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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas

Formação da imagem em espelhos planos


Associando espelhos planos
Reflexão da luz em espelhos esféricos

Gabriel de Oliveira Aragão (201710725)


Tailan Santos Sarubi (201810648)
Paulo Willian Gouveia Andrade Junior (201810646)

Ilhéus - Bahia
2022
Gabriel de Oliveira Aragão (201710725)
Tailan Santos Sarubi (201810648)
Paulo Willian Gouveia Andrade Junior (201810646)

Formação da imagem em espelhos planos


Associando espelhos planos
Reflexão da luz em espelhos esféricos

Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação


da disciplina CET 182 – Laboratório de Fı́sica IV. Turma P02.

Ilhéus - Bahia
2022

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Sumário

1 Introdução 1

2 Objetivos 4

3 Materiais e Métodos 5
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 Resultados e discussão 6
4.1 Experimento 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.2 Experimento 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4.3 Experimento 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.4 Experimento 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

5 Conclusão 14
1 Introdução
Boa parte das coisas que vemos ao nosso redor no dia a dia não emitem luz própria.
Podemos vê-las, porque a luz que incide sobre suas superfı́cies é refletida. Quando a
luz incide sobre uma superfı́cie de um material, ela pode ser reemitida sem que haja
alteração em sua frequência, ou é absorvida pelo material (e o aquece). Então é dito que
a luz é refletida quando ela retorna ao meio meio de origem. Esse processo é chamado de
Reflexão.
Fermat mostrou que o ângulo de incidência da luz será igual ao ângulo de reflexão da
luz. Essa demonstração ficou conhecida como lei da reflexão. A Figura (1) mostra um
esquema da lei da reflexão:

Figura 1: Lei da reflexão.

se chamarmos de θ1 o ângulo de incidência e de θ2 o ângulo de reflexão, pela lei da


reflexão, sabemos que θ1 = θ2 , ou seja, há uma reflexão total.
Um exemplo da aplicação da lei de reflexão sãos os espelhos planos. Suponha que
tenhamos uma vela que esteja localizada em frente a um espelho plano. Então, há raios
sendo emitidos da vela em todas as direções. A Figura (2) ilustra esse exemplo, perceba
que estamos levando em consideração somente 4 raios em direção ao espelho plano.

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Figura 2: Ilustração: Vela em frente a um espelho plano.

note que os raios divergem a partir da chama da vela e incidem diretamente no espelho,
onde são refletidos em ângulos iguais aos de incidência (θ1 = θ2 ). Então, os raios divergem
a partir do espelho e parecem ter origem de um ponto situado atrás do espelho.
Um observador irá ver uma vela dentro do espelho, essa imagem é chamada de imagem
virtual. E é obtida da seguinte forma, ao prolongar os raios refletidos em linha reta
(as linhas tracejadas na Figura) vemos que elas coincidem em um mesmo ponto. É
interessante perceber que a distância da vela real ate o espelho é a mesma distância da
vela virtual ate o mesmo espelho. Esse fenômeno ocorre pois o espelho é plano.
Podemos também associar espelhos planos, ou seja, ornamenta-los de forma a obter
um ângulo entre eles, dessa forma não teremos somente uma imagem virtual, mas várias.
E podemos calcular quantas imagens teremos para cada ângulo usando a equação (1),
para esse relatório veremos se o cálculo teórico coincide com a realização experimental.


N= −1 (1)
α
onde N corresponde ao número de imagens produzidas e α é o ângulo formado entre os
espelhos.
No entanto, na vida real não encontramos somente espelhos planos, mas também há
espelhos esféricos. Um espelho esférico é uma superfı́cie refletora de formato esférico,
podendo ser côncava ou convexa. Nesse experimento, iremos considerar um caso em que
a superfı́cie refletora é interna e outro caso em que a superfı́cie refletora é externa. Os
espelhos esféricos obedecem às mesmas leis da reflexão observadas nos espelhos planos.
Pra descrever a formação de imagem em espelhos esféricos é necessário uma equação

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diferente da eq. (1), que relaciona a posição do ponto imagem com à posição do ponto
objeto. Essa equação é dita equação de Gauss para espelhos esféricos.

1 1 2
+ ′ = (2)
s s r

onde s é a distância objeto e s′ a distância imagem, e podem ser medidas a partir do


plano tangente ao espelho no seu vértice V, conforme ilustra a Figura 3.

Figura 3: Esquema para obter a equação de Gauss.

