinar a qualidade relativa do nível injetado, o OTDR "olha" uma distância curta e observa
o retro-espalhamento do pulso de lançamento que retorna, e o compara com um valor esperado. Às
vezes acontece que o nível injetado seja considerado "ruim" quando na realidade encontra-se
aceitável. Isto acontecerá se houver um atenuador ou divisor de potência (splitter) perto do OTDR;
neste caso, o nível de retro-espalhamento é menor que o esperado pelo medidor do nível de
injetado.
Embora o nível injetado aumente com a largura do pulso, a escala exibida é calibrada
separadamente para cada largura de pulso; sendo assim, a escala é correta para qualquer largura de
pulso escolhida. Aumentar a largura do pulso não faz com que um nível correto seja classificado
como "ruim".

4.2 Comprimento de Onda do OTDR


O comportamento de um sistema óptico está diretamente relacionado com o comprimento de onda
de transmissão. Não só a fibra óptica exibirá características de perda diferentes para diferentes
comprimentos de onda, mas também os valores da perda nas emendas também diferirão para
comprimentos de onda diferentes.
Em geral, a fibra deveria ser testada com o mesmo comprimento de onda usado na transmissão, isto
é, o OTDR deveira ser programado para utilizar o mesmo comprimento de onda que está sento
usado para a transmissão do tráfego do sistema a ser testado: 850 nm e/ou 1300 nm para sistemas
multimodo, e 1310 nm e/ou 1550 nm para sistemas monomodo.
Se o teste for executado em apenas um comprimento de onda, os seguintes parâmetros precisam
ser considerados:

1. Para uma determinada gama dinâmica, com 1550 nm pode-se enxergar distâncias mais longas
através da mesma fibra do que com 1310 nm; a razão disto é a menor atenuação na fibra:
• 0,35 dB/km a 1310 nm significa uma perda de aproximadamente 1 dB a cada 3 km.
• 0,2 dB/km a 1550 nm significa uma perda de aproximadamente 1 dB a cada 5 km.

2. A fibra monomodo possui maior diâmetro do campo de modo (veja MFD, página 1-9) em 1550
nm do que em 1310 nm. Os modos de campo maiores são menos sensíveis a desvios laterais

4-2
durante o processo de emenda, porém são mais sensíveis a perdas por curvaturas durante a
instalação ou no processo de cabeamento.
• O comprimento de onda de 1550 nm é mais sensível a curvas na fibra do que 1310 nm. Esta
propriedade é ilustrada no diagrama abaixo. Este fenômeno também pode ser denominado
”macro-curvatura"..
• Com 1310 nm, geralmente as perdas nas emendas e conectores são detectadas como sendo
mais altas que as obtidas com 1510 nm. Tais resultados provêm de um estudo da empresa
Corning em mais de 250 emendas; os valores encontrados com 1310 nm foram tipicamente
0,02dB mais altos do que os valores registrados com 1550 nm em fibras de dispersão
deslocada.

Perda (dB)
L oss (dB)

1 310 1550 1580 1 620


0 .01 3 0.0 42 0.094 0 .04 8

0.5

0
1300 1400 1500 1600 1700 λ (nm)
Sensibilidade ao raio de curvatura = 37,5 mm

Perda (dB)
Perda (dB)
1310 1550 1580 1620
0.0051 0.123 0.489 2.253

1300 1400 1500 1600 1700 λ (nm)

Sensibilidade ao raio de curvatura = 30 mm

4.1.3 Largura de Pulso


A largura do pulso gerado pelo OTDR determina a quantidade de luz injetada na fibra. Quanto maior
for a largura do pulso, mais energia luminosa será injetada na fibra. Mais energia injetada significa
mais energia de retroespalhamento ou refletida da fibra para o OTDR.
As larguras grandes de pulso são usadas para poder enxergar distâncias longas em um cabo. As
larguras grandes de pulso também produzirão no traço do OTDR zonas onde as medições se tornam
impossíveis mais longas. São as chamadas zonas mortas do OTDR (veja página 3-11).
As larguras pequenas de pulso fazem reduzir os níveis injetados de luz, porém fazem com que se
reduzam as zonas mortas.

4-3
10ns

10µs
30ns

100ns

3µs

1µs

Diferentes Larguras de Pulso

A largura de pulso é normalmente expressa em ns, mas também pode ser expressa em metros (m),
de acordo com a seguinte fórmula:

cxT
D= ---------
2n
onde c representa a velocidade de luz no vácuo (3 x 108 m/s), T a duração do pulso em ns, e n o
índice de refração.
Por exemplo, um pulso de 100 ns poderia ser interpretado como um "pulso de 10 m ".

Largura do 5 ns 10 ns 100 ns 1µs 10 µs 20 µs


Pulso
Distância ou
0.5 m 1 m 10 m 100 m 1 km 2 km
Comprimento da
Fibra

4.1.4 Gama (Range)


O alcance de um OTDR é a distância máxima na qual que o OTDR irá realizar a amostragem dos
dados. Quanto maior for o alcance, maiores serão as distâncias cobertas na fibra pelos pulsos
enviados pelo OTDR.

4-4
Este parâmetro é geralmente configurado para duas vezes a distância até o fim da fibra.
Se este parâmetro for configurado incorretamente, a forma de onda do traço da fibra poderia conter
alguns outros eventos de medidas (veja " fantasmas", na página 4-19).

4.1.5 Média (Averaging)


O detector do OTDR trabalha com níveis extremamente baixos de potências ópticas (da ordem de
100 fótons por metro de fibra). Para calcular a média, cada ponto de aquisição é amostrado
repetidamente; a média dos resultados faz melhorar a relação sinal-ruído.
Mediante a seleção do tempo de aquisição ou do número de amostras para o cálculo da média, o
usuário controla este processo dentro de um OTDR. Quanto maior o tempo de aquisição, ou quanto
mais alto o número de resultados para cálculo da média, mais preciso será o traço com ruído
aleatório.
A relação entre o tempo de aquisição (número de amostras para o cálculo da média) e a melhoria da
relação sinal-ruído é expressa pela equação abaixo:

5 log 10 √ N

onde N é a relação entre as duas médias.


Note que a distribuição de ruído é considerada aleatória para esta fórmula.
Por exemplo, uma aquisição com médias de 3 minutos melhorará a gama dinâmica em 1,2 dB se
comparada com uma aquisição com médias de 1 minuto. O cálculo da média melhorará a relação
sinal-ruído ao aumentar o número de aquisições, porém faz aumentar o tempo para o cálculo do
traço. No entanto, de acordo com a equação, acima de um certo tempo não há nenhuma vantagem a
ser ganha, pois o ruído terá sido eliminado e só restará mesmo o sinal.
Teoricamente, o aumento do cálculo da média (tempo de aquisição) por um fator de quatro acarreta
um ganho de 1,5 dB na gama dinâmica.

Gama din. IEC


13,5

13

12,5
Helios @ 5ns PW
12
teórico
11,5

11

10,5

10
20 40 60 80 100 120 140 160 180
Tempo para média (s)

Gama dinâmica em função do tempo para cálculo da média

4-5
4.1.6 Suavização (smoothing)

A suavização (smoothing) é uma técnica para melhorar a relação sinal-ruído através de uma
filtragem digital dos pontos de aquisição.

Com o fim de melhorar a exatidão em presença de níveis baixos de luz, um OTDR pode usar filtros e
técnicas de cálculo da média para combinar os resultados das medidas obtidas de vários pulsos.

Duas fibras iIdênticas – no traço de cima usado o filtro de suavização

A função de suavização pode ser executada sobre os próprios pontos de aquisição. A função é
executada mediante a aplicação de coeficientes específicos. Um determinado valor verdadeiro de um
ponto é modificado para outro valor que combine as aquisições vizinhas, com a aplicação dos
coeficientes adequados.

4.1.7 Parâmetros da Fibra

Outros parâmetros relacionados à fibra podem afetar os resultados do OTDR:

! Índice de refração n: este índice está diretamente relacionado com as medições de distância. Ao
comparar as distâncias resultantes de duas aquisições, sempre se deve ter certeza de que o
índice correto foi usado. Deve-se ser observar que o uso do índice de refração informado pelo
fabricante da fibra fará com que o OTDR dê informações corretas sobre do comprimento da fibra.
Muitas vezes, porém (especialmente para localizar falhas), o usuário deseja determinar o
comprimento do cabo. Ora, o comprimento da fibra e do cabo não são idênticos; diferem devido à
disância total da fibra no tubo no cabo e a geometria (helicoidal) dos tubos no cabo. A relação
entre comprimento de fibra e comprimento de cabo varia, dependendo da quantidade de fibras no
cabo e do projeto do cabo, e até mesmo do fabricante do cabo. Embora seja possível contar com
este valor (tipicamente chamado de " fator helicoidal") informado pelo fabricante, a precisão

4-6
deste valor ainda gera uma importante incerteza na localização da falha.

Geralmente, recomenda-se medir um comprimento conhecido de cabo de mesma estrutura e


determinar um "índice de refração efetivo", fazendo com que o OTDR informe o comprimento do
cabo em vez do comprimento da fibra. Veja "Aquisição do melhor traço do OTDR" na página 4-26
para obter mais informações sobre este tema.

! Coeficiente de Retroespalhamento K: o coeficiente de retroespalhamento K indica para o


OTDR o nível de retroespalhamento relativo de uma determinada fibra. Este coeficiente é dado
pelo fabricante; geralmente; o usuário não mudará este parâmetro. Ao mudar este parâmetro, o
valor informado de reflectância e a perda de retorno óptica serão afetados. Apesar da premissa
de que o coeficiente de retro-espalhamento para um trecho inteiro é constante, possivelmente
haverá ligeiras variações de um trecho de fibra para o outro. Esta variação pode causar
anomalias de medida, como valores de perda negativos (ganhos) nas emendas. Veja a seção de
eventos de medida e anomalias na página 4-19 para encontrar uma discussão das técnicas de
medição que minimizam seu impacto.

Coeficientes de retro-espalhamento típicos com 1 ns são:

- Para fibra monomodo padrão: - 79 dB em 1310 nm

- 81 dB em 1550 nm

- Para fibra multimodo padrão: - 70 dB em 850 nm

- 75 dB em 1300 nm

4.2 Medição

A maioria dos OTDRs modernos executarão medidas completamente automáticas, com muito pouca
intervenção do usuário.

Em geral, há dois tipos de eventos: reflexivo e não-reflexivo.

Eventos Reflexivos – aqueles em que uma discontinuidade na fibra causa uma mudança abrupta no
índice de refração; são causados ou por fraturas, junções de conectores, emendas mecânicas ou por
terminações indeterminadas da fibra. A perda no conector pode estar definida em torno de 0,5dB e
emendas mecânicas podem variar de 0,1dB até 0,2dB.

Eventos Não-reflexivos - acontecem onde não há nenhuma discontinuidade na fibra e são


geralmente produzidos por emendas por fusão ou perdas por curvaturas na fibra (micro ou macro).
Os valores típicos variam de 0,02dB até 0,1dB; dependem essencialmente da máquina de emenda
utilizada e do operador.

As seguintes medidas podem ser executadas por um OTDR :

- Para cada evento: localização da distância

perda

reflectância

4-7
- Para cada tramo de fibra: comprimento do tramo

Perda do tramo em dB

Taxa de perda do tramo em dB/km

ORL (Perda de Retorno Óptica) do tramo

- Para o sistema terminado completo: Comprimento do enlace

Perda do enlace em dB

ORL do enlace

O OTDR permite ao usuário executar medições em um trecho de fibra de pelo menos três modos
diferentes. O usuário também pode usar uma combinação destes métodos:

1. Função Automática Total: neste caso, o OTDR detectará e medirá automaticamente todos os
eventos, seções e o fim da fibra, usando um algorítmo de detecção interno.

Traço automático total e tabela de eventos (modo de tabela)

4-8
2. Função Semi-automática: quando o usuário seleciona este modo, o OTDR medirá e informará
sobre o evento existente em cada local (distância) onde um marcador foi colocado. Os
marcadores podem ser colocados automaticamente ou manualmente. Esta função é de grande
interesse durante aceitação do tramo (depois de efetuar as emendas), quando o usuário deseja
caracterizar completamente todos os eventos ao longo do trecho para estabelecer uma base de
dados de referência. A descoberta automática não descobre nem informa sobre eventos não-
reflexivos com uma perda zero; portanto, quando o usuário posiciona um marcador no local, a
análise semi-automática informa a perda zero naquele evento. Mais adiante, o pacote de
software para PC chamado WinTrace ® para análise do traço será apresentado. Este pacote
executa a análise bidirecional do trecho. O uso de marcadores localizados em posições fixas
para uma medida semi-automática assegura a coerência no número de eventos da fibra nas
medidas feitas a partir das duas pontas da fibra.

Medição com marcadores

4-9
3. Função de Medida Manual: Para uma análise ainda mais detalhada ou em condições especiais,
o operador pode controlar as funções de medição de forma totalmente manual. Com isto, o
operador usará dois ou mais cursores para controlar o modo em que o OTDR mede o evento ou
valor. Dependendo do parâmetro que se está medindo, o operador pode precisar posicionar até 5
cursores para executar uma medida manual. Embora este método seja o modo de medida mais
lento e mais complicado, é importante dispor também desta facilidade para os trechos de fibra
cujo projeto ou construção sejam muito incomuns e difíceis de analisar com precisão usando os
algoritmos automatizados.

