Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Série de Problemas 01
Equações de Euler-Lagrange
16 de Setembro de 2022
a) Mostre que
Pode usar um pequeno programa de matemática para ver todas as possibilidades, ou pensar . . .
c) Mostre que as componentes do produto externo de dois vectores se podem escrever como
~×B
A ~ = ijk Aj Bk . (2)
i
~ r, t),
e) Mostre que, dados um vector ~v e um qualquer campo vectorial A(~
~ × A)
~
∂ ∂
~v × (∇ = vb Ab − Ai . (4)
i ∂xi ∂xb
f ) Como um exercı́cio trivial em derivadas parciais de um campo escalar Ax (~r(t), t), convença-se que
dAx ∂Ax ~ x.
= + ~v .∇A (5)
dt ∂t
Escreva ~v em termos das coordenadas dependentes do tempo ~r(t).
1
Doravante assume-se que os campos (escalares ou vectoriais) são suficientemente bem comportados. Isto quer dizer que
os campos e as suas derivadas, até à ordem que for necessário, têm propriedades de continuidade suficientes para justificar
as manipulações com derivadas, incluindo a troca da sua ordem.
2. Oscilador harmónico.
Considere o Lagrangiano
1 1
L = T − V = mẋ2 − kx2 . (6)
2 2
k
a) Definindo ω02 = m, mostre que a equação de E-L dá ẍ + ω02 x = 0.
b) Calcule a forma geral das soluções da equação do movimento anterior e mostre que E = T + V é
constante.
c) Porque é que este exemplo representa (quase) qualquer sistema próximo do equilı́brio estável?
Porquê “quase”?
3. Mudança de coordenadas.
Considere a mudança de coordenadas da fig. 1: (x, y) → (r, θ). [Note nesta figura a escolha pouco habitual
Figura 1:
ẋ = ṙsθ + θ̇ rcθ ,
ẏ = ṙcθ − θ̇ rsθ , (7)
aθ = cθ ẍ − sθ ÿ ,
ar = sθ ẍ + cθ ÿ . (8)
a) Inspirado na fig. 2, mostre que o pêndulo simples pode ser descrito pelo seguinte sistema de três
equações:
x
mẍ = −T ,
`
y
mÿ = mg − T ,
`
2 2 2
x +y = ` . (9)
Figura 2:
Figura 3:
T − mgcθ = m(θ̇)2 ` ,
−mgsθ = mθ̈` . (10)
b) Encontre a respectiva eq. de E-L e compare com a segunda eq. (10). O que aconteceu neste
formalismo à primeira eq. (10)?
6. Constrangimentos/ligações.
Consideremos novamente as coordenadas (r, θ) do Problema 3, aplicadas a uma partı́cula de massa m
que se move sob a acção da gravidade sem constrangimentos adicionais.
f = f (r) = r − l . (13)
Considere o novo Lagrangiano
Lλ = L + λ f , (14)
onde λ é tratado como constante e conhecido como um multiplicador de Lagrange.2
b) Encontre as duas eqs. de E-L correspondentes a Lλ ; uma para q1 = r, a outra para q2 = θ. Substitua
nessas equações a restrição (e suas consequências):
r = `, ṙ = 0, r̈ = 0 . (15)
Compare com as duas eqs. (10). Como se relaciona λ com T ?
c)∗ Mostre que as mesmas equações podem ser obtidas de outra forma, através de
d ∂L ∂L X ∂fα
− = Qλk = λα . (16)
dt ∂ q̇k ∂qk α
∂qk
Neste caso, só há um constrangimento (só há α = 1) e λ1 = λ não depende do tempo.3
7. Igloo.
A fig. 4 mostra uma calote esférica de raio R, em cima da qual se desloca sem atrito uma partı́cula de
Figura 4:
massa m. O sistema modela uma criança que brinca escorregando em cima de um igloo. A dada altura
haverá perda de contacto.
a) Identifique os graus de liberdade e escreva o Lagrangiano do sistema explicando detalhadamente
todos os passos. Haverá limitações ao regime de validade deste Lagrangiano? Se sim, qual a sua
origem?
b) Escreva as equações do movimento. Compare com o pêndulo simples.
Para determinar a força de ligação, usamos a eq. (16), com
1
L = m(ṙ2 + r2 θ̇2 ) − mgr cos θ ,
2
f = f (r) = R − r . (17)
c) Encontre a expressão para a força que a calote exerce sobre a massa.
d) Determine a altura crı́tica hc a que a partı́cula abandona a calote, admitindo que parte do topo
(quase) sem velocidade inicial.
