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Vicente C.

Lenz
Dilermando M. Selbach

Relatório Laboratório de Ondas Eletromagnéticas

Relatório das atividades referentes ao laboratório de


número 9 da discilplina de Ondas eletromagnéticas
(ENG04404)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Elétrica

Porto Alegre, Brasil


Janeiro 2024
Sumário

Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
0.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2 Análise teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2.1 Guia de ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.2.2 Modo Transversais Elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.2.3 Modo Transversais Magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.2.4 Número de onda e Frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.2.5 Frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0.3 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0.3.1 Frequência de corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
0.3.2 Constante de propagação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
0.3.3 Modo T E01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
0.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Relatório do Laboratório 9

0.1 Introdução

Esse laboratório tem como objetivo estudar o funcionamento de um guia de ondas retangular, compreendendo
o efeito que as dimensões impactam no guia e nos modos transmitidos.

0.2 Análise teórica

0.2.1 Guia de ondas


Os guias de ondas se comportam como um meio para a transmissão de ondas eletromagnéticas. A diferença
entre uma linha de transmissão e um guia de onda é que o guia de ondas permite a transmissão de ondas em
modos TE e TM, não somente em modos TEM. Além disso, cada modo em um guia de onda é transmitido
somente se acima de uma frequência, chamada de frequência de corte. Dado um modo qualquer, se a sua
frequência é inferior à frequência de corte desse modo no guia de onda, ele é altamente atenuado e não se
propaga. Se a sua frequência está acima da frequência de corte, ele se propaga virtualmente sem perdas. Para
um certo guia de onda, cada modo tem a sua frequência de corte especı́fica determinada pelas dimensões do
guia.
Para compreender as frequências de corte, precisamos compreender a influência das dimensões do guia de
onda. O formato do guia de ondas que iremos estudar pode ser analisado na foto a seguir:
Para analisar os guias de ondas, iremos compreender que é possı́vel que as ondas se propaguem de modos
TE e TM. O modo TE representa que o campo elétrico é transversal a direção de propagação da onda. No
caso, o campo elétrico não existe na mesma direção de propagação da onda. O modo TM representa que o
campo magnético é transversal a direção de propagação da onda. No caso, o campo elétrico não existe na
mesma direção de propagação da onda.

Figura 1 – Guia de onda retangular


Para compreender os modos TE e TM, precisamos entender que o número de onda varia conforme o
número do modo TM e do modo TE. Quando menor o modo TE, menor a frequeência de corte. Essa relação
também funciona para o modo TM, entretano, o primeiro modo TM é o T M11 .

0.2.2 Modo Transversais Elétricos


As equações, para os campos elétricos e magnéticos possuem uma influência das dimensões dos guias que se
traduzem pelo número de onda. A exemplo, iremos analizar uma onda no modo TE que se propaga ao longo
da direção do eixo z. Para analisar as relações, iremos colocar as condições de contorno do guia de ondas:

1. Exs = 0 em y = 0

2. Exs = 0 em y = b

3. Eys = 0 em x = 0

4. Eys = 0 em x = a

Impondo as condições de fronteira nas equações de Maxwell para campo magnético, conforme desenvol-
vimento no relatório anterior, conseguimos obter a seguinte equação:

m n
Hzx = H0 cos( )cos( )e−γz (1)
a b

0.2.3 Modo Transversais Magnéticos


Para o modo TM, iremos estabelecer as condições de contorno e a equação de propagação do campo.

1. Ezs = 0 em y = 0

2. Ezs = 0 em y = b

3. Ezs = 0 em x = 0

4. Ezs = 0 em x = a

m n
Ezs = E0 sin( )sin( )e−γz (2)
a b

0.2.4 Número de onda e Frequência de corte


Por meio das equações antes citadas, conseguimos obter o número de onda das equações dos campos elétricos
e magnéticos que foram enumerados anteriormente.
 mπ 2  nπ 2
h2 = kx2 + ky2 = + (3)
a b
Conforme o número de onda, podemos obter as frequências de corte nos quais os modos de onda operam.
r
mπ 2  nπ 2
γ= + − k2 (4)
a b
Os três casos que podem ocorrer conforme a frequência analisada são:
• Evanescente
Coeficiente de propagação puramente real. A onda é fortemente dissipada pelas perdas, virtualmente
não se propagando.
 mπ 2  nπ 2
k 2 = kx2 + ky2 < +
a b

γ=α ou β = 0

• Propagação
Coeficiente de propagação puramente imaginário. Não há perdas.
 mπ 2  nπ 2
k 2 = ω 2 µϵ > +
a b

γ = jβ ou α = 0

r  mπ 2  nπ 2
β= k2 − +
a b
• Corte
Caso limite entre evanescente e propagação. Não há nenhuma propagação da onda.
 mπ 2  nπ 2
k 2 = kx2 + ky2 = +
a b

γ=0 ou α = β = 0

r
1 mπ 2  nπ 2
fc = √ +
2π µϵ a b

0.2.5 Frequência de corte


Como o guia de ondas possui uma frequência de corte, ele funciona como um filtro de passa altas. Nesse
caso, iremos analisar as frequências de corte para cada uma dos modos, conforme a fórmula.
r
1 mπ 2  nπ 2
fc = √ + (5)
2π µϵ a b
Por meio dessa fórmula, vamos conseguir estabelecer as frequências de corte para cada um dos modos,
além de dimensionar o guia de onda.