Medição manual ORL

4-10
4.2.1 Inclinação (slope) ou perda do tramo de fibra
O inclinação do tramo de fibra, dada em dB/km, pode ser medida usando-se um método de dois
pontos (descrito na página 4-14) ou usando uma aproximação de mínimos quadráticos (LSA).
O método de aproximação de mínimos quadráticos busca determinar a linha de medição mais
próxima ao conjunto de pontos aquiridos. É o meio mais preciso para medir a perda na fibra, mas
requer um tramo contínuo de fibra, um certo número mínimo de pontos de aquisição do OTDR, e um
sinal retroespalhado relativamente limpo e livre de ruído.

Aproximação por mínimos quadráticos

A perda do tramo pode ser dada tanto em dB como em dB/km. Perdas do tramo típicas variam entre
0,15 e 0,25dB/km para sistemas com comprimento de onda de 1550nm, 0,25 a 0,35 dB/km para
1310 nm em fibras monomodo, 0,5 a 1,5 dB/km para 1300 multi-modo de 1300 nm, e 2 a 3,5 dB/km
para sistemas de 850 nm.

4.2.2 Perda de evento


Para medições manuais, há dois modos para medir a perda de um evento:
Método de 2 pontos
O operador tem que posicionar um primeiro cursor no nível linear antes do evento, e um segundo
cursor no nível de espalhamento linear depois do evento. A perda de evento é a diferença entre
estas 2 medidas do cursor. Este método pode ser usado para um evento reflexivo ou um evento não-
reflexivo. Como sempre, a precisão deste método depende da habilidade do usuário para colocar os
cursores nas posições corretas; os resultados podem ficar comprometidos se o traço tiver uma
quantidade grande de ruído residual.
Se o traço for muito ruidoso ou cheio de picos (spikes), o usuário deve tentar colocar o cursor em um
ponto do traço que não seja nem o topo de uma reflexão (pico) nem o fundo de uma depressão:
trata-se de uma espécies de "média" visual do traço. Se o usuário estiver usando o método de dois
pontos para medir um evento pontual (como é o caso de uma emenda em vez de um tramo de fibra),
deve o mesmo estar ciente do fato de que o resultado irá incluir os efeitos de quaisquer perdas na
fibra existentes entre as posições indicadas pelos cursores, já que a distância entre os mesmos é
diferente de zero.

4-11
Medição pelo método de 2 pontos

Método de 5 pontos

A finalidade do método de medição de 5 pontos é reduzir os efeitos do ruído em trechos da fibra


antes e depois de um evento, fazendo uma análise de mínimos quadráticos nos diversos trechos da
fibra; e minimizar a perda adicional da fibra causada pela distância não nula entre os cursores, que o
OTDR toma como perda do evento. Para fazer isto, o software usa a posição dos 5 cursores para
extrapolar os dados da fibra antes e depois do evento, e considerar na medição da perda uma
distância zero no ponto do evento. Este método é usado para medir tanto a perda de eventos não
reflexivos quanto reflexivos.

Para poder "zerar" a perda por distância, o operador deve primeiramente fazer uma medida de
inclinação (slope) antes e depois do evento usando o nível retroespalhado linear do traço. O quinto
ponto de medida é colocado imediatamente antes do evento, onde o traço do retroespalhamento
começa a desviar-se de repente; a medida de perda é feita no local do evento marcado desta
maneira. Este método é mais preciso que o de 2 pontos, pois o OTDR está comparando a diferença
entre 2 níveis de retroespalhamento lineares.

4-12
Método dos 5 pontos

Medição dos 5 pontos

4.2.3 Reflectância e Perda de Retorno Óptica


O reflectância de um evento representa a razão entre a potência refletida e a potência incidente em
um local exato de um trecho de fibra. É expresso em decibéis (dB). Um valor negativo pequeno
indica uma reflexão maior que um grande. Quer dizer, uma reflectância de -33 dB é maior que uma
reflectância de -60 dB. Quanto maior a reflectância, mais alto aparecerá o pico na forma de onda do
traço.

4-13
Medição da Reflectância

A magnitude da reflexão em um conector, em uma ruptura (fratura) ou em uma emenda mecânica


depende da diferença entre o índice de refração na fibra e no material presente na interface da fibra
(outra fibra, ar ou gel de acoplamento de índices de refração); depende também da geometria da
ruptura ou do conector (plana, em ângulo, esmagada: cada geometria permitirá a captura pelo núcleo
da fibra de uma quantidade diferente de energia refletida).

A maior parte das emendas mecânicas usam um gel ou fluido acoplador que reduz a mudança de
índice de refração na fronteira da junção. Menores mudanças no índice refração produzem reflexões
menores. Alguns OTDRs podem medir automaticamente a quantidade de luz refletida; basta,
apenas, colocar um cursor imediatamente antes da reflexão e um segundo cursor no topo da
reflexão, e pressionar um botão no painel de controle.

A perda de retorno óptica (ORL, optical return loss) representa a potência óptica total proveniente do
tramo completo da fibra que regressa à fonte; inclui a luz retroespalhada da própria fibra, assim como
a luz refletida em todas as junções, emendas e terminações no tramo.

ORL = -10 log (Pr/Pi) em dB

onde: Pr = potência refletida

Pi = potência incidente

4-14
Um nível alto de ORL degradará o desempenho de algum enlaces de transmissão. Os sistemas de
transmissão analógicos e os sistemas de transmissão digitais a velocidades muito altas podem ser
sensíveis à ORL. Se um sistema for sensível a ORL, este fato é normalmente mencionado pelos
fabricantes nas especificações do enlace. O MTS 5100 pode informar o valor total da ORL para o
enlace. Para tal, basta selecionar a opção "ORL = Sim" na cofiguração. Por outro lado, a medição
manual da ORL destina-se a isolar a porção do enlace que mais contribui para a ORL.

ORL de um enlace

4-15
4. 3 Anomalias e Eventos na Medição
Esporadicamente aparecem resultados e eventos inesperados no traço de retroespalhamento.

4.3.1 Fantasmas (Ghosts)


àsn vezes, reflexões falsas de Fresnel podem ser observadas no traço do OTDR. Elas podem ser o
resultado de um dos dois fatores enumerados a seguir:
- Evento reflexivo forte na fibra, o qual reflete uma grande quantidade de luz para o OTDR.
- Configuração incorreta do alcance durante a aquisição dos dados.

OTDR

Ghost
OTDR

Princípio dos Fantasmas (Ghosts)

Em ambos os casos, pode-se identificar o fantasma, pois não ocorre nenhuma perda no sinal que
passa através do evento. No primeiro caso, a distância a que o fantasma aparece no traço é um
múltiplo da distância entre o evento reflexivo forte e o OTDR.

4-16
Exemplo do fantasma na zona de ruído

Para reduzir a reflexão, pode-se usar gel de acoplamento do índice de ou reduzir a potência injetada
selecionando uma menor largura de pulso ou atenuando o pulso (no próprio OTDR, quando o OTDR
provê esta opção, ou intercalando um atenuador na fibra antes do ponto de reflexão).

Se o evento que causa o fantasma encontra-se situado no final da fibra, enrolar a fibra em algumas
voltas curtas ao redor de uma ferramenta (caneta, lápis, mandril, etc.) faz com que se atenue a luz
refletida e com que se elimine o fantasma.

Precaução: certifique-se de selecionar um gabarito de diâmetro apropriado para o tipo de cabo, fibra
com envoltura ou fibra recoberta a ser testada a fim de não causar dano permanente no tramo de
fibra! Nunca se deve dobrar uma fibra ou cabo para introduzir atenuação sem o uso de um gabarito
adequado para evitar uma dobradura excessiva.

Os fantasmas no traço também podem ser causados pela seleção de uma distância (alcance)
incorreta.

4-17
20 km
A lcance em distância do O TD R
Com prim ento da fibra 22 km
Prim eiro pulso Segundo pulso etc.
Pulsos de laserdo O TD R

O prim eiro pulso do O TD R é


com pletado a 20 km e o Form a de onda do prim eiro
segundo pulso é lançado na pulso do O TD R
fibra.

Com o a fibra é m aiorque o


alcance em distância,o
prim eiro puslso do O TD R
ainda está presente na fibra
Form a de onda do segundo
quando os dados relativos ao pulso do O TD R
segundo pulso estão sendo
adquiridos.O prim eiro pulso
segue outros 2 km pela fibra
antes de atingiro fim e
refletir-se nele. 2 km 2 km

Os dados relativos ao primeiro pulso superpõem-se aos do segundo, e assim por diante; com isto,
cria-se um fantasma a 2 km; esta distância corresponde ao comprimento da fibra menos o alcance
em distância do laser do OTDR.

4.3.2 "Ganho" em uma Emenda


O OTDR mede a perda em uma emenda indiretamente, baseando-se nas informações obtidas do
retroespalhamento para calculá-la. Considera que o coeficiente de retroespalhamento das fibras é
idêntico em todo o trecho observado. Se este não for o caso, as medições podem resultar inexatas.
Um exemplo comum disto é o ganho aparente nas emendas que aparecem no traço. A inexatidão é
bastante pequena, mas as máquinas de fusão modernas e técnicos experientes permitem realizar
emendas com perdas muito pequenas e podem fazer com que surja esse efeito; neste caso, as
emendas podem aparecer como "ganhos".

Teoria do Ganho
Quando fibras de diferentes diâmetros do campo de modo (tamanho de núcleo, etc.) são unidas, o
traço resultante no OTDR pode mostrar um nível de retroespalhamento mais alto. Isto deve-se ao
nível aumentado de sinal retroespalhado refletido para o OTDR pela fibra que continua após o
evento.

4-18
A , Ka B, Kb
OTDR

Ka = Kb = Backscatter
Coeficiente coefficient
de retro- S: Splice attenuation
Atenuação na
espalhamento emenda

Emenda Normal

Este fenômeno pode ocorrer quando se unem diferentes tipos de fibra multimodo ou duas fibras com
diferentes coeficientes de retroespalhamento.

A , Ka B, K b
OTDR

S1

Ka < Kb ∆k
Kb-Ka=∆ ∆k
S1=S+∆

Emenda positiva de A para B

B, Kb A , Ka
OTDR

S2

Ka < Kb ∆k
Kb-Ka=∆ ∆k
S2=S-∆

Emenda negativa de B para A

A soma corresponde ao valor da perda bidirecional ou média na emenda:


S = (S1 + S2) / 2

4-19
Análise Bidirecional
Todos sabemos que não existe algo como um "amplificador passivo", e que nós não podemos obter
um "ganho" em potência óptica na emenda de fusão; no entanto, o OTDR às vezes irá indicar um
ganho causado por diferenças no coeficiente de retroespalhamento. Essas diferenças de
retroespalhamento nem sempre se mostram como um ganho; no entanto, podem causar leituras
erradas dos valores das perdas nas emendas, mesmo quando o resultado continuar aparecendo
como uma perda.
A análise bidirecional é uma técnica usada para diminuir o efeito das diferenças encontradas nos
coeficientes de retroespalhamento ao longo de um tramo de fibra; essas diferenças dão origem a
erros na medição dos valores das emendas. A análise bidirecional é usada quando é preciso obter
uma base de dados muito precisa sobre o tramo ou durante dos testes de aceitação, em que
medições precisas das emendas, especialmente daquelas executadas por empreiteiras, são
necessárias.
O conceito da análise bidirectional é descrito a seguir. Se há um descasamento dos coeficientes de
retroespalhamento entre duas fibras emendadas, o sinal (algébrico) da diferença muda de acordo
com a direção de onde se mede. Quer dizer, medida em apenas uma direção, a diferença aparecerá
como um ganho; medida na direção oposta, aparecerá como uma perda. A diferença se somará à
perda real da emenda. Contudo, o cálculo da média das perdas medidas em ambas direções faz com
que se anule o efeito do retroespalhamento, o que permite conhecer, finalmente, a perda real da
emenda.
Embora o conceito detalhado e os cálculos manuais sejam apresentados aqui, a análise, na
realidade, é normalmente executada usando programas como o WinTrace ®, que efetua a análise
automática em seções muito mais complexas do que a ilustrada em nosso exemplo.
Exemplo de análise bidirectional em um tramo hipotético

emenda emenda
conector de fusão de fusão conector
oeste A B leste

fibra 1 fibra 2 fibra 3


Esquema do tramo

O tramo hipotético inclui três lances de fibra, emendas e os conectores oeste e leste.

Mostra-se o perfil do retroespalhamento relativo das fibras. Neste modelo, ignoramos


temporariamente a perda na fibra para mostrar que se o coeficiente de retroespalhamento for
amostrado em muitos pontos ao longo do tramo, o coeficiente se mostrará maior no segundo lance
(lance do centro).

Fiber 1 Fiber 2 Fiber3


Perfil de retroespalhamento do tramo

4-20
Digamos que neste exemplo o efeito do descasamento do retroespalhamento apareça para o OTDR
como sendo de aproximadamente 0,05 dB. Atenção para um fato muito importante: o efeito
aparecerá como um ganho ao ingressar o pulso na fibra 2, porém como uma perda se o pulso estiver
saindo da fibra 2.

0,05 dB 0,05 dB

Perda / ganho aparente na junção devido à diferença entre os coeficientes de retroespalhamento

Este tramo foi emendado por fusão; a perda na emenda por fusão real foi de –0,03 dB na EMENDA
A entre a fibra 1 e a fibra 2, e –0,07 dB na EMENDA B entre as fibras 2 e 3. Neste exemplo,
usaremos o sinal negativo ("-") para representar uma perda, e nenhum sinal para representar um
ganho.

Conector Conector
oeste -0,03 dB -0,07 dB leste

Perda real na emenda por fusão

4-21
O que o OTDR vê….

