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Problema 6: “Resistência Sem Contato”

Alberto Lederman Grinspun, Arley Kahuê Valeriano da Silva, Eduardo Barbosa de

Santana Neto, Letícia Ramos de Oliveira e Victor Mendes de Holanda Lins

Nome da Equipe: Boltzmann’s Brains

Professora orientadora: Kelly Cristine Camargo

Recife, 2023

Resumo: Neste relatório analisaremos o Problema 6: Resistência Sem contato, da

37º IYPT. O objetivo deste problema é o estudo das características magnéticas de

diferentes barras de metal não-magnética e ferromagnéticas a partir das alterações

de parâmetros relevantes presentes em um circuito RLC, consequentes da variação

do material do núcleo do indutor utilizado. Durante a Seção II, nós explicaremos

mais claramente os fenômenos presentes na interação do circuito com o material

introduzido, visando desenvolver algebricamente um modelo que o defina. Na Seção

III, descreveremos o aparato experimental utilizado, juntamente com as correções

feitas devido às dificuldades encontradas, além de explicar o método de uso dos

softwares utilizados para a análise dos dados. A análise dos dados e dos resultados

obtidos, juntamente com a discussão sobre os parâmetros relevantes durante o

desenvolvimento do projeto, foram tratados na Seção IV. As discussões coletivas

foram distribuídas ao longo do texto. Os resultados experimentais obtidos

expuseram os valores numéricos das permeabilidades magnéticas e condutividade

elétrica dos materiais utilizados com uma precisão tida como aceitável (≤ 5%),

comprovando a precisão do modelo teórico adotado e a validez do arranjo

experimental montado pela equipe.


I. INTRODUÇÃO

Um circuito RLC é composto por três componentes principais: um resistor, um

capacitor e um indutor. Quando o sistema é alimentado por um gerador de energia

do tipo AC, é produzida no sistema uma corrente flutuante dependente do tempo

cujo padrão de oscilação depende das características de cada componente.

Sabendo disso, é de suma importância considerar os aspectos dos materiais

que compõem cada integrante do circuito. Consequentemente, a mudança de sua

composição implica em alterações óbvias nas respostas obtidas, sendo elas melhor

especificadas na Seção III. Logo, ao inserirmos uma barra de caráter metalizado no

núcleo de um dos elementos, nesse caso o indutor, vemos que as respostas obtidas

já não são as mesmas das de antes.

A mudança gerada nessas respostas não ao, de maneira alguma, aleatórias,

mas sim, podem nos dar uma gama de informações de suma importância sobre o

material constituinte do núcleo metálico inserido na bobina, tais como sua

permeabilidade magnética e sua condutividade elétrica.

Assim, através da interpretação do enunciado fornecido pelo problema, este

relatório se focalizará em demonstrar como será possível, através das respostas, ou

mais precisamente, das mudanças nas respostas do circuito, investigar as

propriedades elétricas e magnéticas do material inserido no aparato indutor.

2
Figura 1. Aparato experimental utilizado pelo grupo.

O aparato trata-se de um resistor, um capacitor e um indutor distribuídos em

série a partir de sua inserção em uma placa protoboard alimentados por um gerador

de função e ligados a um osciloscópio, sendo este segundo essencial para a leitura

do sistema. De modo a analisar a mudança dos resultados decorrente da integração

de uma barra de material conhecido, foi utilizado um indutor de número de voltas e

núcleo variáveis.

Com os dados obtidos pelo aparato supracitado foram obtidos diversos dados

experimentais que, ao serem analisados cuidadosamente, revelam-nos as

características buscadas do material. Ao final do trabalho, essas mesmas

características serão comparadas com seus valores teóricos no tópico destinado à

Conclusão.

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A. DETERMINANDO A PERMEABILIDADE MAGNÉTICA EM FUNÇÃO

DA VARIAÇÃO DA AMPLITUDE DO SINAL RECEBIDO

Figura 2. Esquema para demonstração de variáveis.

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Durante a montagem da Seção III (e durante todo a escrita do relatório)

usaremos as seguintes denominações:

1. 𝐿 ≡ indutância.

