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Universidade de Brası́lia

ENM - FT
Materiais de Construção Mecânica 1 (ENM0090)

Relatório de Laboratório 01:


Experimento de Ultrassom

Grupo: 01

Antonio Carlos da Cunha Facciolli 190084430


Arthur Dreger de Carvalho 180112864
Artur Silva Pereira 180098233
Beatriz Pinto Lustosa 190127422
Caio Alves Assumpção 160151309

Professor:
Cosme Roberto M. da S.

13 de agosto de 2021
1 Objetivo do Ensaio Industrial de ultrassom
O objetivo do ensaio industrial de ultrassom tem como finalidade encontrar as reflexões no
interior das peças avaliadas, identificando as descontinuidades que podem aparecer por muitas
razões, como um erro de fabricação ou desgaste por muito uso. O ensaio de ultrassom industrial
ocorre para diminuir incertezas e garantir a eficiência dos equipamentos.

2 Transdutores
Os transdutores são compostos por uma carcaça externa, eletrodos e cristais piezoelétricos
que vibram quando submetidos a uma corrente emitindo uma onda e produzem uma corrente
elétrica quando interagem com uma onda. Os tipos de ensaios são separados devido ao tipo de
transdutor que se está sendo usado, no total existem 4 tipos de transdutores.

2.1 Normal ou Monocristal


É constituı́do por um cristal piezoelétrico, sendo necessarios 2 transdutores em posições
opostas da peça que será submetida ao ensaio.

2.2 Angular
Recebe esse nome pois seu cristal possui um ângulo com a superfı́cie do material. Muito
usado em lugares nos quais seria difı́cil acoplar o transdutor na área que se deseja analisar,
usado principalmente para analises de soldas.

2.3 Duplo cristal


É o mais usado para medição de espessura, em sua estrutura estão acoplados dois cristais,
que são isolados acusticamente entre si, um dos cristais atua como emissor e o outro como
receptor.

2.4 Phased array


Possui um arranjo de cristais que podem ser ativados individualmente, assim possibilitando
um vasto leque de ângulos e tipos de varreduras.

3 Acoplantes
• Funções
O ultrassom ao se propagar em um meio e ao passar de um meio para outro, sempre sofre
atenuação da intensidade do sinal, devido aos efeitos de absorção, reflexão e espelhamento.
Por essa razão, os acoplantes ultrassônicos são necessários porque a energia sonora não é
transmitida de forma eficaz através do ar. Isso porque o ar apresenta uma diferença de
impedância acústica enorme em relação à saı́da do transdutor e a peça teste. Tal diferença
define a quantidade de reflexâo na interface.
A impedância acústica é definida como:
p
Z=
vS
Onde Z é a impedância acústica, p a pressão sonora, v a velocidade do som nesse material
e S a superfı́cie.

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• Tipos mais comuns de acoplantes
Os acoplantes mais comuns são óleo, água, graxa e glicerina.

4 Ultrassom por contato direto e Ultrassom por imerssão


4.1 Contato Direto
O Ultrasson por Contato Direto é caracterizado por ter o acoplante depositado em pequena
quantidade entre o transdutor e a peça. No geral, esse tipo de ensaio é mais adequado para
peças maiores.

4.2 Imersão
O Ultrasson por Imersão consiste em mergulhar a peça e o cabeçote em um lı́quido, podendo
ser a própria água. Essa técnica deve ser mais utilizada com peças pequenas e idênticas.

5 Técnicas de Ensaio ultrassom


5.1 Transparência
Na técnica de transparência são utilizados dois transdutores separados e alinhados, um
transmitindo e outro recebendo as ondas ultra-sônicas. O intuito dessa técnica é estabelecer
um critério comparativo de avaliação do sinal recebido, isto é, da altura do eco na tela do
equipamento de medição. A altura do sinal recebido varia em função da quantidade e tamanho
das descontinuidades presentes no percurso das vibrações ultrassonicas. Sendo assim, o inspetor
não sabe analisar as caracterı́sticas das indicações, porém compara a queda do eco com uma peça
sem descontinuidades, podendo assim estabelecer critérios de aceitação do material fabricado.
Este tipo de inspeção, não se pode determinar a posição da descontinuidade, sua extensão ou
localização na peça, é somente um ensaio do tipo passa-não passa.

