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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO CARVALHO


DFCI – DEPARTAMENDO DE FÍSICA

7,5

Experimento IV: Difração da luz

Disciplina: Laboratório De Física 4


Professor. Dr. Cristiano Teles De Meneses
Aluno. Wislan De Oliveira Santos, 201700005812

Itabaiana - SE
outubro de 2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................................3
2. OBJETIVOS ...........................................................................................................................................................4
3. MATERIAIS UTILIZADOS ..............................................................................................................................4
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ..........................................................................................................5
5. DISCUSSÃO E RESULTADOS ........................................................................................................................5
6. CONCLUSÃO.........................................................................................................................................................9
REFERENCIAS ..............................................................................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO
Podemos falar do fenômeno ondulatório da difração como o fenômeno definido pela
mudança de trajetória que os raios luminosos sofreram, quando estes, encontram obstáculos
para se propagar. Diferentemente da interferência quando um padrão pode surgir a partir da
combinação de duas ondas. A difração de uma maneira geral é o efeito de interferência de
várias ondas luminosas causado pelos desvios da propagação da luz em relação ao que é
previsto pela óptica geométrica. Um feixe de luz coerente, ao atravessar uma fenda muito
estreita, produz num anteparo uma figura constituída de regiões iluminadas e escurecidas.
Esse efeito ocorre sempre que as dimensões do obstáculo (fenda) forem comparáveis ao
comprimento de onda da luz incidente. Nesses casos os raios de luz proveniente de diferentes
regiões da fenda, devido à diferença de percurso, podem atingir um ponto do anteparo com
fases distintas, causando interferência construtiva ou destrutiva nesse ponto. As regiões da
figura gerada no anteparo onde ocorre interferência construtiva total são chamadas de
máximos de difração (regiões claras), enquanto que as regiões nas quais ocorre interferência
destrutiva total são chamadas de mínimos de difração (regiões escuras), como pode ser
observado na Figura 1.

Figura 1. Ilustração de resultado de difração em uma fenda simples e ao lado uma


representação geométrica.
No caso da difração por uma fenda fina, ela pode ser observada com uma montagem
experimental simples e explicada matematicamente com um modelo também simples e que
permite extrair informações gerais acerca da difração. Considerando que se tivermos uma
abertura da fenda de tamanho d, e um comprimento de onda de luz , e fizermos algumas
manipulações matemáticas usando informações geométricas da Figura 1, encontraremos que
as posições de mínimos (regiões escuras) do padrão de difração podem ser encontradas a
partir da seguinte expressão:
d ∙ sen θ = m (m = 1, 2, 3, . . . ) (1)
Este experimento consiste em possibilitar o aluno observar o fenômeno da difração
usando uma composição experimental e através dos seus conhecimentos sobre difração de
uma fenda, determinar o diâmetro de três fios (os fios nesse casso são considerados como uma
fenda).

3
No caso em que tivermos n fendas com mesma abertura e separadas por uma distância
fixa a entre elas cuja dimensão é da ordem  (redes de difração), as posições dos máximos
(regiões de claros) podem ser expressas pela relação.
a ∙ sen θ = m (m = 0, 1, 2, … ) (2)
em que m = 0 corresponde ao máximo central.[1]

2. OBJETIVOS
O objetivo principal desse experimento é observar o fenômeno da difração, e
determinar o diâmetro de três fios, sendo um deles um fio de cabelo, um fio fino e outro fio
grosso, utilizando um simples aparato. Determinar a separação entre fendas de duas redes de
difração de (1000 fendas/mm e 600 fendas/mm).

3. MATERIAIS UTILIZADOS
1. Lanterna laser, λ= (670±10) nm;
2. Régua;
3. Trena;
4. 3 fios (fio de cabelo, fio fino e fio grosso);
5. Suporte de madeira para fio de cabelo e rede difração;
6. Redes de difração (1000 fendas/mm e 600 fendas/mm).

Figura 2. Lazer utilizado no experimento. Figura 3. Suporte para posicionar os fios


utilizados.

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Antes de tudo nos foi apresentado o aparato experimental bem como os materiais que
serão utilizados na experimentação. Após posicionar o primeiro fio no suporte, incidiu-se sobre
ele o faixe de laser, em seguida apagando a luz, para visualizar melhor já que estamos
trabalhando com luz, podemos visualizar a figura de difração projetada no anteparo. Nesse
momento foi feito a coleta da distância do máximo central e os primeiros mínimos das figuras
de difração, que serão apresentados no decorrer do relatório. O mesmo procedimento foi feito
para os demais fios utilizados na experimentação.
No segundo momento do experimento ao invés de utilizar fios foi utilizado redes de
difração e repetiu-se o mesmo procedimento utilizados para os fios, mas nesse momento ao
invés de medir a distância do máximo central e os primeiros mínimos foi feita a coleta das
distancias entre o máximo central e os primeiros máximos das figuras de difração.

