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LEI

PROPAGAÇÃO EM VHF,UHF, SHF e EHF


Serviços transmitidos em VHF, UHF e microondas

Comunicações fixas (Fixed)


Terrestres (Land mobile)
Comunicações móveis Aeronauticas (Aeronautical mobile)
Marítimas (Maritime mobile)

Radiodifusão (Broadcasting)
Rádio amador (Amateur radio)
Rádio astronomia (Radio astronomy)
Ajudas à meteorologia (Meteorological aids)
Rádio localização (Radar)
Operação espacial (Identificação de satélites)
Pesquiza espacial
MODOS POSSÍVEIS DE PROPAGAÇÃO
O modo de propagação normalmente usado é o modo de propagação
em espaço livre por onda directa, porque as antenas têm dimensões
reduzidas e podem ser sobreelevadas fugindo aos obstáculos.

Não basta haver linha de vista entre a antena de emissão e a antena


de recepção para termos uma propagação em espaço livre.
A proximidade de obstáculos da linha de vista pode provocar
atenuação na propagação

Nos casos em que não há linha de vista devido a obstáculos que se


interpõem, poderá ainda ser possível a propagação por difracção ou a
propagação por reflexão.
Tipos de atenuação possíveis

• Atenuação devida à lei do inverso da distância


1
𝐸 = 𝐹𝑐 . 𝑓𝑛 𝜑, 𝜃 . . 𝑒 𝑗 𝜔𝑡−𝛽𝑟
𝑟
• Atenuação devida a obstáculos perto da linha de vista.
• Atenuação devida a más condições atmosféricas.
Atenuação devida às condições atmosféricas

A chuva, a neve, o nevoeiro, o granizo e a poluição industrial


causam atenuação nas bandas de alta frequência.

Estas condições atmosféricas não causam atenuação apreciável em


ondas médias e curtas, porque o comprimento de onda é muito
maior do que a dimensão destas partículas, mas em microondas a
atenuação resultante pode ser suficientemente alta para
interromper uma comunicação.
A influência do comprimento de onda na propagação
Método de cálculo em radiodifusão (1)
Os receptores são diferentes de ouvinte para ouvinte, por isso, calcula-se
simplesmente a intensidade do campo eléctrico no local de recepção.
Define-se para a zona de cobertura um campo mínimo utilizável, considerado
suficiente para o sinal ser detectado pelo mais comum dos receptores.
Para esse campo mínimo, calcula-se o alcance da estação nas várias direcções
e traça-se no mapa a área de cobertura.
Método de cálculo em radiodifusão (2)
Áreade cobertura

Em O.M. o perfil do terreno não afecta muito a atenuação mas, em VHF e


UHF, o perfil é um factor importante e a atenuação varia com a direcção.
Método de cálculo em comunicações (1)
A comunicação é feita numa única direcção e o perfil do terreno é bem
conhecido.

Tendo em conta a potência de alimentação da antena, os ganhos das


antenas de emissão e de recepção e também o perfil do terreno, calcula-se
a potência que chega aos terminais de entrada no receptor.

A comunicação está garantida se a potência de entrada no receptor for


maior do que o valor definido pela sua sensibilidade.

Caso contrário ter-se-á que rever o sistema em termos de:


 Potência do emissor,
 Ganho das antenas ou
 Sobreelevação das antenas.
Método de cálculo em comunicações (2)
Não há qualquer dificuldade no cálculo da potência 𝑃1 que chega à antena
de emissão, pois que podemos determinar com exactidão as perdas
introduzidas pelo “feeder”.

Uma vez sabida a potência 𝑃2 que é captada pela antena de recepção,


também não há dificuldade em determinar a potência que chega aos
terminais do receptor, basta deduzir as perdas introduzidas pelo “feeder”.

A grande dificuldade reside na determinação das perdas de propagação no


espaço, que dependem não só da distância mas também do ganho das
antenas e do perfil do terreno.
Método de cálculo em comunicações (3)
Método de cálculo em comunicações (4)

Modelo de referência para início do cálculo


Este modelo admite que as duas antenas são antenas isotrópicas e
que não há obstáculos perto da linha de vista que introduzam
perdas.
Neste caso as únicas perdas existentes são as da lei do inverso da
distância.
Método de cálculo em comunicações (5)
Perdas de propagação no espaço livre fictícias
Admitindo o modelo de referência:

𝑃1
0 = 10 log
𝑃2
𝑃1
𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑃1 𝑃2
0 = 10 log = 10 𝑙𝑜𝑔 − 10 𝑙𝑜𝑔
𝑃2 𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑃𝑟𝑒𝑓
𝑃𝑟𝑒𝑓

0 = 𝑃1𝑑𝐵 − 𝑃2𝑑𝐵
Método de cálculo em comunicações (6)
Potência surfácica no ponto onde está a antena de recepção

Continuando a admitir o modelo de referência, a antena de


emissão radia uniformemente em todas as direcções, a potência
surfácica (𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚2 ) que chega à antena de recepção é:

𝑃1
𝑃𝑆 =
4𝜋𝐷 2

onde 4𝜋𝐷 2 é a área da esfera à distância D.