2. 𝑅 ≡ resistência.

3. 𝐶 ≡ capacitância.

4. |𝑍| ≡ módulo da impedância.

5. 𝑉 ≡ amplitude do sinal de d.d.p recebido pelo indutor.

6. 𝑖 ≡ corrente.

7. 𝐴 ≡ área transversal da bobina (representada na figura 2).

8. 𝑙 ≡ comprimento (altura da bobina).

9. 𝑁 ≡ número de voltas da bobina indutora.

𝑁
10. 𝑛 ≡ 𝑙

11. 𝐵 ≡ campo magnético da bobina.

O objetivo da parte A é achar a permeabilidade magnética do sistema

indutor+barra metálica.

Sabendo disso, de acordo com [1], podemos escrever

𝑉
𝐵 = µ𝑛 𝑅
(1)

Nesse caso, a impedância se resume à resistência, pois o sistema está em

perfeita ressonância entre seus elementos. Com isso, chegamos à conclusão que

(sendo φ ≡ fluxo magnético na bobina):

µ𝑛𝐴 ∆𝑉
φ𝑓 = 𝑅
(2)

Ademais, de acordo com [3], temos que em um circuito em perfeita

ressonância:


ω = (3)
𝐿𝐶

4
Logo, substituindo o valor de 𝐿 como uma função de µ, algo comprovado em

[4]:

1 2π
µ(ω) = 𝑛²𝑙𝐶𝐴
( ω
)² (4)

Sabendo disso, o gráfico teórico resultante de (4) é:

Figura 3. Gráfico de µ(ω) por ω. Figura obtida através da representação gráfica da

equação (4) feita pelo programa Desmos.

Assim como citado em [2], de modo a determinar µ(𝑉), faz-se:

0
1 2π𝑉
𝑖= 𝐿
∫ 𝑉(𝑡)𝑑𝑡 = ω𝐿
(5)

Logo

𝑙
𝐹 = 𝑖 ∫(𝑑𝑙' 𝑥 𝐵) = − ∇𝑈 (6)
0

em que 𝐹 ≡ força magnética.

Sabendo que

1
𝑈= 2
𝐿𝑖² (7)

∂𝑖
∇𝑈 = 𝐿𝑖 ∂𝑦
(8)

Como

𝑖(𝑦) = 𝑦 𝑛 𝐼(𝑡) (9)

5
Obtemos a seguinte expressão:

𝑙𝐵 = 𝐿𝑖𝑛 (10)

Com isso:

2π∆𝑉
𝐿= − 𝐴𝑖𝑛
(11)

substituindo (5) em (11), obtemos:

1 2µ0 µ0²
∆𝑉(µ) = − 𝑘²
µ² − 𝑘²
µ + 𝑘²
(12)

em que

ω
𝑘= 𝑛⁵𝑙²𝐴²𝑉𝑚𝑎𝑥
(13)

Por fim, nós obtemos o segundo gráfico deste experimento:

Figura 4. Plot gráfico da função ∆𝑉(µ) por µ. Figura obtida através da representação

gráfica da equação (12) feita pelo programa Geogebra.

B. DETERMINANDO A CONDUTIVIDADE DO MATERIAL INTRODUZIDO A


PARTIR DA VARIAÇÃO DA AMPLITUDE DO SINAL RECEBIDO
Primeiramente, sabe-se que
𝐽 = σ𝐸 (14)
em que σ é a condutividade elétrica do sistema indutivo (material + indutor) e 𝐸 é o
campo elétrico gerado. Com isso:
𝑑𝑖
𝑑𝑎
= − σ ∇𝑉 (15)

Como
𝑉
𝑖= 𝑅
(16)

6
substituímos (7) em (6) e obtemos
𝑙
σ(∆𝑉) = σ0 − 𝑅𝐴 𝑙𝑛(∆𝑉)
(17)

Com a equação (8), nós plotamos o seguinte gráfico:

Figura 5. Gráfico Teórico da dependência da variação de amplitude pela


condutividade elétrica do material inserido. Figura obtida através da
representação gráfica da equação (17) feita pelo programa Geogebra.

