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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Ciências e Tecnologia – CCT


Unidade Acadêmica de Física – UAF
Física Experimental II
Campus Bodocongó – CEP: 58109-970

REFLEXÃO DA LUZ

Relatório Apresentado à
Disciplina de Física
Experimental II da Unidade
Acadêmica de Física do
CCT da UFCG como
requisito básico para
aprovação na citada
disciplina.

Autora:
Maria

Campina Grande – PB, 14 de Agosto de 2023


INTRODUÇÃO

A reflexão em espelhos desempenha um papel fundamental na física e na


compreensão da propagação da luz. Quando a luz incide em uma superfície espelhada,
ela é refletida de acordo com a lei da reflexão, que estabelece que o ângulo de
incidência é igual ao ângulo de reflexão.

Figura 01: Reflexão da Luz

Esse princípio é crucial na formação de imagens em espelhos planos e curvos, e é


uma das bases da óptica geométrica. Em espelhos planos, a imagem formada é virtual,
ou seja, não é real, mas parece estar atrás do espelho.
No espelho côncavo, o foco F é um ponto-imagem real definido pelos cruzamentos
efetivo dos raios luminosos refletidos.
No espelho convexo, o foco F não real, mas um conceito geométrico. Ele é
encontrado traçando os raios de luz que saem de diferentes pontos da superfície do
objeto, refletem no espelho convexo e parecem se encontrar em um ponto comum. A
imagem formada é sempre virtual, direta (não invertida) e menor que o objeto real.

Figura 02: Espelho Côncavo Figura 03: Espelho Convexo

OBJETIVOS

Neste presente estudo, temos como objetivo:


 Compreender os fenômenos óticos que podem ser vistos na forma
de um feixe luminoso que se comporta maneiras diferentes quando é
refletido em diferentes tipos de superfícies.

ABORDAGEM

Essa atividade experimental foi dividida em cinco partes, sendo elas:


I. A primeira parte tinha como objetivo determinar, experimentalmente, o ângulo
de incidência e o ângulo de reflexão por meio de espelhos planos;
II. A segunda parte permitiu a visualização do reflexo de um objeto por meio da
associação de espelhos planos, realizando-se a contagem do número de imagens
que são refletidas;
III. A terceira parte procurava visualizar o foco em espelhos côncavos;
IV. A quarta parte buscava visualizar o foco em espelhos convexos;
V. A quinta e última parte realiza a determinação da distância focal de um espelho
côncavo.

MATERIAIS

Nos experimentos foram usados os equipamentos listados a seguir:

 Fonte de luz branca 12V - 21W, chave liga-desliga, alimentação bivolt e sistema
de posicionamento do filamento;
 Base metálica 8 x 70 x 3cm com duas mantas magnéticas e escala lateral de
700mm;
 Superfície refletora conjugada: côncava, convexa e plana;
 Diafragma com uma fenda;
 Lente de vidro convergente plano-convexa com Ø = 60mm, DF = 120mm, em
moldura plástica com fixação magnética;
 Cavaleiro metálico;
 Suporte para disco giratório;
 Disco giratório Ø = 23cm com escala angular e subdivisões de 1º;
 Dois espelhos planos 60x80mm;
 Dois fixadores de espelho plano;
 Vela;
 Espelho côncavo Ø = 5cm e 20cm de distância focal, em moldura plástica com
fixação magnética; trena de 2m;
 Anteparo para projeção com fixador magnético;
 Caixa de fósforos

PRIMEIRA PARTE – As Leis da Reflexão: Espelhos Planos

PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Inicialmente foi montado o equipamento conforme a figura abaixo:


Figura 04: Montagem do equipamento para experimento de espelhos planos
Fonte:Azeheb,Laboratórios de Física

Colocou-se em um lado do cavaleiro metálico o diagrama com uma fenda e do


outro lado uma lente convergente de distância focal 12 cm. Ajustou-se a posição do
conjunto para que o filamento da lâmpada ficasse no foco da lente. Foi necessário
ajustar a localização do raio luminoso bem no centro do transferidor.
Após isso, foi girado o espelho plano, colocado sobre o disco óptico, de forma
que o ângulo de incidência variasse de 10° em 10°. Com isso, foram anotados os
resultados obtidos na Tabela I.

Tabela I: Variação da Incidência de Luz - Ângulos de Incidência e Reflexão.

Ângulos de Incidência (I) Ângulos de Reflexão (R)


Escolhido/Previsto Medidos
0° 0°
10° 10°
20° 20°
30° 30°
40° 40°
50° 50°
60° 60°
70° 70°

CONCLUSÃO

É possível observar experimentalmente que o ângulo de incidência (I) era


exatamente igual ao ângulo de reflexão (R), assim comprovando, uma das
características principais das Leis da Reflexão, que diz que a luz incidente em uma
superfície refletora forma um ângulo igual ao ângulo de reflexão, ambos medidos em
relação à normal (uma linha perpendicular à superfície refletora) no ponto de incidência
(Anexo 1).