Qual o significado fı́sico destas coordenadas? Mostre que, em termos delas, as restrições ao movi-
mento da partı́cula se podem escrever como
Interprete estas equações. Quantos graus de liberdade tem este problema? Confirme na eq. (18).
que é o Lagrangiano para uma partı́cula de massa m que se move simplesmente sob a acção do potencial
Veff .
d) Escreva a expressão de Veff e explique qual a origem de cada um dos dois termos de Veff . Deduza a
respectiva eq. de E-L.
e) Mostre que as soluções “estacionárias”, nas quais a altura da partı́cula não se altera (ψ̈ = ψ̇ = 0),
são dadas por
Quantos pontos estacionários existem, quais são e quais as condições para que existam?
f ) Esboce os gráficos de Veff versus ψ ∈ (0, π), para três casos: ω = 0; 0 < ω 2 < g/a; e ω 2 > g/a.
Indique nestes os pontos estacionários e a sua natureza: estável ou instável.
Figura 6:
longo de um plano com inclinação θ. A figura mostra também dois possı́veis sistemas de coordenadas,
relacionados por
x = xp cos θ + yp sin θ ,
y = −xp sin θ + yp cos θ . (24)
a) Claramente, o movimento pode ser descrito só com a coordenada xp . Use-a para escrever o Lagran-
giano do sistema, explicando detalhadamente todos os passos.
b) Escreva a equação de E-L e relacione-a com o que obteria resolvendo o problema usando a segunda
lei de Newton. Obtém desta forma a força normal que o plano exerce sobre o bloco?
d) Escreva as equações de E-L. Relacione uma com a alı́nea b) e a outra com a força de reacção do
plano que obteria resolvendo o problema usando a segunda lei de Newton.
b) Usando a intuição de uma lei de conservação (qual?), explique a relação de sinal que, uma vez
encontradas as soluções do problema, confirmará existir entre x1 e x2 .
Figura 7:
Aceite como válida a seguinte informação: a força entre o plano inclinado e o bloco é perpendicular ao
plano que os separa e tem módulo dado por
cθ
N2 = m+M
Mg . (26)
m − c2θ
h) Mostre que, num deslocamento real x1 , x2 6= 0, a força N2 realiza trabalho sobre o bloco. Como
conciliar com a hipótese de que uma força interna não realiza trabalho sobre o bloco num deslo-
camento virtual? Por outro lado, será que as forças internas realizam trabalho sobre o sistema,
mesmo num deslocamento real?
c) Re-escreva o Lagrangiano em termos das novas coordenadas. Encontre as respectivas eqs. de E-L e
mostre que estão desacopladas. Encontre a solução geral das equações.
e) Regresse às coordenadas originais (x1 , x2 ). Considere que as molas são largadas sem velocidade
inicial das posições x10 = x1 (t = 0) e x20 = x2 (t = 0). Mostre que
identificando A1 e A2 em termos de x10 e x20 . Escreva ω12 e ω22 em termos de ω02 = k/m e ωP2 = k 0 /m.
Usando o que viu na alı́nea d), diga como poderia ter adivinhado as expressões de ω1 e ω2 .
f ) Estudemos a segunda das equações (29) em detalhe, usando A1 = A2 . Faça um gráfico de x2 (t),
usando ω1 = ω2 /7. Interprete. Faça um novo gráfico para o caso ω1 = 9ω2 /10, usando a relação
trigonométrica
β+α β−α
cos α − cos β = 2 sin sin , (30)
2 2
para interpretar o resultado em termos de batimentos. [Para se divertir, explique como este fenómeno
pode ser usado para afinar uma corda de uma guitarra tendo outra já afinada.]
g) Sabe-se que se a partı́cula 2 está fixa, a partı́cula 1 oscila com uma frequência νA = 1, 81Hz e que,
quando as duas partı́culas podem oscilar, o modo normal mais lento tem frequência ν1 = 1, 14Hz.
Determine a frequência ν2 do outro modo normal e o quociente k 0 /k.
respectivamente.
Uma transformação de gauge é definida por
∂λ
φ → φ0 = φ + ,
∂t
A ~0 = A
~ → A ~ − ∇λ
~ , (32)
ou
F~ ~
~ − ∂ A + ~v × ∇
~ ×A
~ .
= −∇φ (34)
q ∂t
~
~ B
∇. ~ = 0, ~ = − ∂B .
~ ×E
∇ (35)
∂t
Qual o significado fı́sico da primeira equação? Como se chama a lei representada localmente pela
segunda equação?
b) Mostre que os campos eléctrico e magnético são invariantes para uma transformação de gauge.5
dAk ∂φ ∂Aa
0 = mẍk + q +q −q va . (37)
dt ∂xk ∂xk
5
Esta propriedade é muito útil do ponto de vista clássico, pois ela permite escolher uma gauge nas quais as contas se
tornem mais simples. Mas historicamente ela foi fonte de uma série de dificuldades quando se começou a tentar quantizar
campos de gauge.