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7,0

7,5
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO CARVALHO
DFCI – DEPARTAMENDO DE FÍSICA

Óptica Geométrica: Lentes e Espelhos

DISCIPLINA: Laboratório de Física 4


PROFESSOR: Dr. Cristiano Teles De Meneses

ALUNO: Wislan De Oliveira Santos 201700005812

Itabaiana/SE, 6 de setembro de 2021


1. Introdução

Até meados do século XVII acreditava-se que a luz fosse um feixe de


partículas ou corpúsculos emitidos pela fonte de luz. Na mesma época, a teoria de
que a luz fosse um fenômeno ondulatório foi proposta por Huygens. O comprimento
de onda da luz é muito pequeno em comparação com a maioria dos obstáculos,
tornando a difração muitas vezes desprezível e a aproximação retilínea, que
considera as ondas propagando-se em linhas retas. é válida nestas circunstâncias.
Certos fenómenos luminosos, como a reflexão e a refração (figura 1), podem ser
estudados sem que se conheça previamente a natureza da luz, o estudo destes
fenômenos constitui a óptica geométrica.

Figura 1: Reflexão e refração na interface entre dois meios (𝑛1 < 𝑛2 ).


Quando um raio de luz incide na interface entre dois meios com índices de
refração diferentes fazendo um certo ângulo 𝜃1 com a reta normal à superfície, tem-
se um raio refletido fazendo um ângulo 𝜃1´ com a normal, de maneira que 𝜃1 = 𝜃1´ ,
conhecido como a Lei da Reflexão.
A Lei da Refração, ou Lei de Snell-Descartes, publicada por René Des cartes
em 1637, relaciona os índices de refração dos meios (𝑛1 𝑒 𝑛2 ) com o ângulo de
incidência (𝜃1 ) e de refração (𝜃2 ) de forma que:
𝑛1 sin 𝜃1 = 𝑛2 sin 𝜃2 (1)
ou, definindo a razão 𝑛1 /𝑛2 = 𝑛21 como o índice de refração do meio 2 em
relação ao meio 1, temos que:
sin 𝜃1 = 𝑛21 sin 𝜃2 (2)
Analisando o comportamento do raio de luz quando este passa de um meio
mais refringente 𝑛1 para o menos refringente 𝑛2 verificamos que à medida que o
ângulo de incidência 𝜃1 aumenta, o ângulo de refração 𝜃2 também aumenta, isto
ocorre até a situação limite em que 𝜃2 = 90°, o angulo de incidência nesta situação
é chamado de ângulo crítico 𝜃𝑐 , para valores maiores deste angulo a refração não
será mais observada, provocando o fenômeno conhecido como reflexão interna total
e está representado na figura 2. Este fenômeno é muito útil, pois é o princípio que
permite a propagação de raios em fibras ópticas, muito utilizadas nas comunicações
de hoje.

Figura 2: Reflexão interna total da luz; o ângulo crítico é 𝜃2 .