5. DISCUSSÃO E RESULTADOS
Ao incidir o laser sobre o anteparo foi observado um único ponto de intensidade
proveniente da incidência do laser, fenômeno esperado de acontecer segundo a teoria
corpuscular da ótica geométrica.
Quando colocamos o fio em frente ao laser, diferentemente do caso anterior,
observamos no anteparo uma configuração de franjas claras e franjas escuras, situação que
contraria a teoria corpuscular. Esse fenômeno ocorre devido a propriedades ondulatórias da
luz e é chamado de difração da luz.
Quando trocamos os fios, ou seja, variamos os diâmetros, observamos que há uma
relação entre o diâmetro deles com a figura de interferência formada no anteparo. Quanto
maior o diâmetro do fio, menor será a distância entre o máximo central e os máximos
primários, isso se deve ao fato de que a espessura do fio irá ter uma ordem de grandeza cada
vez maior em relação à ordem de grandeza do comprimento de onda emitido pelo laser. Ou
seja, com fendas muito grandes seria impossível observar o fenômeno de difração.
Foi notado, também, que há uma relação direta entre a distância do suporte ao anteparo
com a distância entre as franjas, logo quanto maior a distância maior a largura das franjas. Para
acontecer uma interferência construtiva, temos que ter uma diferença de caminho igual à um
número inteiro de comprimento de onda, dada pela equação 1.
Observando a imagem 1, sabemos que,
𝑦
sin 𝜃 = (3)
√𝑧 2 + 𝑦 2

5
Então o espaçamento da rede de difração é dado por:
𝑚𝜆√𝑧 + 𝑦 2
𝑑= (4)
𝑦
Tomando m=1, temos:

𝑧2
𝑑 = 𝜆√1 + (5)
𝑦2

A incerteza e dado pela propagação da equação anterior,


2 2 2
𝜕𝑑 𝜕𝑑 𝜕𝑑
𝜎𝑑 = √( ∙ 𝜎𝑦 ) + ( ∙ 𝜎𝑧 ) + ( ∙ 𝜎𝜆 )
𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝜆

2
2 2
𝜆 ∙ 𝑧2 𝜆∙𝑧 𝑧2
𝜎𝑑 = √( ∙ 𝜎𝑦 ) + ( ∙ 𝜎𝑧 ) + (√1 + 2 ∙ 𝜎𝜆 ) (6)
𝑦 2 √𝑦 2 + 𝑧 2 𝑦√𝑦 2 + 𝑧 2 𝑦

A incerteza da distância entre o suporte e o anteparo foi obtida através de uma trena
utilizada no experimento. Como se trata de um instrumento analógico, sua incerteza é a menor
divisão dividida por 2, mas adotamos uma incerteza um pouco maior para cobrir dificuldades
de visualização do posicionamento adequado:
σb = 0,008 m.
A incerteza da distância do máximo central e máximos primários foi obtida através da
régua milimetrada, mas foi adotado como incerteza a partir dos parâmetros utilizados e que
for necessário, onde se encontram na Tabela 1.
Tabela 1: Valores de z e y e suas respectivas certezas para os três diferentes fios.
Fio z (m) 𝝈𝒛 (m) y (m) 𝝈𝒚 (m)
1,000 0,008 0,018 0,002
1,240 0,008 0,020 0,002
Cabelo

1,430 0,008 0,023 0,002


1,640 0,008 0,028 0,002
1,840 0,008 0,030 0,002
1,000 0,008 0,053 0,002
1,240 0,008 0,062 0,002
Fino

1,430 0,008 0,075 0,002


1,640 0,008 0,083 0,002
1,840 0,008 0,095 0,002
1,010 0,008 0,008 0,002
1,240 0,008 0,010 0,002
Grosso

1,430 0,008 0,012 0,002


1,640 0,008 0,013 0,002
1,840 0,005 0,015 0,002

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Fazendo uso das equações 5 e 6, obtemos os valos do diâmetro dos fios para cada par
de y e z, esses valores estão destacados na tabela 2.
Tabela 2. Resultados para cada diâmetro da sequência experimental.
Fio d (m) 𝝈𝒅 (m)
3,7 × 10−5 4,2 × 10−6
4,2 × 10−5 6,4 × 10−6

Cabelo
4,2 × 10−5 7,4 × 10−6
3,9 × 10−5 7,6 × 10−6
4,1 × 10−5 9,3 × 10−6
1,3 × 10−5 5,2 × 10−7
1,3 × 10−5 7,1 × 10−7
Fino

1,3 × 10−5 7,4 × 10−7


1,3 × 10−5 9,0 × 10−7
1,3 × 10−5 9,7 × 10−7
8,5 × 10−5 2,2 × 10−5
8,3 × 10−5 2,6 × 10−5
Grosso

