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1 - Resistência de radiação (Rr): Resistência fictícia que dissipa uma potência igual à potência
radiada pela antena.
i(t)
i(t)
Rr
potência
radiada
i(t) = I0 cos t
1 2 PT
PT P dS R r I02 Rr (3.1)
S 2 I 02
0 l 2 2
com P 2 I0 sen 2 a r (direção radial)
8r
e dS r 2 sen d d a r (coordenadas esféricas)
2 2
l
Como 0 = 377 120 , tem-se: PT 15 I 02 0 0 d
3
sen d
2
sen 2 cos 2 cos 8
mas sen 3 d d 2 sen 3 d 2
0 0 0 3 3 0 3
2
l
logo PT 40 I 02 .
2
(3.2)
2
l
2 40 I 02
2
2
2P l
Desta forma: R r T R r 80 2
[] (3.3)
2
I0 2
I0
29
c 3 10 8
l = 1 cm 1m (l = /100)
f 300 10 6
2
1
R r 80 2
R r 79 m
100
1 2 PT
PT R r I 02 I0
2 Rr
Para PT = 1 W e Rr = 79 m vem: I 0 5 A
Conclusão: como Rr é pequena para o dipolo infinitesimal, a corrente tem que ser alta. Isso mostra que o dipolo
infinitesimal é um radiador pouco eficiente.
Diagrama 3D
direção de
máxima
radiação
Diagrama 2D
31
Pmax
Pmax
2
Exemplo 2:
- lobo ou feixe principal: feixe do diagrama que aponta na direção de máxima radiação;
- lobo menor: qualquer outro lobo que não seja o principal. Os lobos laterais geralmente
designam os lobos menores que ocupam o mesmo hemisfério do lobo principal; já os lobos
posteriores usualmente referem-se àqueles que ocupam o hemisfério na direção oposta à do lobo
principal. Lobos menores geralmente representam radiação em direções indesejadas (ou captação
de direções indesejadas) e devem ser minimizados;
- nível de lobo lateral (SLL, de “Side Lobe Level”): razão entre a amplitude do maior lobo
lateral e a amplitude do lobo principal. Geralmente é dado em decibéis;
P E
SLL 10 log lateral 20 log lateral . (3.5)
P E
principal principal
Por exemplo, um nível de lobo lateral de -20 dB significa que a potência radiada na direção do
maior lobo lateral corresponde a um centésimo da potência na direção de máxima radiação. Ou,
equivalentemente, o campo radiado na direção do maior lobo lateral corresponde a um décimo do
campo radiado na direção de máxima radiação.
- largura de feixe de meia potência ou ângulo de abertura (HPBW, de “Half Power Beam
Width”): abertura angular definida pelos feixes nos quais a potência radiada é metade do valor
de potência na direção de máxima radiação. É também conhecida como largura de feixe de 3 dB.
32
É importante salientar que a largura de feixe é definida para um plano apenas. Assim, certas
antenas possuirão várias larguras de feixe correspondentes a diferentes cortes no diagrama
tridimensional.
- largura de feixe entre os primeiros nulos (BWFN ou FNBW, de “Beam Width between
First Nulls”): abertura angular definida pelos primeiros nulos adjacentes ao lobo principal;
- relação frente-costas (FB, de “Front to Back Ratio”): razão entre a amplitude do lobo
principal e a do lobo posterior diametralmente oposto. Geralmente é dada em decibéis.
P E
FB 10 log principal 20 log principal . (3.6)
P E
posterior posterior
Por exemplo, uma antena com FB = 30 dB radia 1000 vezes mais potência na direção de
máxima radiação do que na direção oposta. É possível aumentar a relação frente-costas
colocando um plano metálico (refletor) atrás da antena.
Exemplos:
O diagrama de radiação também pode ser dado em termos de curvas de contorno da potência recebida
(“footprints”) sobre uma determinada área de cobertura. Tal representação é bastante comum em antenas
de satélite. Na figura abaixo se tem um exemplo de cobertura de uma antena de satélite.
33
3 - Intensidade de radiação (U): Potência radiada por unidade de ângulo sólido. Sua unidade no
SI é watts/esferorradiano (W/sr). É obtida multiplicando a densidade de potência P numa dada
direção pelo quadrado do raio correspondente:
Um esferorradiano é o ângulo sólido, com vértice no centro de uma esfera, que subtende na
superfície desta esfera uma área numericamente igual ao quadrado do raio. Como a superfície de
uma esfera é 4r2, a esfera toda corresponde a um ângulo sólido de 4 esferorradianos.
Na figura anterior, a área infinitesimal na superfície da esfera dS é dada por:
Assim, a potência total radiada por uma antena pode ser expressa conforme abaixo:
34
2
PT P, dS P, r 2 sen d d U, sen d d U, d [W]. (3.8)
S S S 0 0
O valor médio da intensidade de radiação U(,) é a potência total radiada (PT) dividida pelo
ângulo sólido total (4 sr):
PT
U med . (3.9)
4
4 - Ganho diretivo D(, ): Indica a capacidade da antena de direcionar a potência radiada em
uma dada direção (, ). É calculado como a razão entre a intensidade de radiação na direção
(, ) e a intensidade de radiação média:
U,
D, . (3.10)
U med
4U, 4 r 2 P,
D, .
