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MIEEC | 3º ANO

EEC0027 | ELETRÓNICA 2 | 2013-2014 – 1º SEMESTRE

Prova sem consulta. Duração: 2h30m. Época Normal


Todas as alíneas são cotadas com 2 valores.
1. Considere o amplificador da figura 1. Os transístores possuem 𝑘′! = 𝑘′" = 160µA/V # , 𝑉$! = ,𝑉$" , = 0,65V e 𝑉%! =
,𝑉%" , = 50V. O tamanho de referência para os transístores é 𝑊 ⁄𝐿 = 20. O tamanho real do transístor é representado
pelo fator multiplicativo indicado no esquema (por exemplo: ×2 significa um transístor com o dobro da referência,
ou seja 𝑊 ⁄𝐿 = 40, ×1 significa os 20). Assuma ainda, para todos os transístores, que 𝐶&' = 0,5pF; 𝐶&( = 0,1pF e 𝐶() =
#
𝐶') = 0,3pF. Recorde ainda que, na região de saturação, 𝐼( = 1⁄2 ∙ 𝑘′ ∙ (𝑊/𝐿) ∙ 𝑉*+ , onde 𝑉*+ = 𝑉,- − 𝑉$ e 𝑔. =
2 ∙ 𝐼( ⁄𝑉ov = @2 ∙ 𝑊⁄𝐿 ∙ 𝑘′ ∙ 𝐼( . 5V%

a) Ignorando a modulação de canal, e assumindo todos M12


×2#
os transístores em saturação, determine as correntes 5V% 5V% 5V% 5V% 5V%
de polarização de todos os transístores (repare que
M3 M4 M5 M9
em dc pode considerar 𝑉1 = 0). ×1# ×1# ×2# ×4#
A%
R: Por efeito de espelho com razão de 1 (2/2): 𝐼23 = 𝐼22 =
200μA% vo
𝐼24 = 𝐼5 = 𝐼2# = 𝐼6 = 200µA. Como M5, M6 e M7 estão em M6
série: 𝐼7 = 𝐼6 = 𝐼5 = 200µA, não havendo corrente a fluir M1 M2 ×2# 3,2V%

para o par diferencial. No par, como há equilíbrio (VG6 ×1# ×1# v+


+% Cc
garante VA=VD3) e por efeito do espelho de correntes: 𝐼2 = '%
𝐼# = 𝐼3 = 𝐼8 = 100µA. Finalmente espelho com razão de 2
(4/2): 𝐼9 = 𝐼: = 2 × 200µA=400µA M8
M13 M11 M10 ×4#
b) Se por ventura o transístor M5 passar a ter um ×2# ×2# ×2# M7
tamanho de ×2,2, determine o consequente desvio de ×2#
tensão (offset) equivalente à entrada. '5V% '5V% '5V% '5V% '5V%

R: Nesta circunstância 𝐼6 = 2,2/2 × 𝐼2# = 220µA. Como 1MΩ"