Podemos deduzir o ângulo crítico a partir da equação 1, tomando 𝜃2 = 90° e,
assim, 𝜃1 = 𝜃𝑐 . Logo:
𝜃1 = sin−1 𝑛21 (3)
onde 𝑛21 é o índice de refração do meio 2 em relação ao meio 1.
Este relatório tem como objetivo observar a validade destas leis e, a partir
delas, estimar o valor do índice de refração do acrílico, assim como seu ângulo
crítico.
A luz é uma onda eletromagnética e interage com a matéria por meio de seus
campos elétrico e magnético. Nessa interação, podem ocorrer alterações na
velocidade, na direção de propagação, na intensidade e na polarização da luz. Esses
fenômenos são descritos pelas equações de Maxwell, mas, em muitas situações, uma
análise baseada nesse formalismo pode ser bastante complexa, além de fornecer
mais informações do que se deseja. Alguns fenômenos associados à propagação da
luz podem ser descritos, de forma mais simples, pela óptica geométrica.
Nessa óptica, fenômenos tais como a refração e a reflexão são descritos
usando-se o conceito de raios de luz — linhas perpendiculares às frentes de onda,
que indicam a direção de propagação da luz. A óptica geométrica é válida somente
em situações em que as dimensões dos objetos com que a luz interage — por
exemplo, lentes, espelhos ou anteparos — são muito maiores que o seu
comprimento de onda da luz.
O tipo e a posição da imagem de um objeto, formada por um espelho esférico
de pequena abertura, é determinada pela equação
1 1 1
+ = (4)
𝑜 𝑖 𝑓
em que f é a distância focal do espelho e o e i são, respectivamente as
distâncias dele ao objeto e à imagem. Por essa mesma equação, determinam-se,
também, o tipo e a posição da imagem de um objeto formada por uma lente fina.
Para a utilização dessa equação, devem-se observar as seguintes
convenções de sinais:
i > 0 — para imagens reais,
i < 0 — para imagens virtuais,
f > 0 — para espelhos côncavos e para lentes convergentes,
f < 0 — para espelhos convexos e para lentes divergentes.
É comum caracterizar-se uma lente por seu grau, ou dioptria, que é dado pelo
inverso de sua distância focal em metros. Assim, uma lente de grau +5, ou +5
dioptrias, é uma lente cuja distância focal é igual a (1/5) m = 0,2 m, ou 20 cm.
2. Objetivos
Estudar o comportamento de um feixe luminoso quando refletido e quando
refratado em diversos tipos de superfícies, de diferentes objetos ópticos, e
determinar as relações entre os ângulos de reflexão e de refração com o ângulo de
incidência.
3. Materiais
Os materiais utilizados para a realização do experimento foram:
1. Disco graduado;
2. Espelhos plano e cilíndrico;
3. Trapézio de acrílico;
4. Semicilindro de acrílico;
5. Prisma de acrílico;
6. Lentes de acrílico;
7. Fonte luminosa e sua alimentação;
8. Fenda retangular simples e múltipla;
9. Banco óptico;
10.Suportes móveis de banco óptico.

A figura a seguir mostra o experimento

Figura 3: Ilustração do aparato experimental.


4. Procedimento experimental
Devido a atual situação pandêmica pela contaminação da covid19, o
experimento foi apresentado em vídeo pelo professor, onde já estavam montados
sendo necessário apenas observar os fenômenos quem ocorriam em cada
experimento apresentado.
O procedimento experimental se deu em duas etapas, primeiro foi montado
um disco graduado com a sua superfície na horizontal logo após foi ligada a fonte de
luz e alinhada com a fenda simples de modo a desenhar o percurso do feixe luminoso
sobre o disco passando pelo centro.
Na primeira parte foi posicionado um espelho plano no centro do disco
graduado de maneira a incidir luz sobre sua superfície com ângulo incidente de 90°,
logo após, foi variado o ângulo de incidência e observamos o ângulo de reflexão
correspondente.
Logo após mudou-se a fenda simples por uma fenda tripla ajustada para que
os raios de luz ficassem o mais paralelo possível e substituiu o espelho plano por
lentes de acrílico no centro do disco. Inicialmente incidido a luz na perpendicular,
então, variamos novamente o ângulo de incidência e observamos o que ocorre com
os feixes.
5. Resultados e discursões
5.1. Reflexão de espelhos
O ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência para qualquer
comprimento de onda. Vamos tentar comprovar essa definição experimentalmente.
Tabela 1- Valores do ângulo de incidência e do ângulo de reflexão.
𝜃𝑖 𝜎𝜃𝑖 𝜃𝑟 𝜎𝜃𝑟
9 2 14 3
20 2 23 3
30 2 34 3
39 2 43 3
50 2 53 3
60 2 62 3
70 2 72 3
80 2 80 3

A partir da tabela foi possível construir o gráfico do ângulo de incidência em


função do ângulo de reflexão.