Método de cálculo em comunicações (6)

Potência captada pela antena de recepção no modelo de referância

𝑃1 𝜆2
𝑃2 = 𝑃𝑆 . 𝐴𝑒 𝑖𝑠𝑜 = .
4𝜋𝐷2 4𝜋
2
𝜆
𝑃2 = 𝑃1 .
4𝜋𝐷
Perdas de propagação no espaço livre
(perdas fictícias)

𝟐
𝑷𝟏 𝟒𝝅𝑫
=
𝑷𝟐 𝝀

𝟐
𝑷𝟏 𝟒𝝅𝑫
𝟎 = 𝟏𝟎 𝒍𝒐𝒈 = 𝟏𝟎 𝐥𝐨𝐠
𝑷𝟐 𝝀

𝟒𝝅𝑫
𝟎 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠
𝝀
Perdas de propagação no espaço livre
(perdas reais)
As perdas no espaço livre com antenas reais são menores do que com as
antenas isotrópicas, porque a antena de emissão radia uma potência mais
forte na linha de vista entre antenas e a antena de recepção capta uma
potência mais forte na mesma direcção.
A diminuição das perdas é igual ao ganho isotrópico das antenas.
𝑜r = 𝑜 − (𝐺𝑖𝑠𝑜1 + 𝐺𝑖𝑠𝑜2 )

4𝜋𝐷
𝑜r = 20 log − 𝐺𝑖𝑠𝑜1 − 𝐺𝑖𝑠𝑜2
𝜆
Outras perdas ou ganhos no sistema de comunicações
Além das perdas de propagação no espaço livre reais, existem
outros motivos de perdas, a saber:
• Perdas nos feeders das antenas de emissão e recepção.
• Perdas introduzidas por filtros sempre que for necessário
introduzi-los no sistema de comunicações.
• Perdas adicionais introduzidas pelo solo quando se aproxima da
linha de vista entre antenas.
• Perdas adicionais devidas a condições atmosféricas adversas,
• Ganho introduzido pelo “booster” sempre que aplicado a uma
antena de recepção.
Perdas introduzidas pelos “feeders” (1)
Os “feeders” das duas antenas são normalmente cabos coaxiais ou, nas
microondas, guias de onda ou fibras ópticas.
Os “feeders” são escolhidos de modo a não introduzirem perdas demasiado
elevadas, procurando-se um compromisso entre a atenuação e o custo do
“feeder”.
𝑃𝑖𝑛
𝑃𝑖𝑛 𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑃𝑖𝑛 𝑃𝑖𝑛
𝐿𝑓𝑑𝐵 = 10𝑙𝑜𝑔 = 10𝑙𝑜𝑔 = 10 log − 10 log
𝑃𝑜𝑢𝑡 𝑃𝑜𝑢𝑡 𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑃𝑟𝑒𝑓
𝑃𝑟𝑒𝑓

𝐿𝑓𝑑𝐵 = 𝑃𝑖𝑛𝑑𝐵 − 𝑃𝑜𝑢𝑡𝑑𝐵 = 𝐴𝑡𝑑𝐵


Perdas introduzidas pelos “feeders” (2)
As perdas introduzidas pelos “feeders” são tanto maiores quanto maior for
o seu comprimento.
Os fabricantes indicam, para cada tipo de “feeder”, a atenuação por cada
100 metros de “feeder”.

Exemplo:
Cabo coaxial da ANDREWS tipo HJ7-50A:
𝑃𝑎𝑟𝑎 100 𝑀𝐻𝑧: 𝐴𝑡 = 0,679 𝑑𝐵/100𝑚
Critérios de escolha dos “feeders” (1)

Os “feeders” são escolhidos tendo em conta a banda de frequências, a


atenuação e a potência do sinal.
• No que respeita à banda de frequências:
 Em ondas médias usam-se cabos coaxiais ou linhas aéreas
desbalanceadas.
 Em ondas curtas usam-se normalmente linhas aéreas
desbalanceadas.
 Em VHF e em UHF (até 1 GHz) usam-se cabos coaxiais.
 Acima de 1 GHz usam-se guias de ondas.
Critérios de escolha dos “feeders” (2)
• No que respeita à atenuação, o “feeder” deve ter um diâmetro
tal que 100m de “feeder” tenha não só uma atenuação baixa
mas também um custo adequado.

• No que respeita à potência, o “feeder” terá que ter uma


dimensão transversal suficiente para suportar a potência do sinal
a transmitir.
Perdas introduzidas pelos filtros inseridos
no sistema de comunicações (1)
• O emissor de qualquer sistema de comunicações ou de radiodifusão, transmite
na chamada frequência da portadora.

• É esta frequência que será modulada com a informação que se pretende


transmitir à distância.

• As frequências da portadora são distribuídas pelo INCM pelas estações dos


diversos serviços, de modo a haver o mínimo de interferência possível.

• As estações de frequência co-canal têm que ser muito afastadas para reduzir ao
máximo a interferência . As estações de canal adjacente têm ainda que ser
razoavelmente afastadas pois que elas, embora em menor grau, também
interferem.
Perdas introduzidas pelos filtros inseridos
no sistema de comunicações (2)
O ideal seria que cada emissor transmitisse somente a frequência da
portadora.

Mas os circuitos electrónicos dos emissores não são perfeitos, e o emissor


poderá transmitir também um sinal de frequência dupla (a chamada
2ª harmónica), um sinal de frequência tripla (3ª harmónica) ou um sinal de
qualquer outra frequência espúria resultante de oscilações dos
amplificadores do emissor.

Estes sinais de frequências espúrias, embora de potência muito pequena,


podem provocar interferência em estações de comunicações muito
próximas.

Para evitar estas possíveis interferências são usados filtros.


Controlo das frequências espúrias
A UIT obriga os fabricantes de emissores a limitarem o nível dos sinais
radiados com frequências espúrias, aos valores indicados na tabela:

Frequência Abaixo da frequência da Potência máxima das


da portadora portadora emissões espúrias
Abaixo de 30 MHz:
𝑃𝑇𝑋 ≤ 50 𝐾𝑊 40 dB 50 mW
𝑃𝑇𝑋 > 50 𝐾𝑊 60 dB 50 mW
De 30 a 235 MHz:
𝑃𝑇𝑋 ≤ 25 𝐾𝑊 40 dB 10 µW
𝑃𝑇𝑋 > 25 𝐾𝑊 60 dB 1 mW
Acima de 235MHz: Tão baixa quanto possível
Perdas introduzidas pelos filtros inseridos no sistema
de comunicações (3)

• O filtro é montado à saída do emissor para evitar que a antena de emissão


não mande para o ar essa frequência interferente.
• O filtro é uma unidade constituída por um circuito electrónico que introduz
algumas perdas.
Perdas introduzidas pelos filtros inseridos no
sistema de comunicações (4)
• Se a estação está a ser interferida na recepção por um sinal de frequência
próxima da sua frequência de operação, poderá esta estação usar um
filtro no circuito de recepção do seu sistema de comunicações.