forçosamente 𝐼5 = 200µA, então o par diferencial absorve a
100kΩ"
diferença pelo que Δ𝐼 = 20µA, então 𝑉1' = ∆𝐼⁄𝑔.2,# =
25mV. Note que 𝐼2 = 100µ − ∆𝐼⁄2 e 𝐼# = 100µ + ∆𝐼⁄2, Fig. 1
calculando depois 𝑉1' = ∆𝑉,-2,# = 𝑉*+# − 𝑉*+2 ≈ 25mV
Assuma daqui em diante que 𝒈𝒎 = 𝟎, 𝟖mA/V e 𝒓𝒐 = 𝟑𝟎𝟎k𝛀 para todos os transístores, exceto para M8 e M9 que
deve ser 𝒈𝒎𝟖,𝟗 = 𝟏, 𝟔mA/V e 𝒓𝒐𝟖,𝟗 = 𝟏𝟓𝟎k𝛀. Repare que estamos na presença de um amplificador com amostragem
em tensão e mistura tensão.
c) Desenhe o circuito em malha aberta, para sinal, sem substituir os transístores pelos seus modelos equivalentes
mas entrando em linha de conta com a carga da malha de realimentação, na entrada e na saída e determine o
ganho de realimentação: 𝛽 = 𝑣@ ⁄𝑣1 .
R: 𝑅AB = 100k + 1M = 1,1MΩ e fica ligada à saída do amplificador. 𝑅1B = 100k//1M ≈ 91kΩ e liga na entrada não
inversora. 𝛽 = 100k⁄(100𝑘 + 1𝑀) ≈ 91m
d) Determine o ganho às médias frequências 𝐴C e a resistência de saída 𝑅1 do amplificador, tanto em malha aberta
como fechada.
R: A corrente de sinal em curto-circuito na saída do par diferencial será 𝑖12 = −𝑔.2,# × 𝑣A . Esta corrente poderá ramificar
por 𝑟1# , 𝑟18 , 𝑟16 e por 2⁄𝑔.7 que corresponde à resistência vista para a fonte de M6. Como 2⁄𝑔.7 ≪ 𝑟1# //𝑟18 //𝑟16 , então
𝑣&9 ≈ −𝑔.2,# × 𝑣A × 𝑟15 //𝑅17 ≈ −240𝑣A , onde Ro6 é a resistência vista para o dreno de M6 e que é muito maior que ro7.
Finalmente temos para a saída, 𝑣1 ≈ −240 × 𝑣A × −𝑔.9 × 𝑟19 //𝑟1: //𝑅AB ⇔ 𝐴C = 240 × 120. 𝑅1 = 𝑟19 //𝑟1: //𝑅AB ≈ 75kΩ.
𝐴CE = 𝐴C ⁄(1 + 𝛽𝐴C ) ≈ 11; 𝑅1E ⁄(1 + 𝛽𝐴C ) ≈ 28,6Ω.
e) Ignorando Cc, podemos afirmar que o polo dominante do amplificador se situa no nó correspondente à porta do
transístor M8. Justifique esta afirmação e determine a frequência do polo associado a esse nó.
R: Corresponde ao ponto de maior resistência no circuito e uma das capacidades sofre efeito de Miller para esse mesmo
nó, o que dará a maior constante de tempo no circuito.

𝜔" = 1ea𝑟15 ∙ b𝐶&(5 + 𝐶&(5 + 𝐶()5 + 𝐶()7 + 𝐶&'9 + 𝐶&(9 ∙ (1 − 𝐴9 )cd = 248,8 krad/s.

f) Assuma agora que 𝛽𝐴 = 2000. Sabe-se que o 2º polo do circuito fica em 𝜔# = 2𝜋4Mrad/s, calcule então o valor de
Cc que resulta numa margem de fase de 60º e parta do princípio que o segundo polo não se altera após a
compensação e que o zero resultante pode ser desprezado.
R: Pela margem de fase, frequência de travessia deverá ser: 𝜔$F = 𝜔# ∙ tan(30) e o novo polo dominante será: 𝜔"F =
𝜔$F ⁄2000 = 7,3krad/s. 𝜔"F = 1⁄n1⁄𝜔" + 𝑟15 ∙ o𝐶G ∙ (1 − 𝐴9 )pq ⇔ 𝐶G = 3,7pF

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MIEEC | 3º ANO
EEC0028 | ELETRÓNICA 3 | 2012-2013 – 2º SEMESTRE

Prova com consulta. Duração: 2h00m. Parte II

g) O esquema da figura 2 é uma representação para sinal, simplificada, dos andares de


saída da figura 1, onde ro6 foi ignorado. No entanto, agora a compensação é efetuada
do nó A para a saída. Apresente as expressões do para a frequência do polo e o zero RA! RB
impostos por Cc. Faça as aproximações que julgar mais adequadas.
Cc
R: Determinar primeiro o efeito de Miller sobre Cc. O ganho a considerar será: 𝑣1 ⁄𝑣% = −𝑔.7 ∙ A& vA! Fig. 2
𝑟45 ∙ 𝑔.9 ∙ 𝑟49 //𝑅H que é >>1 em valor absoluto. Então, a capacidade sob efeito de Miller
𝐶G ∙ 𝑔.7 ∙ 𝑟45 ∙ 𝑔.9 ∙ 𝑟49 //𝑅H surge no nó A à massa. A resistência equivalente neste nó é gm6×vA! vo
(1⁄𝑔.7 )//𝑅% ≈ 1⁄𝑔.7 . O produto desta com a capacidade equivalente por Miller resulta no
polo dominante 𝜔" ≈ 1⁄(𝑟15 ∙ 𝑔.9 (𝑟49 //𝑅H ) ∙ 𝐶G ). Para o zero, basta saber que deverá existir
um zero 𝑆 = 𝑆I para o qual a função de transferência se anula e, portanto, 𝑣1 = 0 V. Nesta
circunstância verifica-se a igualdade: 𝑔.9 𝑔.7 𝑟15 ∙ 𝑣% = (𝑣% ) ∙ 𝐶G ∙ 𝑆I . Daqui obtemos o zero: M8
𝑆I ≈ 𝑔.9 𝑔.7 𝑟15 ⁄𝐶J .
r07!

