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13/06/2019

1 ULTRASSONOGRAFIA
Emily Correna Carlo Reis
MV., MSc., DSc.

3 Introdução

4 Histórico utilização médica


1942: Dussik introduziu o exame ultrassonográfico na medicina. Imagens eram em
preto e branco sem gradações.
1966: Ivan Lindahl confirmou prenhez em ovelhas com o aparelho de ultrassom.
Escala de cinza na imagem - 1971
1980-90 - desenvolvimento tecnológico - importante instrumento de investigação
diagnóstica.
1984 – primeiros trabalhos Medicina Veterinária

5 Quando requisitar um exame ultrassonográfico

6 Física do ultrassom
ONDA: perturbação que se propaga através de um meio

7 Física do ultrassom
Tipos de ondas – natureza e sentido de suas vibrações

Eletromagnéticas: não necessitam de um meio material para se propagar.


Ex.: luz, ondas de rádio, televisão, raios x.
Mecânicas: necessitam de um meio material para se propagar. Exemplo: som.
As ondas sonoras são ondas mecânicas.
Dependem de um meio material (sólidos, líquidos ou gases) para serem transmitidas

8 Classificação das ondas


Quanto ao sentido da vibração
· Transversais: partículas vibram em direção perpendicular à direção de propagação da
onda.
· Longitudinais: partículas vibram na mesma direção da propagação da onda. São as que
interessam (direção do feixe sonoro é a mesma da fonte vibrante).
Ex.: Mola

9 Elementos de uma onda


Amplitude: corresponde à magnitude ou intensidade sonora.
Comprimento de onda: distância em que o fenômeno se repete.

10 Elementos de uma onda


Frequência: é o número de ciclos pela unidade de tempo.
A unidade de medida de frequência é o hertz (Hz)
1 Hz = 1 ciclo/segundo
1 quilohertz (1 kHz) = 1.000 ciclos/segundo
1 megahertz (1 MHz) = 1.000.000 ciclos/segundo

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1 quilohertz (1 kHz) = 1.000 ciclos/segundo


1 megahertz (1 MHz) = 1.000.000 ciclos/segundo

11 Elementos de uma onda


O som audível pelo ouvido humano está compreendido entre as frequências de 20 a
20.000 Hz.
Infrassons < 20 Hz.
Ultrassons > 20.000 Hz

Ultrassom é uma forma de vibração acústica com frequência muito alta para ser percebida
pelo ouvido humano.

Os cães chegam a perceber sons com 25.000 vibrações por segundo (25 kHz).
Os morcegos captam sons de até 50.000 vibrações por segundo (50 kHz).

12 Princípios do ultrassom

13 Física do ultrassom: ecolocalização


1794 - Lazzaro Spallanzini - morcegos se orientavam pela audição.

Sonar: objetivos militares e industriais: 2º Guerra

14 Física do ultrassom: o efeito piezoelétrico


1880 - Jacques e Pierre Curie – Efeito piezoelétrico – Capacidade de alguns materiais
(cristais) de produzir eletricidade quando submetidas a estresse mecânico (contração e
expansão).

1881 - G. Lippmann descobriu que o inverso da observação dos irmãos Curie também
era verdadeiro. Aplicando-se cargas elétricas na superfície dos cristais piezelétricos,
originavam-se deformações no cristal.

15 Formação da imagem ultrassonográfica


• É um método diagnóstico que se baseia na produção e reflexão de ondas sonoras
• Ondas sonoras de alta frequência:
– Ultrassom diagnóstico (1 a 15 MHz)
• Constituintes do equipamento:
– Monitor
– Mesa de comando
– Transdutores

16 Formação da imagem ultrassonográfica


Transdutores - elementos piezoelétricos
Unidade básica denominada transdutor (ou sonda).
Converte uma forma de energia em outra
São transmissores e receptores simultaneamente.

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Converte uma forma de energia em outra


São transmissores e receptores simultaneamente.
Existem diversos tipos de transdutores, sendo cada um adequado para um tipo de
exame.
Tipo de imagem produzida
Frequência

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18 Interação do som com os tecidos


Velocidade (c)– é constante para cada material, dependendo de suas propriedades
elásticas e densidade (d).
Com exceção do ar, pulmão e ossos, os tecidos possuem densidade muito próxima
(calibração para velocidade de 1.540m/s)
Impedância acústica (Z) – qualidade do tecido em transmitir as ondas sonoras.
Z=cxd
A diferença de impedância acústica entre dois tecidos permite identificar estruturas
vizinhas.
Quanto maior a diferença de impedância entre duas estruturas, maior será a
intensidade de reflexão.

