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Mecânica dos Fluidos 2 (1/2023)

ENM-UnB, Brasília, DF

MECÂNICA DOS FLUIDOS 2: LISTA 1


Departamento de Engenharia Mecânica

1) Dados os vetores:

a = 1e1 + 2e2 + 3e3 , b = 1e1 + 3e2 − 2e3 , c = −2e1 − 1e2 + 0e3 ,

calcule:

(a) a · b,
(b) a × b,
(c) a · b × c,
(d) a × (b × c),
(e) (a × b) × c.

2) Escreva as equações abaixo na forma compacta:




a111 + a122 + a133 + b1 = 0,
(a) a211 + a222 + a233 + b2 = 0,


a311 + a322 + a333 + b3 = 0.
(
a11 = a22 = a33 = −p,
(b)
a12 = a21 = a23 = a32 = a13 = a31 = 0.

3) Sejam a, b e c vetores. Determine os escalares λ e µ tais que:

(a × b) × c = λb − µa.

4) Seja v um vetor arbitrário e n um vetor unitário arbitrário. Mostre que:

(a) v = (v · n)n − (v × n) × n,
(b) v = (v · n)n + (v ⊗ n)n − (n ⊗ v)n.

5) Dados dois vetores a e b e um tensor de segunda ordem S, mostre que:

(a) S(a ⊗ b) = (Sa) ⊗ b,


(b) (a ⊗ b)S = a ⊗ (S T b),
(c) (a ⊗ b)T = b ⊗ a.

6) Considere três vetores, a, b e c, os quais são linearmente independentes (ou seja, a · (b × c) ̸= 0). Mostre
que:

(a) Os vetores a × b, b × c e c × a também são linearmente independentes.


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(b) (a × b) ⊗ c + (b × c) ⊗ a + (c × a) ⊗ b = (a × b · c)I, em que I é o tensor identidade.

7) Utilizando a definição de delta de Kronecker, calcule δij δij .

8) Dado que aij = αbkk δij + βbij , em que β ̸= 0 e 3α + β ̸= 0, determine bij em termos de aij .

9) Utilizando a propriedade de contração do delta de Kronecker, simplifique as seguintes expressões:

(a) δij (aij − aji ),


(b) δip δjq ap bj cq ,
(c) (δij + aij )(δij − aij ).

10) A equação de Cauchy do movimento de um corpo infinitesimal (balanço de forças por unidade de volume
do elemento) pode ser escrita na forma:
 
∂u
ρ + (u · ∇) u = ∇ · σ + ρg.
∂t
No caso de fluidos newtonianos, a equação constitutiva que descreve o comportamento de tais materiais foi
proposta por Stokes na forma:
 
1
σ = −pI + 2µ D − (∇ · u) I ,
3
em que p é o campo escalar de pressão, D é a parte simétrica do tensor ∇u (tensor taxa de deformação) e
I é o tensor identidade.

(a) Nestas condições, mostre que equação de Cauchy em notação indicial torna-se:
  !
∂ui ∂ui ∂p ∂ 2 ui 1 ∂∆
ρ + uj =− +µ + + ρgi ,
∂t ∂xj ∂xi ∂x2j 3 ∂xi

em que ∆ = ∇ · u = tr (D) representa a taxa de expansão volumétrica do elemento infinitesimal de


fluido.
(b) Por meio do traço de σ, mostre que:
1
p = − σii .
3
11) Mostre que o traço de um tensor de segunda ordem é igual ao traço de sua parte simétrica (o que significa
que o traço de um tensor anti-simétrico é igual a zero).

12) Sejam a, b, c e d vetores. Demonstre as seguintes identidades vetoriais:

(a) a × b = −b × a,
(b) (a + b) × c = a × c + b × c,
(c) a × (b + c) = a × b + a × c,
(d) a · (b × c) = (a × b) · c = b · (c × a),
(e) (a × b) × (c × d) = b[a · (c × d)] − a[b · (c × d)] = c[a · (b × d)] − d[a · (b × c)],
(f) (a × b) · (c × d) = (a · c)(b · d) − (a · d)(b · c),
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(g) (a × b) · (a × b) + (a · b)2 = |a|2 |b|2 .

13) Seja r o vetor de coordenadas espaciais e f (r) uma função real, com r = |r|. Mostre que:

df
∇ · [rf (r)] = 3f (r) + r .
dr

14) Seja D = 12 [∇u + (∇u)T ], em que ( · )T representa a transposição de um tensor. Se ∇ · u = 0, mostre


que D : I = 0, em que I é o tensor identidade.