• Neste caso o filtro não é usado para evitar a emissão de um sinal


interferente mas sim para evitar a detecção pelo receptor de um sinal
interferente.
Insersão de um LNB na antena de recepção
• Em certos sistemas de comunicações, o sinal captado pela antena de recepção
tem muito fraca intensidade.
A relação sinal/ruído (S/N) é muito baixa. O sinal ainda vai ser atenuado ao
percorrer o “feeder” até ao receptor e, portanto, a relação sinal/ruído ainda se
deteriora mais, e o receptor poderá não conseguir detectar o sinal.

• A solução é aplicar, junto à antena, um LNB (“Low Noise Blockconverter”) que é


um amplificador de sinais muito fracos que, para tal, tem que introduzir muito
pouco ruído.

• Contrariamente aos filtros, este LNB não introduz mais perdas na cadeia do
sistema de comunicações mas sim um ganho que contraria as perdas globais.

• A utilização do LNB é muito comum nas antenas parabólicas para comunicação via
satélite.
Perdas adicionais devido à proximidade do solo
• Para que a propagação possa ser considerada uma propagação em espaço
livre, não basta termos a linha de vista livre de obstáculos.
• Qualquer pico que fique próximo da linha de vista poderá provocar perdas
adicionais.
• Os picos 1 e 2 da figura poderão provocar perdas adicionais.
• O método de cálculo das perdas adicionais é estudado mais adiante.
Sistema de comunicações
(caso mais geral)
Perdas de transmissão globais
As perdas de transmissão globais de qualquer sistema de comunicações são
dadas pela expressão:

𝑷𝑻𝒙
𝑳𝑮 = 𝟏𝟎 𝒍𝒐𝒈
𝑷𝑹𝒙

𝑷𝑻𝒙
𝑷𝒓𝒆𝒇 𝑷𝑻𝒙 𝑷𝑹𝒙
𝑳𝑮 = 𝟏𝟎 𝒍𝒐𝒈 = 𝟏𝟎 𝒍𝒐𝒈 − 𝟏𝟎 𝒍𝒐𝒈
𝑷𝑹𝒙 𝑷𝒓𝒆𝒇 𝑷𝒓𝒆𝒇
𝑷𝒓𝒆𝒇

𝑳𝑮 = 𝑷𝑻𝒙 𝒅𝑩 − 𝑷𝑹𝒙 𝒅𝑩
Perdas de transmissão globais no caso
mais geral
𝐿𝐺 = Г𝑜 + Г𝑎 − 𝐺𝑖𝑠𝑜1 − 𝐺𝑖𝑠𝑜2 + 𝐿𝑓1 𝑑𝐵 + 𝐿𝑓2 𝑑𝐵 + 𝐿𝐹 − 𝐺𝐵

𝐿𝐺 - Perdas globais em dB’s


Г𝑜 - Perdas no espaço livre fictícias
Г𝑎 - Perdas adicionais que possam existir
𝐺𝑖𝑠𝑜1 𝑒 𝐺𝑖𝑠𝑜2 - Ganhos isotrópicos das duas antenas
𝐿𝑓1𝑑𝐵 𝑒 𝐿𝑓2𝑑𝐵 - Perdas nos “feeders” das antenas
𝐿𝐹 - Perdas de insersão de um eventual filtro
𝐺𝐵 - Ganho do eventual “LNB” ou Booster
Perdas de propagação adicionais
As perdas adicionais podem ser de diversos tipos:
• Perdas adicionais devidas a obstáculos que se aproximam ou mesmo
bloqueiam a linha de vista entre as antenas.
• Perdas adicionais devidas a interferência por reflexão no solo.
• Perdas adicionais devidas a condições atmosféricas adversas (chuvadas,
nevões, granizo, nevoeiro ou mesmo partículas em suspensão motivadas
por forte poluição industrial).
• As perdas adicionais devidas a estas condições adversas só são
importantes para frequências de VHF e acima, podendo ser muito fortes
no domínio das microondas.
Propagação em linha directa na proximidade do solo

Para avaliar as perdas adicionais resultantes dos picos do terreno próximos


da linha de vista entre as antenas, interessa definir quando é que se
considera que o solo está suficientemente afastado para não afectar a
propagação.
Teoria de
Huygens e Fresnel
Resultados da experiência (1)
• Se a abertura na parede divisória for diminuta, a intensidade luminosa, no
ponto 𝑃2 , é praticamente nula.
• Aumentando gradualmente o diâmetro da abertura, a intensidade
luminosa, no ponto 𝑃2 , aumenta até atingir um máximo.
• Continuando a alargar a abertura, a intensidade luminosa vai diminuir até
atingir um mínimo.
• Alargando ainda mais a abertura, obteremos uma série de máximos e
mínimos sempre com amplitude decrescente, tendendo para a
intensidade luminosa conseguida com a propagação da luz no espaço
livre.
Resultados da experiência (2)

Repare-se que o primeiro máximo tem uma intensidade aproximadamente


dupla da conseguida no espaço livre, e o mínimo subsequente tem uma
intensidade luminosa quase nula.
Teoria de Huygens-Fresnel
Zonas de Fresnel