8,0 × 10−5 2,7 × 10−5


8,5 × 10−5 3,5 × 10−5
8,2 × 10−5 3,7 × 10−5

Fazendo a média desses resultados obtemos o diâmetro para cada fio e suas respectivas
incertezas, disponível na tabela 3.
Dessa forma, o valor médio do diâmetro será:
𝑑1 + 𝑑2 + 𝑑3 + 𝑑4 + 𝑑5
𝑑̅ = (7)
5
E sua incerteza é a incerteza combinada, onde,
𝜎
𝜎𝐴 = (8)
√5
Sendo 𝜎 o desvio padrão da média encontrada com equação 8 para cada par de y e z.
A incerteza do tipo B (𝜎𝐵 ) é a incerteza propagada dada por:
2 2 2 2 2
𝜕𝑑̅ 𝜕𝑑̅ 𝜕𝑑̅ 𝜕𝑑̅ 𝜕𝑑̅
𝜎𝐵 = √( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 ) +( ∙𝜎 ) (9)
𝜕𝑑1 𝑑1 𝜕𝑑2 𝑑2 𝜕𝑑3 𝑑3 𝜕𝑑4 𝑑4 𝜕𝑑5 𝑑5

1 2 2 2 2 2
𝜎𝐵 = √(𝜎𝑑1 ) + (𝜎𝑑2 ) + (𝜎𝑑3 ) + (𝜎𝑑4 ) + (𝜎𝑑5 ) (10)
5
Assim a incerteza combinada é dada por:

𝜎𝑑̅ = √(𝜎𝐴 )2 + (𝜎𝐵 )2 (11)


Tabela 3. Resultado final para o diâmetro de cada fio com suas respectivas incertezas
juntamente com seus valores teóricos.

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Experimental Teórico
Fio
Diâmetro (µ𝐦) Diâmetro (µ𝐦)
Cabelo 41,1 ± 3,3 55
Fino 13,0 ± 0,6 11
Grosso 83,1 ± 13,7 95
Os erros percentuais descritos abaixo, são as comparações dos dados coletados com os
valores teórico dos fios.
55 − 41,1
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = ∙ 100 = 25,3% (12)
55
O erro percentual da equação acima é do fio de cabelo que é 25,3% e de forma análoga
para os outros dois teremos os seguintes resultados: 18,2% para o fio fino e 12,5% para o fio
grosso.
No segundo momento da experimentação foi feita a coleta dos dados para redes de
difração, disponíveis na tabela 2.
Tabela 4: Valores de z e y e suas respectivas certezas para as duas redes de difração.
z (m) 𝝈𝒛 (m) y (m) 𝝈𝒚 (m)
0,540 0,008 0,212 0,002
0,613 0,008 0,258 0,002
Rede 1

0,735 0,008 0,315 0,002


0,890 0,008 0,377 0,002
1,030 0,008 0,429 0,002
0,540 0,008 0,442 0,002
0,613 0,008 0,530 0,002
Rede 2

0,735 0,008 0,633 0,002


0,890 0,008 0,765 0,002
1,030 0,008 0,900 0,002
Apesar de agora estarmos trabalhando com redes de difração, onde temos múltiplas
fendas, no entanto se considerarmos m=1, podemos fazer uso das equações 5 e 6. Obtemos
assim, os valos do espaçamento da rede para cada par de y e z, esses valores estão destacados
na tabela 5.
Tabela 5. Resultados para cada par de y e z do espaçamento da rede da sequência experimental.
d (m) 𝝈𝒅 (m)
1,83 × 10−6 2,89 × 10−8
1,73 × 10−6 2,76 × 10−8
Rede 1

1,70 × 10−6 2,79 × 10−8


1,72 × 10−6 2,93 × 10−8
1,74 × 10−6 3,09 × 10−8

8
1,06 × 10−6 1,65 × 10−8
1,02 × 10−6 1,63 × 10−8

Rede 2
1,03 × 10−6 1,66 × 10−8
1,03 × 10−6 1,71 × 10−8
1,02 × 10−6 1,75 × 10−8
Fazendo a média desses resultados obtemos o espaçamento das duas redes e suas
respectivas incertezas utilizando equação 15, disponível na tabela 6.
Experimental Teórico
Espaçamento (µ𝐦) Espaçamento (µ𝐦)
Rede 1 1,73 ± 0,01 1,67
Rede 2 1,03 ± 0,01 1
Fazendo uso da equação 12, obtemos o erro percentual da medida do espaçamento das
redes que obtemos no experimento, com relação ao valor teórico. Logo obtemos os seguintes
resultados: 3,6% para a rede 1 e 3% para malha 2.

6. CONCLUSÃO
O experimento foi satisfatório tendo em vista que conseguimos alcançar os objetivos
preestabelecidos, observar o fenômeno da difração e determinar o diâmetro de fios diversos
bem como a separação de fendas de algumas redes de difração. Com relação aos dados
encontrados, podem ocorrer pequenas variações, mas se partimos do ponto de vista que as
medições que realizadas foram feitas com materiais que não nos disponibilizam medições
totalmente precisas além de serem feitas por pessoas, podemos dizer que para fins de
comparação e estudo o experimento apresentou dados muito satisfatórios.

REFERENCIAS
[1] MENESES, C. T, Guia de experimento de laboratório de física 4. Sergipe, outubro de
2021.

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