Com isso, conseguimos extrair características elétricas do material


introduzido no núcleo do indutor.

III. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Equipamentos Utilizados e Procedimento

Para executarmos o experimento, utilizamos os seguintes equipamentos: [I]

um capacitor de 100 µ𝐹; [II] um resistor de 470 Ω; [III] uma placa protoboard; [IV] um

osciloscópio do tipo FNIRSI - 1014D; [V] um gerador de função do tipo MFG420 -

2A; [VI] 3 barras de zinco; [VII] 4 barras de alumínio; [VIII] 2 barras de aço-carbono;

[IX] 3 barras de cobre; [X] 4 barras de ferro e [XI] um indutor de indutância variável

(400 voltas; 600 voltas; 800 voltas; 1600 voltas e 2400 voltas).

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Figura 6. Representação esquemática do circuito utilizado no experimento.

Foi visto durante o experimento que o comprimento das barras não

interferiam significativamente durante o estudo do sistema. As únicas coisas que

importam são o número de barras (ou seja, o quanto elas preenchiam o núcleo do

indutor) e que elas estejam totalmente inseridas no local destinado, em outras

palavras, que elas estejam totalmente introduzidas no centro da bobina.

O experimento em si se dividiu em duas frentes: o quanto a amplitude da

onda recebida pelo osciloscópio mudava a partir da inserção dos materiais no

núcleo e como o sistema respondia a uma variação da frequência produzida pelo

gerador de função, ou seja, para diferentes frequências, 𝑉max varia.

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Figura 7 e 8. Barras utilizadas com seus respectivos materiais e montagem do aparato
experimental, indicadas respectivamente.

A. Processo de Obtenção de Dados com o Osciloscópio

O grupo decidiu que a extração de dados seria dividida em duas partes: [I] a

investigação da variação da amplitude (d.d.p) em função do material inserido no

núcleo e [II] a variação da amplitude (d.d.p) a partir da produção de frequências

diferentes e como ela muda com e sem a presença das barras introduzidas.

Figura 9. Imagem da d.d.p captada com indutor de 600 voltas a 61 kHz sem e com a
presença das barras de Alumínio (0 e 4 barras, respectivamente)

De modo a garantir que o material das barras fosse o mais puro possível, foi

realizada a purificação (principalmente das barras de ferro, aço-carbono e cobre)

com eletrólise salina e lixamento.

Incerteza das Medidas Coletadas

A respeito da determinação das incertezas experimentais obtidas, foi utilizado

como modelo o Método Gráfico. Para tal, foi usado o software “Origin” para traçar os

gráficos e seus respectivos desvios.

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Figura 10. Tabelas com as medidas de mudança de frequência separadas por
material; teste realizado no indutor de 2400 voltas.

Ademais, no mesmo programa foram calculados os desvios padrão de cada

uma das amostras e estes foram simbolizados nos gráficos com suas respectivas

barras de erro.

Já para a incerteza do valor da indutância, foi usada a fórmula já conhecida

para a propagação de erros:

∂𝑓
∆𝑓 = (∑(( ∂𝑥ᵢ )²(∆𝑥ᵢ)²)) (18)
𝑖

Logo, para a permeabilidade magnética:

1 1
1 −2
∆µ = ( 𝑘∆𝑉
2
2
)²(∆(∆𝑉))² + (∆𝑉 )(∆𝑘)² (19)

Em que

ω²
𝑘≡ 𝑛⁵𝑙²𝐴²𝑉𝑚𝑎𝑥
(20)

Logo, chegamos na conclusão que

1 ω² ω² 25ω² ω²
∆𝑘 = 𝑛⁵𝐴²𝑙²𝑉
(∆ω) + 𝑛⁵𝑙⁴𝐴²𝑉
(∆𝑙)² + 𝑛⁵𝑙²𝐴⁴𝑉
(∆𝐴)² + 4𝑛⁶𝑙²𝐴²𝑉
(∆𝑛)² + 4𝑛⁵𝑙²𝐴²𝑉³
(∆𝑉)²