𝐸𝑅 = 𝐷𝑅 + 𝜆 2 𝐹𝑅 = 𝐷𝑅 + 2 . 𝜆 2
𝐺𝑅 = 𝐷𝑅 + 3 . 𝜆 2 𝑋𝑅 = 𝐷𝑅 + 𝑛 . 𝜆 2

𝑑1 . 𝑑2 𝑑1 . 𝑑2
𝑅𝑛 = 𝑛 .𝜆 . 𝑅1 = 𝜆.
𝑑 𝑑

𝑑 𝜆 .𝑑
𝑑1 = 𝑑2 = 𝑅1𝑚𝑎𝑥 =
2 2
Elipsoide da 1ª zona de Fresnel
Conclusões
da Teoria de Huygens-Fresnel
• A intensidade luminosa não é resultante somente da propagação por
linha directa.
• É também resultante das fontes secundárias de uma frente de onda.
• A presença de um obstáculo tanto pode reforçar a intensidade luminosa
como pode atenuá-la.
• Se o obstáculo se aproximar demais, de modo a entrar na 1ª zona de
Fresnel, a intensidade luminosa pode ser severamente agravada.
Aplicação da Teoria de Huygens-Fresnel
às ondas de rádio
• As ondas radioeléctricas, tal como a luz, são ondas electromagnéticas.
• A Teoria de Huygens-Fresnel é, portanto, também aplicável às ondas
radioeléctricas.
• A intensidade do campo eléctrico no ponto de recepção também varia de
acordo com o gráfico.
Porquê aqueles resultados estranhos?
• Sem dúvida que se deve ao facto da iluminação do ponto P2 não ser só o
resultado da propagação por linha directa, mas também pelas infinitas
propagações por difracção nos bordos da abertura.

• As teorias existentes não explicavam matematicamente os resultados


verificados na prática.

• Huygens e Fresnel tiveram que conceber uma nova teoria que explicasse
esses resultados.
Critério para definição de propagação em espaço livre
Cumeada em gume de faca

• Admitindo o modelo teórico de uma cumeada longa em gume de faca, a


intensidade do campo eléctrico recebido é reduzida a metade, porque
metade das fontes secundárias é bloqueada, a que corresponde uma
atenuação de 6 dB.
Propagação interferida por reflexão
Havendo reflexão no solo, a antena de recepção capta o sinal principal
propagado por linha directa e o sinal interferente captado por reflexão no
solo.
Os sinais podem chegar à antena de recepção com uma diferença de fase de
360 graus e somam-se, ou com uma diferença de fase de 180 graus e
subtraem-se.
No caso mais desfavorável, o grau de enfraquecimento vai depender do
coeficiente de reflexão no solo e da directividade das antenas.
Factor de reflexão no solo
• O factor de reflexão, tanto no que se refere ao seu módulo como ao ângulo
de desfasagem introduzido, depende da polarização da onda
electromagnética, da natureza do solo, da frequência do sinal transmitido e
do ângulo rasante de incidência no solo.
• A dependência da frequência só é marcante no caso da reflexão ser feita no
mar devido à sua elevada condutibilidade.
• Em comunicações a longa distância, o ângulo de desfasagem imposto pelo
factor de reflexão é 180 graus.
• Em polarização horizontal, o ângulo de desfasagem imposto pelo factor de
reflexão é sempre 180 graus, para qualquer distância.
Factor de reflexão no mar
Factor de reflexão em terra húmida
Factor de reflexão em terra fértil
Factor de reflexão em terra seca
Será que devemos contar com a interferência por
reflexão?

• O solo, devido às suas irregularidades, não é um reflector confiável.

• A interferência pode ser vantajosa ou desvantajosa, existe contudo um


grande grau de incerteza.

• O mais prudente é evitar a reflexão no solo.


Como evitar à interferência
• A interferência por reflexão pode ser eliminada, ou pelo menos reduzida,
orientando de forma conveniente as antenas de emissão e recepção.

• A sobreelevação das antenas também poderá ajudar a reduzir a reflexão no


solo.
Propagação por difracção (1)

O facto de não existir linha de vista entre a antena de emissão e a


antena de recepção não significa que não seja possível a
comunicação.

A difracção provocada por um obstáculo, pode ser considerada


como se existisse uma fonte de radiação secundária no próprio
obstáculo.
Propagação por difracção (2)
Acima da linha de vista temos duas ondas, a onda directa e a
onda difractada, resultando um reforço do campo em certas
direcções e um enfraquecimento noutras.
Abaixo da linha de vista temos somente a onda difractada, que
terá uma atenuação tanto maior quanto mais na sombra estiver o
ponto de recepção.
Encurvamento dos raios da onda na troposfera e
estratosfera
Altitude (m) Índice de refracção
0 1,000324

610 1,000298

1.220 1,000275

1.830 1,000254

2.440 1,000235

15.000 1,000045
Raio da terra equivalente
Demonstra-se que se fizermos uma representação gráfica admitindo que o
raio da terra é 4/3 do raio da terra verdadeiro, nesse gráfico os raios da
onda são linhas rectas.
Distância ao horizonte
Cálculo da distância ao horizonte

𝑹𝒆𝒒 ≫ 𝒉 ⟹ 𝑫𝟏 ≅ 𝑫𝟐 ≅ 𝑫

𝟐
𝑹𝟐𝒆𝒒 + 𝑫𝟐 = 𝑹𝒆𝒒 + 𝒉 = 𝑹𝟐𝒆𝒒 + 𝒉𝟐 + 𝟐𝑹𝒆𝒒 𝒉

𝑫𝟐 = 𝒉𝟐 + 𝟐𝑹𝒆𝒒 𝒉 = 𝒉 𝒉 + 𝟐𝑹𝒆𝒒 ≅ 𝟐𝑹𝒆𝒒 𝒉

𝑫= 𝟐𝑹𝒆𝒒 𝒉 𝑫𝑲𝒎 = 𝟒, 𝟏𝟐 𝒉𝒎
Critério adoptado para espaço livre
Para que uma comunicação possa ser considerada em espaço livre, é
necessário que se verifique o seguinte:

• O elipsoide da 1ª zona de Fresnel deve estar livre de obstáculos.