15) Sejam u e v campos vetoriais, ϕ e ψ campos escalares e I o tensor identidade. Prove que:

(a) ∇ · (ϕu) = ϕ∇ · u + u · ∇ϕ,


(b) ∇ × (ϕu) = ϕ∇ × u + ∇ϕ × u,
(c) ∇ · (u × v) = v · (∇ × u) − u · (∇ × v),
(d) ∇ × ∇ϕ = 0,
(e) ∇ · (∇ × u) = 0,
1
(f) u × (∇ × u) = ∇u2 − (u · ∇)u
2
(g) ∇ · (ϕu ⊗ u) = ϕ (u · ∇) u + u[∇ · (ϕu)],
(h) ∇2 (∇ · u) = ∇ · ∇2 u,
(i) ∇ · (ϕI) = ∇ϕ,
(j) ∇ × (v × u) = (u · ∇)v − (v · ∇)u + v(∇ · u) − u(∇ · v),
(k) ∇ · (ϕ∇ψ − ψ∇ϕ) = ϕ∇2 ψ − ψ∇2 ϕ,
(l) ∇ × (∇ × u) = ∇(∇ · u) − ∇2 u,
(m) ∇ · [(∇u)u] = ∇u : ∇uT + u · ∇(∇ · u),
(n) ∇(u · v) = (v · ∇)u + (u · ∇)v + v × (∇ × u) + u × (∇ × v).

16) Em escoamentos não isotérmicos, a introdução de uma equação de balanço de energia é necessária. Para
um fluido newtoniano incompressível sem geração interna de calor, essa equação em termos da temperatura
é dada por:
DT 1
= τ : ∇u + α∇2 T,
Dt ρc
em que u = (u, v, w) é o vetor velocidade, T é a temperatura, t é o tempo, ρ a massa específica, c o calor
específico a volume constante e α a difusividade térmica. O termo Φ = τ : ∇u é denominado função
dissipação, com o tensor τ , nesse contexto, dado por:
 
∂ui ∂uj
τij = µ + ,
∂xj ∂xi

em que µ é a viscosidade.

(a) Mostre que o tensor de componentes τij é simétrico.


(b) Decomponha o gradiente de velocidade na soma de um tensor simétrico com outro antissimétrico.
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(c) Mostre que


 2  2
∂ui ∂uj
− =0
∂xj ∂xi
e desenvolva a função dissipação de modo a encontrar:
 2
µ ∂ui ∂uj
Φ= + .
2 ∂xj ∂xi

Conclua que Φ é sempre positivo, o que implica em deduzir que, nesse tipo de fluido, os efeitos viscosos
contribuem sempre para o aumento da energia interna da partícula.
(d) Mostre que a função dissipação para um fluido newtoniano incompressível é dada por:
( "   2   #       )
∂u 2 ∂v ∂w 2 ∂u ∂v 2 ∂u ∂w 2 ∂v ∂w 2
Φ=µ 2 + + + + + + + + .
∂x ∂y ∂z ∂y ∂x ∂z ∂x ∂z ∂y

17) Sejam S e E dois tensores simétricos de segunda ordem tais que S = CE, em que C é um tensor de quarta
ordem com componentes Cijrs = λδij δrs + µ (δir δjs + δis δjr ) e λ e µ são constantes escalares. Mostre que

(a) S = λ (tr E) I + 2µE,


1 λ
(b) E = S− (tr S) I.
2µ 2µ (3λ + 2µ)
18) O tensor de tensões de Maxwell,
   
1 1 1
T = ϵ0 E ⊗ E − (E · E) I + B ⊗ B − (B · B) I ,
2 µ0 2

em que ϵ0 é a permissividade do vácuo, E é o campo elétrico, I é o tensor identidade, µ0 é a permeabilidade


magnética do vácuo e B é o campo de indução magnética, é um tensor de segunda ordem simétrico usado no
eletromagnetismo clássico para representar a interação entre forças eletromagnéticas e momento mecânico.
A partir deste tensor é possível escrever a lei da conservação do momento na eletrodinâmica clássica como


∇ · T = f + ϵ0 (E × B) ,
∂t
em que f é a força eletromagnética por unidade de volume. Por outro lado, as equações de Maxwell são
dadas por
ρ
∇·E = ,
ϵ0
∇ · B = 0,
∂B
∇×E =− ,
∂t
e
∂E
∇ × B = µ0 J + µ0 ϵ0 ,
∂t
em que ρ é a densidade volumétrica de carga elétrica e J é a densidade volumétrica de corrente. Com base
nas informações apresentadas, faça o que se pede nos itens a seguir:
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a) Demonstre que
 
1 1 1 2 ∂
f = ϵ0 [(∇ · E) E + (E · ∇) E] + (B · ∇) B − ∇ ϵ0 E + B − ϵ0 (E × B) .
2
µ0 2 µ0 ∂t
b) Verifique que a expressão obtida no item anterior pode ser reescrita como
1 ∂
f = ϵ0 [(∇ · E) E − E × (∇ × E)] − B × (∇ × B) − ϵ0 (E × B) .
µ0 ∂t
c) Finalmente, mostre que
f = ρE + J × B.
19) Se A é um tensor de segunda ordem de componentes Aij , é possível mostrar que