0.3 Experimento

Para o experimento, iremos projetar um guia de onda no qual teremos somente o modo T E01 para as
frequências de 8,6Ghz e 10Ghz. Para isso, iremos considerar que a é maior que b, garantindo que o modo
T E01 possui uma frequência de corte menor que T E10 . Tendo em isso em vista, conseguimos obter as
dimenões a partir do equacionamento a seguir. Inicialmente definimos 8,6GHz como a frequência de corte do
modo T E01 e em seguida definimos como 10GHz a frequência de corte do modo seguinte, T E10 .
s 2  2
1 1π 0π
8, 6Ghz = √ + (6)
2π µϵ a b
s 2
1 1π
8, 6Ghz = √ (7)
2π µϵ a

a = 17, 44mm (8)

s 2  2
1 0π 1π
10Ghz = √ + (9)
2π µϵ a b
s 2
1 1π
10Ghz = √ (10)
2π µϵ b

b = 15mm (11)

0.3.1 Frequência de corte


Com as dimensões já estabelecidas, conseguimos computar as frequências de corte dos diferentes modos que
serão mostradas nas tabelas a seguir:

Modo TE Frequência de corte(Ghz)


TE01 8,6
TE10 10
TE11 e T M11 13,19
TE20 17,20
TE21 e T M21 19,89
TE02 20
TE12 e T M12 21,77
TE30 25,80
TE22 e T M22 26,38
TE03 30
Tabela 1 – Frequências de corte dos modos TE e TM

No CST studio, iremos colocar as dimensões do guia de onda e projetar que as ondas se propagam no
vácuo. Ao simular o guia, conseguimos obter as seguintes frequências de corte:
Comparando o gráfico acima com as frequências calculadas, podemos perceber que elas possuem os valores
muito próximos, apresentando pequenas diferenças em virtude dos limites computacionais da simulação. Ao
observar o gráfico e a numeração das linhas, percebemos que o CST não diferencia os modos TE e TM pelos
números. O CST númera os modos de forma que a numeração é crescente conforme aumenta a frequência
de corte dos modos. Portanto, os modos não apresentam uma diferenciação na enumeração, quanto a ser TE
ou TM.
Figura 2 – Frequências de corte obtidas por simulação

0.3.2 Constante de propagação


Em relação as constantes de propagação, podemos perceber que ela possui dois comportamentos em função
da frequência de corte. Para frequências menores que a frequência de corte, ela possui um comportamento
real que gera perdas e provoca a atenuação do módulo da onda. Para frequências maiores que a frequência de
corte, o gamma possui uma natureza imaginária, o que significa que a onda se propaga no meio sem perdas.
O comportamento da constante de propagação pode ser observado nos gráficos a seguir:

Figura 3 – Gamma para o T E01

Figura 4 – Gamma para o T E02


Figura 5 – Gamma para diferentes modos

Como a simulação possui uma frequência de 8GHz até 10 Ghz, podemos perceber que apenas 2 gammas
mudam a naturez de real para imaginário, enquantos os outros continuam reais.Dessa forma, podemos perce-
ber que somente 2 modos ( T E01 e T E10 ) se propagam no meio nessa faixa de frequências. O segundo modo
começa a alterar o comportamento de real para imaginário em 10Ghz, o que pode ser observado nas figuras
3 e 4 por conta do gráfico apresentar o último valor em 10,2Ghz.

0.3.3 Modo T E01


Para o modo T E01 , iremos analisar o módulo do campo elétrico, além de garantir que o modo analisado é
realmente o modo 01. Podemos perceber que o modo 01 só vai apresentar um módulo do campo elétrico
somente no eixo X e que o modo 10 somente irá apresentar um módulo no eixo y. Além disso, a onda somente
irá se propagar em frequências acima de 8,6Ghz. Podemos perceber, pela figura à seguir, que somente ao
longo de um dos eixos ocorre a propagação da onda.

Figura 6 – Módulo de campo elétrico T E01

Os módulos dos campos elétricos podem ser observados nos dois gráficos a seguir.
Figura 7 – Representação do campo do modo T E01

Figura 8 – Módulo de campo elétrico T E01 ao longo do eixo Z

0.4 Conclusão

Na presente atividade, foi possı́vel observar e compreender o funcionamento de um guia de onda. Projetou-
se o guia e as suas frequências de corte, as quais poderam ser validadas através de simulaçao. A simulação
também permitiu observar os campos elétricos e magnéticos relacionados a cada módulo e as suas propagações
no tempo.

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