• Não haver possibilidade de interferência por reflexão no solo.

• Condições atmosféricas normais.


Traçado do percurso da onda face ao perfil
do terreno
• Para sabermos até que ponto os picos do terreno se aproximam
da linha de vista, temos que traçar o perfil do terreno entre as
duas estações.
• A linha de vista é a linha do percurso da onda entre as antenas
de emissão e de recepção.
• O traçado da linha de vista é complicado porque os raios são
encurvados devido à refracção na atmosfera.
• Se fizermos um gráfico com o raio da terra aumentado do factor
4/3 podemos traçar os raios da onda como se fossem linhas
rectas.
Perfil do terreno
Método de cálculo das perdas adicionais devidas
à proximidade do solo
Admite-se o caso mais desfavorável do monte ser uma cumeada
longa transversal à direcção de propagação.
Admite-se que a cumeada é de gume de faca.
O cálculo das perdas adicionais é feito em função do parâmetro U,
da seguinte forma definido:
𝐶𝑆
𝑈=
𝑟𝑠
𝐶𝑆 - Distância entre o pico da cumeada e a linha de vista.
𝑟𝑠 - Raio da 1ª zona de Fresnel.
O método de cálculo pode ser gráfico ou analítico.
Método gráfico
Método analítico aproximado

Para -0,5 < U < 0,5:

𝒂 = 𝟔 + 𝟏𝟐, 𝟐 𝑼 (𝒅𝑩)

Para U > 1:

𝒂 = 𝟏𝟔 + 𝟐𝟎 𝒍𝒐𝒈 𝑼 (𝒅𝑩)
Problema 1
Pretende-se transportar um sinal de uma estação A para outra estação B, e para tal
vai-se recorrer ao sistema de UHF indicado na figura, operando na frequência de
450 MHz e com as seguintes características:
Emissor - P = 6 Watts
Antenas - Tipo: Antena com reflector cilindrico
Ganho: G/2 = 17,5 dB
Feeders - Tipo: Cabo coaxial Heliax 1 5/8”
Comprimento: Estação A - 10 metros
Estação B - 20 metros
Atenuação: 100Mhz – 0,679dB/100m
1000Mhz – 2,3dB/100m
Calcular a potência entregue ao receptor, fazendo o cálculo em valores relativos (dB’s),
tomando 1 Watt como referência, e em valores absolutos (Watts).
Problema 2
Considere o seguinte sistema de comunicação a operar na frequência de 900MHz :

Terminal de transmissão Terminal de recepção


Emissor: Potência = 500 W Antena: Giso = 15 dB
“Feeder”: Comprimento = 120 m Amplificador (Booster): G = 20 dB
Atenuação = 0,5 dB/100m “Feeder”: Comprimento = 80 m
Antena: G/2 = 18 dB Atenuação = 0,5dB/100m

Escolhendo a potência de referência que achar mais conveniente, calcule a potência aos terminais
do receptor em dB e em Watts, para os três casos de cumeada indicados na figura.
Problema 3
Considere um sistema de comunicação na frequência de 800 MHz, para o perfil indicado:

Terminal de emissão Terminal de recepção


Emissor: Potência = 500W Antena: Ganho isotrópico = 22,2 dB
Filtro: Atenuação de inserção = 1,5 dB “Booster”: Ganho = 20 dB
“Feeder”: Andrew HJ7-50A “Feeder”: Andrew HJ7-50A
Comprimento = 50 m Comprimento = 30 m
Antena: Ganho/2 = 20 dB Atenuação do “feeder”: 2,03dB/100m

Calcular a potência do sinal RF aos terminais de entrada do receptor.


Problema 4 (1)
O perfil do terreno entre duas estações de um sistema de comunicações em
VHF é o indicado na figura e assume-se que os picos indicados podem ser
considerados de gume de faca. Calcular 𝑃𝑇𝑥 𝑚𝑖𝑛
Problema 4 (2)
Terminal de transmissão Terminal de recepção
Emissor: Antena:
𝑃𝑇𝑥 𝑚𝑖𝑛 = ? (𝑓 =200 MHz) 𝐺𝑖𝑠𝑜 = 19 𝑑𝐵
“Feeder”“Booster”:
Tipo: HJ7-50A 𝐺𝐵 = 12 𝑑𝐵
𝐴𝑡 =0,958dB/100 m“Feeder”
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =103 m Tipo – HJ7-50A
Antena: 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =25 m
𝐺𝑑 = 16,84 𝑑𝐵 Receptor:
Filtro: Sensibilidade:
𝐿𝐹 = 0,3 𝑑𝐵 𝑃𝑅𝑥 𝑚𝑖𝑛 = 200 𝑝𝑊
Problema 5

Verificar se é possível uma comunicação com linha de vista entre


as antenas nos pontos A e B, distanciados de 120 Km, num lago
gelado, com as antenas a uma altitude de 120 m e 90 m,
respectivamente.
Cumeada real
Critério adoptado
Para que a teoria estabelecida no gráfico, para as cumeadas do tipo
gume de faca com comprimento infinito, possa ser aplicada a uma
cumeada real, ela tem que obedecer às seguintes condições:

• A cumeada deve ter um comprimento transversal maior ou igual ao


diâmetro da 1ª zona de Fresnel.

