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CURSO DE ENGENHARIA MECATRÔNICA

THIAGO CAMPOS MOREIRA - 2019002999

LABORATÓRIO DE INSTRUMENTAÇÃO
Relatório 5 - Amplificador de diferenças e de instrumentação

JUIZ DE FORA
2022
1 Introdução

Os estudos que serão realizados no laboratório de instrumentação envolvem o


funcionamento e características do amplificador de diferenças e do amplificador de
instrumentação.

O amplificador de diferenças é usado quando deseja-se obter um sinal de saída


representativo de forma proporcional à diferença de amplitude dos sinais de entrada. Este
circuito é muito usado em aplicações de instrumentação nas quais se compara um sinal vindo
de sensores com sinais de referência, ou quando se monitora o comportamento de vários
sensores.

Os amplificadores de instrumentação caracterizam-se por ter uma entrada diferencial e


uma elevadíssima impedância de entrada que é conseguida reduzindo-se o ganho, normalmente
funcionando como seguidor de tensão.

Dando seguimento às atividades práticas em laboratório, estudaremos aplicações


práticas para o entendimento mais aprimorado da utilização e conceitos dos amplificadores
diferenciais e amplificadores de instrumentação.

1.1 Objetivos

Estudo e execução de circuitos lineares de processamento de sinais que empregam o


amplificador operacional no amplificador de diferenças. Esta configuração refere-se à
capacidade de fornecer um sinal proporcional à diferença de amplitude dos sinais da entrada
inversora e não inversora.

Além dos circuitos simples de amplificação, somador, buffer e integradores estudados


anteriormente, e dos que serão estudados nesta prática, ainda podem ser considerados circuitos
de fontes controladas.

Estudo e execução de circuitos lineares de processamento de sinais que empregam o


amplificador operacional na configuração amplificador de instrumentação. Esta configuração
refere-se à capacidade de fornecer um sinal proporcional à diferença entre os sinais de entrada,
porém com uma impedância de entrada elevada.
1.2 Objetivos específicos

● Medir a resistência real dos resistores e compará-las ao valor nominal na Tabela 1;

● Comparar o funcionamento do amplificador de instrumentação com o amplificador de


diferenças.

2 Materiais

Os equipamentos que serão utilizados durante as práticas de Laboratório de


Instrumentação para a montagem dos circuitos da figura 1 e 2 são:

Figuras 1 e 2: Circuitos para prática

a. Matriz de Contato

b. Fonte de Alimentação

c. Gerador de Sinais

d. Multímetro de bancada

e. Osciloscópio

Os materiais para montagens dos circuitos para o amplificador de instrumentação são:

f. 3 x AmpOps TL081;

g. 1 x Resistor de 10 kΩ;
h. 2 x Resistores de 20 kΩ;

i. 2 x Resistores de 1 kΩ;

j. 2 x Resistores de 2 kΩ;

3 Execução

A fins de melhores análises, medir a resistência elétrica de cada resistor utilizado.

Tabela 1 - Valores reais medidos para os resistores.


Resistores Nominais Resistência Medida

Resistor de 10 kΩ 9,77 kΩ

1º Resistor de 20 kΩ 19,77 kΩ
2º Resistor de 20 kΩ 19,82 kΩ

1º Resistor de 1 kΩ 0,99 kΩ

2º Resistor de 1 kΩ 0,98 kΩ

1º Resistor de 2 kΩ 1,97 kΩ
2º Resistor de 2 kΩ 1,96 kΩ

3.1 Amplificador de diferenças

Montar o circuito da Figura 1 de acordo com os valores abaixo:

a. R1 = 1 kΩ;
b. R2 = 2 kΩ;
c. R3 = 1 kΩ;
d. R4 = 2 kΩ;
e. Val = 12 V;
f. AO => TL081;
A partir do circuito representado pela Figura 1, preencher a Tabela 2, e mostrar as
formas de onda resultante e inicial. Comprovar a inversão de fase, e a amplificação da diferença
do sinal usando os dois canais do osciloscópio, e montar um gráfico V2 − V1 versus ganho.

Variar a amplitude dos sinais de entrada conforme indicado na Tabela 2. Cada figura,
da 3.1 até a 3.7, representam os resultados obtidos para cada uma dessas variações de amplitude
de acordo com os dados da Tabela 2.
Figura 3 - Demonstração matemática da saída do amplificador de diferenças

Aproximando o valor de ambos resistores de 1 kΩ para 0,99 kΩ e de 2 kΩ para 1,97 kΩ,


podemos calcular o ganho teórico real na Tabela 1.