Conector Conector
OTDR oeste leste

+0,02 dB
(oeste)
(leste)
A
-0,12 dB
B

Primeira medição (O -> L)

Quando se mede do oeste para o leste (estamos mostrando a perda na fibra), a EMENDA A parece
ter um "ganho" de 0,02 dB (o valor real de –0,03 dB mais o ganho aparente de 0,05 dB devido ao
retroespalhamento). A EMENDA B parece ser uma perda de –0,12 (o valor real de –0,07 mais a
perda aparente de –0,05 devido ao retroespalhamento).

Conector Conector
oeste leste
OTDR

Segunda medição (L -> O)

4-22
Quando se mede do leste para o oeste, devemos ter em conta que a EMENDA B está agora no lado
esquerdo da tela do OTDR e a EMENDA A está à direita; portanto:
• a EMENDA A parece ter uma perda de -0,08 dB (o valor real de -0,03 dB mais a perda aparente
de -0,05 dB causada pelo retroespalhamento).
• a EMENDA B parece ter uma perda de -0,02 (o valor real de -0,07 mais o "ganho" aparente de
0,05 dB).
Depois de tomadas as duas medidas, podemos fazer um quadro simples mostrando as perdas e
"ganhos" das EMENDAS A e B, medidos em cada direção (medidas bidirecionais). Podemos somar
as duas leituras para cada emenda e dividir por dois para calcular a média. O resultado representa
com precisão o valor real da perda de cada emenda.

OTDR
O→L L →O Total Média Perda
Real
Emenda A +0,02 -0,08 -0,06 -0,03 -0,03
Emenda B -0,12 -0,02 -0,14 -0,07 -0,07

Análise Bidirecional

3.4 Como Obter o Melhor Traço com o OTDR

3.4.1 Uso de cabo de pré-lançamento

O uso de um cabo de pré-lançamento ao medir com o OTDR permite realizar várias tarefas
importantes:

! Medição correta da perda de inserção dos conectores localizados nas pontas do tramo de fibra.
! Eliminação da zona morta causada pela conexão do OTDR com a fibra em teste do traço
mostrado.
! Melhoria das características de equilíbrio modal em sistemas multimodo, o que torna as medidas
mais precisas.
! Controle pelo usuário do nível injetado pelo OTDR no sistema em teste.

O comprimento de um cabo de pré-lançamento dependerá do sistema a ser testado; o valor típico


geralmente está entre 500 e 1000 m para fibra multimodo, e 1000 m para fibra monomodo. A fibra
usada no cabo de pré-lançamento deve ser a mesma que a fibra em teste (tamanho do núcleo, etc.)
e os conectores do cabo devem ser de alta qualidade.

4-23
Traço sem fibra de pré-lançamento

Nota: Se outro operador estiver disponível na extremidade distante do tramo de fibra sob teste, ou se
ambas as extremidades do tramo de fibra forem acessíveis, alguns operadores usam um "cabo de
recepção" (uma fibra suficientemente longa unida à extremidade distante do tramo em teste) para
medir também a perda do conector distante.

Conectores nas pontas do


sistema

Traço com a fibra de pré-lançamento e o cabo de recepção

4-24
4.4.2 Verificação de continuidade no fim da fibra

Às vezes, após a instalação de um cabo multifibras deseja-se verificar a continuidade entre os dois
extremos expostos. Uma possibilidade é fazer uma medição com o OTDR no cabo em cada direção
e assim confirmar a continuidade. Também pode-se fazer uma medição em apenas uma direção e
observar o traço; neste caso, porém, o comprimento de cada fibra pode diferir do comprimento das
demais fibras do cabo em alguns metros, devido à pequena diferença de comprimento entre os tubos
que compõem o cabo, ou à geometria helicoidal da fibra passa no cabo. É difícil, ou até mesmo
impossível, distinguir uma fibra com um comprimento um pouco maior de uma fibra quebrada a um
metro do fim do cabo.

Há um modo mais simples para verificar continuidade sem ter que realizar a medição com o OTDR
em ambas as extremidades. Neste caso, é preciso ter acesso a ambas as pontas do cabo, ou contar
com um ajudante e um meio de comunicar-se com ele. Simplesmente, conecte o OTDR a uma das
fibras do cabo; a esta fibra denominaremos Fibra 1. Ligue o OTDR em modo de tempo real e observe
o fim do traço. Se o comprimento for aproximadamente correto, então passe à etapa seguinte. Se o
comprimento for obviamente curto, a fibra está partida.

Caso o pico correspondente ao fim (evento reflexivo em uma interface vidro/ar não conectada na
ponta do cabo) não seja claramente visível, o ajudante deverá clivar o fim da fibra em ângulo reto
com um clivador de mão. O último pico de reflexão -- ou reflexão de fim -- deve ficar aparente; caso
contrário, o ajudante não está manipulando o fim da Fibra 1: a Fibra 1 está partida dentro do cabo
perto do fim. Se desde a primeira vez o usuário vir uma refexão grande de fim de fibra, o ajudante
deve inserir o fim da fibra em um gel ou álcool que melhora a diferença nos índice de refração, ou
enrolar a fibra com um pequeno gabarito perto do fim da fibra. Fazendo quaisquer destes
procedimentos, o pulso de reflexão final será atenuado. Caso esta atenuação não seja aparente, a
fibra está partida perto do fim do cabo.

4.4.3 Localização de Falhas

O OTDR é uma ferramenta imprescidível para a localização de falhas. A localização precisa da falha
depende de uma medição cuidadosa com o OTDR e de uma documentação completa e precisa do
sistema (cabo). Embora haja cursos inteiros para ensinar um usuário a localizar falhas, simplesmente
seguir as recomendações abaixo faz com que o processo de localização se torne mais preciso e
eficiente.

As rupturas no cabo podem ser parciais ou completas (catastróficas). A causa mais comum de
fraturas no cabo são escavações (40% de todas as rupturas devem-se a escavações). No caso de
uma escavação, a localização da falha não precisa ser demasiado precisa, pois este tipo de dano
normalmente é aparente e pode ser localizado facilmente estando o técnico próximo ao sítio da
escavação. Outros tipos de fraturas, inclusive causadas pela ação de projéteis balísticos (de armas
de fogo) ou por roedores são difíceis de achar; a localização precisa com um OTDR pode
economizar muito tempo e dinheiro.

Quando um cabo é danificado, a fratura resultante pode ser altamente reflexiva ou não reflexiva. É
geralmente muito mais fácil determinar a distância precisa em um evento reflexivo. Portanto, às
vezes é melhor medir várias fibras quebradas até achar uma fratura reflexiva. Se a fratura for não-
reflexiva, normalmente é melhor deixar o software do OTDR determinar a distância do evento
mediante a análise automática. O posicionamento visual de um marcador ou cursor pode não ser
preciso.

O operador pode desejar calibrar o OTDR para exibir a distância de cabo ou de manta usando um
"índice de refração efetivo". Esta medida é importante: embora o OTDR possa determinar distâncias

4-25
com precisão de 5 metros em 10.000, o fator helicoidal de cabeamento irá agregar até 600 metros de
erro em 10.000 metros de cabo (aproximadamente 6% de diferença). Um método alternativo para
determinar a distância real a partir da distância óptica é medir a fratura desde ambas extremidades
para determinar a posição da fratura em relação ao comprimento total do tramo. A razão entre a
distância óptica até a fratura e o comprimento óptico total do trecho será igual à razão entre a
distância do manto até a fratura e o comprimento total do manto.

É importante lembrar que também devem ser tomados em conta todos os locais onde o cabo tiver
sobra. Se o OTDR indicar uma distância de 1800 metros até a fratura, mas sabe-se que há 200
metros de sobra de cabo em uma caixa de passagem, DGO, ou poste intermediários, a distância
física até a fratura será um pouco mais curta.

Também deve ter-se em conta a curvatura do cabo nas instalações aéreas. O comprimento do manto
será diferente da distância linear entre os postes. Depois de determinar o local da fratura, a distância
encontrada deve ser correlacionada com uma marcação seqüencial do cabo. Ao desenterrar o cabo
ou examinar a rede aérea com binóculos, o lance correto de cabo pode ser rapidamente confirmado.

Sempre é melhor medir, com auxílio dos cursores, a distância até a fratura desde o último evento
cujo local físico é conhecido no traço do OTDR. Desta maneira, no OTDR faz-se a medição mais
curta possível, e assim fica minimizada a contribuição do OTDR para a inexatidão da medida.

Durante a fase de documentação inicial do cabo, convém aproveitar as características do OTDR que
permitem agregar anotações aos eventos ou arquivos. Dados geográficos ou coordenadas obtidas
do GPS podem ser armazenados junto com o traço; tais dados serão de grande utilidade durante a
localização de falhas.

Para a localização de falhas, nada substitui uma documentação completa, detalhada, e exata do
cabo.

4.4.4 Índice de refração efetivo

O OTDR determina a distância até o evento baseado no tempo de propagação. O índice de refração
representa a relação entre a velocidade de propagação da luz no vácuo e no meio; portanto, serve
como um fator de correlação entre o tempo e a distância percorrida e permite que o OTDR calcule e
apresente or resultados em termos de distância.

Se o usuário conhece o índice de refração fornecido pelo fabricante da fibra, ele pode ingressar com
este valor no OTDR, o que melhora a precisão da distância óptica exibida.

Na maioria dos projetos de cabo, o comprimento da fibra é maior que o comprimento do cabo. Tal
fato pode dever-se à maior distância da fibra dentro dos tubos e/ou ao trajeto helicoidal dos tubos ou
fitas dentro do cabo. O comprimento do cabo ou distância física podem diferir acentuadamente do
comprimento de fibra ou distância óptica (aprox. 6%).

Em alguns casos, em especial o de localização de falhas, os usuários preferem que o OTDR exiba a
distância física ou de cabo em vez da distância óptica. }?sto pode lograr-se ingressando com um
valor diferente do índice de refração, chamado "índice de refratição efetivo", ajustado para considerar
a diferença de comprimentos entre a fibra e o cabo.

Há dois modos de determinar o índice de refração efetivo:

1. Com base no registro do cabo ou no conhecimento da distância física ou de cabo (Leff) entre dois

4-26
eventos no OTDR, o usuário deve obter do OTDR os seguintes dados:

• Distância óptica entre 2 eventos conhecidos (Lopt)

• Índice de refração usado pelo instrumento (RIopt)

O índice de refração efetivo (RIeff) pode então ser calculado usando a fórmula: RIeff = (Lopt * RIopt)
/ Leff

2. Em alguns OTDRs como o MTS 5100/5200, o RIeff pode ser calculado automaticamente marcando
os dois eventos conhecidos com dois cursores e mudando o índice de refração até o OTDR informar
a distância do cabo ou física em vez da distância óptica.

4-27
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À FIBRA ÓPTICA

Instrutor: Aldir Pigoso ( Oi ).


Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONCEITOS BASICOS
A fibra ótica é um filamento
extremamente fino e flexível, feito de vidro
ultrapuro, plástico ou outro isolante elétrico
(material com alta resistência ao fluxo de
corrente elétrica). Possui uma estrutura
simples, composta por capa protetora,
interface e núcleo. A tecnologia tem
conquistado o mundo, sendo muito utilizada
nas telecomunicações e exames médicos,
como endoscopias e cirurgias corretivas de
problemas visuais, entre outras aplicações
possíveis.
São guias de ondas fabricadas de
material dielétrico e transparente bastante
para guiar um feixe de luz visível ou
infravermelho ao longo da distância da ordem
de quilômetros.

1
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

História da Fibra Óptica no Brasil


Na década de 1960, a transmissão de dados por sinais luminosos em fibras ópticas se
tornou uma forte candidata a substituir, gradativamente, os sistemas baseados em fios de cobre
nos sistemas de telefonia. Duas limitações, no entanto, impediam o desenvolvimento da
tecnologia: as grandes perdas de luz durante a transmissão e o excessivo calor que os lasers
geravam.
Enquanto o professor Zeferino Vaz fundava, em 1966, a Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), pesquisadores de diversos países reunidos em empresas e universidades
norte-americanas estavam em busca de soluções para o uso da tecnologia, que só foram
vencidas em 1970.
Foi quando a empresa norte-americana Corning fabricou a primeira fibra óptica com baixa perda
de luz e, nos Laboratórios Bell, da AT&T, foi desenvolvido um tipo de laser capaz de operar à
temperatura ambiente.
Três pesquisadores brasileiros que estavam nos Estados Unidos e acompanharam de
perto as descobertas ? Rogério Cerqueira Leite, Sérgio Porto e José Ripper Filho, aceitaram o
convite de Vaz e retornaram ao Brasil para liderar, na Unicamp, pesquisas na área.
Em 1972, o governo brasileiro criou a Telebrás e investiu nos grupos acadêmicos
existentes para o desenvolvimento da tecnologia de fabricação das fibras. O principal resultado
desses investimentos foi obtido em abril de 1977, quando a primeira fibra óptica brasileira foi
puxada em uma torre de dois metros de altura do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da
Unicamp.

2
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

A fibra óptica não foi inventada no Brasil, mas revolucionou os serviços de


comunicação no país por ter sido capaz de modificar o mercado ao substituir as tecnologias até
então existentes.
A transferência da tecnologia para a indústria nacional ocorreu por meio do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o então centro de pesquisa e
desenvolvimento da Telebrás, no qual foi montada a planta piloto de fabricação das fibras.
Estabelecida em Campinas, a empresa nacional ABC X-Tal contratou pessoal do Grupo
de Fibras Ópticas da Unicamp e assinou contrato de US$ 6 milhões com a Telebrás para produzir
2 mil quilômetros de fibra óptica. O primeiro lote de 500 quilômetros foi entregue em agosto de
1984.
Na década de 1990, no entanto, eventos como o processo de abertura comercial,
mudanças na política industrial e a globalização limitaram o projeto nacional de comunicações
ópticas e a maior parte das empresas nacionais perdeu força de mercado.
Atualmente, o CPqD continua transferindo tecnologia à indústria, não mais para a
produção da fibra, mas para para a fabricação de equipamentos de comunicações ópticas por
empresas nacionais como AsGA, Padtec e Digitel.