Dados
Reta Angular
90

80
Ângulo de incidência (Graus)

70

60

50

40

30

20

10
inclinacao da reta 1,05792 ± 0,013

0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de reflexão (Graus)

Gráfico 1 – Ângulo de incidência por ângulo de reflexão.


Com o gráfico podemos observar que ao variar o ângulo de incidência dez
graus o ângulo de reflexão se mante constante na média. O gráfico evidencia isso ao
observarmos a inclinação da reta, onde o valor da inclinação é 1,05±0,01. Assim,
podemos comprovar a segunda lei da reflexão.
Ao incidir um feixe único de luz na perpendicular sobre o pedaço de papel
branco podemos observar que ocorre a dispersão da luz ou a reflexão difusa.
Figura 4: Reflexão difusa.
O fenômeno da Reflexão difusa da luz (irregular) acontece quando se tem
uma superfície refletora que não é polida, após a incidência, e a luz se espalha em
todas as direções e sentidos.
Assim como os espelhos planos, os espelhos esféricos obedecem às leis da
reflexão, no entanto, a curvatura da sua superfície altera a forma das imagens, por
isso, eles podem conjugá-las em diferentes posições e em diferentes tamanhos. Para
compreendermos melhor o que são os espelhos esféricos, vamos separá-los em:
côncavos e convexos.
Os espelhos convexos divergem a luz refletida em sua superfície, isto é, os
raios de luz são espalhados após a reflexão, no experimento podemos observar tal
fato, uma vez que ao aplicar três raios de luz paralelos todos foram refletidos em
ângulos diferentes, como podemos observar na figura 5.

Figura 5: Espelho convexo.


Os espelhos côncavos têm o formato de uma cavidade esférica refletora. Eles
apresentam uma superfície que reflete a luz, e outra, oposta e opaca, ou seja, que não
permite a transmissão dela. Quando um feixe de luz incide paralelamente ao eixo de
simetria do espelho côncavo, ele é refletido em direção a um ponto à frente do
espelho, conhecido como foco.

Figura 6: Espelho concavo.

Na figura é possível observar os elementos geométricos de um espelho


esférico côncavo observado no experimento.
Foco de um espelho cilíndrico
O foco é o ponto em que raios de luz paralelos convergem após serem
refletidos por um espelho côncavo. No caso dos espelhos convexos, os raios de luz
refletidos divergem de sua superfície e, por isso, são os prolongamentos dos raios
de luz que se cruzam, em um ponto localizado “atrás” da superfície desses espelhos.

A figura mostrada a seguir representa a reflexão de luz por


um espelho convexo. Perceba que os raios de luz refletidos são divergentes, nesse
caso, o que ocorre é o cruzamento dos prolongamentos dos raios de luz, por isso a
imagem conjugada por esses espelhos surge atrás da superfície refletora,
denominada foco virtual.
Figura 7: Ponto focal do espelho convexo.
No caso do espelho côncavo, um feixe de raios paralelos ao eixo principal
reflete-se obedecendo à lei da reflexão, convergindo para um ponto a ferente do
espelho denominado foco real. A distância do foco F ao vértice V é
chamada distância focal do espelho.

Figura 8: Ponto focal do espelho côncavo.