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2 Objetivos
Podemos dividir os objetivos desse relatório em três etapas, a primeira é analisar a
formação de uma imagem em um espelho plano, utilizando a lei da reflexão para uma
estimativa teórica e comparar com o experimento.
A segunda etapa é observar o número de imagens produzidas quando dois espelhos
estão associados entre si. Iremos medir o ângulo entre os espelhos planos e calcular o
número de imagens produzidas e comparar com o resultado experimental. Também iremos
resolver o problema proposto matematicamente e verificar o resultado experimentalmente.
Por fim, a terceira etapa é estudar o comportamento dos raios luminosos incidentes
em espelhos esféricos. Deduzir as equações de Gauss para espelhos esféricos.

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3 Materiais e Métodos

3.1 Materiais

Para esse experimento foram utilizados os seguintes aparatos experimentais:

• Espelhos planos;

• Espelhos côncavos e convexos;

• Transferidor;

• Fita isolante;

• Um objeto para ser a imagem;

• Ponteira a laser;

• Régua.

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4 Resultados e discussão

4.1 Experimento 1

Foi fixado à frente da fonte de luz(um laser) e um espelho plano,logo após traçou-se
numa folha de papel A4 as retas r e s pelos pontos médios das margens e perpendiculares
a elas, como ilustrado na figura 4 e em anexo. Marcou-se na reta s o ponto P e no
ponto médio da reta r o ponto A e outros dois pontos B e C que se situem no campo
do espelho, posicionou-se a folha com o espelho de maneira que o raio luminoso incidiu
perpendicularmente no espelho que tinha os pontos P e A. O ponto P será objeto para
o espelho. Reposicionar a fonte (ou a folha de papel com o espelho) de forma que o raio
luminoso passe pelo ponto P e incida no espelho em B. Marcar um ponto qualquer B’
no raio refletido, após o procedimento obteve-se os seguintes resultados apresentados na
figura abaixo.

Figura 4: Folha com o resultado do experimento.

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Como pode-se observar na imagem da figura 4, foi traçado os trajetos que passaram
nos pontos P e A e logo após nos pontos P, B e B’, assim como os pontos P, C e C’, fez-
se os prolongamentos de BB’ e de CC’ e foi marcado um ponto onde os prolongamentos
se cruzam, assim nos retornando um ponto P’ onde chamamos de ponto virtual, que
é resultado dos prolongamentos feitos através dos trajetos da luz até incidir nos pontos
marcados no espelho. Logo após medimos o trajeto PA que nos retornou 13 cm e o trajeto
AP’ que nos retornou 11,5 cm, uma diferença pequena que pode ter-se dado devido a
alguns erros de calibragem e alinhamento do espelho, mas confirmando assim a previsão
teórica com a imagem virtual projetada atrás do espelho plano semelhante a imagem real.

4.2 Experimento 2

Montou-se o equipamento conforme mostra a figura abaixo, com um laser fixado, um


espelho plano e um transferidor para aferir os ângulos:

Figura 5: Aparato experimental.

Onde temos o laser incidindo perpendicularmente ao espelho, com um transferidor


posicionado para marcar os graus do feixe de luz incidente e refletido, foi incidido o laser
na angulação recomendada pelo roteiro, e obtivemos os seguintes dados:

Tabela 1: Tabela com ângulos de incidência e reflexão.


Ângulo de Incidência: θI Ângulo de Reflexão: θR
0◦ 0◦
10◦ 10◦
20◦ 20◦
30◦ 30◦
40◦ 40◦
50◦ 50◦

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Figura 6: Realizando as medidas dos ângulos de incidência e reflexão.

Assim como podemos perceber na Tabela 1 os dados mostram que o comportamento do


feixe de luz se deu bem próximo ao esperado, uma vez que se observa a equivalência entre
os ângulos de incidência os quais estão listados na primeira coluna, e os ângulos de reflexão
que por sua vez estão listados na segunda coluna da tabela, assim por meio da análise dos
resultados, percebe-se que os valores encontrados se comportaram de maneira bastante
próxima àquela prevista pelas leis que foram o objeto de estudo deste experimento. Os
ângulos de reflexão medidos foram iguais aos ângulos de incidência determinados, o que
comprova a lei da reflexão explicada pelo princı́pio de Fermat já apresentado na Introdução
do presente relatório

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4.3 Experimento 3

A associação de espelhos planos ocorre quando um feixe de luz refletida por um espelho
EA atinge um outro espelho EB, formando assim uma combinação de imagens refletidas.
Esta associação pode ser em paralelo (formando infinitas imagens) ou angular (formando
imagens conforme o ângulo). O cálculo do número de imagens é definido pela seguinte
fórmula:
360
N= −1 (3)
α
Onde N corresponde ao número de imagens produzidas e α é o ângulo formado entre os
espelhos.
Assim, fazendo a angulação entre os espelhos e analisando as imagens do objeto em
questão podemos observar como se dá o fenômeno em algumas fotografias retiradas no
momento do procedimento experimental:

Figura 7: Associando os espelhos e analisando o fenômeno.

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Figura 8: Associando os espelhos e analisando o fenômeno.