3
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

VANTAGEM DA FIBRA ÓPTICA


 Grande largura de Banda;
 Baixa Atenuação;
 Baixo peso;
 Distâncias maiores entre repetidores;
 as falhas;
 Facilidade de evolução;
 Sigilo, dificultam um possível grampeamento;
 Baixos custos de manutenção;
 Matéria prima para fabricação abundante, sílica;
 Imunidade a interferências eletromagnéticas
 ausência de diafonia;

 descargas atmosféricas.

 Menor sensibilidade a variações de condições ambientais;


 Separação galvânica entre pontos (Isolação elétrica);
 Maior confiabilidade na comunicação, são imunes
 Tem maior capacidade para transportar informações;

4
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Benefícios do uso das fibras


As fibras ópticas estão substituindo os fios de cobre ao longo dos anos, principalmente
no campo das telecomunicações, por não sofrerem interferência eletromagnética devido ao caráter
dielétrico (isolante) do material. Em outras palavras, não há distorção do sinal por causa dos ruídos
elétricos do ambiente externo ou das fibras óticas também agrupadas no cabo. Assim, a perda de
informações durante o trajeto não é relevante.

Também por esta razão, a dificuldade de desviar qualquer sinal é consideravelmente


grande e, dessa forma, as fibras são consideradas um meio bastante seguro para o transporte de
dados. Ideal para quem requer uma rede com alto nível de privacidade.

Outra vantagem em relação aos fios de cobre: o material mais comum para a fabricação
das fibras é o vidro, produzido da sílica, especificamente do quartzo, um dos minerais mais
abundantes do mundo, logo o custo é relativamente baixo.

5
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

DESVANTAGEM DAS FIBRAS ÓPTICAS

 Fragilidade das fibras sem encapsulamento;

 Dificuldade de conexão;

 Acopladores com altas perdas;

 Impossibilidade de alimentação remota;

 Pessoal técnico mais especializado.

6
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

APLICAÇÕES DAS FIBRAS ÓPTICAS

 Redes de Telecomunicações:
 Circuitos Interurbanos;
 Circuitos Troncos;
 Conexão de Assinantes;
 Serviços de Banda Larga.
 Redes de Comunicação de Ferrovias;
 Redes de Comunicação em Linhas de Energia Elétrica;
 Redes de distribuição de sinais de radifusão e televisão;
 Redes industriais para controle de processos e medidas em usinas, refinarias, etc;
 Veículos, aviões, navios, etc;
 Aplicações militares;
 Aplicações médicas;
 Redes Locais.

7
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

ESTRUTURA DAS FIBRAS ÓPTICAS

Uma fibra ótica é composta basicamente de material dielétrico (sílica ou plástico),


com uma longa estrutura cilíndrica transparente e flexível, podendo ser microscópicas
(comparáveis a um fio de cabelo). A estrutura cilíndrica básica da fibra óptica é formada por uma
região central chamada de núcleo, envolta por uma camada também de material dielétrico
chamado casca. O núcleo pode ser composto por um fio de vidro especial ou polímero que pode
ter apenas 125 micrômetros de diâmetro nas fibras mais comuns e dimensões ainda menores
em fibras mais sofisticadas.
Ao redor do núcleo(Core) está a casca(Cladding), que é um material com índice de
refração menor. É a diferença entre os índices de refração da casca e do núcleo que possibilita a
reflexão total e a consequente manutenção do feixe luminoso no interior da fibra. Ao redor da
casca, ainda há uma capa feita de material plástico, como forma de proteger o interior contra
danos mecânicos e contra intempéries.
O revestimento é um componente indissociável das fibras ópticas e quando utilizadas
na prática, as fibras ópticas necessitam de um proteção para garantir suas características
mecânicas e de transmissão.

8
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Na estrutura de cabo são adicionados os fios de Kevlar para proteção e tração mecânica
das fibras, a parte dos polímeros que formam a capa(Coasting), sendo geralmente azul/amarelo
para monomodo e laranja para multimodo.
De acordo com a aplicação, recebem uma série de revestimentos para protegê-las do
meio ambiente e dos esforços mecânicos, que porventura venham a sofrer durante a instalação ou
operação.
Novos produtos têm sido desenvolvidos e o mais usado atualmente é o acrilato,
podendo-se ainda em determinadas aplicações utilizar-se nylon e silicone.

9
Programa de introdução de Fibra Óptica
COMO FUNCIONA ? PIF
Para entender o funcionamento da fibra ótica, é necessário retomar o
conceito básico de refração da luz, uma daquelas matérias mais conhecidas das aulas de Física
do Ensino Médio.
O material da fibra é, em geral, a sílica (óxido de silício, SiO2), pura ou misturada
com outros materiais controlados. A sílica das fibras feitas atualmente tem um grau tão
elevado de pureza e transparência que a luz passa por ela perdendo muito pouca intensidade.
Vamos fazer uma comparação da transparência de uma fibra óptica com a transparência de
um vidro comum de janela, mesmo um vidro de ótima qualidade. Um vidro de janela tem,
normalmente, uns 5 milímetros de espessura. Pois bem, uma janela hipotética, feita com a
sílica usada nas fibras, teria de ter uns 10 quilômetros de espessura para absorver o mesmo
que a janela de vidro comum de 5 milímetros!

Como mostra a figura, a fibra tem um núcleo de sílica e uma interface de sílica
misturada com outro material de menor índice de refração. O conjunto é protegido por uma
capa plástica. Por causa da diferença de índice de refração entre o núcleo e a interface, um
feixe de luz fica confinado no interior da fibra e viaja por ela como a água em um cano. O
ângulo com que o feixe incide sobre a interface é sempre maior que o ângulo crítico, fazendo
com que a luz se reflita totalmente e fique presa no interior do núcleo.

10
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Para não entrar em explicações muito técnicas, vamos usar os seguintes exemplos:
1) Suponha que você mergulhe em uma piscina, segurando uma lanterna acesa e
apontada para a superfície (não esqueça de que é preciso incliná-la um pouco para que não
fique totalmente reta). Dessa forma, observa-se que a luz vai seguir um sentido dentro da
água, mas vai sofrer um desvio ao entrar em contato com o outro ambiente (no caso, o ar).
Isso ocorre porque os dois ambientes possuem índices de refração diferentes, fazendo com
que haja uma mudança na direção e na velocidade da luz. Entretanto, existe um ângulo limite
para que a refração aconteça. Quando o feixe de luz é lançado em uma direção além desse
ângulo, a luz não consegue ultrapassar a superfície da água e volta a se refletir para dentro da
piscina. Esse fenômeno é chamado de reflexão total.
2) Pense em um imenso canudo de refrigerante ou em um cano plástico flexível.
Imagine, por exemplo, um cano excessivamente comprido. Agora, considere que a superfície
interna desse cano foi revestida com um espelho perfeito.

11
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Então, imagine que você está olhando em uma das pontas do cano. Há vários quilômetros
de distância, na outra ponta, um amigo seu liga uma lanterna e reflete sua luz dentro do
cano. Uma vez que o interior do cano é revestido de um espelho perfeito, a luz da lanterna
refletirá na superfície do cano (mesmo que ele seja curvo ou distorcido) e você a verá na
outra ponta. Se o seu amigo começar a ligar e desligar a lanterna à maneira do código
Morse, ele conseguirá se comunicar com você por meio do cano. Essa é a essência do cabo
de fibra ótica.
É exatamente isto que ocorre no interior de um filamento de fibra ótica. A luz
percorre de uma extremidade à outra da fibra, refletindo-se várias vezes nas paredes da
interface, que mandam o feixe de volta para o núcleo, fazendo uma espécie de ziguezague
ao longo do caminho.

12
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
SISTEMA DE TRANSMISSÃO NAS FIBRAS ÓPTICAS

13
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
TIPOS DE FIBRA ÓPTICAS
Os tipos variam conforme o tipo de fonte luminosa usada e a quantidade de sinais
que podem ser emitidos dentro da fibra:
Monomodo
A propagação é feita por um único modo, pois a fibra apresenta um núcleo
pequeno. O que significa que a largura da banda utilizada é maior e há menor dispersão da
luz laser emitida, permitindo a transmissão de sinais a grandes distâncias (WAN). Apesar da
qualidade superior das fibras monomodo, a fabricação é mais cara, o manuseio é difícil e
exige técnicas avançadas.

Multimodo
Além do laser, as fibras podem usar como fonte LEDs (diodo emissor de luz).
Possuem um diâmetro maior e, por isso, mais de um sinal pode transitar o filamento. Dessa
maneira, ainda se encontram duas subdivisões: fibras multimodo de índice degrau e as de
índice gradual.
A diferença entre elas é que a capacidade de fibra de índice degrau é inferior em
relação às outras, tanto pela quantidade de sinal transmitido ser menor quanto por causar
maior perda das informações. Na fibra de índice gradual, há uma variação parabólica —
como se fizesse uma sequência de arcos durante o percurso — e isso aumenta a faixa de
frequência do sinal utilizado.
Devido a essas características, as fibras multimodo são mais usadas para
comunicações a curta distância, como redes locais (LAN).

14
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
TIPOS DE FIBRA ÓPTICAS

15
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
TIPOS DE FIBRA ÓPTICAS

16
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
TIPOS DE FIBRA ÓPTICAS
APLICAÇÕES

17
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CABOS ÓPTICOS

18
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CABOS ÓPTICOS

19
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CABOS ÓPTICOS

20
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CABOS ÓPTICOS

21
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CABOS ÓPTICOS

22
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
PERDAS NAS FIBRAS ÓPTICAS

23
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
PERDAS NAS FIBRAS ÓPTICAS

24
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
ABSORÇÃO E DISPERSÃO

25
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
MICROCURVATURAS E MACROCURVATURAS

26
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
EMENDAS E CONEXÕES SEM REFLEXÃO

27
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
PERDAS POR CONEXÃO

28
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
VALORES TÍPICOS DE ATENUAÇÃO

29
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Tipos de emendas Fibra Óptica

Emenda óptica consiste em uma junção permanente ou temporária de duas


ou mais segmentos de fibras. Serve para aumentar a extensão de um cabo óptico,
fazer a mudança de tipo de cabo, conectar um equipamento ativo ou fazer manobras
em um sistema de cabeamento estruturado.
Existem três tipos de emendas:

1) Emenda óptica por Fusão

Este processo não é exatamente simples ou rápido, e como o próprio nome


diz, consiste em "fundir" uma fibra óptica à outra.

30
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Neste tipo de emenda a fibra é introduzida limpa e clivada na máquina de


fusão, para após o alinhamento apropriado, ser submetida à um arco voltáico que eleva a
temperatura nas faces das fibras, o que provoca o derretimento das fibras e a sua
soldagem. O arco voltaico é obtido a partir de uma diferença de potencial aplicada sobre
dois eletrodos de metal. Após a fusão a fibra é revestida por resinas que tem a função de
oferecer resistência mecânica à emenda, protegendo-a contra quebras e fraturas.
Após a proteção a fibra emendada é acomodada em recipientes chamados
caixa de emendas. As caixas de emendas podem ser de vários tipos de acordo com a
aplicação e o número de fibras. Umas são pressurizáveis ou impermeáveis, outras
resistentes ao sol, para instalação aérea.
O custo de todo o material necessário para este tipo de emenda é alto, pois o
processo de "Emenda Óptica por Fusão" exige um custo alto de investimento nos
equipamentos para a sua operação. Entretanto, este processo agiliza as instalações e
garante uma grande confiabilidade no sistema.
A clivagem, acima citada, é o processo de corte da ponta da fibra óptica. É
efetuada a partir de um pequeno ferimento na casca da fibra óptica (risco), a fibra é
tracionada e curvada sob o risco, assim o ferimento se propaga pela estrutura cristalina da
fibra. A qualidade de uma clivagem deve ser observada com microscópio.

31
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

2) Emenda óptica Mecânica

Este tipo de emenda é baseado no alinhamento das fibras através de


estruturas mecânicas (desenvolvidas para tal finalidade), que mantém estas fibras
posicionadas frente a frente, sem uni-las definitivamente. Neste tipo de emenda as fibras
também devem ser limpas e clivadas. Este tipo de emenda é recomendado para um
número reduzido de emendas a realizar, pois o custo desses dispositivos é relativamente
barato, além de serem reaproveitáveis, porém não é aconselhável utilizá-los em sistemas
que exijam uma grande confiabilidade.

32
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

33
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

3) Emenda óptica por Conectorização

Este processo é bem semelhante ao processo de Emenda Mecânica, onde duas


fibras devem ser alinhadas e não unidas. Entretanto, em cada fibra é colocado um
conector óptico e estes dois conectores são encaixados em um acoplador óptico de modo
a tornar possível o alinhamento entre as fibras, sem uni-las definitivamente.

Isto é conseguido através do uso de outro tipo de conector chamado de


Adaptador Óptico, esta emenda é executada de forma rápida, desde que os conectores já
estejam instalados nos cordões ópticos.