5.2. Refração da luz
Durante nossos estudos são feitos questionamentos sobre como se apresenta
e como podemos explicar determinados conceitos e fenômenos físicos, embora
tendo as bases das explicações, como explicar de forma clara e simples cada tema de
estudo, partindo como forma de melhorar e aprimorar nossos estudos as aulas
experimentais fazem com que tenhamos como explicar e mostrar como se apresenta
cada problema e efeitos observados. Com isso elaboramos e realizamos
experimentos com base na lei de Snell.
Ao estudarmos óptica vimos que um prisma nada mais é do que um sólido
geométrico constituído por três meios homogêneos e transparentes, basicamente
em formato de um triângulo. Vimos também que quando a luz incide sobre uma das
faces de um prisma, sofrerá duas refrações.
No experimento podemos ver que o raio de luz incidente sobre a primeira
face do prisma. Em seguida, podemos ver que esse mesmo raio de luz sofre uma
refração. Logo após a primeira refração, vemos que o raio de luz se propaga através
do prisma, já é possível observar o raio de luz divergir um pouco, então os raios de
luz incidem sobre a outra face do prisma, sofrendo uma nova refração. Isso faz com
que feixes de luz de diferentes cores, ou seja, diferentes comprimentos de onda,
sofram desvios distintos, esse efeito é denominado decomposição espectral da luz.
E está mostrado na imagem a seguir.

Na próxima etapa do experimento fizemos medições dos ângulos de


incidência e refração da luz que era incidida do lado plano do acrílico, e buscamos
encontrar qual é o índice de refração do acrílico, com base nesses dados montamos
uma tabela que mostra a relação dos ângulos (𝜃𝑖 ) e (𝜃𝑟 ), que encontramos a forma:
Tabela 2: tabela mostrando os ângulos coletados no experimento.

𝜃𝑖 𝜎𝜃𝑖 𝜃𝑟 𝜎𝜃𝑟
10 0,5 16 1
15 0,5 24 1
19 0,5 31 1
26 0,5 42 1
30 0,5 51 1
36 0,5 63 1
39 0,5 75 1
41 0,5 85 1

A partir da tabela foi possível construir o gráfico do sin 𝜃𝑖 em função do sin 𝜃𝑟 .

0,7

0,6
Ângulo de incidência

0,5

0,4

0,3

0,2
Equation y = a + b*x
Slope 0,66936 ± 0,00694

0,1
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Ângulo de refração
Para essa medição obtivemos o resultado do índice de refração do acrílico,
como foram feitas variações dos ângulos então a índice pode ser obtido por meio da
equação:
∑ sin θr
n2 = n (5)
∑ sin θi 1
Para a incerteza, temos:
∑ sin 𝜎θr
𝜎n2 = n (6)
∑ sin σθi 1
Nesse casso o (n1 ) é o índice de refração do ar, dessa forma (n1 = 1), então o
índice encontrado para o acrílico juntamente com sua incerteza foi:
n2 ≅ 1,54 ± 0,50
Agora que obtemos o índice de refração do meio dois podemos determine o
ângulo crítico de incidência para o qual é obtida a reflexão total na superfície plana
do semicilindro de acrílico.
Quando a luz atravessa a interface entre dois meios, saindo de um meio
mais refringente para um meio menos refringente o raio refratado se afasta da
normal. Aumentando o ângulo de incidência, o raio refratado se afasta cada vez
mais da normal até chegar à condição limite, na qual forma um ângulo de 90°.

Assim, toda luz incidente na interface é refletida. O cálculo do ângulo limite


(ou ângulo crítico) é dado pela lei de Sneel:
n1 sin θi = n2 sin θr

Na condição do ângulo limite, o raio refratado forma um ângulo de 90° com a


normal de separação. Logo, da Lei de Snell:
n1 sin θi = n2 sin 90 °
Como seno 90° é igual a 1, temos:

n1 sin θi = n2
nmenor
sin θi =
nmaior
Logo, o ângulo limite será dado por:
1
sin θl =
1,54
θl = 40,5°
O desvio que a luz ocorre quando passa de um meio para outro. A grandeza
física que relaciona as velocidades nos dois meios, é o índice de refração relativo
(n21 ), que é definido como sendo a razão entre a velocidade da luz no primeiro meio
(v1 ) e a velocidade da luz no segundo meio (v2 ).
Podemos relacionar o índice de refração relativo com os índices de refração
absoluto.
c c
Como v 1 = v e v 2 = v , substituindo, obtemos:
1 2