Logo após foi medido a angulação entre os espelhos e determinada a quantidade de


imagens equivalentes a cada ângulo medido, os resultados estão apresentados na Tabela
2:

Tabela 2: Tabela com ângulo, imagem teórica e experimental dos espelhos associados.
Ângulo entre os espelhos: θ Imagem teórica: nI Imagem exp: nE
0◦ ∞ ∞
45◦ 7 7
60◦ 5 5
90◦ 3 3
180◦ 1 1
360◦ 0 0

Como esperado e como prevê a teoria, os resultados podem ser facilmente verificados
utilizando a eq(3). Agora como proposto no roteiro, vamos resolver um pequeno problema.

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Dois espelhos planos formam, entre si, um determinado ângulo. Calcule
esse ângulo, sabendo que, reduzindo-o 10º, o número de imagens produzidas
pelo sistema de um dado objeto é aumentado de 6.

Resposta: utilizaremos a eq(3), assim ficamos com:

360 360
+6= (4)
α α − 10

com isso

360 + 6α 360
=
α α − 10

(360 + 6α)(α − 10) = 360α

fazendo a distributiva e organizando, encontraremos a equação do segundo grau:

α2 − 10α − 600 = 0

as possı́veis raı́zes são:

α1 = 30

α2 = −20

assim podemos determinar o n usando a eq(3)

360
N= −1
α

N = 11

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4.4 Experimento 4

Posicionou-se sobre a mesa a fonte luminosa e o apoio retangular conforme a figura.

Figura 9: Realizando as medidas no experimento do espelho côncavo.

Colocou-se a plataforma retangular à frente da fonte e sobre ela a folha de papel como
mostrado na Figura 9, com as duas retas AB e CD que unem os pontos médios dos lados
opostos, fixou-se a folha com fita adesiva para que ela não se deslocasse sobre a plataforma,
ligou-se a fonte de luz e apagou-se a luz do ambiente em que o experimento foi realizado.
Movimentou-se a fonte de maneira que o raio luminoso central do feixe coincidisse com a
reta AB da folha modelo, e colocou o espelho côncavo sobre a folha de papel posicionando
o ponto médio V da superfı́cie especular no centro da folha onde foi traçado no papel o
perfil do espelho e ajustado o posicionamento do conjunto espelho-folha tal que o raio
refletido central coincidiu com o raio incidente, conforme ilustra a figura.

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Figura 10: Realizando as medidas no experimento do espelho côncavo.

Nos espelhos convexos de Gauss( equação mostrada na introdução) temos o conhecido


ponto focal f, que é o ponto médio entre o centro e a curvatura do espelho, esse ponto
médio fica sobre a reta AB, o ponto f é o local para onde os raios refletidos ou prolongados
se convergem.
A medida entre o ponto focal e o vértice do espelho é a distância focal, como vimos
o ponto focal fica localizado no ponto médio entre o centro de curvatura e o vértice do
espelho, assim podemos afirmar que a distância focal pode ser definida como a metade da
medida do raio
R
f=
2
E para um espelho côncavo ele obedece algumas propriedades. Uma delas, e a mais
interessante neste caso, é que raios que incidem paralelamente ao eixo central desse espelho
côncavo, são refletidos passando pelo foco do mesmo.
Medimos e encontramos os valores de R= 14,8 cm e f = 7,5 cm, como previsto pela
teoria, o R = 2f. Analisando e concluindo o experimento podemos ver que no espelho
côncavo o foco é real, ou seja, há cruzamento efetivo de raios diante do espelho, enquanto
que no espelho convexo o foco é virtual pelo fato de ser obtido através do prolongamento
dos raios atrás do espelho.

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5 Conclusão
Por meio da análise dos resultados, percebe-se que os valores encontrados se com-
portaram de maneira bastante próxima àquela prevista pelas leis que foram o objeto de
estudo destes experimentos. Os ângulos de reflexão medidos foram iguais aos ângulos
de incidência determinados, o que comprova a lei da reflexão explicada pelo princı́pio de
Fermat, as imagens formadas através da associação de espelhos mostraram de forma clara
o previsto em teoria.
Por meio da análise dos resultados obteve-se a divergência dos espelhos utilizados
(côncavo e convexo) bem como a distância focal para cada uma e o raio, percebendo
então a verificação da teoria de Gauss, dessa forma os experimentos realizados passaram
uma demonstração empı́rica das leis fı́sicas que regem a ótica geométrica nas teorias de
reflexão e refração bem como lentes concavas e convexas.

Referências
[1] NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Fı́sica Básica 4: Ótica, Relatividade e Fı́sica
Quântica. São Paulo, Editora Edgard Blücher LTDA, 1998.

[2] HECHT, EUGENE. Optics, publishing company - addison wesley 38.9 (1970): 1156-
1158.

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