19 Formas de interação com os tecidos


Absorção
Espalhamento
Reflexão
Refração

20 ABSORÇÃO
Ocorre pela transformação da energia acústica em calor.

No ultrassom diagnóstico a intensidade da onda é tão baixa que a quantidade


absorvida em forma de calor é ínfima, o tempo do exame e a constante mudança de
posição do transdutor sobre a pele não são suficientes para causar danos.

21 ESPALHAMENTO
Quando o comprimento da onda do feixe sonoro é maior que as partículas que compõe
o meio, produz-se uma série de pequenas reflexões à partir de cada partícula em várias
direções.
22 REFRAÇÃO
É o fenômeno que ocorre quando o feixe sonoro não incide perpendicularmente à
interface das estruturas e há diferença de velocidade do som entre elas.
Neste caso pode originar artefatos de descontinuidade nas interfaces.

23 REFLEXÃO
Porções da onda sonora que batem em superfícies refletoras e retornam ao transdutor.

Esse fator é responsável pela base da formação da imagem ultrassonográfica.

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Esse fator é responsável pela base da formação da imagem ultrassonográfica.

24 REFLEXÃO
A reflexão depende da diferença de impedância acústica

Quanto maior a diferença, mais intensa a reflexão das ondas sonoras.


Espera-se que parte sofra reflexão nas interfaces de duas estruturas analisando seus
limites e a maior parte seja transmitida para se analisar estruturas mais profundas.

25 Interação com os tecidos


À medida que percorrem o corpo do paciente, as ondas sonoras produzidas pelo aparelho
de ultrassom interagem com os tecidos de diversas maneiras, ocasionando atenuação
do feixe sonoro.

26 ATENUAÇÃO
Quando feixe sonoro se propaga, existe uma redução da sua amplitude em função da
distância percorrida:
Quanto maior a distância percorrida, maior será a atenuação

27 ATENUAÇÃO
Quando feixe sonoro se propaga, existe uma redução da sua amplitude em função da
distância percorrida:
Quanto maior a frequência, maior a atenuação, menor profundidade atingida

28 Frequência e resolução espacial


Definição: menor distância entre 2 pontos distintos caracterizados como distintos
Depende da frequência
Alta frequência: melhor resolução axial
(resolução lateral depende da largura do feixe)

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30 Resumindo...
Formação da imagem ultrassonográfica
1. Tempos gasto para retorno do eco = distância da estrutura ao transdutor
2. Os ecos são analisados conforme sua força: os ecos de retorno – em diferentes
intensidades pela atenuação.
3. Imagem continuamente atualizada: método dinâmico
4.
4.

31 EQUIPAMENTO – modo de processamento do eco


Modos de decodificação e exibição do secos de retorno:
Modo B – modo bidimensional / brilhante
Modo A – modo amplitude

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Modo B – modo bidimensional / brilhante


Modo A – modo amplitude
Modo M – modo movimento
Doppler
Doppler duplex

32 Modo B

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36 Formação da imagem ultrassonográfica

37 Modo A
Eixo y = amplitude do eco retornado
Eixo x = tempo de retorno
Utilizado em ecoencefalografia e oftalmologia
Associado com o modo B para exatidão de profundidade

38 Modo A

39 Modos A e B
Olho normal
Setas:
Cornea
Cristalino
Fundo de órbita

40 Modo M

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43 Doppler vascular
Identificação de fluxo
Identificação de velocidade sanguínea
Princípio: frequência do som muda à medida que se aproxima ou se distancia de um
objeto em movimento

Hemacias aproximando: aumento na frequencia


Hemacias afastando: diminuição na frequencia

Essa alteração: desvio Doppler

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46 Doppler vascular
Depende de:

Frequencia do som utilizada


Velocidade das hemácias
Velocidade do som nos tecidos
Ângulo de incidência do feixe sonoro
Deve ser o mais próximo de zero
para mensurar a velocidade
com precisão (60 ou menos)

Fluxo não é medido a 90o

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48 Doppler colorido
Cores sobrepostas à imagem em modo B
Azul afastando
Vermelho aproximando