c⁄ n1
n
n21 = v1 /v2 = c 1 =
⁄n2 n2
Assim, o índice de refração entre o ar e o acrílico obtido no experimento será:
n1 1
n21 = = = 0,64
n2 1,54
Foco de uma lente esférica
Nas lentes esféricas podemos encontrar dois tipos de focos que são chamados
de foco principal objeto e foco principal imagem, sendo que ambos estão localizados
sobre o eixo principal de uma lente. Sendo assim, podemos definir que:
O foco principal objeto é o ponto (F) localizado sobre o eixo principal em que
se associa a formação de uma imagem imprópria. Portanto, qualquer raio de luz que
parte do foco e incide sobre uma lente esférica emerge paralelamente ao eixo
principal da lente esférica. Vejamos a representação abaixo.

O foco principal imagem é o ponto (F’), também localizado sobre o eixo


principal, onde se associa um ponto impróprio. Sendo assim, todo raio de luz que
incide paralelamente ao eixo principal sempre chega ao foco principal imagem (F’).
Vejamos a ilustração abaixo.
Podemos, então, definir que nas lentes esféricas existem dois focos
simétricos em relação ao centro óptico da lente esférica. Portanto, F e F’ estão à
mesma distância do centro óptico da lente. E por fim concluímos que na lente
convergente o foco é real e na lente divergente o foco é virtual.
Imagens das lentes convergentes
Como seguem as propriedades das lentes esféricas, as convergentes formam
cinco tipos distintos de imagens:
1. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado antes do ponto
antiprincipal, a lente forma uma imagem (representada em vermelho) real,
invertida e menor que o objeto.

2. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o ponto


antiprincipal, a lente forma uma imagem (representada em vermelho) real,
invertida e igual ao objeto.
3. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o ponto
antiprincipal e o foco da lente, a imagem formada (representada em vermelho)
é real, invertida e maior que o objeto.

4. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o foco da


lente, não é formada uma imagem, pois os raios refratados são paralelos e nunca se
cruzam para formar uma imagem do objeto.

5. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o foco e o


centro óptico da lente, sua imagem (representada em vermelho) é virtual, direita e
maior que objeto. Também chamado de foco imagem, onde a imagem é formada com
o prolongamento dos raios que chegam ate a lente.
Imagem da lente divergente
As lentes divergentes são capazes de formar apenas um tipo de imagem, pois,
qualquer que seja a posição de um corpo (representado em azul) diante de uma lente
divergente, sua imagem (representada em vermelho) é virtual, direita e menor.
Lentes desse tipo são utilizadas para a correção da miopia.

Miragens
A miragem é mais um dos fenômenos ópticos que ocorrem na natureza e
sempre nos causa admiração, além de provocar indagações. Quanto mais difíceis de
observar, mais intrigantes elas são.
A luz sofre desvios ao passar de um meio para outro e esses desvios estão
relacionados com a refringência do meio, ou seja, com o índice de refração.
Podemos ter ainda, num mesmo meio, como o ar, camadas mais aquecidas,
por exemplo, próximas da superfície do asfalto e, menos aquecidas, à medida que
nos afastamos dele. Isso faz a densidade do ar ser diferente nas variadas camadas,
provocando também variação no índice de refração. Quanto mais quente o ar, menor
a sua densidade e consequentemente, menor seu índice de refração.
Podemos identificar os tipos de miragens em duas categorias: as inferiores,
que são as mais comuns, com ocorrência em dias ensolarados em desertos de areia
e estradas asfaltadas e as miragens superiores, que podem ocorrer nas regiões frias.
Miragens inferiores
Teremos uma miragem quando a luz passar de uma região em que o ar está
muito quente, por exemplo, próximo à superfície de uma estrada asfaltada sob sol
intenso, para uma região adjacente em que o ar está mais frio. Ao observarmos essa
região próxima do asfalto, teremos a impressão de que a pista está molhada.
Se houver um objeto sobre a estrada, como um carro, parte da luz emitida por
ele irá incidir diretamente em nossos olhos, e outra parte será desviada
sucessivamente e depois chegará até nós. Dessa forma, enxergaremos o carro e a sua
imagem formada sobre a estrada, como em um espelho. A este tipo de situação,
temos um caso de miragem inferior, ou seja, formada abaixo da linha do horizonte.
Miragens superiores
Também existe a possibilidade de uma situação inversa. Nas miragens
superiores, a imagem forma-se acima da linha do horizonte. Nesse caso, a camada
de ar frio localiza-se sob a camada de ar quente e é comum em regiões contendo
gelo, neve ou águas geladas. Assim, temos a impressão que o objeto está flutuando
no ar ou que é mais alto que o real.
Distancia focal
Nessa parte do experimento, a partir dos dados da tabela 3, vamos calcular
a distancia focal de uma lente biconvexa e comparar com os valores do fabricante.
Tabela 3: Dados das distâncias lente-objeto (i), objeto-imagem (o).