PT PT
(3.11)
U max
D D, max (3.12)
U med
Exemplos:
4 r 2 P,
P, D,
PT
a) antena isotrópica: 1
4r 2 PT
A antena isotrópica não tem qualquer propriedade direcional. Portanto sua diretividade (D = 1
ou 0 dBi) é a mais baixa possível. Geralmente a diretividade de uma antena é dada em relação à
diretividade da antena isotrópica (em dBi).
2
15 l
2
l
b) dipolo infinitesimal: P, 2 I02 sen 2 e PT 40 I 02
2
r
4 r 2 P,
Logo D, 1,5 sen 2 (3.13)
PT
Observação: a partir da definição de diretividade tem-se que, para uma antena qualquer, a
densidade de potência radiada na direção de ganho diretivo máximo é dada por:
D PT EIRP
Pmáx ou Pmáx [W/m2] (3.14)
4 r 2 4 r 2
D PT 1,5 5000
Pmáx Pmáx 597 W m2 (EIRP = 7,5 kW)
4 r 2 4 10002
1 2
Mas, para uma onda no espaço livre: P E E 2 0 P
2 0
5 - Ganho de potência (G): A definição de diretividade não leva em conta as perdas ôhmicas na
antena. Para considerar essas perdas, utiliza-se o ganho de potência (ou simplesmente ganho) da
antena. Este é definido como o produto da diretividade (D) pelo rendimento ou eficiência de
radiação (r):
PT PT
G r D com r (0 1) (3.15)
Pin PT Pp
onde PT = potência total radiada;
36
1 1
Pin PT Pp I in R r
2 2
I in R p
2 2
onde Rr é resistência de radiação, Rp é a resistência ôhmica e Iin é a corrente de pico nos terminais
de entrada da antena. Desta forma:
Rr
r (3.16)
Rr Rp
No caso mais geral, a extremidade do vetor campo elétrico descreve uma elipse no plano xy à
medida que a onda se propaga.
37
OA
Razão axial (AR, de“Axial ratio”): AR (1 AR ) (3.18)
OB
1 2E E cos
Ângulo de inclinação (“Tilt angle”): arctg 1 2 (3.19)
E1 E 2
2 2
2
Casos particulares:
a) Polarização linear: o vetor campo elétrico aponta sempre na mesma direção à medida que a
onda se propaga.
Polarização horizontal: E1 0 e E2 = 0 E Ex i = 0;
Polarização vertical: E1 = 0 e E2 0 E Ey j = 90;
Polarização linear genérica: = 0 E Ex i Ey j = arctg(E2/E1).
b) Polarização circular: o vetor campo elétrico gira numa circunferência no plano xy à medida
que a onda se propaga. Condição: E1 = E2 e = 90
Polarização circular direita: = -90 E E 0 cost z i E 0 sent z j ;
Polarização circular esquerda: = +90 E E 0 cost z i E 0 sent z j .
onde a ant é o vetor unitário na direção de polarização da antena e p é o ângulo entre as direções
de polarização da onda e da antena receptora. Se as polarizações estiverem casadas, PLF = 1 e a
antena extrairá o máximo de potência da onda recebida.
Exemplos:
Antenas lineares:
a) b) c)
Antenas de abertura:
a) b) c)
A tabela a seguir mostra a rejeição de polarização (igual a -PLFdB) para diversas situações.
39
Na tabela anterior foi considerada a situação ideal, onde somente a polarização principal está
presente. Na prática, entretanto, sempre existe um nível de polarização cruzada, que consiste na
polarização ortogonal que é excitada de forma indesejável devido às deformidades construtivas
da antena. Esse parâmetro é de grande importância em alguns sistemas, podendo esse
“vazamento” de polarização causar interferências nas comunicações. No caso de polarização
linear, a polarização cruzada corresponde à polarização numa direção perpendicular à direção de
polarização principal. Já em polarização circular, a polarização cruzada ocorre entre as
polarizações direita e esquerda.
E2 5,012
Densidade de potência: P P 33,37 mW / m2
20 2 377
y
E2 0,42
Observação: Px x 0,21mW / m2 E
20 2 377
4
E 2y 52
Py 33,16 mW / m2
20 2 377
P E
CP 10 log x 20 log x (3.21)
P E
y y
0,21 0,4
CP 10 log 20 log CP 22 dB .
33,16 5
Exercício 2: Uma onda com campo elétrico dado por E 3 cost z i 5 cost z j
incide numa antena polarizada verticalmente. Calcular o fator de perda de polarização.
a rec 3 i 5 j / 32 5 2 3 i 5 j / 34 (vetor unitário na direção do campo)
a ant j (vetor unitário na direção vertical)
40
Portanto: PLF a rec a ant 25 34 0,735 PLFdB 1,34 dB .