Analogamente, a respeito do cálculo de incertezas para a determinação da

condutividade elétrica do material, teremos, novamente, a fórmula da propagação de

incertezas fornecidas em (10), porém 𝑓 será agora a equação (17), assim:

10
Onde σ𝑖 é a incerteza associada a grandeza 𝑖, assim, desenvolvendo esta

equação, nós conseguimos:

(21)

IV. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A. Variação de amplitude do sinal de output (d.d.p) em função da

frequência de onda gerada com o indutor de núcleo modificado

A primeira parte do experimento foi centrada no estudo do comportamento do

sinal e como ele é recebido pelo osciloscópio com e sem a presença de material

ferromagnético (barras de Ferro e Aço-Carbono) e não-magnético [barras de Zinco,

Alumínio e Cobre (o Cu foi tratado como material não magnetizado, por apresentar

comportamentos diamagnéticos muito sutis e não foi observado pelo grupo grandes

divergências de comportamento dele em relação ao Zn e Al)].

Ademais, foi observado que para o indutor de 400 voltas a dependência da

d.d.p com a frequência de output não existe para materiais não-magnéticos e com

características ferromagnéticas fracas como o aço carbono.

11
Figura 11 e 12. Gráfico de 𝑉(ω) para µ ≠ µ(0). Indutor de 400 voltas e indutor de

2400 voltas. Comparação experimental. As barras de erro não foram adicionadas

aos outros materiais, por serem desprezíveis comparadas às do Fe.

Pode-se observar que o comportamento do Ferro é bastante diferente dos

demais materiais. A explicação para tal fenômeno é o alto caráter ferromagnético

que este material possui. Perceba que mesmo o Aço-Carbono sendo identificado

como ferromagnético, a maneira como ele se comporta é completamente diferente

do Fe. Isso se deve ao fato de que sua permeabilidade magnética relativa é muito

mais baixa (cerca de 100 vezes menor).

A segunda coisa que também é muito fácil de olhar é para altas indutâncias

(no primeiro gráfico, pode-se obter a partir dos métodos narrados em [5],

𝐿(0) ≈ 0. 006 H; já no segundo, 𝐿(0) ≈ 0. 456 H) o aço carbono tende a apresentar

o mesmo comportamento que o Ferro, fazendo bastante sentido já que os dois são

ferromagnéticos e para campos altos suas características magnéticas intrínsecas

tendem a se manifestar mais fortemente.

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Figura 13: Gráfico de 𝑉(ω) para µ ≠ µ(0). Indutor de 1600 voltas. Comparação

experimental, aqui percebe-se o comportamento exacerbado do Ferro em

comparação aos outros materiais e a tendência de materiais não-magnéticos de se

assemelhar a um ferromagnético com o aumento da indutância.

Assim, a partir da observação da primeira parte das medições do experimento

verifica-se que:

1. Materiais não-magnéticos/diamagnéticos fracos (Cu) vão tender a

apresentar um comportamento de um ferromagnético à medida que se

aumenta a indutância da bobina.

2. O elemento Ferro (Fe) apresentou o comportamento mais acentuado

em relação aos outros graças a suas características Ferromagnéticas,

ou seja, possuem uma alta facilidade de orientação com o campo

magnético aplicado.

3. Em regimes de baixa indutância, a mudança de tensão provocada

pelos materiais não magnéticos é suficientemente pequena para ser

considerada desprezível perto da influência do Ferro, fato que não se

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mantém com o aumento do número de voltas no indutor e o

consequente aumento de sua indutância.

Dependência da variação da amplitude da d.d.p de output com o número

de barras introduzido

Já para a segunda parte da análise dos dados obtidos, será analisado pelo

grupo como a mudança no número de barras de um certo material colocada na

bobina irá alterar a resposta do circuito medida no osciloscópio.

Figuras 14 e 15. Gráficos de (𝑉𝑀𝑎𝑥 ) x n.º de Barras com o uso de indutores de 400

e 600 voltas, respectivamente.