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50 Doppler pulsátil
Fluxo aproximando: acima linha eixo X
Fluxo afastando: abaixo linha eixo X

51 Doppler contínuo
Um cristal envia e outro cristal recebe
Muito preciso na detecção do deslocamento doppler (não existe tempo de envio e de
espera de eco)
Detecta altas velocidades
Mede todo deslocamento doppler detectado ao longo do eco sonoro: difícil diferenciar
a velocidade do fluxo sanguíneo de dois vasos diferentes ao longo do eco

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57 Semiologia ultrassonográfica
– Número
– Topografia / Posição
– Contornos / Margens
– Forma
– Dimensões
– Relação entre a estrutura analisada e as estruturas vizinhas
– Arquitetura – relação com a anatomia

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– Relação entre a estrutura analisada e as estruturas vizinhas


– Arquitetura – relação com a anatomia
– Ecogenicidade
– Ecotextura

58 Ecogenicidade
Ecogênico: capacidade de gerar ecos
Escala de cinza
Anecóico, anecogênico:
ausência completa de ecos ou da transmissão do som
Cor escura – líquido

Isoecóico, isoecogênico:
Ecogenicidades semelhantes
Hiperecóico, hiperecogênico:
ecos brancos – mais ecogênico do que outra estrutura
Osso, gás, tecido mineralizado
Hipoecóico, hiperecogênico:
ecos discerníveis de baixa intensidade – menos ecogênico do que outra estrutura
Escala de cinza de órgãos parenquimatosos

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61 Ecotextura
Identidade ultrassonográfica do tecido: fino ou grosseiro
Fina ou grosseira
Homogênea e heterogênea

Homogêneo e heterogêneo também pode ser relacionado à ecogenicidade

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63 Artefatos de técnica
De propagação
Reverberação
Imagem em espelho
Lobo lateral
Espessura de corte
De atenuação
Sombreamento acústico
Reforço acústico
Sombreamento lateral

64 Reverberação
falsos ecos, distais a uma superfície altamente refletiva (gás ou metal)
reproduzindo a mesma, repetidamente
a distâncias regulares em zonas mais profundas.
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reproduzindo a mesma, repetidamente


a distâncias regulares em zonas mais profundas.

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66 Imagem em espelho
Superfície altamente reflexiva curva
Cuidado para não confundir com hérnia diafragmática.

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68 Lobo lateral
Ecos gerados no lado do feixe principal retornam ao transdutor
Equipamento interpreta como do feixe principal
Localização errônea de estrutura
Ecos fracos
Ocorrência: superfícies reflexivas e curvas
69 Lobo lateral

70 Espessura de corte
Parte da espessura do feixe sonoro vai além de estrutura cística
Ecos do tecido adjacente visto dentro da estrutura
Pseudosedimento
Curvo
Perpendicular ao feixe
Sedimento verdadeiro:
Alinha horizontal
Movimenta com paciente

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72 Sombreamento acústico (sombra acústica posterior)


Gás ou mineral
Reflexão ou atenuação total do eco
Sem imagem posterior
Ajuda na identificação de
calcificações, cálculo e gás

73 Reforço acústico
Posteriormente a tecidos com baixa atenuação do feixe sonoro
Região abaixo a uma estrutura preenchida por fluido tem sua ecogenicidade aumentada
devido a falta de atenuação das ondas sonoras através da estrutura em questão.
Útil para detectar a presença de cistos, abscessos e efusões.

74 Sombreamento lateral
Na margem de uma superfície curva
Parte das ondas sonoras que são refratadas ou refletidas ao incidirem neste local, não
retornam ao transdutor
Sombra profunda nos limites da superfície curvada
Estruturas císticas, vesícula biliar, bexiga e rim.

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Estruturas císticas, vesícula biliar, bexiga e rim.

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76 Prática
Planos de secção ver kealy novo pg 14 logo antes de doppler
77 Pratica - mostrar
Controle de ganho:
Define quantidade de amplificação do sinal – para o tom de cinza
TGC = controle de ganho no tempo
Ecos de estruturas mais profundas – maior atenuação
Variar o TGC para melhorar a imagem
Estruturas iguais a distâncias diferente têm que aparecer no monitor com a mesma
intensidade

78 Pratica
Mostrar alteração de frequencia do transdutor no aparelho
Mostrar medições
Mostrar artefatos
Fazer o “boneco” com gel
Agendar animais para proxima semana

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