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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

LABORATÓRIO DE
ELETROMAGNETISMO

9º CADERNO

PROPAGAÇÃO EM GUIAS DE ONDAS E


MEDIÇÃO DE FREQUÊNCIA

PROF. DR.-ING. JOÃO TAVARES PINHO


PROF. EDINALDO JOSÉ DA SILVA PEREIRA

VERSÃO DE JUNHO DE 2012


PROPAGAÇÃO EM GUIAS DE ONDAS E MEDIÇÃO DE FREQUÊNCIA E POTÊNCIA

Objetivos
Verificar, na prática, a teoria da propagação em guias de ondas metálicos ocos e determinar a
relação entre frequência e comprimento de onda nessas estruturas além da potência gerada pela fonte.

Equipamento
1 Gerador de Micro-ondas Minipa DH1121C
1 Adaptador Minipa BD1/032A
2 Isolador Minipa GLX-2
1 Atenuador Variável Minipa DH13502B
1 Medidor de Onda Minipa BD1/035A
1 Linha Fendida Minipa DH364A00
1 Trecho de Guia de Ondas
1 Detector a Cristal DH20A000
1 Indicador Detector de Ondas DH2150
1 Medidor de Potência Minipa PM-3001D
Cabos e conexões diversas
1 Microcomputador
Programa “Waveguides & Cavities”

Fundamentos Teóricos
O termo guia de ondas geralmente denota um tubo de metal oco através do qual a energia
eletromagnética pode se propagar. Existem guias retangulares, circulares, elípticos, etc. No presente caso
serão tratados os guias retangulares, como o mostrado na figura 1, já que eles são os mais comuns e os
componentes usados nos experimentos são feitos de guias retangulares na Banda X, com faixa de
frequências de 8,2 a 12,4 GHz.

z
x
Figura 1 – Guia de ondas retangular.
Qualquer guia de ondas pode teoricamente propagar um número infinito de diferentes tipos de
ondas eletromagnéticas. Cada tipo, geralmente chamado de modo, tem sua própria configuração de campos
elétrico e magnético. Cada modo também possui uma frequência crítica, a chamada frequência de corte,
abaixo da qual ele não pode propagar energia através do guia. A frequência de corte para cada modo é
determinada pelas dimensões do guia. Um dado guia de ondas é geralmente usado em uma faixa de
frequências onde ele pode propagar somente o modo mais baixo (com a menor frequência de corte). Em
geral existem dois tipos de modos: os modos elétrico-transversal (modos TE ou H) e os magnético-
transversal (TM ou E). Um modo TE tem seu campo elétrico em qualquer ponto sempre perpendicular à
direção de propagação (o eixo do guia). O mesmo vale para o campo magnético dos modos TM. Um caso
especial é o modo TEM, onde ambos os campos são perpendiculares à direção de propagação. Esse modo
ocorre, por exemplo, na propagação no espaço-livre ou em linhas de transmissão coaxiais, mas não em guias
metálicos.
Os diferentes modos são identificados por índices, isto é, TE mn, onde m e n denotam o número
de meias variações de onda do campo elétrico nas duas direções principais. Algumas configurações dos
campos para diferentes modos em guias de ondas serão mostradas no programa apresentado nos
procedimentos.
No caso do modo dominante, a intensidade máxima de campo elétrico é encontrada no centro do
guia. Nas paredes mais estreitas o campo elétrico é nulo. O campo elétrico não tem componentes nas
direções x e z.
Medição de Frequência e Comprimento de Onda
Serão usadas as seguintes relações:
No espaço-livre
c = f.0, (1)
no guia de ondas oco
0
g  . (2)

 
2

 
0
1
  c

Para os modos TEmn ou TMmn em guias retangulares


2
c 
  
, (3)
2 2
m n

a b
onde
c = velocidade da onda no espaço-livre (velocidade da luz = 3.108 m/s),
f = frequência de operação,
0 = comprimento de onda no espaço-livre,
g = comprimento de onda guiada,
c = comprimento de onda de corte do guia,
a = maior dimensão transversal do guia,
b = menor dimensão transversal do guia.
Para o modo TE10, tem-se:
c = 2.a, (4)
1
g 

, (5)
2 2
1 1

0 2a
1
0 


2 2 , (6)
1 1

g 2a
e


2 2
1 1
f  c. 
g 2a . (7)

O comprimento de onda guiada pode ser medido como duas vezes a distância entre dois
mínimos consecutivos em um padrão de onda estacionária, como mostrado na figura 2.
A equação (2) mostra que o comprimento de onda guiada é maior que o comprimento de onda
no espaço-livre. Na frequência de corte, g é infinito, significando que não existem variações de campo ao
longo do guia, ou seja, nenhuma energia é transmitida.

Figura 2 – Padrão de onda estacionária ao longo do guia.


Procedimentos
1. Montar o sistema abaixo.

Gerador de Micro-ondas Medidor de


(DH1121C) Potência
PM-3001D

Adaptador
BD1/032A Indicador
Detector
▼ Medidor de Linha Guia de Isolador DH2150
Isolador Atenuador Onda Fendida Ondas GLX-2
GLX-2 DH13502 BD1/035A DH364A00 DH13201
B
2. Ajustar o atenuador variável para a máxima atenuação
3. Ligar o gerador de micro-ondas e esperar estabilizar o sinal
4. Ajustar a saída de RF para o valor máximo de potência através do botão nível de RF
5. Colocar a varredura em Off
6. Acionar o modo contínuo de geração (sem modulação)
7. Ajustar manualmente a frequência
8. Diminuir a sensibilidade do atenuador variável até que o indicador detector registre
aproximadamente 80 µA
9. Ajustar lentamente o medidor de onda, para a direita ou para a esquerda, até registrar o
menor valor no indicador detector, anotando o valor no micrômetro (ponto de ressonância)
10. Com o valor do micrômetro usar o ábaco frequência x escala do micrômetro e identificar a
frequência de operação do gerador
11. Comparar a leitura da frequência no gerador com a obtida com o ábaco
12. Desligar a fonte
13. Repetir o passo 1 substituindo o indicador detector pelo medidor de frequência
14. Repetir os passos 2 a 7
15. Ligar o medidor de potência e esperar estabilizar
16. Colocar na escala de 100 mW
17. Ajustar o display para 0 mW
18. Ajustar o atenuador para atenuação zero. NÃO ULTRAPASSAR O FUNDO DE ESCALA
DO MEDIDOR DE POTÊNCIA
19. Ajustar o medidor de onda para ZERO
20. Registrar a leitura da potência para a frequência do gerador de micro-ondas
21. Desligar todos os equipamentos

22. Ligar o microcomputador e inicializar o programa “Waveguides & Cavities”

QUESTÕES
1. Comente algumas aplicações práticas dos guias de ondas!
2. O que são modos evanescentes?
3. Cite uma vantagem do guia de ondas retangular sobre o circular!
4. Por que, em geral, nos guias retangulares a menor dimensão é a metade da maior?
5. Quais as perdas presentes em um guias de ondas?
6. Explique o porquê da impossibilidade de propagação do modo TEM em guias de ondas!
7. Cite duas vantagens dos guias de ondas sobre a linha de transmissão coaxial!

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