2. O amplificador da figura 3 está ligado numa configuração de realimentação com amostragem em tensão e mistura
corrente, é, portanto, uma amplificador de transresistência (is é um sinal de corrente).
Suponha ainda que todos os transístores são iguais e que apresentam 𝛽1 = 200, 𝑉% = ∞, 𝑉HK = 0,7V e que a capacidade
C é muito elevada.
a) Mostre que, nas condições da figura 3, a polarização (𝑖' = 0) impõe 𝑉1 = 0V (partindo daqui, faça a verificação
determinando as correntes nos diferentes ramos).
R: 𝐼LJ = 12⁄3𝑘 = 4mA, como 𝑉K2 = 0,7 − 7,3 = −6,6V, então 𝐼LE = 6,6⁄3𝑘3 = 2mA e 𝐼L2 = (−6,6 + 12)⁄5𝑘4 = 1mA então
𝐼K2 ≈ 𝐼J2 = 1mA. Daqui obtemos 𝐼K# ≈ 𝐼J# = (1𝑚 ∙ 1𝑘7 − 0,7)⁄500 = 2mA. Agora, pelo nó de saída também se verifica 𝐼J# =
𝐼LJ − 𝐼LE = 2mA, portanto verifica que 𝑣1 = 0 como se assumiu inicialmente.
b) Sabendo que 𝑅AB = 𝑅1B = 𝑅E , desenhe o circuito em malha aberta e calcule o valor do ganho de transresistência
correspondente: 𝑅M = 𝑣1 ⁄𝑖A . (assuma para esta alínea que 𝑔.2 = 50mA/V e 𝑔.# = 70mA/V).
R: Uma vez que a resistência vista para emissor, 1⁄𝑔.2 , é muito menor que 𝑅2 //𝑅E , então 𝑖N2 ≈ 𝑖G2 ≈ 𝑖A . Assim 𝑣1 =
−1,7𝑘//𝑟O# ∙ 𝑖A ∙ 𝑔.# ∙ 𝑅J //𝑅E ; 𝑅M = −117kΩ
c) Se a fonte de sinal for sinusoidal, 𝑖' = 𝐼% ∙ sin (𝜔𝑡), determine a amplitude máxima (𝐼% ) da sinusoide que mantém
o circuito da figura 3 a funcionar corretamente. Justifique.
R: O condensador C irá fixar a tensão no emissor de T2 em -11V (ou seja, é uma massa para sinal). Assim sendo e porque
o ganho de T2 é elevado, então a tensão de coletor de T1 é praticamente constante face a 𝑣1 , assim como a de emissor
de T1, em -6,6V. Então a corrente de entrada 𝑖' flui por RF e será T2 a cortar e saturar.
Quando T2 corta, então 𝑖'P = 1𝑚 + 1𝑚 + (−6,6 − 12)⁄(3𝑘3 + 3𝑘) = 952µA
Quando T2 satura, então 𝑖'Q = 1𝑚 + 1𝑚 + o−6,6 + (−11 + 0,3)p⁄(3𝑘3) = −3,2mA.
Portanto, a amplitude máxima de corrente será 952µA.
12V%

RC= 3kΩ"
RF= 3,3kΩ" vo

T1
T2

R1= R2= R3=


is 5,4kΩ" !7,3V% 1,7kΩ" C%
500Ω"

!12V% !12V% !12V%

Fig. 3

VÍTOR GRADE TAVARES 14/06/2012 | PÁG. 2 / 2

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