Aip Aiq Air

εijk εpqr det A = Ajp Ajq Ajr .
Akp Akq Akr

A partir deste resultado, verifique que



δip δiq δir

a) εijk εpqr = δjp δjq δjr .
δkp δkq δkr
b) εijk εpqk = δip δjq −δiq δjp , que é a relação entre o símbolo de Levi-Civita e o delta de Kronecker (relação
ε–δ).
c) εijk εpjk = 2δip .
d) εijk εijk = 6.
20) Sabendo que em notação indicial o determinante de um tensor de segunda ordem S é dado por

det S = εijk S1i S2j S3k = εijk Si1 Sj2 Sk3 ,

mostre que
a) det I = 1,
b) det A = det AT ,
c) det (αA) = α3 det A,
d) det A = 16 εijk εpqr Aip Ajq Akr ,
e) det (AB) = (det A) (det B),
em que A e B são dois tensores quaisquer de segunda ordem, I é o tensor identidade e α é um escalar
qualquer.

21) Considere o vetor e o tensor de segunda ordem

v(x) = x1 e1 + x1 x2 e2 + x1 x3 e3 ,

S(x) = x2 e1 ⊗ e2 + x1 x3 e3 ⊗ e3 .
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a) ∇ · v,
b) ∇ × v,
c) ∇ · S.

22) Um vetor u é dito lamelar complexo se u · (∇ × u) = 0. Se u é um vetor lamelar complexo, mostre que
o vetor ϕu também é lamelar complexo, em que ϕ é uma função escalar qualquer.

23) Sejam v = v (x, t) e w = w (x, t) dois campos vetoriais e considere a operação definida por

Dv w ∂w
= + (∇ · w)v + ∇ × (w × v).
Dt ∂t
(a) Mostre que
Dv w ∂w
= + (∇w)v − (∇v)w + (∇ · v)w.
Dt ∂t
(b) Para um vetor b qualquer, mostre que
 
Dv w ∂w
b· =b· + (∇w)v + [(b · w)I − b ⊗ w] : ∇v.
Dt ∂t

24) Seja V o volume de uma região tridimensional delimitada por uma superfície fechada S e seja u um campo
vetorial definido em V e em S.

(a) Se a e c são vetores arbitrários constantes, mostre que

c · (∇u) a = a · ∇ (c · u) .

(b) Use o resultado do item (a) e o teorema da divergência para mostrar que
˚  ‹
c· ∇u dV a = a · (c · u) n dS,
V S

em que n é o vetor normal unitário exterior à S.


(c) Mostre que ‹ ‹ 
a· (c · u) n dS = c · u ⊗ n dS a
S S
e, portanto, que ˚ ‹
∇u dV = u ⊗ n dS.
V S

(d) Finalmente, mostre que ‹


xi nj dS = V δij .
S

25) As equações de Maxwell para o eletromagnetismo no espaço livre (na ausência de cargas, correntes e meios
dielétricos ou magnéticos) podem ser escritas em notação indicial como

∂Bk
= 0,
∂xk
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∂Ek
= 0,
∂xk
∂Ek ∂Bi
εijk + =0
∂xj ∂t
e
∂Bk 1 ∂Ei
εijk − 2 = 0,
∂xj c ∂t
em que Bi é a i-ésima componente do vetor indução magnética, Ei é a i-ésima componente do vetor campo
elétrico e c é a velocidade da luz no vácuo. Além disso, na eletrodinâmica, define-se um potencial vetor A
tal que
B =∇×A
e um potencial escalar ϕ tal que
∂A
E = −∇ϕ − .
∂t
Em algumas situações pode-se impor que tal potencial vetor seja dado por

1 ∂ϕ
∇·A+ = 0,
c2 ∂t
o que define o conhecido calibre de Lorentz. Com base nas informações apresentadas, mostre, fazendo todo
o desenvolvimento em notação indicial e impondo o calibre de Lorentz, que os potenciais A e ϕ satisfazem
a equação da onda, isto é, mostre que
∂2ϕ 1 ∂2ϕ
− =0
∂x2k c2 ∂t2
e
∂ 2 Ai 1 ∂ 2 Ai
2 − 2 = 0.
∂xk c ∂t2

26) Seja V o volume de uma região tridimensional delimitada por uma superfície fechada S e seja u um campo
vetorial definido em V e em S. Mostre que
˚ ‹
∇ × u dV = n × u dS.
V S

Dica: Faça v = u × c no teorema da divergência1 , em que c é um vetor constante arbitrário.

˚ ‹
1
∇ · v dV = v · n dS.
V S

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