Tabela 1 - Ganho em relação às entradas V1 e V2 no amplificador de diferenças

Figura V1, pp V2, pp Vo, pp Ganho Ganho Ganho


(Representaç (Senoida (Quadrada) Empírico Teórico Teórico
ão) l) Nominal Real
1 1,0 4,0 2,00 5,96 V/V 2 V/V 1,99 V/V
2 1,5 3,5 1,96 3,97 V/V 2 V/V 1,99 V/V
3 2,0 3,0 1,96 1,98 V/V 2 V/V 1,99 V/V
4 2,5 2,5 1,96 ∞ 2 V/V 1,99 V/V
5 3,0 2,0 2,24 -1,96 V/V 2 V/V 1,99 V/V
6 3,5 1,5 2,56 -3,97 V/V 2 V/V 1,99 V/V
7 4,0 1,0 2,80 -5,96 V/V 2 V/V 1,99 V/V

Figura 1 – Variação de Amplitude dos sinais (1).

Figura 2 - Variação de Amplitude dos sinais (2).


Figura 3 - Variação de Amplitude dos sinais (3).

Figura 4 - Variação de Amplitude dos sinais (4).


Figura 5 - Variação de Amplitude dos sinais (5).

Figura 6 - Variação de Amplitude dos sinais (6).


Figura 7 - Variação de Amplitude dos sinais (7).

3.2 Amplificador de instrumentação


Neste circuito, usa-se dois seguidores de tensão acoplados a um amplificador de
diferenças. Como visto nas práticas anteriores, o seguidor de tensão, ou buffer, tem alta
impedância de entrada, contornando grande parte dos problemas do circuito visto no
amplificador de diferenças. A saída do amplificador de instrumentação é definida conforme a
equação abaixo:

𝑅4 2𝑅2
𝑣𝑜 = (1 + )(𝑉2 − 𝑉1 )
𝑅3 𝑅1

Como trabalho preparatório, foi pedido que fosse simulado o circuito da Figura 2, com
os valores especificados abaixo:
a. R1 = 10 kΩ (Mr/Pt/Lj)
b. R2 = 20 kΩ (Vm/Pt/Lj)
c. R3 = 1 kΩ (Mr/Pt/Vm)
d. R4 = 2 kΩ (Vm/Pt/Vm)
e. Val = 12 V
f. AO1 => TL081
g. AO2 => TL081
h. AO3 => TL081

Foi considerada a frequência de 1kHz nas fontes.


A partir deste circuito, foi preenchida a Tabela 3, e mostradas as formas de onda resultante e
inicial. A amplitude dos sinais de entrada foi variada conforme indicado na tabela e foi plotado
um gráfico V2 − V1 versus ganho. Cada figura, da 3.8 até a 3.14, representam os resultados
obtidos em laboratório para cada uma dessas variações de amplitude de acordo com os dados
da Tabela 3.

Tabela 3 - Resultados de tensão de entrada, saída e valores de ganho

Figura V1, pp V2, pp Vo, pp Ganho Ganho Teórico


(Senoidal) (Quadrada) empírico Nominal
8 1,0 4,0 21,6 6,93 V/V 10 V/V
9 1,5 3,5 21,2 10,6 V/V 10 V/V
10 2,0 3,0 21,2 21 V/V 10 V/V
11 2,5 2,5 21,2 ∞ 10 V/V
12 3,0 2,0 21,2 -20 V/V 10 V/V
13 3,5 1,5 21,2 -10,2 V/V 10 V/V
14 4,0 1,0 21,2 -6,93 V/V 10 V/V

Figura 8 - Variação de Amplitude dos sinais (8).


Figura 9 - Variação de Amplitude dos sinais (9).

Figura 10 - Variação de Amplitude dos sinais (10).

Figura 11 - Variação de Amplitude dos sinais (11).


Figura 12 - Variação de Amplitude dos sinais (12).

Figura 13 - Variação de Amplitude dos sinais (13).

Figura 14 - Variação de Amplitude dos sinais (14).


4 Simulação
O circuito de um AmpOp de Instrumentação com os parâmetros abaixo foi simulado
no Multisim Live:
• R1 = 10 kΩ (Mr/Pt/Lj)
• R2 = 20 kΩ (Vm/Pt/Lj)
• R3 = 1 kΩ (Mr/Pt/Vm)
• R4 = 2 kΩ (Vm/Pt/Vm)
• Val = 12 V
• AO1 => TL081
• AO2 => TL081
• AO3 => TL081
Foi considerada a frequência de 1kHz nas fontes.