• Ambas as antenas são visíveis, ou quase, do topo da cumeada.


Critério adoptado na cumeada espessa (1)

• A cumeada espessa pode ser considerada equivalente a duas cumeadas


de gume de faca, conforme indicado na figura.

• A perda adicional da cumeada espessa é igual à soma das perdas


adicionais introduzidas por cada uma das cumeadas de gume de faca.

• Se as duas cumeadas de gume de faca estiverem muito próximas,


deve-se considerar uma única cumeada com a altura indicada na figura.
Critério adoptado na cumeada espessa (2)
Cumeadas múltiplas
acima da linha de vista (1)
Cumeadas múltiplas
acima da linha de vista (2)
1. Calcula-se a perda adicional introduzida pela cumeada 1, admitindo
uma antena de recepção fictícia no ponto M2 .
2. Calcula-se a perda adicional da cumeada 2, admitindo a antena de
emissão no ponto A1 e uma antena de recepção fictícia no ponto M3.
3. Calcula-se a perda adicional da cumeada 3, admitindo a antena de
emissão no ponto A2 e a antena de recepção real.
4. A perda adicional total é igual à soma em dB’s das perdas adicionais
de cada cumeada.
Cumeadas múltiplas
acima da linha de vista (3)
Propagação com reflectores artificiais
• Em certos casos pode-se recorrer a reflectores artificiais para tornar
possível a comunicação.
• Este processo só pode ser usado em micro-ondas para que os reflectores
tenham dimensões aceitáveis.
Propagação troposférica - Troposcatter
• É um modo de propagação possível para comunicações para além do
horizonte sem recurso a estações intermédias, e daí ser do agrado das
comunicações das forças armadas.
• A comunicação troposférica usa a banda C, de 4,4 a 5 GHz ou a banda S,
de 2 a 4 GHz.
• A comunicação troposférica é possível em distâncias acima dos 300 Km,
portanto em distâncias muito acima da distância ao horizonte.
• As TDM já usaram a propagação troposférica para comunicações
telefónicas entre Maputo e Beira (distância de 720 Km).
Vantagens e desvantagens da
comunicação troposfera
Vantagem
O sistema de comunicações é muito mais barato, porque não são necessárias
as estações repetidoras intermediárias dos sistemas de microondas, nem
obriga ao pagamento do “transponder” do satélite.
Desvantagem
Devido a turbulências inesperadas na troposfera, a comunicação pode ficar
interrompida, por vezes por períodos prolongados.
Para atenuar esta desvantagem, pode ser usada a diversidade em espaço e
em frequência, aumentando-se assim a confiabilidade do sistema.
Diversidade para aumentar a fiabilidade
Explicação do fenómeno troposférico (1)
No passado não se encontrava explicação para o alcance de tão longas
distâncias. As razões eram as seguintes:
• A ionosfera não servia de explicação porque ela é atravessada pelas
microondas.
• O encurvamento do raio da onda devido à refracção na troposfera,
também não era explicação para alcances tão para além do horizonte.
• A propagação por difracção na superfície da terra não poderia
proporcionar intensidades de campo tão fortes como as conseguidas na
propagação troposférica.
Explicação do fenómeno troposférico (2)
Actualmente encontram-se duas explicações possíveis para a propagação
troposférica:

• Perto do solo, a atmosfera é muito influenciada pela natureza do solo e


pelo seu aquecimento ou arrefecimento, o que pode dar origem a
inversões na variação da temperatura com a altitude.

• Partículas em suspensão na troposfera provocam o espalhamento dos


raios da onda.
Encurvamento ou reflexão
devido à inversão de temperatura
O fenómeno da inversão de temperatura
Espalhamento devido às partículas em susp
ensão na troposfera
Sistemas ópticos de comunicações no espaço
livre Free space optical systems - FSO
• A comunicação é feita por raio laser (Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation)

• Esta tecnologia está em grande desenvolvimento porque, em


certos casos, é uma alternativa económica à tecnologia de fibra
óptica.

• É uma alternativa aos sistemas de fibra óptica, para possibilitar


ligações de alta velocidade em redes locais (Local Area Networks
” – LAN) e em redes metropolitanas (Metropolitan Area Networks
– MAN).
Vantagens e inconvenientes
Vantagens
• Enquanto que, nas áreas metropolitanas, os custos de implantação de
enlaces de fibra óptica são muito altos e os de implantação dos enlaces
FSO são da ordem dos 20% do valor para fibra óptica.
• São evitadas as escavações, sempre problemáticas e caras numa cidade, e
eliminados os cabos entre os terminais.
Inconvenientes
• É muito vulnerável às condições atmosféricas que afectam a visibilidade e
provocam cintilação.
• Não pode haver qualquer obstáculo que se interponha entre o emissor e
o receptor, não deixando passar o raio laser.
• Está limitado a comunicações a pequenas distâncias.
Modulação de amplitude

• Em modulação de amplitude, a potência transmitida é igual à potência


da portadora mais a potência das duas bandas laterais.
• A potência máxima transmitida nas bandas laterais é metade da
potência da portadora (P/2) (P/4 para cada banda lateral), o que
acontece quando a percentagem de modulação atinge os 100%.
• A potência transmitida varia de P (potência do emissor), quando a
portadora não é modulada, até 1,5P, quando a portadora é modulada a
100%.
• A percentagem de modulação não pode ultrapassar os 100%, caso
contrário temos fortíssima distorção devida a cortes do sinal transmitido
e pomos o emissor em risco.
Modulação de amplitude
Sobremodulação
Largura de banda ocupada
• Em OM e OC, o sinal de áudio vai de 50 Hz a 10 KHz.
• O sinal modulado em amplitude tem o seguinte espectro de frequências:
Modulação de frequência
A potência transmitida é sempre igual à potência da portadora, ou seja,
igual à potência do emissor.