o (cm) 𝜎𝑜 (cm) i (cm) 𝜎𝑖 (cm)

14,3 0,2 72,1 0,4


14,5 0,2 62,8 0,3
15,3 0,2 59 0,3
20,2 0,2 29,5 0,2
36,1 0,2 17,9 0,2

Dado um objeto situado a uma distância “o” de uma lente, a mesma produz
uma imagem a uma distância “i”, sendo f a distância focal da lente. Esta expressão
denomina-se equação dos pontos conjugados.
Podemos determinar a distância focal de uma lente convergente, medindo
diretamente “o” e “i” e determinando f a partir da equação (4).
Aplicando a equação (4) para os dados tabela 3, encontramos a distancia focal
da lente, representados na tabela 5.
Tabela 5: distância focal.
foco (cm) σfoco
11,93 0,13
11,78 0,12
12,15 0,12
11,99 0,10
11,97 0,10

Para encontrar o valor definitivo da distância focal, foi feito a media das
distancia focal encontrados na tabela 5. Assim, obtivemos a distancia focal, calculada
experimentalmente, de f = 11,97±0,12 (cm) ou 7,66 di.
Conclusão
Com os experimentos realizados foi possível verificar na prática as leis da
reflexão, da refração e as propriedades da lente. Verificou-se também a
formação das imagens com diferentes localizações do objeto. Observamos também
que refração da luz que passa de um meio para o outro depende do índice de
refração entre os meios. Fazendo o uso da Lei de Snell-Descartes, conseguimos
relacionar os ângulos de incidência e de refração, pelo fato de já sabermos o índice
de refração do ar conseguimos demonstrar experimentalmente o índice de refração
do acrílico. Ao analisar os dados e comparar os índices que encontramos com os
índices já tabelados notamos que teve uma pequena variação, já que os índices que
encontramos em tabelas para o acrílico e o ar são respectivamente (n = 1,49) e (n =
1,00). O mesmo ocorreu com o cálculo do ângulo limite, ao analisarmos os
resultados, observamos uma divergência com o valor tabela de 41,8°.
Para a distancia focal da lente convergente, o valor encontrado, também
ocorreu distorções ao comparar com o valor descrito pelo fabricante de 12,5 cm ou
8 di. Entretanto o experimento foi satisfatório tendo em vista que conseguimos
alcançar os objetivos preestabelecidos, e com relação aos dados encontrados onde
tivemos uma pequena variação quando comparados aos dados que podemos
observar na literatura. Mas se partimos do ponto de vista que as medições que
realizamos foram feitas com materiais que não nos disponibilizam medições muito
precisas, podemos dizer que para fins de comparação e estudo o experimento
apresentou dados muito satisfatórios.
Referencias

1 - HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos da física: Óptica e física


moderna. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

2 - YOUNG, Hugh; FREEDMAN, Roger. Fundamentos da física: Óptica e física


moderna. 12. ed. São Paulo: ABDR, 2009

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