SEGUNDA PARTE – Associação de Espelhos Planos


PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Inicialmente montou-se o equipamento conforme a foto abaixo:

Figura 05: Montagem do experimento de associação de espelhos planos

Após a montagem foi colocado os espelhos planos sobre o transferidor formando


um ângulo de 60° entre eles. Posteriormente, colocou-se um objeto entre os espelhos e
contou-se o número de imagens formado pelos espelhos.
Calculou-se o número esperado teoricamente através da Lei de Gauss, que é dada
por:
360°
Nteórico = ( ) − 1
α

O mesmo procedimento foi realizado para a associação de espelhos com ângulos de


30°, 45°, 90° e 120°, e os resultados foram anotados na Tabela II.

Tabela II: Número de imagens obtidas


Ângulo entre os espelhos Número teórico de imagens Número de imagens obtidas
30° 11 11
45° 7 7
60° 5 5
90° 3 3
120° 2 2

Para todos os ângulos foi observado que o número teórico de imagens foi o
mesmo de imagens obtidas. Notamos também uma relação que a medida que o ângulo
entre os espelhos se torna menor, o número de imagens aumenta.

CONCLUSÃO

Por meio da realização desse experimento, observamos uma importante


propriedade dos espelhos planos: o número de imagens quando dois espelhos planos são
observados.
A fórmula matemática que tenta determinar a quantidade de imagens resultantes
entre dois espelhos planos possui algumas limitações, já que ela é aplicável apenas para
situações em que os ângulos entre os espelhos são divisíveis por 360°.
Uma outra propriedade é que quando você coloca dois espelhos paralelos um em
frente ao outro e posiciona um objeto entre eles, ocorre o fenômeno chamado "cascata
de imagens múltiplas". Isso significa que infinitas reflexões dos objetos entre os
espelhos serão criadas, resultando em infinitas imagens repetidas.
No entanto, a intensidade da luz tende a diminuir a cada reflexão devido à perda
de luz em cada superfície refletora.
É importante lembrar que ao realizarmos experimentos estamos sujeitos a
cometer vários erros que podem contribuir no resultado final do experimento, por
exemplo, a qualidade dos espelhos, a quantidade de luz disponível e a absorção de luz,
imperfeição nos espelhos, que podem afetar a visibilidade das imagens múltiplas.

TERCEIRA PARTE – Reflexão da luz em espelhos côncavos

PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Primeiramente, foi montado o equipamento conforme a foto abaixo:

Figura 06: Montagem para o experimento Reflexão da luz em espelhos côncavos


Fonte: Azeheb, Laboratórios de Física

Foi usada a mesma configuração do experimento anterior para o disco óptico e


colocou-se o espelho côncavo em cima.
Foi substituído o diafragma de uma fenda pelo diafragma de cinco fendas e
ligou-se a fonte de luz, posicionando-se a lente convergente para que os feixes de luz
ficassem paralelos entre si. Em seguida ajustou-se o feixe luminoso paralelamente ao
eixo principal do espelho côncavo.
Observamos na figura abaixo, os elementos principais do espelho côncavo:
Figura 07: Ilustração de espelho côncavo

Os espelhos côncavos têm o formato de uma cavidade esférica refletora. Eles


apresentam uma superfície que reflete a luz, e outra, oposta e opaca, ou seja, que não
permite a transmissão dela. Quando um feixe de luz incide paralelamente ao eixo de
simetria do espelho côncavo, ele é refletido em direção a um ponto à frente do espelho,
conhecido como foco.
Para determinarmos como são formadas as imagens em um espelho côncavo,
devemos conhecer o comportamento dos raios de luz incidentes, ou seja, quando
atingem a superfície do espelho e refletem.

Figura 08: Ilustração dos Raios Incidentes em um espelho côncavo.


De acordo com a posição do objeto em relação ao centro de curvatura, o espelho
côncavo produzirá imagens reais, no entanto, quando um objeto é aproximado do
espelho a uma distância menor que a focal, a imagem conjugada será virtual e ampliada.
Ao realizarmos esse experimento, obtemos que o foco está na linha central dos
feixes de luz a 6,5 cm de distância do espelho e, nesse caso, a imagem obtida era real.
(Anexo 2)

CONCLUSÃO

Ao realizarmos o experimento, foi possível observar e enunciar as propriedades


dos espelhos côncavos e, de forma prática, constatar a presença de um foco e uma
imagem real.