Ele é também muito usado em acessórios ópticos chamados de Distribuidores


Ópticos, onde fazem a interface entre um cabo vindo de uma sala de equipamentos e os
equipamentos ativos instalados no andar, no Armário de Telecomunicações.

34
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

35
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

36
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

37
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CONTAMINAÇÃO DO CONECTOR

38
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CONTAMINAÇÃO DO CONECTOR

39
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CONTAMINAÇÃO DO CONECTOR

40
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

Há vários tipos de conectores ópticos no mercado, cada um voltado a uma aplicação.


Basicamente, os conectores são constituídos de um ferrolho com uma face polida, onde é feito o
alinhamento da fibra, e de uma carcaça provida de uma capa plástica. Os diversos tipos de
conectores variam nos formatos e na forma de fixação (encaixe, rosca). Os conectores são todos
machos, ou seja, os ferrolhos são estruturas cilíndricas ou cônicas, dependendo do tipo de conector,
que são inseridos em adaptadores ópticos.

Os conectores utilizam acoplamentos frontais ou lenticulares, sendo que existem três


tipos de acoplamentos frontais: quando a superfície de saída é maior que a de entrada, quando a
superfície de saída é igual à de entrada e quando a superfície de saída é menor que a de entrada. E
existem acoplamentos lenticulares do tipo simétrico e assimétrico.

Os requisitos dos conectores são a montagem simples, uma forma construtiva estável,
pequenas atenuações e proteção das faces das fibras e os fatores que influenciam em sua qualidade
são o alinhamento, a montagem e a características de transmissão das fibras. Lembrando que
existem conectores para fibra única e para várias fibras (múltiplo).

41
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

Com relação à forma que se realiza o alinhamento podemos ter vários tipos de estruturas
sendo que os mais comuns são os circulares e os tipo V-GROOVE. Os tipos circulares são
recomendados para conexões duradouras enquanto que os V-GROOVE para situações provisórias de
conexões de fibras nuas (sem revestimento).

As figuras abaixo ilustram os tipos de conectores mais comuns encontrados no mercado:

D4 / SC Duplex / SMA

ST / LC / MTP

42
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

MTRJ / VOLITION / E2000

ESCON / FC / FDDI

BICONIC / SC-APC/SC/PC

43
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES DE ALTA PERFORMANCE

E-2000, F-3000, DMI


Estes conectores aumentam à resistência em sistemas, pois foram
desenvolvido para cobrir os requisitos das aplicações de telecomunicação e DWDM
com alta potência(até 3 W - RAMAN ), ao se unirem alcançam um índice baixíssimo
de perda de inserção, podendo ser aplicada ou no local da injeção ou na saída com
objetivo de minimizar o risco de queima do conector.

44
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

45
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

46
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CONECTORES

47
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

COMPOSIÇÃO

CAIXA DE TERMINAÇÃO DISTRIBUIDOR INTERNO CABO DE FIBRA ÓPTICA


ÓPTICA (1 X 16) ÓPTICO (DIO)

CORDÃO DE FIBRA DIVISOR ÓPTICO


ÓPTICA “SPLITTER” (1 X 32)

CONECTORES DE FIBRA
ÓPTICA

48
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

CORDÃO ÓPTICO

49
Programa de introdução de Fibra Óptica
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PIF

KIT DE LIMPEZA E INSPEÇÃO

https://www.youtube.com/watch?v=bB7lmneWcLg-
50
Programa de introdução de Fibra Óptica
INSTRUMENTAL E FERRAMENTAL NECESSÁRIOS PIF

 Veículo, devidamente identificado e equipado com suporte externo


para transporte de materiais e equipamentos diversos, sistema de
iluminação e alimentação elétrica alternativos
 Conjunto de equipamentos para sinalização e segurança, tais como:
cones, placas em cavalete, colete fosforescente, etc.;
 Conjuntos de ferramentas específicas para abertura e reparo em
caixas subterrâneas;
 Conjuntos de ferramentas para obras civis (pá, pá de ponta,
picareta, marreta, machado, ponteira, etc.);
 Conjuntos de fixação em poste: alça pré-formada, isolador roldana,
parafuso olhal, grampo de ancoragem e sustentação, etc.;
 Soprador térmico;
 Caixas de emenda;
 Fio de espinar;

51
Programa de introdução de Fibra Óptica
INSTRUMENTAL E FERRAMENTAL NECESSÁRIOS PIF

 Clivador de precisão;
 Decapador;
 Tesoura especial com lâminas em cerâmica;
 Cortador de tubo loose;
 Protetores de emenda
 Conjuntos de chaves em variados tamanhos e tipos (fenda /
phillips / allen);
 Moto bomba para drenagem de caixas subterrâneas;
 OTDR;
 Conjunto de medidores de potência ótica
 Máquina de emenda óptica por fusão
 Aparelho GPS;
 Identificador visual de fibra óptica (caneta óptica);
 Identificador de tráfego em fibra óptica (detector de sinal óptico);
 Máquina de Etiqueta (Etiquetadeira) portátil;
 Máquina fotográfica (digital);

52
Programa de introdução de Fibra Óptica
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
KIT DE PREPARAÇÃO DA FIBRA

https://www.youtube.com/watch?v=Cr4lIaxeIXk

53
Programa de introdução de Fibra Óptica
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

GPS FONTE ÓPTICA IDENTIFICADOR DE FIBRA ATIVA

https://www.youtube.com/watch?v=y9Ke04S9OAQ-

54
Programa de introdução de Fibra Óptica
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

CHAVES DE FENDA MOTO BOMBA GERADOR DE ENERGIA EXTENSÃO ELÉTRICA

LANTERNA ALICATE UNIVERSAL ALICATE DE CORTE ARCO DE SERRA

ENCHADA
MACHADO FACÃO PICARETA

55
Programa de introdução de Fibra Óptica

MAQUINA DE FUSÃO
https://www.youtube.com/watch?v=53Xvs0VDiXQ

56
Programa de introdução de Fibra Óptica

MÁQUINA DE FUSÃO

57
Programa de introdução de Fibra Óptica
OTDR - Reflectometro óptico no domínio do tempo PIF

58
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

OTDR e aplicações básicas


• Medição do comprimento da fibra óptica e cabo.

• Medição da distância entre dois pontos na fibra óptica e


cabo.

• Localização de falhas e rupturas da fibra óptica e cabo.

• Exibição da curva de distribuição da fibra óptica e perda


no cabo.

• Medição do coeficiente de atenuação da fibra óptica e


cabo.

• Medição da perda entre dois pontos na fibra óptica e


cabo.

• Medição da perda de conexões.

59
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

OTDR e aplicações básicas


Este instrumento de medidas opera através da emissão de um pulso
de luz (laser) com largura espectral relativamente curta (a partir de 10ns) em
uma fibra óptica, e da detecção do sinal de retorno (retro espalhado ou
refletido) no mesmo ponto de emissão, em função do tempo. Este sinal de
retorno é digitalizado, convertido em logarítmico [dB] e apresentado em
função do comprimento da fibra. Para melhorar a relação sinal/ruído do sinal
de recepção, realizam-se médias do sinal de retorno de vários pulsos
consecutivos. Este sinal de retorno consiste da luz retro espalhada da fibra
refletida devido a uma descontinuidade do índice de refração em pontos de
conexão, ruptura ou fim da fibra. A perda óptica (atenuação) entre dois pontos
da fibra pode ser indiretamente determinada pela medida da diferença de
potência retro espalhada entre estes dois pontos. Os componentes básicos de
um OTDR são:

60
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

OTDR e aplicações básicas


a) controlador de processos (unidade principal): é responsável pela execução
do processamento de sinal (conversão A/D, realização de médias, análise do
sinal, mostra dos resultados e realização das funções disponíveis, de acordo
com a necessidade do operador) e controle das interfaces de entrada e saída;

b) gerador de pulsos: pode emitir luz em um ou dois comprimentos de onda.


É o comprimento de onda que caracteriza o tipo do OTDR. Os comprimentos
de onda dos OTDRs monomodo dos Sistemas de Gerenciamento de Redes
Ópticas são: 1244, 1310, 1550, 1625 e 1650nm. Para OTDRs de dois
comprimentos de ondas, encontram-se comercialmente os comprimentos de
1244/1550, 1310/1550, 1550/1625 e 1625/1650 (medidas em nm);

c) fonte óptica: constitui-se de um diodo laser capaz de gerar pulsos ópticos


de alta potência (0 dBm ou 1mW) com uma taxa de repetição de 1 a 50kHz e
duração de 1 a 20s;

61
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

OTDR e aplicações básicas


d) acoplador óptico: dispositivo que direciona o pulso do diodo laser para a
fibra sob teste e direciona o sinal de retorno para o fotodetector;

e) detector óptico (ou receptor): é normalmente um diodo PIN ou um diodo de


avalanche seguido por um amplificador de alta sensibilidade, linearidade e
alcance dinâmico;

f) tela: é através da tela onde pode ser vista a curva do sinal de retorno (retro
espalhado ou refletido) da fibra, bem como os valores dos vários parâmetros tais
como comprimentos de onda, duração do pulso, comprimento da fibra,
atenuação e outros. Nos OTDRs portáteis utilizados em campo, a tela é
normalmente plana (em geral cristal líquido). Nos Sistema de Gerenciamento de
Redes Ópticas, esta tela pode não estar associada diretamente ao OTDR. A
visualização da curva retro espalhada dá-se através da tela do CSO por acesso
local ou remoto (através de um laptop) ou também utilizando-se de um monitor
externo, se houver esta interface no PRS/PSO;

62
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

OTDR e aplicações básicas


g) interfaces de entrada: são vários controles para ajustar parâmetros tais como
escala vertical (dB/div) e horizontal (km/div) (a curva pode ser expandida e
deslocada em ambas as direções), largura de pulso (ns ou S), posicionamento
de cursores (para realizar medições de distância, perda em emendas e
atenuação através de vários métodos de cálculos) e outros. Da mesma forma
que a tela, os recursos de controle de parâmetros só pode ser feito através do
CSO, acesso local ou remoto, ou por periféricos de informática (teclado, mouse,
etc.).

Alcance dinâmico do OTDR, pode-se considerar as faixas conforme a


tabela a seguir:
Alcance dinâmico Alcance de distância Aplicação

[27 ... 31] dB Curto alcance Enlaces curtos ( ~50 km)

Médio alcance ou médio Enlaces de longa distância


[32 ... 36] dB
desempenho (~100 km)
Longo alcance ou alto Enlaces muito longos (~200 km)
[37 ... 41] dB
desempenho e/ou grande atenuação
63
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

64
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

POWER METER
(medidor de potência)
Testador para medir perda de fibra,
simples de usar com funcionalidades avançadas
que poupam de tempo.

65
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CAIXA DE EMENDA DE FIBRA ÓPTICA

66
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
CAIXA DE EMENDA DE FIBRA ÓPTICA

67
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


1 - INTRODUÇÃO

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas ( SGRO ) é um sistema de teles


supervisão e telecomando, cuja finalidade é determinar a natureza e a
localização de problemas (rompimento, degradação e presença de água) em
fibras ópticas em um tempo otimizado e de forma mais eficiente e econômica.
Sua função baseia-se em executar testes automáticos ou sob demanda em fibras
ópticas selecionadas (ativas e/ou vagas), possibilitando a monitoração de toda a
rede óptica de forma distribuída ou centralizada. A supervisão de fibras com
tráfego é possível mediante a utilização de dispositivos passivos (WDM e Filtros
Ópticos Isoladores). Os dados de uma rota de fibra óptica supervisionada são
inseridos em um banco de dados juntamente com uma curva de atenuação da
rota (chamada de curva de referência), à qual é comparada com uma nova curva
tomada a cada leitura quando da monitoração, que a seguir é comparada com a
curva inicial, e caso haja discrepância nessa comparação, aciona os respectivos
alarmes e os trata de acordo com o software do sistema de supervisão.

68
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
Após décadas de empresas de serviços de telecomunicações
essencialmente estatais e unificadas no chamado Sistema Telebrás, o governo
brasileiro, por questões econômicas, decidiu promover a venda destas
operadoras. As consequências imediatas foram a desregulamentação do
mercado e a proliferação de fornecedores de equipamentos de
telecomunicações. A grande quantidade de informações a gerenciar aliada à
invasão dos equipamentos e meios digitais que caracterizaram os anos 90
fomentaram a implementação da automação dos processos e a proliferação de
Sistemas de Supervisão e Gerenciamento de Redes e Serviços.
Os Sistemas de Gerência de Redes e Serviços são sistemas que as
grandes operadoras possuem, cujo objetivo é obter a máxima produtividade da
planta e dos recursos utilizados, integrando de forma otimizada as funções de
Operação, Administração, Manutenção e Provisionamento (OAM&P) de todos os
elementos de rede de telecomunicações responsáveis pela prestação de serviços
de telecomunicações.

69
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
É denominador comum entre as Operadoras que a introdução da
grande gama de novos serviços e novas possibilidades para os sistemas de
telecomunicações torna essencial a constituição de um sistema de informação
automatizado, ágil e gerenciador para o atendimento dos objetivos de qualidade
e produtividade.
As áreas gerenciadas são inúmeras: rede de acesso, equipamentos de
transmissão, centrais de comutação, rede de tráfego, rede de telefonia móvel,
rede de dados, rede inteligente, RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados),
telefonia celular, telefonia pública inteligente, infraestrutura, força de trabalho,
etc. Enfim, para cada aspecto das telecomunicações tem-se um ou vários
sistemas que o gerenciam.
O Sistema de Supervisão de Redes Ópticas automatiza procedimentos
de manutenção para melhorar a identificação de falhas (rompimento ou
degradação na fibra óptica), reduzindo desta forma o Tempo Médio de Reparo
(TMR) sendo este, o principal argumento de venda dos fabricantes e
representantes para a utilização dos Sistemas.