Inicialmente foi observado que, para os sistemas que apresentavam uma

baixa indutância advinda do solenóide, o número de barras inseridas não alterou de

maneira significativa a resposta do sistema. Sendo este traço independente da

natureza do material inserido.

Com o aumento da indutância, contudo, o comportamento do sistema com o

aumento do número de barras começa a divergir do estado inicial observado.

Assim, fica demonstrada mais uma vez a tendência de materiais não

magnéticos de apresentar comportamentos semelhantes a materiais com

14
capacidades magnéticas a partir do aumento da indutância do indutor no qual estes

estão inseridos.

Figura 16 e 17. Gráficos de 𝑉𝑚𝑎𝑥 x n.º de barras no solenóide. Os gráficos

representam testes com uma bobina de 1600 e 2400 voltas, respectivamente.

C. Estudo da dependência da variação da amplitude a partir da inserção das

barras com o tipo de material introduzido.

Esta última parte da análise de dados é destinada à comprovação final do

modelo adotado.

No cálculo da permeabilidade magnética, foi utilizado como método

quantitativo os coeficientes dos gráficos das figuras 10, 11 e 12, visto que eles eram

diretamente proporcionais à indutância utilizada. Aspectos como a diferença de fase,

resistência, capacitância, amplitude do sinal e frequência observada foram todos

medidos experimentalmente.

RESISTÊNCIA CAPACITÂNCIA DIF. DE FASE AMPLITUDE


(Ω) (µ𝐹) (rad) (V)

470,00 0.10 0.00 4.77


Figura 18. Tabela dos aspectos citados pelo grupo.

15
Com isso, utilizando a equação (4), obtemos os seguintes valores:

Material µ𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 (
𝑇𝑚
) ∆𝑉𝑚𝑎𝑥 (V)
𝐴

Alumínio 0.945 × 10⁻⁶ 0.020

Zinco 0.735 × 10⁻⁶ 0.010

Cobre 1.523 × 10⁻⁶ 0.030

Aço-Carbono 3.922 × 10⁻⁶ 0.031

Ferro 6.912 × 10⁻³ 0.127


Figura 19. Tabela dos dados obtidos a partir do circuito.

Primeiramente, podemos observar que o erro relativo da maioria das

medições está no limite aceitável (± 3%), o que nos diz a qualidade do modelo

teórico proposto. Com isso, utilizando os métodos narrados e plotando o gráfico,

chegamos na seguinte configuração gráfica:

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Figura 20: Gráfico de ΔV x μ com a equação e o fator R² da curva de melhor ajuste.

Pela equação (12), sabemos que

1 µ0 µ0
∆𝑉 = − 𝑘²
µ² − 𝑘²
µ + 𝑘²
(21)

Podemos ver na Figura 20 apresenta uma congruência com o gráfico

montado pelo modelo teórico.

Já a respeito da condutividade elétrica de cada material, seguindo o modelo

teórico proposto e utilizando os mesmos parâmetros conhecidos da Figura 18,

chegamos nos seguintes resultados:

CONDUTIVIDADE DIFERENÇA DE

ELÉTRICA ( 𝑚 ) AMPLITUDE DE d.d.p DE
MATERIAL INPUT (V)
[valor experimental]

Alumínio 3.56 × 10⁷ 0.0200

Zinco 1.89 × 10⁷ 0.0313

17
Cobre 5.73 × 10⁷ 0.0300

Aço-Carbono 0.48 × 10⁷ 0.0500

Ferro 0.81 × 10⁷ 0.1270


Figura 21. Tabela contendo os valores achados pelo grupo da condutividade elétrica

de cada material utilizado.

Assim, utilizando os dados fornecidos na tabela acima, podemos traçar o seguinte

gráfico:

Figura 22. Gráfico dos dados da Figura 21.

No qual, mais uma vez, entra em concordância com o modelo teórico e se

assemelha bastante àquele representado na figura 5.

Por fim, as barras de erro adicionadas foram calculadas a partir da

propagação de erros dos dados da figura 21 utilizando os valores tabelados das

incertezas de cada componente do circuito, assim como descrito na equação 13.