A percentagem de modulação não pode ultrapassar os 100%. Se ∆𝐹 for


maior do que 75 KHz, o valor correspondente aos 100% de modulação em
radiodifusão, a banda de frequências ocupada aumenta e a estação
provoca interferência nos canais mais próximos.
Para além disso, resulta distorção.
Radiodifusão em VHF FM em monofonia
Na transmissão em VHF FM, a portadora é modulada em frequência pelo
sinal de áudio de 50 Hz a 15 KHz.
A largura de banda, ocupada por um canal em modulação de frequência,
depende do valor máximo da frequência do sinal de áudio modulante,
conforme a expressão:
𝐿𝐵 = 2 ∆𝐹 + 𝑓𝑚𝑎𝑥
∆𝐹 – Desvio de frequência máximo, para uma percentagem de modulação
de 100%.
Em radiodifusão: ∆𝐹 = 75 𝐾𝐻𝑧 𝑓𝑚𝑎𝑥 = 15 𝐾𝐻𝑧
𝐿𝐵 = 2 75 + 15 = 180 𝐾𝐻𝑧
Transmissão em monofonia
• A transmissão pode ser feita em monofonia ou em estereofonia.
• Em monofonia o sinal modulante é único com frequência máxima de 15
KHz.
• O espectro do sinal modulante e do sinal modulado a 100% de
modulação é o seguinte:
Transmissão em estereofonia (1)
Na transmissão em estereofonia temos dois sinais a transmitir, o canal esquerdo (L) e o
canal direito (R).

Ambos os canais são canais de áudio com a mesma banda de frequências (50 Hz a 15 K
Hz) e não podem, portanto, modular a mesma portadora. Para os individualizarmos,
temos que os separar em frequência e, para isso, poderiamos deixar o canal L na banda
de 50 Hz a 15 KHz e transpôr, por modulação em amplitude de uma portadora de
38 KHz, o canal R para uma banda de 23 a 53 KHz.

Desta forma, passaríamos a ter um sinal composto com o seguinte espectro:

Seria este sinal composto que iria modular em frequência o emissor de VHF FM.
Transmissão em estereofonia (2)
Para evitar desperdício de potência, a modulação da portadora de 38 MHz
foi feita por um modulador equilibrado que elimina a portadora.
Não sendo transmitida a portadora o receptor não sabe qual é a portadora
que tem de desmodular e, por isso, é também transmitido um sinal de
pequena potência de 19 KHz, que o receptor duplica e obtém exactamente
a frequência da portadora.
Sendo a portadora, do emissor de FM, modulada pelo sinal composto assim
concebido, não há compatibilidade na recepção, ou seja, um receptor de
mono só capta sinais até 15 KHz e, portanto, só capta o canal esquerdo (L).
Transmissão em estereofonia (3)
Para haver compatibilidade temos que transmitir os canais L+R e L-R, o que
é feito por uma matriz.
O espectro do sinal composto que vai modular a portadora do emissor de
FM será:
Gerador de estéreo
O gerador de estéreo é uma unidade colocada à entrada do emissor, que
gera o sinal composto que vai modular em frequência a portadora do
emissor.
Receptor de estéreo
Receptor de estéreo
Consequências da transmissão em estereo
• A largura de banda ocupada por cada estação é muito maior do que os 180 KHz da
transmissão em mono, porque a frequência máxima do sinal modulante é muito
maior.

𝐿𝐵 = 2 ∆𝐹 + 𝑓𝑚𝑎𝑥 = 2 𝑥 75 + 53 = 256 𝐾𝐻𝑧

Consequência: Menos estações na banda de 87,5 a 108 MHz.

• Em monofonia, o sinal modulante é único, e pode modular a portadora a 100%.


Em estereofonia, o sinal composto tem 3 componentes: o sinal L+R, o sinal L-R e o
sinal piloto.
Os sinais L+R e L-R só podem, cada um deles, ser modulados a 45%, e o sinal piloto a
10%.

Consequência: Para a mesma potência do emissor, o alcance da estação em estereo


e apreciavelmente menor do que em mono.
Método de cálculo em radiodifusão (1)
Da mesma forma que nas bandas de ondas longas, médias e curtas usadas
na radiodifusão, em VHF FM limitamo-nos a calcular a intensidade do
campo eléctrico no ponto de recepção.

Define-se o valor do campo mínimo utilizável para a banda de VHF, acima do


qual a qualidade de recepção é boa e abaixo do qual a recepção é má ou
não é possível.
Não é possível usar o método de cálculo usado em comunicações porque:

 são vários os tipos de receptores e antenas de recepção.


 é possível sobreelevar a antena de emissão, mas não é possível sobr
eelevar as antenas dos receptores dos ouvintes.
 o perfil do terreno influi sempre e varia de direcção para direcção.
Cálculo gráfico da intensidade do campo eléctrico

Tal como na propagação em ondas médias, o método gráfico é usado com


duas finalidades:

• Determinar a intensidade de campo a uma certa distância, ou

• Determinar, para um determinado valor da intensidade de campo


mínimo utilizável, o alcance máximo da estação em cada direcção , o que
permite determinar a área de cobertura da estação.
Intensidade de campo mínimo utilizável (dB)

Zonas de cobertura VHF FM TV


Banda II
Mono Estéreo Banda I Banda III Banda IV Banda V

Zonas rurais 48 54

Zonas urbanas 60 66 48 55 65 70

Grandes cidades 70 74
Intensidade de campo mínimo utilizável (dB)

Quando não existe ruído industrial, o nível de interferência é muito baixo


ou se usa uma antena de recepção exterior, os seguintes campos mínimos
podem ser suficientes para uma boa recepção.