70
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

Além do TMR, há também outros ganhos para as empresas


operadoras, tais como otimização dos recursos de manutenção, centralização
das informações de forma a obter-se maior controle e implementação da
documentação de manutenção da rede. Em geral, as operadoras não precisam
gerenciar a rede óptica em toda a sua extensão, mas, no mínimo, elas optam
por supervisionar os circuitos que representam maior fator crítico no caso de
falhas (serviços essenciais, tráfego alto, entroncamentos principais, etc.).

2 - O SISTEMA DE GERENCIA DE REDES ÓPTICAS

O Sistema de Gerência de Redes Ópticas, também denominado de


RFTS (Remote Fiber Test System), é um sistema de tele supervisão com a
finalidade de determinar a natureza e a localização de problemas em fibras
ópticas em um tempo otimizado e de forma mais eficiente e econômica
possível.

71
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

Este sistema tem os seguintes objetivos:

a) verificar a integridade das emendas ópticas quando da construção da rede


óptica;

b) armazenar eletronicamente os perfis de atenuação das fibras ópticas em


banco de dados no computador, eliminando a necessidade de guardá-las em
papel;

c) concentrar as informações referentes às falhas e qualidade da rede óptica


monitorada em um único ponto da planta;

d) executar testes automáticos periódicas de fibras em tráfego (ativas), vagas


(inativas ou escuras) ou mistas (fibras ativas e inativas), possibilitando a
monitoração de toda a rede óptica de forma distribuída ou centralizada;

72
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
e) ser uma ferramenta eficaz e eficiente para a manutenção corretiva e
preventiva da rede óptica, simplificando a manutenção e possibilitando a
redução do seu tempo efetivo de reparo (tempo de localização da falha,
deslocamento da equipe de manutenção e reparo);

f) monitoramento das degradações de fibras e emendas ópticas ao longo do


tempo além de detectar a presença de água em caixas de emendas ópticas
através de sensores de água, embora quase nenhuma operadora instale este
sensor devido ao seu alto custo.

2.1 - A ARQUITETURA DO SISTEMA DE GERÊNCIA DE REDES ÓPTICAS

Todos os Sistemas de Supervisão de Redes Ópticas, disponíveis atualmente no


mercado brasileiro, apresentam uma arquitetura básica comum. Alguns
apresentam implementações e outros diferenciais, porém, em todos foram
identificados os componentes principais representados na figura abaixo:

73
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

ESTAÇÃO A ESTAÇÃO B
TX RX

ACOPLADOR WDM 
1

RX TX


2
2

1Xn SENSOR
CHAVE ÓPTICA
DE
UMIDADE
ESPONJA
OTDR MICROCOMPUTADOR

74
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


Seus principais componentes são:

a) Microcomputador ou unidade de controle de teste (UCT): unidade


inteligente (CPU) responsável pelo controle dos instrumentos e equipamentos
de medidas, bem como recepção e emissão de alarmes e troca de informações
com pontos da gerência de hierarquia superior. Esta unidade pode ser um
microcomputador ou um placa apropriada para bastidor de 19" ou 23";

b) OTDR ou unidade de testes ópticos (UTO): unidade responsável pela


execução das medições das fibras ópticas de acordo com a solicitação da
Unidade de Controle de Testes (UCT). O equipamento que realiza as medidas é
denominado de Reflectômetro Óptico no domínio do tempo ou OTDR (Optical
Time Domain Reflectometer);

75
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

c) Chave Óptica ou Unidade de Comutação Óptica (UCO): unidade responsável


pela interligação das várias fibras ópticas a serem monitoradas à Unidade de
Testes Ópticos (UTO). Esta unidade nada mais é do que uma chave óptica do tipo
1xn (1 porta de entrada para n portas de saída) que comuta seqüencialmente ou
não as fibras a serem submetidas ao teste do OTDR;

d) Ponto de Supervisão Óptica (PSO) ou PRS(Ponto remoto de Supervisão):


designação do conjunto das três unidades anteriormente descritas (PRS/PSO =
UCT + UTO + UCO). É muito comum encontrar as siglas RFTU (Remote Fiber
Testing Unit) e RTU (Remote Test Unit) designando o PSO no exterior. Os
PRS/PSOs estão localizados nos pontos de distribuição da rede (salas de
equipamentos) de onde as fibras originam-se ou terminam, ao longo da rota;

76
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

e) Centro de Supervisão Óptica (CSO): microcomputador responsável pela


centralização do banco de dados, operação e gerenciamento de todos os Pontos
de Supervisão Óptica (PRS/PSOs) presentes no sistema. O CSO opera com um
conjunto de aplicativos que são: o sistema operacional, o gerenciador de banco
de dados, o aplicativo (software) proprietário da empresa que desenvolveu o
sistema e, opcionalmente. o Sistema de Interface Gráfica;

f) Painel de componentes passivos: comporta todos os componentes ópticos


passivos tais como WDMs (Wavelenght Division Multiplexing), conectores, filtros.
etc. Nem todos os sistemas de supervisão comercializados apresentam este
painel;

77
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas

g) Interfaces de comunicações de dados: são as interfaces que possibilitam a


interligação entre CSO e PRS/PSO através das redes de comunicação de dados
disponíveis onde o sistema será instalado. Esta interligação pode ser obtida com
rede local LAN (padrão Ethernet) e/ou envolvendo comunicações de longa
distância (WAN e MAN) tais como modem em linha discada ou privativa (LPCD),
Redes Dedicadas Determinísticas (Nx64Kbps, E1, T1, G.703 e outros) e Rede de
Comutação de Pacotes (X.25 PLP e Frame Relay);

h) Elemento de rede: é o elemento da rede de telecomunicações a ser


monitorado, neste caso, a rota óptica. O elemento de rede obviamente não faz
parte do sistema de supervisão, visto que ele é o recurso real a ser gerenciado.

78
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
ARQUITETURA BÁSICA

79
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
2.2 - OS FATORES DE ATENUAÇÃO E O COMPRIMENTO DE ONDA DE
SUPERVISÃO

A escolha do comprimento de onda do Sistema de Gerencia de Redes


Ópticas é determinado pelo comportamento dos fatores de atenuação na fibra.
Sendo geralmente expressa em decibéis (dB), a atenuação para um dado
comprimento de onda é definida como a diferença entre a potência de entrada e
a potência de saída da fibra que está sendo medida (ambas em dB). A atenuação
em uma fibra deve-se a diferentes fatores:
a) absorção da luz: é a conversão da luz em calor, e está relacionada com a
ressonância do material da fibra. A absorção pode ser devido a parâmetros
intrínsecos, que são aqueles dependentes do material e do processo de
fabricação da fibra ( excentricidade, elipsidade, variação do campo modal e
propriedades reológicas (físicas, químicas e geométricas das fibras), ou
extrínsecos que estão relacionados à técnica de realização da emenda (fatores
ambientais, condições de trabalho, procedimentos operacionais, qualidade de
recursos materiais e capacitação da mão de obra);

80
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
b) espalhamento de Rayleigh: causa a dispersão da energia da luz em todas as
direções, devido a variações de natureza aleatória na densidade do material da
fibra, ocorrendo em distâncias muito pequenas quando comparadas com o
comprimento de onda da luz transmitida. Essas variações resultam de flutuações
na composição do material da fibra, assim como os defeitos de não
homogeneidade estrutural, causadas durante o processo de fabricação. O
espalhamento de Rayleigh é considerado como o limite mínimo fundamental da
atenuação em vidros, pois embora seja possível reduzir as flutuações na
composição do material com técnicas de fabricação mais sofisticadas, as não
homogeneidade na densidade do material original do processo de resfriamento
não podem ser evitadas.

c) deformações mecânicas: são devidas ao desvio da luz na fibra, devido a


imperfeições da fronteira entre o núcleo e a casca (microcurvatura), ou quando o
ângulo de incidência da luz na fronteira núcleo-casca excede a abertura numérica
AN ( ângulo interno de aceitação) da fibra, devido a uma deformação da fibra
(macrocurvatura).

81
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


A resultante das contribuições de todos os tipos de perdas em função
do comprimento de onda da luz injetada são as "janelas ópticas de transmissão",
que são regiões espectrais que caracterizam-se por atenuações mínimas em
torno dos picos de absorção de radicais hidroxila (-OH). Estes pontos de menor
atenuação são as áreas úteis para a transmissão via fibras ópticas. Com o
aperfeiçoamento das técnicas de fabricação de fibras ópticas, a caracterização
das janelas ópticas não ilustram mais a atual situação, contudo, estas janelas
continuam a servir como referência da tecnologia (gerações) dos sistemas de
transmissão por fibras ópticas. Os principais comprimentos de onda para
transmissões em telecomunicações são:
1ª Janela – de 820 a 880 nm com comprimento de onda (central) de 850
nm e utilizada somente com fibras monomodo;

2ª Janela – de 1285 a 1330 nm com central de 1310 nm, aplicada em


fibras multimodo e monomodo comum que trabalham em 1310 e 1550 nm ou
com dispersão plana;

82
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
3ª Janela – de 1525 a 1575 nm com central de 1550 nm e utilizada
somente em fibras monomodo;

4ª Janela – de 1600 a 1650 nm com central de 1625 nm e utilizada em


sistemas de grande capacidade com uso de WDMs.

Vale lembrar que a região de maior absorção de água (hidroxila -OH)


está situada em 1244 nm, e que alguns OTDRs emitem luz neste comprimento de
onda, para ajudar a monitorar a presença de água em fibras ópticas, porém,
devido ao seu altíssimo custo, é pouco empregado.

A atenuação é proporcional ao comprimento de onda, isto é, quanto


maior o comprimento de onda (), menor a atenuação na fibra. Entretanto, para
os eventos ocorridos na fibra (especialmente aqueles decorrentes de curvaturas)
o comportamento inverte-se ou seja, a sensibilidade da fibra à curvatura e
tensão axial é maior em comprimentos de onda maiores.

83
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


Do exposto, é de fundamental importância que o comprimento de
onda do sinal de supervisão seja sempre superior ao comprimento de onda do
sinal transmitido (supervisão>sinal). Em geral, utilizam-se comprimentos de onda
da janela óptica imediatamente acima do comprimento de onda do sinal de
transmissão, para uma melhor análise, por apresentarem valores de atenuação
próximos. Pode-se usar também o denominado "comprimento de onda de
supervisão” na janela de 1625 nm que foi especificamente definido para os
sistemas de supervisão.

2.3 TIPOS DE EVENTOS CARACTERIZADOS NO OTDR

A análise dos resultados observados na curva obtida de um OTDR, que


é o instrumento óptico que realiza as medições nos Sistemas de Gerenciamento
de Redes Ópticas, depende do entendimento de dois fenômenos ópticos, o retro
espalhamento de Rayleigh e a reflexão de Fresnel.

84
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


Quando um pulso de luz é enviado em uma fibra, alguns fótons
espalham-se em direções aleatórias após colidirem com partículas microscópicas
presentes na sílica da fibra. Certa quantidade de luz espalha-se para trás, daí o
termo ”retro espalhamento", na direção oposta ao pulso originalmente emitido.
Medindo-se o tempo de chegada e a amplitude da potência que regressa à
origem, pode-se determinar a atenuação e a distância dos eventos. Este
fenômeno denominado de retro espalhamento (ou dispersão) de Rayleigh é
intrínseco ao próprio material da fibra (não homogeneidade da densidade ou
composição da sílica) e está presente ao longo de todo o seu comprimento.
Como o retro espalhamento pode ser considerado uniforme, as
descontinuidades mostradas através deste retro espalhamento, denominadas de
“eventos não reflexivos”, são úteis para identificar anomalias na transmissão pela
fibra. São exemplos de eventos não reflexivos: atenuação de emendas de fusão,
imperfeições na fibra, dobras (micro ou macro curvaturas), etc.

85
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
Em geral, os eventos reflexivos caracterizam-se por atenuação,
entretanto, em algumas situações podemos ter o fenômeno de ganho, isto é, o
traço assume um valor mais alto do que deveria ter. Este salto é devido ao efeito
de compensação (offset) da fibra na emenda. Este efeito pode ser compensado
através da média aritmética das medidas na emenda, realizadas em ambos os
lados da fibra óptica.
A reflexão de Fresnel é definida como a reflexão da luz na fronteira
entre dois materiais de índices de refração diferentes. Em geral, o material de
refração diferente que surge é o ar devido ao espaçamento em uma junção da
fibra (conexão ou emenda mecânica), em uma extremidade da fibra não
terminada (clivagem final ou conector aberto) ou uma fissura no material. Os
eventos originados pela reflexão de Fresnel são denominados de “eventos
reflexivos”.
A quantidade de luz refletida depende da superfície na fronteira não
linear (geralmente fronteira fibra-ar) e da diferença entre os dois índices de
refração envolvidos. A atenuação da luz refletida na fronteira entre a fibra e o ar
tem um valor teórico de -0,16 dB. Este valor pode ser 4.000 vezes maior que o
nível de retro espalhamento.
86
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
Isto significa dizer que o detector do OTDR deve ter capacidade de
processar sinais que podem variar de pequenas a elevadas potências. Conectores
que usam gel podem ser utilizados para reduzir a reflexão de Fresnel, pois o gel
(tendo um índice de refração muito semelhante ao do vidro), age como um
acoplador de índices, que minimiza a diferença entre os índices de refração do ar
e da sílica na conexão.