Figura 15 - Circuito simulado.


Figura 16 - Forma de onda para V1 = 1 Vpp e V2 = 4 Vpp.

A saída satura em +12,014 V e -12,014 V, totalizando um Vpp de 24,028 V que, dividido pela
entrada V2-V1 resulta em um ganho de 8,009 V/V. O mesmo ocorre para os outros valores de
V1 e V2, mudando-se somente o formato da onda, mas ainda atingindo a saturação. Dessa
forma, os ganhos são:
V1, pp (Senoidal) V2, pp (Quadrada) Vo, pp Ganho empírico simulado
1,0 4,0 24,028 8,009 V/V
1,5 3,5 24,028 12,014 V/V
2,0 3,0 24,028 24,028 V/V
2,5 2,5 24,028 ∞
3,0 2,0 24,028 -24,028 V/V
3,5 1,5 24,028 -12,014 V/V
4,0 1,0 24,028 -8,009 V/V
5 Conclusão

Inicialmente, é importante notar que a expressão de ganho baseada nas tensões pico a
pico não retorna os valores esperados quando o formato das ondas de entrada é diferente. Mas,
mesmo assim, algumas conclusões podem ser tomadas em relação à comparação dos AmpOps
de diferenças e instrumentação.
Conforme objetivo firmado acima, buscou-se comprovar a teoria através de teoria
estudada em sala de aula para amplificadores na configuração de instrumentação e amplificador
de diferenças. Conforme exemplifica o nome da configuração, comprou-se a inversão de fase
na configuração inversora e também confirmar o ganho do amplificador que se dá pela razão
entre Rf e Ri, assume-se que os objetivos foram comprovados e as respostas desejadas foram
obtidas.
Foi possível visualizar as pequenas distinções entre os resultados obtidos no laboratório
em relação com os resultados da teoria, devido ao fato das variações entre os valores reais e
nominais dos resistores e da utilização de cabos de conexões que causam uma "resistência
extra” no circuito. Além disso, também existe o fato de variações na tensão fornecida pelas
fontes de tensões do laboratório.
Em ambos os sistemas amplificadores, de diferenças e de instrumentação, é nítido que
a fase da onda senoidal está invertida em relação à entrada no terminal inversor.
1. Cite duas vantagens do amplificador de instrumentação sobre o amplificador de
diferenças. Explique cada uma delas.

Pode-se concluir que o amplificador de instrumentação apresenta diversas vantagens em


relação ao amplificador de diferenças. A primeira é o grande ganho se comparado ao
amplificador de diferenças. Nos circuitos montados, o amplificador de instrumentação atingiu
os valores de saturação do AmpOp enquanto o amplificador de diferenças não apresentou tal
ganho. Outra vantagem é a alta impedância de entrada: no amplificador de instrumentação as
impedâncias de entrada são iguais à impedância de entrada do AmpOp, que idealmente tende a
infinito. Dessa forma, amplificador de instrumentação têm como objetivo reproduzir o
funcionamento de um amplificador de diferenças enquanto tenta simular as características de
um AmpOp ideal.

2. Considere a topologia do circuito amplificador de diferenças montado nesta prática,


e calcule os resistores de forma que o amplificador tenha resistência de entrada de
20kΩ e ganho linear de 5 vezes.

Considerando a topologia do circuito amplificador de diferenças montado nesta prática, caso


deseje-se que o amplificador tenha resistência de entrada de 20kΩ e ganho linear de 5 vezes, os
resistores precisariam assumir os valores conforme as seguintes equações:

𝑅1 = 20 𝑘Ω

𝑅2
𝐴𝐷 = = 5 𝑉/𝑉
𝑅1

𝑅2 𝑅4
=
𝑅1 𝑅3

Assim, tem-se que 𝑅2 = 5 ∗ 20 = 100 𝑘Ω. Para R3 e R4, podemos assumir que R3 = R1 = 20
kΩ e R4 = R2 = 100 kΩ.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYLESTAD, Robert. L. Introdução à Análise de Circuitos. 13. ed. Prentice Hall/Pearson,


fevereiro 2019.
LA-GATTA, Filipe Andrade. Relatório 5 - Amplificador de diferenças. Juiz de Fora, 2022.

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