2
ou
Neste caso, a potência recebida corresponderá a 73,5% da máxima potência que seria recebida
caso as polarizações estivessem alinhadas. O ângulo entre as direções de polarização da onda e da
antena receptora é de 31 ( p arccos 0,735 31o ).
7 - Abertura efetiva (Ae): Uma antena receptora é usada para captar uma onda eletromagnética e
dela extrair potência, a qual será fornecida à carga (circuitos de recepção). Assim, uma antena
receptora, independentemente de sua forma física (filamentar, corneta, etc) pode ser vista como
uma abertura que extrai potência da onda recebida. A abertura efetiva (ou área efetiva) de uma
antena é definida como a razão entre a potência recebida ou captada pela antena (PR) e a
densidade de potência nela incidente (P):
PR
Ae [m2] (3.22)
P
Quanto maior a abertura efetiva de uma antena, maior será sua capacidade de extrair potência
da onda recebida.
A abertura efetiva de uma antena não é necessariamente igual à sua abertura física. Para
antenas de abertura (cornetas, por exemplo) ou refletoras, a abertura efetiva (Ae) e a abertura
física (Af) estão relacionadas pela equação abaixo:
onde ab é a eficiência de abertura, que indica quão eficientemente a abertura física da antena é
utilizada. A eficiência ab depende da distribuição dos campos na abertura da antena. Para uma
distribuição uniforme, ab = 1. Tipicamente, cornetas têm eficiência de abertura entre 30% a 90%
e antenas refletoras entre 50% a 80%.
Ae 2
Pode-se mostrar que, para qualquer antena: . (3.24)
G 4
Ae 2
Para antenas sem perda, G = D. Neste caso tem-se: . (3.25)
D 4
41
Exemplos:
8 - Impedância de entrada (Z): Impedância que a antena apresenta à linha de transmissão a qual
é conectada (impedância “vista” nos terminais da antena). Seu conhecimento é de fundamental
importância, pois a eficiência da transferência de energia do transmissor para antena (ou da
antena para o receptor) depende diretamente da impedância da antena.
Circuitos equivalentes:
ZA
LT
LT
ZA Vth _+
antena antena
A parte resistiva RA está associada à potência média cedida à antena (na transmissão),
denominada potência de alimentação (Pin). No caso mais geral, uma parte desta potência
corresponde à potência radiada (PT) enquanto que a parcela restante corresponde à potência
dissipada sob forma de calor devido às perdas ôhmicas na antena (Pp). Assim:
RA Rr Rp . (3.27)
Como já visto no item “1”, a resistência de radiação Rr foi calculada integrando o vetor de
Poynting sobre uma esfera na região de campos distantes. Nenhum termo reativo apareceu nesse
cálculo. Uma análise da parte reativa da impedância de entrada necessitaria da integração do
vetor de Poynting sobre uma superfície fechada envolvendo a antena e muito próxima a ela.
Desta forma, a potência reativa (não radiante) que oscila próximo à antena seria levada em conta
na integração.
Por fim, é importante mencionar que, na existência de objetos próximos à antena (p. ex.,
outras antenas), a impedância de entrada será modificada de forma a incluir não só a impedância
própria da antena mas também as contribuições devidas às impedâncias mútuas. Com efeito,
correntes fluindo em antenas próximas podem alterar a impedância de entrada de uma antena
devido ao acoplamento eletromagnético entre elas.
42
9 - Largura de banda: Faixa de frequências dentro da qual uma antena opera satisfatoriamente,
com pouca variação de seus parâmetros. Quanto maior a largura de banda de uma antena, maior a
sua capacidade de transmitir e receber sinais de diferentes frequências.
Dependendo das necessidades de operação do sistema no qual a antena é utilizada, a largura de
banda será limitada por um ou vários dos seguintes fatores: impedância de entrada, ganho,
largura de feixe, posição do lobo principal, nível dos lobos secundários e polarização. Por
exemplo, quando especificado o máximo coeficiente de onda estacionária (VSWR) permissível, o
fator preponderante é a impedância de entrada.
a) antenas de banda estreita: neste caso, em que a largura de banda é bem menor que a
frequência central de operação, a largura de banda é expressa sob forma percentual.
Exemplo: Para uma antena que opera satisfatoriamente entre 195 MHz e 205 MHz (frequência
central = 200 MHz), a largura de banda é de 5%. [(205-195)/200 = 0,05]
b) antenas de banda larga: quando a frequência superior for igual ou maior que o dobro da
frequência inferior, a largura de banda é expressa pela razão entre estas frequências.
Exemplo: Para uma antena que opera satisfatoriamente entre 6 MHz e 30 MHz, a largura de
banda é de 5:1. [30/6 = 5]