2.4 - O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA SGRO

O SGRO, executa automaticamente ou sob demanda testes periódicos


(dias e horários previamente programados) em fibras selecionadas, ativas,
inativas ou ambas, numa ou em várias rotas de supervisão. A identificação de
uma falha depende dos dados registrados no banco de dados pertinentes às
rotas supervisionadas. Este banco de dados é um "espelho" do banco de dados
centralizado do CSO e, portanto, qualquer alteração detectada (por mínima que
seja) em qualquer um dos bancos de dados deve ser atualizada no outro banco
de dados.

87
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

Sistema de Gerencia de Redes Ópticas


Os dados de uma rota de fibras ópticas supervisionada são inseridos no
banco de dados, no momento da implantação do cabo óptico. Nesta etapa, é
feita uma medição da rota através de um OTDR manual ou pelo próprio Sistema
de Gerenciamento de Redes Ópticas, sendo a curva retroespalhada medida,
armazenada em mídia magnética na UCT. Esta primeira medição armazenada é
denominada de Curva de Referência ou Curva de Assinatura (Signature) sendo
caracterizada por um gráfico da atenuação relativa [dB] ao longo da fibra, em
função do seu comprimento [km], acrescentando-se também, todos os eventos
reflexivos ou não que ocorram nesta fibra.
À curva de referência, são adicionadas informações de pontos de
referência da rota como, por exemplo, um estabelecimento comercial de fácil
localização, um contorno na estrada ou uma placa de sinalização. Estes
referenciais são usualmente chamados de landmarks ou geomarks (quando
informados em função de suas coordenadas geográficas de latitude e longitude
obtidas, mediante utilização do equipamento GPS).

88
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
A curva de referência, é o que permitirá ao sistema identificar um
problema ocorrido na fibra óptica, associada a limiares programados pelo
operador do sistema. Os limiares são valores de atenuação relativa definida pelo
operador do sistema, para cima (limiar superior) e para baixo (limiar inferior) da
curva de referência, determinando desta forma as Curvas Limiares Superior e
Inferior, respectivamente.
O espaço delimitado pelas duas curvas limiares, é designado de Banda
de Guarda. A curva retro espalhada deverá estar inserida na banda de guarda em
sua condição normal. Caso a curva medida venha a ultrapassar um dos limites,
seja inferior ou superior, detectam-se problemas na fibra e um alarme é emitido
para o CSO.
Quando uma falha é alarmada no CSO, a principal providência do
operador é a análise da curva retro espalhada medida, correspondente à fibra
óptica alarmada. O ponto para onde a equipe irá deslocar-se é o landmark (ou
geomark) mais próximo do ponto da falha. . Por este motivo, quanto mais exato
for este ponto referenciado, mais exato será o deslocamento da equipe de
manutenção, onde num momento de emergência, pode significar milhares de
reais devido ao lucro cessante da operadora,
89
Programa de introdução de Fibra Óptica
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas PIF

pois cada minuto de deslocamento significa por muitas vezes, milhares de


ligações interrompidas ou sem ser completadas, enquanto a equipe de
manutenção está localizando o ponto de falha. Assim, um bom sistema de
gerenciamento de redes ópticas depende profundamente do cadastramento
destes pontos em seu banco de dados.

90
Programa de introdução de Fibra Óptica
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas PIF

2.5 - APLICAÇÃO DE COMPONENTES PASSIVOS (WDMs E FILTROS) NO


MONITORAMENTO.

No monitoramento de fibras com tráfego (ativas), faz-se necessária a


utilização dos WDMs. O WDM é um dispositivo óptico passivo multiportas ( 3),
com propriedades de multiplexar (ou separar/demultiplexar) diferentes
comprimentos de onda em uma fibra óptica. Comercialmente, são encontrados
WDMs com capacidade de multiplexar/demultiplexar N comprimentos de ondas
(DWDM – dense wavelenght division multiplex). Entretanto, para os Sistemas de
Gerencia de Redes Ópticas, utilizam-se apenas o WDM para dois comprimentos
de ondas, sendo que um é do sinal transmitido pelo equipamento de transmissão
(sinal ou 1) na fibra óptica a ser medida, e o outro é do sinal de supervisão
(supervisão ou 2).
Em função do custo dos WDMs (cerca de US$ 100,00) e a penalidade
(perda de potência por inserção), as operadoras dão preferência ao
monitoramento de fibras inativas (também chamadas de mortas ou escuras, que
dispensam o uso de WDM e filtros) de um mesmo cabo, com fibras ativas de
importância.
91
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
2.6 REDUÇÃO DO TMR.

O grande argumento utilizado pelos profissionais que comercializam os


Sistemas de Supervisão de Redes Ópticas é a redução do TMR. Os pontos
referenciais apontas diretamente para a localidade mais próxima da falha com
probabilidade de erro pequena. Sem a utilização de um sistema, a equipe de
manutenção sabe apenas qual rota está com problemas e, portanto, precisa
primeiramente deslocar-se para a primeira estação para poder executar
medições manuais com um OTDR. Se a distância indicada da falha não for muito
grande, há grande probabilidade de que a equipe tenha condições de deslocar-se
para um ponto muito próximo da falha. Entretanto, se a distância for longa, a
margem de erro apresenta-se maior e, então, a equipe será obrigada a efetuar
um segundo deslocamento, agora para a estação mais próxima do ponto
indicado da falha. Nesta estação, novamente os equipamentos de medidas são
montados e a medida da curva retro espalhada é obtida. O resultado agora é
bem mais confiável, visto que a distância indicada será mais curta e o erro, por
sua vez, bem menor.

92
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
Os Sistemas de Gerência de Redes Ópticas, sem dúvida, reduzem o
TMR, porém não garantem a identificação imediata da falha como pode-se
pensar à primeira vista. A possibilidade da identificação imediata da falha,
mesmo com o sistema, é difícil de ocorrer. Isto só aconteceria se a falha
acontecesse no exato momento em que a chave estivesse comutando para a
fibra defeituosa para o OTDR realizar as medições. Considerando-se que a
maioria das operadoras não deixa a supervisão de maneira contínua para não
desgastar o laser do OTDR, que por ser de precisão, é de altíssimo preço, a falha
só é acusada quando a medida é feita. Se, por exemplo, a medida é programada
uma vez por dia e uma fibra rompe no momento imediatamente após ao
chaveamento para a fibra seguinte, o problema só será notificado no dia seguinte
quando da nova medição das rotas. Também devemos levar em consideração o
tempo de varredura em cada canal da chave óptica, que em muitos casos, pode
chegar até a 180 segundos por canal e o número de canais de uma rota. Até lá,
com certeza, a reclamação de defeito já foi solicitada por outros meios que não o
sistema.

93
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
2.7 DETERMINANTES DE CUSTO DE UM SGRO

Não há como dar uma estimativa de custo de um sistema de supervisão


para uma empresa operadora sem a análise de vários fatores que variam de
operadora para operadora. Basicamente, os seguintes fatores devem ser
considerados:
a) número de pontos de supervisão óptica (PSO/PRS) a serem instalados na rede
(depende da topologia da rede );

b) números de fibras a serem monitoradas por ponto;

c) tipo de OTDR empregado: a escolha está baseada basicamente no


comprimento de onda do sinal que trafega na rede óptica e no alcance dinâmico
de cada modelo. Esta escolha tem a ver também com o posicionamento dos PSO
e com os trajetos a serem monitorados (distâncias envolvidas em cada enlace);

d) dispositivos passivos: acopladores (WDM), filtros e sensores de água;

94
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
e) número de computadores que supervisionarão a rede (servidores e clientes);

f) software auxiliar de gerenciamento, tais como o Geographic lnformation


Systems, onde o cliente desenha a rede óptica monitorada em cima de mapas
geográficos digitalizados;

g) rede: se não houver uma rede de comunicações já existente do cliente, esta


rede deverá ser fornecida para o escoamento do tráfego de supervisão,
comandos e alarmes. Isto implica na inclusão de equipamentos adicionais tais
como roteadores, modems, no-breaks, conversores de meio, etc.;
h) protocolo de comunicação utilizado (em geral é o TCP/IP);
implementação de uma interface TMN (Telecommunications Management
Network);
i) período de garantia, suporte e assistência técnica desejado pelo cliente,
contrato de manutenção, suporte ao usuário e atualização de sofware e
hardware.

95
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
Sistema de Gerencia de Redes Ópticas
3 - CONCLUSÃO

Os Sistemas de Supervisão de Redes Ópticas são, sem dúvida alguma,


um importante recurso para as equipes de manutenção de redes ópticas, pois
liberta-as de atividades repetitivas, aumenta a capacidade de supervisão da rede
e facilita enormemente o parecer técnico. No entanto, sob hipótese alguma vem
a eliminar uma boa capacitação técnica dos operadores para análise correta dos
resultados. Os sistemas podem apresentar situações extraordinárias e imprecisas
nas quais a perícia, amplo conhecimento dos fundamentos e experiência em
rede óptica é que determinará as ações corretas a serem tomadas. Há casos em
que o sistema pode alarmar indicando o local do defeito em ponto errado ou
mesmo, dependendo de onde caem os pontos que formam uma medição, ele
não venha a detectar o alarme. A perícia do profissional na análise e operação do
sistema é fundamental para total aproveitamento do sistema, com consequente
relação custo benefício otimizada.

96
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
PROCEDIMENTO PARA ATENDIMENTO A PARALIZAÇÕES DE
SISTEMAS DWDM – PLACAS / RAMAN

O CGROi (SDH) ao abrir um BA que caracterize a anormalidade na rede


de fibra óptica com a aplicação da placa RPC DWDM – BRAN enviará
automaticamente para o COS de responsabilidade pelo trecho ou rota ou
solicitará imediatamente ao despacho o acionamento das equipes ou
responsável pela manutenção da Macro Área, passando as seguintes
informações:

• Número do BA
• Hora da abertura
• Hora do vencimento
• Quais estações e localidades envolvidas
• Facilidades técnicas – Slot / placa RPC – DWDM nº do BRAN/BRBN
• Quais anéis e links - rotas afetadas
• Quais anéis e links com perda de tráfego
• Local da anormalidade, (entre cidades ou centrais)
• Outras informações necessárias medidas do SGRO.

97
Programa de introdução de Fibra Óptica
PROCEDIMENTO PARA ATENDIMENTO A PARALIZAÇÕES DE PIF
SISTEMAS DWDM – PLACAS / RAMAN

Obs. Quando a anormalidade afetar sistemas que estejam relacionados ao


DWDM ´s RAMAN.
• O supervisor/técnico da Contratada ao receber o BA na sua matricula, além
de acionar a(s) equipe(s) de manutenção de FO, deverá também Informar
a(s) equipe(s) que a rota ou trecho em questão trafegam sinais de RAMAN e
só poderá ser acessadas as fibras do sistema quando:

Verificar que as fibras estão devidamente identificadas;( DGO´s);

Solicitar ao CGROi o desligamento pela gerência do sistema da placa RPC e


solicitar a confirmação do desligamento, em caso de dúvidas não acessar.

IMPORTANTE: Quando na inspeção visual, o defeito for detectado, colocar


imediatamente informação de cuidado laser de alta potência prejudicial a saúde
( visão ) e isolar a área do rompimento do cabo.
Para uso de medidas ópticas com OTDR desconectar as fibras que estão
ligadas na interface da estação oposta.

98
Programa de introdução de Fibra Óptica
PROCEDIMENTO PARA ATENDIMENTO A PARALIZAÇÕES DE PIF
SISTEMAS DWDM – PLACAS / RAMAN

Quando for realizar teste de loopback utilizar atenuadores entre as


conexões para evitar saturações e dano no módulo de recepção.
Durante a utilização da unidade RAMAN RPA/RPC/RPL certificar-se em desligar o
laser antes de conectar os desconectar as fibras ópticas ou antes de qualquer
testes de operação para evitar danos a unidade RAMAN e aos cordões ópticos
devido a alta potência de transmissão.

Características e precauções em manutenção em trechos RAMAN

A Unidade RPC possui características especiais com relação a perda de


sinal próximo a recepção. No percurso de 20km da sala de equipamentos, não é
recomendado nenhum conector ou conexão ( estação ) de passagem para
minimizar os riscos de operação devido a alta potência de transmissão e
também para maximizar o Ganho do equipamento ( amplificador ) . Além disso
algumas precauções são necessárias para garantir o ganho a unidade RPA e
evitar a queima de fibras ópticas ou seus conectores ; As atenuações das
emendas não podem ser maiores do que 0.1 dB na distância de até 10 km ou
maior que 0.2 dB entre 10 km e 20 km.
99
Programa de introdução de Fibra Óptica
BACKBONES DA OI - GPR PIF

100
Programa de introdução de Fibra Óptica
ANUF( Área de Numeração Fechada ) - GPR PIF

101
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
ABERTURA DO CABO ÓPTICO

• Marcar o ponto de abertura,e proceder o corte circular da capa;

• Retirar a capa do cabo utilizando o cortador circular, cordão de


rasgamento ou cortador longitudinal;

• Retirar o enfaixamento do núcleo do cabo. No caso de cabos


geleados, limpar o núcleo com papel absorvente;

• Cortar o elemento de tração;

• Identificar e cortar os elementos de enchimentos;

• Identificar as unidades básicas utilizando etiquetas.

https://www.youtube.com/watch?v=6H32KmjMFtU&list=UU09Di66tyTCash-rFtfPLaQ
https://www.youtube.com/watch?v=Pm-wGY4Ll2s

102
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF
EXECUÇÃO DA EMENDA

• Introduza o cabo de modo que fique paralelo;


• Prenda o elemento de tração na arruela de fixação;
• Identifique a entrada e a saída do cabo;
• Corte os tubos de proteção;
• Retirar os tubos, individualmente;
• Efetuar limpeza das fibras;
• Fixar os tubos no conjunto da emenda;
• Deposite as fibras na bandeja;
• Com o extrator, retire o revestimento da fibra;
• Faça a limpeza da fibra com lenço de papel umedecido em álcool isopropílico;
• Após esse processo, colocar a fibra na máquina de fusão;
• Na outra fibra, primeiro coloque o protetor de emenda (tubete);
• Retira a operação até colocar a fibra na máquina;
• De o comando para que a máquina inicie o ciclo fusão;
• Aguarde os resultados de inspeção;
• Após emendar, armazene as fibras no Módulo de emenda.
• https://www.youtube.com/watch?v=53Xvs0VDiXQ
103
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

EXECUÇÃO DA EMENDA

104
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

EXECUÇÃO DA EMENDA

• É constituído em uma configuração


unidirecional de entradas de cabos.
• Uma entrada oval para dois cabos e
quatro entradas redondas para cabos
derivados.
• As entradas de cabos são seladas
através de tubos termo-contráteis e a
junção da base com a cúpula através de
um sistema mecânico.
• Posicione o tubo de entrada oval sobre
os cabos observando a posição da seta
impressa no tubo que deverá estar
apontando em direção a base.
Introduza os cabos de modo que
fiquem paralelos. Em sangria, dobre o
cabo e introduza os tubos de fibras
(tubo loose) através da entrada oval.