VHF FM Banda II TV
Mono Estéreo Banda I Banda III Banda IV Banda V

34 48 46 49 58 64
Método de cálculo em radiodifusão (2)
Os gráficos usados são válidos para as bandas I, II e III (atribuídas à radio e à
televisão) ou para as bandas IV e V (atribuídas à televisão), para diferentes
tipos de terra sólida ou mar, para uma par de 1 KW, para uma altura da
antena de recepção igual a 10 metros e para um factor de ondulação do
terreno ∆𝐻 = 50𝑚.

Cada gráfico tem várias curvas de propagação, cada uma delas


correspondente a uma altura efectiva da antena de emissão da estação de
radiodifusão.

Os gráficos são válidos para 50 % do tempo e 50% dos locais


Bandas usadas em radiodifusão nas bandas
de VHF e UHF na Região 1
Banda I 47 – 68 MHz (Televisão e Rádio Digital DRM+)
Banda II 87,5– 108 MHz (Rádio)
Banda III 174 – 230 MHz (Televisão e Rádio digital DAB)
Banda IV 470 – 614 MHz (Televisão)
Banda V 614 – 960 MHz (Televisão digital)
Gráfico para as bandas I, II e III
Gráfico para as bandas IV e V
Altura efectiva da antena
A altura efectiva da antena é a altura entre o ponto médio da antena e o
nível médio do terreno entre 3 e 15 Km.
O nível médio do terreno varia com a direcção e, portanto, a altura efectiva
da antena varia com a direcção.
Parâmetro ∆𝑯
A irregularidade do solo, a que também se chama o grau de ondulação do
solo, representa-se pelo parâmetro ∆𝐻.
De acorco com as recomendações da UIT, o parâmetro ∆𝐻 é avaliado entre
10 e 50 Km.
O parâmetro ∆𝐻 varia com a direcção.
Correcção do parâmetro ∆𝑯 (1)
O gráfico das curvas de propagação foi traçado para um ∆𝐻 = 50 há,
portanto, necessidade de fazer correcção para o valor real do ∆𝐻.
Correcção do parâmetro ∆𝑯 (2)
Cálculo da intensidade de campo num
determinado local
Usando a curva de propagação correspondente à altura efectiva da antena,
determina-se o campo E1dB para uma 𝒑𝒂𝒓 igual a 1 𝐾𝑤.

Fazem-se as correcções necessárias da par em termos de altura efectiva da


antena, de ganho da antena e do parâmetro ∆𝐻, na direcção do local.
E dB = E1dB + pardB
Cálculo do alcance em cada direcção (1)

• Faz-se o cálculo para direcções de 15 em 15 graus para o campo mínimo


utilizável.

𝐸𝑚𝑢𝑑𝐵 = 𝐸1𝑚𝑢𝑑𝐵 + 𝑝𝑎𝑟𝑑𝐵

• O valor do campo a entrar no gráfico para determinar o alcance na


direcção considerada será:
𝐸1𝑚𝑢 𝑑𝐵 = 𝐸𝑚𝑢 𝑑𝐵 − 𝑝𝑎𝑟𝑑𝐵
Cálculo do alcance em cada direcção (2)
Azimute () Gd par Hef 𝜟H Fc parcorr D
(dB) (dB) (m) (m) (dB) dB) (Km)
0
15
30
45
60

345
Zona de cobertura
Problema de VHF FM
Uma estação de radiodifusão sonora em VHF FM opera com um emissor de
10 KW e uma antena constituida por 8 dipolos verticais alinhados (admite-se
que cada dipolo vertical tem radiação omnidireccional no plano horizontal).
a) Calcular a intensidade do campo eléctrico a 50Km de distância, em dB’s
e V/m.
b) Calcular o alcance da estação para uma intensidade de campo mínimo
utilizável de 40 dB.
Nota: Na direcção em que se pretende fazer os cálculos, a altura efectiva da
antena é 𝑕𝑒𝑓 = 100𝑚 e o grau de irregularidade do terreno é ∆𝐻 = 90𝑚.
Resolução da alínea a)
Nas condições: Terra sólida, par=1KW, ∆H=50m, H2 =10m, 50% do tempo,
50% dos locais e para a altura efectiva de 100m, tira-se do gráfico:
𝑑 = 50 𝐾𝑀 ⟾ 𝐸1 = 38 𝑑𝐵
em par:
10
𝑃𝑇𝑥 𝑑𝐵 = 10 log = 10 𝑑𝐵 𝐺𝑑 = 9 𝑑𝐵
1

∆𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑇𝑥 𝑑𝐵 + 𝐺𝑑 = 19 𝑑𝐵
Resolução da alínea a)
Correcção em ∆𝑯 (𝑣𝑒𝑟 𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜): ∆∆𝐻 = −4 dB
𝐸𝑑𝐵 = 𝐸1𝑑𝐵 + ∆𝑝𝑎𝑟 + ∆∆𝐻

𝐸𝑑𝐵 = 38 + 19 − 4 = 53 𝑑𝐵
𝐸𝜇𝑉/𝑚
𝐸𝑑𝐵 = 20 log
1𝜇𝑉/𝑚
53 = 20 log 𝐸𝜇𝑉/𝑚

𝐸𝜇𝑉/𝑚 = 102,65 = 447 𝜇𝑉 𝑚


Resolução da alínea b)
𝐸1𝑢𝑑𝐵 = 𝐸𝑢𝑑𝐵 − ∆𝑝𝑎𝑟 − ∆∆𝐻

𝐸1𝑢𝑑𝐵 = 40 − 19 + 4 = 25 𝑑𝐵

Do gráfico tira-se: 𝑑 = 88 𝐾𝑚
Antena não omnidireccional (1)

Dipolo de meia onda


Gd max = 2dB
Antena não omnidireccional (2)

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