QUARTA PARTE – Reflexão da luz em espelhos convexos

PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Primeiramente, montou-se o equipamento conforme a imagem a baixo:

Figura 09: Montagem para o experimento Reflexão da luz em espelhos convexos


Fonte: Azeheb, Laboratórios de Física

Foi usada a mesma configuração do experimento anterior e colocou-se o espelho


convexo em cima do disco óptico, realizando o mesmo procedimento de ajustar os
feixes de luz de modo a ficarem paralelos e a linha central alinhada no 0°.
Os espelhos convexos divergem a luz refletida em sua superfície, isto é, os raios
de luz são espalhados após a reflexão, ao contrário do que ocorre com os espelhos
côncavos.
Diferentemente dos espelhos côncavos, os convexos só são capazes de produzir
imagens virtuais. Os elementos geométricos dos espelhos convexos são exatamente os
mesmos dos espelhos côncavos, a diferença que ainda há, entretanto, é a posição desses
elementos, que se localizam atrás da superfície refletora.
A formação de imagens nos espelhos convexos é simples, uma vez que
há somente um caso: aquele em que a imagem conjugada é virtual (direta) e reduzida,
como podemos observar:
Figura 10: Esquema de espelho convexo

Ao realizarmos esse experimento, obtemos que o foco está no prolongamento


das linhas dos feixes de luz a 6,8 cm de distância do espelho e, nesse caso, a imagem
obtida era virtual (Anexo 3).

CONCLUSÃO

Ao realizarmos o experimento, foi possível observar e enunciar as propriedades


dos espelhos convexos e, de forma prática, constatar a presença de um foco que está no
prolongamento das linhas dos feixes de luz e uma imagem virtual.

QUINTA PARTE – Distância focal de um espelho côncavo

PROCEDIMENTOS E ANÁLISES

Inicialmente, foi montado o equipamento como ilustrado na figura abaixo:

Figura 11: Montagem para o experimento Distância focal de um espelho côncavo


Fonte: Azeheb, Laboratórios de Física

Com a utilização de um espelho côncavo de distância focal de 20 cm foi


projetada a imagem do objeto (vela acesa) no anteparo. Posteriormente, colocou-se o
espelho f=20 cm à 50 cm (D0 = 50 cm) do objeto. Ajustou-se a posição do anteparo para
que a imagem projetada ficasse bem nítida, movimentando-o para frente e para trás. Em
seguida, mediu-se a distância da imagem ao espelho, tendo como resultado Di = 31,5.
Nesse experimento, utilizamos a equação de Gauss para calcular a distância
focal (F):

1 1 1
=
+ 𝐷i
𝐹 𝐷0

Repetiram-se os procedimentos anteriores para outras posições do objeto, e


preencheu-se a Tabela III com os resultados.

Tabela III: Tabela que relaciona os valores medidos de D0 e Di a fim de determinar o


foco da lente.
N P = D (cm) P’ = Di (cm) Fi
1 50 31,5 19,33
2 45 31,5 18,53
3 42 33,5 18,64
4 37 37 18,50
5 30 46 18,16

FMédio = 18,63

Como visto anteriormente, a imagem projetada no anteparo pelo espelho


côncavo é real, sendo também invertida, no entanto, quando um objeto é aproximado do
espelho a uma distância menor que a focal, a imagem conjugada será virtual e ampliada.
Na figura abaixo temos a ilustração da formação de imagem por espelhos
côncavos:

Figura 12: A imagem é virtual (atrás do espelho), direita e maior que o objeto.

CONCLUSÃO

Ao fazermos o experimento, conseguimos determinar aproximadamente a


distância focal de um espelho côncavo, além de observar como a imagem se forma no
anteparo (Anexo 4).
REFERÊNCIAS

Halliday, D., Resnick, R., & Walker, J. (2014). Fundamentos de Física - Volume 4:
Óptica e Física Moderna. LTC Editora.

Hecht, E. (2016). Óptica. Editora AMGH.


Fowles, G. R. (1989). Introduction to Modern Optics. Dover Publications.

Laboratório de óptica eletricidade e magnetismo física experimental II / Pedro Luiz do


Nascimento... [et al.]. - Campina Grande: Maxgraf Editora, 2019. 280 p. : il. :color.

https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/espelhos- esfericos.htm#:~:text=Os%20espelhos
%20c%C3%B4ncavos%20t%C3%AAm%20o,n%C3%A3o% 20permite%20a%20transmiss
%C3%A3o%20dela.

https://www.infoescola.com/fisica/espelhos-concavos/
Anexo 1

Figura 13: Espelhos Planos

Anexo 2

Figura 14: Reflexão Da Luz Em Espelhos Côncavos


Anexo 3

Figura 15: Reflexão Da Luz Em Espelhos Convexos

Anexo 4

Figura 16: Distância focal de um espelho côncavo

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