105
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

EXECUÇÃO DA EMENDA – POSTE Oi

• A fixação aérea em poste


funcionado no seguinte caso:
• Usando o suporte subterrâneo, fixe
a caixa no poste como segue,
usando a fita de aço ou abraçadeira,
prenda a barra ao poste.
• Posicione a emenda sobre a barra e
fixe-a na posição indicada, utilizando
as abraçadeiras de aço. Acomode a
sobra de cabo conforme critério da
empresa.

106
Programa de introdução de Fibra Óptica
EXECUÇÃO DA EMENDA – POSTE Oi PIF

No Paraná, a concessionária COPEL não permite a aplicação de


emendas nos postes.
• Somente aplicamos emenda nos postes se os mesmos forem da Oi;
• Nos casos de aplicação em poste da concessionária(COPEL) utilizamos
cordoalha padrão COPEL:

107
Programa de introdução de Fibra Óptica
VISÃO GERAL DO SAPOWEB PIF

A supervisão e acompanhamento das atenuações dos barramentos DWDM


pelo http://10.21.26.6/scba/index.htm

108
52
Programa de introdução de Fibra Óptica
PIF

FIM
RM SOLUÇÕES EM INFRAESTRUTURA

NOME:____________________________________________ Data: _____/_____/______

Função:____________________________________________ Filial:________________

PROVA DE AVALIAÇÃO – FIBRA ÓTICA

1- O conjunto de equipamentos de transmissão, cabos e terminações ópticas, chama-se:

a) Rede Óptica
b) Sistema óptico
c) Bastidor óptico
d) DGO

2- Uma fibra óptica é composta de:

a) núcleo, casaca, blindagem


b) núcleo casca revestimento
c) fibra, capa
d) cristal central e proteção

3- Quais as cores dos pilotos n° 1-2-3, nas unidades básicas?

a) branca, amarela e verde


b) amarela, branca e verde
c) verde, amarela e branca
d) amarela, verde e branca

4- Quantas voltas damos no cabo mais curto em uma casa?

a) 1e3/4
b) 1,5 volta
c) 1e1/4
d) 1e1/2

5- Quantas voltas damos no cabo mais longo em uma casa?

a) 3e3/4
b) 1 volta e meia
c) 2 voltas
d) 2voltas e ¼

6- Quais os tipos de fibras existentes:


a) Monomodo e multimodo
b) Incolor e colorido
c) Cristal de quartzo e multimodo
d) Óptica e momomodo
7- Quais os tipos de emendas que existem?
a) Fusão e manual
b) Fusão e mecânica
c) Fusão e de engate
d) Somente fusão

8- Quando há necessidade de emendar somente algumas fibras do cabo, chama-se de:

a) Emenda de topo
b) Emenda de sangria
c) Emenda paralela
d) Emenda derivada

9- O que é um plano de emendas ópticas

a) Uma reunião entre os técnicos envolvidos na emenda;


b) Um fluxograma de emenda óptica;
c) Um croqui com detalhes de fibras serão emendadas na CEO;
d) Um relatório sobre o que foi feito.

10- Qual o maior risco aos trabalhadores em cabo ópticos

a) A alta pressão dos cabos;


b) A radiação a laser;
c) A alta corrente que circula no cabo;
d) Todas as opções acima estão corretas.

11- Quais das afirmações abaixo esta errada?

a) Em serviços aéreos de F.O não há necessidade de EPI, pois o serviço é feito sempre no carro;
b) Podemos olhar sempre a fibra de frente para ver se a luz está chegando;
c) O cilindro de ar, não tem pressão suficiente para romper uma caixa de emenda;
d) Todas as afirmações acima estão erradas.

12- Para retirada de tubo LOOSE, devemos corta-lo em pedaços de:

a) 10cm
b) 40cm
c) 80cm
d) 120cm

13- Para que são usadas as etiquetas?

a) Para identificar tubos e fibras


b) Para identificar a emenda
c) Para identificar as bandejas
d) Para escrever observações e lembretes
14- Para que serve a bandeja?

a) Para acondicionamento das ferramentas


b) Para acondicionamento dos materiais
c) Para acondicionamento das fibras
d) Para acompanhar o bloqueio do cabo

15- Quantas bandejas podemos por em uma caixa

a) 2
b) 4
c) 5
d) 6

16- Qual o comprimento de corte do elemento de tração

a) 20cm
b) 40cm
c) 60cm
d) 150cm

17- Qual a medida de abertura do cabo para uma emenda?

a) 1m
b) 1,5m
c) 2,0m
d) 2,5m

18- Onde usamos o tubo de entrada oval?

a) Em cada cabo de F.O


b) No estancamento da caixa de emenda
c) Nos 2 cabos que serão emendados
d) Nas sangrias

19- Com que produto fazemos a limpeza da geleia do cabo

a) Gasolina
b) Acetona
c) Álcool
d) Sabão

20- Qual a quantidade de fibras que se aconselha acomodar em uma bandeja, visando facilitar o manuseio e a
identificação é de:
a) No máximo 6 fibras
b) No máximo 10 fibras
c) No máximo 12 fibras
d) No máximo 24bfibras
21- Enumere a 2° coluna de acordo com a 1°, quanto ao código de cores das fibras:

1- Fibra 10 ( ) Marrom
2- Fibra 07 ( )Branco
3- Fibra 03 ( )Verde
4- Fibra 01 ( )Cinza
5- Fibra 02 ( ) Amarela

A sequência obtida será:

a) 2-3-4-5-1
b) 3-2-5-4-1
c) 4-5-1-3-2
d) 2-3-4-1-5

22- Faça a correspondência, quanto aos revestimentos dos cordões Ópticos:

1 Multimodo ( ) Azul
2 Monomodo ( ) Vermelha
3 Monomodo com dispersão deslocada ( ) Amarela

A sequência obtida será:


a) 2 - 3- 1
b) 3 - 2 - 1
c) 1 - 3 - 2
d) 3 - 1 - 2

23- Em cabos de F.O. com capa APL, qual o conector para continuidade de blindagem?

a) CB
b) CBV
c) CBCT
d) CBVT

24 - O conjunto de 4 mangueiras, onde são lançados até 4 cabos é chamado de :

a) Eletroduto
b) Subduto
c) Calha
d) Dutos em X

25 - Onde pode ser usada uma FOSC-100?

a) Aéreo
b) Subterrâneo
c) Aéreo e subterrâneo
d) Emenda enterrada
26- A FOSC 400-AS/B8 é:

a) Uma caixa de emenda


b) Um sub.Bastidor
c) Um DEO
d) Um tipo de fibra

27- SHOT- 1000 é:

a) Um sub.Bastidor
b) Uma caixa de emenda
c) Um DEO
d) Um tipo de fibra

28- Qual o material que se contrai com o calor?

a) Tubo loose
b) Tubo pvc
c) Tubo termostátil
d) Manta higrotonica

29- Por que pressurizamos a caixa emenda?

a) Para testar se o bloqueio está bem feito


b) Para verificar a pressão que a emenda suporta
c) Para testar os tubos looser
d) Para verificar a estanqueidade da caixa

30- Qual a pressão de teste de estanqueidade na caixa de emenda?

a) 400 mbares por 1 minuto


b) 650 mbares por 2 minuto
c) 1000 mbares por 10 minuto
d) 1500 mbares por 15 minutos

31- Para que serve o soprador térmico?

a) Para limpar os resíduos de fibra.


b) Para comprimir as mantas termo contráteis.
c) Para resfriar a resina.
d) Para dar caloría no cabo óptico.

32- Qual a potência de um soprador térmico ?

a) 600 W. b) 1 000 W. c) 1400 W. d) 2000 W.


33- Como é estabelecida a comunicação entre os técnicos em uma emenda monitorada?

a) Com 2 badiscos
b) Com 2 celulares
c) Com 2 fones ópticos
d) Com 3 fones ópticos

34 - Quantos OTDR são necessários para se fazer uma emenda monitorada ?

a) 1 b) 2 c) 3 d)

35 - Enumere as colunas:

1 – OTDR ( ) Mede a potência.

2 - Clivador ( ) Mede tensão.

3 - Power meter ( ) Mede atenuação.

4 - Multimetro ( ) Corta a fibra

A sequência obtida será:

a) 3 – 4 -1 - 2
b) 4 – 3 -2 – 1
c) 2–3–1–4
d) 4–2- 3 -1

36 – Quais as atenuações aceitas para cada emenda em SM e MM, respectivamente?

a) 2,4 e -2,4 dB.


b) 0,3 e 0,15 dB.
c) 0,45 e 0,3 dB.
d) 0,15 e 0,3 dB.

37 – Qual o instrumento usado para medir atenuação nas fibras eemendas?

a) Reflectometro
b) Psofometro
c) OTDR
d) Medidor óptico

38 - Após quanto tempo devemos manusear a emenda após a sua fusão?

a) Imediatamente
b) 1 minuto
c) 2 minutos
d) 10 minutos

39 - O espaço entre as duas pontas a serem fundidas, chama-se:

a) U.B. b) GAP C) APL d) CBVT


40) Qual o teste que fazemos na máquina de fusão, antes de iniciar as fusões?

a) Teste de ajuste de fibras.

b) Teste de potência elétrica.

c) Teste de temperatura .

d) Teste de arco voltaico.

41) Ao usar o clivador devemos adotar as seguintes precauções:

a) Não tocar a videa , não olhar diretamente no laser.

b) Não olhar no laser, usar óculos de proteção.

c) Não tocar na videa, usar óculos de proteção.

d) Efetuar limpeza com lixa d’agua fina.

42) O cordão com conector terminal, em uma das extremidades, chama-se:

a) Cordão de F.O.

b) Cordão Loose.

c) Pigtail

d) Pipe line.

43) Manualmente, devemos regular na máquina de fusão:

a) O tempo do arco voltaico e a corrente de fusão.

b) A caloría do forno de aquecimento do tubete.

c) A temperatura do arco voltaico.

d) A potência do Laser.

44) Se uma fusão apresentar -2 dB na medida de um lado e 2,1 dB do outro lado, qual será o valor médio a ser
lançado no protocolo?

A) 2,1 dB B) 0,1 dB c) - 2 dB d) 4,1 dB

45) A transferência do sinal óptico de uma fibra para outra ruim, para outra em condições de trafego, chama-se:

a) Corte de rede

b) Manobra de fibra

c) Transferência de cabos

d) Transposição.

46) A “espinha dorsal” de um sistema de telecomunicações, para trafego de alta velocidade é :

a) SIREX b) GEOSITE c) BACKBONE d) PSR


47) Os dispositivos usados para multiplexar sinais ópticos, são chamados de :

a) DGO b) Acoplador c) Conector óptico d) DLU.

48) Os repetidores ou regeneradores, tem a função de :

a) Atenuar o sinal do Laser.

b) Amplificar o sinal.

c) Transformar a corrente elétrica em sinal óptico.

d) Transformar o sinal óptico em corrente elétrico.

49) Faça a correspondência:

1- BEO ( ) Sistema de supervisão de rede óptica.

2- DGO ( ) Bastidor de emenda óptica.

3- DIO ( ) Distribuídor geral óptico.

4- SRO ( ) Distribuídor Intermediário óptico.

A sequência obtida será;

a) 4 - 1—2—3 b) 4 – 2 - 1 – 3 c) 3 - 4 - 2 - 1 d) 4 - 3 - 2 -1

50) O dispositivo que transforma o sinal óptico em elétrico é o sinal óptico em elétrico, é o:

a) OEL b) EQN c) DGO d) ELO


GABARITO AVALIAÇÃO FIBRA
1 B 11 B 21 D 31 B 41 C
2 B 12 B 22 A 32 C 42 C
3 C 13 A 23 C 33 D 43 A
4 A 14 C 24 B 34 B 44 B
5 D 15 D 25 A 35 A 45 B
6 A 16 A 26 A 36 D 46 C
7 B 17 B 27 A 37 C 47 B
8 B 18 C 28 C 38 D 48 B
9 C 19 C 29 D 39 B 49 A
10 B 20 C 30 C 40 D 50 D

Você também pode gostar