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Ministério da Educação

Universidade Federal de São Paulo


Campus Diadema

Laboratório de Fı́sica IV - Engenharia Quı́mica Noturno - 1 Sem. 2018


Experimento 2: Rede de Difração
Objetivos: Neste experimento, serão determinados os comprimentos de onda para várias cores da luz visı́vel usando
uma rede de difração.

Atenção! O manuseio de fontes de luz requer cuidados. Não olhe diretamente o feixe nem o aponte para os olhos.
Mantenha o feixe na horizontal na linha da cintura e evite abaixar-se ao nı́vel do feixe. Caso contrário, danos severos
e permanentes podem ocorrer aos seus olhos e aos de seus colegas de classe.

1 Introdução
No experimento de Young, uma luz monocromática coerente passa por um anteparo com duas fendas e se observa um
padrão de interferência numa tela distante, como mostrado na figura abaixo:

A condição de máximo de intensidade luminosa na tela (interferência construtiva) é dada então por

d sen θ = mλ, m = 0, ±1, ±2, ... (1)

onde m = 0 para o máximo central, m = ±1 para os primeiros máximos laterais (um acima m = +1 e um abaixo
m = −1), etc. Como R é muito maior que a separação d entre as fendas, podemos fazer
y
sen θ = p . (2)
y2 + R2

Considere agora um anteparo com múltiplas fendas paralelas, espaçadas de d entre si, como na figura abaixo:

1
A condição de máximo continuará sendo dada pela Eq.(1), pois se duas fendas adjacentes satisfazem essa condição
de máximo, por simetria, todas satisfarão essa condição duas a duas. Esse resultado não depende do número N de
fendas, o qual só afeta os mı́nimos de intensidade luminosa (interferência destrutiva): o número desses mı́nimos cresce
com N e ficam cada vez mais comprimidos como mostra a figura abaixo:

Note que os picos de máximo se tornam muito finos com o aumento de N , apesar de se manterem nas mesmas posições1 .
Temos então uma rede de difração. Essas redes de difração têm muitas aplicações, uma das mais usadas sendo para
se medir o comprimento de onda λ pela Eq.(1).

2 Materiais
Os materiais utilizados neste experimento serão
1. Duas fontes de luz (uma vermelha e uma branca);

2. Um barramento de metal;
3. Uma rede de difração de 1000 fendas por milı́metro (d = 1 × 10−6 m) montada num cavalero;
4. Uma tela para coletar a imagem;

5. Uma régua imantada colocada sobre a tela;


6. Alguns acessórios auxiliares.

3 Procedimento Experimental
Este experimento é composto de duas partes. Em cada parte é descrito o passo a passo do experimento e algumas
perguntas são levantadas, as quais devem ser analisadas no relatório.
1 Um efeito que não é mostrado na figura é quando a largura a de cada fenda é da ordem do comprimento de onda λ, quando então

aparece uma envoltória delimitando os picos.

2
3.1 Laser vermelho
A montagem experimental está mostrada na figura a seguir:

1. Posicione a rede de difração, no inı́cio, a R = 265 mm da tela, onde a régua imantada deve estar colocada na
horizontal.
2. Alinhe o laser, a rede, e a régua de modo que o máximo central e os máximos laterais fiquem o mais simétrico
possı́veis. Em particular, a distância ao centro da régua do máximo à esquerda deve ser igual à do da direita.
3. Faça a medida, ao longo da régua, da posição y do máximo lateral.
4. Calcule então λ pelas Eqs.(1) e (2), notando que m = +1 (ou m = −1).
5. Repita esse procedimento para outros 4 valores de R, mudando com cuidado a posição da rede de difração ao
longo do barramento de metal e medindo os novos y.
6. Calcule então o valor médio de λ e sua incerteza.
Questão: Por que só o primeiro máximo lateral m = 1 (ou m = −1) é observado?

3.2 Luz branca


A montagem experimental é muito similar à anterior, com a luz branca no lugar do laser vermelho:

3
1. Fixe a rede de difração a R = 265 mm da tela, onde a régua imantada deve estar colocada na horizontal.
2. Alinhe a luz, a rede, e a régua de modo que o máximo central e os máximos laterais (agora coloridos) fiquem o
mais simétrico possı́veis. Em particular, a distância ao centro da régua do máximo à esquerda deve ser igual à
do da direita, para cada cor.
3. Faça a medida, ao longo da régua, da posição y do máximo lateral de cada cor. Visualmente, estime uma
incerteza δy para cada cor olhando a “espessura” aparente dela sobre a régua. Tente identificar as seguintes
cores:
(a) Vermelha;
(b) Laranja;
(c) Amarela;
(d) Verde;
(e) Azul;
(f) Violeta.
4. Calcule então λ e sua incerteza para cada cor pelas Eqs.(1) e (2), notando que m = +1 (ou m = −1).

5. Com um papel branco, note que existem também máximos retro-difratados coloridos, para trás da rede de
difração, numa posição mais ou menos simétrica em relação à régua.

Questão: Por que só o primeiro máximo lateral m = 1 (ou m = −1) de cada cor é observado?
Questão: Por que o máximo central com a luz branca é também branco?
Questão: Qual poderia ser a origem dos máximos retro-difratados?

4 Relatório
O relatório deve constar dos seguintes elementos usuais:
• Tı́tulo da experiência.
• Lista de membros do grupo.

• Resumo.
• Introdução.
• Análise.

• Conclusão.
Na análise dos dados, tente responder às questões levantadas neste roteiro e inclua também uma breve descrição da
teoria envolvida nos experimentos feitos. Deixe clara a metodologia de tratamento dos dados colhidos. Tire suas
conclusões com base na comparação entre teoria e dados experimentais.

Referências
[1] Hugh D. Young e Roger A. Freedman, “Sears & Zemansky - Fı́sica IV - Ótica e Fı́sica Moderna”, 12◦ Edição,
Pearson, 2009.

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