5.2 Pulso eco


Nessa técnica, somente um transdutor é responsável por emitir e receber as ondas ultra-
sônicas pulsantes que se propagam no material(pulso-eco). Geralmente é usado um transdutor
do tipo monocristal que é acoplado em um lado do material.Pode-se verificar a profundidade da
descontinuidade, suas dimensões e localização na peça. No caso do pulso emissor bater numa

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descontinuidade muito próxima da superfı́cie, haverá um eco retornando antes de terminar a
emisão. Neste caso, o sinal da descontinuidade não é percebido. Por isso, a zona morta (área
próxima a superfı́cie na qual não se detectam ecos durante o tempo de emissão) é alta nessa
técnica de ensaio.

5.3 Duplo cristal


Para ensaiar peças com pouca espessura nas quais se espera encontrar descontinuidades
próximas à superfı́cie, os transdutores pulso-eco não são adequados, por possuı́rem uma zona
morta alta. Nesses casos, torna-se necessário outro tipo de transdutor - o transmissor e re-
ceptor por duplo cristal. Nesse tipo de transdutor, existem dois cristais piezoelétricos, um
responsável pela emissão e o outro pela recepção. Com dois cristais, a zona morta é reduzida
e os transdutores são usados para detectar falhas subsuperficiais.

5.4 Transdutores angulares


Se estivermos trabalhando com uma superfı́cie irregular, o acoplamento dos transdutores,
pulso-eco ou duplo cristal, seria insuficiente e ,portanto, iria afetar a confiabilidade do ensaio.
Nesses casos, usamos os transdutores angulares, que possibilitam um acoplamento perfeito e a
detecção das descontinuidades, visto que o cristal está em ângulo.

6 Etapas do ensaio ultrassom


Antes de começar o ensaio propriamente dito, é necessário realizar a calibração do equipa-
mento para atender aos criterios de aceitação (tamanho da descontinuidade que será considerada
uma falha).

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6.1 Ajuste de escala
Primeiro conectamos o aparelho ao transdutor que será utilizado no ensaio de forma apro-
priada, selecionando a função apropriada no osciloscopio. Em seguida será ajustada o tempo
de resposta, selecionando o mais adequado para as dimensões da peça. Exemplo de escala que
o equipamento pode possuir: 0 a 50 mm 0 a 100 mm 0 a 200 mm 0 a 500 mm 0 a 1.000 mm
Adiquire-se o fator K pela relação:
escala
Z=
númerodedivisoesdatela
O primeiro teste será feito em um corpo de teste de espessura conhecida e mesmo material
do bloco que será analizado posteriormente. no aparelho devem aparecer um numero de pulsos
igual a:
escaladeprof undidade
Z=
espessuradecalibração
escala de profundidade é o valor maximo da escala escolhida no aparelho e espessura de
calibração é a espessura do corpo teste.

6.2 Ajuste da sensibilidade de resposta


Nessa etapa será ajustada a sendibilidade do aparelho para detectar descontinuidades pre-
estabelecidas como defeitos. como o sinal de retorno é atenuado em função da distancia da
descontinuidade à superficie, precisamos elaborar uma curva de atenuação de sinal para servir
de referencia. para isso temaremos como referencia um corpo de prova conhecido, com furos
propositalmente efetuados com tamanho proximo do tamanho das descontinuidades que são
consideradas defeitos, em distancia crescente da superficie. traçamos então a curva de ate-
nuação em fução do tamanho da peça, de modo a termos uma intensidade de sinal suficiente
mesmo para os furos localizados proximos à face inferios da peça.
Com isso, se finaliza o processo de calibração.

6.3 Localizando as descontinuidades


O ensaio deve ser realizado em ao menos 2 superficies da peça. Enquanto se passa o transdu-
tor, qualquer pulso acima da curva de atenuação será entendida como um defeito pelo operador.
as abaixo são apenas descontinuidades.
Em casos especificos, como no caso de soldas, usar os cabeçotes normais é preticamente
impossı́vel, para esses casos será utilizado um transdutor angular.

Na imagem a esquerda a localização da descontinuidade é adquirida por meio da trigonome-


tria, aplicando-se as relações para o triangulo retangulo. sendo (beta) o angulo do trandutor
angular.

a = Ssen(beta)

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d = Scos(beta)
na imagem a direita a onda é refletida antes de atingir a descontinuidade, assim:

S = S1 + S2
a = Ssen(beta)
d = 2e − Scos(beta)

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