18
V. CONCLUSÃO

No decorrer deste relatório, conseguimos, com a ajuda de uma

fundamentação teórica sólida e coleta de dados experimentais, descrever de

maneira precisa o comportamento de um circuito RLC ao mudar o material contido

em seu núcleo do indutor (utilizando as barras de diferentes composições).

Inicialmente, analisamos o comportamento do sistema quando foi inserido

diferentes núcleos e variando a frequência de input no gerador de tensão, assim

através dessa análise, conseguiu-se perceber que, primeiramente, em regimes de

baixa indutância, não houve diferenças significativas nos dados obtidos para

materiais de permeabilidade magnética baixa.

Ademais, foi estudado pelo grupo as diferenças de comportamentos das

barras não-magnéticas e ferromagnéticas na presença de passagem de corrente.

Consequentemente, por meio do aparato utilizado, pudemos realizar as medidas

com precisão satisfatória, o nos permitiu fazer uma análise física bastante

contundente com a realidade.

Logo depois, conseguimos provar que, por meio do modelo teórico e

experimental seguido pelo grupo, conseguimos achar a permeabilidade magnética e

a condutividade elétrica dos materiais utilizados, apresentando, ambos, incertezas

baixas e gráficos com fatores de qualidade elevados (R² > 0.97).

Como nota final, a equipe gostaria de apontar alguns fatores de melhoria para

o aparato experimental, tais como: O uso de um osciloscópio de maior precisão, pois

assim seria possível a determinação mais precisa do comportamento de cada

material; A obtenção de barras de maior pureza do material designado ou a

obtenção de um núcleo com formato preciso do espaço disponível da bobina, pois

assim teríamos a eliminação quase total do ar dentro deste, que, graças a suas

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propriedades isolantes pode acarretar imprecisões e também a obtenção de uma

fonte de corrente alternada de maior estabilidade.

Para investigações futuras, acreditamos que se deve primordialmente

obter-se uma maior variedade de materiais metálicos para testes. Além destes

também é de suma importância a extensão do modelo teórico aqui apresentado,

pois os valores achados de permeabilidade magnética são validos para o sistema

(metal + indutor) e não somente para o núcleo inserido, gerando desvios numéricos

e estatísticos.

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BÉRON, F.; SOARES, G.; PIROTA, K. R. First-order reversal curves acquired by
a high precision ac induction magnetometer. Review of Scientific Instruments, v.
82, n. 6, 2011. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Gabriel-Soares-5/publication/51460079_First-or
der_reversal_curves_acquired_by_a_high_precision_ac_induction_magnetometer/lin
ks/5452a3160cf2bccc490949e2/First-order-reversal-curves-acquired-by-a-high-preci
sion-ac-induction-magnetometer.pdf. Acesso em: novembro de 2023.

[2] Circuito RLC série. FAP-0214 2006.


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/239561/mod_resource/content/1/RLC_caos.
pdf. Acesso: novembro de 2023.

[3] Exp. 7 Ressonância num circuito RLC FSC5143. Laboratório de Física III
FSC5123. Física experimental II. Disponível em: lemo.ufsc.br Versão de 28 de
novembro de 2020[1] https://lemo.paginas.ufsc.br/files/2019/09/roteiro-exp-7.pdf.
Acesso: novembro de 2023.

[4] GRIFFITHS, David J. Introduction to Electrodynamics. Fourth Edition. 2021.


Disponível em:
http://debracollege.dspaces.org/bitstream/123456789/562/1/Introduction%20to%20El
ectrodynamics%2C%204th%20Edition%20by%20David%20J.%20Griffiths%20.pdf.
Acesso em: novembro de 2023.

[5] RESSONÂNCIA EM CIRCUITO RLC -SÉRIE UNESP - Faculdade de Engenharia


- Campus de Guaratinguetá. Disponível em:
https://www.feg.unesp.br/Home/PaginasPessoais/zacharias/rlc-senoidal.pdf. Acesso
em: novembro de 2023.

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